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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO
2ª Vara do Trabalho de Taubaté

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: FRANCINA NUNES DA COSTA


http://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18080613213393300000089886655
Número do processo: RTOrd-0011072-39.2014.5.15.0102
Número do documento: 18080613213393300000089886655 ID. 73d271b - Pág. 1
Data de Juntada: 26/01/2019 18:53
PROCESSO Nº 0011072-39.2014.5.15.0102

RITO ORDINÁRIO

JOSE SILVINO DE BRITO, Reclamante

HELCIO CARLOS FRACASSO, RICARDO LUIS FRACASSO, ADRIANO FRACASSO e ANDRESSA FRACASSO,
Reclamado

Submetido o processo a julgamento, foi proferida a seguinte:

SENTENÇA

RELATÓRIO

JOSE SILVINO DE BRITO ajuizou reclamação trabalhista em 17/12/2014 contra

HELCIO CARLOS FRACASSO, RICARDO LUIS FRACASSO, ADRIANO FRACASSO e ANDRESSA FRACASSO

afirmando que foi admitido pelo reclamado em 1/11/2010, para prestar serviços como mecânico, mediante remuneração

mensal de R$ 810,00, sendo dispensado sem justa causa em 31/3/2014.

Postulou o pagamento de verbas rescisórias, horas extras, multas dos artigo 467 e 477

da CLT e indenização por danos morais, atribuindo à causa o valor de R$ 72.667,94.

Rejeitada a primeira tentativa de conciliação.

O reclamado, presente à audiência, apresentou contestação na qual arguiu,

preliminarmente, inépcia da petição inicial. No mérito, postulou pela total improcedência dos pedidos.

Foram produzidas provas documentais.

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Razões finais remissivas.

Rejeitada a última a tentativa de conciliação.

É o RELATÓRIO.

DECIDO

I - QUESTÃO PROCESSUAL

1. DIREITO INTERTEMPORAL CONSTITUCIONAL: A LEI NÃO RETROAGIRÁ

PARA ATINGIR DIREITO ADQUIRIDO, ATO JURÍDICO PERFEITO E A COISA JULGADA.(IN)APLICABILIDADE DAS

ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI Nº 13.467/2017.

Em atenção aos princípios da transparência, da segurança jurídica, do devido

processo legal, do acesso à justiça, da irretroatividade da lei, do contraditório e da ampla defesa vigentes no Estado

Democrático de Direito e, ainda com base nos deveres que devem nortear os magistrados (independência, serenidade e

exatidão), manifesto-me acerca da aplicação da Lei nº 13.467/2017:

a) aos processos ajuizados e com instrução encerradas antes da vigência da lei

(11/11/2017) não serão aplicadas as alterações (materiais e processuais) por ela introduzidas, isso porque, aplicável a

máxima tempus regit actum (ao direito material) e teoria do isolamento dos atos processuais (ao direito processual),

conforme dispõe os artigos 14, 1.046 e 1.047 do CPC C/C artigo 15 do mesmo diploma legal;

b) quanto aos institutos bifrontes impõe-se um tratamento diferenciado em relação ao

direito intertemporal. Neste sentido a exímia lição de Cândido Rangel Dinamarco (Instituições de Direito Processual Civil -

Volume I, pág. 104):

Os institutos bifrontes, que se situam nas faixas de estrangulamento existentes entre


os dois planos de ordenamento jurídico e compõem direito processual material,
comportam um tratamento diferenciado em relação à disciplina intertemporal dos
fenômenos de conotação puramente processual-formal (ou mesmo procedimental).
Essa premissa metodológica deve conduzir ao repúdio de critério que, com
fundamento no dogma da autonomia do direito processual e seus institutos em relação
à ordem jurídico-substancial, deixem de levar em conta a existência de categorias
jurídicas que não pertencem exclusivamente àquele mas compartilham de uma
natureza dúplice - e tais são a ação, a competência, a prova, a coisa julgada e a
responsabilidade patrimonial. A aplicação de lei nova que elimine ou restrinja
insuportavelmente a efetividade de situações criadas por essas normas bifrontes
transgrediram as garantias de preservação contidas na Constituição e na lei, porque
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Data de Juntada: 26/01/2019 18:53
seria capaz de comprometer fatalmente o direito de acesso à justiça em casos
concretos e, consequentemente, de cancelar direitos propriamente substanciais dos
litigantes. Seria ilegítimo transgredir situações pré-processuais ou mesmo
extraprocessuais como essas aqui consideradas, as quais configuram verdadeiros
direitos adquiridos e, como tais, estão imunizadas à eficácia da lei nova por força da
garantia constitucional da irretroatividade das leis (Art. 5º, XXXVI). Atingir o próprio
direito de ação, impor ao sujeito novas competências ou privá-lo dos meios antes
postos à sua disposição para a obtenção da tutela jurisdicional (provas, bens), teria o
efeito de suprir direitos adquiridos. Nesses casos, a lei velha continua eficaz apesar de
no momento de sua vigência inexistir processo algum pendente e ato processual
algum a ser preservado. Preservam-se situações extraprocessuais intimamente
ligadas à realidade jurídico-material e, portanto, ao direito de acesso à justiça. Por isso,
não pode a lei nova retirar a proteção jurisdicional antes outorgada a determinada
pretensão, excluindo ou comprometendo radicalmente a possibilidade do exame desta
de modo a tornar impossível ou particularmente difícil a tutela antes prometida." (Grifos
meus)

