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DIREITO PENAL
Parte Geral
Prof.: Cláudio Lopes
TEORIA DA NORMA
1. Abstração - as normas penais são feitas de forma genérica, abstrata. Elas não
existem para um caso concreto, mas sim para regular casos futuros.
2. Bilateralidade - a norma penal impõe direitos e deveres.
3. Exclusividade - só ela pode criar delitos e cominar penas.
4. Imperatividade - a norma penal é de caráter obrigatório.
5. Irrefragabilidade - somente uma outra norma penal pode revogá-la.
art. 6º, I Lei 8137/90 - “...vender produtos acima do tabelado...” - eu preciso de uma
tabela para aplicar esta norma.
Arts. 16 e 36 Lei 6368/76 - cola de sapateiro é entorpecente, mas eu não posso prender
alguém que esteja andando com cola de sapateiro para fins da Lei 6368, porque ela não
está expressamente considerada como entorpecente.
Se alguém é pego dando cola de sapateiro para uma criança, esta pessoa
será enquadrada no art. 243 ECA. Se der para um adulto, não é enquadrado em nada,
mesmo se for provado que o adulto utiliza a cola como entorpecente, porque se não,
você estaria ferindo o princípio da reserva legal. É atípico.
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Questão de concurso: a norma penal em branco fere o princípio da reserva legal? Não,
desde que esta norma seja complementada antes da conduta do agente, pois não há
crime sem lei anterior que o defina.
2. Normas penais em branco em sentido amplo - são aquelas cujo complemento está
contido na própria lei ou em outra norma de igual hierarquia. Ex.: art. 237 CP
( complemento no CC).
OBS: A doutrina menciona ainda as chamadas normas imperfeitas que seriam aquelas
cujos preceitos primário (tipo penal) e secundário (sanção) encontram-se separados.
Ex.: Lei 4898/65: em seus arts. 3º e 4º, descreve as condutas criminosas. No art. 6º,
comina as penas.
In dúbio pro reu - é predominante o entendimento que este brocardo se refere aos fatos
e não à lei.
→ Meios de Interpretação:
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2º) Interpretação restritiva - quando se verifica que a lei disse mais do que era
necessário. Ex.: art. 332 e 357 CP- o segundo tipo restringe a atuação do primeiro.
3º) Interpretação extensiva - quando a lei disse menos do que era necessário. Ex.: art.
235 CP - a lei pune a bigamia. Mas se ele casar a terceira vez, pela interpretação
extensiva, ele também deve ser punido.
Ex.2: art. 168 CP - e se a coisa apropriada for comum? A coisa comum, em parte é
própria, mas em parte também é alheia, logo, existe crime de apropriação indébita.
Analogia:
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Ex.: art. 121, § 2º, IV - “... ou outro meio...” - que não é traição, emboscada ou
dissimulação. O legislador deixou em aberto. E a doutrina tem falado em surpresa. Por
exemplo, você está num bar, e de repente, um inimigo seu te viu de costas e te deu um
tiro. Você foi pego de surpresa, ficou impossibilitado de reagir. É caso de interpretação
analógica.
Outro exemplo: art. 233 ECA, que foi revogado pela Lei da Tortura. Alguns
autores o entendiam como inconstitucional, porque a lei não definia tortura e a
incriminação deve ser precisa. Quais as condutas que poderiam ser enquadradas como
tortura? Mas o STF decidiu pela sua constitucionalidade, por entender ser um tipo penal
aberto, que exigia somente uma valoração. Mas esta discussão hoje, não tem mais
razão de ser.
5ª) só a lei em sentido estrito é que pode criar tipos penais. Uma MP tem força de lei,
mas não é uma lei em sentido estrito, então, não pode criar um tipo penal, sob pena de
inconstitucionalidade.
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O tipo especial pode ser mais grave ou menos grave que o tipo geral. Ex.:
um ladrão mata a vítima para furtar o seu relógio. Isto é um latrocínio. Mas ele não
poderia ser enquadrado no art. 121? Não seria um homicídio cometido para assegurar
um roubo? Sim. Se não houvesse o § 3º do art. 157, eu poderia colocá-lo no 121, para
ele não ficar impune. Mas o 157, § 3º é especializado, que é latrocínio. É o tipo especial
mais grave.
Ex. de crime especial menos grave: infanticídio, que nada mais é do que um homicídio
privilegiado, por uma particular condição subjetiva.
Outro ex.: o tráfico de drogas, que nada mais é do que o contrabando, mas tem a
especialidade do objeto material ser o entorpecente.
OBS.: não é uma relação de espécie para gênero. O tipo subsidiário só pode ser
aplicado se o crime mais grave não puder ser aplicado. Ex.: art. 132 - é crime de perigo.
Se eu taco uma pedra na parede, cabe o 132. Mas se a pedra acerta a parede, mas eu
queria matar uma pessoa com a pedrada, eu teria cometido o crime de tentativa de
homicídio (in fine da pena). Podemos ver, claramente, que o crime do art. 132 não é
especial nem genérico com relação ao homicídio. Não tem nada a ver.
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3º. Princípio da Consunção - também conhecido como da absorção. E ele pode estar
presente em 3 formas:
Ex.: geralmente, para estuprar uma mulher, o agente sempre comete um ligeiro atentado
violento ao pudor, outros atos libidinosos. Lógico que se os atos forem destacados,
ensejarão o concurso material. Assim, se o agente obrigar que a mulher pratique sexo
oral e em seguida mantém conjunção carnal, não há dúvida, ele responde por estupro e
atentado em concurso material. Mas os atos normais para a prática de estupro ficam
absorvidos pelo estupro.
Ex.: no crime de homicídio, o cara dá facadas. Então, para matar, ele precisa lesionar.
Mas, doutrinariamente, a lesão corporal não é elemento do crime de homicídio, porque a
lei não diz: “Matar alguém mediante lesão corporal.” Ocorre aqui o princípio da
consunção (ou absorção).
Ex.: o agente resolve dar uma surra na vítima. A intenção dele era só lesionar. Mas foi
ficando tão bom, que ele achou que matá-lo ia ser muito melhor. Ele vai responder por
lesão corporal e homicídio? Não. Vai responder só por homicídio.
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Súmula 17 STJ - posição intermediária - ela não diz que o estelionato sempre absorve o
falso. Só absorve quando não possui maior potencialidade ofensiva. Há 4 correntes a
respeito:
1) concurso formal;
2) concurso material;
3) súmula 17 STJ;
4) o inverso da súmula: o falso absorveria o estelionato.
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Retroatividade significa aplicar uma lei a fatos que ocorreram numa época
em que essa lei ainda não existia. Ex.: em 1983, o cara foi condenado (trânsito em
julgado) por crime que ele confessou espontaneamente. Mas ele não foi atenuado por
sua confissão, já que foi criada esta atenuante em 1984. Ele pode se dirigir ao juiz da
VEP e pedir a aplicação da lei nova de 1984 que criou a atenuante, para beneficiá-lo.
Isto seria a retroatividade.
1ª) uma lei nova incrimina fato anteriormente lícito. É a lei chamada de novatio legis
incriminadora. Ela só tem eficácia nos fatos cometidos a partir de sua vigência. Ex.:
exercer a prostituição não é crime. Mas hoje, entra em vigor, uma lei que a tipifica como
crime. O que as prostitutas fizeram até hoje não é punível, mas a partir de hoje, elas
serão punidas.
2ª) uma lei nova que deixa de considerar crime determinado fato. É a lei chamada de
abolitio criminis. Ela tem ampla retroatividade, em função do art. 2º CP. Ex.: entrou em
vigor, hoje uma lei que deixa de considerar crime a sedução. Quem está preso por
sedução, é imediatamente solto. Se ele praticar um novo crime, ele não é reincidente.
Mas os efeitos civis permanecem. A vítima pode pegar a sentença penal condenatória e
executar no cível.
3ª) é a lei nova que embora mantendo a incriminação, favorece o agente de qualquer
forma. É a chamada novatio legis in mellius ou lex mitior. Ela também tem ampla
retroatividade. Ex.: uma lei que traz uma atenuante, que diminui o prazo prescricional,
etc.
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4ª) a lei nova que mantendo a incriminação, agrava a situação do réu. É a novatio legis
in pejus ou lex gravior. Esta lei, jamais pode retroagir. Ex.: uma lei que aumente a pena.
Entretanto, o art. 90 da Lei 9099 dispõe que “as disposições desta lei não
se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada.” Predomina o
entendimento que a instrução criminal se considera iniciada com o interrogatório. Ocorre
que a doutrina amplamente dominante, vem entendendo que o referido dispositivo é
inconstitucional, pois não pode uma lei infraconstitucional restringir a retroatividade
benéfica de institutos de natureza penal, já que a própria CRFB dispõe que a lei penal
não retroagirá salvo para beneficiar o réu.
1ª. A intimação deve ser pessoal - logo não resta outra alternativa, a não ser deixar o
processo parado até a prescrição para extinguir a punibilidade (Ada Pellegrini);
2ª. Entende que se forem esgotados todos os meios para localizar a vítima, deve-se
providenciar a intimação por edital (Weber), deixa correr 30 dias de prazo do edital e
extingue a punibilidade com o seu não comparecimento.
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Art. 269 CP - é uma norma penal em branco, pois eu tenho que ter uma tabela das
doenças. A distinção é: se a doença constava originariamente do rol e foi retirada, a
questão é de retroatividade benéfica; mas se a doença constava no rol por motivo de
temporariedade ou de excepcionalidade, a hipótese será de ultratividade.
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Território por extensão (art. 5º, § 1º CP) - os navios e aeronaves de natureza pública ou
a serviço do governo brasileiro são considerados território nacional, onde quer que se
encontrem. Não precisa se valer de nenhuma regra de extraterritorialidade da nossa lei.
Os navios e aeronaves brasileiras de natureza privada quando se
encontrem, respectivamente, em alto-mar (fora das 12 milhas náuticas, é mar
internacional) ou em nosso espaço aéreo correspondente, também são considerados
território nacional.
Os navios e aeronaves de natureza pública estrangeiros são considerados
território estrangeiro, onde quer que se encontrem. Neste caso, para o Brasil julgar um
crime cometido nestas circunstâncias, precisará se valer de regras de
extraterritorialidade da lei.
OBS.: Se houver um crime dentro de aeronave que está fora do espaço aéreo brasileiro,
o Brasil poderá julgá-lo eis que no espaço aéreo onde a aeronave se encontra, não há
jurisdição.
Ex.: Maria está nos EUA e é estuprada e assassinada. O Brasil tem interesse em julgar
este crime. Não quer dizer que ele julgará. Mesmo porque julgar é uma coisa e executar
a pena é outra. Pode ser que o Brasil não consiga traze-lo aqui, para cumprir a pena.
No art. 6º, temos o lugar do crime. Em relação a ele, nosso código adotou a
teoria da ubiqüidade, ou seja, lugar do crime para efeito de aplicação da lei brasileira é
tanto o local da conduta, como o do resultado. É uma norma que visa resolver a
competência brasileira, nos chamados crime a distância, onde a conduta se deu aqui e o
resultado lá fora, ou vice-versa. O Brasil aplicará a lei brasileira, considerando que o
crime foi praticado aqui. Não precisa se valer de nenhuma regra de extraterritorialidade.
OBS.: Não interessa se o avião tinha bandeira brasileira ou não. Esta seria uma questão
de possível aplicação da lei penal brasileira. E neste caso do avião que deu pane, é um
exemplo de se considerar onde o crime foi cometido. E não aplicação da lei. Evidente,
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que se o crime foi cometido no Brasil, ele será julgado aqui, mas por este art. 6º e não
pela aplicação do 7º. Se não aplicar o 7º, mesmo assim, será julgado aqui, pelo 6º.
OBS.: A Lei 9455/97, que é a lei da tortura, dispõe que deve se aplicar a lei penal
brasileira quando o crime de tortura for praticado no estrangeiro contra brasileiro. Então,
esta lei criou mais uma hipótese de extraterritorialidade incondicionada da lei brasileira
(art. 2º da lei).
1ª) entrar o agente em território nacional. Não interessa o motivo, se ele veio forçado
(extraditado) ou por vontade própria.
2ª) o fato deve ser punível também no país em que foi praticado. Lá fora, tem que ser
crime ou contravenção. Não pode ser atípico. Aqui, tem que ser crime. E se o crime foi
cometido num local sem jurisdição? Neste caso, basta ser crime aqui no Brasil.
