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ANICETO CIRINO DA SILVA FILHO.

Mestre em
Educação na Área de Concentração em Ensino
Superior e Gestão Universitária, Especialista em
Docência Superior e em Metodologia do Ensino
Superior. Professor de Lógica, Epistemologia,
Filosofia da Educação, Filosofia Jurídica e Ética nos
cursos de graduação e pós-graduação de várias
IES: Filosofia, Psicologia, Direito, Educação Física,
Secretariado, Serviço Social, História, Biologia,
Geografia, Pedagogia, Letras, Ciências Sociais e
Administração.

TEORIA GERAL DO CONHECIMENTO (Resumos/Resenhas de aulas/textos)

Atenção para as considerações básicas (somente para fins didáticos)

NOÇÃO: Uma explicação ou interpretação filosófica do conhecimento humano.

OBJETO: A análise do fenômeno do conhecimento centrada na correlação sujeito-objeto.

PROBLEMAS FUNDAMENTAIS:
da Possibilidade
da Origem
da Essência
da Forma
os critérios da Verdade

CONSIDERAÇÕES GERAIS:
fundamentalmente metafísico ( N. Hartmann )
fundamentalmente crítico ( Kant )
culmina numa ontognoseologia ( M. Reale )

PROBLEMATIZAÇÕES BÁSICAS:
Onde reside o conhecimento? - Na íntima correlação entre sujeito e objeto.
Qual a função do sujeito? - Consiste em apreender o objeto.
Qual a função do objeto? - Em ser apreendido pelo sujeito.
Do ponto de vista do sujeito: - Na apreensão, o sujeito se projeta para o objeto,
penetrando na sua esfera.
Do ponto de vista do objeto: - Ao ser apreendido pelo sujeito, o objeto continua como
algo exterior ao sujeito.

AS FASES DO PROCESSO DINÂMICO DO CONHECIMENTO:


A projeção do sujeito em relação ao objeto;
A penetração, por parte do sujeito, na esfera do objeto;
A captação das propriedades do objeto;
O retorno do sujeito a si mesmo, surgindo a consciência do objeto captado através da
imagem.

Atenção:
As determinações do objeto não se modificam pelo fato de haver sido captado.
O objeto não é imanente ao sujeito.
No sujeito acrescenta-se algo que o modifica, a imagem do objeto.
A consciência do objeto consiste na determinação , através da imagem, no sujeito, das
propriedades primárias do objeto.
O índice de objetividade que permanece no objeto continua exterior ao sujeito.
O sujeito ao apreender o objeto não se comporta passivamente, sua atitude é ativa,
dinâmica.
Há uma participação criadora da consciência na construção da imagem.
A imagem sofre o fluxo da subjetividade.

O PROBLEMA DO CONHECIMENTO: QUESTÕES FUNDAMENTAIS


Pode o espirito humano conhecer o real?
Pode o sujeito apreender o objeto?

Já estamos diante do primeiro problema da Teoria do Conhecimento. Verificaremos as “posições


epistemológicas” ou correntes filosóficas e suas principais teses.

I - A POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO

DOGMATISMO : “Doutrina fixada”. Dogmatikós em grego significa “que se funda em


princípios” ou ” é relativo a uma doutrina”

Caracteriza a infância da humanidade; da razão humana; sem suspeitar sequer, de seus


limites ou condições para obter o conhecimento e alcançar verdades universais quanto
ao ser, a existência e a conduta.
Posição epistemológica para a qual não existe ainda o problema do conhecimento ( a
relação entre sujeito e objeto ).
Suprime o problema do conhecimento, pelo desconhecimento de que ele reside na
relação entre sujeito cognoscente e objeto conhecido.
Os objetos do conhecimento nos são dados absolutamente - os objetos se impõe ao
sujeito.
O dogmático se apega á certeza de uma doutrina (atingiu uma certeza nela permanece )

DIVISÃO: Dogmatismo - Ético: trata-se do conhecimento moral.

Dogmatismo Religioso: trata-se do conhecimento religioso

CETICISMO : Skeptikos, em grego, significa, “que observa”; “que considera”; concluindo


pela impossibilidade do conhecimento.

O sujeito não pode apreender o objeto.


O objeto é como se não existisse para o sujeito.
Não devemos formular qualquer juízo, mas sim abster-nos totalmente de julgar.
O cético conclui pela impossibilidade de toda certeza e, nesse sentido, considera inútil
esta busca infrutífera que não leva a lugar nenhum.
“Não há nenhuma verdade” - Posição essencialmente negativa.
DIVISÃO: Ceticismo geral : Quando abrange um conhecimento geral.
Ceticismo Parcial : Apenas um conhecimento relativo a um setor da realidade.

Outros exemplos : Metafísico, Ético, Religioso.

ATENÇÃO: O ceticismo absoluto ou radical encerra a sua própria contradição, pois


afirmando a impossibilidade do conhecimento já está admitindo a existência de um
conhecimento expresso nesse juízo.

RELATIVISMO E SUBJETIVISMO:

Constituem uma modalidade do ceticismo, pois negam a verdade - “não há qualquer


verdade universalmente válida “ (verdade absoluta) .

Relativismo: “Toda verdade é relativa ao sujeito que conhece e julga”.


Sublinha a dependência de fatores externos. Considera a influência do meio.

Representantes: Os sofistas ( Protágoras )

Subjetivismo : O conhecimento humano depende de fatores que residem no sujeito


cognoscente.
um juízo só é válido unicamente para o sujeito individual que o formula.

Contradições: Relativismo - “ Toda verdade é relativa”.


Subjetivismo - “ Toda verdade é subjetiva”.
OBS.: Verifique que os juízos são universais.

