Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
I J > I i~ A~ I
r • ~ 'ti l <) *
2.
107
\
\
•
A re a · · ·· ·
'
6. Apesar disso, é irrealístico
conveniênc· pensar que se logre evitar totalmente a
a norma. Para não ir mais longe: como se procederá se um acusado
consegue demonstrar de maneira cabal sua inocência: com apoio em
pr~va que se descobre ter sido ilicitamente adquirida? Algum juiz se .
arumará a perpe~ injustiça consciente, condenando o réu, por mero
temo~ d: contraVIr à proibição de fundar a sentença na prova ilícita'! Essa
questão Já preocupa a doutrin~ que nega em tal emergência a aplicabilidade
do art. 5A, na LVI, da Constituição. Invocando jurisprudência norte-arneri-
cana, argumenta-se .g~e o d!reito d_e provar a inocência deve prevalecer
sobre o interesse de ~roteção ue inspira a norma proibitiva, e acrescentà-
.~e que não pode interessar ao Esta4o a con enação de um inocente, a qual
iriíplicãrá tâlvez ·a linpunidade do verdadefro culpado9 • · =
9. Assim, na mais recente literatura, AN" tNlO MA\'"' "'"'s (io~u I :u tto, ~,,J,, ''
direito à prova no {Jrocessn penal, S. Paulo, 1995, p. 107. A '"'"'Ntnn un~h• u. \nv'
cando a garantia constitucional da ·•atnpla d ~{csa", l:hc '(' I 1 ' ( hJ 11 ' o (in' "' 1 ' "
CASTANHO nH CARVAI.IIo, O {Jtll<'e~,·~·o /X'IIlll <'111 jtlc '(' lltl (~orl\lftul~llo. '('o''' J&tn h
1992, p. 25/6. Para ela tatnht'nl pal'c 'C in 'lin~u !-' -. c1nho1n '-''" tt·unu nu·uu 1\t l
cos, J ú LIO l:;AIUliUNI MtHABI·.n·, /'ro('<wso l'''"al, ,• .,.d , S Puuh•. It,,, p 'f.. , ut
te infunua Lutz l•t~t\N<'t~co 'I otH UJ~ro Avo1 to, l)lrl\'ll~ •ltc lttn, ' t'nntu tt)~l \ 1
"'M ·sas d' Putt·c:;;~,u P ·nal''. hJ•ndns nu lk'plttnnu~ ntu ''\'I hu hu l'u U\ t
In, h· tlt · Ilil 'i tu (la t lnt V\'1 sidndt' th' S Puu,o, t un \ uu '"" "' littUd
ptuutt.• fU o110 i\ 'u "Pntll""' ( • utUtJn(l • nu I'''"' • \I
t •li '"lu . l"l h 1n t1 u "' u ti I ,..
II
cantes de drogas estão muito .
e aca e · ·
7• Seja como for, o essencial aqui é pôr em realce o caráter relativo que
por força se tem de atribuir ao princípio constitucional atinente à
inadmissibilidade das provas ilicitamente adquiridas 10• Visto que, ainda
entre os juristas mais comprometidos com a tese da proibição, se acaba
por adtn.itir que ela não se aplica de modo automático e indiscriminado
sob quaisquer circunstâncias, fica aberta a possibilidade de uma cons-
trução jurisprudencial que tome na devida conta as variáveis necessida-
des sociais.
Sabemos to~os que as normas jurídicas em geral, e as normas cons-
titucionais em particular, se articularn nurn sistema, cujo equilíbrio im-
11õc que em certa medida se tolere detrimento aos direitos por elas confe-
t i tios. Os interesses e valores que as inspiram não raro entram em confli-
(t ) ltllS com os outros, de tal sorte que se torna impraticável dispensar a
(lll<ls, <lO mesmo tempo, proteção irrestrita. Paaa assegurar a ha•monia
( lt) '<)njunto, é imperioso reconhecer que eles se limitam reciproca•nente
,te tll(ldo inexorável. Basta recordar, or exem lo, como ali ade de
1u:u1i r ~st<l -ão do pensamento e a da atividade de comunicação
nc,nttrar frot1teiras na necessidade de resguardar a honra alheia ou o
tltt t ' ()<I{) (\tttor d divulgar ou não os produtos de seu e a• te.