OBS.: se um estrangeiro comete um crime puramente político, vem fugindo para o Brasil
e o seu país pede a extradição, o Brasil não é obrigado a dar a sua extradição. Art. 77 L.
6815.
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Art. 8º CP - em princípio, se refere às hipóteses do art. 7º, I CP. E porque? Porque nas
hipóteses de extraterritorialidade condicionada, há a condição de não ter sido julgado e
condenado; e cumprido a pena toda.
Art. 9º CP - o STF é que tem competência para homologar sentença penal estrangeira.
Art. 11 CP - ex.: não existe multa de R$ 115,50. Afasta os centavos. Não posso ter uma
pena de 1 ano, 3 meses, 15 dias e 5 horas. Eu não conto as horas. Só os dias.
Art. 12 CP - naquilo que a lei especial for diferente, eu tenho que aplicar a lei especial.
Ex.: no CP, a multa é por dias-multa, mas na Lei de Imprensa, é por salário mínimo.
Então, eu tenho que calcular por salário mínimo.
TEORIA DO CRIME
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• Sujeitos do crime:
1. Sujeito ativo - que é aquele que realiza o tipo penal (indiciado, réu, condenado, autor
do fato - Lei 9099).
A pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de crime. Nos crimes contra a
honra, calúnia, injúria e difamação, só pode ser na difamação.
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o prejudicado seria a pessoa que sofreu o prejuízo. Ex.: homicídio - sujeito passivo é o
morto; prejudicado é a família.
• Objeto do crime
1. Crime ou delito - infrações mais graves e por isso, apenadas com reclusão ou
detenção.
2. Contravenções - infrações menos graves e por isso apenadas com prisão simples
e/ou multa.
2. Quanto ao sujeito:
- Crimes comuns - não exigem qualquer qualidade especial do agente ativo;
Crimes próprios - somente uma determinada categoria de pessoas pode cometer. Ex.:
peculato, infanticídio.
Crimes de mão-própria - a execução não pode ser delegada pelo agente, ou seja, só o
agente em pessoa pode cometer. Ex.: crime de falso testemunho, deserção.
OBS.: Alguns autores (Damásio, Fragoso) defendem que não existe participação nos
crimes de falso testemunho, pois se a lei quis punir de forma autônoma a conduta de
quem suborna uma testemunha é que não quis punir quem induz ou instiga alguém a
faltar com a verdade. Entretanto, o STF vem admitindo que o tipo do art. 342 admite o
concurso de pessoas. Essa pessoa que induziu, pode responder também por falso
testemunho (Mirabete concorda). Observa-se que esse termo (co-autoria) deve estar
coadunado com a teoria do domínio do fato.
3. Crime de dano - são aqueles que se consumam com a efetiva lesão a um bem jurídico
(ex.: homicídio, furto, dano, etc).
Crime de perigo - aqueles que se consumam com a mera probabilidade do dano.
→ Perigo abstrato ou presumido - aquele que não exige um perigo efetivo para o bem
jurídico (ex.: formação de quadrilha). Não tem que se provar que mais de 3 pessoas
estavam reunidas para a consumação de algum crime, basta a possibilidade em abstrato
da consumação de um crime. A própria situação em si é o perigo. O perigo é presumido
iure et iure pelo legislador.
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4. Quanto a conduta:
- Crimes comissivos - são aqueles que se realizam por ação.
Crimes omissivos - são aqueles que se realizam por omissão. Se subdividem em:
a) crimes omissivos próprios ou puros - são aqueles que se perfazem com a simples
abstenção da prática do ato exigido. São aqueles em que há um dever geral de agir. O
próprio verbo do tipo é um verbo omissivo. Ex.: quando a lei diz: retardar, omitir, deixar,
etc.
b) crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão - são aqueles crimes que
normalmente são realizados por ação, mas que eventualmente podem ser imputados
por omissão se o agente se encontrar em alguma das hipóteses do art. 13, § 2º CP, isto
é, se o agente for garantidor da vítima. São aqueles crimes em que há um dever
específico de agir. Na verdade, se pegarmos o art. 13, § 2º, o tipo fica aberto porque
dependerá da relação do suposto agente garantidor com a vítima. Ex.: o salva-vidas tem
o dever legal de salvar alguém que está se afogando. Ele pode responder por homicídio
doloso ou culposo. Mas uma pessoa que é somente um excelente nadador, não é um
agente garantidor de quem está se afogando. Então, ele responderia somente por
omissão de socorro.
5. Quanto ao resultado:
- Crimes materiais, formais e de mera conduta.
Qual a teoria adotada pelo CP? Os normativistas, pelo art. 13, dizem que o
CP adotou a teoria normativa. Então, os naturalistas entendem que o art. 13 diz que,
para os crimes que tem resultado, o resultado é essencial, porque é sabido que os
crimes formais e de mera conduta não acarretam modificação alguma. Logo, a teoria
adotada pelo CP é a normativa. E haverá resultado em qualquer crime? Depende da
teoria adotada. Se normativa, o resultado é a violação a um bem jurídico. Se todo crime
tem um bem jurídico, logo todo crime terá resultado. Já para a teoria naturalística, o
resultado seria a modificação no mundo exterior, que pode ser física ou psicológica,
independente de ser apenas violado o tipo legal, pois essa violação não acarretou um
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resultado lesivo ao bem jurídico. A não ser no caso de crimes formais e de mera
conduta, que não precisam acarretar a mudança no mundo exterior.
- Crimes materiais - são aqueles que possuem conduta e resultado naturalístico, sendo
que a consumação ocorre no momento da produção do resultado.
Exs.:
Homicídio se consuma com a morte, é o seu resultado.
Estupro - conduta: constranger a mulher mediante violência ou grave ameaça. Ex.: bater
nela, etc.
resultado: conjunção carnal. A consumação do crime de estupro também é a
conjunção carnal.
OBS.: Há uma tendência a se dizer que o crime formal não admite tentativa. É errado!
Não admite tentativa, porque o crime é unisubsistente, seu iter não pode ser parcelado.
- Crimes de mera conduta - são aqueles que somente possuem conduta, não possuem
resultado naturalístico. Ex.: violação de domicílio, desobediência. Não há nada para
acontecer destacado da conduta, não há nenhuma modificação além da conduta.
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7. Crimes simples - são aqueles que se apresentam como um único tipo penal. Ex.:
homicídio, furto, estelionato.
Crime complexo - é aquele em que há a fusão de dois ou mais tipos penais formando
uma terceira infração. Ex.: extorsão mediante seqüestro, latrocínio, roubo.
OBS.: O crime de estupro - Nos crimes contra os costumes, a regra é a ação ser
privada. Tem exceção: quando a vítima for pobre, a ação é pública condicionada a
representação. Mas se o pai estuprar a filha, a ação é pública incondicionada.
Já Mirabete vem entendendo que a Súmula 608 STF deve ser mantida,
apenas necessitando de nova interpretação, ou seja, o estupro seria um crime complexo
em sentido amplo e como o crime que o integra, o constrangimento ilegal, é de ação
pública incondicionada, por força do art. 101 CP, o crime de estupro com violência real
continuaria sendo um delito de ação pública incondicionada.
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Crimes unissubjetivos - podem ser cometidos por apenas uma pessoa. Ex.: homicídio,
furto. Quando eles forem praticados em concurso de pessoas, se denominam como
crimes eventualmente coletivos.
Ex.: crime de estupro com resultado morte - a morte não resulta do tipo do estupro, mas
nos parágrafos do tipo de estupro, há a qualificadora da morte.
Ex.: crime de incêndio com resultado morte - é qualificado pelo resultado, mas não é
preterdoloso, porque sendo um crime de perigo, é culpa no antecedente e culpa no
conseqüente.
Ex.: art. 129, § 1º CP - é um crime qualificado, porque a pena é maior que a do caput.
Mas além disso, ele pode ser qualificado pelo resultado.
Ex.: incêndio doloso com resultado morte - art. 250 na forma do 258. O 258 é uma causa
especial de aumento de pena, não é um crime qualificado, mas temos um crime
qualificado pelo resultado.
As vezes, você tem uma causa de aumento de pena que não gera nem um
crime qualificado, nem um crime qualificado pelo resultado. Ex.: furto praticado durante o
repouso noturno. É uma causa de aumento de pena, mas não é qualificado, nem
qualificado pelo resultado, isto é, não é um resultado qualificador.
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⇒ Delito Putativo - na verdade, a conduta é atípica. O agente quer cometer o crime, mas
por algum motivo, não consegue. Pode ser:
→ Delito putativo por erro de tipo - o agente erra quanto a um dos elementos do tipo. Ex.:
uma mulher queria comprar cocaína, mas lhe venderam sal. Ela não cometeu crime.
Mas e quem vendeu o sal? Há duas correntes: Nelson Hungria acredita que se o objeto
da venda é ilícito, ela fica no prejuízo, não há o que fazer, não há o estelionato, é
conduta atípica também. Mas para a corrente majoritária, apesar de ser um objeto ilícito,
existe o estelionato.
→ Delito putativo por erro de proibição - o agente quer praticar uma conduta típica, só
que a lei não pune este comportamento. Não se confunde com o erro de proibição. O
erro de proibição ocorre quando o agente quer realizar a conduta típica, do ponto de
vista objetivo e subjetivo, mas assim procede, porque acredita, sinceramente, ser
permitido. É um erro quanto a antijuridicidade, por isso não se exclui o dolo.
Ex.: um holandês que chega aqui no Brasil e acende um cigarro de maconha - erro de
proibição.
OBS.: o policial que se faz passar por usuário para prender um traficante. Os tribunais
entendem que na modalidade vender, é crime impossível, não há crime nem flagrante,
pois a venda é fictícia, não se pode vender para quem não é comprador, usuário.
Entretanto, nas modalidades onde há crime permanente (trazer consigo, guardar), não
houve provocação, logo, há crime, há flagrante, porque o traficante guardaria droga para
fins de tráfico.
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provocador deve responder por dolo eventual ou culpa consciente, se o crime admitir
esta modalidade.
⇒ Crime impossível ou quase-crime (art. 17 CP) - nosso código adotou a teoria objetiva
temperada, ou seja, só haverá crime impossível, se a ineficácia do meio ou a
impropriedade do objeto for de ordem absoluta. Se for relativa a inidoneidade do meio ou
do objeto, haverá tentativa punível. Ex.: se a pessoa vai furtar a vítima e esta está sem a
carteira - crime impossível. E em se tratando de roubo? Você também não pode roubar o
que não existe, mas subsiste um constrangimento ilegal, porque você não tem porque
ficar se justificando pro ladrão do porque você não tem dinheiro.
9. Crime de tipo fechado - é aquele em que a norma proibitiva aparece de forma clara.
Ex.: homicídio.
Crime de tipo aberto - é aquele em que a norma proibitiva não aparece de forma clara.
Ex.: crimes culposos, crimes que contém elementos normativos e os crimes omissivos
impróprios. São aqueles tipos que de alguma forma, você dependerá de uma valoração.
Ex.: rapto de mulher honesta. Honesta é um elemento normativo que depende de uma
valoração subjetiva. É considerada honesta, a mulher que tem uma vida sexual regrada,
é a mulher que não vende o corpo.
• Conduta
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→ Teoria Finalista - hoje, é a teoria que predomina: Damásio, Mayrink, etc. Para os
finalistas, a conduta é sempre uma atividade final humana. Final, no sentido de
finalidade. Em toda conduta humana, existe uma finalidade que pode ser dolosa ou
culposa. Por este motivo, os finalistas retiraram o dolo e a culpa da culpabilidade e os
inseriram na conduta, ou seja, no fato típico. Os finalistas também transformaram o dolo
em um dolo natural, ou seja, a simples vontade de atingir o resultado. A potencial
consciência de ilicitude permaneceu na culpabilidade. Para os finalistas, a diferenciação
do comportamento, não pode ser feita pelo resultado, porque, por exemplo, há crimes
em que não há resultado (nos crimes tentados), ou no caso dos crimes culposos, o
resultado é o mesmo do crime doloso.
Ex.: um sujeito atropela outro que morre. Este fato é típico? Depende da corrente: para
os causalistas, ele causou crime, se ele não estivesse passando ali, o outro não iria
morrer. Se ele atropelou por dolo ou por culpa, eles verão depois. Para os finalistas, o
promotor poderia requerer o arquivamento, se o motorista não agiu nem com dolo nem
com culpa.
