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LIÇÃO 4- CONFLITOS, INTEGRAÇÃO E MUDANÇAS SOCIAIS – O PAPEL DAS

NORMAS JURÍDICAS.

1.ANOMIA E REGRAS SOCIAIS

O CONCEITO DE ANOMIA – É uma palavra grega que é usada em quase todos os


idiomas da cultura ocidental. A- nomia significa literalmente ausência da lei (a=ausência;
normas=lei). Na grécia antiga o termo era utilizado para indicar ausência da lei. Na
sociologia adquiriu novos significados.

O termo anomia, segundo Miranda Rosa (2004, p. 82) é utilizado em três sentidos:

1. Quando uma pessoa vive em situação de transgressão das normas, demonstrando


pouca vinculação às regras da estrutura social a qual pertence.
EXEMPLO: INFRATOR DE NORMAS PENAIS – aqui a anomia significa ilegalidade.

2.Quando ocorre conflito de normas que acaba estabelecendo exigências contraditórias ,


tornando difícil a adequação do comportamento do indivíduo à norma.
EXEMPLO: CONFLITO DE DEVERES JURÍDICOS – uma pessoa que deve prestar
seviço militar e possui a liberdade de seguir a sua consciência religiosa que lhe proibe a
violência e o uso de armas. Aqui a anomia tem o sentido da ausência de regra clara
de comportamento.

3.Quando se constata falta de normas que vincule as pessoas num contexto social
EXEMPLO: Nos anos 60 eclodiu o movimento da contracultura hippie, explodindo
uma crise de valores que questionava a moral social, sexual, papel da mulher,
trabalho assalariado, e convenções sociais. (CONTRACULTURA- é um modo de vida
seguido por um grupo de pessoas que se opõem conscientemente e frontalmente ao
modo de vida dominante, rejeitando os seus valores e padrões de comportamento).
EXEMPLO- NO CASO DO MOVIMENTO DE MULHERES, que faziam parte do
movimento da contracultura, houve ma transformação com relação ao papel da mulher na
sociedade. Aqui a anomia significa ausência de referência na sociedade – perda de
referencial, quebra de organização do sistema social, que propicia a transgressão
de qualquer norma, explicita a falta de referências normativas que permitam a
integração social desses grupos.

➢ Não se trata somente de um problema dos indivíduos que transgridem as regras de


comportamento, nem uma situação de conflito de deveres, mas de uma crise
social de caráter mais amplo, em que os grandes grupos sociais (e a sociedade
mesma) não sabe o que fazer.
➢ Anomia aqui é falta de normas que vinculem as pessoas num contexto social
➢ A anomia aqui indica uma situação de “crise de valores” na sociedade –
contestação de regras de comportamento social, como também uma situaçção de
crise da legitimidade do poder político de seu sistema jurídico;
➢ A anomia poder ser um indicativo de uma mudança social, permitindo estudar os
efeitos e as causas de uma situação.
TRÊS PENSADORES DEDICARAM AO ESTUDO DA ANOMIA

1) A ANOMIA EM GUYAU
➢ Primeiro autor a se dedicar ao estudo do tema anomia foi Jean-Marie Guyau (1854-
1888);
➢ Define a anomia como “ausência de lei fixa” que passa aser imposta ao
indivíduo(1936);
➢ Defendia a tese de que a moral é individual questionando a existência de uma
moral universal, a qual todos estariam vinculados(KANT); defendia que qualquer
moral universal é uma forma de opressão;
➢ O conceito de anomia é introduzido para indicar a existência de uma moral
desvinculada das regras sociais;
➢ Com base nessa tese, define a anomia como ausencia de lei fixa e a considera
como um elemento positivo que liberta os indivíduos em contraposição a qualquer
lei que é considerada como universal e oprime a liberdade individual;
➢ Guyau entendia que a evolução histórica faz com que os homens se tornasse
sempre mais autonômos, de forma a prevalecer o individualismo, ou seja, as
escolhas morais pessoais contra qualquer imposição;
➢ Temos a anomia quando as pessoas rejeitam o dogmatismo e as autoridades,
especialmente as religiosas;
➢ Sua obra permanece relativamente ignorada.

