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O Cristão
E OS DESAFIOS DA PÓS-MODERNIDADE
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PAULO AUDEBERT DELAGE
O Cristão
E OS DESAFIOS DA PÓS-MODERNIDADE
Editora
Nossa Missão
Capa
Bruno Sales
Preparação de textos
Fernando Alves
Revisão
Cristina Lavrador Alves
ISBN: 978-85-66262-01-8
1. Vida cristã 2. Cultura 3. Cristianismo e cultura 4.
Pós-modernismo - História 5. Pós-modernismo - Aspectos
religiosos - Cristianismo. I. Titulo
CDD 248.4
14 0059
-
Introdução 9
1 O apóstolo Paulo, o cristão e a relação com a cultura 13
2 Esboço da tradicional divisão da história humana 17
2.1 Fase Pré-histórica 18
2.2 Idade Antiga 18
2.3 Idade Média 19
2.3.1 Alta Idade Média 19
2.3.2 Baixa Idade Média 20
2.4 Idade Moderna ou Modernidade 20
3 Noções gerais sobre o conceito de pós-modernidade. 23
3.1 Início 23
3.2 Designação e uso do termo 24
3.3 Propostas 25
4 Cultura do relativismo 27
5 Cultura do pluralismo 33
6 Cultura do sincretismo 39
7 Cultura do pragmatismo 45
8 Cultura do consumismo 51
9 Cultura do excesso 57
10 Cultura do desperdício 63
11 Cultura do hedonismo 69
12 Cultura do efêmero 77
13 Cultura do imediatismo 85
14 Cultura do naturalismo 93
15 Cultura do esteticismo 103
8
Introdução
9
(1) Nesse caso, a palavra inundo (no ação, inclusive doutorado. Isso fez aumentar minha
grego Minn) tem o sentido de "era",
"tempo presente"; 'século presente" expectativa, inclusive quanto ao aspecto ligado à fin-
ou "sistema socian e não de planeta.
(2)O movimento da contracultura guaem
w. g.- e à comunicação. Terminado o encontro (ao
.
tem origem nos Estados Unidos qual sobrevivi), deparei-me com material estruturado
nos anos 1960, com a geração beat
(beatniks), sendo estes os filhos de forma didática e com possibilidades de auxiliar
do pós-guerra e herdeiros de uma
situação de conforto, consumo e muitos outros cristãos em seus embates no contexto
orgulho nacionalista. Opõem-se,
exatamente, aos valores descritos e das culturas presentes nesse início de século XXI, in-
sustentados pela sociedade ameri -
cana, defendendo a paz o amor, a tegrante do que tem sido chamado pós-modernidade.
igualdade, a liberdade, a simplicidade Assim, embora não pensasse em escrever um livro,
etc. É uma forma de oposição à
cultura vigente_ Tem sua difusão com acabei sendo conduzido, pelo resultado positivo do
o movimento izippie celebrizado no
Festival de Woodstock. John Stott encontro, a tal iniciativa, disponibilizando mais essa
usará tal conceito de confrontação
à cultura reinante, dando feição à ferramenta aos cristãos, ainda que haja razoável ma-
contracultura cristã (titulo de seu
livro de comentário sobre o Sermão terial disponível sobre o assunto.
do Monte), ou seja, a cultura cristã
que se torna confrontadora do status
quo estabelecido na sociedade secular A estrutura básica do livro tem no Capítulo 1 uma
e não cristã. "Penso que nenhuma breve análise da visão do apóstolo Paulo quanto à
outra expressão resume melhor a
intenção de Jesus, ou indica mais cia- relação do cristão com o "mundo", baseada no texto
ramente o seu desafio para o mundo
atual, do que a expressão Contracul- da epístola aos Romanos, 12:1-3. Segue-se, no Capí-
tura cristr(STOTT, 1981, p. I).
(3) Palavra usada para significar a
tulo 2, a apresentação sucinta da visão tradicional da
"visão de mundo", ou seja, a forma divisão da história humana em quatro grandes perí-
como se apreende a realidade
que nos cerca em termos de odos, da pré-escrita até a modernidade. O Capítulo 3
comportamento, ideias, padrões,
costumes etc. Nesse sentido, vê-se: traz algumas considerações sobre a pós-modernida-
"Ernanuel Kant [...I teria cunhado
o termo Weitanschauung, traduzido de quanto a seu início, conceito, designações e pro-
posteriormente como o correlato postas, visando situar o leitor em relação ao tema
inglês worldview, em português,
cosmovisão (... J. Kant utilizara o geral do livro. Dos Capítulos 4 a 15 são apresentadas
termo como a capacidade humana
de intuir o mundo exterior à medida 12 manifestações culturais presentes na pós-moder-
que este é apreendido pelos sentidos
[...I A fertilidade do conceito - ni- dade e, a seguir, são colocados os desafios ao cris-
weitanschauun g o fez tornar-se, em
apenas sete décadas, uso obrigatório tão em relação a tais padrões, sendo aqueles vistos
em todo o universo intelectual como uma expressão de "contracultura cristã" 2 a es-
da Europa e dos Estados Unidos,
passando a significar a concepção tes, com a devida argumentação para sedimentar as
ou visão de mundo e da vida,
compartilhada por um individuo •' colocações feitas e os textos bíblicos de referência.
ou grupo social" (LEITE, 2006.p. c
41-43). Seguem - se, então, as considerações finais.