(l()ssit i I i{l«tdc de provar alegações em juízo 6 ínsita na de subme-
t .1 . 11r" ·ia 'Ü<l (lt) P<Kier Ju(liciário qualquer lesão ou ameaça d;reito
( ·,,u tit ai ·n<l. ntt. 5 ', 11 XXV). Não parece razoável que e lhe •.. : ~~·
_ e no res · ·
· os tn eres ·
~
qüência, porem, não se produz senão quando s trata l'l únict• fun<l ""''"
to, ou pelo menos do fundamento princi1 ai da{J~ci~ã(). S · \l iuiz, U(t 1\\ t\1
la, invoca outras razões, suficientes d per si llll 'r (liz ·r. st• (» ~·\ll\t '\Uh
da sentença permaneceria idênliC{) aitt(la -<ltn allstraçatttl,, 111'~ ,, '"'l'l
nada como inadn1issívcl , então nã(> há 1x1r <tu -in alâtlua (t 1ul 'un ut''
a senten · ·
ente gravada•3.
Idêntica posi ão nu . .
- e a ress v · · ,
Acerca da · · · A ,
16. Nesse sentido, v. g., ToURINHO FtLHO, Proce~so fJellal, 3 Vt)\., l ..,' d ,
Paulo.1990,p.213;AoAPBLLEORtNIGRIN<>VER,AtmlNn)S AR N<'l,ftltN •ns • ' '
N&o MAGALHÃES GoMES FILHo. ob. cit. (nota ll ), p. 147, com indi d ~ JUri \ ''
cia_ às quais é oportuno acrescentar o tnencionado acórdão do Su1n '""' t '\
dera], de 30-6-1993, no Habeas corpu,t nA 69.912. O nl~~ttl() argun\ ntu, nl1
51
foi utilizado no julgamento da Ação Pcnttl n 3tl7 . a que n s 1 -lc•i"'' ' \
subseqüente do texto. Diversan1ente,. ao julgar o HlliJe(l,\" fOilU''" "u (,q ,_( (
a Corte Suprema havia admitido a eficácia d aut lfi1~\Ç:t(.l judi .,,,, t t ' •
conversa telefônica entre uma das vítitltas de con u~'-'3t.) s u 1d l u l\l (
Jurisprudincia, v. 144, p. 213) .
17 .Rev. Forense, v. 335, p. 183 e s. Regislt , qu , Jld
de votos, foi rejeitada (p. 185, 437) a tese de que a i li
repercutiria sobre as adquiridas em ,
veis; isto 6, o Tribunal nio aplicou tri
votodo C M J ,,.
mo Tribunal na,
rcueraJ. O relator. Mi ·
interceptação na._.o . e Inl ora das hipóteses e da forma da
, sena ssível · ·
e a conversa ·
11.. Tampouco parece razoável e o tema, ao nosso ver, faz jus a consi-
deração especial a diferença que se estabeleceu (c) entre o ca•11po
20. De acordo: ADA Plil I..EC ii~INl (rlUN< )V\ H' AN l ( 'N'~' s( '"~ N< ' 't' lt N N\ ,, 1 ' '
21.. V. .t: ... a 'r'dihilidad' do ~il'ilu ptuhN i ntnl ; \ 1(/, '' "'
1
I IH
sa no tópico aqui focalizado A .
, a 1na o " . .