PRAGMATISMO :

Estabelece um novo conceito de verdade;


Verdadeiro significa útil, valioso, fomentador da vida.
O homem é essencialmente um ser prático, um ser de vontade e de ação.

Fundador: WILLIAN JAMES


Representantes: SCHILLER E NIETZSCHE.

CRITICISMO : Significa “ examinar” .

O seu comportamento não é dogmático nem cético, mas reflexivo e crítico.


O Criticismo é “o método de filosofar que consiste em investigar as fontes das próprias
afirmações e objeções e as razões em que as mesmas assentam. Método que dá a
esperança de chegar a certeza”.
Única posição justa na questão da possibilidade do conhecimento.
POSITIVISMO

I - Comte e sua época:


Isidore Auguste Marie Xavier Comte (1798-1857) - Representante principal do
positivismo
Formação: Matemática e Ciências Naturais.
Dois encontros: Saint Simon (1760-1825) e Clotilde de Vaux
Influência marcante: Condorcet (1743-1794)
Principais Obras: Curso de Filosofia Positiva ( 1830 - 1948 ); Curso de Política Positiva
(1851 - 1854 ); Catecismo Positivista ( 1850 ); Síntese subjetiva ( 1856 ).

Em sua obra “ Discurso Preliminar Sobre o Espírito Positivo”, Comte define os vários
sentidos do termo “positivo” :
Positivo designa aquilo que é real em oposição ao quimérico ( irreal, fantasioso ), este
novo espírito filosófico irá excluir de suas investigações os “mistérios impenetráveis”
(como a busca das causas primeiras e últimas), com as quais os homens se ocupavam
em sua “ infância histórica”.

Da utilidade do conhecimento positivo : O termo Positivo designa o contraste entre o útil


e o ocioso - o conhecimento científico tem por finalidade o melhoramento contínuo de
nossa verdadeira condição individual e coletiva e não a “ curiosidade estéril “.
OBS.: O caráter utilitário do conhecimento está ligado a defesa do princípio da
perfectibilidade do homem (sustentado pelo Iluminismo ) enquanto capacidade do
homem de aperfeiçoar-se, de ser educado ( entendendo a educação como o instrumento
e permanente exercício de aprimoramento ).

A certeza do conhecimento positivo: A Filosofia Positiva deixa de lado as “dúvidas


indefinidas“, os “debates intermináveis“ e a “indecisão “ que caracterizam os outros
sistemas filosóficos.

A “precisão “ do conhecimento Positivo: O novo espírito filosófico busca um grau de


precisão compatível com a natureza dos fenômenos, opondo-se ao caráter impreciso da
moda antiga de filosofar, que conduzia necessariamente à opiniões vagas.

O termo positivo designa o contrário de negativo: Para Comte a verdadeira Filosofia


moderna estaria “destinada por natureza, não a destruir, mas a organizar”.

Lembre-se sempre que a “ordem” apresenta-se como um dos conceitos-chaves do


positivismo e ao mesmo tempo um objetivo a defender. Segundo Comte todos os seus
predecessores foram apenas críticos.

II. - A instituição de um novo campo do saber:


Este novo campo de saber vai ser chamado, de início, de Física Social. Segundo Comte
a “Física social é uma ciência que tem pôr objetivo o estudo dos fenômenos sociais,
considerados no mesmo espírito que os fenômenos astronômicos, físicos, químicos e
fisiológicos”. É bom saber que o termo SOCIOLOGIA foi utilizado por Comte somente em
1839, em sua obra “Curso de Filosofia Positiva”.

III- Pressupostos básicos do Positivismo :


3.1 - Rigorosa identidade entre os processos naturais e os processos sociais : A
sociedade é regida por leis semelhantes àquelas que regem a natureza, isto é, leis
invariáveis, independentes da ação e da vontade humana.
3.2 - Homogeneidade epistemológica entre ciências sociais e ciências naturais: A
sociedade deve ser estudada através dos mesmos métodos empregados pelas ciências
da natureza, baseados em modelos matemáticos e nos preceitos da observação
metódica dos fatos.
A identidade metodológica resulta da identidade afirmada entre natureza e sociedade.
3.3 - Objetividade e neutralidade como princípios fundamentais do conhecimento
científico :

A . A noção de “objetividade” implica em tomar os fatos sociais como “coisas”. Esta


proposição fundamental do método Positivo, defendida por Durkeim em “As Regras do
Método Sociológico”, tem sido simplificada, distorcida e mesmo caricaturada. Continua
Durkeim : “não afirmamos que os fatos sociais sejam coisas materiais e sim que
contituem coisas ao mesmo título que as coisas materiais, embora de maneira diferente”.
Durkeim defende a materialidade dos fenômenos sociais, da própria sociedade,
recusando-se a tratar esta última como simples idéia ou mera projeção da subjetividade.
Duas condições são necessárias para o conhecimento sociológico:
1 - A inteligência deve “sair de si mesmo” ( pela observação e experimentação ), ou seja ,
o investigador não pode atingir a compreensão dos fenômenos sociais pelo simples
processo de análise mental, introspectiva;
2 - O investigador deve partir do princípio de que se ignora completamente o que são
“fenômenos sociais”, evitando cair na mesma especulação.

B - A noção de “neutralidade” : Já suficientemente criticada pelas Ciências Sociais


contemporâneas ( questionavam inclusive a utilização e o significado do próprio termo
ciência ), tem o positivismo o significado de uma postura de “isenção” e “ imparcialidade”
a ser sustentada pelo pesquisador.