Nesta senda, serão analisados os pedidos constantes das ações que encerraram a

instrução processual, antes da vigência da novel legislação.

c) os prazos e atos processuais posteriores à publicação da sentença observarão os

dispositivos introduzidos pela novel legislação.

2. CONTRADITA DE TESTEMUNHA

Conforme despacho de id 32defac, a testemunha Edna Alves da Costa, indicada pelo

reclamante, é impedida de prestar depoimento, nos termos do artigo 437, §1º, do CPC. Assim, o depoimento prestado

será valorado como simples informação, nos termos do artigo 829 da CLT.

II - PRELIMINAR

1. INÉPCIA DA INICIAL

Os reclamados alegam a inépcia da inicial ao argumento de que da narrativa fática não

é possível extrair logicamente a conclusão.

Apesar da alegação dos reclamados compulsando os autos, constato que os requisitos

da petição inicial, previstos no artigo 840 da CLT, tais como a designação do juízo a quem é dirigida, qualificação do

reclamante e do reclamado, breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do

reclamante ou de seu representante, foram integralmente atendidos.

Verifica-se, dessa forma, que no caso o reclamante faz a narração dos fatos e os

pedidos correspondentes, permitindo à reclamada o exercício do contraditório e da ampla defesa. Tanto é assim que faz

contestação de mérito refutando as pretensões do reclamante.

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Ademais, deve-se lembrar que vigora no processo do trabalho os princípios da

oralidade e informalidade, de modo a que os vícios que não impedem a compreensão do pedido não ensejam a extinção

do processo sem resolução do mérito. Essa norma está em consonância, ainda, com o princípio da primazia da decisão

de mérito, inaugurado no ordenamento jurídico através dos artigos 4º e 6º do CPC.

Com efeito, a mera apresentação do TRCT não significa, por si só, a quitação das

verbas rescisórias, sendo este fato dependente de provas concretas, o que apenas é possível com a análise do mérito da

demanda. De igual modo, a existência de divergência entre os horários da jornada de trabalho não impede a apreciação

do pedido, o qual será devidamente analisado e valorado no mérito da demanda.

A petição inicial, quanto a tais aspectos, não apresenta vício e possibilita ao juízo o

conhecimento dos fatos e a pretensão do reclamante, razão pela qual rejeito a preliminar.

Por outro lado, em relação ao item 10 do rol de pedidos da petição inicial, referente ao

pagamento de diferença salarial, não é possível extrair a correspondente causa de pedir, não se podendo estabelecer o

fundamento utilizado pelo reclamante.

Nesse aspecto, falta ao pedido os requisitos necessários para o regular

processamento da pretensão, visto que não cumpre a breve exposição fática do artigo 840 da CLT e a necessária causa

de pedir do artigo 330, §1º, I, do CPC.

Assim sendo, acolho a preliminar de inépcia da inicial em relação ao item 10 do rol de

pedidos da petição inicial, conforme do artigo 330, §1º, I, do NCPC, extinguindo-o sem resolução do mérito, nos termos

do artigo 485, I, do NCPC.

III - MÉRITO

1. FUNÇÃO EXERCIDA. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

O reclamante alega que foi contratado em 1/11/2010, para prestar serviços em

estabelecimento no qual são comercializadas peças, motores, acessórios de veículos automotores, trabalhando como

mecânico no atendimento dos clientes. Aduz, porém, que foi indevidamente registrado como trabalhador rural.

