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VISÃO
PANORÂMICA
DA BÍBLIA

Edgar Tavares

Edgar Tavares
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VISÃO PANORÂMICA
DA BÍBLIA
J.B. TIDWELL
A.M., D.D., LL.D.
Professor de Literatura Bíblica
na
Universidade Baylor em Waco,
Texas.

SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA


Rua António Carlos Tacconi, 75 -04810 São Paulo SP

BIUIOTECA PARTICULAR
Edg*r
Título do original em inglês:
THE BIBLE BOOK B Y BOOK

Eelgar

DEDICADO
Copyright © de J.B. Tidwell
aos milhares de estudantes que o autor
Publicado pela Wm. B. Eerdmans Publishing Co., EUA
tem ensinado durante os últimos anos.

Tradução: Robinson Norberto Malkomes


Revisão: Maria Alice Rocha
Revisão de Provas: Vera Lúcia dos Santos Barba

Primeira edição em português — 1985


Reimpressão —janeiro de 1988
Reimpressão - abril de 1991

Tulilicndo no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos


ininivmlm pula
IOCIÍDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA
Colx* Pottil 21486 - 04698 São Paulo SP
Prefácio à Nona Edição em Inglês — 7

4. O Esquema das Lições. A fim de atender às necessidades


de alguns professores nas suas tentativas de cobrir todo o livro,
é fornecido um esquema. As designações são indicadas no infcio
de cada capítulo e são numeradas em sequência até o fim.
«w» * Desde o princípio o alvo do livro tem sido dar ao estudante
• . * -,' . -
da Bíblia um esboço de estudo que o capacite a obter alguma
familiaridade com o seu conteúdo. Destina-se especialmente
Prefácio à Nona Edição em Inglês para estudantes em institutos bíblicos e classes de escola bíblica
dominical. Também pode ser usado por sociedades de senhoras,
jovens ou homens, e por todo os cristãos em geral que desejem
receber alguma visão do propósito, ocasião e contexto geral
Esta nona edição apresenta-se com a profunda gratidão do de cada livro da Bíblia.
autor pela recepção que tem tido e com a sua mais sincera oração O trabalho foi feito com uma convicção de que um conhe-
para que possa ser de maior ajuda do que foram as suas edições cimento do cristianismo e dos fatos simples da história, geografia
anteriores. Algumas mudanças foram feitas na esperança de que e cronologia da Bíblia são essenciais para uma educação ampla, e
possa ser mais útil e utilizável. Essas mudanças estão aqui indi- que a familiaridade com as profecias, poesia e ética da Bíblia é
cadas: essencial ao homem de hoje assim como o "conhecimento da his-
tória grega nos tempos de Péricles ou da história inglesa no reinado
1. Correcões Gerais. Todo o material, incluindo as passagens de Henrique VIM." Mantendo essa visão, foi incluída no livro
das Escrituras, foram cuidadosamente corrigidas. Todas as con- apenas um pouco de matéria que leva o estudante a afastar-se da
clusões foram verificadas e foram dadas declarações que estão de Bíblia propriamente dita para um estudo acerca dela, e muita coisa
acordo com o mais sadio e espiritual entendimento dos livros que requererá do estudante um estudo da Bíblia em primeira mão.
divinos.
O plano geral desenvolve-se a partir de vários anos de expe-
2. Capítulos Introdutórios. Os estudos introdutórios conti- riência de ensino que indica que o tipo de estudante para o qual o
nham muitas coisas que eram repetidas nas discussões e tópicos livro é destinado estão interessados nos fatos e nas conclusões
de estudo dos vários livros. Portanto, este material foi omitido, alcançadas, mas se preocupam pouco em como as conclusões fo-
sendo inseridos outros estudos de maior importância geral. ram alcançadas. Portanto, o material foi reunido cuidadosamente
de todas as fontes disponíveis e há pouca reivindicação de origi-
3. As Mensagens dos Livros. As lições ou mensagens dos nalidade. Logo, ficam aqui os reconhecimentos por todas as suges-
vários livros, dadas na primeira edição e omitidas na segunda, tões e ajuda provenientes de fontes quaisquer que tenham sido.
foram reinseridos aqui. A experiência indica que elas dão ao Acrescente-se a isso que ao preparar esses estudos o autor
estudante um certo gosto no estudo e discussão, deixando com procedeu com base na crença na Bíblia como a Palavra de Deus,
ele uma impressão final sobre a importância de cada livro. Esses uma verdadeira fonte de conforto para todo coração e um guia
ensinos ou mensagens são dadas em conexão com os livros do seguro para toda a fé e conduta tanto de indivíduos como de
Antigo Testamento, mas não se baseiam em livros do Novo Tes- noções. Portanto, espera-se que todos que possam estudar os tó-
tamento, uma vez que esses livros parecem ser mensagens por picos apresentados, aproximem-se das Escrituras com um coração
«l mesmos. nlmrlo, que possa fazê-los sentir a necessidade de Deus, que faça
a» M 1.1% provisões reais nas experiências deles e que lhes traga vidas
? li<msformadas.
8 — Visão Panorâmica da Bíblia

Se os pastores encontrarem nele um valioso livro de referên-


cias para si próprios e para os membros de suas igrejas que estão
desejosos de perseverar no estudo da Bíblia, ou se ele se mostrar
útil para qualquer um daqueles mencionados no parágrafo que
descreve para quem ele se destina, o autor estará' amplamente
recompensado pelo esforço feito.

J.B.TidwelI
Waco, Texas. Sugestões para Professores, Líderes e
Classes

SUGESTÕES PARA CLASSES EM INSTITUTOS BfBLICOS

As lições, do modo em que estão esboçadas, irão requerer:

1. Domínio de todas as discussões introdutórias;


2. Domínio de todos os principais pontos (indicados por l, II,
etc.), que trazem a analise dos livros;
3. A memorização das mensagens básicas de cada livro;
4. A leitura dos textos bíblicos indicados e o estudo dos tópi-
cos: "Para Estudo e Discussão."
5. A análise total de cada livro que deve ser assunto de domínio
e, em alguns casos, deve ser trabalhada com maiores detalhes;
6. Outros tópicos para estudo e pesquisa indicados em relatório
escrito;
7. O trabalho de biblioteca que deve ser estimulado tocando-se
em tópicos e discussões de cada livro;
8. Um ótimo aproveitamento das leituras bíblicas.

SUGESTÕES PARA OUTROS ESTUDANTES OU CLASSES

Para outras classes tais como classes de Escola Dominical, So-


ciedade de Senhoras ou Sociedades de Jovens, e para indivíduos,
o trabalho pode começar em qualquer ponto. Deve-se escolher um
livro ou grupo de livros e dividir o trabalho em menos ou mais
lições de acordo com o tempo disponível e o propósito estabeleci-
10 — Visão Panorâmica da Bíblia

do. Depois que as observações introdutórias forem lidas e domi-


nadas o estudante deve:

1. Seguir a análise como tópicos com livre discussão;


2. Estudar as Escrituras para verificar as mensagens do livro;
3. Pesquisar a partir das informações dadas nos tópicos "Para
Estudo e Discussão."
Conteúdo
SUGESTÕES GERAIS

1. Variar o método. Uma vez deixe que o estudante leia a Bíblia


para verificar as mensagens. Outra vez deixe que o professor ASSUNTOS INTRODUTÓRIOS 17
faça dela a base da preleção. 1. Os Nomes de Deus 17
2. Fazer o trabalho sobre os tópicos em forma escrita e subme- 2. Os Oficiais Sagrados 20
tê-lo à correção. 3. As Datas Sagradas 22
3. Fazer exercícios com a classe de acordo com os fatos, análises 4. As Instituições Sagradas de Adoração 23
e mensagens. 5. As Sete Grandes Alianças 25
4. Fazer frequentes revisões.
5. Ter testes escritos ocasionalmente. A INSPI RAÇÃO DA BÍBLIA 26

O Cânon da Escritura 28
As Versões da Bíblia 30
As Divisões da Bíblia 34
Os Livros da Bíblia 35
UM LIVRO MARAVILHOSO 36

VISÃO PANORÂMICA DA BÍBLIA 39

Capítulo 1 - Génesis 41
Capítulo 2 - Êxodo 46
Capítulo 3 - Levítico 50
Capítulo 4 — Números 55
Capítulo 5 — Deuteronômio 59
Capítulo 6 — Josué, Juizes e Rute 62
1. Josué 62
2. Ju ízes 65
3. Rute 68
Cupftulo 7 — Primeiro e Segundo Samuel 70

11
12 — Visão Panorâmica da Bíblia Conteúdo - 13

1. Primeiro Samuel 70 1. Lucas 161


2. Segundo Samuel 73 2. João 167
Capítulo 8 — Primeiro e Segundo Reis 75 Capítulo 22 — Atos e Romanos 173
Capítulo 9 — Primeiro e Segundo Crónicas 80 1. Atos 173
Capítulo 10 — Esdras, Neemias e Ester 84 2. Romanos 176
1. Esdras e Neemias 84 Capítulo 23 — Primeiro e Segundo Coríntios 181
2. Ester 88 1. Primeiro Coríntios 181
Capítulo 11 — Jó, Salmos e Provérbios 91 2. Segundo Coríntios 184
1.JÓ 91 Capítulo 24 — Gaiatas, Efésios e Filipenses 187
2. Salmos 94 1. Gaiatas 187
3. Provérbios 97 2. Efésios 190
Capítulo 12 — Eclesiastes e Cantares de Salomão 100 3. Filipenses 192
1. Eclesiastes 100 Capítulo 25 — Colossenses, Primeiro e Segundo Tessalo-
2. Cantares de Salomão 102 nicenses 195
Capítulo 13 - Isaías 106 1. Colossenses 195
Capítulo 14 — Jeremias e Lamentações 114 2. Primeiro Tessalonicenses 198
1. Jeremias 114 3. Segundo Tessalonicenses 200
2. Lamentações 116 Capítulo 26 — Primeiro e Segundo Timóteo, Tito e Fi-
Capítulo 15 — Ezequiel e Daniel 119 lemom 202
1. Ezequiel 119 1. Primeiro Timóteo 202
2. Daniel 122 2. Segundo Timóteo 204
Capítulo 16 — Oséias, Joel e Amos 125 3. Tito 205
LOséias 125 4. Filemom 206
2. Joel 128 Capítulo 27 — Hebreus e Tiago 208
3. Amos 129 1. Hebreus 208
Capítulo 17 — Obadias, Jonas e Miquéias 132 2. Tiago 211
1. Obadias 132 Capítulo 28 — Primeiro e Segundo Pedro 214
2. Jonas 134 1. Primeiro Pedro 214
3. Miquéias 136 2. Segundo Pedro 216
Capítulo 18 — Naum, Habacuque, Sofonias e Ageu 139 Capítulo 29 — Primeiro, Segundo e Terceiro João e Judas. 218
1. Naum 139 1. Primeiro João 218
2. Habacuque 141 2. Segundo João 220
3. Sofonias 142 3. Terceiro João 221
4. Ageu 143 4. Judas 222
Capítulo 19 — Zacarias e Malaquias 146 Capítulo 30 - Apocalipse 224
1. Zacarias . . . .' 146
2. Malaquias 148
Capítulo 20 — Mateus e Marcos 150
1. Mateus 150
2. Marcos 156
Capítulo 21 — Lucas e João 161 MUOTECAMX&C*M
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ASSUNTOS
INTRODUTÓRIOS

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ASSUNTOS INTRODUTÓRIOS

Neste capítulo são apresentados quatro assuntos ao estudante


que o ajudarão grandemente dando-lhe facilidade e informações
que serão utilizadas no estudo da Bíblia.

OS NOMES DE DEUS

No Antigo Testamento são usados muitos nomes para Deus.


Cada um deles tem um significado especial derivado do signifi-
cado hebraico da palavra. E, enquanto o estudante não pode dis-
tinguir o significado exato, ele deve, de uma maneira geral, saber
o significado de cada nome. Os nomes a seguir, apesar de não
terem a totalidade deles e não expressarem completamente o signi-
ficado, serão de nosso uso:

1. Deus. Essa palavra vem de uma outra e dois de seus com-


ponentes ou formas, e significa: (1) Aquele que é Forte, indican-
do que Deus é grande, forte ou um ser poderoso. Este termo é usa-
do 225 vezes no A.T. (2) Aquele que é Forte como objeto de
iiiluuição. Se Deus é Todo-Poderoso e nós somos débeis, isso nos
luvii ,i adora Io. (3) Aquele que é Forte é fiel e, portanto, deve ser
<ih|iti<> d»; nossa confiança e merecedor de nossa obediência. Ele
nflo rf somente Forte mas, também, mantém todos os seus pactos
BIBLIOIECWRTOIAR «mulo, assim, digno de nossa confiança. Este último termo está no
Edgar Tavares lilni.il n ti usado 2.300 vezes no Antigo Testamento. É o nome
iimiilo (|iuindo Deus disse "Façamos o homem" e "Deus criou o
Ittimnm .1 Siiii Imagem," etc. (Gn 1:26-27). Através desse nome
18 - Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 19

o Deus-Trino fez uma aliança para o bem do homem antes que desejado, a árvore deve ser podada e alimentada. Deus, muitas ve-
ele fosse criado. zes, nos disciplina para que possamos ser mais úteis a Ele.