2) A ANOMIA EM DURKHEIM

➢ Durkheim é considerado o principal teórico da anomia;


➢ Durkheim inverte a tese de Guyau, para a qual a qual a anomia deixa de ser algo
positivo, que propicia a libertação do indivíduo;
➢ Doravante identifica a anomia, como desordem social, sendo analisada como
indício de crise, que longe delibertar oindivíduo, deixa-o desorientado; e pode
inclusive levara a sua destruição (Sabadell, 2006);
➢ Em sua obra o suicídio Durkheim descontrói a ideia de que o suicídio tinha uma
relação causal com doenças psíquicas, o clima, a raça ou a etnia. (Determinismo
biológico e Determinismo geográfico), partia da hipótese de que o suicídio estava
relacionada a fatores sociais e adotou uma regra metodológica de causalidade
entre fatores sociais e causas sociais;
➢ A causa do suicídio indicada pelo autor foi o grau de coesão social, constatava-se o
excesso ou uma falta de integração do suicida na sociedade ou o suicídio era
ligada a uma crise social geral, ou seja, uma falta de regras que vinculem os
membros da sociedade;
➢ com base nesse critério, o autor classificou o suicídio em 4 classes -egoista,
altruista, fatalista, e anômico. As duas primeiras o problemas encontra-se nas
formas de inserção do indivíduo no grupo (falta ou excesso de integração), nas
duas últimas o problema encontra-se nas própras regras sociais (falta ou excesso
de regulamentação)
2.1 SUICÍDIO EGOISTA – Neste caso a pessoa encontra-se socialmente
desvinculada, o isolamento social marginaliza a pessoa que deixa de ter
sentimento de solidariedade social (suicídio por falta de integração).
EXEMPLO- UM VIÚVO SEM FILHOS
2.2.SUICÍDIO ALTRUISTA – Ao contrário, a pessoa encontra-se muito vinculada ao
grupo social, sentindo-se estreitamento ligado aos valores do grupo, esta
pessoa não valoriza particularmente a sua vida e suicida-se facilmnte por
motivos de honra (suicídio por abnegação ou por excesso de integração social)
EXEMPLO – MILITAR QUE SE SUICIDA EM CASO DE UMA DERROTA.

2.3.SUICÍDIO FATALISTA – Uma pessoa encontra-se extremamamente


pressionados por regras de comportamento rígidos que oprimem, levando-o ao
desespero (suicídio por excesso de regulamentação)
EXEMPLO – SUICÍDIOS DE ESCRAVOS QUA NÃO AGUENTAVAM MAIS AS
OPRESÕES SOCIAIS.

2.4.SUICÍDIO ANÔMICO- Neste caso, a pessoa vivência com uma falta de limites e
regras sociais. As “pertubações da ordem coletiva” desorientam os indivíduos,
criando-se um desequilíbrio entre desejos e suas possibilidades de satisfação. A
consequência é o sofrimento e o desespero que podem levar o indivíduo ao
suicídio por falta de regulamentação.
EXEMPLO- DEPRESSÃO ECONÔMICA OU PROSPERIDADE ECONÕMICA
ECONÔMICA – SITUAÇÕES APARENTEMENTE CONTRADITÓRIAS.

➢ Em caso de o homem ter recursos – os desejos são ilimitados- somente a


sociedade pode impor regras ou colocar limites aos desejos do indivíduo,
proporcionando um equilíbrio entre necessidades pessoais e os meios disponíveis
para obter satisfação;
➢ Em caso de o homem rico sofrer uma catastrofe financeira não pode se conformar
com a nova realidade do caos e isso leva ao desespero; é a dinâmica da ambição
insaciável – anomia aqui significa “estado de desregramento”. O indivíduo perde
suas referências “vivendo um vázio”
➢ Uma regra é geral na análise do suicídio para Durkheim - “espaços anômicos”
fazem um indivíduo ou o grupo perder as referências normativas que orientam a
sua vida, enfraquece a solidariedade social, o indivíduo sente-se livre de vínculos
sociais, tendo muitas vezes um comportamento antisocial ou inclusive
autodestrutivo.