O princípio da neutralidade se ancora em dois pressupostos:

1 - O estudo dos fatos humanos e sociais não pode fundamentar nenhum juízo de valor,
que implica a afirmação / imposição de um “julgamento moral”, ( do tipo bom ou mau ).
Acontece que a própria sociologia de Comte e Durkheim está repleta de juízos de valor.
(Devemos lembrar os ditos fenômenos “normais” e “patológicos”, o apelo comteano à
reforma da sociedade com vistas a manutenção da ordem e da harmonia social).

2 - O pesquisador deve procurar evitar toda “deformação“ de seu objetivo de


conhecimento, deformação esta provocada por simpatias ou antipatias, em relação ao
objeto estudado.
Observe agora com atenção: Embora se possa e deva concordar com a necessidade de
o pesquisador “distanciar-se”(razoavelmente) de seus preconceitos e opiniões, de suas
simpatias e antipatias, o sujeito do conhecimento, na Sociologia, não é nunca um “sujeito
imparcial”. Em virtude de ser um sujeito ativo e social, tem interesses e posições,
estudando a sociedade de uma dada perspectiva.

IV- OS DOIS GRANDES TEMAS DA TEORIA COMTEANA:


A Filosofia da História e a Classificação das Ciências.

- A Filosofia da História : Pode ser considerada sinteticamente pela Lei dos Três
Estados. Se fundamenta numa concepção contínua e progressiva da história humana.

1º- Estado: Teológico ou Religioso:


Faculdade humana básica: A imaginação
Classes dirigentes: Sacerdotes e Guerreiros;
Formação política : A monarquia aliada ao militarismo;
Fases : Fetichismo ou animismo, politeísmo e monoteísmo.

Procure compreender: Durante o estado teológico ou religioso o mundo é explicado


através da “natureza intima” das coisas, desde a sua origem até o seu destino último. O
universo é compreendido pela intervenção dos seres sobrenaturais.

2º- Estado: Metafísico ou Abstrato:


Faculdade humana básica : Pensamento racional e argumentação lógica.
Classes Sociais : Predomínio dos filósofos e juristas.
Forma Política: Os reis são substituídos pelos juristas. O estado é baseado na soberania
do povo.

É bom ressaltarmos que, assim como no estado teológico, o estado metafísico, busca
soluções absolutas ou eternas para os problemas do homem. Mas, substitui a
imaginação pelo pensamento racional e argumentação lógica. Substitui a crença em
seres sobrenaturais por idéias abstratas (como força vital ).

3º- Estado: Positivo ou Científico


Faculdade humana Básica: A principal fonte do conhecimento passa a ser a observação .
Cada posição deve corresponder ao fato ou a própria razão.
Classes dirigentes : O poder espiritual passa as mãos dos sábios e cientistas e o poder
material para o controle dos industriais.
Forma política : O Estado passa a ser dirigido pelos cientistas e industriais.

Nessa fase o conhecimento deixa de buscar as causas dos fenômenos, origem e fim de
tudo que existe para investigar suas leis enquanto relações constantes entre fenômenos.
Os fenômenos deixam de ser reduzidos a um só princípios ( Deus ou natureza ). A
experiência irá mostrar uma limitada interconexão entre determinados fenômenos. O
conhecimento científico baseia-se na observação e na previsibilidade dos fenômenos. O
preconceito do “ver para prever” ( observação aliada a previsão) implica em um
desenvolvimento da técnica, correspondendo aos requisitos de planificação racional
exigidos pela era industrial.
V- Classificação das Ciências :

Os critérios de classificação das ciências são os de níveis de complexidade crescente e


generalidade decrescente.
O processo de surgimento das ciências tende a caminhar no início a partir de
conhecimentos e teorias mais gerais, até teorias que estudam apenas uma área ou setor
da realidade.

Comte admitia que a ciência jamais atingia a compreensão absoluta dos seus objetos de
estudos respectivos.

Ordem de classificação das Ciências : Matemática , Astronomia, Física, Química,


Biologia e Sociologia.

A sociologia engloba para Comte parte da psicologia e toda a economia política, a ética e
a Filosofia da História.

Para Comte a sociologia se apresenta como ” O fim essencial de toda filosofia positiva”,
já que a totalização do saber somente poderia ser alcançada através da sociologia, na
qual tudo culminaria com a formulação de um sistema verdadeiramente indivisível onde
toda decomposição é radicalmente artificial(...) tudo relacionando-se com a humanidade,
única concepção completamente universal.

A sociologia se divide, para Comte, numa Estática Social e numa Dinâmica Social.
Estática ou Teoria da ordem natural da sociedade: Estuda as condições constantes das
sociedades, as relações de equilíbrio das diversas instituições.
Dinâmica ou teoria Geral dos Processos da humanidade: Investiga as leis do progressivo
desenvolvimento da humanidade. O processo fundamental deste ramo da Sociologia é o
progresso.

OUTROS TEMAS: A Moral (ciência), Religião, Política e Economia.

A Moral e suas teses: - Exaltação do sentimento e do Altruísmo (viver para outrem);


- Negação dos direitos em favor dos deveres;
- Crítica à liberdade de consciência.

A Moral e a Religião: Funda uma nova religião : “A Religião da Humanidade” ( O


Grande Ser).
A Moral e a Política: - Desperta nos súditos sentimento de obediência e sujeição.
- Desperta nos governantes sentimentos de responsabilidade no exercício da
autoridade.
A Moral e a Economia : - Tornar os ricos perfeitos administradores de seus bens.
- Tornar os pobres dependentes e satisfeitos com a sua posição social.