(4) Palavra grega usada pelo apósto-
lo Paulo, podendo ser traduzida por Esta não é uma obra de apologética, que visa com-
estrutura, molde ou "fôrma':
(5) Refere-se a qualquer época, bater a "ferro e fogo" os "males deste mundo tenebro-
independentemente da cronologia so", ainda que haja elementos de argumentação apo-
que se apresente.
(6) Palavra cunhada para expressar logética presentes no texto. O que se busca com este
algo que esteja ligado a manifestação
de demônios, ou que seja dominado livro é, como dito anteriormente, oferecer uma ferra-
"u regido por eles' menta que possa despertar a percepção acerca de cir-
10
(7) Mateus 7:25.
cunstâncias de perigo e risco na cosmovisão 3 que nos
cerca, bem como apresentar elementos que auxiliem
o cristão a evitar que seja envolvido e absorvido no
- squema" 4
do "presente século"'. Não se objetiva "de-
rnonizar"6 as manifestações culturais ou os elementos
que estão presentes no modus vivendi atual. Aspectos
positivos e proveitosos existiram e existem em todas
as culturas de todas as épocas, não sendo diferente
desse tempo chamado de pós-modernidade.
Desejo e espero que esta venha ser uma leitura pro-
veitosa, edificante, instrutiva e renovadora das convic-
ções cristãs, para o enfrentamento das manifestações
culturais que, a exemplo do vento, da chuva e das
enchentes, 7 incidem contra nossa vida e colocam em
risco sua estrutura e estabilidade em relação ao pro-
jeto de Deus para nós como cristãos e súditos de Seu
Reino nesta sociedade.
11
Capitulo1
O apóstolo Paulo, o cristão
e a relação com a cultura
13
(1) Trata-se da palavra grega sómota
usada para referir-se à parte física O apóstolo Paulo, após fazer um apelo em nome de Deus aos
do ser humano, ou seja, o conjunto
de tecidos, órgãos e aparelhos que seus leitores, usa o expediente da apresentação do negativo e do
compõem o corpo humano.
(2) Palavra grega usada para ex-
positivo em sua argumentação. Inicia com a forma negativa de
pressar a racionalidade como fruto conduta (não fazer) e passa, depois, à maneira positiva (fazer).
da capacidade de discernir, pensar
e raciocinar. Distinto, embora não Ressalta que não se trata de algo apenas "espiritual", pois sua re-
oposto, do "emocionalismo':
(3) Tradução de João Ferreira de ferência não será à alma, ou ao espírito, mas vai se referir à apre-
Almeida, edição revista e atualizada
no Brasil, da Sociedade Bíblica do sentação do corpo', ligando-o ao culto a Deus e ao contato com
Brasil. Os textos bíblicos citados a realidade física circundante, concomitantemente. Em relação
são todos, salvo identificação em
contrário, dessa tradução. a Deus, vê-se o aspecto sacrificial, sendo este de caráter vivo e
agradável em culto racional (no grego logikon) 2.
Paulo diz que o modo pelo qual o cristão não se deixa modelar
.conformar) pelo mundo, ou não se amolda a ele, é pela "trans-
formação" gerada pela renovação de sua mente. Essa transforma-
çao traz o radical morfê, apontando para algo
mais estável e, consequentemente, menos mutável, estando liga-
do mais à essência (interior) que à aparência (exterior). Assim,
mesmo que haja forte pressão para comprimir o cristão a ajus-
tar-se ao "esquema" (moda, onda, costume, ideologia e outras
manifestações culturais), não será ele "formatado", mas haverá
de ter uma forma ("morfê") que não se "conforma", mantendo-se
fora de padrões impositivos de "fôrma". Estará na "contramão"
ou na contracultura. No dizer de John Stott:
17
2.1 Fase Pré-histórica
Esse período é situado anteriormente ao ano 4000 a.C. Trata-
-se de um tempo em que as informações ou a comunicação não se
faziam de forma escrita, sendo conhecido como ágrafo; nele se
verifica apenas o processo oral de comunicação, a chamada ora-
lidade. Não há, portanto, registros escritos de nenhuma espécie
e as referências nos vêm de descobertas arqueológicas, por meio
de artefatos, desenhos e outros elementos. Não se deve pensar
que não houvesse riqueza de cultura e conhecimento, pois, com
o advento da escrita, muito da oralidade veio a ser preservado,
revelando aspectos de certa complexidade e reflexão, bem como
de desenvolvimento social de algumas civilizações.