Os reclamados, em contestação, informam que o reclamante exercia apenas a função

de trabalhador rural, desempenhando atividades de cuidado da criação de animais e de organização e cuidado do

estabelecimento rural.

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Data de Juntada: 26/01/2019 18:53
Pois bem.

Para caracterização do trabalhador rural, o ordenamento jurídico pátrio elenca o

critério da atividade desempenhada pelo empregador, conforme se extrai do artigo 2º da Lei 5.889/73, nos seguintes

termos: "Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza

não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário".

Assim, o trabalhador rural é considerado uma espécie do gênero empregado que se

ativa em relação empregatícia rural, a qual é considerada como aquela que se desenvolve propriedade rural ou prédio

rústico. Fundamental para a caracterização do empregado rural, portanto, é o enquadramento do empregador. Será

empregado rural aquele que: a) trabalha em propriedade rural ou prédio rústico; b) para empregador rural.

Nesse sentido, o artigo 3º da Lei 5.889/73 traz o conceito de empregador rural como a

pessoa física ou jurídica que explore atividade agroeconômica: "Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta

Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro-econômica, em caráter permanente ou

temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados".

Tal orientação está em consonância com a legislação internacional, em especial a

Convenção 141 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, que, em seu artigo 2º, definiu o que vem a ser

trabalhador rural:

Art. 2º - 1. Para efeito da presente Convenção, a expressão "trabalhadores rurais"

abrange todas as pessoas dedicadas, nas regiões rurais, a tarefas agrícolas ou artesanais ou a ocupações similares ou

conexas, tanto se se trata de assalariados como, ressalvadas as disposições do parágrafo 2 deste artigo, de pessoas que

trabalhem por conta própria, como arrendatários, parceiros e pequenos proprietários.

No caso dos autos, o reclamante não apresenta qualquer comprovação acerca do

desempenho de atividades tipicamente urbanas (oficina mecânica de veículo automotivos), além das atividades rurais

(criação de animais e estabelecimento rural) para as quais foi contratado.

Dessa forma, rejeito a pretensão contida na petição inicial e reconheço a existência de

relação de emprego rural, de forma que as normas aplicáveis ao caso em análise serão aqueles referentes a tal

modalidade de empregado.

2. MOTIVO DO TÉRMINO DA RELAÇÃO DE EMPREGO. VERBAS RESCISÓRIAS E

DEMAIS CONSECTÁRIOS

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Data de Juntada: 26/01/2019 18:53
O reclamante alega que foi admitido em 1/11/2010, para exercer a função de

mecânico, apesar de contratado como trabalhador rural, sendo dispensado em 31/3/2014 quando recebia a remuneração

no valor de R$810,00.

Os reclamados, em contestação, reconhecem a dispensa sem justa causa, aduzindo o

correto pagamento das verbas rescisórias.

Ao contrário do que alegam os reclamados, contudo, não há nos autos prova do

pagamento das verbas rescisórias, ressaltando-se que o TRCT não comprova a quitação, mas apenas a liquidação dos

valores devidos.

Nesse aspecto, lembro que, de acordo com as regras de distribuição do ônus da

prova, insculpidas nos artigos 373 do CPC e 818 da CLT, sobre o empregador recai o encargo de comprovar o

pagamento das verbas rescisórias, por se tratar de fato extintivo do direito do autor. Além disso, aplica-se ao caso, por

interpretação extensiva, a norma contida no artigo 464 da CLT, a qual dispõe expressamente que o pagamento do salário

deve ser realizado contra recibo, assinado pelo empregado, valendo também como prova de quitação o comprovante de

depósito em conta bancária.

Ademais, apesar de ser indicado nos autos (ids 7b7d01b - Pág. 1 e 3043ba2 - Pág. 1)

que o reclamante foi readmitido após o ajuizamento da reclamação trabalhista (cerca de quatro meses antes do

comparecimento em juízo, em 29/7/2015), não é possível reconhecer a unicidade contratual, em razão de ser superado o

prazo máximo de seis meses entre os distintos vínculos empregatícios.

Assim, as verbas rescisórias postuladas apenas versarão sobre o primeiro contrato de

trabalho, cujo período contratual foi compreendido entre 1/11/2010 a 31/3/2014, mormente em razão dos limites da lide

estabelecidos na petição inicial.