3 A ANOMIA EM MERTON
➢ Roberto King Merton (1910-2003) se situa na linha teórica do funcionalismo;
➢ Merton, afirma que em todo contexto sociocultural desenvolve-se metas culturais,
estas expressam os valores que orientam a vida dos indivíduos em sociedade;
➢ Cada sociedade estabelece determinados meios, que trata-se de recursos
institucionalizados ou legítimos que são socialmente prescritos;
➢ Existem também outros meios que permitem atingir essas mesmas metas, mas são
rejeitados pelo grupo social;
➢ EXEMPLO 1- um meio institucionalizado para atingir a riqueza é criar uma
empresa, tendo sucesso pode produzir lucro. Esse mesmo objetivo pode ser
atingido praticando assaltos a bancos. ANÁLISE: A diferença esta no fato de que a
sociedade aceita o primeiro e proscreve o segundo, punindo-o como crime;
➢ EXEMPLO 2 – Herdar o patrimônio de um parente milionário é um meio de
ascensão social legítimo; a “prostituição de luxo” pode levar ao mesmo resultado,
mas não deixa de ser uma conduta socialmente reprovável.
➢ Na sociedade norte-americana a meta cultural mais importante é o sucesso na
vida, abarcando riqueza e prestígio, embora haja a impossibilidade desta ser
atingida por grande parte da população;
➢ Disto resulta o desajuste entre fins e meios , onde os desajustes propicia o
aparecimento de condutas que vão desde a indiferença perante as metas
impostas até a tentativa de alcançar tais metas recorrendo a meios diversos
daqueles prescritos;
➢ O insucesso em atingir metas culturais devido a insuficiência de meios
institucionalizados pode produzir o que Merton denomina de ANOMIA –
manifestação de um comportamento na qual “regras do jogo social” são
abandonadas ou contornadas;
➢ O indivíduo não respeita as regras de comportamento que indicam os meios de
ação aceitos – surge o desvio, ou seja, o comportamento socialmente desviante.
➢ EXEMPLO – CRIMINALIDADE – comportamento não convencional que demonstra
desinteresse pelas metas culturais, detectando-se inobservância das regras da
conduta social.
➢ Merton (1970) examinou a situação conflituosa que pode ser estabelecida entre as
aspirações culturalmente prescritas (metas culturais) e o caminho socialmente
indicado para atingí-los(meios institucionalizados). Merton fez uma classificação
em dois tipos de comportamento. O autor denominou de modos de adaptação
classificados em símbolos positivo ou negativo para indicar se os indivíduos
aceitam ou não as metas e os meios socialmente estabelecidos.

➢ MODOS DE ADAPTAÇÃO:
1) CONFORMIDADE- O indivíduo busca atingir as metas culturais empregando os meios
estabelecidos pela sociedade, adere plenamente as normas sociais, não existindo
comportamento desviante – denomina-se comportamento modal. O comportamento
modal é o ponto de referência para análise dos comportamentos não-modal- que indica a
anomia, ou seja, contrários às metas culturais e/ou aos meios institucionalizados para
atingí-los;

2) INOVAÇÃO – A conduta do indivíduo é condizente com as metas culturais , mas existe


uma ruptura com os meios institucionalizados no momento em que percebe que os meios
legítimos não estão ao seu alcance, utiliza-se socialmente dos meios reprováveis. A
busca do sucesso leva a violação das regras sociais “os fins justificam os meios”. Merton
registra que apesar da condenação pela sociedade , esse tipo de comportamento por
vezes pode ajudar grupos ou a sociedade a se modernizar ou ao inverso a criminalidade –
o clássico ladrão.