2. SENHOR. Escrito com pequenas letras maiúsculas em anti- 5. O Deus Altíssimo. O significado desse termo pode ser sin-
gas versões. 1) Deus, auto-Existente e que se revela a si próprio. tetizado em dois pontos: (1) Representa Deus como Aquele que
Ele sempre existiu e, assim, aceitou revelar-se ao homem. (2) possui os céus e a terra. Devido ao fato de possuir a terra, ele age
Deus como Redentor. O propósito da sua revelação é nos trazer dentro de Sua justiça e as distribui entre as várias nações (Dt 32: 8).
redenção. Foi com esse nome que Ele avistou o homem após (2) Representa Deus como Aquele que tem toda autoridade.
a Queda e o cobriu com pele de animais (Gn 3:9-17). (3) O Deus Se ele possui toda autoridade, tem o direito de domínio tanto so-
que faz e guarda as Suas alianças. Esse nome foi usado mais que bre a terra como o homem a quem tal autoridade é distribuída
cem vezes em conexão com as alianças, como em Jr 31:31-34 (Dn 4: 18, 37; SI 91:9-13).
onde Ele promete uma nova aliança.
6. O Deus Eterno. Este nome fala de Deus como: (1) O Deus
3. Senhor. Aqui todas as letras são minúsculas com exceção do mistério das eras. (2) O Deus de todos os segredos. (3) O Deus
do "S" e a palavra é a mesma em versões antigas e atuais. Refe- da existência eterna cuja compreensão é inatingível (Is 40.28).
re-se à Deus em Sua relação com os homens e Seus servos. Exis- Aqui reside a grande alegria daquele que crê. Há muitos segredos
tem dois tipos de servos referidos nas passagens — o servo assala- e mistérios mas o nosso Deus conhece e vê a todos eles. Nada está
riado e o servo comprado. O último é sempre superior e muito além do seu conhecimento. Podemos nos alegrar seguindo-0
mais amado que o primeiro. As relações aqui implicadas são mui- e confiando nEle através do desconhecido.
to sugestivas. O senhor tem o direito de exigir respeito e obediên-
cia do servo e este tem a garantia de direcão, protecão e apoio da 7. SENHOR (Jeová) Deus. Este nome da Deidade é usado
parte do seu senhor. Aplicado a nós e Deus indica nosso dever de em duas relações: (1 ) Na relação da Deidade com o homem. Neste
servi-Lo e assegura-nos que Deus irá nos providenciar o necessário uso são sugeridas três coisas concernentes a essa relação: (a) Que
e nos protegerá. Ele é o Criador que cria e controla o destino do homem, enfati-
lando especialmente o Seu controle das relações terrenas; (b) Que
4. O Deus Todo-Poderoso. A tradução aqui não dá toda a Ele ó a autoridade moral acima do homem; (c) Que Ele é o Reden-
concepção do significado envolvido. Não se refere primariamente tor do homem. Essas três ideias indicam um pouco do interesse
â força. Esta é encontrada no termo Deus. Mas essa palavra sugere divino pelo homem. (2) Na relação da Deidade com Israel. Isto
uma figura comum entre os antigos. Significa literalmente Aquele quer dizer que Ele criou e controla o seu destino.
de Peito Forte. Refere-se a Deus como o doador e "derramador"
de bênçãos tanto espirituais como físicas. Sugere que Deus é: (1) 8. SENHOR (Jeová) dos Exércitos. Este nome fala da pessoa
Aquele que nutre, Doador de Força, Aquele que Satisfaz. É o • l» .Inovií como o Senhor dos Exércitos na Sua manifestação de
Deus-Forte que dá. Assim como uma mãe nutre seu bebé ama- i. Isso sugere três coisas especiais: (1) Refere-se, geralmente,
mentando-o ao seio e verte a força da sua própria vida, assim tam- «xiiiciios celestes, especialmente os anjos. (2) Refere-se a todos
bém ela lhe dá a força da sua satisfação. Dessa forma Deus nos nu |io<h-H". divinos e celestes à disposição do povo de Deus. (3)
alimenta e nos satisfaz com a plenitude da Sua própria natureza. !" u MI mm especial da Deidade usado para confortar a Israel em
(2) Doador da fertilidade. Esse é o resultado próprio e normal da iiMM|iii'i do divislío, derrota ou fracasso (Is 1 :9; 8: 11-14). Esse
nutrição. Deus nos provê o alimento espiritual e nós devemos IHMMM nunca é usado no Pentateuco mas o é especialmente pelos
em troca dar frutos. Ele quis fazer de Abraão um homem que liiiiíiiitiH Apuroco 80 vezes em Jeremias, 14 vezes nos dois capí-
desse frutos (Gn 17:1-8). Isso foi cumprido de forma incondicio- iiilii» iln Ai|tm, 1)0 nos quatorze capítulos de Zacarias e 25 vezes
nal e completa. (3) Doador da disciplina ou poda. Se o fruto é MH» i|Hiiiiu cnpítulos do Malaquias.
Assuntos Introdutórios —21
20 - Visão Panorâmica da Bíblia

Existem vários outros nomes compostos usados para ex- compreensão do futuro. Neste aspecto eles eram chamados viden-
pressar as diferentes relações e bênçãos de Jeová na Sua obra pelo tes e os acontecimentos preditos iriam mais tarde transparecer.
homem. Mas aparecem com menor frequência e o significado é, Abraão foi o primeiro a ser chamado de profeta (Gn 20:7), segui-
na maioria das vezes, facilmente compreendido. Os que foram da- do por Arão (Ex 7:1). 4- /i SM ^.10 -9i
dos acima parecem ser suficientes para ajudar o estudante na sua
leitura bíblica. 3. Os Escribas. A palavra escriba significa escritor e Seraíasé
o primeiro mencionado (II Sm 8:17). (1) Como escritores, logo
tornaram-se os transcritores da lei, depois intérpretes e, finalmen-
OS OFICIAIS SAGRADOS te, seus mestres e expositores. (2) Tornaram-se conhecidos como
doutores da lei. Isso surgiu do seu conhecimento da lei que era
Existem alguns oficiais sagrados a quem a Bíblia faz referên- obtido pelo constante ato de transcrevê-la. (3) Isso levou o povo
cia com certa frequência. Pelo menos os fatos mais proeminentes a tê-los num lugar de alta proeminência e dignidade, e no tempo
com relação a cada um deles devem ser familiares ao estudante dos reis eram sustentados pelo estado como um corpo de homens
da Bíblia. eruditos, bem organizados e de alta influência. (4) No tempo de
Cristo estavam entre os mais influentes membros do Sinédrio.
1. Os Sacerdotes. Eram homens escolhidos para estarem
diante de Deus em favor do povo, cujos pecados os desqualifi-
cavam de aparecerem por sua própria conta. Os primeiros sacer- 4. Os Apóstolos. (1) Foram doze homens escolhidos por
dotes foram os cabeças de suas próprias famílias (Gn 8:20). Mais Jesus e formaram o alicerce ou início da Igreja de Cristo. Estavam
tarde, o primogénito ou o filho mais velho tornava-se o sacerdote. separados de todas as ordenanças do Antigo Testamento não se
E, finalmente, a fim de que o sacerdócio pudesse ser devidamente submetendo a nenhuma casta de obrigação. Também não estavam
reconhecido. Deus escolheu a família de Arão, da tribo de Levi, ligados à velha administração das coisas. (2) O nome apóstolo sig-
para serem os sacerdotes do Seu povo eleito (Ex 28:1). Eles ser- nifica um mensageiro, aquele que é enviado. Foram escolhidos
viam no tabernáculo e, mais tarde, no templo onde conduziam os para estarem com Jesus e serem por Ele enviados a pregar e ensi-
atos religiosos, ofereciam sacrifícios pelos pecados particulares e nar. (3) Quando Judas, um dos doze, traiu a Jesus e "foi para o
eram os mestres e magistrados da lei. •eu próprio lugar", eles elegeram a Matias para substituí-lo (At
1:15-26). Paulo, mais tarde foi indicado de uma maneira especial
2. Os Profetas. (1) Eram homens cuja obra pode ser vista (At 9:1-30). Barnabé foi chamado de um apóstolo (At 14:14) e
como o complemento daquela feita pelos sacerdotes. Eles fala- outros parecem também ter recebido essa designação. (4) Esses
vam de Deus ao povo. Enquanto os sacerdotes rogavam a Deus homens lideraram novos movimentos (At 5:12-13) e consagra-
em favor do povo, os profetas falavam ao povo em lugar de Deus. r«m-se especialmente aos dons ministeriais (At 8:14-18). Eram a
Eles recebiam revelações de Deus e as tornavam conhecidas ao primeira autoridade na Igreja (At 9:27; 15:2; 1 Co 9:1; 12:28;
povo. Eles eram selecionados de acordo com a vontade de Deus 2 Co 10:8;12:2;GI 1:17;2:8-9).
para repartirem os Seus dons espirituais (1 Co 12: 11) e estendiam
suas atividades através dos anos incluindo aqueles que escreveram
os livros proféticos até Malaquias. (2) Eram filósofos, mestres, B. Ministros ou Pregadores. (1) A palavra ministro aqui sig-
pregadores e líderes da fé e culto do povo. Seu trabalho pode ser nifico aquele que ministra à, ou ajuda alguém em serviço. Isto é
dividido em três partes: (a) A pública entrega de mensagens de litiin como se por servos livres e não por escravos. (2) Eles se
modo muito parecido com os pregadores de hoje; (b) A elabora- iiiiiiimim prosadores, e daí nosso termo ministro (At 13:2; Rm
ção em forma escrita da história, biografia e anais da sua nação Hi MJ). (3) Hoje são pregadores e mestres da Palavra de Deus e
que tornou possível o surgimento do Antigo Testamento; (c) A «lundum ,K necessidades espirituais do povo de Deus e outros.
22 Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 23

AS DATAS SAGRADAS 4. O Ano Sabático. Vinha a cada sete anos e toda a terra de
Israel deveria descansar assim como o povo de Israel descansava
As datas que eram santificadas nas Escrituras são de muito no sétimo dia. Nenhuma semente deveria ser plantada e tudo o
interesse. Apresentam certos conceitos e propósitos que safo dignos que crescia era de propriedade pública e poderia ser tomada pelo
de especial consideração. Na verdade, é necessa'rio saber os seus pobre se ele quisesse. Durante aquele ano todas as dívidas deve-
significados se quisermos compreender rapidamente algumas passa- riam ser perdoadas exceto aquelas contra estrangeiros (Ex 23:10-
gens. As que são descritas abaixo são as mais importantes: 11 ;Lv25:2-7; Dt 15:1-11 J.
1. O Sábado. É difícil definir o termo. Mas tem algo a ver
5. O Ano do Jubileu. Todo quinquagésimo ano era conhe-
com "um descanso solene" (Lv 25:4). A primeira menção encon- cido como o Ano do Jubileu (Lv 25:8-55). Começava no déci-
tra-se em Gn 2:2-3 e a primeira aparição do nome relacionado mo dia do sétimo mês e durante essa época o solo permanecia
com a semana está em Ex. 16:22-30. Está novamente insinuado
sem cultivo exatamente como no ano sabático. Toda terra que
na divisão de semanas (Gn 8:10-12; Ex 20:8-11). É claramente
tivesse sido vendida ou arrendada voltava para seu dono original,
usada para indicar a nossa necessidade de descanso da fadiga
e todo escravo hebreu era libertado se assim o quisesse.
da vida propiciando uma oportunidade para adoração.
2. As Luas Novas. Eram festas especiais realizadas no pri- 6. O Dia do Senhor. É o primeiro dia da semana e é observa-
meiro dia do mês (Nm 10:10), celebradas com a oferenda de sa- do em comemoração da ressurreição de Jesus que ocorreu naque-
crifícios (Nm 28:11-15). Entre as tribos do norte a festa de Lua le dia. Ela comemorou a consumação da obra de redenção, assim
Nova era considerada ocasião propícia para se ir ao profeta rece- como o Sábado era guardado em comemoração da consumação
ber instrução (2 Rs 4:23). da obra de criação.

3. As Festas Anuais. Os judeus tinham várias festas anuais,


a saber: (1) A Festa da Páscoa. Era celebrada em 14 de Abril AS INSTITUIÇÕES SAGRADAS DE ADORAÇÃO
(Ex 12:1-51) e comemorava-se a libertação do Egito e o livra-
mento dos primogénitos dos Judeus. (2) A Festa de Pentecoste. As seguintes instituições de adoração são com frequência
Ocorria em 6 de Junho (Ex 34:22; Lv 23:315-16; Dt 16:9-10; referidas na Bíblia e pode ser de grande ajuda o conhecimento
Nm 28:26-31) e comemorava-se a entrega da lei. (3) A Festa das de alguma coisa da sua história e significado.
Trombetas. A sua data era 1 de Outubro (Lv 23:23-25; Nm 29:
1-6) e marcava o início do ano civil. (4) O Dia da Expiação. Acon- 1. O Altar. Há aqui diferentes pontos para estudo. (1) A
tecia em 10 de Outubro (Lv 16:1-34; 23:27-32). O propósito primeira menção direta do altar (Gn 8:20). (2) As várias pes-
era fazer expiação pelos pecados do povo. (5) A Festa dos Taber- •oui que são mencionadas erigindo altares (Gn 1 — Ex 20). (3)
náculos. Vinha uma semana depois (Lv 23:34-43; Ex 23:16; O material usado na construção de altares (Ex 20:24-25). (4)
34:22; Dt 16:13-15) para relembrar a vida e as experiências de O propósito do erguimento dos altares, incluindo aquele de
Israel nas suas andanças pelo deserto. Eram simbolizados todos (Js22:10, 22-29).
os principais fatos daqueles anos todos. (6) A Festa da Dedicação,
celebrada em 25 de Dezembro (1 Rs 8:2; 2 Cr 5:3). Comemora- 2. O Tabernáculo. A descrição é dada com Êxodo caps. 25
va a dedicação do templo. Parece ter tido origem após a reconstru- «i -''l. (1) As instruções para a construção incluindo ofertas e
ção do tempo mas, provavelmente, também incluía o pensamento a serem doados. (2) Seu erguimento e a mobília que
da dedicação do templo de Salomão. (7) A Festa de Purim. Relem- .i h,iv((r dentro dele. (3) Seu propósito (Ex 29:4245; Hb
hiíiv.i .i liln.-ii.içno dos judeus através de Ester (Et 9: 20:32) e era U 10). (4) Sua história — onde foi primeiramente levan-
obsotvmlii win 14 o 15 de Março. i MI In i|ii,ini<> iKinpo foi usado, etc.
24 -- Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 25

3. O Templo. Em volta do templo aglomeravam-se muito obter uma melhor compreensão da ideia de igreja no Novo Tes-
das esperanças e aspirações da nação. Existiram três templos ao tamento.
todo. (1) O Templo de Salomão. Em conexão com este templo
há vários campos de estudo: (a) O desejo que Davi possuía de
construí-lo e sua preparação para isso (2 Sm 7:1-2; 1 Cr caps. AS SETE GRANDES ALIANÇAS
28-29). (b) Seu material, construção e dedicação (1 Rs 5:8, 2
Cr 2:6). (c) Sua destruição pelo general de Nabucodonosor em Existem dois tipos de alianças. (1) Incondicionais ou de
587 a.C. (2) O Templo de Zorobabel. Neste ponto devemos declaração (Gn 9:11) "Eu estabeleço." (2) Recíproca ou condi-
estudar o decreto de Ciro, o retorno dos judeus, a reconstrução cional (Ex 19:5) "se guardardes." A Bíblia inteira é um desen-
e dedicação do templo (Ed caps. 1-6), sua destruição por Rompeu volvimento e resume-se nas sete alianças.
em 63 a.C. e por Herodes, o Grande em 37 a.C. (3) O Templo
de Herodes. Este templo iniciou-se em 20 ou 21 a.C. (Jo 2:20), 1. A Aliança adâmica. Gn 3:14-19. Esboce os elementos
e foi destruído por Tito em 70 d.C. da aliança mostrando as pessoas atingidas e os resultados ou
condições envolvidas.
4. A Sinagoga. A palavra grega de onde é derivada significa
"uma assembleia". Originou-se bem mais tarde na história da na- 2. A Aliança com Noé. Gn 8:20-9:27. Esboce os elemen-
ção, mas logo veio a ter um lugar de muita importância na vida tos da aliança e os resultados envolvidos.
religiosa. Sinagogas eram levantadas em todos os lugares para on- 3. A Aliança com Abraão. Gn 12:1-3; At 7:3; outros deta-
de judeus fiéis iam. No tempo de Cristo ou não muito antes, havia
lhes, Gn 13:14-17; 15:1-18; 17:1-8. Esboce-a dando os elemen-
cerca de 1.500 delas na Palestina com, talvez, 480 em Jerusalém. tos, bênçãos apresentadas (temporais, espirituais ou eternas). Mui-
Parece que havia três oficiais: (1) O Chefe (Lc 8:49; 13:14; Mc 5: tas vezes é vista como várias alianças, mas é melhor considerá-la
22, etc.). (2) Os Anciãos (Lc 7:3; Mt 15:2, etc.). (3) O Assisten- como uma que foi sendo ampliada com o passar do tempo.
te (Lc 4:20). O culto era muito simples e consistia de orações
e leitura com a exposição da Escritura. As sinagogas e seu culto 4. A Aliança mosaica. Ex. 19-30. É apresentada em duas
foram de grande proveito para os apóstolos na sua obra, forne- partes: (1) Lei do Dever (Os 10 mandamentos) e (2) Lei da Mise-
cendo-lhes oportunidades para pregarem o Cristianismo onde quer ricórdia, Sacerdócio e Sacrifícios (Lv 4:27-31; Hb 9:1-7). (3) A
que fossem. quem foi dada (Ex 19:3) e a todos (Rm 2:12; 3:19, etc.). (4)
Seu propósito: (a) Negativo (Rm 3:19-20; Gl 2:16-21, etc.). (b)
5. A Igreja. Este é um termo neo-testamentário. Até o tempo Positivo (Rm 3:19; 7:7-13). (5) A relação entre Cristo e a aliança
de Cristo não existiu nada semelhante a uma igreja. A palavra signi- mosaica: (a) Estava sob ela (Gl 4:4; Mt 3: 13, etc.). (b) Guardou-a
fica "uma assembleia" e é mais comumente usada para designar (Jo 8:46; 15:10). (c) Suportou sua maldição pelos pecadores (Gl
uma congregação local de obreiros cristãos. Às vezes são usados 3:10-13; 4:4-5; 2 Co 5:21, etc.). (d) Substituiu-a terminando
os termos a "Igreja de Cristo", a "Igreja de Deus" ou os "Santos". OOm o Sacerdócio e Sacrifícios (Hb 9:11-15; 10:1-12, etc.). (e)
As igrejas foram estabelecidas em várias cidades e frequentemente A Nova Aliança providenciada para os crentes em Cristo (Rm 8:1;
reuniam-se nos lares. Não é apropriado chamar de igreja aos cris- 813:13-17).
tãos de uma denominação particular. Também seria errado chamar
do Igreja aos cristãos de qualquer denominação num dado territó- '> A Aliança deuteronõmica. Dt 30:1-9. Esboce seus elemen-
rio, Por exemplo: a Bíblia geralmente usa o termo a igreja em toi citando coisas prometidas e profetizadas.
( K i n i i o <• :>• i.il.i (h; icjreja de outra forma, refere-se a um conceito
n. M. .ímpio Aii.iviv. <!<• um estudo das principais igrejas e líderes 6. A Aliança davídica. 2 Sm 7:5-19. (1) Elementos da aliança
«In iiinviiniiiitif. 1 1 i-.i.'i<>-, depois da ascensão de Jesus, poderemos • mm imo no Antigo Testamento. (2) No Novo Testamento.
26 — Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 27