Dessa forma, considerando o período contratual acima indicado, bem como a ausência

de pagamento, ficam concedidas as seguintes verbas rescisórias, as quais deverão ser calculadas com base no salário

mensal de R$810,00 (id d750be0 - Pág. 1), observando os limites do pedido:

a) aviso prévio indenizado (39 dias);

b) saldo de salário do mês de março de 2014 (31 dias);

c) 13º salário proporcional (4/12, considerando-se a projeção do aviso prévio);

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d) férias proporcionais (6/12, considerando-se a projeção do aviso prévio), acrescidas

do terço constitucional;

e) multa de 40% do FGTS recolhido sobre os salários pago ao longo do contrato e

sobre as parcelas de natureza salarial ora deferidas;

f) multa pelo atraso no pagamento das verbas rescisórias (art. 477, §8º, da CLT).

Lembro que de acordo com o disposto na parte final do § 8º, do artigo 477, da CLT, o

empregador somente se desonera da multa ali prevista quando o atraso no pagamento das verbas rescisórias for

decorrente de culpa do empregado e, nos autos não há nenhuma prova de que o reclamante tivesse dado causa ao

atraso no pagamento das verbas rescisórias, recusando-se a recebê-las.

Em consequência, deverá a reclamada providenciar a anotação de término do contrato

de trabalho na CTPS do autor, fazendo constar, como data de saída, o dia 9/5/2014, consignando-se na página relativa

às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado (qual seja, 31/3/2014), conforme artigo 17, da

Instrução Normativa nº 15/2010 do Ministério do Trabalho e Emprego. Deverá, ainda, efetuar a retificação da função

exercida, passando a constar a contratação como mecânico.

Para tanto, terá o prazo de 5 (cinco) dias a contar da data em que for intimada,

devendo o reclamante juntar sua CTPS aos autos no prazo de 05 (cinco) dias a contar do trânsito em julgado desta

sentença. A reclamada deverá abster-se de efetuar qualquer menção/ressalva a este processo em CTPS do autor, bem

assim de que as anotações decorreram de determinação judicial. Na inércia da reclamada a providência deverá ser

adotada pela Secretaria desta Vara do Trabalho, impondo-se àquela multa correspondente a 1/10 (um décimo) do último

salário mensal recebido pelo autor, por dia de atraso no cumprimento da obrigação de fazer que lhe foi imposta, limitada

ao valor do principal (último salário).

Por fim, deverá ser expedido o competente alvará para saque do FGTS, sendo que o

seguro desemprego já foi devidamente percebido pelo reclamante, conforme disposto em depoimento pessoal.

3. HORAS EXTRAS e REFLEXOS

O reclamante postula o pagamento de horas extras em razão do cumprimento de

horário além do limite constitucional do artigo 7º, XIII, da CF, alegando que cumpria jornada das 7h às 18h, de segunda a

sexta-feira, e das 7h às 19h, aos sábados, com uma hora de intervalo intrajornada.

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Os reclamados, em contestação, afirmam que o reclamante cumpria a jornada

legalmente prevista, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, com uma hora de intervalo intrajornada.

Pois bem.

Inicialmente, ressalto que a petição inicial não é clara a respeito da jornada de trabalho

realizada aos sábados, pois indica a existência de dois horários diversos. Nesse sentido, a atuação das partes e do

magistrado na interpretação do pedido, deve ser efetuada de acordo com a norma contida no artigo 322, §2º, do CPC.

Assim, considerando os limites da lide e o exercício do contraditório, entendo que a

petição inicial deva ser interpretada com a indicação da seguinte jornada de trabalho: das 7h às 18h, de segunda a

sexta-feira, e das 7h às 19h, aos sábados, com uma hora de intervalo intrajornada, com repouso semanal aos domingos.

Utilizar-se de outro critério, a se entender pelo trabalho aos domingos é privilegiar a

má-fé processual e adotar a tese de pedidos implícitos, o que impediria o estabelecimento do pleno contraditório e da

ampla defesa, já que a defesa elaborada pela parte contrária deveria levar em consideração todas as variáveis possíveis.

Postos tais esclarecimentos, passo a analisar o pedido propriamente dito.

De acordo com as regras de distribuição do ônus da prova, insculpidas nos artigos 373

do CPC e 818 da CLT, competia ao reclamante o ônus de comprovação dos fatos constitutivos do seu direito, e aos

reclamados eventuais fatos impeditivos, modificativos ou extintivos. Nesse aspecto, apesar de o reclamante informar, em

depoimento pessoal, jornada diversa da indicada em petição inicial, esta deve prevalecer, em razão da estabilização da

lide, nos moldes do artigo 329 do CPC.