3.1 Inicio
Como nas fases anteriormente vistas, não existe uma
data determinativa ou especifica (ainda que seja possível para
fins didáticos) em que se possa firmar o início da pós-moder-
nidade. Já no final do século XIX, alguns indícios começam a
surgir e podem ser apontados como prenúncios de mudanças.
( Com a proposta da filosofia de Nietzsche, começa-se a verificar
a tendência da desconstrução ou quebra dos princípios regentes
3.3 Propostas
Em linhas gerais a distinção entre modernidade e pós-moder- (5) Bill Fillebrown apresenta outros
comparativos: Modernidade -
nidade se vê nas propostas de mudanças em alguns segmentos, processo linear. verdades absolutas,
planejamento racional das ordens
dos quais apontamos, por exemplo': sociais, padronização do conheci-
mento e da produção. Pós-moder-
nidade - fragmentação. indeterrni-
• do individual pelo global (globalização); nação, intensa suspeita frente aos
discursos universais ou totalizantes,
pluralidade e diversidade de conhe-
• da ética pela estética; cimentos e produções (KOHL, 2011,
p. 43).
• do perene pelo descartável;
DESAFIO
Impõem-se ao cristão um imenso desafio nesse contexto, qual
seja ode sustentação dos absolutos da fé cristã. Argumentar com
ferramentas de certos ramos do saber é mais fácil nesse sentido.
Pensemos, por exemplo, na ciência química, ou na física, am-
bientes onde os absolutos (convencionais ou demonstráveis)
existem. A molécula de água é composta por dois átomos de hi-
drogênio e um de oxigênio, e isso em todo o tempo da história e
em todos os lugares da terra. A universalidade de tal afirmação
não me parece contestável.
Na esfera da religião, por sua distinção em relação às ciên-
cias chamadas exatas, é mais difícil a manutenção de absolutos
33
O pluralismo não surge ou nasce com a pós-modernidade.
Essa acepção pode ser encontrada até mesmo na antiguidade.
Mas é na pós-modernidade que tornará mais evidente e ga-
nhará status de relevância e sinal de desenvolvimento intelectu-
al. Nesse sentido, Heber de Campos escreve, tratando do plura-
lismo na esfera do cristianismo:
39
(1) Sobre a lógica dialética hegeliana Necessário se faz estar sempre atento ao fato de que tal produ-
lê-se: "A lógica tradicional, binária,
é a lógica da imobilidade, pois exige CO é, também, uma realidade provisória e não permanente, aber-
a opção ou pela afirmação ou pela ff
negação, excluindo uma terceira ta a ser novamente mesclada com a formação de novo "corpo ,
possibilidade, isto é, a de consi-
derá-las partes de um processo. A o qual se submeterá ao mesmo ciclo. Esse processo dinâmico e
lógica de Hegel, no entanto, contém
três termos: a afirmação (a tese), a
constante não deve ser confundido com a visão dialética hege-
negação (a antítese) e a síntese, que .
resulta da negação da negação. O liana de síntese', posto que esta é o fruto do antagonismo e cho-
último termo, uma dupla negação, que da antítese em relação à tese, que, por sua vez, se comporá
é também outra afirmação, mas
engendrada pelo confronto dos dois em tese a gerar nova antítese, produzindo nova síntese. Não há
termos anteriores. Hegel chama
essa estrutura lógica de dialética" mixagem ou fusão de correntes, mas "embate".
(História da Filosofia_ Coleção Os
Pensadores, p. 355).
(2) Em sentido etimológico, é um É possível verificar-se significativa proximidade entre o sin-
termo grego (oikoteméne) e se pode cretismo e o ecletismo, embora sejam distintos. Este se liga ao
traduzir por "todas as pessoas", "todo
o mundo habitado", "todas as gentes". aspecto da presença de muitas correntes de pensamento que,
Em sentido de aplicação religiosa,
trata-se do movimento de empenho embora apresentem divergências, convivem em um mesmo am-
para aproximação, convívio e
superação de diferenças das religiões biente''. Por exemplo: pode-se dizer que uma pessoa tem uma
de tradição cristã. Em sentido mais
amplo, englobam-se, também, as cultura eclética, significando, com isso, que tal indivíduo tem
outras manifestações religiosas não
cristãs, considerável conhecimento em várias áreas do saber, podendo
(3) Trata-se de um movimento de ter profunda especialização em determinada área, e menor do-
caráter religioso-filosófico, baseado
em princípios teosóficos, com ênfase mínio em muitas outras sem a mesma profundidade. Já o sincre-
na teologia naturalista (panteísmo),
propondo a harmonia e unificação tismo ocorre quando das várias correntes de pensamento, pela
das religiões sob o manto espiritua-
lista com crenças oriundas do cris- fusão de partes e aspectos de todas elas (ou algumas dentre to-
tianismo, de povos celtas (incluindo
duendes, fadas etc.), astrologia e das), vem à luz uma nova corrente.
elementos orientais do hinduísmo,
taoísmo, entre outros. Surgiu nos
anos 60 e 70, ligado à manifestação Podemos afirmar que o ecletismo se liga à noção de ecumenis-
da visão romántica de "paz e amor"
dos hippies. Tem corno importante MO2, ou seja, várias linhas de manifestação religiosa convivem pací-
divulgadora a atriz Shirley Madeine.