CONSEQÜÊNCIAS:
O surgimento do cientificismo: exaltação da ciência como forma mais adequada de
conhecer, criticar o conhecimento mítico, religioso ou metafísico, por não se fundarem na
experiência do fato positivo.
O reducionismo ( do cientificismo positivista ): reduziu o objeto próprio das ciências à
natureza observável, ao fato positivo. Reduz a Filosofia aos resultados das ciências.
Reduz as ciências humanas às ciências da natureza.
Criação de mitos : O mito da cientificidade; O mito do especialista; O mito da
tecnocracia; O mito do progresso.
II - A ORIGEM DO CONHECIMENTO:

Há dois polos no processo do conhecimento: O sujeito cognoscente (que é o sujeito que


conhece) e o objeto conhecido.

Cabe perguntar: A consciência cognoscente apoia-se de preferência, ou mesmo


exclusivamente, no pensamento ou na experiência? Onde reside a origem do
conhecimento?

Vejamos o que acontece agora: As soluções apresentadas a essas questões vão


originar duas correntes, o Racionalismo e o Empirismo.

RACIONALISMO ( de ratio = razão ): Posição epistemológica que vê no pensamento, na


razão, a fonte principal e verdadeira do conhecimento humano.

Na Idade Antiga: A forma mais antiga do Racionalismo encontra-se em Platão.

PLATÃO (século IV a. C.) e o Racionalismo Transcendente:

 Os sentidos não podem nunca conduzir-nos a um verdadeiro saber.


 Tem que haver, além do mundo sensível outro supra-sensível, do qual tire a nossa
consciência cognoscente os seus conteúdos. Platão chama a esse mundo supra-
sensível, ou “mundo das Idéias”.
 Todo conhecimento é uma reminiscência (Teoria da Anamnésis): A alma
contemplou as idéias numa existência pré-terrena e recorda-se delas na ocasião
da percepção sensível.

O Esquema dos Dois Mundos: BEM

Idéias Dialética
MUNDO INTELIGÍVEL (Noésis)

Objetos matemáticos Conhecimento matemático


Ciência (EPISTEME)

REALIDADE V E R D A D E I RA

Objetos sensíveis Crença (pistis)


Opinião (DOXA)

Sombras / Ilusão Conjecturas


MUNDO SENSÍVEL
REALIDADE APAR E NTE

Na Antiguidade: Filosofia Patristica

SANTO AGOSTINHO (século IV d. C.) e o Racionalismo Teológico (Teoria da Iluminação


Divina ).

As Idéias convertem-se nas idéias criadoras de Deus;


Colocou o mundo flutuante das idéias platônicas no Espírito Divino;
O conhecimento tem lugar sendo o espírito humano iluminado por Deus;

Idade Moderna:

DESCARTES e o Racionalismo Imanente - Teoria das Idéias Inatas (“ideae innatae”):

O autor constrói o Racionalismo dando prioridade ao sujeito sobre o objeto.


Descartes é o “pái da Filosofia Moderna” e com ele a Célebre fórmula : “cogito, ergo
sum” = “penso, logo existo”.
Para Descartes, as idéias inatas, são idéias da razão, independentes das idéias que
“vem de fora”, formadas pela ação dos sentidos, e das outras que nos dadas pela
imaginação. São idéias claras e distintas, portanto, verdadeiras.

CONCLUSÃO CRÍTICA: O mérito do Racionalismo consiste em ter visto e feito


sobressair com energia o significado do fator racional no conhecimento humano. Mas é
exclusivista ao fazer do pensamento a fonte única ou própria do conhecimento.
Outro defeito do Racionalismo consiste em respirar o espírito do Dogmatismo.

EMPIRISMO ( Experiência ):

Opõe -se a tese do Racionalismo.


A única fonte do conhecimento humano é a experiência.
A consciência cognoscente não tira os seus conteúdos da razão; tira-os exclusivamente
da experiência.
Todos os nossos conceitos, incluindo os mais gerais e abstratos, procedem da
experiência.
O empirismo parte dos fatos concretos.

Fundador: JOHN LOCKE ( 1632 - 1704 ):

Combateu com toda a decisão a “Teoria das “ idéias inatas “. Para ele, a alma é um “
papel em branco “( tábua rosa ) , que a experiência cobre pouco a pouco com os traços
de sua escrita.
LOCKE , admite uma experiência externa ( sensação ) e não descarta a experiência
interna ( reflexão ) .

DAVID HUME ( 1711 - 1776 ):


Também defende o princípio fundamental do empirismo. Segundo o qual a conscência
cognoscente tira os seus conteúdos , sem exceção, da experiência.
CONDILLAC ( 1715 - 1780 ):

Transformou o empirismo no sensualismo.


Condillac critica Locke por ter admitido uma dupla fonte de conhecimento: a experiência
externa e a experiência interna. Para ele só há uma fonte de conhencimento : a
sensação.

JOHN STUART MILL ( 1806 -1873 ):

Não há proposição a priori, válidas independentemente da experiência. Reduziu também


o conhecimento matemático à experiência como única base de conhecimento.

INTELECTUALISMO: ( intelligere, de intus ligere = ler no interior ).

Primeira tentativa de mediação entre Racionalismo e Empirismo.


Enquanto que o Racionalismo considera o pensamento como a fonte e a base do
conhecimento e o Empirismo a experiência, o Intelectualismo é da opinião que ambos os
fatores tomam parte na prudução do conhecimento.

Fundador : Aristóteles - encontrou-se sob a influência do Racionalismo platônico e como


naturalista, inclina-se, pelo contrário, para o Empirismo.

Na Idade Média:

SÃO TOMÁS DE AQUINO:


Começamos recebendo das coisas concretas imagens sensíveis.

O que se percebe: O intelectualismo se aproxima do empirismo.

APRIORISMO: A segunda tentativa de mediação entre o Racionalismo e o Empirismo. .