7. A Nova Aliança. (1) Formada (Hb 8:6-13). (2) Em profe- inspirada como Pedro ou João ou Paulo. Isto poderia ser mera
cia (Jr 31:31-34). (3) É fundamentada no sacrifício de Cristo iluminação ao invés de orientação infalível à verdade, e deixa
(Mt 26:27-28; 1 Co 11:25; Hb 9:11-12). (4) É primariamente lugar para graus variáveis de verdade e erro. Tal teoria teria como
para Israel mas os cristãos são participantes (Hb 10:11-22; Ef possível para alguns de nós a produção de uma nova Bíblia hoje —
2:11-20). (5) Os judeus ainda serão trazidos a ela (Ez 20:34-37; uma ideia que nosso próprio senso de insuficiência nega. (3)
Jr23:5-6;Rm 11:25-27). Outros afirmam que foi tudo feito mecanicamente. Isso traz a
ideia de que os escritores foram impedidos de usarem sua própria
Observação. Tente ver como todas essas alianças encontra- individualidade e tornaram-se nada mais que instrumentos passi-
ram-se em Cristo. vos ou máquinas. Porém, essa teoria falha em não considerar as
diferenças de estilo e as peculiaridades dos escritores tais como
o uso de estilos de uma ou outra cultura, terminologias próprias
A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA de um país ou cidade manifestados em cada lugar, tornando-nos
impossível harmonizar a teoria com as Escrituras. Existem vá-
1. Reivindicação Escriturística. 2 Tm 3:16 diz: "Toda Es- rias outras teorias cada uma das quais completamente insatisfa-
critura é inspirada por Deus." O termo inspirado vem de duas tórias como essas acima.
palavras gregas e literalmente significa soprado por Deus. O termo
"dado por inspiração" mostra que as Escrituras são o resultado 3. O Significado Real. Deve-se dizer que nenhuma teoria
de algum tipo de influência que Deus exerceu sobre os escritores. pode ser considerada completa. Não podemos analisar totalmen-
Mais do que isso, significa um soprar consciente. Então, de acordo te o processo do Espírito Santo operando nas mentes dos ho-
com esta passagem, inspiração significa um forte e consciente mens. Mas se estudarmos as muitas passagens que relacionam-se
soprar de Deus aos homens qualificando-os para darem expressão com o assunto, iremos descobrir que algumas delas dizem ser as
à verdade. É Deus falando através dos homens fazendo das Escri- palavras e escritos do próprio Deus, como se proferidas pela Sua
turas a Sua própria palavra como se Ele a tivesse falado por seus própria boca ou escritas com Sua própria mão; algumas parecem
próprios lábios. Pela infusão do sopro ou fôlego de Deus, homens ter sido faladas por homens que estavam inconscientes do signifi-
santos escreveram em obediência â ordem divina e foram guarda- cado completo da sua mensagem; outras foram escritas após uma
dos de todos os erros. Isto aconteceu tanto enquanto escreviam Investigação cuidadosa e fiel por parte do escritor. O Espírito
alguma nova verdade ou registravam verdades previamente conhe- Sinto usou a atenção, a investigação, a memória, a imaginação,
cidas. A Bíblia, assim, é a exata palavra de Deus e seus vários « ló{)ica - em uma palavra, todas as faculdades do escritor e agiu
livros são de origem e autoridade divinas. nii.ivós disso. Ele guiou o escritor para escolher a narrativa, mate-
rial, discursos de outros, decretos imperiais, genealogias, cartas
2. Algumas Teorias de Inspiração. No estudo dessa questão, nliriiiis, papéis do estado ou artigos históricos que ele pudesse
encontram-se várias teorias. (1) Alguns a vêem como algum tipo •ohar necessário para registrar a mensagem divina de salvação.
de "génio de alta classe." Negam que exista alguma coisa sobrena- Ill trabalhou neles, com eles e através de seus espíritos. Ele
tural ligada à acão do Espírito sobre os escritores da Bíblia, e 01 homens mesmos e falou através de suas individualidades.
afirmam ou insinuam que a sua inspiração deve ser comparada fflmhitm ir/ isso quando predisse os eventos futuros.
com aquela de Milton, Shakespeare, Brownng ou Confúcio; que Dtwti sor dito que a inspiração afetou as próprias palavras.
D«v
Deus habita em todos os homens e todos, portanto, são inspira- i|ii<r.r impossível assegurar a correta transmissão de pensa-
'HM l.i ,|ii
dos, cada um com um grau diferente medido pela sua capacidade tlinnlii •»tuim <!<• alçiuma forma afetar as palavras. Tanto Deus con-
mental ou espiritual. Isso deve ser absolutamente rejeitado. (2) linlmi i n r-.cninms na expressão de Seus pensamentos que eles
Alguns pensam que sua inspiração foi como aquela da era cristã. ilniniii n palavra de Deus na linguagem de homens. E, sendo
Tal teoria faria de qualquer cristão normal de hoje uma pessoa i H M um orientador infalível, mantiveram-se afastados
28 — Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 29

de erros na declaração de fatos. É então, verdadeiramente, a pa- todos os livros sacros, surgiu a interrogação sobre quais livros eram
lavra de Deus como se Ele não tivesse usado instrumentos para inspirados e sacros.
escrevê-la. As ideias que expressa são as próprias ideias que Deus
queria transmitir, de maneira que Deus é completamente respon- 3. O Cânon do Antigo Testamento. O Antigo Testamento foi
sável por cada palavra nela contida. Paulo ensina isso dizendo formado entre os judeus e mais tarde aceito pelos cristãos. Mesmo
que ele falou em palavras ensinadas pelo Espírito (1 Co 2:13). não sendo possível determinar com certeza os passos exatos que
foram dados até atingir sua forma final, estamos convictos de que
foi uma formação paulatina com livros que se disseminaram atra-
O CANON DAS ESCRITURAS vés dos séculos. A Lei foi colecionada e colocada na Arca da Alian-
ça por ordem de Moisés. Depois, parece que os livros históricos e
1. O Significado do Termo Cânon. A palavra traduzida câ- proféticos de Josué até a época de Davi foram colocados no tem-
non vem de uma palavra grega que significa "uma vara reta" plo. De tempos em tempos a lista sacra ia aumentando. Os escritos
ou "um padrão de medida." Daí deriva o significado secundário judaicos mais antigos declaram que o cânon, como o temos agora,
"linha", "norma," e "lei." Mais tarde passou a significar lista foi pbra de Esdras e a grande Sinagoga composta por Esdras, Nee-
ou catálogo. Logo veio a ser utilizada significando padrão de opi- mias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Não há dúvida que tal coleção
nião ou de conduta, sendo finalmente aplicada aos livros da Bí- já existia no tempo de Jesus e seus apóstolos. Sua formação não
blia. Assim, passaram a ser usados os termos "Cânon do Antigo foi um ato arbitrário mas foi submetida pelo povo a um concílio
Testamento" e "Cânon do Novo Testamento." Duas ideias es- oficial para apreciação, sendo que a última ocorreu em cerca de
tão envolvidas. (1) É o cânon da verdade. Nesse sentido refere-se 90 d.C. pelo concílio de Jania.
à restrição do número de livros que compõem a Bíblia. É a co-
leção daqueles livros inspirados por Deus pelos quais e nos quais 4. O Cânon do Novo Testamento. Até o século dezesseis
Ele fala; é o meio que o Espírito usa para apelar ao coração e •Inda existiam dúvidas sobre quais livros do Novo Testamento
consciência dos homens. (2) É a regra de fé e prática. Uma vez deveriam ser aceitos com autoridade sólida. O princípio que
que é a "vara de medida," faz-nos pensar sobre a Bíblia como jrlentou a formação do Cânon do Novo Testamento foi, como
nossa regra de vida. É usada nesse sentido em G l 6:16 e Fp 3:16. jcorreu no Antigo Testamento, a inspiração. (1) A morte dos
ipóstollos tornou necessária a coleção para que seus escritos pu-
2. Por Que Foi Formado Um Cânon? Existiram três causas ser preservados e sua autoridade reconhecida. Surgira
que cooperaram para tornar necessária a formação do Cânon da literatura epistolar e os evangelhos, sendo que sua mensagem
Bíblia. (1) Para preservar os escritos inspirados contra a corrup- Hlmi.i ser mantida inviolada somente através da formação do
ção. Não existia uma necessidade premente de um cânon enquan- ninou (2) Na época da severa perseguição (302 d.C.) surgiram
to a voz dos profetas e apóstolos ainda era ouvida. Eles, por ins- mulini escritores, evangelhos e epístolas falsas e espúrias que rei-
piração, sabiam o que era verdadeiramente inspirado e o que não vindicavam sua aceitação como genuínas. Os perseguidores orde-
era. Mas tão logo eles morreram e a inspiração cessou, tornou-se MNINIII (|iio s»; abandonasse as Escrituras. Porém, os cristãos re-
necessário reunir seus livros e dessa forma preservar a mensagem
HO u condescender com a ordem. Isso, entretanto, levan-
ao povo, dando-lhe segurança contra a corrupção. (2) Para evitar u i|iii'M.io sobro quais eram os livros dos Apóstolos e outros.
a adição de outros livros. Já havia aparecido muitos outros livros ( I) Ai niiiiM ci. nu muitos concílios locais tais como o Concílio
que se diziam inspirados. Levantou-se a questão de qual era a I|H l ri.nlii IM.I i .01 volta de 360 d.C., e o Terceiro Concflio de Car-
extensão ou alcance da inspiração e fez-se necessário decidir quais
(*U<i WIM 307 d.C. Assim, através de constantes concílios e exa-
eram os livros realmente inspirados. (3) Para prevenir contra qual-
MMI» fíilinu i um uiuiado, oração e deliberações eles finalmente
quer tentativa de destruir a Bíblia. Quando o imperador Deoclecia- Inilli MIUIII ijiior. CI.IIM verdadeiros e quais eram falsos, e como ré
no em 302 d.C. emitiu um edito ordenado que se queimasse ln IIMIIII', n Novo foslamento.
C-!" '
r 30 — Visão Panorâmica da Bíblia

AS VERSÕES DA BI BUA
Assuntos Introdutórios — 31

pessoas de quase todas as nações e tribos podemos agora ler a


Bíblia em nosso próprio idioma. Podemos, então, aprender sobre
1. Os Idiomas da Bíblia. Com excecão de algumas poucas a obra maravilhosa da graça que Deus manifestou. Podemos per-
passagens, o Antigo Testamento foi escrito em Hebraico, que der muito da beleza e sugestividade, e, por isso, o leitor brasilei-
era essencialmente o idioma dos filhos de Israel. O Novo Testa- ro somente com sua Bíblia em português pode, confiando na
mento foi escrito em Grego. Logo após a Bíblia estar completa, orientação do Espírito Santo, compreendê-la muito melhor do que
estas línguas deixaram de ser usadas pelo povo e foram incluídas um erudito crítico que abandona o Espírito e confia somente na
entre as línguas mortas. Mas a Palavra de Deus foi mantida na sua sua sagacidade natural. Podemos, portanto, nos alegrar por termos
mesma forma para que as pessoas de todas as eras e lugares pu- traduções do original.
dessem achar a revelação divina na mesma forma fixa e imutável.
Além disso, essas duas línguas são o mais alto e perfeito desenvol- 3. As Versões Antigas. Existiam traduções do Antigo Testa-
vimento de dois grandes ramos de fala (o semítico e o indo-ger- mento antes do começo da era cristã. Isso foi necessário, primeiro,
mânico) e também as mais valiosas das línguas no seu significado porque os judeus, sendo dispersados entre os povos, começaram a
espiritual. adotar a linguagem deles e, segundo, porque mesmo na Palestina
o aramaico começou a tomar o lugar do hebraico. Com a multipli-
2. O Valor do Conhecimento das Línguas Originais. Dificil- cação dos cristãos, logo tornou-se necessária a tradução do Novo
mente pode-se deixar de perceber o grande valor do conhecimen- Testamento. Aqui há dois grupos: (1) As versões do Antigo Testa-
to das línguas originais. Nenhuma tradução pode substituir o mento. Quadro delas podem ser mencionadas: (a) a Septuaginta,
original. Nenhuma tradução é completa se não captar e conce- uma tradução do Antigo Testamento em idioma grego, iniciada
ber o espírito exato do texto original. Deve-se pensar e sentir por volta de 250 a.C. (b) Versão de Aqui Ia, em oposição à Septua-
como os autores originais; deve-se percorrer as mesmas linhas ginta que havia sido apropriada pelos cristãos. Foi feita durante
de pensamento; há necessidade de adaptação aos vários tipos de 0 wgundo século d.C. (c) A Versão de Teodócio, feita também
caráter da revelação divina antes que se possa captar o pensa- no segundo século d.C., e que corrigiu muitas inexatidões da
mento da revelação e apropriá-la. Essas considerações devem nos 80ptuaginta. (d) A Versão de Símaco, que com muita elegância
impressionar com um pouco da importância do conhecimento iln ostilo e linguagem parafraseou a Septuaginta em cerca de
das duas línguas da Bíblia. Se as igrejas desejam manter uma li- ^(K) d.C. (2) As Versões do Antigo e Novo Testamentos: (a) A
gação viva com as coisas mais profundas da Escritura, não devem NiltH. É a melhor versão siríaca das Escrituras e foi feita para o
permitir que o estudo dessas línguas caia em desuso. Devemos IMO il» cristãos sírios. Parece ter sido produzida no segundo século
insistir, especialmente, em que nossos ministros tenham mais do d,C. o estava sendo muito utilizada nas últimas décadas do quarto
que um conhecimento superficial da Palavra divina. Eles precisam w»i ulo. (b) A Vulgata. Era uma versão latina feita por Jerônimo
ter uma total familiaridade com as origens e fontes perenes da 1 III,l 40í> d.C.). Foi produzida para substituir as traduções lati-
verdade. Se falharmos nesse ponto, a vida de nosso povo será ex- IIIM mal» primitivas feitas a partir da Septuaginta. Tanto a Pesi-
tirpada das nascentes do crescimento espiritual, as interpretações IH riiinn ii Vulgata contêm o Antigo e Novo Testamentos.
de uma geração ou grupo tomarão o lugar e importância da Pala-
vra divina, e instituições mecânicas de instrumento humano subs- 4 Ai Vorsões em Inglês e Português. (1) As traduções mais
tituirão a comunhão viva com Deus. Niiiiuiin l nito o século sexto e décimo-terceiro, houve muitas
Deve ser dito, entretanto, que, devido à sua importância, lmilut,nnii |MIO.MS c imperfeitas. Na verdade, é mencionada uma
pode-se, mesmo privado disso, beber da fonte da verdade. Somen- 11 MI li it, <ii i i umploi.i mas nada se sabe sobre elas. Após o décimo-
te um pequeno número comparativo pode mostrar em primeira UIM 11 lu micont ramos traduções valiosas e permanentes,
mão a exatidão de significado sugerido pelos termos e frases usa- i HM ii»< inii.i (|i.indc obra — a tradução de Wycliffe. Foi uma
das nos Escritos Santos. Através do trabalho de outros, nós e as tiiiin u II.IMM <l.i Vulgata Latina (1380 d.C.) e conti-
32 - Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 33