• Relação de Causalidade:
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Dentre várias outras teorias que procuram explicar o nexo causal, uma das
mais aceitas é a chamada TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA, segundo a qual,
causa é a condição mais adequada a produzir o resultado. Esta teoria não leva em
consideração todas as circunstâncias que concorreram para o resultado, mas somente
aquelas idôneas e indispensáveis para a produção do evento. Ela não vai tão longe
quanto a teoria da conditio, já que não considera toda e qualquer causa. Esta teoria já
não leva em consideração o fabricante e o vendedor da arma, alegando que se o agente
não tivesse comprado aquela arma, ele teria comprado outra arma qualquer.
Esta teoria diz que a teoria da conditio não sabe explicar o seguinte caso: A
e B atiram, ao mesmo tempo, sem combinarem nada, no coração de C e este morre.
Pela teoria da conditio, se eu tirar a atuação de A, C teria morrido pelo tiro de B. Se eu
tirar a atuação de B, C teria morrido também pelo tiro de A. Então, este caso, ficaria com
uma solução errada, porque eles responderiam por homicídio tentado. Mas, perguntados
pelos seguidores da teoria da causalidade adequada, eles se perderam e disseram que
o que tinha que ser observado é que o resultado morte ocorreu e que então, eles
responderiam por homicídio consumado.
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porque no atestado de óbito não vem “ausência de medicamento” como causa mortis).
Ela responde por não ter dado o remédio.
• Concausas
♦Exemplo padrão: João quer matar José, mas o fere levemente. Entretanto, José morre.
Ex.2) José morreu por ser hemofílico, uma condição especial que o levou à morte.
1º. R.: Hemofilia.
2º. R.: A hemofilia existia antes.
3º. R.: A causa mortis tem ligação com o agente, porque se eu tirasse a conduta de João
(atirar), o resultado não teria ocorrido, porque ele não morreria pela hemofilia. Então,
João responde pelo resultado.
O fato dele desconhecer a existência da hemofilia não acarreta em nada,
porque ele tinha o dolo de matar! Ele responde da mesma forma por homicídio
consumado.
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Ex.3) José foi pego por uma ambulância que o motorista imprudente, bateu e José
morreu. Se tirássemos a conduta de João, José não morreria, porque ele não precisaria
entrar na ambulância. É uma conduta relativamente independente. Como que eu posso
dizer que ela “por si só” causou o resultado (art. 13 CP), se ela é relativamente
independente?
Mas, se José está no hospital e ele morre por choque anafilático ou por
infecção hospitalar, a causa superveniente sozinha, não teria produzido resultado. Há
homogeneidade entre a conduta e o resultado. A conduta de João é um ato que se não
tivesse ocorrido, não acarretaria o resultado. Ele responderá por homicídio consumado.
Não se aplica o art. 13 CP, apesar de haver uma concausa superveniente.
• TIPICIDADE
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⇒ Crime doloso (art. 18, I CP) - dolo, segundo alguns autores, é a vontade de realizar as
características objetivas do tipo, ou ainda, dolo é a consciência de vontade na realização
da conduta típica.
→ Espécies de dolo:
Em regra, quando um crime é doloso, este crime pode se dar por dolo
direto ou por dolo eventual. Existem alguns crimes que só admitem dolo direto. É o caso
da receptação, onde o dolo eventual leva para modalidade culposa. Outro exemplo é a
denunciação caluniosa. No estupro, onde o sujeito fica em dúvida quanto à idade da
menina, pode caber o dolo eventual. Só neste caso, porque o estupro, geralmente é por
dolo direto.
Art. 334, § 1º, d - nada mais é do que um crime especial de receptação, só que com
produto estrangeiro.
2. Dolo de dano é aquele que o agente quer ou assume o risco de produzir um resultado
de dano.
Dolo de perigo é aquele que o agente quer ou assume o risco de produzir um
resultado de perigo.
Ex.: uma pessoa sabe que ela está contaminada com algum vírus e mantém relação
sexual com alguém. Este é um dolo direto de perigo. Quando a lei diz: “...ou deve saber
que está contaminado”, alguns doutrinadores entendem que se trata de dolo eventual de
perigo. Uma parte minoritária da doutrina (Heleno Fragoso) entende que, neste caso,
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seria uma modalidade culposa. Mas se o agente quer transmitir o vírus, será dolo direto
de dano.
3. Dolo genérico
Dolo específico
4. Dolo geral ou erro sucessivo - é aquele que ocorre quando o agente realiza várias
condutas visando a produção do resultado, ou que podem levar à produção do
resultado. Mas só uma delas e que não é de seu conhecimento, faz com que o crime se
considere consumado.
Ex.: o agente, querendo matar, enforca uma criança. Achando que já a matou, pega o
corpo e, para ocultá-lo, joga num rio. O corpo foi achado 3 dias depois e a causa mortis
foi descoberta como o afogamento. Neste caso, ele não responde por crime de
homicídio tentado ou culposo. É homicídio doloso consumado, mesmo.
O crime culposo não admite a figura da tentativa. Podemos até dizer que a
tentativa é o contrário do crime culposo, porque na tentativa, ele não consegue algo que
ele queria; e no culposo, ele consegue o que não queria.
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29
→ Modalidades de culpa:
→ Espécies de culpa:
1. A culpa consciente é aquela que o agente prevê o resultado, mas não o aceita de
forma alguma.
A culpa inconsciente é aquela que o agente sequer prevê o resultado, que era no
entanto, previsível.
Alguns autores (Damásio) acham que esta culpa imprópria admite tentativa
(ver pag. 31).
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30
O erro de tipo essencial exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se existir esta modalidade - art. 20 CP - é um erro de tipo incriminador.
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Ver questão do MP/RJ do quindim. A resposta é erro de tipo. Muita gente errou
colocando erro de proibição (ver pag. 49).
DESCRIMINANTES PUTATIVAS
INVENCÍVEL VENCÍVEL
Art. 20, § 1º Erro de tipo isenta de pena crime culposo
Art. 21 Erro de proibição isenta de pena diminui a pena
⇓
trabalha com o crime
doloso, mas diminui a
pena mínima em 1/3
Erro de tipo provocado por terceiro - ex.: o médico quer matar um paciente
e dá para enfermeira, uma injeção com veneno. O médico responde por homicídio
doloso consumado. E o agente provocado, que incidiu em erro? É só verificar qual o tipo
de erro que ele cometeu: se for erro invencível, é excluído o seu dolo e a sua culpa.
Entretanto, se o erro poderia ser evitado, exclui-se o dolo, mas permite-se a punição por
crime culposo, se houver esta possibilidade. No caso da enfermeira, o erro é invencível.
Tratando-se de erro invencível, é hipótese de atipicidade.
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Erro sobre o objeto é o erro quanto à coisa. Ex.: A quer furtar um quadro
que julga ser valiosíssimo, mas acaba furtando uma réplica.
♦ Aberratio ictus com unidade simples ou com único resultado - art. 73, 1ª parte CP
♦ Aberratio ictus com unidade complexa ou vários resultados - art. 73, parte final CP.
Esta é aquela em que o agente, além de atingir pessoa diversa, atinge também a pessoa
que ele pretendia ofender. A lei manda aplicar a regra do concurso formal (art. 70 CP).
CASO: 1ª hipótese - se ele mata a mulher e o porteiro, ocorreu concurso formal. Ele
responde por homicídio doloso quanto a mulher, e homicídio culposo quanto ao porteiro.
Pega-se a pena no crime maior (doloso) e aumenta 1/6 devido ao homicídio culposo.
2ª hipótese - ele atira para matar a esposa, mas atinge, somente lesionando, a mulher e
o porteiro. Tentativa de homicídio e lesão culposa em concurso formal.
3ª hipótese - morre a esposa, mas o porteiro fica ferido. Homicídio doloso e lesão
culposa em concurso formal.
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pega uma pedra para quebrar uma vidraça, mas por sua má pontaria, acerta na cabeça
de uma pessoa (art. 74, 1ª parte). Não pode ser aplicado no caso contrário: erro de
pessoa para coisa.
Mas quando ele quiser quebrar uma vidraça para atingir uma pessoa (no
caso de dar pedradas num ônibus), ele responde por concurso formal, mas não se aplica
o art. 74 CP, porque não houve qualquer erro.
1ª fase - Cogitação
2ª fase - Atos Preparatórios
3ª fase - Atos Executórios
4ª fase - Consumação.
Não há um critério perfeito e seguro. Tem que ver em cada caso concreto.
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OBS.: Hungria entende que só apontar a arma para a pessoa, não enseja a tentativa,
seria somente um ato preparatório, só poderia responder por ameaça. Só caberia a
tentativa se ele começasse a preparar o gatilho.
→ Formas de tentativa:
“salvo disposição em contrário” - se o crime já for tentado, não admite-se a tentativa. Ex.:
“Evadir-se ou tentar evadir-se...” (art. 352 CP). E sempre que a lei diz “além da pena
correspondente a violência”, ela quer que apliquemos a regra do concurso material.
3. Tentativa inidônea ou crime impossível ou crime falho - não tem explicação nem na
apostila da Ana Paula. Procurar conceito.
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clínica, junto com os outros médicos, e conseguiram impedir a realização do aborto, mas
em virtude dos meios aplicados, a mulher sofreu lesões corporais. Então, há a tentativa
de aborto qualificado por lesão corporal.
5. Crimes unissubsistentes - são crimes de um só ato, onde não há como fracionar o iter
criminis; em regra, são os crimes realizados verbalmente. Em tese, crimes formais e de
mera conduta admitem tentativa. Quando o crime formal não admite tentativa, não é
porque é formal e sim unissubsistente. A extorsão, por exemplo, é um crime formal e
admite tentativa, quando o extorquido não se submeteu ao constrangimento. Ex.: o
seqüestrador disse “vai no banco, pega o dinheiro e traz para mim”. Se a vítima, ao
invés de ir ao banco, vai na delegacia, o crime de extorsão não se consuma, havendo
sua tentativa. Mas, se a vítima vai ao banco e está indo entregar o dinheiro e a polícia
chega, o crime estaria consumado.
6. Crimes habituais - porque para estes serem consumados, precisam ser repetidos,
reiterados. Há doutrinador que entende que pode haver tentativa do crime de
curandeirismo, quando o cara abre uma clínica, atende o 1º cliente, e quando está
atendendo o 2º cliente, entra a polícia e o impede, prendendo-o. Haveria aqui tentativa
de curandeirismo, que é crime habitual, havendo até quem diga que o sujeito atender
somente uma pessoa, é um fato atípico.
9. Crime continuado como um todo - porque crime continuado não é um crime, é uma
forma de concurso de crimes, é uma ficção jurídica, única e exclusivamente para
aplicação de penas. Agora, os crimes que compõem o crime continuado admitem
tentativa. Ex.: sua empregada aproveita sua saída e furta uma coisa sua. No dia
seguinte, faz a mesma coisa. No 3º dia, você pega ela. Você tem: 2 furtos consumados e
um tentado em continuidade delitiva. Apena com a pena mais grave (do furto
consumado) e acresce de 1 a 2/3.
10. Crimes que a lei só pune quando ocorre um determinado resultado. Ex.: a
participação em suicídio só é punida se a vítima sofreu lesões graves ou a morte.
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A lei exige que ela seja voluntária, mas não exige que ela seja espontânea,
ela não precisa nascer com o próprio agente. Ele pode não prosseguir, porque por
exemplo, a vítima implorou pela vida; ou porque outra pessoa está vendo o crime e faz a
cabeça dele para desistir. Ele pode desistir por medo, piedade, compaixão. Tomar
cuidado com o medo, porque este não pode surgir com a ocorrência de um fator externo,
se não, ele responderia por tentativa.
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OBS.: A doutrina entende que o juiz não pode suspender condicionalmente o processo
sem o pedido do MP, sustentando que se assim quisesse, o legislador colocaria o verbo
no imperativo e porque a suspensão deve advir de um acordo, e não estando uma das
partes presente (no caso, o MP), não há acordo. E veio a súmula do STF decidindo que
o juiz, neste caso, está condicionado ao MP, o poder de requerer a suspensão do
processo é discricionário do MP. Se o MP não propor a suspensão condicional do
processo, caberá ao juiz remeter o processo para o PGJ decidir, decisão esta que
deverá ser acatada pelo juiz. Entretanto, o prof. Weber (idealizador deste instituto)
entende que a SCP é um direito subjetivo do réu, permitindo que o juiz suspenda o
processo sem o requerimento do MP.
