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REBES Alcir Lenharo NAZISMO “Otriunfo davontade” 1 Introdugéo A primeira principal questfo que se evanta, quando se entra em contato com a experiéncia narista na Alem@- ‘aha, vom sompre acompanhada de difell resposta. tal a perplexidade e 0 horror que esse contato provora. final, como tudo isso péde ter acontecido? ‘Ao final da Segunda Guerra, & medida que os cam- pos de concentragio nazistas eram devassados, todo um expeticulo de horror-vinha 3s claras, desnudando os den- tes da engrenagem de morte que os campos encerravam, Tudo levava a crer que munca o ser humano descera tio baixo, nem aviltara to gravemente sua prdpria condicio de humanidade, como naquela situacto, E, no entanto, sabiase de tudo aciilo, tS hoje hé quem diga que se sabia pouco ou quase nade, tal 0 véu e sigilo que os nazistas atravam sobre os campos de morte. Tratase de uma maneira defensiva ainda hoje de esconder a grande depradacdo a que @ eriatura humana havin chogedo. Em Dachau —esté Id para quem quiser ver — hd documentagio de artigos, fots, jonas, Tanto a po- pulaglo alemf, quanto a opiniZo péblica intemacional sa- biam do que se pastava, até mesmo com detalhes, Era muita gente envolvida nos campos de mone, para que 0 horror pudesse ser contido. Por exemplo, em dezembro de 1941, sabia-te, pela Imprensa norte-americana, que mil ju deus de Varsévia haviam sido mort por inalagio foreada de gases venendses. ‘Bem antes disso, em 1934, jornas austriacos demun- ciavam os métodos de Dachau. E hava as terrives fotos ‘que ticaram para sempre, apesar do culdado que us m= istas vecam em apagar vestisios. Fotos de fwilamentos, trabalhos forgador, orturas, suicidios. Fotos das vitimas das “experiéncias Geatificas muito portrbador que © regime nazista comtasse com 0 apoio das massis, comenta Hannah Arendt, a pro- 6sito de pesquisas de opiniio pabl iadas pelos SS}, para or anos de 1939-44, ¢ trazidas a conhecimento ppiblico em 1965, Em tnis relatério, fia patente que a ‘ponulagao alomaestava notavelmente bem informada sobre ‘6 que se passava com os judeus e a polfica de guecra, © dava seu aval 3s inicativas do regime. (© esxcritor protestant Emest Wiechart deserove com clareza a particpagio popular contra os prisioneiros que fram levados para Buchenwald. O trem paraya em todas fas estagbes ¢ 8s pessoas se acossavum para insllar os de- portados e cusp neles — se estavam sendo transportados para um campo de concentraeio, eram merecedores de tal castigo. Wajda, no filme Um amor na Alemanha, mostra, pelos ollos'de uma pequena cidade alema, como a popu Taglo se envolvia ativamente no jogo de vigilancia c pun ‘fo aos transgrescores cla ordem nazista. Havia muita in- ‘oie interesse tecendo as relagbes pessols, e necessidade de reprimit 0 desajo sexual de mulheres afsstadas de seus ‘maridos. No entanto, isso tudo ndo levaria a heroina & exeeragio piblica nem o jovem polonés, seu amante, & TAs Waln Wo objeto de considerasSer no “Voeabura eco” 2 morte, s© fostem confirmados tragos germinicos naquele “eslavo desqualiticado”... Em outras palavras, a ideolo- ia recista ofics) era de fato acatada e subassumida, © servia de ponto norteador da conduta individual © cole- tiva ds populagio. Para 6 historiadar alemio Joachim Fest, © nazismo inaugurara uma nova modalidade de poten, pencada mais fem fermos herbicos e tigieos do que socials, dotada de sueedineos misticos, de mado a se converter em algo com preendido, aceito e compartlhado por uma. populagdo apo- Iitiea, Nesse sentido, 0 ue se passava nos campos de eon- centrapio nao fata parte de sua vivéncia “apoltiea”, cons- titindo dominio de uma outra experiéneia que sempre Ihe fora estranha ou indiferente Esse modo de ver assemelha-se 3s apreciagdes que cexplicam a apatia © 0 conscatimento da maioria da pops- agin = partie de cua eeperniéncia traumétien dentro de um “Sstema'de delirio’. A populagdo alema seria vitima, de ‘um anestesiamento coletivo,e no teria forgaspsicolbyicas para romper o cordio de encantamento que a prendia 20 Tegime, Esse tipo de expicasio procurs demonsirar que 4 paricipagio popular resultava da eoerga0 © do medo; {oda a responsabilidade fica asim transferida para 2s auto fidades e seus preposts, criadores de um universo ideo Iegico e politico do qual ninguém podia se desvencilhar. Tnsufilente como explicaglo, esse ponto de vista ex ‘barra em stuacies dramsticas em gue 0 "srvico sujo” nao ‘era eratamente obrigairio para determinados voluntrios — estamos nos referindo & prontidto com que numerosos wolumtérios se antesipavam & exigéncia dos earrascos na- zistas para furilar eentenas de pessoas indelesas, ¢ 0 fa ‘iam porgue eram anti-semitas cOnvictos ¢ aprovavam inte- tralmente a “solugto final” levada a cabo pelos aazstas Esse caso dliferenci-se de modo radical daquele em que judevs atiravam em outros judeus, antes de serem também Tusilados. Nesse caso, como bem observa Arendt, 05 que

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