nhã toda a Bíblia. Foi um protesto contra a maldade da sua épo- como dos Estados Unidos foram responsabilizados pelo trabalho.
ca. Ele foi afligido por causa de sua obra enquanto ainda vivia, e Os revisores ingleses dividiram-se em dois grupos: um para o An-
depois de sua morte teve o corpo exumado e queimado pelos seus tigo Testamento e outro para o Novo. Havia dois grupos iguais na
inimigos. (2) As traduções na época da Reforma. A Reforma deu América do Norte. Um amplo esboço da obra foi lançado em
um novo ímpeto ao trabalho de dar a Bíblia ao povo. A tradução 1870. Os resultados do trabalho dos grupos ingleses foram subme-
da Bíblia para a linguagem popular mostraria quão sem fundamen- tidos aos grupos americanos que, por sua vez, poderiam fazer su-
to bíblico era grande parte das práticas e ensinos dos padres e gestões, mas a decisão final ficaria com os grupos ingleses. Todavia,
freiras. Muito do tempo dos reformadores era dedicado à tradução. as sugestões que não foram adotadas foram publicadas em um
As mais importantes delas são: (a) O Novo Testamento de Tyndale apêndice. O Novo Testamento revisado apareceu em 1881 e a Bí-
(1525 d.C.), seguido mais tarde por porções do Antigo Testamen- blia por inteiro em 1885. (5) A Versão Revisada Americana (The
to. Foi a primeira tentativa de traduzir a Bíblia toda diretamente American Revised Version). É considerada por muitos eruditos
do grego e hebraico. Isso criou tamanha amargura ao poder papal a melhor versão já produzida. O comité inglês rejeitou muitas su-
que ele foi queimado na estaca em 1536. (b) Miles Coverdale. Foi gestões dos grupos americanos. Mas foram, como dito acima, pu-
a primeira tradução completa impressa em inglês. Foi original em blicados em um apêndice. Em compensação por esse favor, os es-
certas partes e em outras tratou-se de uma revisão do trabalho de tudiosos americanos comprometeram-se a não sancionar por qua-
Tyndale, aparecendo em 1535. Não professa ter sido feita direta- torze anos a publicação de qualquer edição das versões revisadas
mente das línguas originais, (c) Outras versões. Seguindo essas aci- não impressas pela University Press da Inglaterra. Após a publi-
ma, apareceram muitas traduções. A "Matthew's Bible" (A Bíblia Mcflo em 1885, os comités ingleses logo se dissolveram, mas os
de Mateus), editada por John Rogers apareceu em 1537. Outras limpos americanos resolveram continuar sua organização e seu tra-
edições desse período foram as de Travener em 1539, a "The . Tinham um sentimento que o valor de seus apontamentos
Great Bible" (A Bíblia Grande), assim chamada por causa do ta- iria ser visto e ser-lhes-ia dado um espaço no texto. Não de-
manho de suas páginas, editada por Thomas Cromwell em 1539, ni ..... u j »;i rã que surgisse uma exigência para tal transcurso. Em
e a "Bishop's Bible" (Bíblia do Bispo), uma revisão da "The Great l MI Hl, i mi ano antes do período do seu acordo terminar, havia
Bible", que apareceu em 1568. ih li i Ungida na Inglaterra a chamada "American Revised Version"
Outra versão diferente dessa época é a Bíblia de Genebra, l\/nr..n> Kcvisada Americana) que transferia as referências ameri-
publicada por alguns refugiados a quem a Rainha Maria havia ex- ....... . < i < i .iprndice para o texto. Mas os revisores americanos ha-
pulsado do seu país. Ganhou ampla circulação entre o povo com • ( • i i ..... .i.ido ocupados todos esses anos tentando melhorar a to-
uma ou mais edições surgindo cada ano desde 1560 até 1616. (3) i- il.i vcis.ío revisada e a "American Revised Version" dos
A Versão do Rei Tiago (King James Version) ou Versão Autoriza- ||I ns satisfez. Assim, eles publicaram em 1901 a "Stan-
da. Essa versão é o resultado da labuta de cinquenta e quatro sa- d.ini liliinm ol lhe American Revised Version" (Edição Padrão
cerdotes escolhidos pelo Rei Tiago. O comissionamento desses o l ...... ida Americana), que é muito mais exata do que a
homens deu-se em 1607 e a grande obra estava completa em 1611. ... i. vi\. K 1. 1 de 1885. (6) As Traduções em Português no Brasil.
Seu excelente valor e bela linguagem deram-lhe em pouco tempo IM ..... ii.r. .um', cnciilam no Brasil duas traduções da Bíblia, em
uma supremacia que tem sido sempre mantida. É impossível cal- ..... n.' > | , M - < i.id.i'. por seu estilo vernacular. (a) A Versão de Fi-
cular o valor dessa grande versão. (4) A Versão Revisada (The ..... ! • • riudii/id,! pdo Padre António Pereira de Figueiredo,
1
Revised Version). Por causa da descoberta de novos manuscritos i . d« i.iiun (Vulqata) também chamada de S. Jerônimo.
e das mudanças no significado das palavras inglesas, além do avan- • d.- Almnd, i Resultado do trabalho de João Ferreira
ço da erudição que então encontrava-se mais capacitado para atin- "iiiii.hin ,i MI. n-, ,iniK|.i, n.idu/ida diretamente dos originais he-
gir o significado das línguas antigas, pensou-se ser uma sábia me- l|HH|n A l d K .10 Revisla e Atualizada é a mais recente
dida empreender uma nova tradução. Os mais distintos estúdio Hrvi',01,1, pi imeiro do Novo e depois do An-
sós de toda as denominações protestantes tanto da Inglaterra i ......... ipo-, -.<• <|p ?() elementos das denominações
34 — Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 35

batistas, presbiteriana, presbiteriana independente, metodista, 3. Os Escritos — Incluíam: (1) livros poéticos — Salmos,
congregacional, episcopal, evangélica luterana e luterana do Brasil. Provérbios e Jó; (2) Os Cinco Rolos — Cantares de Salomão,
Cite-se também a "Versão Brasileira", editada pelas Sociedades Rute, Ester, Lamentações e Eclesiastes; (3) Outros livros — Da-
Bíblicas "Americana" e "Britânica e Estrangeira," em 1917. Tal- niel, Esdras, Neemias, e 1 e 2 Crónicas.
vez a mais fiel tradução do original feita até hoje no Brasil, sem, A própria Bíblia divide o Antigo Testamento em três par-
contudo, a segurança vernacular e beleza de estilo das acima men- tes, como seguem:
cionadas.
1. A Lei — Inclui os cinco primeiros livros da Bíblia, tam-
5. Versões Futuras. Podemos esperar que outras versões apa- bém chamados de livros de Moisés.
reçam no futuro de acordo com a necessidade. E a necessidade cer-
tamente surgirá. Nossas mudanças linguísticas e palavras que 2. Os Profetas — Incluindo os próximos doze livros comu-
ganharão novos e diferentes significados não darão ao leitor o mente chamados de livros históricos e os dezessete livros que
sentido próprio a não ser que de tempos em tempos sejam revisa- conhecemos como livros proféticos.
das e expressadas de acordo com esses novos significados. Essa
mutabilidade de linguagem que está sendo notada mostra a sabe- 3. Os Salmos — Incluindo os cinco livros poéticos.
doria divina em depositar a Palavra de Deus em línguas mortas.
Elas permanecem sempre as mesmas e sempre significarão o mes-
mo a todos os povos. Mas terão que ser expressas diferentemente
e requererão novas versões. Em línguas mortas ela é a eterna e OS LIVROS DA BÍBLIA
imutável Palavra de Deus, e traduzida para outras línguas moder-
nas vive para todos os povos de acordo com os termos da língua Os livros do Antigo e Novo Testamentos podem ser divi-
viva que eles falam. Não tenhamos medo de novas versões se esti- lldoí em três ou cinco grupos, como seguem:
vermos certos de que elas são verdadeiras com relação ao signifi-
cado da língua original na qual a verdade divina foi deixada. 1. História.
(1) Antigo Testamento — Gênesis-Ester (17 livros).
(2) Novo Testamento — Mateus-Atos (5 livros).
AS DIVISÕES DA BÍBLIA
'i Doutrina.
Sob o critério de linguagem e conteúdo, a Bíblia está divi- 1 1) Amigo Testamento — Jó-Cantares de Salomão (5 livros).
dida em duas partes principais: (.') Novo Testamento — Romanos-Judas (21 livros).
(1) O Antigo Testamento — 39 livros. (2) O Novo Testa-
mento — 27 livros. Total — 66 livros.
Os judeus estavam acostumados a dividir o Antigo Testa- 1 1 ) AniK|o litstamento - Isaías-Malaquias (17 livros).
mento em três partes principais, a saber: (.') Novo Irsi.imerito — Apocalipse (1 livro).

1. A Lei — Os primeiros cinco livros, de Génesis a Deute- l Amigo Ttutumento.


ronômio, também chamados de Pentateuco e livros de Moisés. l 1'niii.iiriM n (iõnesis-Deuteronômio (5 livros).
) l IWHI-. IIIMMIICOS Josué-Ester (12 livros).
2. Os Profetas — São divididos em "os profetas anteriores" ;
l iwnci IHH-III M-. Jó Cantares de Salomão (5 livros).
ou livros históricos, e os "profetas posteriores" ou livros quo Ml l'i..l..i,i m. ...... i-, Is.ií.is Daniel (5 livros).
são comumente chamados de livros proféticos. (M l'nii< i i mtiMoiif. ( K(''í. is Mfilaquias (12 livros).
36 — Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 37

2. Novo Testamento. divino para a redenção humana. É uma história de princípios


(1) Evangelhos— Mateus-João (4 livros). e condutas que governam os homens, imaginados por Deus para
(2) Atos-Atos (1 livro). o bem deles à medida em que tais princípios são desenvolvidos
(3) Epístolas paulinas — Romanos-Hebreus (14 livros). na experiência humana.
(4) Epístolas gera is — Tiago-Judas (7 livros). A nossa tarefa inspiradora é estudar essa maravilhosa história.
(5) Apocalipse — Apocalipse (1 livro). Devemos aprender não somente os fatos, mas também o significa-
do sagrado de mensagens sobre a ascensão e queda das nações.
Devemos contemplar a destruição dos perversos e a preservação
UM LIVRO MARAVILHOSO do povo escolhido através da Sua graça. Deve ser uma ilustração
contínua da realidade e benção da divina providência enquanto
Sem dúvida, a Bíblia é o livro mais maravilhoso de todo o vemos nos conflitos entre as nações a preparação gradual do mun-
mundo. Nós a vemos de uma forma tão comum que nos esquece- para a última vinda de Jesus, o Homem Universal, o Filho de
mos do mundo de bênçãos que ela trouxe à nossa raça. Por cerca BUS e nosso Salvador. Tal estudo deve impressionar o estudante
de dois mil e quinhentos anos de história humana não houve Bí- com a santidade de toda vida humana criando nele um espírito
blia. Não havia revelações escritas da parte de Deus e as revelações Je reverência pelo Deus dos nossos destinos.
pessoais e diretas da vontade dEle para o homem eram ocasionais.
Porém, finalmente ele nos deu esse livro para nossa orientação 2. Os Seus Belos Princípios Morais. Temos aqui um sistema
em caminhos que lhe são aceitáveis. É um livro muito interessante moral que é absolutamente valioso tanto em forma quanto em
que revela assuntos da mais profunda preocupação para todos os jbstância. Ele tem a Bíblia como base e a vida de Jesus como
homens. É um livro de vida que preserva um pouco do espírito Ilustração. É um sistema de princípios morais baseados nas
dAquele que o produziu. Ao lê-la, sentimos o notável Espírito do profundas sanções religiosas, um sistema absolutamente
Autor tocar nosso espírito e mudar nossa vida fazendo-a semelhan- porque a religião sobre a qual se fundamenta é perfeita.
te à dEle. Assombramo-nos com o seu poder. Inin os seus princípios arraigados na personalidade de Deus, que é
i HI i lolto e supremo, sendo também a única origem do dever moral.
1. A Sua História Maravilhosa. É uma história que causa gran- l In i MH li; ,-issim nos dar os preceitos morais da mais alta beleza.
de admiração. Difere de todas as outras histórias pois é subordina- tmos princípios morais perfeitos contêm ensinamentos tan-
da a um propósito, sendo utilizada somente para revelar Deus e tO Higitlvos como positivos. (1) Ensinos negativos. Na verdade,
Sua vontade para a humanidade. Quer a matéria registrada seja pes- iiniilmm iiuiro livro, exceto a Bíblia, pode nos proclamar de f or-
soal, tribal ou nacional, um alto propósito religioso é mantido de IIIM ii ...... i|<ts;i princípios como "não fareis" e outros semelhan-
forma proeminente e é impressionante o fato de que o coração da IM l In mi'. <|iiiii por caminhos que não permitirão que nos fira-
história é uma revelação da graça salvadora demonstrando o cora- .111 IPM-IMOS ouinis pessoas. Ela pode nos afastar da falsa ado-
ção amoroso de Deus. ln < i i < . |CM«|ÍIS ixícaminosos e da auto-ambição, todos os quais
É, assim, uma história que mostra a exata relação de causa e IH -1(1.111 n - - . 1 1. i/ci d.inos espirituais específicos. Por outro lado,
efeito e o ponto-de-vista da religião divina. Tem o objetivo de pro- ..t, |,M,I.. M..'. hvi.ii d.i cobiça, ira, vingança, falar contencioso,
mover uma compreensão verdadeira da união viva entre Deus e o MliiiH .In icir.iiMi. (linimentos, mentiras, roubos, assassínios,
homem ajudando este a viver uma vida que reflita a natureza e as <|in> puilom nos prejudicar seriamente. (2) Manda-
obras de Deus como um pouco da Sua pureza e santidade. Forne- r ..... KV..-. A Hilih.i <la~ a devida ênfase a cada dever moral
ce a história das coisas secretas para a mente do homem e, sob í -...i. n- mV,. Começa com o nosso dever para com
a influência e presença do Ser Divino, dá todos os princípios mo- i-..ii 1. 1-. P...IC MM '..itisfoito exceto através do amor por
rais e religiosos que são a fonte de nossos mais altos e melhores ( i- M,... ....... .1 i., n .levei (li; iirnarmos nosso próximo como a
progressos. É a história da revelação e desenvolvimento do plano • i- -.n. nulo i|iii) (íssas duas coisas estão iSo intima
38 — Visão Panorâmica da Bíblia