Entretanto, no caso dos autos, o reclamante não apresentou qualquer prova da

jornada efetivamente cumprida, ressaltando-se o impedimento da testemunha Edna Alves da Costa. Assim sendo,

reconheço que o reclamante cumpria jornada das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, com uma hora de intervalo

intrajornada.

Com base na jornada de trabalho acolhida, infere-se que o limite constitucional do

artigo 7º, XIII, foi extrapolado, fazendo jus o reclamante ao pagamento das horas extras.

Assim, com base na jornada acolhida, julgo procedente o pedido, para condenar os

reclamados no pagamento, como extraordinárias, as horas trabalhadas além da 8ª diária e da 44ª semanal, não se

computando no módulo semanal as horas utilizadas para cômputo do módulo diário, acrescidas do adicional de 50%,

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com reflexos em aviso prévio, repouso semanal remunerado, 13ºs salários, em férias acrescidas de 1/3 e FGTS mais

40%.

O quantum será apurado em regular liquidação, observando-se a evolução salarial do

reclamante, os dias efetivamente trabalhados e o divisor 220.

A hora suplementar deverá ser composta do valor da hora normal, integrado por

parcelas de natureza salarial e enriquecido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença

normativa (Súmula 264 do C. TST), o que mais benéfico à autora, observados os respectivos períodos de vigência.

4. APLICAÇÃO DO ARTIGO 467, DA CLT. ACRÉSCIMO DE 50% SOBRE AS

VERBAS RESCISÓRIAS

Considerando a controvérsia acerca do pagamento das verbas rescisórias, incabível a

aplicação da multa contida no artigo 467 da CLT.

5. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

A indenização por dano moral ocorre quando há violação de interesses não

patrimoniais de pessoas físicas ou jurídicas, provocadas pelo fato lesivo imputado ao agressor. Esses interesses

integram os direitos do espírito humano e os valores que compõem a personalidade do homem, pertinentes à vida, à

integridade física, à liberdade, à intimidade, à vida privada, à honra, à imagem e à moral.

A sua afetação, porém, não pode ser daqueles que provocam apenas desconforto,

sendo facilmente absorvido pelo homem comum, mas deve ser tal que resulte em sofrimento de grande intensidade,

causando tormentosa dor na vítima.

Assim, no caso dos autos, entendo que os fatos narrados na petição inicial (ausência

de pagamento de verbas rescisórias), por si sós, não são suficientes para a procedência do pedido de indenização por

danos morais, eis que não podem simplesmente serem tidos como causa de afronta à dignidade do reclamante ou

violação dos direitos de sua personalidade.

Julgo, pois, improcedente o pedido.

6. RESPONSABILIDADE DE RICARDO LUIS FRACASSO, ADRIANO FRACASSO e

ANDRESSA FRACASSO

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No presente caso, é incontroverso que os representantes Ricardo Luis Fracasso,

Adriano Fracasso e Andressa Fracasso são pessoas pertencentes à mesma família, na qualidade de filhos e herdeiros do

antigo empregador.

Assim, com a morte do genitor, Sra. Helcio Carlos Fracasso, aqueles assumiram,

automaticamente, a qualidade de herdeiros em razão da sucessão legítima, nos termos do artigo 1.788 do Código Civil.

Além disso, diante dos elementos dos autos, não é possível concluir que os

sucessores desconheciam a relação empregatícia mantida ou mesmo que não se beneficiaram do contrato, já que,

cientes da prestação de serviços, deixaram de formalizar o vínculo, o que os torna igualmente responsável pelos créditos

trabalhistas.

Com efeito, o artigo 3º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro estabelece

que "Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece", de modo que, tendo conhecimento da situação

ilícita perpretada, aplica-se ao caso dos autos os artigos 186 e 927 do Código Civil.

Por tudo o quanto exposto, reconheço a responsabilidade solidária pela dívida

trabalhista dos reclamados Ricardo Luis Fracasso, Adriano Fracasso e Andressa Fracasso.

7. JUSTIÇA GRATUITA

Diante da ausência de provas em sentido contrário, presumo verdadeira a declaração

de pobreza firmada pelas próprias partes (artigo 99, §3º, do CPC) e defiro-lhes os benefícios da justiça gratuita, com

fulcro no artigo 790, § 3º, da CLT.

8. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

No caso sob análise, que envolve relação de emprego, para a condenação em

honorários advocatícios sucumbenciais, a jurisprudência dominante - à qual me filio - tem entendido que a parte deve

estar assistida pelo sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do mínimo

legal ou que não se encontra em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua

família (artigo 14 da Lei 5.584/70 c/c artigo 790, § 3º, da CLT e Súmulas 219 e 389 do TST). Dessa forma, não

preenchidos integralmente os requisitos legais, uma vez que os autores não se encontram assistidos pelo sindicato da

categoria, indefiro o pedido.

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Com relação ao pedido de indenização dos honorários advocatícios contratuais,

fundado nos artigos 389 e 404, do Código Civil/2002, a mais alta Corte Trabalhista entende inaplicável à Justiça do

Trabalho uma vez que tal matéria encontra regulamento próprio no artigo 14 da Lei nº 5.584/70.

No mais, não preenchidos integralmente os requisitos legais, uma vez que o autor não

se encontra assistido pelo sindicato da categoria, indefiro os pedidos.

IV - CRITÉRIOS PARA LIQUIDAÇÃO

1. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

Nos termos do artigo 43 da Lei 8.212/91, deverá a parte reclamada recolher as

contribuições previdenciárias devidas à Seguridade Social, englobando as contribuições devidas diretamente pelo

empregador (artigo 22, I e II da Lei de Custeio e as referentes aos terceiros) e as contribuições a cargo do empregado

(artigo 20 da referida Lei), sendo que o montante destas será recolhido a expensas do réu, mediante desconto sobre o

valor da condenação conforme obriga o artigo 30, I, 'a' da Lei 8.212/91.

A apuração do crédito previdenciário será levada a cabo através do regime de

competência (cálculo mês a mês dos montantes devidos), observadas as alíquotas e, exclusivamente para as

contribuições a cargo do empregado, o limite máximo do salário de contribuição, ambos vigentes em cada mês de

apuração, bem como a exclusão da base de cálculo do salário-contribuição das parcelas elencadas no parágrafo 9º do

artigo 28 da Lei de Custeio.

Caso a parte reclamada seja optante do Regime Especial Unificado de Arrecadação de

Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional LC 123/2006),

em face do sistema unificado de recolhimento sobre o faturamento a que estão adstritas estas empresas enquanto

optantes, somente serão executadas nesta Justiça Especializada as contribuições previdenciárias a cargo do empregado,

ante os limites da competência estabelecida no inciso VIII do artigo 114 da Constituição Federal.

A atualização do crédito previdenciário, consoante regra contida no parágrafo 4º do

artigo 879 da CLT, observará a legislação previdenciária, ou seja, atualização a partir do dia vinte do mês seguinte ao da

competência (alínea 'b' do inciso I do artigo 30 da Lei 8.212/91), sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial SELIC

e pertinentes multas de mora, ex vi dos artigos 30 e 35 da Lei de Custeio. Assim, para a obtenção do valor líquido do

crédito trabalhista, o desconto do valor da contribuição previdenciária a cargo do empregado será também efetuado mês

a mês, antes das atualizações dos referidos créditos trabalhistas.

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Após o trânsito em julgado e respectiva liquidação do crédito previdenciário, caso não

haja o recolhimento voluntário das contribuições pertinentes, seguir-se-á a execução direta da quantia equivalente, em

conformidade com o inciso VIII do artigo 114 da Constituição Federal.

Em observância ao artigo 832, § 3º, da CLT, consigno que possuem natureza

indenizatória as seguintes parcelas deferidas: aviso prévio; férias indenizadas; terço de férias; FGTS (8%) e indenização

de 40%. As demais parcelas possuem natureza salarial e, portanto, constituem salário de contribuição.

2. IMPOSTO DE RENDA - RETENÇÃO

O montante da condenação, objeto de pagamento em pecúnia, deverá sofrer a

retenção a título de imposto de renda na fonte com observância do regime de caixa, ou seja, retenção na fonte no

momento em que, por qualquer forma, o rendimento se torne disponível para o beneficiário e por ocasião de cada

pagamento (parágrafo 1º do artigo 7º da Lei 7.713/88 e artigo 46 da Lei 8.541/92).

Para tanto, a base de cálculo do imposto de renda retido na fonte será determinada

obedecendo-se os seguintes parâmetros: exclusão das parcelas elencadas no artigo 39 do Decreto no. 3.000/99;

dedução da contribuição previdenciária a cargo do empregado e demais abatimentos previstos no artigo 4º da Lei

9.250/95; bem como exclusão dos juros de mora incidentes sobre as parcelas objeto da presente condenação

(independente da natureza jurídica dessas verbas), ante o cunho indenizatório conferido pelo artigo 404 do Código Civil

(OJ 400 da SDI-1 do C. TST).