3) RITUALISTA – o indivíduo demonstra um desinteresse em atingir as metas socialmente


dominantes, por medo do insucesso ou fracasso, produz desencanto e desestimulo, a
pessoa acredita que nunca poderá atingir as grandes metas, respeita as regras sociais,
como uma espécie de ritual, constata-se um comportamento conformista. Trata-se de um
comportamento anômico, o indivíduo não compartilha das metas sociais, cumpre as
normas e regulamentos sem sequer questioná-los, respeito a legalidade – os pobres.

4) EVASÃO – Caracteriza -se pelo abandono das metas e dos meios institucionalizados, o
que indica a falta de identificação com os valores e as regras sociais, o indivíduo vive em
um determinado meio social, mas não adere ao mesmo. É uma conduta individual e
minoritária – Mendigos que vivem como um corpo estranho à sociedade. A conduta mais
extrema da evasão é o suicídio.

5) REBELIÃO – Caracteriza-se pelo inconformismo e pela revolta. O indivíduo é negativo


com relação aos meios e às metas. O indivíduo ou o grupo rebelde propõe o
estabelecimento de novas metas e institucionalização de novos meios para atingí-las. È a
rejeição as metas e aos meios dominantes, julgados como insuficientes e inadequados- a
conduta da rebelião busca uma nova ordem social- apresenta simultaneamente como
simbolos os sinais positivos e negativos – movimentos de revoluções sociais.

SOCIEDADE ANÔMICA – Merton, constata a ocorrência de uma anomia generalizada,


quando a sociedade acentua a importância de determinadas metas, sem oferecer à
maioria de seus membros a possibilidade de atingí-las utilizando os meios institucioanis
legítimos.

CONSIDERAÇÕES:
➢ Merton indica a cilada na qual se encontra a sociedade moderna que
prescrevem aos indivíduos um, determinado projeto de vida e ao mesmo
tempo impossibilitou a caracterização desse projeto. Em tal situação os
conflitos e as violações de regras são inevitáveis;
➢ A teoria da anomia de Merton é conhecida como teoria da tensão (strain
theorias) – o desvio é uma situação de tensão, de conflito e até de choque
no seio da sociedade que estabelece meios e metas.
➢ A teoria de Merton explica porque os membros das classes desfavorecidas
cometem o maior número de infrações penais, excluídos dos meios
institucionalizados para atingir riqueza, recorrem a delinquência por motivo
econômico. Os crimes de motivação política – terrorismo, manifestações
violentas, ocupações, saques, conduta - rebelião e finalmente o modelo de
evasão, que explica os modelos de comportamentos desviantes
autodestrutivos – alcoolismo e toxidependência.

CRÍTICA:
➢ A teoria de Merton naõ consegue explicar todos os desvios e diferenças de
comportamento – mulheres de classes pobres inferioresX baixos indíces de
criminalidade feminino. Outros desvios – Crime passional; estupro,
crueldade contra animais.
➢ As condutas apresentadas são manifestações de uma disfunção dentro do
sistema social, portanto, funcionalista, parte da tese da existência de um
equilíbrio social e considera o desvio social como patológico, apesar de
reconhecer a contribuição do sitema para a produção do comportamento
anômico.
➢ Validade da teoria da anomia – os indivíduos encontram-se em perpetua
competição para atingir as metas sociais do sucesso individual como
finalidade suprema da vida – ideologia da classe média das sociedades
capitalistas;
➢ Limitação da ótica de análise – o protagonista da desordem anômica é o
indivíduo (Marra, 1991) não se orientam da complexidade das orientações
culturais na sociedade, que criam conflitos às normas e aos valores sociais
– o desvio aqui é uma escolha pessoal não examina a dimensão social;
➢ Sustenta a tese de que a anomia anuncia a mudança social (rebelde ou
inovador), onde a sociedade possui uma clara orientação em relação aos
seus valores e regas, o adequado seria pesquisar a falta de orientação da
própria sociedade, a anomi aseria considerada como a ausência de normas
e valores e não como problema de adaptação do indivíduo. A anomia
significa um conflito entre vários sistemas normativos no interior da
sociedade.
➢ ATUALIDADE E ANOMIA
➢ A anomia leva muitas vezes ao descumprimento da norma jurídica,
causando a ineficácia do preceito legal.
1) INEFICÁCIA NÃO ANÔMICA – Descumprimento da norma apesar da sua
aceitação.
EXEMPLO: Homicida plenamente de acordo com a proibição do homicídio, violou a
norma em situação excepcional (medo, desespero) e se arrependem – a opção do
indivíduo era aderir o conteúdo da norma.
2) INEFICÁCIA ANÔMICA – Desumprimento da norma que o indivíduo
considera inadequada ou injusta, a pessoa viola a norma por convicção –
grupo terrorista acredita que age por interesse da humanidade. Quadrilha
profissional (asslato, tráfico de drogas, sequestro) assumem a prática
delitiva como opção de vida que lhe sustenta (inovação).