De acordo com o art. 14 Lei 8137 c/c art. 34 Lei 9249/97, o pagamento do
tributo, antes da denúncia, nestes crimes contra a economia popular, extingue a
punibilidade. No crime de peculato culposo (art. 312, § 3º CP), se a reparação do dano
precede a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade. Se lhe é posterior, diminui a
pena.
Súmula 554 STF - deve ser interpretada a contrário sensu. Assim, o pagamento, antes
da denúncia, obsta a ação penal. Ocorre que esta súmula veio antes deste art. 16.
Então, alguns entenderam que este art. 16, teria suspendido a eficácia da súmula.
Entretanto, hoje, é praticamente pacífico que a súmula 554 continua em vigor, mas
segundo o próprio STF, esta súmula deve ser interpretada em consonância com a
súmula 246 STF, ou seja, o pagamento de um cheque sem fundos, antes da denúncia,
só impediria a ação penal, se se comprovar não ter havido fraude.
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⇒ Concurso de pessoas
b) eventual - é o que ocorre nos chamados crimes unissubjetivos, aqueles que a pessoa
pode praticar sozinha. Ex.: homicídio, furto, roubo.
→ Teorias:
próprio agente
Direta coação física irresistível
mediante um animal
1. Autoria
inimputáveis
erro provocado por terceiro
Mediata coação moral irresistível
obediência hierárquica
Co-autoria
2. Co-delinquência
Participação moral
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material
a) Teoria Restritiva ou Teoria Formal Objetiva (Damásio, Mirabete, Fragoso) - para esta
teoria, autor é aquele que realiza a conduta que está expressa no núcleo do verbo típico
ou a realiza através de outrem, nos casos de autoria mediata. Ex.: o sujeito procura
Paulo e diz que João está perturbando. Paulo recebe grana para matá-lo. Neste caso, o
sujeito é partícipe e Paulo, o autor direto. O autor é o executor, aquele que suja a mão
com a infração penal. Já o partícipe não pratica nenhuma parte do crime, ele não suja as
suas mãos.
Ex. de autoria direta praticada mediante coação física irresistível: quando ele pega uma
faca e coloca no seu pescoço obrigando a fazer algo.
b) Teoria Extensiva ou Teoria Subjetiva Causal - não é mais adotada no Brasil, mas era
adotada pelo Hungria. Para esta teoria, autor de um crime é aquele que concorre para o
crime, contribuindo com nexo causal para o resultado. Essa teoria é bem complicada,
porque apresenta algumas falhas de composição, pois fica atrapalhada em diferenciar
autor de partícipe. Aí, eles dizem que autor é aquele que pratica o crime com vontade de
autor; e partícipe concorre para o crime com vontade de partícipe. Para eles, os crimes
de mera conduta não têm resultado, porque partem do causalismo.
Para esta teoria, o partícipe é aquele que concorre para o crime do autor
sem possuir um domínio final do fato (ou domínio da finalidade do fato). Essa teoria
parte de uma outra ótica, a visão do conceito dela não se prende ao conceito anterior. O
partícipe não poderia interromper a execução do crime.
E quando duas pessoas vão matar um sujeito, mas não se sabe quem o
matou efetivamente? Para qualquer teoria que possa existir, vamos ter sempre uma
dificuldade, porque isso depende de prova. Para a teoria restritiva, vai-se ter uma
dificuldade maior, porque ela não tem como determinar quem é quem. Para a teoria do
domínio final do fato, é mais fácil, porque podemos dizer que ambos são co-autores,
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porque ambos tinham o domínio do fato. Embora não se possa individualizar a conduta
de cada um, provando-se que ambos queriam matar, pode se colocar ambos na co-
autoria.
Ex.: o chefe de uma quadrilha para teoria restritiva será sempre partícipe e para teoria
do domínio final do fato, ele será autor (leia-se co-autor), embora o nosso CP tenha
adotado a teoria monista que diz que quem, de qualquer modo, concorre para o crime,
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade (art. 29 CP).
→ Co-autoria
Mesmo para teoria restritiva, se duas pessoas estão matando, elas seriam
co-autores porque estão realizando o verbo. Mas não podemos esquecer que existem
crimes que admitem divisão de tarefas. Ex.: num assalto a ônibus, onde um anuncia o
assalto e o outro recolhe as coisas das vítimas. Neste caso, eles são co-autores, porque
o tipo permite o seu fracionamento.
→ Participação
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Ex.2: eu roubo um toca-fitas e como a polícia está rondando a minha casa, eu peço para
escondê-lo na sua residência. Neste caso, é favorecimento real.
- Teoria Restritiva → executor e partícipe, que é aquele que concorre sem executar.
- Teoria do Domínio do Fato → autor é aquele que tem o domínio funcional do crime a
ser cometido. Ex.: mandante. Porém, o nosso código segue o monismo, isto é, a fixação
da pena para autor, co-autor e partícipe é a mesma.
2. Relevância causal de cada uma destas condutas - inexistindo nexo causal, não
haverá concurso, mesmo que um dos agentes tenha desejado aderir. Ex.: A propõe à B
a prática de um crime. Porém se B já estava predestinado a cometer esse crime, A não
concorreria pela prática do crime cometido por B.
3. Liame subjetivo que deve existir entre os agentes - é a vontade de contribuir para o
crime, não sendo necessário, no entanto, um ajuste prévio. De qualquer forma, deve
existir a homogeneidade no elemento subjetivo normativo, isto significa que não há
participação dolosa em crime culposo e também não há participação culposa em crime
doloso.
- Autoria Incerta - é o que ocorre quando, na autoria colateral, não é possível identificar
aquele que produziu o resultado. Ex.: A e B atiram em C, e continuam não possuindo
vínculo entre eles. Não se sabe quem conseguiu acertar C. Ambos respondem por
tentativa.
OBS.: Autoria ignorada é quando a pessoa nem desconfia de quem foi a autoria do
crime. Já na autoria incerta, não se sabe se foi A ou B.
4. Identidade de crime para todos os agentes (art. 29, § 1º CP) - a lei trata da
participação de menor importância que pode diminuir a pena de 1/6 a 1/3. É aquela
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participação que praticamente sem ela, nada teria sido alterado (depende de uma
valoração pelo juiz).
OBS: Quem participa de um roubo ciente que um dos agentes está armado, responde
por latrocínio no evento morte (entendimento jurisprudencial).
→ Regras:
Ex.2: instiga-se uma pessoa a não prestar socorro. Se a pessoa que não é socorrida
morre, segundo uma parte da doutrina, isto é crime de homicídio para a pessoa que
instigou.
4. Participação negativa ou mera conivência ocorre quando não há o dever de agir para
evitar o resultado. Ex.: no exemplo acima, em vez da mãe, a empregada que responderá
pelo crime de omissão de socorro.
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1ª hipótese - a mãe mata a criança instigada por outra pessoa. A mãe seria autora do
infanticídio e o outro seria partícipe deste infanticídio.
2ª hipótese - uma outra pessoa mata a criança, induzida ou instigada pela mãe. A
pessoa será autora de homicídio e a mãe, partícipe deste homicídio, ainda que em
estado puerperal.
3ª hipótese - a mãe e outra pessoa, juntas, matam a criança. A mãe responde por
infanticídio e a outra por homicídio.
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• ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE
Face objetiva - é a prática objetiva do ato (situação de perigo) sem saber ou não que
está nessa situação.
Face subjetiva - é o achar que está em uma situação justificante.
CRIME
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Excludente Putativa:
1) por erro de proibição - ele erra quanto ao limite da norma permissiva, quanto aos
limites de licitude do fato. Ex.: A ataca B, B se defende e após a defesa eficaz, acha que
pode tacar uma pedra na cabeça de A.
Erro de proibição vencível (art. 21) - diminui a pena, permanecendo o dolo
Erro de proibição invencível - isenta de pena
2) por erro de tipo - ele erra quanto ao pressuposto fático de uma causa de justificação.
Ex.: A encontra B, um desafeto seu, que leva a mão ao bolso. A acha que é uma arma,
saca sua pistola e mata B. Depois, verifica que B tiraria uma chave do bolso.
Erro de tipo vencível - exclui o dolo/ permanece a culpa
Erro de tipo invencível - exclui o dolo/ exclui a culpa
→ Causas supralegais
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1. Existência de uma situação de perigo atual - perigo atual é aquele perigo que está
acontecendo. A lei, no art. 24, não se refere ao perigo iminente. Entretanto, é unânime o
entendimento de que se o perigo for também iminente, haverá estado de necessidade. E
esta situação de perigo pode advir de qualquer causa, humana ou não.
2. Deve haver ameaça a um direito próprio ou alheio - qualquer direito tutelado pelo
ordenamento jurídico.
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3. Deve existir uma situação de perigo não provocada voluntariamente pelo agente -
quem cria o perigo dolosamente, não pode alegar estado de necessidade. A
controvérsia ocorre quando quem cria a situação de perigo, a cria culposamente. Ela
poderia alegar estado de necessidade? A primeira corrente (Damásio, Fragoso, Aníbal
Bruno) entende que sim, pois quando a lei fala em perigo que não provocou por sua
vontade, esta expressão “vontade” pressupõe dolo. Logo, quem cria o perigo
culposamente pode alegar estado de necessidade. A segunda corrente (Hungria,
Magalhães Noronha, Assis Toledo) entende que quem cria o perigo culposamente, não
pode alegar o estado de necessidade. Em primeiro lugar porque a expressão “vontade”
não pressupõe, necessariamente, dolo, já que nos crimes culposos, também há uma
finalidade que é a finalidade de violar o dever de cuidado. Além do mais, não é justo que
o autor de um crime culposo, possa destruir um bem alheio de um inocente e ainda
alegar estado de necessidade.
6. Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo - dever legal é aquele que advém da
lei, de decreto ou regulamento. É predominante que o dever legal mencionado no art.
24, § 1º, não se confunde com o dever legal de cuidado ou com o dever contratual que
advém do § 2º do art. 13 CP. Embora, alguns autores, como Mirabete, entendam que o
dever legal mencionado no estado de necessidade seria o dever do garantidor, previsto
no § 2º do art. 13.
No art. 24, § 2º CP, a lei prevê que, embora o juiz possa entender que não
havia a possibilidade de destruição do bem alheio (pois ele teria que suportar o sacrifício
do seu bem jurídico), condenando o réu, ele, dependendo das circunstâncias, poderá
reduzir-lhe a pena. Cai o estado de necessidade.
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Esta agressão deve ser atual ou iminente (que está prestes a acontecer).
Não existe legítima defesa contra agressão passada ou contra possibilidade de
agressão futura. A agressão atual ou iminente deve ser injusta. Agressão injusta é
aquela que não foi autorizada pelo direito. Mas existe agressão autorizada pelo direito?
Sim, pelo estado de necessidade, pela legítima defesa.
Esta injustiça deve ser analisada objetivamente, isto significa que o ataque,
mesmo de doentes mentais ou de pessoas que atuam sem culpabilidade, ainda assim,
pode caracterizar uma agressão injusta, porque a antijuridicidade não tem nada a ver
com a qualidade do agente.
2. Meio necessário - é aquele meio que o agente dispõe, no momento para se defender.
Pode ser um meio superior e até um meio cruel, mas se for o único, é válido. Ex.:
alguém vem te matar com uma faca. E a única coisa que você tem para se defender é
uma pistola 9 mm.
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Pode haver legítima defesa real contra legítima defesa putativa. Mas não
pode haver legítima defesa contra legítima defesa, isto é, alguém tem que estar errado.
Quer dizer, não há legítima defesa em continuidade. Ex.: eu dou um tiro em B, aí B,
alegando legítima defesa me dá um tiro, eu em legítima defesa do tiro de B, dou outro
tiro nele e ele também dá outro em mim, em legítima defesa. E assim sucessivamente.
Isto não pode.