Não há uma definição muito clara fica e respeitosamente sem que sejam evocadas diferenças, ocorren-
do movimento, mas Dave FIunt e do participação comum em celebrações ou ações de caráter social e
T. A. McMahon dizem o seguinte:
"Nova Era é uma coalização ampla religioso, havendo, portanto, uma harmonia, mesmo mantendo-se
de grupos entrelaçados que traba-
lham unidos, visando a unidade definidas as convicções de cada participante. Já o sincretismo pode
mundial baseada em experiências
religiosas e crenças que têm suas ser expresso na proposta da Nova Era', onde ocorre a junção ou Eu-
raizes no misticismo oriental" (A
sedução do cristianismo. 1985, p. 7). são de várias manifestações de crenças, gerando uma nova forma de
expressão religiosa ou de culto. Há nova formulação de princípios,
ritos, conceitos e até dogmas, como fruto final, ou extrato final, da
inclusão e mescla dos vários matizes religiosos envolvidos. Não se
trata da expressão popular que diz: "Todos os caminhos levam a
Roma" (ecletismo-ecumenismo), mas, sim, que todos os caminhos
se fundem em um só, o qual levará a Deus (sincretismo).
43
Capitulo 7
Cultura do pragmatismo
45
meados do século XX, tendo associado a si "lemas tais como 'a
verdade é aquilo que funciona', 'o verdadeiro é o que é oportuno'
e 'a fé num fato ajuda a criar o faro' (BROWN, 1983, p. 97).
A corrida pelo sucesso e pela fama não é novidade dos séculos
XX e XXI no escopo da história humana. Nossos dias apenas
mantêm, com maior grau de 'ênfase, tal dinâmica. O que ocorre,
e se torna nocivo nessa ideia de "realização", é o fato de não mais
se indagar se algo é certo, mas apenas; "se dá certo". O pragma-
tismo, nesse sentido, é a aplicação do princípio básico e exclu-
sivo do resultado, ou seja, se deu certo é bom. Resultado aqui
pode ser expresso em termos de ascensão na carreira, conquista
de mercado, agregação (aglutinação) de novos adeptos ao seu
11,
pensamento ou à sua fé, crescimento económico, aumento de
poder e prestigio etc.
O sentimento de valorização do cerro. correto ou justo vai
sendo deixado de lado em favor do benefício ou lucro, seja
em que sentido for. A noção de que os fins podem justificar os
meios é substituída pelo postulado de que "só os fins justificam
os meios". O que realmente importa é o alcance das metas ou dos
objetivos propostos e almejados. Desse modo, bom é o que faz o
resultado positivo aparecer ou ocorrer. As grandes corporações
têm a visão pragmática como torça motriz de seus executivos,
onde os resultados determinam sua existência e permanência no
mercado. Essa visão se projeta, de igual modo, em relação às pes-
soas, tornando-as cativas de tal modo de viver, qual seja: "dá cer-
to ?" Meios são relativizados e int , niptilados sem grandes dramas
ligados à consciência social. ambiental e espiritual.
DESAFIO
Antes de apresentar o desafio neste tópico, é importante di-
zer que não há erro ou equívoco em realizar planejamento ou
estabelecer metas ou alvos a serem alcançados. Isso é legítimo,
adequado e saudável. Não há, igualmente, erro em desejar e al-
mejar o crescimento quantitativo aliado ao qualitativo no âm-
:yrnmatwno 49
de prejuízo terreal com dor física, sofrimento, espólio de bens,
privações várias e morte física (embora não seja isso alguma for-
ma de derrota), mas com grande premiação celestial. O texto é
de profundo significado e tocante beleza:
51
O ser humano tem suas carências e necessidades, as quais pre-
cisam ser supridas e satisfeitas. O esforço para satisfazê-las é legí-
timo e lícito, devendo estar presente na dinâmica de nosso viver.
Portanto, pode-se perceber uma situação em que há necessidade
de satisfazer ou suprir tais demandas ou carências (consumo), e
essa satisfação se dá por meio dos bens disponíveis (produção).
Para que isso seja feito há necessidade de investimento (capital),
valendo-se da força produtiva (trabalho). Esses elementos com-
põem a estrutura básica de nossa chamada sociedade de consumo.
Todas essas engrenagens citadas existem e devem estar em movi-
mento, sob pena de se verificar um colapso. Desse modo, insisto,
o consumo é algo legítimo e necessário a todos nós.