O Estado pode adotar 4 posturas diante da situação de ineficácia anômica:


1) Manter a norma formalmente em vigor e tolerar a violação – ineficácia da
norma- o Estado não garante a eficácia de sanção. EXEMPLO – Pratica de
aborto difundida no Brasil;
2) Realizar uma mudança na legislação revendo ou modificando normas para
harmonizar os direitos com os valores da sociedade. EXEMPLO- Prestação
de serviços alternativos para quem recusa a servir as Forças Armadas por
motivos religiosos;
3) Fazer propaganda moral paraconvencer as pessoas a respeitar
determinadas leis. EXEMPLO- Campanhas contra uso de drogas tentando
mudar a opinião dos jovens que acreditam que a droga é sinônimo de
liberdade;
4) Intensificar a repressão para combater a tendência anômica. EXEMPLO – O
combate a criminalidade e aos crimes violentos hediondos – Política criminal
repressiva.

ANOMIA E PODER

 A anomia enquanto falta de normas de referencia em determinando contexto, esta


relacionada aos conceitos de autonomia e heteronomia.
 AUTONOMIA- o indivíduo rege suas próprias leis;
 HETERONOMIA – Submissão as leis estabelecidas por outros.
 As normas são estabelecidas pelos detentores do poder e impostas a todos,
independentemente da existência do consenso- portanto as normas jurídicas são
heterônomas;
 A anomia aqui não significa a falta de normas , mais uma situação de conflito entre as
normas oficiais e as normas do grupo social- conflito entre a autonomia dos grupos sociais e
a heteronomia dos grupos estatais;
 A anomia aqui pode ser caracterizada como uma ausência do Estado na efetivação dos
direitos sociais; abandono de parcela da população a sua própria sorte, propiciando o
aparecimento de grupos de poder, que ocupa o espaço deixado pelo Estado, com práticas
delitivas. Exemplo – Traficantes que assistem famílias abandonadas pelo Estado – laços de
solidariedade.

O DIREITO COMO PROPULSOR E OBSTÁCULO DA MUDANÇA SOCIAL


 Mudança social - Indica uma reestruturação das relações sociais. As diferenças de opiniões
e de interesse criam conflitos, que muitas vezes causam modificação na estrutura da
sociedade;
 A mudança social relaciona-se com as mudanças do direito, com a modificação das normas
legais e sua aplicação no seio da sociedade.
 EXEMPLO- CASAMENTO x UNIÃO ESTÁVEL.

RELAÇÃO ENTE DIREITO E SOCIEDADE


 O CONTEXTO SOCIAL DETERMINA O DIREITO OU O DIREITO DETERMIA O
CONTEXTO SOCIAL?

POSIÇÃO I
 Entende que o direito como manifestação social determinado pelo contexto sociocultural na
sociedade produz o direito que lhe convém.
 Os autores mais críticos sustentam que existe apenas uma imposição de interesse por parte
dos grupos que exercem o poder, estes impõem aos sujeitos mais fracos as regras de conduta
que permitem reproduzir em nível normativo a dominação social.

POSIÇÃO II
 Entende que o direito é um fator determinante dos processos sociais – o direito possui uma
capacidade de determinar o contexto social, de atuar sobre a realidade e de muda-la.
 EXEMPLO - Lei de obrigatoriedade do cinto de segurança – impõe a sociedade novo tipo
de comportamento.