Os créditos correspondentes aos anos-calendários anteriores ao ano do recebimento

devem sofrer tributação de forma exclusiva na fonte e em separado dos demais rendimentos eventualmente auferidos no

mês, na forma da regra consignada no artigo 12-A da Lei 7.713/88, com a aplicação da tabela progressiva resultante das

regras estabelecidas na Instrução Normativa RFB 1.500/2014. Já os eventuais créditos correspondentes ao

ano-calendário do recebimento, ou mesmo os anteriores que tenham sido objeto de opção irretratável do contribuinte

para posterior ajuste na declaração anual, devem sofrer tributação do imposto de renda na fonte relativo a férias (nestas

incluídos os abonos previstos no artigo 7º, inciso XVII, da Constituição e no artigo 143 da Consolidação das Leis do

Trabalho) e décimos terceiros salários, efetuados individualmente e separadamente dos demais rendimentos pagos ao

beneficiário no mês, sendo que cada desconto será calculado com base na aplicação de forma não cumulativa da tabela

progressiva (respectivamente artigos 620 e 638, I do Decreto no. 3.000/99).

O recolhimento do imposto de renda retido na fonte será efetuado até o último dia útil

do segundo decêndio do mês subsequente ao mês da disponibilização do pagamento (artigo 70, inciso I, alínea 'd' da Lei

11.196/2005). Por derradeiro, deverão ser comprovados nos autos os recolhimentos do imposto de renda retido na fonte,
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no prazo de 10 (dez) dias após o respectivo recolhimento, sob pena de expedição de ofício à Secretaria da Receita

Federal para a tomada das providências cabíveis.

3. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA

O valor da condenação, parcela a parcela, deverá ser corrigido monetariamente desde

a data do inadimplemento de cada verba até a data do efetivo pagamento dos valores devidos, independente da data em

que o reclamado eventualmente venha a efetuar o depósito da condenação.

Sendo assim, para efeito da correção monetária, regra geral, fixa-se o termo "a quo"

na data do vencimento de cada obrigação, ou seja, a partir do momento em que cada prestação se torna exigível, mesmo

porque só incorre em mora o devedor ao não efetuar o pagamento no tempo devido (artigo 397 do Código Civil e Súmula

381 do C. TST).

Excetuam-se da regra geral as eventuais indenizações deferidas por danos, eis que

não dizem respeito à obrigação contratual stricto sensu. Assim, como a respectiva apuração dos danos indica valores já

fixados em expressão monetária atual, devem ser corrigidas a partir data da prolação desta decisão.

Nesse aspecto, para a correção dos valores deverá ser observada a correção

monetária pela TR mensal, pro rata die, em consonância com a Lei 8.660/93. No procedimento da atualização monetária,

deverá ser utilizada a tabela única de atualização de débitos trabalhistas a que alude a Resolução no. 8/2005 do

Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

Responderá a parte reclamada pelo pagamento dos juros de mora até a data do

efetivo pagamento dos valores devidos, independente da data em que eventualmente venha a efetuar o depósito da

condenação.

Por força do artigo 883 da CLT, regra geral, os juros de mora serão calculados a partir

da data em que foi ajuizada a ação.

Excetuam-se da regra geral as denominadas parcelas vincendas, ou seja, aquelas que

porventura tenham a sua exigibilidade superveniente à propositura da ação, hipótese em que os juros de mora deverão

ser calculados de forma regressiva. De igual sorte, não se aplica a mencionada regra geral às eventuais indenizações por

danos com indicação de valores já fixados em expressão monetária atual, hipótese em que os juros de mora deverão ser

calculados a partir da data da prolação desta decisão.

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Ademais, os referidos juros de mora incidirão sobre a importância da condenação já

corrigida monetariamente nos termos da Súmula 200 do C. TST, calculados, consoante artigo 1º-F da Lei 9.494/97, com

a utilização do índice oficial de juros aplicado à caderneta de poupança. Nesse desiderato, os juros serão calculados na

base de 0,5% a.m. (zero vírgula cinco por cento ao mês), capitalizados, nos termos da alínea 'a' do inciso II do artigo 12

da Lei 8.177/91, até 03/05/2012, bem como dessa mesma forma a partir dessa data nos meses em que a meta anual da

taxa Selic, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito vírgula cinco por cento). A partir da

mencionada data, nos termos da alínea 'b' do inciso II do artigo 12 da Lei 8.177/91, nos meses em que a meta anual da

taxa Selic não for superior a 8,5% (oito vírgula cinco por cento), os juros mensais serão calculados na base de setenta

por cento da meta anual da taxa Selic por mês.