A lei não define estrito cumprimento do dever legal. Para isso, considera-se
como pressuposto fundamental a existência de um funcionário público atuando no
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exercício de suas funções e atuando num dever que advenha da lei, penal ou
extrapenal. Ex.: o soldado que mata o inimigo na guerra, o carrasco que executa um
condenado à morte atuam no estrito cumprimento do dever legal. Assim como o oficial
de justiça que efetua uma penhora.
Existem autores que sustentam que o médico, numa operação, não age
com dolo de ferir, então, o que há é a exclusão da própria tipicidade. Mas esta corrente
não é majoritária.
1. O bem tutelado deve ser disponível. Ex.: a honra, o patrimônio. Não vale o
consentimento de quem concorda com a própria morte, pois a vida é um bem
indisponível.
2. O consentimento não deve ter sido obtido por nenhum meio ilícito, como fraude,
coação, violência, etc.
3. O ofendido deve ter capacidade para consentir. Esta capacidade ocorre aos 18 anos.
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Ex.: você tem um muro baixo eletrificado, que uma criança pode tomar um choque
rapidamente, não é caso de ofendículo, nem exercício regular do direito. Agora, se o
muro é alto, que quem tomar um choque é porque está tentando escalá-lo, é caso de
exercício regular do direito.
• CULPABILIDADE
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→ Teorias da Culpabilidade:
→ Elementos da Culpabilidade:
doença mental
1. Imputabilidade menoridade penal
embriaguez
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O sujeito do art. 26, caput é absolvido, mas lhe é imposta uma medida de
segurança. E o sujeito passivo não pode usar esta sentença no cível para execução da
reparação de danos. Já o semi-imputável é condenado, e o juiz deve optar: ou lhe aplica
uma pena diminuída ou substitui esta pena por medida de segurança. Ele não pode
cumular as duas, pois vige no nosso ordenamento, o sistema vicariante: ou pena ou
medida de segurança. Foi abolido o sistema do duplo binário que possibilitava esta
cumulação.
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fato é de menor periculosidade, ele pode liberar o menor se ele estiver com os
responsáveis, SEM O REQUERIMENTO AO JUIZ.
Quando um menor for preso junto com um maior, na sua denúncia, deve-se
colocar sempre o crime de corrupção de menores. Deve-se pedir também a certidão de
primariedade do menor e as cópias dos dois depoimentos do menor: do 1º que ele deu,
informalmente ao promotor e do 2º, que ele deu, perante o juiz, no crivo do contraditório
(Juizado).
→ Espécies de Embriaguez:
3. Embriaguez voluntária - o agente quer se embriagar, mas não quer cometer nenhum
delito. É o “hoje, eu vou tomar um porre”.
4. Embriaguez culposa - o agente não quer ficar embriagado, mas bebe demais e acaba
se embriagando.
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5. Embriaguez acidental - é a que ocorre por caso fortuito ou força maior. Caso fortuito
quando o agente desconhece o teor da substância. Força maior quando ele é obrigado a
se embriagar.
• Actio libera in causa na embriaguez (art. 28, § 1º c/c art. 28, II CP)
Foi questão de prova específica do MP/RJ
Esta teoria significa, em sua tradução, que a ação praticada foi livre na sua
causa. É a teoria que foi abraçada pelo nosso CP. De acordo com ela, se o agente
praticou uma conduta criminosa em um total estado de embriaguez não acidental, deve
responder por este crime como se fosse imputável no momento da prática delituosa,
pois a sua conduta criminosa teve como causa livre, o seu estado de embriaguez.
Transfere-se assim, a exigível imputabilidade, para o momento anterior ao estado de
embriaguez, quando o agente teve a opção livre de ingerir ou não a substância alcoólica
ou de efeito análogo.
Ex.: o cara mora com o pai que é completamente são. Chega em casa, aborrecido e
começa a beber e entra no estado de sono. O pai começa a passar mal e a chamá-lo
para socorrer e este, bêbado, não ouve e seu pai morre. Será que mesmo não sendo
uma bebedeira acidental, ele deveria responder pela omissão de socorro, quando não
havia a menor previsibilidade de seu pai ter um mal súbito? A doutrina responde dizendo
que deveria haver, pelo menos a previsibilidade.
É diferente do cara que toma todas, pega o carro para ir para casa e
atropela alguém. Neste caso, ele não pode alegar a sua inimputabilidade, porque era
previsível (não é necessário que o agente preveja o crime, mesmo porque ele estava
bêbado) que dirigir não combina com bebida.
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TEORIA DA PENA
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⇒ Princípios da Pena:
1. Princípio da Legalidade - é um princípio constitucional que diz que não há crime sem
lei anterior que o defina e não há pena sem prévia cominação legal. Também consta no
art. 1º CP.
OBS.: CTB - onde o crime culposo tem pena maior do que no CP; o agente não tem
direito ao sursis, mas terá direito a substituição da pena privativa de liberdade por uma
pena restritiva de direito cumulada com a perda da habilitação. Certamente, se ele for
um profissional do trânsito, se argumentará que haverá uma burla ao Princípio da
Intranscendência, visto que ele não poderá trabalhar, prejudicando sua família que
ficaria sem sustento. Entretanto, o professor acha que prevalecerá o contrário.
Há institutos de natureza penal que permitem que ele saia antes, como por
exemplo: indulto, graça, anistia; que são mais aplicados aos crimes políticos.
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O art. 220, § 3º CRFB diz que as pessoas físicas e jurídicas estão sujeitas
a sanções penais, não vendo então, a pessoa jurídica como uma ficção - ela tem
personalidade jurídica distinta. Em conseqüência, a pessoa jurídica, em matéria de
crimes ambientais, poderá ser sujeito passivo do crime de calúnia.
1. Penas Corporais - ex.: açoite, mutilação, morte, etc. Estas penas não são admitidas
pela CRFB/88, exceto a previsão da pena de morte em alguns crimes militares em
tempo de guerra.
2. Penas Privativas de Liberdade - são as mais utilizadas, embora não sejam ideais. No
Brasil, as penas privativas de liberdade têm que ser sempre temporárias, porque a
CRFB veda a prisão perpétua.
Mas existe uma pena restritiva de liberdade que não pode ser aplicada, que
é o banimento, ou seja, obrigar o condenado a sair do país.
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• Quanto ao regime prisional: o condenado por crime apenado com reclusão pode iniciar
o cumprimento de pena em qualquer regime. Já o condenado por crime apenado com
detenção só pode iniciar no regime semi-aberto ou aberto. Jamais no fechado.
Além destes dois ritos, há ainda ritos especiais, como por exemplo o da Lei
de Tóxicos, quando depois da defesa prévia, o juiz dá um despacho saneador e marca
uma AIJ (prova da acusação e da defesa, debates orais e sentença).
Crimes contra a honra são apenados com detenção, mas seguem o rito
ordinário (ver CPP). Com uma variante de que há uma audiência preliminar de
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conciliação quando a ação for privada. Se for uma ofensa pela Imprensa, já não há esta
audiência preliminar.
⇒ Regimes Prisionais:
OBS.: Cadeia pública é o local a que se destina o preso provisório. No RJ, elas
funcionam nas delegacias. Mas pode haver delegacia sem cadeia pública.
OBS.: As mulheres têm que cumprir pena em estabelecimento próprio, separado dos
homens, bem como os maiores de 60 anos (alteração da LEP).
- Semi-aberto: o não reincidente, cuja pena seja superior a 4 e não exceda a 8 anos.
1º) pena base - de acordo com o art. 59 CP, o juiz vê se as circunstâncias são mais
favoráveis ao réu, caso em que a pena vai se aproximar mais à pena mínima, e caso
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O sujeito tem direito à progressão, quando ele cumpre pelo menos 1/6 da
pena no regime anterior. Ex.: pena de 18 anos - se cumpriu 3 anos, já vai para o regime
semi-aberto. E se ele cumprir 1/6 de 15 anos no semi-aberto, ele passa para o regime
aberto.
Há regressão quando ele pratica uma falta grave ou um crime doloso. Ex.:
tentar fugir.
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sentença. Porém esta opinião é minoritária (Afrânio, com relação aos benefícios da
LEP).
OBS.: A lei fala em prisão administrativa (estatuto do estrangeiro, por exemplo). Não é
mais possível, pelo que dispõe a CRFB, a decretação de uma prisão administrativa por
ordem de uma autoridade administrativa, salvo a prisão militar. Existe entendimento de
que, por força deste dispositivo, seriam abolidos de nossa legislação todos os
dispositivos sobre a prisão administrativa, salvo transgressões militares. Mas na
doutrina, o que prevalece é a existência da prisão administrativa que ainda poderia ser
decretada por ordem da autoridade judiciária.
A lei não fala em detração no âmbito da prisão civil. Ex.: o tempo que o
sujeito ficou preso civilmente por não pagar alimentos pode ser abatido na prisão em
decorrência do crime de abandono material? Na doutrina majoritária, em analogia in
bona partem, deve-se admitir a detração nesses casos. Porém, para o prof. Mayrink, não
cabe a detração nestes casos (entendimento isolado). OBS.: na última edição de seu
livro, Mayrink mudou seu posicionamento.
→ Regras da Detração:
1. Dois crimes apurados no mesmo processo, admite-se a detração. Ex.: alguém foi
indiciado por homicídio doloso e lesão corporal culposa. Houve a decretação da prisão
preventiva por um período de 6 meses pela prática do homicídio. Julgado pelo Tribunal
do Júri, o réu vem a ser absolvido pelo homicídio e condenado por lesão corporal a 6
meses de detenção. Será admissível.
3. João pratica um roubo, sendo preso em flagrante, ficando detido por um ano, sendo
finalmente absolvido. Em seguida, pratica um furto, sendo condenado a um ano de
reclusão. Neste caso, não há a detração sob pena de constituir crédito penal.
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OBS.: o regime aberto é considerado forma de prisão, por isso não devem ser
consideradas as regras acima. Existe, neste caso, a detração, pois a pessoa cumpre a
pena preso só que em regime aberto.
Este artigo 47 deve ser conjugado com os artigos 56 e 57. Deve haver uma
relação de causa e efeito entre o crime e a função (profissão) do sujeito. Ex.: um
advogado praticou um crime no trânsito. O juiz não pode cassar sua carteira na OAB.
O inc. III do art. 47 não tem mais como ser aplicado, porque o CTB prevê
na parte dos crimes, o crime de homicídio culposo (art. 302 CTB) e o de lesões corporais
culposas (art. 303 CTB) no trânsito, para os quais já existe a penalidade de suspensão
da habilitação, como pena principal cumulativamente à pena privativa de liberdade.
Logo, esta pena não pode mais ser vista como pena restritiva de direitos. Assim, o art.
47, III CP fica sem aplicabilidade, salvo nos crimes cometidos anteriormente à vigência
do CTB.
O art. 44 CP, que pode ser conjugado com o art. 54, dispõe que as penas
restritivas de direito podem substituir as penas privativas de liberdade.
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- Requisitos:
a) que a pena seja inferior a um ano, ou que o crime seja culposo, quando não há limite
para pena;
b) que o réu não seja reincidente.
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⇒ Multa
1) de acordo com o art. 59 CP. Ex.: se o juiz aplicou a pena privativa no mínimo, a multa
terá que ser mínima também. Ele tem que utilizar o mesmo critério da privativa de
liberdade;
2) depois tem o critério do valor da multa, que varia de 1/30 do salário mínimo, até 5
salários mínimos.
Aí, multiplica o item 1 pelo item 2. Só que o juiz pode pensar que o máximo
é pouco para o réu que é rico. Então, ele pode multiplicar o máximo por 3 (art. 60, § 1º).
Este critério pode ser aplicado a qualquer crime. Mas há crimes que
seguem um critério especial de fixação de multa. Ex.: na Lei de Tóxicos, cada tipo penal
já tem seu nº mínimo e máximo de dias-multa fixado. Então, eu não posso utilizar o CP.
Bem como, o valor da multa, nesta lei é em moeda e não em salário mínimo.
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CASO: o sujeito tem uma pena de 6 meses a 2 anos e multa. Ele foi condenado a 6
meses e multa. O juiz pode substituir os 6 meses por multa. Então, ele pagará duas
multas. Há quem entenda que ele paga só uma.
A súmula 171 STJ diz que a substituição só é possível com crimes do CP.
Mas esta substituição não poderia ocorrer quando um dos crimes é de lei especial.