POSIÇÃO III
 O direito é em geral configurado por interesses e necessidades sociais, ou seja, é produto de
um controle sociocultural, o que não impede de influir sobre a situação social, assumindo
um papel dinâmico, ou seja, o direito tem um duplo papel na sociedade – ativo e passivo

RELAÇÃO ENTRE O SISTEMA JURÍDICO E A MUDANÇA SOCIAL

 As mudanças sociais são causadoras das reformas legislativas impostas nas últimas décadas
- são mudanças tecnológicas; sociais, políticas, demográficas, necessitando em cada
situação de mudança social, uma análise da eficácia de cada intervenção legislativa- o papel
ativo do direito na mudança social.
 TESE DO CONSTRUTIVISMO JURÍDICO – O direito pode influenciar no
comportamento das pessoas na sociedade- Hunt. Defende que o direito é um instrumento de
governo, permite proteger determinados interesses, e impor padrões de comportamento,
mudando a sociedade.

 OS SOCIOLÓGOS DO DIREITO SE DIVIDEM EM DUAS OPINIÕES:


I- O direito é um instrumento do governo conservador que atua como freio para as
mudanças sociais mais importantes;
II- O direito pode ser um instrumento propulsor da transformação social.

ANÁLISE:
 Para a PRIMEIRA CORRENTE o direito impede a mudança e sustenta um sistema
jurídico lento ao detectar as necessidades sociais, muitas vezes impedindo mudanças
– o direito funciona como fator negativo – papel conservador do direito.
 Os marxistas consideram que o sistema jurídico é um instrumento que permite a
manutenção do poder da classe dominante e reproduz as relações sociais de
exploração;
 Os moderados defendem que o direito desenvolve uma espécie de resistência diante
de determinadas mudanças sociais – defasagem entre a lei e a realidade social –
Código Penal – “mulher honesta” e “honra social”.
 Para a SEGUNDA CORRENTE o direito é um instrumento eficaz para a consecução
de grandes mudanças sociais – o direito desempenha uma função educadora – papel
progressista do direito. Socialismo Jurídico – propõe adoção de medidas preventivas,
confiando no papel transformador do direito – a reforma jurídica possibilita a justiça
social, sem submeter a sociedade a experiência violenta da revolução.
 EXEMPLO: Reforma do Direito Penal – descriminalização de determinados delitos,
introdução de penas alternativas;
 Adoção de uma política criminal minimalista –Baratta- adequada a reforma jurídica
contribui para a mudança nas estruturas sociais, geradora do circulo viciosos da
violência, permitindo exercer o controle social de forma mais humana e civilizada;
 A história nos oferece exemplos de que a tentativa de mudar o comportamento das
pessoas por meio do direito foi um completo fracasso. EXEMPLO: Lei Seca –
Consumo e comercialização de bebidas alcoólicas.

 A influencia do direito na mudança social pode ser do tipo direto e indireto –Soriano-
 DIRETO - Limitação da velocidade, uso obrigatório do cinto;
 INDIRETO - Reformas no Programa de Educação – matéria e métodos de ensino
que mudam o comportamento.

POSIÇÕES DO DIREITO QUANTO A MUDANÇA SOCIAL

I – RECONHECIMENTO - O direito reconhece por meio de suas normas a nova realidade social
declarando a sua legitimidade as vezes criando instrumentos jurídicos que consolidam mudanças;
II- ANULAÇÃO - O sistema jurídico opõe a mudança, ignorando ou até mesmo aplicando sanções
contra determinadas inovações.
III – CANALIZAÇÃO – O direito tenta limitar o impacto de uma mudança, ou alterar os seus
efeitos, por intermédio de reformas que satisfazem parcialmente as reivindicações sociais;
IV- TRANSFORMAÇÃO – O direito assume um papel particularmente ativo, tenta provocar uma
mudança na realidade social por meio de reformas e lentas – transição ou mesmo radicais e
rápidas- revolução.

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