Os cristãos não são imunes nem estão isentos de tal fluxo liga-
do ao consumo excessivo de nossos dias, e se veem enredados na
teia terrível e traiçoeira do endividamento, que conduz muitos
a uma situação de crise externa e interna por causa das dividas
resultantes de compras efetuadas além de suas possibilidades.
Vê-se que cada vez mais é justificado o título dado à sociedade
moderna e pós-moderna, a saber: sociedade de consumo.
DESAFIO
Nesse campo, é necessário que se entenda que o consumo é
necessário e natural ao ser humano. Nosso organismo necessi-
ta, por exemplo, consumir determinada quantidade de calorias
para sua sobrevivência. Há o sentido do consumo de caráter pes-
soal, como comida, vestuário, lazer, e o de caráter coletivo, como
saneamento, energia elétrica, segurança pública entre outros.
Assim, de uma forma ou de outra, consumir faz parte do pró-
prio viver ou existir. O problema é em transformar o consumo
(fato) em consumismo (sistema). É nesse sentido que o cristão
vê o desafio se lhe apresentar.
57
Esse aspecto cultural da pós-modernidade se torna cada vez
mais evidente, pois se adquire, compra e ajunta muito mais do
que seja o necessário à própria satisfação e corno segurança para
algum momento de crise, dificuldade ou privação. Esse fato é
manifesto ao se verificar quantas coisas têm sido acumuladas
por nós sem ser usadas. Veja a grande quantidade de roupas e
calçados que abarrotam os guarda-roupas nas casas, bem como
os conjuntos de louças, talheres e utilidades domésticas que en-
chem os armários e as prateleiras dos lares, mas que não são usa-
dos e deixam de ser utilidades, tonando-se inutilidades, sendo
atestado da cultura do excesso presente em nossa vida.
DESAFIO
Torna-se dificil falar de um único desafio nesse contexto. O
cristão é também colocado nesse redemoinho envolvente de
acumular e nem sempre se dá conta do quanto de excesso existe
em seu modo de viver e existir.
•
61
Capitulo 10
Cultura do desperdício
63
A pergunta que se faz é: como, ou por que, se produz tan-
to lixo? Há especialistas na matéria que apontam causas várias
para tal fenômeno; aumento populacional e elementos de cará-
ter descartável são apontados como geradores dessa avalanche
de detritos, além de reformas de imóveis ou construções novas,
entre outras. Não se pode, no entanto, evitar a colocação do bi-
nômio excesso-desperdício. O excesso (falta de moderação) de
consumo acaba por produzir quantidade excedente de resíduos
e coisas descartáveis colocadas na categoria de lixo.
DESAFIO
Penso que seja importante colocar, de início, a diferença entre
(1) Há conceitos vários sobre inves-
desperdício' e investimento'. Este Ultimo significa o emprego de
timento, dependendo da área a que algo (dinheiro, força, tempo, talento etc.) com resultado positi-
se refira. Por exemplo: "O investi-
mento é o segundo ato na formação vo de benefício individual ou coletivo. Assim, quando emprego
do capital: consiste na aplicação da
poupança na criação de bens de tempo em estudo, não se trata de desperdício, mas de investi-
produção" (GALVES, 1993, Ir). .
O hedonismo não é um fenômeno relativo apenas à pós-mo- (1) Enfatizada pelo filósofo grego
Epicuro em sua doutrina, sendo ela
dernidade. Desde tempos antigos da civilização, a ideia do prazer "a isenção de perturbação e dor"
(CRETELLA JÚNIOR, 1973, p. 49).
corno propósito de vida se encontra presente. A ataraxia' faz parte
da formulação da filosofia moral de Epicuro (ainda que preceda
a este), pela qual "a felicidade é prazer, basicamente satisfação de
desejos físicos" (História da Filosofia. Coleção Os Pensadores,
1999, p. 71-72). O anseio do ser humano pelo prazer (ou ausência
da dor) é, portanto, seu companheiro constante e seus esforços
por alcançar tal estágio são gigantescos. Admite-se, por exemplo,
que entre as grandes invenções da humanidade (roda, eletricidade
etc.) esteja a anestesia (e afins), pelo fato de controlar a dor física,
propiciando alívio e sensação de prazer e descanso.
69
(2) "As pessoas estão substituindo É percebido como algo natural e inquestionável que o ser hu-
urna postura de crença por uma ati-
tude de busca - corno se estivessem mano deseje eliminar a dor, o incômodo e o desconforto, não
navegando na internet. O compro-
misso com uma doutrina está sendo permitindo haver nenhuma forma de manifestação que venha
substituído por uma valorização
exacerbada de preferências muta- quebrar tal sensação de satisfação e prazer. A ideia básica é a de
veis. Quanto à busca, ela se traduz que a felicidade se resume em não sofrer ou fazer eliminar todo
numa predisposição a experimentar
qualquer alternativa que forneça o sofrimento. A satisfação dos desejos e a busca pelo estar bem
segurança e atenda imediatamente
às demandas da clientela"
(RAMOS, 2009, p. 90).
ou "sentir-se bem" 2 é o mais importante e o valor mais alto a
ser conquistado. A elevação de tal filosofia de caráter hedonista
estabelece o seguinte princípio: o importante é estar bem, não
estar certo. A alegação de que o certo é relativo, a fim de poder
justificar o hedonismo, esbarra no aspecto já tratado em capítu-
lo anterior deste livro. O prazer é o bem maior, é o alvo supremo
e colimado, mesmo implicando excluir o certo, o correto, o justo
e o ético. Nossa sociedade tem se guiado por esse direcionamen-
to e a busca desenfreada pelo prazer tem sido catastrófica na ex-
periência de milhões de pessoas.