1 J ( 't '~,,' l{nu s-n ~~,uh. c vot cit. (nota 10), p. 12.
U(t t I~
• \ \ tu • t '" t'Hiltt •vca1itla: \'ide, por exemplo, Me ColM\cK, On
, d 1• • ''·~H Wu'' f\\ S11 nNt •• St Paul, 1992, p. 284; DB.L CAtlMBN,
ll•l"ttu,t. l'~q 1, p (,0
' I \ ldt I I• \1 , , H 11 , (., in1i11(d Pn)(·edurt, 21 ed. , St. • 1992. p. \\
1• c Hl r 11• 1 oh t '' (no\ a \),,,,\OI • s. ( ~,\\ anlbas as
uli puul ', 1' l' \'uf•lf '"' < urut).
\
so ctvll e o pe~al susctta questões interessantes no plano teórico e impor-
'
~!es no práti~o. Uma delas se refere à eventualidade de que, em pleito
ctvtl, ~guém mvo~ue, como elemento de convicção para o juiz, prova
p~oduztda em antenor ~rocesso penal. A doutrina e a jurisprudência pá-
tnas reconhecem eficácta, sob determinadas circunstâncias, à. prova "em-
prestada'' isto é, transferida de um para outro processo , contanto •
A essa ind ·
8lr toda relevâncta às questões enfrentadas e resolvidas
no processo d ·
14. O [lroblema das provas ilícitas inclui-se entre os mais árduos que a
'i , •• i a processual e a política legislativa têm precisado enfrentar, dada a
, in Uiar r levância dos valores eventualmente em conffito. De um lado,
1
(''"'.'' f'"'l'roc(·s.'lo l)(!llal,. Coimbra, 1992, p. 11tn.Interessante notar que nos Estados
\ luulox, ~utt ~ outrns casos . se tem repelido a tese da ilicitude "'dedvada" ou ''por con-
t """'' '.Ul, \f\Htndo o orgão judicial se convence de que, fosse como fosse, se chegaria
uu vtt,,v ''"' ·ntc'", nas cin:unstâncias, a obter a prova por meio legítimo,. isto é, ainda
u I ''' ' t• .,hsh .tçan da il 'galidadc pmticada.
uJ (.,, ,, ~ ~ ·a n cnsinan :!>nto conspícuo, mais importa. no combate à a iminali~
tnt ''" • ·~ tl~lin,tli ·nt 'S tiquctn itnpunes do que exasperar as penas. \ide, entre ·
'•ut' , n , '' 1 ' , lt'sxt ·a (t . ' t~H \RA, P1t1grt11tJa do curso ck direito crilninGI, de losé
'' 1 ti ~ l ~c nn 't' 'l·hini I. \{. l>t~tcs Barra, S. Paulo, 1951, § 64~ v. li, p. 8S: "A.
I '' ' uu u '' ohtrHv,, ,la 1 'na~" "'U\:onlru nlais em razão de sua cerwta que da seve-
' ,,,, lt ''' t'l ' '-'stn M.'n\ ..tqu --\a é ilu~ótia"' (grifado no ori • ).
\O \trut · •\' "'' (\Ht" '""'~hl do prcântbu\o da Convenção de Viena, de 20-ll-
1t t ' "' ,<t' " tu I,, ct ''~ ap• lVadn ' "'(} ongresso Nacional em 14-6-1990 e
"'"' ul t p' tn I) n) \ ', d<' 6 6 \ t.)c.t l: ''As Partes nesta Convençio, ( ......)
, • uh• u tu '' • tt'"' " ' \ "Ul cnhc u lra\1"u i\lcito c outras~
. ..
't' ' h ' t' ton '~"' ~. "'""~ "'"'·"" ,,~ cc.)l\t.nn1~\s \{c\t" e a
' Ut '" ' ' o\ ~·• "" ' lh ~~ I ~,,,\\n~~ \~\' ''"" nd<l
1
que
t t U t \ tH ~\~ Hh 4 lttn U\t \ H\\t''"•'\'HU \\ ~ "''' "\lt' l\t e
t ~~1 ,, 1' , •• t I ,,1 t "' ,, ''" no"'' ''" ''