Na eventualidade de haver adimplementos parciais do crédito exequendo, a imputação

do pagamento deve ser levada a cabo de forma preferencial nos juros de mora, consoante regra do artigo 354 do Código

Civil.

4. COMPENSAÇÃO/DEDUÇÃO

Reclamante e reclamada não são, reciprocamente, devedores e credores de verbas

trabalhistas a ponto de ensejar a compensação de valores.

Igualmente, não foi identificado o pagamento de parcelas de igual título a ensejar a

dedução de valores.

V - DISPOSITIVO

Posto isto, nos termos e limites da fundamentação:

A) JULGO EXTINTO sem resolução de mérito o item 10 do rol de pedidos da petição

inicial ("pagamento de diferença salarial"), por inépcia, com fundamento nos artigos 330, §1º, I, e 485, IV, do CPC, de

aplicação subsidiária ao Processo do Trabalho por força do art. 769, da CLT.

B) REJEITO as demais preliminares arguidas;

C) JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE os pedidos formulados por JOSE

SILVINO DE BRITO para condenar, de forma solidária, os reclamados HELCIO CARLOS FRACASSO, RICARDO LUIS

FRACASSO, ADRIANO FRACASSO e ANDRESSA FRACASSO a:

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B.1) ANOTAREM o término do contrato de emprego em CTPS do autor (abstendo-se

de nela efetuar qualquer menção/ressalva a este processo, bem assim de que as anotações decorreram de determinação

judicial), fazendo constar a função de mecânico e, como data de saída, o dia 9/5/2014 - consignando-se na página

relativa às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado (qual seja, 31/3/2014), conforme artigo 17, da

Instrução Normativa nº 15/2010 do Ministério do Trabalho e Emprego - sem o que o fará a Secretaria desta Vara. Para

tanto o reclamante deverá apresentar sua CTPS em Juízo, no prazo de 5 (cinco) dias a contar do trânsito em julgado

desta sentença, intimando-se, posteriormente, a reclamada para cumprir a obrigação que lhe foi imposta no prazo de 5

(cinco) dias, sob pena de arcar com a multa diária de 1/10 do salário recebido pelo autor, limitada ao valor do principal;

B.2) PAGAREM-LHE, em valores a serem apurados em regular liquidação:

B.2.1) aviso prévio indenizado (39 dias);

B.2.2) saldo de salário do mês de março de 2014 (31 dias);

B.2.3) 13º salário proporcional (4/12, considerando-se a projeção do aviso prévio);

B.2.4) férias proporcionais (6/12, considerando-se a projeção do aviso prévio),

acrescidas do terço constitucional;

B.2.5) multa de 40% do FGTS recolhido sobre os salários pago ao longo do contrato e

sobre as parcelas de natureza salarial ora deferidas;

B.2.6) horas extras com adicionais e reflexos em aviso prévio, repouso semanal

remunerado, férias acrescidas do terço constitucional, 13º salário e FGTS mais 40%;

B.2.7) multa pelo atraso no pagamento das verbas rescisórias (artigo 477, § 8º, da

CLT);

DEFIRO o benefício da justiça gratuita.

Julgo improcedentes os demais pedidos nos termos da fundamentação.

Expeça-se o alvará para saque do FGTS.

Juros, correção monetária, recolhimentos previdenciários e fiscais, na forma da

fundamentação.

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Atentem as partes para o fato de que a eventual oposição de Embargos Declaratórios

considerados protelatórios poderá justificar a aplicação não só da multa prevista no 1.026, §2º, do novo CPC, mas

também daquela especificada para os casos de litigância de má-fé (artigos 80 e 82 do novo CPC).

Custa, pela reclamada, no importe de R$ 200,00, calculadas sobre R$ 10.000,00, valor

provisoriamente arbitrado à condenação.

Registre-se. Cumpra-se. Nada mais.

Em, 25 de janeiro de 2019.

FRANCINA NUNES DA COSTA

JUÍZA DO TRABALHO SUBSTITUTA

dpm

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