Nosso conhecimento apresenta fatores (elementos) a priori , independentes da
experiência ( opinião do Racionalismo ).
Estes fatores são formas do conhecimento que recebem o seu conteúdo da experiência (
aproxima-se do Empirismo ) .
Princípio do Apriorismo : “ Os conceitos sem as intuições ( conhecimento imediato ) são
vazios , as intuições sem os conceitos são cegas” .

Fundador : IMMANUEL KANT - Toda a sua Filosofia está dominada pela intenção de
mediar entre o Racionalismo de Leibnitz e Wolff e o Empirismo de Locke e Hume.
Para Kant : A matéria ( sensações ) do conhecimento procede da experiência e a forma
procede do pensamento .

III - A ESSÊNCIA DO CONHECIMENTO.

O verdadeiro problema do conhecimento consiste no problema da relação entre o sujeito


e o objeto .

Problema : Qual é o fator determinante no conhecimento humano ? Tem este o seu


centro de gravidade no sujeito ou no objeto ?

1 - Soluções pré - metafísicas:

a. O objetivismo : O objeto determina o sujeito. Este tem de reger-se por aquele .


Para o objetivismo, o centro de gravidade do conhecimento reside no objeto/ o reino
objetivo das idéias ou essências é, por assim dizer , o fundamento que assente o edifício
do conhecimento .

Edmund Husserl : Distingue rigorosamente a intuição sensível da intuição não sensível .


Aquela tem por objeto as coisas concretas, individuais, esta, pelo contrário, as essências
gerais das coisas.

b. O subjetivismo : procura fundamentar o conhecimento humano no sujeito.

Santo Agostinho : A verdade já não está fundada num reino de realidades supra-
sensíveis, num mundo espiritual objetivo, mas num sujeito superior transcendente .

2 - Soluções Metafísicas:

a. O Realismo : Posição epistemológica segunda a qual há coisas reais independentes


da consciência ( desenvolveremos esta tese quando investigarmos os problemas
filosóficos do “Materialismo Dialético” ).

b. O Idealismo:
b.1. Idealismo Metafísico : Chamamos idealismo metafísico à convicção de que a
realidade tem por fundamento forças espirituais, potências ideais .

b.2. Idealismo Epistemológico : Sustenta a tese de que não há coisas reais


independentes da consciência .

b.2.1. Idealismo Subjetivo ou Psicológico : Objeto de consciência ( as representações, os


sentimentos, etc... ), toda realidade está encerrada na consciência do sujeito .
A nossa consciência, com os seus vários conteúdos, é a única coisa real .
b.2.2. Idealismo Objetivo ou lógico ( Os objetos da lógica e da matemática ) : Toma por
ponto de partida a consciência objetiva da ciência, tal como se exprime nas obras
científicas .
O idealismo lógico reduz toda a realidade a algo lógico.
A concepção fundamental da tese idealista : “O objeto do conhecimento não é nada real,
mas algo ideal “.

Apontaremos aqui uma contradição


A idéia de um objeto independente da consciência é contraditória, pois no
momento em que pensamos num objeto fazemos dele um conteúdo da nossa
consciência; se afirmarmos simultaneamente que o objeto existe fora da nossa
consciência, contradizemo-nos com isso a nós próprios, portanto, não há objetos reais
extra-conscientes, mas toda a realidade acha-se contida na consciência .

Deste modo, se expressou Berkeley : “ O que eu sublinho é que as palavras existência


absoluta das coisas sem o pensamento, não tem sentido ou são contraditórias “.

c. O Fenomenalismo ( de phaenomenon = fenômeno, “aparência “ ) = É a teoria segundo


a qual não conhecemos as coisas como são em si, mas como se nos apresentam .
Para o fenomenalismo há coisas reais, mas não podemos conhecer a sua essência .
Kant, também procurou conciliar o realismo com o idealismo .
O fenomenalismo coincide com o realismo quando admite coisas reais; mas coincide
com o idealismo quando limita o conhecimento à consciência, ao mundo da aparência,
do que resulta imediatamente a impossibilidade de conhecer as coisas em si .

A teoria do fenomenalismo - em Kant - Resume-se a três proposições :


1 - A “coisa em si” é incognoscível;
2 - O nosso conhecimento permanece ilimitado ao mundo fenomênico;
3 - Este surge na nossa consciência porque ordenamos e elaboramos o material sensível
em relação as formas a priori da intuição e do entendimento .
MATERIALISMO DIALÉTICO DE KARL MARX

1. A Dialética
1.1. Histórico do termo
1.2. Referências : Hegel e Feuerbach ( idealista e Materialista )

2. O método dialético marxista :


Crítica à Metafísica ( pois esta tenta explicar a natureza dos seres, a sua essência, as
suas causas, recorrer a entidades abstratas que lhe conferem o nome de Ontologia ) :

Características :

a. A Dialética “ olha “ a natureza como um todo unido e coerente :


- Nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido isoladamente, fora dos
fenômenos que o rodeiam ;
- Em contraposição à metafísica que “olha” a natureza como um amontoado acidental de
objetos, de fenômenos destacados uns dos outros .
- Na natureza tudo se relaciona . Nada pode ser excluído . Tudo está inserido .

b. A Dialética “olha” a natureza como um estado de movimento e transformação


perpétuos, de renovação e desenvolvimento incessantes .

- A Metafísica nega a transformação .

c. A Dialética considera o processo de desenvolvimento que passa de mudanças


quantitativas e latentes a mudanças evidentes e radicais, a mudanças qualitativas .

d. A Dialética parte do princípio que os objetos e os fenômenos da natureza encerram


contradições internas .

Problematização: Qual a importância do método dialético ao estudo da vida social, ao


estudo da história da sociedade ?