As manifestações de hedonismo, seja na esfera do corpo físico
e seus prazeres, seja no sentido da alienação "psicodélica" produ-
zida pelas drogas, têm cobrado altíssimo preço de seus seguido-
res e partidários. São exemplos da ruína gerada por tal opção, em
primeiro lugar, a tragédia do consumo de drogas alucinógenas
e ilegais. O custo do "barato" e da "curtição" é terrível, seja no
âmbito pessoal, familiar ou social. Vidas arruinadas e destruídas
pelo impulso da satisfação e do prazer podem ser vistas aos mi-
lhares em nossas cidades. Não se imaginava poder existir tanto
sofrimento e dor ao final (ou no meio) da estrada, já que a porta
de entrada foi prazer tão fácil e tão intenso, pelo qual valia tudo.
Em segundo lugar, vemos a revoltante situação de exploração se-
xual ou abusos cometidos nessa área. Quem pode negar o fato
de que indivíduos exploram meninas (e meninos) sexualmente
pelo fato de ser prazeroso, inclusive alguns dizendo que se trata
de manifestação de amor? A pedofilia e o turismo sexual, entre
outros, nada mais são que o hedonismo levado ao extremo, des-
prezando conceitos ligados ao certo e ao errado, tendo apenas a
satisfação do desejo e o prazer como justificativas.
DESAFIO
É possível alguém perguntar: para ser cristão não se pode ter
prazer ou se sentir bem? Infelizmente, em certa época da história
do cristianismo, houve exaltação do sofrimento em escala impró-
0::?. .lando se faz do prazer o centro de seu viver e ele não ocor-
re, e haverá momentos em que ele não existirá, experimenta-
-se frustração, decepção, murmuração e revolta. Nosso deleite
e maior prazer não são as coisas, situações ou bênçãos, mas o
próprio Senhor Jesus, pois Ele não se extinguirá, não se desva-
necerá, mas permanecerá para sempre. Ouçamos o Pregador:
"Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade, antes que
venham os maus dias e cheguem os anos dos quais dirás: Não
tenho neles prazer" (Eclesiastes 12: 1).
Cultu ra efêmero
O termo efêmero' envolve a ideia de algo passageiro, não es- (1) Do grego ephemé rios. Que dura
um só dia, de um dia (PEREIRA,
tável, volátil, sem permanência. É possível perceber uma forte 1976, p.250).
(2) "Heráclito, nascido em Eles°, len-
corrente de influência de suspeita aos valores e conceitos que ta mostrar o dinamismo do Universo
expressam alguma ideia de permanência, estabilidade e raizes e do homem. Tudo corre (palita rei),
tudo se transforma, 'nós nunca nos
profundas. Isso pode ser visto na esfera dos bens de consumo, banhamos na água do mesmo rio,
porque, ou mudamos nós, ou muda
dos relacionamentos e das instituições. Arrisco dizer que isso o rio. Tudo muda e se metamorfoseia
incessantemente. Nada existe rígido,
pode ser um reflexo da proposta evolucionista da humanidade, uno, imutável, mas em perpétua
mudança, em perene devenir, um
visto não haver permanência, fixidez ou rigidez, mas a evolução. vtr-a-ser eterno, um movimento
contínuo" (CRETELLA TONIOR,
É fato que a ideia do "eterno vir a ser" 2 ou "devenir" é antiga e re- 1973, p. 27).
monta aos filósofos pré-socráticos'. No entanto, pode-se notar, (3) Filósofos gregos que viveram e
ensinaram antes de Sócrates (469
nos dias atuais, uma mudança muito rápida, a velocidade com a.C. — 399 a.C.). Entre eles figuram:
Tales de Micto, Anaximandro,
que as coisas se desfazem e se alteram é vertiginosa. Anaximenes, Pitágoras, Heráclito,
Parménides, Empédocles, Leucipo,
Demócrito entre outros.