mente relacionadas que a última não pode existir se não for o


resultado da primeira. Para completá-la melhor, reúne deveres
relacionados particularmente com Deus, tais como o arrependi-
mento, a fé e o serviço; deveres relacionados especialmente com
a pessoa, tais como humildade, paciência, coragem e auto-sacri-
ffcio; deveres ligados à família, tais como fidelidade do marido
e da esposa, e o amor dos filhos e pais; deveres gerais, tais como
o perdão, bondade para com os inimigos, ajuda aos necessitados,
patriotismo e integridade nos negócios. Aprender essa bela ética VISÃO PANORÂMICA
é uma parte da nossa tarefa.
DA BÍBLIA
3. O Seu Glorioso Cristo e a Vida Eterna. Por toda a Bíblia
somos levados a considerar Jesus, o qual, falando do Antigo Tes-
tamento, disse ter sido mencionado ali. Nenhum outro estudo é
tão glorioso porque nenhuma outra pessoa é tão gloriosa. Falhar
em prezá-Lo é estar cego para a melhor de todas as vidas, e para
o único e divino Salvador. Devemos, aqui, aprender sobre a vida
eterna que Ele proporciona a todos os homens, descobrindo nos-
so dever de fazê-la conhecida aos outros. Nosso estudo deve levar
os não-salvos a se tornarem cristãos, levando, também, os cristãos
a se tornarem ganhadores de outras almas. A Bíblia revelará amplas
recompensas para este serviço.
À luz de tudo isso, vemos quão maravilhosa é a Bíblia. Com-
parados a ela, todos os outros livros são meros fragmentos. É a
única grande voz de comando que faz de todas as outras simples
sussurros inaudíveis. Terminemos essa parte com duas declara-
ções: "A Bíblia contém a mente de Deus, o estado do homem,
a ruína dos impenitentes, e a eterna felicidade dos crentes em
Cristo. Sua doutrina é santa, seus preceitos obrigatórios, suas
histórias verdadeiras, suas decisões imutáveis. Leia-a para ser
sábio, creia nela para estar seguro, pratique-a para ser santo. Ela
contém luz para dirigi-lo, alimento para sustentá-lo. É o caráter
dos cristãos. Cristo é seu assunto, nosso bem é seu propósito, e
a glória de Deus é o seu fim." Estude esse livro — "Sobrenatural
em origem; inexprimível em valor; infinito em escopo; divino em
autoria, apesar de humano na escrita; regenerador em poder; infa-
lível em autoridade; pessoal em aplicação; inspirado em sua to-
talidade."
1
Génesis

Obs.: "Visão Panorâmica da Bíblia" tem a finalidade de ser


um guia de estudo para a própria Bíblia. Espera-se não somente
que seu conteúdo seja aprendido, mas que a própria Bíblia seja
lida. Para assegurar o estudo de ambos, são dadas indicações diá-
rias no início de cada capítulo. Seguindo-as, uma classe pode,
em um ano de nove meses, dominar o conteúdo deste livro e ler
quase toda a Bíblia.

Lição 1. Discussão do texto e Génesis, caps. 1-4.


Lição 2. Génesis, caps. 5-11, com pouca ênfase nas genealogias de
10:1-11:26.
Lição 3. Génesis, caps. 12-19.
Lição 4. Génesis, caps. 20-27.
Lição 5. Génesis, caps. 28-36.
Lição 6. Génesis, caps. 37-45.
Lição 7. Génesis, caps. 46-50. Mensagens do livro e análise.
Lição 8. Revisão e discussão dos tópicos "Para Estudo e Discussão."

Nome. O nome significa começo, origem, ou criação. Portan-


to, o pensamento principal é a criação e devemos estudá-lo visando
descobrir todas as coisas cujos começos estão nele registrados.
Certamente temos o registro de: (1) O começo do mundo criado
por Deus. (2) O começo do homem como criatura de Deus. (3) O
começo do pecado que entrou no mundo através da desobediência
do homem. (4) O começo da redenção, visto nas promessas e tipos
do livro, e na família escolhida. (5) O começo da condenação, vis-
to na destruição e punição de indivíduos, cidades e o mundo.
BIBUOTECAMHIWUR
Edgar Tavares
41
42 — Visão Panorâmica da Bíblia
Génesis - 43

O Propósito e a Importância Religiosa. O principal propósito entender o restante da Bíblia e cada parte da qual refere-se aos
do livro é escrever uma história religiosa, mostrando como, depois fatos aqui dados. Ele cobre mais da metade do tempo do Antigo
que o homem caiu no pecado, Deus começou a dar-lhe uma reli- Testamento, e nele estão as sementes de todas as verdades revela-
gião e começou a revelar-lhe um plano de salvação. O germe de das no restante das Escrituras.
toda a verdade revelada pelas Escrituras encontra-se em Génesis, e
conhecer bem esse livro é conhecer o plano de Deus para aben-
çoar o homem pecador. Acima de tudo, aprendemos sobre a natu- ANALISE
reza e a obra de Deus que Se revela como Criador, Preservador,
Doador da Lei, Juiz, e Soberano Misericordioso. O interesse reli- I. A Criação — caps. 1-2.
gioso domina todo o livro, bem como toda a Bíblia, predominando 1. A Criação em geral — cap. 1.
mesmo na história da criação. O propósito religioso é visto no fato 2. A Criação do homem em particular — cap. 2.
de que todos, exceto a raça escolhida, são constantemente aban-
donados. Primeiramente o livro dá a genealogia de Caim, então de- II. A Queda — cap. 3.
siste dele e segue a linhagem de Sete; primeiro Ismael é abandona- 1. A Tentação — 1 -5.
do e Isaque seguido. Esaú nasce primeiro e é abandonado enquan- 2. A Queda - 6-8.
to a história passa a seguir a linhagem de Jacó. 3. A Aparição do Senhor — 9-13.
4. A Maldição- 14-21.
A Importância de Génesis Para a Ciência. Génesis não é um 5. A Expulsão do Jardim - 22-24.
livro científico e não faz nenhuma tentativa para explicar muitas
coisas que são assuntos de pesquisa nos campos da geologia, zoo- III. O Dilúvio - caps. 4-9.
logia, biologia, botânica, astronomia, arqueologia e antropologia. 1. O Crescimento do pecado através de Caim — 4:1-24.
De fato, "A ciência não surge através de revelação, mas através 2. A Genealogia de Noé — 4:25 até o final do cap. 5.
de observação, pesquisa, combinação, conclusão" e, dessa forma. 3. A Construção da arca — cap. 6.
Génesis deixa livre um campo de ciência infinito para a pesquisa 4. A Ocupação da arca — cap. 7.
e descoberta. Mas também não dispensa vários fatos que indicam 5. A Saída de dentro da arca — cap. 8.
o plano geral do universo, fornecendo uma base para a pesquisa 6. A Aliança com Noé — cap. 9.
científica. Entre os fatos mais importantes encontram-se (1) Hou-
ve um começo das coisas. (2) As coisas não surgiram por acaso. IV. As Nações — caps. 10-11.
(3) Há um Criador que se interessa e continua controlando o 1. A Base das nações, os filhos de Noé — cap. 10. Como?
universo. (4) Houve um avanço ordeiro na criação começando 2. A Formação das nações — 11:1-9. Por quê?
com o menor e mais simples, e indo para o maior e mais comple- 3. A Genealogia de Abraão e Sem -11:10-32.
xo. (5) Tudo mais veio a existir para o homem, que é a coroação
da obra da criação.
V.Abraão- 12:1-25:18.
1. A Chamada e a Promessa — cap. 12.
A Importância Geral. A importância do livro não pode ser 2. Abraão e Ló - caps. 13-14.
super-estimada. Ele nos fala somente dos eventos que ocorreram 3. A Aliança- 15: 1-18: 15.
antes de Moisés. Sem ele a Bíblia estaria incompleta. Não sabe- 4. Destruição de Sodoma e Gomorra — 18:16 até o final
ríamos nada a respeito de origem do universo, do homem e do do cap. 19.
pecado; nada sobre o dilúvio e as vidas de Abraão, Isaque, Jacó 5. As Vidas em Gerar — cap. 20.
e José; nada sobre o início da raça hebraica ou sobre como Deus 6. O Nascimento de Isaque —cap. 22.
começou a Se revelar ao homem. Sem esse livro não poderíamos 7. O Sacrifício de Isaque — cap. 22.
44 — Visão Panorâmica da Bíblia Génesis - 45

8. A Morte de Sara - cap. 23. PARA ESTUDO E DISCUSSÃO


9. O Casamento de Isaque — cap. 24.
10. A Morte de Abraão e Ismael - 25:1-18. Obs. Os tópicos incluídos nesta lista achados no final de cada
livro têm o objetivo de despertar o interesse. Devem ser utilizados
VI. Isaque - 25:19 até o final do cap. 36. como assuntos para trabalhos escritos ou discussões orais. Em ati-
1. Os seus dois filhos — 25: 19 até o final do cap. vidades de classe o professor pode, ao iniciar o estudo de um dado
2. O Pacto divino — cap. 26. livro, indicar ou distribuir esses tópicos a diferentes membros da
3. A Fraude de Jacó — cap. 27. classe de modo que quando o estudo estiver terminado, as infor-
4. A Luta de Jacó em Hará" — cap. 28. mações sobre cada tópico possam estar à disposição de toda a
5. O Casamento e a prosperidade de Jacó — caps. 29-30. classe. Isso iria facilitar as discussões na análise do livro.
6. O retorno de Jacó à Canaã — caps. 31-35. (1) Tudo que podemos aprender deste livro concernente a
7. A Geração de Esaú — cap. 36. natureza e obra de Deus. (2) As variadas coisas cuja origem é narra-
da por esse livro, (a) Coisas inanimadas, (b) vida vegetal, (c) vida
animal,,(d) dispositivos para conforto e segurança, (e) o pecado
VII. Jacó, incluindo José — caps. 37-50. e os vários esforços, (f) diversas profissões e estilos de vida, (g) re-
1. Jacó e José — caps. 37-45. denção, (h) condenação. (3) A adoração como aparece em Génesis,
2. A Permanência no Egito — caps. 46-48. sua forma e desenvolvimento. (4) Os principais homens do livro
3. A Morte de Jacó e José — caps. 49-50. com seus pontos fortes e fracos. O professor pode fazer uma lista
e designá-los para o estudo de diferentes alunos. (5) Liste os desa-
pontamentos, problemas familiares e tristezas de Jacó, e estude-os
à luz do seu ato enganador e fraude. (6) A soberana divina provi-
dência vista na carreira de José, com as lições atuais extraídas dos
AS MENSAGENS incidentes da sua vida. As promessas messiânicas, tipos e símbolos
de todo o livro.
Obs. Em cada livro deve-se fazer um esforço para descobrir e
declarar as principais lições espirituais e mensagens nele conti-
das. As lições podem não ser ensinadas explicitamente, mas po-
dem e devem ser absorvidas da atmosfera e espírito do livro; são
as lições ensinadas pelas entrelinhas. As lições devem ser total-
mente dominadas.
(1) A relação próxima que o homem tem com Deus, sob
cuja imagem foi criado, sendo usado e amado por Ele nos Seus
planos mundiais. (2) A íntima relação entre os homens. A socie-
dade é necessária mas pode se tornar tanto uma benção como
uma maldição, dependendo daqueles com quem mantemos alian-
ças. (3) O valor fundamental da fé na vida e destino do homem,
(a) Ela é a base sobre qual Deus nos abençoa e cumpre seus pro-
pósitos em nós. (b) Ela é o meio ou instrumento pelo qual o
homem é salvo e desempenha Suas tarefas, (c) Sem ela, tudo na
vida é fracasso.
Êxodo — 47

O Conteúdo. São dadas pelos estudiosos duas seções distin-


tas, quase que frequentemente. A histórica, incluída nos caps.
1-19, e a legislativa, cobrindo os caps. 20-40. A primeira parte
registra a necessidade de libertação; o nascimento, educação e cha-
2 mada do libertador; a disputa com Faraó; a libertação e a marcha
em direcão ao Sinai através do deserto. A segunda dá a consagra-
ção da nação e o pacto sobre o qual ela se tornou uma nação. As
leis eram fixadas para atender às necessidades de um povo primi-
Êxodo tivo, tanto morais, cerimoniais, como também cívicas, com diretri-
zes para o estabelecimento do Sacerdócio e do Santuário. Para
atingirmos o nosso objetivo dividimos o conteúdo em três seções
Lição 9. Discussões do texto e Êxodo — caps. 1-5. referentes à localização de Israel, dando mostras das suas experiên-
Lição 10. Êxodo 6:1-12: 36. cias enquanto no Egito , na jornada para o Sinai ou enquanto
Lição 11. Êxodo 12:37 até o final do capítulo 19. acampados nó Sinai.
Lição 12. Êxodo - caps. 20-26.
Lição 13. Êxodo - caps. 27-34.
Êxodo e a Ciência. As pesquisas científicas têm estabelecido
Lição 14. Êxodo, caps. 35-40. Mensagens do livro e análise. a veracidade de registros em Êxodo, sem trazer à tona nada que
Lição 15. Exame e discussão de tópicos "Para estudo e discussão." cause dúvidas de qualquer tipo. Tem mostrado que o Faraó da
Nome. O nome Êxodo significa saída ou partida. opressão e do êxodo foram Ramsés II, O Faraó da opressão, e
Merenftá II, o Faraó do êxodo; também descobriu Sucote. Des-
O Assunto. O assunto e palavra-chave do livro é redenção cobriu que a escrita era usada muito tempo antes do êxodo e en-
(3:7, 8; 12:13, etc.), particularmente aquela meía-redenção controu documentos escritos antes daquele período. Têm, assim,
demonstrada pela libertação de uma situação angustiante. Ele confirmado a veracidade das coisas narradas na Bíblia.
registra a redenção do povo escolhido, liberto da escravidão egíp-
cia, redenção que torna-se um tipo da redenção na sua totalidade,
cumprida (1) totalmente através do poder de Deus, (2) por inter- ANÁLISE
médio de um libertador e (3) sob sangue. BIBLIOTECA MITICUIAR
O Propósito. Neste ponto o Antigo Testamento muda a sua I. Israel no Egito-1:1-12:36. «gtr T.v.r..
história contada sobre a família, dada em biografias individuais e 1. A Servidão — cap. 1.
registros familiares, para aquela de uma nação, escolhida para os 2. A Libertação - caps. 2-4.
propósitos divinos. A vontade divina não é mais revelada para pou- 3. A primeira luta com Faraó — 5: 1-7: 13.
cos líderes, mas para todo o povo. Começa com a cruel servidão 4. As Dez Pragas - 7:14-12:36.
de Israel no Egito, traça os notáveis eventos da sua libertação, e
termina com um completo estabelecimento da dispensação da Lei. II. As Jornadas de Israel para o Sinai — 12:37 até o final do
O alvo parece ser dar um relatório do primeiro estágio no cum-
primento das promessas feitas por Deus aos Patriarcas com referên- cap. 18.
cia ao lugar, posição e crescimento dos israelitas. 1.0 Êxodo e a Páscoa-12:37-13:16.
2. Marchando através de Sucote para o Mar Vermelho —
46 13:17-15:21.
3. Do Mar Vermelho ao Sinai — 15:22 até o final do cap. 18.
48 — Visão Panorâmica da Bíblia
fxodó - 49
III. Israel no Sinai — caps. 19-40.
1. O Povo preparado — cap. 19. PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
2. A Lei moral — cap. 20.
3. A Lei Civil-21.-1-23:18. (1) A preparação de Israel e Moisés para a libertação. (2) As
pragas. (3) As divisões dos Dez Mandamentos, (a) Os que falam da
4. A Aliança entre Jeová e Israel — 23:19 até o final do
cap. 24. nossa relação com Deus, (b) Os que falam da nossa relação com os
homens. (4) As variadas conversas entre Jeová e Moisés, incluindo
5. Instruções para a construção do tabernáculo — caps. 25-30.
a oração de Moisés. (5) Os males de então, contra os quais eram
(1) A Arca, o Propiciatório, a mesa dos pães da proposi- promulgadas as leis civis, e as condições similares de hoje. (6) O
ção e o candelabro — cap. 25.
caráter das muitas pessoas mencionadas no livro: (a) Faraó, (b)
(2) As cortinas, tábuas, traves, véu e proteção do taberná-
culo — cap. 26. Moisés, (c) Arão, (d) Jetro, (e) Os magos, (f) Amaleque, etc. (7)
As lições messiânicas do livro — estude aqui (a) Os sacrifícios,
(3) O Altar do holocausto e as lâmpadas — cap. 27.
(b) O material, as cores, etc., do Tabernáculo, (c) A rocha estoca-
(4) Vestimentas dos sacerdotes — cap. 28.
da, (d) Moisés e a sua família.
(5) A Consagração dos sacerdotes e das ofertas diárias —
cap. 29.
(6) O Altar de incenso, o pagamento da expiação, o óleo
de unção e o incenso — cap. 30.
6. O Tabernáculo preparado e dedicado — caps. 31-40.
(1) A Aliança estabelecida, quebrada e renovada — caps.
31-34.
(2) As ofertas e os obreiros do tabernáculo — cap. 35.
(3) O Tabernáculo construído — caps. 36-39.
(4) O Levantamento e a dedicação do tabernáculo — cap.
40.