3. O materialismo filosófico Marxista:


Pressuposto básico:
- O mundo material ( para o materialismo ) é anterior ao espírito e este deriva daquele;
- Crítica ao Idealismo ( que considera o mundo material como a encarnação da “idéia
absoluta”, da consciência ):
Para Platão a realidade material não era mais do que o reflexo do “mundo ideal” .
Para Hegel a natureza e o desenvolvimento social nada mais era do que a encarnação
do pensamento absoluto e universal .

Características:

a. O mundo, pela natureza, é material .

b. A matéria, a natureza, o ser, é uma realidade objetiva existindo fora e independente da


consciência .
- Se a matéria é um dado primário, então, a consciência é um dado secundário.

c. O mundo e as suas leis são perfeitamente cognoscíveis.

Problematização: Qual a importância dos princípios do materialismo filosófico ao estudo


da vida social ?

FENOMENOLOGIA : Uma filosofia e um método

Intróito: No século XIX e no decorrer do nosso século, Husserl inicia o método


fenomenológico, pelo qual tenta superar a dicotomia entre o racionalismo e o
empirismo .

Representantes : Heidegger, Jasper e Merleau-Ponty

Os filósofos existencialistas : Sartre, Marcel e Camus

Destaque : Edmund Husserl formulou as principais linhas desta abordagem do real .

A Dicotomia: Racionalismo : enfatiza o papel atuante do sujeito que conhece .


Empirismo : privilegia a determinação do objeto conhecido .

Solução : A Fenomenologia propõe a superação desta dicotomia (Razão e Experiência)


afirmando que TODA CONSCIÊNCIA É INTENCIONAL, ou seja, é consciência de
alguma coisa : Noção de intencionalidade.
Não há pura consciência separada do mundo, mas toda consciência tende para o
mundo .
Não há “ objeto em si “, independente da consciência que o perceba .

Fenomenologia e sua etimologia : Fenômeno: que em grego significa “ o que aparece” e


Logia : estudo, descrição, discurso .
ATENÇÃO : Fenomenologia gera-se de duas expressões gregas, PHAINOMENON e
LOGOS .
PHAINOMENON ( FENÔMENO ): Significa aquilo que se mostra por si mesmo, “o
manifesto “.
LOGOS: é tomado aqui com o significado de discurso esclarecedor. Desta maneira ,
“Fenomenologia“ significa “DISCURSO ESCLARECEDOR A RESPEITO DAQUILO QUE
SE MOSTRA POR SI MESMO“

Preocupação Central : A descrição da realidade colocando como ponto de partida de sua


reflexão o próprio homem, num esforço de encontrar o que realmente é dado na
experiência e descrevendo” o que se passa “ efetivamente do ponto de vista daquele que
vive determinada situação concreta . Nesse sentido a fenomenologia é uma “filosofia de
vivência” .

O século XX e a Fenomenologia :
Características marcantes :

- Multiplicidade de doutrinas e sistemas filosóficos que tentam explicar a condição


humana . Esse é o século da polêmica, das doutrinas que se chocam, das doutrinas que
revelam interesses de classes, de grupos, etc...

Conseqüências marcantes : A filosofia abandona o campo histórico-filosófico e passa a


discutir o homem hoje na sua situação e no seu contexto;
- A filosofia passa a denunciar a tecnização e desumanização do homem .
Edmund Husserl e a Fenomenologia :
Objetivo : Construir uma “ ciência das essências“
Pontos fundamentais :
a. A dimensão lógica e objetiva da vida humana ;
b. A descoberta da intencionalidade da consciência .

A FENOMENOLOGIA : A crítica ao Positivismo .

A primeira oposição : Não há fatos com a objetividade pretendida;


Não percebemos o mundo como um “dado bruto “, desprovidos de significados; o mundo
que percebo é o mundo para mim . Dai a importância dada ao sentido; à rede de
significações que envolvem os objetos percebidos - a consciência “vive” imediatamente
como doadora de sentidos .
Ao analisarmos os próprios conceitos de fenômeno em grego que significa “o que
aparece”, podemos compreender melhor, que fenomenologia aborda os objetos do
conhecimento tais como se apresentam a consciência humana . Isso significa que deve
ser desconsiderada toda indagação a respeito de uma “realidade em si”, separada da
relação com o sujeito que conhece . Não há puro ser “escondido atrás das aparências
ou do fenômeno ... Conhecer é um processo que não acaba nunca, é uma exploração
exaustiva do mundo... O olhar do homem sobre o mundo é o fato pelo qual o homem
experiência o mundo, percebendo, imaginando ,,julgando, temendo, etc...”

Consideraremos algumas categorias e/ou características fundamentais:


1 Fenomenologia significa: conhecimento daquilo que se manifesta para nossa
consciência, daquilo que está presente para a consciência ou para a razão, daquilo que é
organizado e explicado a partir da própria estrutura da consciência.
2 O fenômeno (PHAINOMENON) é o que se manifesta para a consciência.
Conhecer os fenômenos e conhecer a estrutura e o funcionamento necessário da
consciência são uma só e mesma coisa, pois é a própria consciência que constitui os
fenômenos.
3 Conhecer é conhecer o sentido ou a significação das coisas tal como esse sentido
foi produzido ou essa significação foi produzida pela consciência. O Sentido, ou a
significação, quando universal e necessário, é a essência das coisas.
4 A verdade é o conhecimento das essências universais e necessárias ou o
conhecimento das significações constituídas pela consciência reflexiva ou pela razão
reflexiva. A verdade se refere aos fenômenos e os fenômenos são o que a consciência
conhece. A verdade será o encadeamento interno e rigoroso das significações, sua
coerência lógica e sua necessidade. A verdade é um acontecimento interno ao nosso
intelecto ou à nossa consciência.
5 A Fenomenologia (como método e Filosofia) foi criada por Edmund Husserl (1859-
1938) e trata da intuição intelectual de essências ou significações. Pois toda
consciência, diz Husserl, é sempre “consciência de” ou consciência de alguma coisa, isto
é, toda consciência é um ato pelo qual visamos um objeto, um fato, uma idéia.
6 Edmund Husserl manteve o Inatismo, mas com as contribuições trazidas pelo
Kantismo. Em outras palavras, a Fenomenologia considera a razão uma estrutura da
consciência (como Kant), mas cujos conteúdos são produzidos por ela mesma,
independentemente da experiência ( diferentemente do que dissera Kant).
7 A consciência representa os objetos, os fatos, as pessoas. Cada representação
pode ser obtida por um passeio ou um percurso
que nossa consciência faz à volta de um objeto. Essas várias representações são
psicológicas e individuais, e o objeto delas, o representado, também é individual ou
singular.
8 Quando colocamos de lado a singularidade psicológica de cada uma de nossas
representações e a singularidade de cada um dos representantes, ficando apenas com a
idéia ou significação, como uma universalidade ou generalidade, temos uma intuição da
essência.
9 A intuição da essência é a apreensão intelectual imediata e direta de uma
significação, deixando de lado as particularidades de minha representação e as
particularidades dos representantes que indicam empiricamente a significação.
10 O mundo ou a realidade é um conjunto de significações ou de sentidos que são
produzidos pela consciência ou pela razão. A razão é “doadora do sentido” e ela
“constitui a realidade” enquanto sistemas de significações que dependem da estrutura da
própria consciência.
11 As significações não são pessoais, psicológicas, sociais, mas universais e
necessárias. Elas são essenciais, isto é, o sentido impessoal, intemporal, universal e
necessário de toda a realidade, que só existe para a consciência e pela consciência.
12 A razão é razão subjetiva que cria o mundo como racionalidade objetiva,Isto é, o
mundo tem sentido objetivo porque a razão lhe dá sentido.
13 A Fenomenologia não admite que as formas e os conteúdos da razão mudem no
tempo e com o tempo. Elas se enriquecem e se ampliam no tempo, mas não se
transformam por causa do tempo.
14 Percepção é sempre uma experiência dotada de significações, isto é, o percebido
é dotado de sentido e tem sentido em nossa história de vida, fazendo parte de nosso
mundo e de nossas vivências.
15 O próprio mundo exterior não é uma coleção ou uma soma de coisas isoladas,
mas está organizado em formas e estruturas complexas dotadas de sentido.
16 A percepção é assim uma relação do sujeito com o mundo exterior e não uma
reação físico-fisiológica de um sujeito físico-fisiológico a um conjunto de estímulos
externos (como suporia o empirista, nem uma idéia formulada pelo sujeito (como suporia
o intelctualista).
A relação dá sentido ao percebido e ao pecebedor, e um não existe sem o outro.
17 O mundo percebido é qualitativo, significativo, estruturado e estamos nele como
sujeitos ativos, isto é, damos às coisas percebidas novos sentidos e novos valores, pois
as coisas fazem parte de nossas vidas e interagimos com o mundo.
18 O mundo percebido é um mundo intercorporal, isto é, as relações se estabelecem
entre nosso corpo, os corpos dos outros sujeitos e os corpos das coisas, de modo que a
percepção é uma forma de comunicação que estabelecemos com os outros e com as
coisas.
19 A percepção é uma conduta vital, uma comunicação, uma interpretação e uma
valoração do mundo, a partir da estrutura de relações entre nosso corpo e o mundo;
20 A percepção envolve toda nossa personalidade, nossa história pessoal, nossa
afetividade, nossos desejos e paixões, isto é, a percepção é uma maneira fundamental
de os seres humanos estarem no mundo.
21 A percepção envolve nossa vida social, isto é, os significados e os valores das
coisas percebidas decorrem de nossa sociedade e do modo como nela as coisas e as
pessoas recebem sentido, valor ou função.
22 Percepção é uma maneira de ter idéias sensíveis ou significações perceptivas.
23 A memória não é um simples lembrar ou recordar, mas revela uma das formas
fundamentais de nossa existência, que é a relação com o tempo, e, no tempo, com
aquilo que está invisível, ausente e distante, isto é, o passado. A memória é o que
confere sentido ao passado como diferente do presente (mas fazendo ou podendo fazer
parte dele e do futuro (mas podendo permitir esperá-lo e compreendê-lo).
24 A imaginação (consciência imaginativa) é a capacidade da consciência para fazer
surgir os objetos imaginários ou objetos-em-imagem. Pela imaginação relacionamo-nos
com o ausente e com o inexistente.
25 Não pensamos sem palavras, não há pensamentos antes e fora da linguagem, as
palavras não traduzem pensamentos, mas os envolvem e os englobam. É justamente por
isso que a criança aprende a falar e a pensar ao mesmo tempo, pois, para ela, uma coisa
se torna conhecida e pensável ao receber um nome.
A linguagem é o corpo do pensamento. (Merleau-Ponty)
26 A Fenomenologia considera que cada campo do conhecimento deva ter seu
método, determinado pela natureza do objeto, pela forma como o sujeito do
conhecimento pode aproximar-se desse objeto e pelo conceito de verdade que cada
esfera do conhecimento define para si própria. No caso das Ciências Humanas,
particularmente da Psicologia, o método é chamado compreensivo-interpretativo, porque
seu objeto são as significações ou os sentidos dos comportamentos, das práticas e das
instituições realizadas ou produzidas pelos seres humanos.
EM QUE A FENOMENOLOGIA CONTRIBUI PARA A EDUCAÇÃO OU Como ver a
educação sob o olhar fenomenológico:

Três vertentes a considerar:


1) concepção de realidade e de conhecimento e como aparecem na prática pedagógica;
2) procedimentos de investigações de temas educacionais;
3) a práxis educacional.