No CTB foi criada a figura da multa reparatória (art. 297) para a vítima. A
discussão é se esta multa tem natureza de sanção civil, ou é realmente, uma pena
criminal. Aparentemente, ela é uma sanção civil. Entretanto, na multa reparatória há uma
remissão aos arts. 50 a 52 CP.
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A Lei 9605/98 cria novas penas restritivas de direito, inclusive para pessoa
jurídica. Cabe a substituição, em um crime ambiental que tenha pena restritiva de direito
até 4 anos. Diferente do CP que só permite a substituição se a pena for inferior a 1 ano.
Em ambos os casos, se o crime for culposo, não há limitação de pena para caber a
substituição por pena restritiva de direitos.
⇒ Circunstâncias:
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Art. 61 CP - se a pena máxima já foi elevada no máximo, essa agravante não deve ser
aplicada, inclusive também não podendo incidir quando forem normas repetidas nos
tipos qualificados, pois haveria um bis in idem, o que é inadmissível.
⇒ Reincidência
OBS.: O juiz não pode aumentar a pena base por ele ter maus antecedentes, e
aumentar novamente na 2ª fase pela reincidência. Seria um bis in idem.
→ Efeitos da reincidência:
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Esta é uma nova modificação do CP, que determinou que se não houver a
revogação do sursis, computa-se o período de prova do sursis ou do livramento
condicional para a prescrição da reincidência.
Se o sursis for revogado, o juiz vai mandar prendê-lo e ele terá que cumprir
a pena de 2 anos.
OBS.: Anistia não tem nada a ver com abolitio criminis. A anistia apaga o crime que você
cometeu. Na abolitio criminis, há a extinção da previsão em abstrato do tipo penal. Ex.:
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quem cometeu homicídio na época da ditadura, foi anistiado. Mas o crime de homicídio
continua existindo no CP.
• A sentença que concede perdão judicial não pode ser considerada para efeito de
reincidência - art. 120 CP. Ex.: A cometeu crime culposo no trânsito. Só que o juiz lhe
concedeu o perdão porque um parente seu morreu. Se ele comete outro crime, ele não
será reincidente.
• A sentença que impõe pena de multa ou restritiva de direitos com base em transação
penal, não gera reincidência - art. 76, § 4º Lei 9099.
• De acordo com o art. 64, II CP, para efeito de reincidência, não se consideram os
crimes militares próprios e os políticos.
Há um certo consenso no que diz que crimes militares próprios são aqueles
que só são previstos no CPM, sem correspondência no CP comum. Ex.: deserção, furto
de uso. Mas há uma corrente que entende que crimes militares próprios são aqueles que
só são previstos no CPM e que só o militar pode cometer. Ex.: crime de insubmissão
(crime militar obrigatoriamente praticado por civil). Esta é a corrente minoritária.
Inc. II, a - Motivo fútil é aquele motivo pequeno, que há uma desproporção entre a causa
moral e a reação do agente. Ex.: A derruba chopp na calça de B e B bate nele.
Alínea b - o crime é praticado para assegurar a execução de outro crime. A lei fala em
ocultação e impunidade. Na ocultação, o sujeito quer esconder o fato, ele quer que o
fato fique oculto. Ele pratica um crime para ocultar outro. Na impunidade, ele não oculta
o fato e sim a autoria. Vão saber que houve o crime, só não vão saber que foi ele. A lei
também fala em vantagem - o sujeito comete outro crime para obter vantagem no
primeiro crime.
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agravante. Ex.: A bate no marido para estuprar a mulher, só que a mulher não estava
em casa.
Alínea c - traição é aquela falsa mostra de amizade, ou seja, a vítima não podia esperar
que seu amigo fosse cometer algum crime contra ele. Emboscada é a tocaia, é o agente
se esconder para atingir a vítima desprevenida, no local que ela vai passar.
Dissimulação é quando o agente procura esconder o propósito criminoso.
OBS.: A atirou nas costas de B, não é necessariamente surpresa, porque ele pode ter
ameaçado B, B saiu correndo e A atira em suas costas. Agora, se de repente, ele atira
em B, é surpresa. Outro caso: um amigo seu te dá uma garrafada na cabeça, por trás.
Cabe qual circunstância: traição ou surpresa? Cabem as duas circunstâncias
agravantes. Será duplamente qualificado.
Alínea d - meio insidioso é o meio que você usa. Ex.: você coloca veneno na comida da
vítima. Meio cruel é o meio que acarreta um grave e desnecessário sofrimento para a
vítima. Perigo comum é o que se acarreta para um número indeterminado de pessoas.
Ex.: homicídio qualificado pelo perigo comum - A para matar B coloca fogo em um
prédio. Cuidado, porque não se cumula homicídio com incêndio (que também é um
crime).
OBS.: Lei 9455/97 - para ser tortura, o crime deve se enquadrar nos artigos desta lei.
Tortura por si só não é crime.
Art. 1º, § 3º - parece ser preterdolo: o agente tem dolo para torturar e culpa na sua
morte. Mas se ele resolver matar a vítima, torturando-a, será homicídio qualificado pela
tortura. Ex.: agente torturou a vítima para obter uma confissão. Mas com medo dela
contar para alguém, pega a vítima, leva para outro lugar e a mata. É o crime de tortura
cumulado com homicídio qualificado pela impunidade.
Alínea e - companheiro não é cônjuge. Não se pode aplicar uma analogia para agravar.
Também não agrava para o divorciado. Para o separado judicialmente agrava.
Alínea g - o abuso de poder não se aplica aos delitos funcionais típicos, como o
peculato, por exemplo.
Alínea h - criança está definida no ECA. Enfermo é a pessoa que tem qualquer
enfermidade, pode ser um cego, por exemplo.
Alínea i - ex.: um preso. O particular que pratica um crime contra um preso, incide em
agravante. Se for um funcionário público incide em abuso de autoridade.
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Art. 62 CP
Inc. I - o chefe da quadrilha, por exemplo, terá sua pena agravada.
Inc. II - ex.: o agente se utilizar de um inimputável para cometer o crime.
Inc. III - ex.: o agente instiga o filho para furtar o próprio pai.
Inc. IV - caso especial de torpeza que pressupõe duas pessoas. O crime de homicídio é
qualificado pela torpeza. Mas ela se aplica para quem paga ou para quem recebe? Parte
da doutrina entende que os dois responderão qualificadamente. Já Heleno Fragoso
entende que só quem recebe deve responder pela qualificadora de torpeza.
Inc. III, a - valor moral deve ser relevante, considerado importante. E isto não deve ser
visto da ótica do réu, porque para o réu pode ser muito importante, mas na verdade não
é. Ex.: o agente que mata um criminoso que amedronta toda a sociedade, ele comete
um homicídio privilegiado pelo valor social. Mas se ele mata o estuprador de sua filha,
ele age com valor moral.
Alínea b - esta reparação de dano não se confunde com o art. 16 CP, se o agente repara
antes da denúncia. No crime de peculato culposo, a reparação do dano antes da
sentença recorrível, afasta a punibilidade. Nos crimes contra a ordem tributária, se há o
pagamento antes da denúncia, também ocorre a extinção da punibilidade - art. 34 da Lei
9249.
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deve estar dominado pela emoção. Na atenuante, a violenta emoção pode surgir a
qualquer tempo, enquanto no privilégio, esta violenta emoção deve surgir logo em
seguida à injusta provocação da vítima. Mas, em qualquer dos dois casos, a violenta
emoção não pode nascer com o agente, ela deve decorrer de um ato provocador da
vítima.
Alínea e - crime cometido sobre influência de multidão ou tumulto, se não foi o agente
que provocou o tumulto. Ex.: rixa, briga de torcida. Deve haver aquele crime
multitudinário.
Art. 68 CP - fica claro que o legislador adotou o critério trifásico de aplicação de pena.
Se o juiz não observar isso, na essência, a sentença pode ser até justa, mas será nula.
O juiz fixou a pena base no mínimo legal. Depois, ele vê que o réu tem uma
circunstância agravante e outra atenuante. Como o juiz não pode diminuir a pena a
quem do mínimo, ele não pode considerar a atenuante. Logo, ele vai ter que desprezar
as duas circunstâncias. É diferente se o juiz fixou a pena base no máximo legal. Se o réu
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tem uma circunstância agravante e outra atenuante, ele vai desconsiderar a agravante,
mas vai considerar a atenuante, pois seria injusto para o réu.
Art. 68, pu CP
É possível se ter duas causas de aumento de pena. Ex.: temos dois furtos
noturnos em continuidade delitiva. O juiz vai fixar a pena base e ver se tem atenuantes
ou agravantes. Depois, vai para as causas de aumento de pena: primeiro, ele vai aplicar
o aumento de ter sido cometido a noite e depois, a continuidade delitiva.
Mas digamos que ele tenha duas causas de aumento de pena da parte
especial. O juiz pode dar uma só, desde que seja a que mais aumente.
Ex.: crime de incêndio, praticado em casa habitada e que resulte morte.
Art. 250 CP → pena de 3 a 6 anos
Inc. II, a → + 1/3 (casa habitada)
→ + 1/2 (morte)
Assim, o juiz fixa a pena base em 4 anos. Não tem atenuante, nem
agravante. O juiz usa só a causa de aumento com relação à morte e eleva a pena do réu
em mais 2 anos.
Há quem sustente que DEVE o juiz aplicar apenas uma dessas causas
especiais de aumento de pena. E outros entendem que PODE o juiz aplicar as duas ou
não, porque é uma faculdade do juiz.
Ex.: furto noturno (causa de aumento) tentado (causa de diminuição). O juiz fixa a pena
base em 2 anos (24 meses) e depois verifica que não tem agravante, nem atenuante.
Por fim, aumenta em 1/3 (noturno) → + 8 meses = 32 meses. E diminui de 1/2 pela
tentativa (de 1/3 a 2/3) → 32 - 16 meses = 16 meses = 1 ano e 4 meses.
O juiz não precisa fixar a pena base em meses, pode usar apenas
porcentagem. Ele tem apenas que dizer como ele chegou àquela pena final.
Ex2: 2 homicídios culposos em que o agente fugiu sem prestar socorro às vítimas, em
concurso formal ⇒ art. 121, § 3º e § 4º na forma do art. 70 CP (duas vezes).
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OBS.: Sendo continuidade delitiva, pega-se a pena do crime mais grave. No caso em
tela, como são dois crimes iguais, tanto faz. No caso da continuidade delitiva, quanto
mais infrações cometidas, maior a sua penalidade.
OBS.2: Até 6 meses, poderia substituí-la por multa, pena restritiva de direitos ou fixar
sursis. Além de fixar o regime. Quando o juiz deixar de fazer estas substituições, ele tem
que fundamentar muito bem.
⇒ Pena de Multa
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Quem cobra esta multa? Se for crime federal vai para a Justiça Federal e
se for estadual vai para a Justiça Estadual. Se for tóxico, é competência da Justiça
Federal.
⇒ Concurso de Crimes
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Ação é toda atividade dirigida a uma finalidade.∗ Uma ação pode ser
composta por vários atos. Ex.: A dá 5 tiros em B. Uma só ação com vários atos.
⇒ Concurso Formal
Embora este concurso seja uma causa de aumento de pena, deve ser
observado que trata-se de um benefício para o réu, tendo em vista a produção dos
diversos tipos penais. Neste caso, a exasperação torna-se um benefício. Conclui-se que
esta regra nunca poderá ser aplicada para prejudicar o réu.
Ex.: A pratica um homicídio doloso em concurso com uma lesão dolosa.
- homicídio - 6 a 20 anos
- lesão - 3 meses a 1 ano
1º) pena base = 6 anos (72 meses)
2º) agravantes e atenuantes - não tem
3º) causa de aumento - + 1/6 = 7 anos de pena ( 72 meses + 12 meses = 84 meses = 7
anos)
A pena do concurso formal perfeito nunca pode ser maior que a pena
aplicada pelo concurso material.
Heleno Fragoso: “No concurso formal imperfeito, não se pode falar em dolo eventual,
pois aquele quer todos os resultados obtidos com a ação”.
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⇒ Crime continuado
Quando o agente com mais de uma ação ou omissão pratica vários crimes
da mesma espécie. Neste caso, em relação ao sistema de aplicação de pena, em regra,
aplicar-se-á o sistema da exasperação (= ao concurso formal perfeito).
a) pluralidade de condutas;
B2 - para uma segunda corrente, crimes da mesma espécie devem ser entendidos como
aqueles que atingem a mesma objetividade jurídica e que a forma de execução seja
semelhante. Ex.: furto e roubo; estupro e atentado violento ao pudor.