AS MENSAGENS

1. Algumas Revelações de Deus. (1) Ele é Senhor sobre toda


a natureza. (2) Ele teve poder sobre Faraó, portanto, o tem sobre
todos os reis e nações. (3) Ele teve o direito de escolher a Israel
como Seu povo peculiar e ninguém poderia negar Sua eleição.
(4) Ele teve capacidade para defender e cuidar de Seu povo e assim
o fez.

2. Verdades Relacionadas ao Homem. (1) A redenção é ne-


cessária para a sua comunhão com Deus. (2) O povo redimido deve
adorar e obedecer a Deus. (3) A redenção e pureza de vida são
asseguradas pelo sacrifício e pelo poder de Deus.
Levítico — 51

(3) Cerirnonial, (4) Moral, e (5) Leis religiosas, com ênfase nos
deveres morais e religiosos.

O Propósito. (1) Mostrar que Deus é Santo e o homem é pe-


cador. (2) Mostrar como Deus pode manter Sua santidade e reve-
lar a pecaminosidade do homem. (3) Mostrar como um povo pe-
cador pode se aproximar de um Deus Santo. (4) Fornecer um
manual de lei e culto para Israel. (5) Fazer de Israel uma nação
Levítico santa.
A Palavra-chave. Assim, a palavra-chave é Santidade, achada
87 vezes no livro, enquanto que, em contraste com ela, as pala-
vras de pecado e impureza (nas suas variadas formas) ocorrem
Lição 16. Discussões sobre o texto e Levítico — caps. 1-4. 194 vezes, apontando para a necessidade de purificação. Por outro
Lição 17. Levítico — caps. 5-10. lado, o "sangue", como meio de purificação, ocorre 89 vezes. O
Lição 18. Levítico - caps. 11-17. versículo-chave, eu penso, é 192, embora alguns prefiram 10:10
Lição 19. Levítico - caps. 18-23. como o melhor verso.
Lição 20. Levítico — caps. 24-27, mensagens do livro e análise.
Lição 21. Exame e discussão de tópicos "Para Estudo e Discussão". Os Sacrifícios ou Ofertas. Podem ser divididos de diversos
modos, sendo que o seguinte é o meio mais instrutivo: (1) Sacri-
O Nome. Era chamado pelos rabis de "A Lei do Sacerdote" fícios Nacionais, que incluem: (a) Ofertas em série como a Páscoa,
e "A Lei das Oferendas", mas desde o tempo da Vulgata tem sido o Ciclo de Meses, etc. (b) Ofertas para o serviço do Santo Lugar,
chamado Levítico, porque lida com os serviços do santuário ad- como o óleo santo, incenso precioso, doze pães, etc. (2) Sacrifí-
ministrados pelos Levitas. cios Oficiais, que incluem: (a) Os dos sacerdotes, (b) Os dos prín-
cipes e governadores, (c) Os das mulheres santas (Ex 38:8, 1 Sm
A Ligação com Livros Anteriores. Em Génesis, o homem é 222). (3) Sacrifícios Pessoais, incluindo: (a) As ofertas de sangue
deixado fora do Jardim, e o remédio para a sua ruína é a semente — ofertas de paz, ofertas pelo pecado e ofertas pela culpa, (b) Os
prometida. Em Êxodo, o homem não está somente fora do Éden, sacrifícios sem sangue — são as ofertas de carne ou manjares.
mas sob a escravidão mantida por um inimigo mau e a sua esca-
patória é mostrada no sangue de um cordeiro, suficiente para satis-
fazer a necessidade do homem e a justiça de Deus. Em Levítico Acompanhando esta divisão geral, as ofertas se dividem em
há o lugar do sacrifício, como uma expiação pelo pecado, mos- dois tipos, a saber: (1) As Ofertas de aroma agradável. São de
trando que Deus aceitou o sacrifício da vítima ao invés da morte caráter expiatório e representam Jesus como aceitável a Deus, não
do pecador. É uma continuação de Êxodo e contém a legislação somente porque ele não peca, mas porque faz todo o bem no qual
do Sinai a partir do tempo em que o tabernáculo foi completado. o pecador é apresentado a Deus em toda a aceitabilidade de Cris-
to. Essas ofertas são: (a) As ofertas queimadas ou holocaustos,
O Conteúdo. Com exceção das breves partes históricas en- nas quais Cristo é representado como se oferecendo espontanea-
contradas nos caps. 8-10 e 24:10-14, o livro contém um sistema mente, de forma imaculada, pelos nossos pecados, (b) As ofer-
legislativo que pode ser dividido em (1) Civil, (2) De Higiene, tas de manjares que representam a perfeita humanidade de Cristo,
testada e provada; é o símbolo do pão do Seu povo. (c) As ofertas
50 de paz, representando Cristo como nossa paz e dando-nos comu-
52 - Visão Panorâmica da Bíblia Levítico - 53

nhão com Deus. (2) As Ofertas de aroma não agradável. São as V. As Leis Especiais — caps. 26-27.
ofertas perfeitas, relacionadas com a culpa humana. Elas são: (a) 1. Bênçãos e maldições — cap. 26.
A oferta pelo pecado, que é expiatória, vicária e eficaz, ligada 2. Votos e dízimos — cap. 27.
mais aos pecados contra Deus, com pequena consideração à lesão
contra o homem, (b) A oferta pela culpa, referindo-se especial-
mente aos pecados contra o homem que também são contra Deus.
AS MENSAGENS

ANÁLISE
1. As mensagens relacionadas com o pecado. Subentende-
se por todo o livro a existência, a natureza e a enormidade do pe-
A Lei de Sacrifícios - 1:1-6:7. cado, demonstrando-o como sendo: (1) A falta de conhecimento
1. Os holocaustos — cap. 1. de Deus; (2) A perda da comunhão com Deus; (3) Falta de seme-
2. As ofertas de manjares — cap. 2. lhança com Deus; (4) Separação de Deus; (5) Ofensa contra Deus.
3. As ofertas de paz — cap. 3.
4. As ofertas pelo pecado — cap. 4. 2. As mensagens relacionadas com a redenção. A redenção é
5. As ofertas pela culpa — 5:1-6:7. vista através de todo o livro, com as suas principais ideias suben-
tendidas como seguem: (1) É fundamentada na justiça — Deus sal-
II. A Lei dos Sacerdotes — 6:8 até final do cap. 10. va os homens, mas não sem justiça. Ele primeiro precisa ser justo.
1. Os sacerdotes instruídos a respeito da oferta — 6S até o (2) É baseada em sangue. O terrível registro de sangue e fogo mos-
final do cap. 7. tra que a redenção vem somente através do derramamento de san-
2. Arão e seus filhos consagrados — cap. 8. gue, ou a entrega da vida da vítima. (3) Tem a finalidade de provi-
3. As primícias — cap. 9. denciar santidade. A redenção não isenta o homem de santidade,
4. O pecado e a morte dos dois filhos de Arão, o sacerdote — mas através dela, ele torna-se santo. (4) O sacrifício é a base e o
cap. 10.
sacerdócio é o meio de acesso a Deus, as pessoas são colocadas na
posição de adoração. (5) Detalhadamente, ela demonstra: (a) É
III. A Lei da Pureza — caps. 11 -22. substitutiva — uma verdade notada nos sacrifícios, (b) É atributi-
1. O alimento puro e animais comestíveis — cap. 11. va — coloca o pecado sobre a vítima, (c) É feita através de morte —
2. O corpo e a casa puros; normas para purificação — caps. o sacrifício da vítima, (d) É realizada através de amor — a vítima
12-15.
sendo um animal, era inocente de pecado, sendo assim entregue
3. A nação pura, ofertas pelo pecado no Dia da Expiação — por amor, ao pecador. (6) Em tudo isso há uma revelação de Cris-
caps. 16-17. to. Ele carrega o nosso pecado e conduze-nos ao favor diante de
4. O casamento puro — cap. 18. Deus. Traz o registro de Cristo em qualquer lugar do livro — por
5. Leis morais puras — caps. 19-20. todo sacrifício, por todo sacerdote ou vestimenta ou cerimónia.
6. Os sacerdotes puros — caps. 21-22. Ele é tudo e está em todo o livro.
IV. A Lei das Festas — caps. 23-25.
3. As mensagens relacionadas com a natureza humana decaí-
1. As festas sagradas — cap. 23. da. Aprendemos sobre a natureza humana: (1) É uma fonte malig-
2. Parênteses ou interpolação, as lâmpadas do Tabernáculo, na e devemos constantemente observar cada coisa que procede
os pães da proposição, o blasfemo — cap. 24. dela. (2) Não é somente maculada, mas também macula tudo o
3. Os anos sagrados — cap. 25. que toca. (3) Foi suprida através do sangue da expiação.
54 — Visão Panorâmica da Bíblia

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

(1) Faça uma lista das várias ofertas acostumando-se com


aquilo que é ofertado, como é ofertado, e o objetivo a ser atingi-
do em cada caso. (2) As leis: (a) Para a consagração e pureza dos
sacerdotes (caps. 8-10 e 21-22); (b) Dando normas aos casamentos
(cap. 18); (c) Com respeito aos animais limpos e o que pode ser
4
utilizado como alimento (cap. 11); (d) Determinando votos e dízi-
mos (cap. 27). (3) O sacrifício de dois bodes e dois pássaros, (a)
Os detalhes do que se deve fazer com cada bode e pássaro; (b) As
Números
lições ou verdades tipificadas por cada bode e pássaro. (4) O nome,
ocasião, propósito, tempo e maneira de observar cada festa. (5) A
redenção da forma como é vista em Levítico: (a) o papel do sacer-
dote; (b) o papel da substituição; (c) o papel da imputação; (d) o Lição 22. Discussão do texto/Números 147-54; 3:40-51, e caps.
papel do sacrifício e do sangue na redenção. (6) A natureza do 5-8.
pecado como é vista em Levítico: (a) seu efeito sobre a natureza Lição 23. Números 9:1-10:10; caps. 11-12, 12:17 até o final do
humana; (b) seu efeito sobre a relação com Deus. cap. 14; caps. 20-21.
Lição 24. Números caps. 22-25; 27:12-23; caps. 30-31; 35 £-34.
Mensagens do livro e análise.
Lição 25. Exame e discussão dos tópicos "Para Estudo e Discus-
são".
O Nome. O nome vem das duas contagens do povo: no Sinai,
cap. 1, e em Moabe, cap. 26.
A Ligação com Livros Anteriores. Números é diferente dos
outros livros que temos estudado. Génesis fala da criação. Êxodo
da redenção, Levítico da adoração e comunhão, e Números de
serviço e trabalho. Em Levítico, Israel recebe uma lição e em Nú-
meros está experimentando aquela lição. Nesse livro, assim como
em Êxodo e Levítico, Moisés é a figura central.
O Pensamento Central. O pensamento central do livro é servi-
ço. Isso envolve a peregrinação e daí subentende-se andar como
um pensamento secundário. Todos os tipos, ilustrações e experiên-
cias do livro repousam sobre essa dupla ideia de serviço e modo de
andar.
A Frase-Chave. A frase-chave do livro é "todos os capazes de
sair à guerra", ocorrendo catorze vezes no primeiro capítulo. Ha-
via guerra à frente, e todos que pudessem lutar deviam fazê-lo.