77
Essa não estabilidade é vista e vivida por nós na cultura do
(4) "Obsolescência programada (ou
descartável. Nada de trabalho em lavar, enxugar, guardar. Des-
planejada) significa reduzir a vida cartável é a solução prática. Usar, recolher e jogar fora. Rápido,
útil de um produto para aumentar
o consumo de versOes mais recen- ' gil,s
a eficiente. Copos descartáveis (mai talheres
higiênicos?),
tes. Planejar o envelhecimento de
um produto é uma ação praticada descartáveis, toalhas descartáveis, relacionamentos descaráveis,
deliheradamente por diversos
setores da indústria" (littp://www vidas descartáveis (aborto) e tantos outros itens para uso uma
sigcados.com .brIN=obsol%-
C39imiAncia+programada). ún ica vez e cujo destino é a eliminação, o lixo.
Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mu-
lher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-
-se, que não se case, ou que se reconcilie com seu marido); e
que o marido não se aparte de sua mulher. Aos mais digo eu,
não o Senhor: Se algum irmão tem mulher incrédula, e esta
consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que
tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não
deixe o marido (I Corintios 7: 10-13).
Inicio esse capítulo com a declaração de uma adolescente em (1) Expressão da lingua inglesa cujo
sentido literal é: "agora, já; há pouco"
que uma das características da pós-modernidade é exposta: "A mi- (Dicionário escolar inglês-português;
português-inglês. FENANIE, 1980,
nha idade é uma idade que quer, tipo, tudo na hora'' (Reportagem p. 383).
no Gl; Portal de notícias da Globo em 25/11/2013). Trata-se da (2) Expressão da língua inglesa com
significado de "tela de toque" ou
cultura do Just nowi , ou seja, do agora. É o ambiente do "já", o "toque na tela" (tradução livre).
contexto do rápido, o império da velocidade. Torna-se torturante
aguardar 60 segundos para que o computador "inicialize", sendo
inadmissível e inaceitável essa gigantesca lentidão. É o tempo do
touá screen2 , onde já não há mais necessidade de digitar, teclar ou
escrever para alcançar a operação desejada, basta apenas tocar a
tela e impulsionar o dedo em determinada direção.
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Essa forma veloz e imediata ligada aos meios tecnológicos, de
transporte e de informação acaba por levar as pessoas a transpor-
tarem tal conceito para o ambiente de relacionamentos e convi-
vência social. Tal cultura imprime no indivíduo (conscientemente
ou não) uma tendência a exigir respostas das pessoas nesse mesmo
nível de velocidade, prontidão e agilidade. As ações e atitudes têm
que ser já e agora, não é possível esperar.
DESAFIO
Esse traço cultural pós-moderno tem sido assimilado no con-
texto de nossas igrejas. Refiro-me não propriamente ao aspecto
do tempo de duração dos serviços religiosos (cultos), mas ao do
entendimento quanto ao relacionamento com Deus. É possível
perceber a existência de concepção equivocada, fruto da utiliza-
ção de ferramentas hermenêuticas indevidas, levando ao concei-
to, por conseguinte, do próprio Ser de Deus, passando a ser visto
como alguém (?) à nossa disposição para atendimento de nossas
demandas, exigências e determinações. A postura de súplica e es-
pera torna-se completamente sem lugar, com substituição pela im-
posição (determinar) e resultado imediato, resposta incontinenti.
O desafio se coloca com relação à necessidade de se redescobrir
os princípios bíblicos e teológicos (retornar a eles) sobre Quem é
Deus e nossa comunhão com Ele.
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( I ) Estilo de vida ligado ao retorno A referência (em aspecto negativo) liga-se à ênfase no sentido
e vínculo com a natureza. Envolve
vida ao ar livre, prática de nudismo, místico-mágico-divinizado da natureza. Não se deve confundir,
uso de alimentos naturais e sem
modificação genética ou quirnica também com naturismo', ou estilo de vida que propõe e segue
e emprego da medicina alternativa
(ioga, fitoterapia etc.). diretrizes ligadas à vida sem cisão com a natureza.
(2) Conjunto de povos organizados
em muitas tribos de língua indo-eu- É possível perceber a tendência da valorização da ecologia,
ropeia. Entre eles figuravam bretões,
gauleses, escotos (escoceses), belgas, com uma conotação de aspecto venerável da natureza, em mui-
batavos (holandeses). Seus sacer-
dotes são conhecidos como druidas tos pronunciamentos e projetos. Isso deixa ver que a natureza vai
e legaram a tradição dos "bruxos"
modernos devido aos aspectos da readquirindo seu caráter de objeto de adoração, ou de identifi-
religião ligados aos elementos da
natureza e animais, sendo conside- cação da natureza com a ideia de divindade, como no ambiente
rados divindades, além do uso das ,
várias "poções:' aos povos antigos. É como se voltássemos aos dias dos povos
(3) Ideia religiosa pela qual todos
os seres no cosmo (planetas, sóis,
Celtas2 e seus rituais ligados à natureza adorada como a "deu-
luas, estrelas) e na terra (rochas, sa mãe". Esta, por sua vez, é vista como "mãe natureza", sendo a
árvores, rios, chuva, neve etc.)