Crime repetido - A rouba um toca-fitas e 3 dias depois rouba outro. Não se trata de crime
continuado.
Parágrafo único - não pode a pena aplicada ao crime continuado ser maior do que a
aplicada no concurso material. Quando se trata dos crimes deste parágrafo contra
vítimas diferentes, o juiz pode triplicar a pena do agente, sem que ultrapasse o concurso
material.
Ex.: A pratica 5 roubos
1º) pena base - 4 a 10 anos = 4 anos
2º) agravantes/atenuantes
3º) 4 anos x 3 = 12 anos (se fosse por concurso material, o agente responderia por 20
anos, no mínimo).
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Art. 75 CP - é parecido com o art. 9º da Lei 8072, que cita o art. 224 CP.
Cláudio Lopes entende que, neste caso, o STF está punindo com bis in
idem, porque o menino não agiu com violência, nem com grave ameaça. Ele já estará
sendo punido, quando tecnicamente, ele não praticou o estupro. E será punido
novamente, pelo mesmo fato, quando sua pena é aumentada da metade porque a
menina é menor de 14 anos.
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Art. 75, § 1º - a unificação pode ser considerada por um único processo. E pode haver a
unificação por várias penas em vários processos. Quando todos estes processos
chegarem na VEP, haverá a unificação para 30 anos. Esta é a regra. A exceção está no
§ 2º do art. 75 CP.
Ex.: A foi condenado a 50 anos de reclusão (teve sua pena unificada para 30 anos).
Após cumprir 20 anos de prisão, A vem a cometer outro crime e vem a ser condenado a
10 anos. Neste caso, deve haver nova unificação, ou seja, A deverá cumprir os 10 anos
que faltavam e mais os 10 da nova condenação. Assim, A poderá ter que cumprir preso,
um total de 40 anos.
⇒ Sursis
Embora a lei diga que o juiz poderá, o entendimento é de que o juiz deverá
aplicar o sursis, se presentes os requisitos; o sursis é um direito subjetivo do réu.
O mesmo juiz que aplica o sursis, deve fixar o regime prisional, que
normalmente é aberto. Isto para o caso de o réu não cumprir o sursis. Mayrink não
entende assim: para ele, já que vai-se aplicar o sursis, não há porque fixar o regime
prisional. Se o réu descumprir o sursis, o juiz da VEP é que aplicaria e fixaria o regime
prisional.
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§ 1º do art. 77 - ver súmula 499 STF. Ex.: o cara foi condenado por furto privilegiado. E o
juiz só lhe imputou multa. Depois, ele praticou outro crime, logo, é reincidente. Só que,
como, a condenação anterior foi exclusivamente de multa, apesar de ser reincidente em
crime doloso, ele pode ter direito a sursis desta vez.
O juiz não pode negar o sursis sob o fundamento de que o réu é revel ou
está foragido.
O sursis tem que ser aceito pelo réu. O juiz estipula as condições e o réu
vê se aceita ou não. Aceitas as condições, começa-se o período de prova, que é aquele
onde o condenado cumpre as condições estipuladas pelo juiz.
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Art. 78, § 1º - a lei trata do sursis simples, que é aquele em que no 1º ano do prazo, o
condenado cumpre uma pena restritiva de direitos.
§ 2º - a lei trata do sursis especial, que é aquele em que ao invés do juiz aplicar pena
restritiva de direitos, ele substitui esta pena pelas condições do § 2º do art. 78 CP. É o
sursis que é aplicado na prática.
O juiz não pode dar uma condição ou outra, ele tem que dar todas
cumulativamente.
Art. 80 - o sursis não se estende às penas restritivas de direito e multa. Ex.: ele foi
condenado a uma pena privativa e multa, e o juiz concedeu sursis. Este sursis só se
aplicará à pena privativa de liberdade. A multa, ele terá que pagar.
Art. 81 CP - dá causas de revogação obrigatória. Ele pode ser condenado por crime
cometido antes ou depois da concessão do sursis. E aí, seu sursis será revogado.
→ Requisitos:
Aqui não caberia a analogia quem pode o mais pode o menos, porque não
cabe analogia contra legem.
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OBS.: Para qualquer das duas correntes, para que o réu não tenha direito ao livramento
condicional, é necessário que os dois crimes tenham sido cometidos após o advento da
Lei 8072.
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Arts. 86, 84 e 88 - Ex.2: Em 1979, o sujeito cometeu o 1º crime, para o qual, foi
instaurado IP. Em 1980, ele comete 2º crime, pelo qual, ele é condenado a 8 anos. Em
1984, a ele foi concedido o livramento condicional. E durante o período de prova, o IP do
1º crime transforma-se em ação penal e, em 1986, ele é condenado, pelo 1º crime a 2
anos com sentença transitada em julgado. Como ele cometeu o crime antes de lhe ser
concedido o livramento, este será revogado mas o tempo que ele cumpriu de período de
prova é contado para efeito de cumprimento de pena.
Pena total dele - 8 anos do 2º crime + 2 anos do 1º crime = 10 anos.
Pena cumprida por ele - 4 anos (preso) + 2 anos do livramento = 6 anos.
2) Dos 10 anos, ele já cumpriu 6, que é mais de 1/3 de 10 e mais de 1/2 de 10. Então,
ele poderia não ser preso, ele poderia continuar em livramento, só que ao invés dele
cumprir somente 2 anos, ele cumprirá mais 4 anos em livramento condicional. É o
entendimento mais acertado.
Art. 97, § 1º - é diferente da pena, que é sempre por tempo determinado. O juiz deve
fixar um período mínimo de 3 anos (a partir de 1 ano), na sentença, para se verificar a
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cessação da periculosidade do réu. Após este prazo, a verificação tem que ser feita
anualmente.
Neste aspecto, a LEP é mais benéfica, porque diz que a qualquer tempo
pode ser verificada a cessação da sua periculosidade - art. 176 LEP.
Súmula 525 STF - CUIDADO! É uma súmula antiga, que se referia ao sistema do duplo
binário. Então, o juiz condenava o réu, mas não aplicava a medida de segurança
também. E o MP não recorria. Como o réu tinha sido condenado, ele recorria. Deste
recurso do réu, não poderia o tribunal aplicar-lhe também medida de segurança, pois
seria uma reformatio in pejus.
⇒ Efeitos da Condenação
O art. 20 da nova lei ambiental diz que o juiz poderá fixar, na sentença
condenatória, o valor da indenização. É uma inovação no sistema penal brasileiro, assim
como, o novo CTB que instituiu a multa reparatória, onde o juiz também fixará o valor da
indenização (art. 297 CTB).
Art. 91, I CP - condenado, não se discute mais o dever de indenizar; ele é certo!
• Fazer remissão: art. 63 a 66 CPP; art. 1518 a 1532 CC; art. 1537 a 1553 CC.
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1ª) O Estado não se substitui ao particular. Cabe sempre ao ofendido promover a ação
civil de reparação de dano, exceto se este for pobre, hipótese em que a iniciativa caberá
ao MP.
2ª) Na hipótese de ações paralelas civil de reparação de danos (para não perder tempo)
e penal, poderá o juiz cível suspender o andamento da ação, a fim de evitar decisões
conflitantes (art. 64, pu CPP).
3ª) A condenação irrecorrível do crime, faz coisa julgada no cível. Não se discute mais, a
existência do débito, mas só o seu quantum (art. 1525 CC).
4ª) A sentença que somente impõe medida de segurança não pode ser executada
diretamente no cível, para efeito de reparação de dano, porque esta sentença é
absolutória e não condenatória.
8ª) Hipóteses em que a absolvição do crime não impede a propositura de ação civil de
reparação de dano, ou seja, a absolvição penal não faz coisa julgada no cível:
a) absolvição por excludente de culpabilidade;
b) absolvição em face de justificativas putativas;
c) absolvição por não constituir o fato infração penal;
d) absolvição por não ter sido provada a existência do fato (o juiz não diz que o fato não
aconteceu, ele pode até ter acontecido);
e) absolvição por não haver prova suficiente para a condenação ou por não haver prova
de ter o réu concorrido para o crime.
9ª) Hipótese em que a absolvição do crime impede a ação civil de reparação de dano; a
absolvição faz coisa julgada no cível (Demoro sempre perguntava em prova oral):
a) se houver sido provada a inexistência material do fato (art. 66 CPP), o juiz diz que o
fato não ocorreu;
b) absolvição em virtude de excludentes de ilicitude. Art. 1540 CC. Exceção: no caso de
absolvição por legítima defesa, mas com erro na execução. Ex.: A vem me matar, e eu,
em legítima defesa, atiro nele, mas acerto em B. A 2ª exceção ocorre no estado de
necessidade agressivo (art. 1519 e 1520 CC), ou seja, quando o agente para se salvar
de um perigo, destrói o bem de um inocente, não causador do perigo.
Art. 91, II, a CP - pode ser perdida uma arma de uma pessoa sem porte, um documento
falso usado no estelionato, por exemplo.
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Art. 91, II, b CP - ressalvado o direito do lesado, que tem que ser intimado para verificar
se o bem é seu.
OBS.: Os efeitos do art. 91 são automáticos, o juiz não precisa fazer menção na
sentença. Mas é sempre bom colocar expressamente os efeitos da sentença.
Este artigo não trata de perda, e sim de utilização do bem até o final do
processo.
Art. 243 CRFB - não é procedimento criminal - pode até haver, mas não é
necessariamente.
Art. 243, pu CRFB - efeito da condenação com caráter constitucional. É exceção ao art.
91 CP. Estes bens não vão para a União, mas para a FUNCAB (um fundo qualquer),
que repassará os bens para uma instituição de drogados, para a Polícia, etc. Este
repasse deve ser especificado!! Diferente dos bens que vão para a União, que podem
ser utilizados indiscriminadamente.
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Art. 25 da mesma lei - a lei também dá uma destinação específica aos bens (não vão
para União). Ex.: os animais iriam para um zoológico.
Art. 27 - trata de institutos da Lei 9099. Este artigo cria requisitos para a transação penal.
Art. 28 - cria requisito especial para a suspensão condicional do processo.
Na Lei de Abuso de Autoridade, o art. 6º, § 3º, c, traz a perda do cargo, que
aqui não é efeito e sim pena principal.
OBS.: pu do art. 92 - o juiz não precisa justificar porque não determinou estes efeitos.
Art. 7º, II da Lei 9613/98 - a lei cria uma suspensão para quem foi condenado por crime
de lavagem de dinheiro. A lei não diz se trata-se de efeito automático ou não. Gerará
controvérsias.
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Dec. 7661/45 - art. 195 - efeito da condenação por crime falimentar: interdição para o
exercício do comércio. Tem prevalecido o entendimento de que este é um efeito
automático.
No inc. III deste mesmo dispositivo, não se alcança o CTB. Só o art. 47, III
CP se comprovar que ele usou o veículo para a prática de crime doloso, aí sim, pode
determinar a perda da habilitação.
⇒ Reabilitação
art. 1º, § 5º da Lei de Tortura - isso, na verdade, não é suspensão, mas perda do cargo.
É um prazo especial para reabilitação, para que ele possa exercer um outro cargo
público.
Entendimento do Demoro - com o art. 129, I CRFB, não haveria mais o recurso de ofício.
E as leis que dispõem a respeito do recurso de ofício seriam inconstitucionais. Mas o
entendimento majoritário é que ainda está em vigor tal recurso.
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Art. 92, II - perda do pátrio poder. Reabilitado, ele não pode mais recuperar o pátrio
poder em relação ao filho contra qual ele cometeu o crime. Quanto aos demais filhos, há
divergências, mas entende-se que ele pode exercer o pátrio poder.
OBS.: O art. 202 LEP não tem nada a ver com reabilitação !
⇒ Extinção da Punibilidade
→ Regras:
1. Duas das causas elencadas no art. 107 CP não extinguem somente a punibilidade,
mas sim, o próprio crime. São eles a anistia e a abolitio criminis.
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4. Os efeitos das causas extintivas podem ocorrer ex tunc (abolitio criminis e anistia) ou
ex nunc (as demais causas).