55
56 — Visão Panorâmica da Bíblia
Números — 57
Período Histórico. A história cobre um período de pouco
mais de trinta e oito anos (Nm 1:1; Dt 1:3), registrando: (1) Como 3. As leis para a pureza no acampamento — caps. 5-6.
Israel marchou até a fronteira de Canaã, (2) Como eles peregrina- 4. Leis referentes às ofertas e adoração — caps. 7-8.
ram trinta e oito anos pelo deserto enquanto a antiga nação mor- 5. Leis referentes à páscoa e à nuvem — 9:1-14.
reu e uma nova foi treinada em obediência a Deus, (3) Como fi- 6. Sinais para marcharem e se reunirem — 9:15-10:10.
nalmente retornaram à fronteira da terra prometida.
II. Adornada para Moabe - 10:11-22:1.
Tipos e Ilustrações de Jesus. Esse livro é rico em ilustrações e 1. De Sinai para Cades — 10:11 até o final do cap. 14.
tipos que referem-se à Cristo e à experiência cristã, estando regis- 2. De Cades para Cades (as andanças pelo deserto) - 15:1-
trado para nossa instrução e advertência (1 Co 10:1-11). Os mais 20:21.
importantes são os seguintes: ( 1 ) 0 Nazireu. É uma ilustração de 3. De Cades para Moabe - 20:22-22:1.
Cristo como Santo, inofensivo e separado dos pecadores. Não
bebia nenhum tipo de vinho, que era um símbolo de impureza e III. A Permanência em Moabe — 22:2 até o final do cap. 36.
alegria natural. Nisso Jesus é prefigurado como puro e privado da 1. Balaque e Balaão — 22:2 até o fina! do cap. 25.
alegria comum. Seu cabelo não deveria ser cortado. Era um adorno 2. O censo do povo — cap. 26.
de uma mulher. Isso mostrava que Ele não dependeria de força 3. Josué, o sucessor de Moisés — cap. 27.
humana e seria separado dos outros e do pecado. (2) A Fita Azul. 4. Festas e Ofertas - caps. 28-30.
Essa era a cor celeste e mostrava que o povo de Deus, de todos os 5. A Vitória sobre Midiã — cap. 31.
tempos, deveria ser celestial em seu caráter. (3) A Vara Florescen- 6. Duas tribos e meia recebem terra na Transjordânia — cap.
te de Arão. Ilustra a ressurreição de Jesus. Cada cabeça de tribo 32.
depositou uma vara morta e Deus fez com que a de Arão vivesse. 7. Enumeradas as jornadas no deserto — cap. 33.
Isso sugere como Cristo, nosso sacerdote, está vivo. Os fundado- 8. As divisões de Canaã e as cidades de refúgio — caps. 34-36.
res de todas as outras religiões estão mortos: Cristo também mor-
reu, mas Deus O ressuscitou e O aceitou como sumo sacerdote. ,
(4) A Novilha Vermelha. Aqui está o símbolo de Cristo como a AS MENSAGENS
base da nossa purificação. O abate representa a morte de Cristo; o
aspergir do sangue sete vezes aponta para o completo e único can- 1. Obediência. Eles estavam sob a lei e sob a liderança imedia-
celamento dos nossos pecados; a conservação das cinzas é um me- ta de Deus, que os puniu por cada desobediência. É uma lição para
morial do sacrifício, a purificação através da aspersão de cinzas todas as nações.
misturadas com água, ilustra a obra do Espírito Santo e a palavra
de Deus, pela qual o pecador é purificado através do sacrifício de 2. Dúvidas e Fé. Suas dúvidas eram manifestadas pelas quei-
Jesus. (5) As Serpentes Abrasadoras. Mostram como Cristo na xas e murmurações; sua falta de fé em Deus resultou em descon-
cruz salva todo aquele que confia nele. (6) As Cidades de Refú- tentamento. Seu fracasso em ver a Deus deu-lhes uma visão estrei-
gio. Ilustram como Cristo nos protege do julgamento. ta perdendo, assim, sua benção, não podendo entrar em Canaã por
causa da sua descrença.

ANÁLISE 3. Conforto. Essa história tem muitas sugestões confortantes:


(1) Embora Deus puna os homens, lida com Seu povo paciente-
I. A Preparação do Sinai — 1:1-10:10. mente e nunca os desampara. (2) Ele adapta Suas leis de acordo
1. O número e a disposição das tribos — caps. 1-2. com as necessidades e condições do Seu povo (veja o exemplo do
2. A escolha e designação dos Levitas — caps. 3-4. Seu modo de tratar com as filhas de Zelofeade). (3) Deus lida com
Seu povo persistentemente e com proteção sobrenatural. (4) As
58 — Visão Panorâmica da Bíblia

promessas de Deus para nós são suficientes — nossa vitória final


n Ele é certa.

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO


5
(1) Faca uma lista das diferentes ocasiões em que Deus veio
em socorro de Israel fornecendo orientação, proteção, alimento,
etc., e daí estude as maravilhosas fontes de Deus no cuidado com Deuteronômio
o Seu povo. (2) Faça uma lista das diferentes vezes que Israel ou
algum indivíduo pecou ou rebelou-se contra Deus ou Seus líde-
res, e estude o resultado em cada caso. (3) Aliste os milagres do
livro dando os fatos de cada um. Aponte os milagres de julga- Lição 26. Discussões do texto e Deuteronômio — caps. 1-4.
mento e os milagres de misericórdia. (4) A história dos espias e os Lição 27. Deuteronômio — caps. 5-11.
resultados do erro cometido vistos na história futura de Israel. Lição 28. Deuteronômio — caps. 12-20.
(5) A história de Balaque e Balaão. (6) A punição de Deus contra a Lição 29. Deuteronômio — caps. 21-28.
desobediência e nações pecadoras. (7) A dúvida como origem de Lição 30. Deuteronômio — caps. 29-34. Mensagens do livro e
queixas e descontentamentos. Análise.
Lição 31. Exame e discussão de tópicos "Para Estudo e Discus-
são".

O Nome. O nome vem de uma palavra grega que significa


uma segunda lei ou lei repetida. Ele contém as últimas palavras
de Moisés, semelhantemente entregues durante os últimos sete dias
de sua vida. Não se trata de uma mera repetição da lei, mas antes é
uma aplicação dela em vista das novas condições que Israel encon-
traria em Canaã, e devido à sua desobediência anterior.

Propósito. Levar Israel à obediência e adverti-lo contra a


desobediência. O espírito e objetivo da lei é explicado de uma for-
ma que apresenta encorajamento e advertência.

Conteúdo. Consiste de três discursos de Moisés, proferidos


nas planícies de Moabe no final da peregrinação de Israel pelo de-
serto. Eles logo iriam adentrar a terra prometida e Moisés lhes dá
uma grande porção da lei anteriormente dada no Sinai, juntamente
com acréscimos necessários para atender às novas condições. Tam-
bém há a designação de Josué como o sucessor de Moisés e a ben-
ção de despedida dada por Moisés com o registro de sua morte.

59
60 — Visão Panorâmica da Bíblia Deuteronômio — 61

Estilo. O estilo é mais inflamado e retórico do que os dos IV. Os Últimos Dias de Moisés - caps. 31-34.
livros anteriores. Seu tom é mais espiritual, ético, e apela para 1. A transferência para Josué - cap. 31.
o dever de "conhecer a Deus", "amar a Deus" e "obedecer a 2. O cântico de Moisés — cap. 32.
Deus". 3. A benção de Moisés — cap. 33.
4. A morte de Moisés - cap. 34.
Ocasião e Necessidade do Livro. (1) Uma crise havia apareci-
do na vida de Israel. A vida do povo estava para ser mudada da-
quela de peregrinar pelo deserto para a de residir em cidades e AS MENSAGENS
aldeias, e da dependência do maná do céu para o cultivo dos cam-
pos. A paz e a justiça dependeriam de uma estrita observância da (1) A lei de Deus é inflexível. Não pode ser revogada ou evi-
lei. (2) Estavam para ser tentados por uma nova religião em Canaã tada e opera universalmente. (2) As leis de Deus são a expressão
contra a qual deveriam precaver-se. As formas mais sedutoras de do Seu amor. Elle governa o homem porque o ama e quer evitar
idolatria seriam encontradas em cada lugar e haveria grande peri- a sua ruína. (3) A obediência do homem é a expressão do seu
go de se submeterem a elas. Especialmente por serem agricultores amor. Ele obedece a Deus porque o ama e tem prazer em promo-
seriam tentados a adorar Baal, que era tido como o deus do agri- ver os Seus interesses.
cultor e das colheitas. Uma má colheita seria uma tentação para
adorarem a Baal trazendo sobre si o descontentamento do Senhor.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
Os Versículos-chave. Os versfculos-chave são 11 -.26-28.
(1) Faça uma lista dos principais eventos da história passada
de Israel, relembrada por Moisés nos caps. 1-4, e encontre nos
ANÁLISE livros anteriores cada incidente registrado. (2) A partir do cap.
11 faça uma lista das razões para a obediência, as recompensas
A Consideração das Jornadas — caps. 1-4. da obediência e a importância do estudo da lei de Deus. (3) As leis
1. O lugar do seu acampamento — 1:1-5. de benção e maldição (caps. 27-28). Faça uma lista das maldições,
2. Sua história desde a saída do Egito — 1 £ até o final do dos pecados e a penalidade; e uma lista das benções indicando a
cap. 3. benção e aquilo pelo qual é prometida. (4) Faça uma lista dos di-
3. Exortação à obediência —4:1-40. ferentes países e povos a respeito dos quais Israel recebeu ordens
4. Três cidades de refúgio neste lado do Jordão — 4:41-49. ou advertências. (5) A benção de despedida de Moisés às várias
tribos (cap. 33). Faça uma lista do que sobreviria a cada tribo. (6)
II. A Consideração da lei — caps. 5-26. Os nomes, localização e propósitos das cidades de refúgio e as
1. Seção histórica e de exortação — caps. 5-11. lições para hoje que podem ser extraídas delas com seu respectivo
2. Leis de religião - 12:1-16:17. uso. (7) A inflexibilidade das leis de Deus.
3. Leis da vida política — 16:18 até o final do cap. 20.
4. Leis das relações sociais e domésticas —caps. 21-26.

III. Predito o Futuro de Israel — caps. 27-30.


1. As tábuas memoriais de pedra — cap. 27.
2. Bênçãos e maldições — cap. 28.
3. A aliança renovada e o futuro de Israel predito — caps.
29-30. 8IBUOTECAMHICUUII
Edgar Tav«r«j
Josué, Juizes e Rute — 63

O Nome. Baseado em Josué, o personagem principal, que


pode ser descrito como um homem de fé, coragem, entusiasmo,
fidelidade ao dever e liderança.

A Relação com Livros Anteriores. Josué completa a histó-


ria do livramento iniciada em Êxodo. Se Israel não tivesse pecado
acreditando nos maus espias e não tivesse voltado por causa disso
ao deserto, não teríamos os últimos vinte e um capítulos de Nú-
Josué, Juizes e Rute meros e o livro de Deuteronômio. Josué, então, viria após o capí-
tulo 15 de Números, completando, assim, a história de Deus guian-
do Israel do Egito à Canaã.

A Palavra-Chave. É "redenção", enfatizando principalmente


Lição 32. Discussão do texto sobre o livro de Josué, e Josué caps.
1-4. a possessão, enquanto a redenção em Êxodo evidencia mais o li-
Lição 33. Josué - caps. 5-12. vramento. Ambos falam de redenção completa que requer ser
"tirado" do mal e "trazido" ao bem.
Lição 34. Josué — caps. 20-24 e Mensagens e Análise de Josué.
Lição 35. Discussão do texto sobre o livro de Juizes, e Juizes O Propósito do Livro. (1) Mostrar como Israel estabeleceu-se
caps. 1-4.
em Canaã segundo a promessa de Deus. (2) Mostrar como, atra-
Lição 36. Juizes, caps. 5-10.
vés da destruição dos cananitas, Deus pune um povo pelo seus
Lição 37. Juizes, caps. 11-16.
pecados. (3) Mostrar que o povo de Deus é o herdeiro definitivo
Lição 38. Juizes, caps. 17-21, Mensagens e Análise de Juizes.
da terra e que os perversos serão, no final, deserdados.
Lição 39. Todo o livro de Rute — Análise, Discussões Introdutó-
rias, Mensagens e leitura da Escritura.
Tipos e Assuntos Espirituais. (1) O conflito com Canaã. No
Lição 40. Análise dos três livros e discussão dos tópicos "Para deserto o conflito foi com Amaleque, que era uma ilustração do
Estudo e Discussão" de todos os três.
eterno conflito da carne ou do conflito entre o "novo homem" e
o "velho homem". Em Canaã o conflito é um tipo da nossa luta
JOSUÉ contra os principados e potestades e hostes espirituais nas regiões
celestes, Ef 6:10-18. (2) A travessia do Jordão é uma ilustração da
Os Livros Históricos do Antigo Testamento. Os doze livros nossa morte para o pecado e ressurreição com Cristo. (3) A corda
que vão de Josué até Ester são chamados de históricos. Narram escarlate aponta para a nossa segurança em Cristo e seu sacrifí-
a história de Israel desde a entrada em Canaã até o retorno do cati- cio. (4) A queda de Jericó. Isso ilustra as vitórias espirituais que
veiro, história essa que é dividida em três periodos ou épocas. temos através de meios que parecem tolos aos homens. (5) Josué.
(1) As Tribos Independentes. Consiste do trabalho de conquista Josué é um tipo de Cristo pelo fato de guiar e levar os seus segui-
de Canaã e das experiências dos Juizes, e está registrado em Josué, dores à vitória sobre os seus inimigos, e pelo fato de que é ele que
Juizes e Rute. (2) O Reino de Israel, (a) Seu surgimento, 1 Sm. nos defende em tempos de derrota e também por nos guiar a um
(b) Sua glória, 2 Sm., 1 Rs. 1-11, 1 Cr 11-29, 2 Cr 1-9. (c) Sua lar permanente.
divisão e queda, 1 Rs 12-22, 2 Rs 1-25, 2 Cr 10-36. (3) O Retor-
no do Cativeiro. Ed, Ne e Et. A Batalha Contra os Cananeus. A batalha de conquista de
Josué contra os cananeus é uma das maiores batalhas de todos os
62 ' tempos. Com certeza, nenhuma outra já foi travada com um pro-

64 — Visão Panorâmica da Bíblia Josué, Juizes e Rute — 65

pósito tão nobre. Foi uma batalha travada em favor de todo o 3. Na batalha com os cananeus. Aqui, podemos aprender três
mundo. A liberdade civil e religiosa de todo o povo dependia da- verdades: (1) A vitória de Israel veio através de um lidere coman-
quilo. Ela deu ao mundo um novo padrão de governo como uma dante, e não por meio de um legislador, veio por Josué, não atra-
nação de Deus livre, trazendo um novo conceito de religião, livre vés de Moisés. Assim se dá com o cristão. (2) Eles entraram em
da idolatria, vício e superstição. Ela estabeleceu a nação de Israel, Canaã através do poder divino e não por guardarem a lei. Da mes-
através da qual viria o Messias para abençoar todas as nações. ma forma, o cristão recebe suas bênçãos presentes — sua experiên-
cia celestial — não por obras da lei, mas pelo poder divino. Sua
benção futura virá da mesma forma. (3) O cristão, assim como
ANÁLISE
Israel, deve submeter-se aos padrões de santidade e ao governo
de Deus.
A Conquista de Canaã — caps. 1-12.
1. A preparação — caps. 1-2.
2. A travessia do Jordão — caps. 3-4. PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
3. A conquista de Jericó — caps. 5-6.
4. A conquista do sul — caps. 7-10. (1) A cooperação das duas tribos e meia na conquista de
5. A conquista do norte — cap. 11. Canaã. (2) Faça uma lista das diferentes batalhas no livro e indique
6. Um resumo — cap. 12. em quais delas Israel foi derrotado. (3) A história do pecado de
Acã. Seus resultados, o descobrimento e a punição. (4) A história
II. A Divisão das terras — caps. 13-22. dos gibeonitas, seu estratagema e as consequentes dificuldades de
1. O território das diferentes tribos — caps. 13-19. Josué. (5) Faça uma lista dos incidentes e ocorrências que mos-
2. As cidades de refúgio — cap. 20. tram um elemento miraculoso presente na narrativa. (6) A história
3. As cidades dos levitas — cap. 21. de Raabe, a prostituta. (7) O lugar da adoração e da oração na nar-
4. O retorno das tribos orientais — cap. 22. rativa. Dê exemplos. (8) Evidências do livro de que Deus odeia o
pecado.
III. O Último Conselho e a Morte de Josué — caps. 23-24.
1. A exortação à fidelidade — cap. 23.
2. As palavras de despedida e a morte — cap. 24. JUIZES