possuem anima, palavra latina cujo responsável pela geração da vida e sua manutenção. Vê-se, nesse
significado pode ser alma ou vida, . - ,,
(4) Palavra de origem grega e com- sentido, a ideia de ser a terra a própria mae da humanidade, o
posta: pan = "tudo"; theás = "Deus". “grande útero" de onde todos nós viemos e para onde todos nós
Nesse sentido, estabelece a identi-
ficação absoluta entre o universo iremos. Não é raro ouvir expressões como "nossa mãe terra" ou
(criação) e Deus (Criador), sendo
ambos uma só realidade. Identifica "a mãe natureza chora" e outras do gênero. Tais expressões ou
a Deus com o mundo e se nega a
reconhecer Deus corno Ser divino, ideias têm seu vínculo com a deificação ou divinização da natu-
distinto de sua criasão e infinita-
mente superior a ela (BERKHOF, reza e manifestam, velada ou expressamente, a inclinação a duas
1974, p. 25).
(5) Leonardo Boff, em seu artigo
situações: animismo' ou panteísmo'.
"Panteísmo versus panenteísmo:
escreve o seguinte sobre o assunto: O aspecto referido no parágrafo anterior diz respeito ao fato
'A Teologia Moderna cunhou outra
expressão, o `panenteismo' (em de admitir que elementos da natureza, tais como árvores, rios,
grego: pan = tudo; em = em; theos
= Deus). Quer dizer: Deus está plantas, pedras e outros têm neles urna morada de espíritos (ani-
em tudo e tudo está em Deus. Esta
palavra foi proposta pelo evangélico IlliSMO), ou seja, de haver uma identificação plena e total da di-
Frederick Krause (1781-1832), fasci-
nado pelo fulgor divino do universo" vindade com a natureza, de tal sorte que tudo vem a ser deus e
(BOFE Jornal do Brasil Digital,
atualizado em 17104/2012 e acessado deus a ser tudo (panteísmo). Assim, a árvore não apenas é "mo-
em 02/12/2013). rada de espírito-deus", mas é deus. Então as pessoas se prostram
diante dela, abraçam-na, falam com ela. O efeito dessa visão é a
veneração, culto e mesmo adoração da natureza e seus elemen-
tos. Não se deve confundir as posturas descritas anteriormente
• )3 ,
com o panentesmo ).
DESAFIO
É importante ressaltar novamente a importância da consci-
ência ecológica e o cuidado com o meio ambiente. Essa ênfase,
insisto, é altamente positiva e deve continuar sendo incentivada
entre a população em geral e no meio cristão particularmente,
pois a preservação de nosso ecossistema é a conservação de nossa
própria existência e de nosso planeta, a "nossa casa".
103
nesse sentido, ou seja: o belo existe como tal? É propriedade do
ser (objeto) ou depende de sua apreensão como tal pelo sujeito?
Santo Tomás de Aquino diz, por exemplo: "id quod visem placet
— o que agrada ver ( JOLIVET, 1990, p. 338), indicando a sub-
jetividade, posto que o agradável a um poderá não o ser a outro.
Não é nosso propósito estacionar em tal discussão, ainda que
interessante e instigante, mas considerar a ênfase de nossos dias
pós-modernos nesse aspecto da estética (beleza).
(3) Apolinco é termo derivado de A propaganda é massiva sobre tal ideal e os (as) modelos re-
Apoio, deus da mitologia grega
ligado á beleza, perfeição e harmo- fletem tal figura estética apolínea? e "curvilínea", levando muitos
nia, Sua figura é sempre a de um à corrida em busca da felicidade gerada ou existente nesse cor-
homem jovem, atlético e de grande
beleza plástica. po malhado". Há quem se prive de uma alimentação saudável
DESAFIO
Inicio esse ponto acerca dos desafios tecendo alguns comen-
tários no intuito de evitar mal-entendidos com relação à estética
e à beleza.
113
Devo ressaltar, mais uma vez, que não se trata de consi-
derar tudo existente em nossa sociedade como mau, demoníaco
e anticristão. Infelizmente, muitos há que entendem de forma
equivocada a colocação quanto à sua relação com o "mundo".
Vários aspectos positivos e bons são verificáveis e percebidos em
nossos dias pós-modernos e não se deve, portanto, abominar e
repudiar todos os avanços, desenvolvimento e progresso sob a
alegação de nada prestar, uma vez "que o mundo inteiro jaz no
maligno" (I João 5: 19). Necessário se faz aplicar o princípio en-
sinado por Paulo: "Julgai todas as coisas, retende o que é bom"
(I Tessalonicenses 5: 17).
117
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
Senhores Conselheiros.
disponibilizadas.
Atenciosamente,
Antônio Nohmi •
Presidente do Conselho a o
Prev
. .
OABPREV-M
48PREV.COM.BR .
Getic . •3Y.Conj. 1701 . Funcionários . BH/MG . 30112-021 .31 2125 6400 AC-AP-ES-MA-MT-MS-MG-DF-PA-RO-RR