Art. 107, I CP - morte do agente. Prova-se pela certidão de óbito - art. 62 CPP. E se a
certidão for falsa? Se for xerox, deve ser autenticada. Se houver dúvida quanto a
veracidade da certidão, deve-se oficiar ao cartório para comprovar a legalidade.
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A Lei 8072 também veda o indulto nestes crimes. Por isto, há autores que
entendem que nesta parte, a Lei 8072 é inconstitucional, porque impediu o indulto
quando a CRFB não o fez. Para Cláudio, não há nenhuma inconstitucionalidade nesta
lei.
Por outro lado, a lei da tortura, em seu art. 1º, § 6º, dispõe que os crimes
de tortura só são insuscetíveis de anistia e graça, não fazendo referência ao indulto.
- Graça e Indulto
Art. 107, III CP - é o caso da abolitio criminis. Se apaga os efeitos penais da sentença
condenatória, ele não poderá ser considerado reincidente. Mas os efeitos civis desta
sentença ainda são devidos. Se ele estiver preso, ele terá que ser solto imediatamente!
Este processo que ele respondeu no passado, mas que hoje não é mais
considerado crime, vem anotado na FAC. E abaixo da discriminação, vem explicado:
“Extinção da punibilidade.”
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Art. 107, V CP
Renúncia é o ato em que há, na verdade, a abdicação do ofendido ou de
seu representante legal do direito de promover a ação penal privada. Só se fala em
renúncia, antes do início da ação penal, isto é, antes do juiz receber a queixa.
A Lei 9099, em seu art. 74, pu, criou um caso de renúncia em crime de
ação pública condicionada a representação, pois o acordo civil entre o autor do fato e a
vítima constitui renúncia ao direito de representação.
Art. 107, VI
Retratação significa retirar o que foi dito ou falar o que ainda não havia dito.
Há retratação nos crimes contra a honra - art. 143 CP- que só será cabível nas ações
privadas e só nos crimes de calúnia e difamação, não sendo admitida nos crimes de
injúria.
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Outra corrente entende que pode se iniciar, desde já a ação penal por falso
testemunho. E inclusive, como dizia Hungria, se o falso testemunho ocorreu em
processo penal, as duas ações devem correr junto, pela conexão. É a melhor corrente
para o MP. Outro fundamento para esta corrente é que não há na lei, nenhuma previsão
de suspensão da prescrição, neste caso. Além disso, se esperar a sentença do
processo, poderá ter ocorrido a prescrição do crime de falso testemunho.
Art. 107, VII - se houver concurso de agentes, haverá a extensão para os demais
agentes, eis que a vítima só pode se casar com um deles.
Este caso de extinção pelo casamento, pode ocorrer até mesmo após o
trânsito em julgado. E cabe em qualquer tipo de ação: pública ou privada.
Art. 107, VIII - estão excluídos o estupro, o atentado violento ao pudor, o rapto, salvo se
forem cometidos com violência presumida.
Art. 107, IX - perdão judicial é a possibilidade que tem o juiz de deixar de aplicar a pena,
em justificadas circunstâncias. O perdão judicial só pode incidir nos casos expressos em
lei, quando vem determinado na pena: “.. podendo o juiz deixar de aplicar a pena.” Ex.:
homicídio culposo (art. 121, § 5º) - o motorista bate com o carro e mata uma pessoa. Só
que ele fica paraplégico. Já é uma pena para o autor do fato. Outro exemplo: ele bate
com o carro, mas é um parente seu que morre.
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1ª corrente - minoritária: entende que é uma sentença absolutória (boa para Defensoria);
2ª corrente - entende que a natureza é de uma sentença condenatória, porque só se
perdoa quem é o culpado;
3ª corrente (STJ) - súmula 18 - a sentença é declaratória de extinção da punibilidade.
Mais adotada.
No STF há precedentes do entendimento de que esta sentença é
condenatória. Esta discussão toda surgiu em torno do art. 120 CP. Há quem entenda
que já que ela não tem efeito de reincidência, ela não é condenatória. E há quem diga
que este artigo trata de uma exceção à sentença condenatória.
Por não haver previsão legal de perdão judicial no CTB, há uma corrente
que entende que o perdão judicial não é aplicável, já que o perdão judicial só é cabível
nas hipóteses previstas em lei. É uma corrente minoritária. Mas há uma segunda
corrente que admite o perdão judicial nos casos do CTB; o seu fundamento é que o art.
302 CTB parece ser uma norma remetida, que manda aplicar a definição de homicídio
culposo do CP. Já que remete ao CP e o homicídio do CP prevê a hipótese de perdão
judicial, o perdão judicial poderia ser aplicado ao CTB.
⇒ Prescrição
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→ Efeitos da prescrição
90 93 94
fato |------------|------------|--------------|------------|
RD SPC
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OBS.: Para efeito de prescrição, é utilizado o prazo penal e não o prazo processual.
Então, se o crime de lesão leve ocorreu no dia 10/01/90, começa-se a contar o prazo
prescricional, que irá até as 24 hs. do dia 09/01/94; depois deste dia, ocorreu a
prescrição. Isso é para qualquer tipo de prescrição.
É por este motivo que bons advogados e defensores recorrem por qualquer
motivo, levando o processo até o STF em grau de recurso extraordinário: para
prescrever o crime supervenientemente.
defesa recorre
90 91 92 ➚ 95
fato |---------|---------|---------|---------|---------|---------|
129 CP RD SPC pub. TJMP TJD
pena: 6 meses = prescrição em 2 anos
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→ Prescrição Executória
→ Quadro Geral:
|------------|------------|-----------|--------------|---------------|
fato RD SPC pub. TJMP TJD
presc. executória
FATO RD/EU RD
03/03/90 02/03/94 02/05/93
RD SPC/EU SPC
02/05/93 01/05/97 03/05/97
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Ex.: furto - pena de 1 a 4 anos - pelo art. 109, o furto simples prescreve em 8 anos.
Mas se o furto foi praticado durante o repouso noturno, eu acrescentarei
1/3 aos 4 anos = 5 anos e 4 meses. E a prescrição ocorrerá em 12 anos somente.
Se fosse furto tentado, a diminuição será de 1 a 2/3. No caso de tentativa,
eu tenho que trabalhar com 1/3, eu tenho que diminuir o mínimo possível, já que eu
quero a pena máxima. Neste caso, a prescrição continuaria sendo de 8 anos.
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1. Ocorrendo a prescrição, não havendo IP, este não pode ser instaurado.
2. Oferecida a denúncia ou a queixa, havendo prescrição, aquelas têm que ser
rejeitadas.
3. Se a ação estiver em andamento, o juiz deve decretá-la de ofício (art. 61 CPP).
4. Se o feito estiver em fase de julgamento, o juiz deve decretá-la, sem o julgamento do
mérito. Não deve dizer se o réu é culpado ou inocente.
5. Favorecido pela prescrição, o agente não pode mais ser processado pelo mesmo fato.
6. Havendo prescrição durante o IP, os autos devem ser remetidos ao MP, para que seja
providenciado o arquivamento.
7. Havendo prescrição, o réu não pagará as custas do processo; e a fiança, por ventura
paga, deverá ser-lhe devolvida (art. 337 CPP).
8. De acordo com a CRFB/88, os crimes de ação armada e de racismo são
considerados imprescritíveis.
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Mas há uma tese, não majoritária, que diz que nada impede que o juiz de
1º Grau reconheça a prescrição retroativa na sentença, tendo em vista que a prescrição
é matéria de ordem pública, podendo ser alegada a qualquer tempo. É uma tese muito
mais prática que a corrente predominante que exige que a defesa recorra para que o
Tribunal reconheça a prescrição retroativa (art. 61 CPP para a 2ª corrente). Mas, em
qualquer prova, colocar a 1ª corrente.
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Art. 112 CP - trata da prescrição executória. São 4 termos iniciais para este tipo de
prescrição:
1. Do dia que transitar em julgado para a acusação;
2. Da data da revogação do sursis;
3. Da data da revogação do livramento condicional; e
4. Da data da fuga ou da evasão.
Ex.: em 1990, A foi condenado a 1 ano e obteve sursis. Crime apenado com 1 ano, tem
prescrição de 4 anos. Em 1991, começou a cumprir o sursis. Em 1992, ele descumpriu
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uma das condições do sursis e o juiz revogou o sursis. O Estado tem que pegá-lo e
colocar atrás das grades para cumprir a pena. Então, aqui começa a correr de novo a
prescrição executória, já que o Estado terá que executar a pena. Logo, o Estado terá,
até 1996, para capturá-lo e prendê-lo novamente.
OBS.: A prescrição executória começa a correr só agora porque antes, não havia a
prescrição executória, já que o Estado não estava executando ninguém porque deu
sursis para o réu.
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Este artigo 114 CP foi alterado em 1996, então, deve-se tomar cuidado,
porque a Lei 9268 criou no art. 114 CP, uma novatio legis in pejus, porque aumentou o
prazo prescricional, logo, ela não pode retroagir. Cuidado com as datas colocadas nas
provas! Antes de abril/96, a pena da multa prescrevia sempre em 2 anos.
Art. 115 CP - cuidado, porque não é a pena do crime que se reduz a metade, é o prazo
prescricional que é reduzido a metade, não importa qual o crime.
Deve-se conjugar este artigo com o art. 4º CP. Aplica-se para crimes
qualificados pelo resultado. Ex.: ele lesionou uma pessoa quando tinha 20 anos. A vítima
vem a morrer, só que o agente já tinha 21 anos. Mesmo assim, reduz seu prazo
prescricional.
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2ª corrente - diz que deve haver a suspensão pelo maior prazo prescricional previsto em
lei, isto é, 20 anos. Para Cláudio, esta é a melhor corrente.
3ª corrente - a prescrição pode ficar suspensa com base no menor prazo em função da
pena mínima cominada para o delito. Ex.: com o crime de furto, a pena mínima
cominada é de 1 ano, então, sua prescrição poderia ficar suspensa por 4 anos.
4ª corrente - a prescrição volta a correr com base na pena máxima cominada
abstratamente para o delito. Ex.: com o furto, sua prescrição poderia ficar suspensa por
8 anos.
Cláudio prefere a 1ª posição, pois o que a lei quis foi dizer que NINGUÉM
poderia ser condenado a revelia, citado por edital; tanto aquele que cometeu o crime
antes de abril/96 como aquele que cometeu o crime depois desta data. Mas surgiu este
problema por questão de política criminal, porque havia muita gente que não seria
condenada, ficariam impunes.
OBS.: No caso do art. 89 da Lei 9099, não houve esta confusão toda e a interpretação
foi no sentido de dividir a norma também, na sua aplicação. Não houve confusão porque
as conseqüências não seriam tão gritantes como as conseqüências que surgiriam da
divisão do art. 366 CPP. Mas são, essencialmente, as mesmas questões, situações
iguais: duas normas híbridas que têm a aplicação da sua parte processual e não a da
material. Mas recebem tratamentos diversos.
- Regras Gerais:
1. Havendo uma causa interruptiva da prescrição, em regra o prazo prescricional volta a
correr novamente e por inteiro.
2. Este rol do art. 117 CP é considerado taxativo.
3. Ato nulo não interrompe a prescrição. Ex.: houve sentença penal condenatória, mas o
réu recorreu e o tribunal anula a sentença. A prescrição, neste caso, não se interrompeu.
4. As causas interruptivas do art. 117, aplicam-se a todos os crimes, inclusive os
previstos em legislação extravagante como os de Imprensa e até mesmo os
Falimentares, nos termos da súmula 592 STF.
5. As causas interruptivas do art. 117, I a IV, referem-se à prescrição punitiva, enquanto
as dos inc. V e VI, à prescrição executória.
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Art. 116, pu - trata-se da prescrição executória, porque o Estado não pode punir 2 vezes
ao mesmo tempo.
Art. 117, II e III CP - é o acórdão da pronúncia no caso dos crimes dolosos contra a vida,
cujo procedimento é o Tribunal do Júri.
Se o juiz desclassificar para um outro crime que não é de competência do
júri, não vai haver interrupção da prescrição.
OBS.: art. 151, caput, § 1º e I - como a pena é de até 6 meses, o juiz pode aplicar a
pena de 1 dia. ATENÇÃO COM ESTE CASO! Pode haver pena de 1 dia!
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Estado vai CONTINUAR a aplicar a pena restante, então, interrompe-se a prescrição, eis
que o Estado voltou a exercer o ius puniendi.
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