A educação é compreendida e praticada segundo as atitudes natural e fenomenológica.


 Na atitude natural, a educação é tratada como um objeto natural (passível de ser
conhecido mediante as representações manifestas por signos e por sinais)
 A educação como a própria prática pedagógica, o ensino, alunos e professores,
conteúdos programáticos são decompostos, separados, em pedaços, vistos como
objetos naturais, imutáveis.
 Na atitude fenomeológica a educação é entendida como cuidado com o pro-jeto do
humano.
 Esse projeto se realiza numa intersubjetividade, numa relação eu-outro. Neste sentido
cada aluno, que é um Ego, é um polo de intencionalidade, de identidade, é corpo-
encarnado em movimento, é desejo, um ponto-zero a partir do qual traça sua
perspectiva de mundo, é comunicação com o Outro (professores ou outros alunos).
 Esse estar-com no mundo-vida (campo universal das experiências vividas) é que dá
sentido ao que fazemos, dizemos ou pensamos.
 No mundo-vida escolar se trabalha, se ensina, se aprende, se avalia, se deseja, se
quer, se repudia. E isso tudo é veiculado pela linguagem falada, escrita, pelas
imagens e sons, gestos e etc.
 A fenomenologia trabalha o pro-jeto educacional nesse cotidiano. Busca o sentido do
que se apresenta a cada aluno, professor e demais presentes a essa comunidade.
 Uma didática fenomenológica considera o mundo em sua concretude e as
experiências aí vivenciadas.
 A fenomenologia ao enfatizar a percepção, o trabalho pedagógico põe em destaque o
momento presente, possibilitando que o aluno e professor fiquem atentos ao
passado, ao futuro e às suas vivências. Isto é, que se percebam sentido,
raciocinando, lembrando, falando do percebido, movendo-se; enfim, agindo.
EXISTENCIALISMO DE JEAN PAUL SARTRE ( 1905 - 1980 ).

I - Definição: É uma doutrina filosófica que tem como empenho pensar o indivíduo
concreto, a partir de sua existência cotidiana.

II - A frase que tornou famosa essa doutrina :” A existência precede a essência”


2.1 - Significações: Não existe uma natureza humana, uma definição do que seja o
homem anterior ao ato de existir: Não há uma essência precedente, que determinaria
aquilo que cada indivíduo vai ser ou deve ser.

III - O método:
3.1 - Três fases fundamentais:
1) Adotou o método fenomenológico;
2) Inspirou-se nas preocupações de ordem marxista;
3) Nunca abandonar a incessante inquietação do indivíduo concreto.

IV - As teses fundamentais
- O existencialismo deve ser um humanismo;
- A consciência é o “núcleo instantâneo” de minha existência.
- A consciência só existe por aquilo do qual ela tem consciência.

- ”O ser e o nada”:
a) O ser é o objeto, é tudo aquilo do qual tenho consciência.
b) A consciência precisa do objeto, sem o objeto ela não vai além do próprio vazio.
c) O sujeito é o “nada”, é consciência.
d) A consciência é necessariamente consciência de alguma coisa = consciência
intencional ( Husserl ).
Para Sartre: O ser é chamado de “ em-si ” e a consciência é chamada de “ Para-si ”.

V - A Intersubjetividade.
- “Ligação fundamental” entre o eu e o tu.
- A relação intersubjetiva só se realiza necessariamente com o recurso da dicotomia
entre “sujeito - objeto”.
5.1 - Objeções: Não há relação “objeto -objeto”, o objeto é exterior a si próprio.
- Não se verifica nenhuma relação entre o “sujeito - sujeito”.
- Sendo assim, o confronto ( sujeito e objeto ) é necessário.

VI - A liberdade
6.1 - Fórmula máxima: “ A liberdade é absoluta ou não existe ”.
- Sartre recusa-se ao determinismo e também a qualquer condicionamento.
6.2 - O ateísmo de Sartre:
- Se Deus existe, tudo sabe, tudo prevê e determina. Então, a liberdade não é absoluta.
6.3 - Recusa-se ao determinismo materialista:
“ Se tudo se reduzisse à matéria, não haveria consciência e não haveria liberdade”.

PROBLEMA DA VERDADE

I - Preliminar : Todo o esforço do pensamento humano se exerce no sentido de descobrir


a verdade .

II - Questão inicial : O que é a verdade ?


1 - Conceito material da verdade : A verdade se estabelece sempre como relação entre
uma enunciação conceitual e uma situação externa à mesma .
2 - Conceito formal ou imanente :... Como verdade a conformidade do pensamento
consigo mesmo .
Objeção : O juízo pode ter validade lógica e não ser verdadeiro do ponto de vista material
.

III - Definições e/ou características :


A verdade será sempre a conformidade do juízo com a situação objetiva a que ele se
aplicar .
A verdade é sempre absoluta ( existe ou não existe ).
A verdade surgirá , somente , quando se operar a conformidade do juízo com a situação
verificada na realidade e não na aparência .

IV- O critério da verdade : A evidência ( característica fundamental ).


4.1- Para o idealismo : Ausência de contradição, pois a verdade brota fundamentalmente
do pensamento ( objeto ideal ) .
4.2- Para o Realismo : Relação entre o pensamento e a situação objetiva que ele deve
exprimir ( objeto real ou natural ) .
4.3 - Outros critérios ( Não considerados como tais ):
4.3.1- O critério de autoridade; 4.3.2- O critério de assentimento universal; 4.3.3- o
critério do senso comum; 4.3.4- O critério da experiência .
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