O Nome e a Natureza do Livro. O nome é extraído dos jui-


AS MENSAGENS zes, cujos feitos são registrados pelo livro. O livro é fragmentado e
não cronológico na sua disposição. Os eventos registrados são mais
1. Deus Está em Guerra Contra o Pecado. Isso é visto atra- locais e tribais do que nacionais. Todavia, são de grande valor para
vés de muitos fatos. (1) Após provocação Ele puniu e expulsou os mostrar a condição e caráter do povo.
cananeus por causa dos seus pecados. (2) Ele permitiu a derrota
de Israel em Ai porque havia pecado no meio do povo. (3) Deus A Condição da Nação. Israel estava desorganizado e um pou-
é inimigo do pecado, seja ele pessoal, social, cívico ou nacional. co inseguro. Havia perdido a energia moral e o espírito de obediên-
cia a Jeová, caindo constantemente em idolatria e sofrendo às
2. Deus usa os seus instrumentos contra o pecado. (1) Deus mãos das nações pagãs. Essa condição resume-se nas palavras fre-
usa os homens à medida em que são suficientes. (2) Ele usa os po- quentemente repetidas: "os filhos de Israel fizeram o que era
deres da natureza. Exemplos são vistos na travessia do Jordão, a mau perante o Senhor" e "o Senhor os entregou nas mãos do
queda dos muros de Jericó, e na extensão da duração do dia. opressor".
66 — Visão Panorâmica da Bíblia Josué, Juizes e Rute — 67

O Conteúdo. Juizes relata o conflito da nação com o povo ANÁLISE


cananita e consigo mesma; a condição do país, do povo, e das
épocas; a fidelidade, justiça e misericórdia de Deus. O livro regis- I. Da Conquista aos Juizes — 1:1-3:6.
tra as "Sete Apostasias, as Sete Servidões debaixo das sete nações
pagãs, e sete livramentos". Fornece uma explicação para estes II. Os Juizes e o Seu Trabalho - 3:7 até o final do cap. 16.
"altos e baixos" e não é um mero registro histórico de eventos, 1. Contra a Mesopotâmia - 3:7-12.
mas, sim, uma interpretação deles. 2. Contra Moabe - 3:13-20.
3. Contra a Fil ístia - 3:31.
4. Contra os cananeus — caps. 4-5.
O Trabalho dos Juizes. Os juizes surgiam quando as ocasiões 5. Contra os midianitas — caps. 6-10.
requeriam e foram homens das tribos sobre os quais Deus colocou 6. Contra os amorreus — caps. 11-12.
o fardo de um Israel apóstata e oprimido. Exerciam funções judi- 7. Contra os filisteus — caps. 13-16.
ciais e orientavam os exércitos de Israel contra o inimigo. Portan-
to, eles ditavam as normas à nação e sustentavam a causa de Jeová. III. A Idolatria de Mica - caps. 17-18.
O nome libertador ou salvador, usado na maioria dos manuscritos
antigos descreveu seu caráter e funções mais detalhadamente. Mas, IV. O Crime de Gibeá - caps. 19-21.
devido ao fato de indivíduos e clãs terem diferenças de opinião
naqueles tempos turbulentos, diferenças essas que poderiam tra- AS MENSAGENS
zer consequências desastrosas, eles aprenderam a entregar tais di-
ferenças àqueles líderes vitoriosos, fato esse que, mais tarde, fez (1) O homem deve ser governado e também redimido. (2)
com que fossem chamados de juizes. Como libertadores, eram Instruções acerca da decadência nacional. Sua causa é a apostasia
tipos de Cristo. religiosa, sua maldição resulta na desordem social e política e caos,
sua evidência encontra-se na cegueira religiosa, política estulta
e imoralidade social. (3) A esperança no governo de Deus. Seu
A Palavra-Chave. É "confusão" e o versículo-chave é "cada método é a punição, misericórdia, e libertação. A sua libertação
qual fazia o que achava mais reto" (17:6), e aquilo poderia trazer vem no tempo certo, com o instrumento certo, e com os melho-
somente um estado de confusão. res resultados. O Seu libertador deve e será achado em Deus, mas
não pode ser produzido por nós. (4) Advertência e esperança.
Estejamos cônscios. Deus irá nos punir se pecarmos. Tenhamos
coragem. Ele está sempre pronto a perdoar e nos utilizará embora
Os Problemas da Época. Problemas graves afrontaram Israel sejamos fracos instrumentos.
naquela época. Foram problemas políticos, surgindo da condição
de isolamento das tribos; seu governo tribal, ao qual faltava a uni-
dade nacional; a força e a opressão dos cananitas. Foram proble- PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
mas sociais, aparecendo por causa da adoção dos hábitos de vida
cananita e o casamento misto com o novo povo. Foram proble- (1) Aprenda os nomes dos juizes na ordem em que cada
mas religiosos, surgidos da satisfação dos desejos que era ofereci- um serviu, ou o período de descanso depois de sua obra ter sido
da pelo culto a Baal, enquanto a religião de Israel exigia pureza. completada. (2) Ó inimigo que cada um deles teve de enfrentar e
Foram cercados por nações hostis que desejavam tomar para si que tipo de trabalho foi desempenhado por cada um dos juizes.
os distritos da Palestina. Todas essas condições ameaçaram até (3) Quais os elementos de fraqueza e força podemos encontrar no
mesmo a vida da nação. caráter de cada juiz? (4) A partir das histórias de Gideão e Sansão,
extraia verdades do Novo Testamento. (5) Das histórias de Jefté e
68 - Visão Panorâmica da Bíblia Josué, Juizes e Rute — 69

de Débora, reúna lições para a vida prática de hoje. (6) A apostasia Alguém já disse que o cap. 1 é a decisão de Rute, o cap. 2
religiosa como causa da decadência nacional. (7) A estultícia po- fala do serviço de Rute, o cap. 3 fala do descanso de Rute,
lítica e a imoralidade social como sinais da decadência nacional. e o cap. 4 fala da recompensa de Rute.
(8) O método da libertação divina.

AS MENSAGENS
RUTE
(1) As circunstâncias não criam nem destróem os crentes.
Este livro, junto com o de Juizes, trata da vida de Israel desde Esta verdade é vista nos dois extremos das circunstâncias. Boaz
a morte de Josué até o governo de Eli. O nome é extraído de Rute, tinha todas as oportunidades e bens, mas foi fiel e verdadeiro;
a personagem principal. Outras personagens importantes são Rute não tinha nenhuma oportunidade ou orientação, mas assim
Noemi e Boaz. mesmo tornou-se gloriosa em caráter. Podemos aprender aqui que
Deus é o nosso principal meio-ambiente. (2) A f é é o segredo ou
O Conteúdo. É propriamente uma continuação de Juizes, teste do discipulado. Sobrepuja todos os obstáculos e nos dá deci-
mostrando a vida da época na sua maior simplicidade. É especial- são e coragem. (3) O valor de uma pessoa que confia. Tal pessoa
mente importante, também, porque mostra a linhagem de Davi. se tornará um instrumento de Deus. Rute é incluída na lista dos
Obede, o pai de Jessé, que tornou-se o pai de Davi, nasceu de Rute fiéis na genealogia de Cristo.
e Boaz, seu marido. Daí, mostra-se que Rute está ligada à toda
história de Israel e forma um elo na genealogia de Cristo.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
Os Tipos. (1) Rute é um tipo da noiva gentia de Cristo e a
sua experiência é similar à de qualquer cristão devoto. (2) Boaz, (1) Cada um dos personagens do livro, suas características
o rico habitante de Belém, aceitando aquela mulher estranha, é fortes e fracas. (2) A história inteira de Rute em comparação com
uma ilustração da obra redentora de Cristo. a história dos juizes (caps. 17-21 para obter-se uma estimativa das
melhores e piores condições da sua vida social).
As Palavras-Chave. São amor e fé.

ANÁLISE

I. O Período em Moabe - 1:1-5.

M. O Retorno à Jerusalém - 1:6-22.

III. Rute e Boaz - caps. 2-4.


1. Colhendo nos campos de Boaz — cap. 2.
2. O casamento de Rute e Boaz — caps. 3-4.
a. Um ato corajoso — cap. 3.
b. A redenção da herança de Noemi — 4:1-12.
c. Rute torna-se esposa de Boaz —4:13-17.
d. A genealogia de Davi — 4:18-22.
Primeiro e Segundo Samuel — 71

nascimento e a infância de Samuel, que mais tarde tornou-se sa-


cerdote e profeta do povo. Esta história é muito parecida em bele-
za com a história de Rute. Descreve as nobres qualidades religio-
sas da mãe de Samuel que o conduziu à grandeza, e mostra a eleva-
da posição que as mulheres judias piedosas tinham no soerguimen-
to do povo hebreu. Seria difícil encontrar outra mãe mais amoro-
sa ou devota, ou outro filho mais promissor e fiel. O livro fala da
elevação de Saul ao trono e da sua queda final. Juntamente com
Primeiro e Segundo Samuel isso, fala do crescente poder de Davi, que sucedeu Saul no trono.

Os Profetas. Samuel não foi somente juiz e sacerdote, mas co-


mo profeta desempenhou serviços importantes em várias áreas.
Provavelmente, a sua obra mais notável foi o estabelecimento de
Lição 41. Discussão do texto sobre Primeiro Samuel e Samuel,
caps. 1-7. escolas de profetas, o que significou grandemente o trabalho pro-
Lição 42. 1 Samuel, capsr. 8-15. fético. Depois disso, o profeta e não o sacerdote, foi o meio de co-
Lição 43. 1 Samuel, caps. 16-23. municação entre Deus e o Seu povo.
Lição 44. 1 Samuel, caps. 24-31, e Mensagens e Análise de 1
Saul. Saul começou bem seu reinado e sob circunstâncias fa-
Samuel.
voráveis. Ele tinha bens e influência; uma aparência física agradá-
Lição 45. Discussão do texto sobre Segundo Samuel, e 2 Samuel
caps. 1-7 e 9-10. vel e uma modéstia adequada. Tinha o apoio de Samuel, o homem
Lição 46. 2 Samuel, caps. 11-18. mais influente da nação, e por um tempo foi submisso à vontade
de Deus. Entregou-se às explorações militares e negligenciou os
Lição 47. 2 Samuel, caps. 19-24, e Mensagens e Análise de 2
Samuel. assuntos espirituais mais importantes rompendo rapidamente com
Samuel, que representava a classe religiosa — a classe nacional — e,
Lição 48. Análise dos dois livros e discussão dos tópicos "Para
Estudo e Discussão". assim, perdeu o apoio dos melhores elementos da nação. Tornou-se
taciturno e melancólico e doentiamente ciumento na conduta,
sem poder, portanto, compreender as experiências religiosas mais
PRIMEIRO SAMUEL altas, necessárias a ele como um representante de Jeová no trono
de Israel.
O Nome dos Dois Livros. O nome provém da história da vida
de Samuel registrada na primeira parte deste livro. Significa "nome
de Deus". Foram, anteriormente, um só livro e eram chamados de ANÁLISE
"O Primeiro Livro dos Reis"; os dois livros de Reis eram um e cha-
mados de "Segundo Reis". Samuel e Reis formam uma história A Carreira de Samuel — caps. 1-7.
contínua e nos dão um relato do nascimento, glória, e queda da 1. Seu nascimento e chamada — caps. 1-3.
monarquia judaica. 2. Seu conflito com os filisteus — caps. 4-7.

O conteúdo de Primeiro Samuel. Este livro começa com a II. A Carreira de Saul e a Rejeição Divina — caps. 8-15.
história de Eli, o velho sacerdote, juiz e líder do povo. Registra o 1. Escolhido como Rei — caps. 8-10.
2. Batalhas com os filisteus — caps. 11-14.
70 3. É rejeitado — cap. 15.
72 — Visão Panorâmica da Bíblia
Primeiro e Segundo Samuel — 73

III. A Carreira de Saul Após a Sua Rejeição — caps. 16-31. Os males do ciúme vistos em Saul. (6) A importância do respeito
1. Enquanto Davi estava em sua corte — caps. 16-20. pelas formas de governo existentes — veja a atitude de Davi peran-
2. Enquanto Davi refugiou-se em Juda' — caps. 21-26. te Saul. (7) Como a atitude do homem diante de Deus e Seus ser-
3. Enquanto Davi refugiou-se na Filístia — caps. 27-31. vos pode determinar ou marcar o seu destino. (8) Exemplos de
como Deus usa tanto homens bons como maus no cumprimento
AS MENSAGENS de Seus propósitos.

1. Deus Adapta o Seu Reino às Condições. Enquanto age as- SEGUNDO SAMUEL
sim, faz com que Seu plano avance constantemente. Permite que
tenham um rei, e aponta profetas que eram mais achegados a Ele Encontramos nesse livro a história do desempenho de Davi
do que o rei. O rei nunca foi um mediador entre Deus e os ho- enquanto foi rei de Israel. Foi o rei mais forte que Israel teve e
mens. Deus escolheu falar aos homens através dos profetas. Os caracterizou-se como um importante executivo, um soldado hábil,
próprios reis eram compelidos a ir aos profetas para receberem e tinha uma profunda disposição religiosa. Teve as suas falhas mas,
assistência e orientação.
apesar delas, desenvolveu um grande império. Visto como um
todo, é de profundo, mas também doloroso interesse. Talvez ne-
2. O Homem Coopera Para o Propósito Crescente de Deus.
nhum outro homem tenha tido um registro mais diversificado de
Isso é notado de duas maneiras: (1) O desempenho de Saul mos-
pecado e tristeza do que aqui é dado. Existe uma fé verdadeira e
trou ao povo a tolice que era querer um rei como as nações pa-
genuína e, também, pecado e punição duradoura. Há um severo
gãs. (2) O desempenho de Davi mostrou como Deus poderia lhes
castigo pelo pecado, mas também perdão, descanso, paz, e força
dar um rei ideal, dando-lhes uma melhor concepção do grande
no Deus da sua salvação (Salmo 51:14). Com todas as suas faltas
rei que estava por vir. Tanto no fracasso quanto no sucesso dos
homens, o propósito de Deus é mantido. ele encontrou graça diante de Deus e inaugurou uma linha real
que terminou em Cristo, que é o rei soberano. Seus últimos anos
3. Deus obtém as Suas vitórias tanto através de pessoas obe- foram cheios de fé em Deus, aproximou-se do céu de eterno des-
dientes quanto desobedientes. Isso é notado nas carreiras de Sa- canso em pleno gozo da bênção da aliança eterna. Mostra-nos uma
muel, Saul e Davi. Note dois fatos relacionados à isso: (1) Não é vida atribulada e em paz.
a vitória de Deus que é determinada pela atitude do homem peran-
te Ele, mas sim, o lugar do homem naquela vitória. Samuel e Davi ANÁLISE
obedeceram e foram usados e salvos. Saul foi desobediente e foi
usado, porém destruído. (2) A atitude do homem perante Deus I. Davi é Feito Rei e Governa em Glória — caps. 1-10.
não afeta a Sua vitória, mas determina o destino do homem. As II. O Grande Pecado de Davi e Suas Consequências — caps.
pessoas leais cooperam para a vitória final e, assim, comparti- 11-18.
lham da exaltação daquela vitória; as pessoas rebeldes também III. Davi é Restaurado ao Trono — caps. 19-20.
cooperam para a vitória final e, então, compartilham da ira da- IV. Um Apêndice - caps. 21 -24.
quela vitória.

AS MENSAGENS
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
(1) A atitude do homem perante Deus dá a oportunidade a
(1) A história de Eli e seus dois filhos. (2) O nascimento e a Deus para usá-lo e abençoá-lo. Davi pecou, mas foi um homem
chamada de Samuel. (3) A unção de Saul. (4) A unção da Davi. (5) segundo o coração de Deus. Sua atitude interna era correta. (2)
74 - Visão Panorâmica da Bíblia

A atitude de Deus diante do homem cria oportunidades a este


para _realizar suas mais altas aspirações. Deus está interessado
em ajuda-lo. (3) O maior triunfo do homem é a vitória de Deus
sobre si.'

8
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

/™ c <1) C°m° Davi se tornou Rei- (2) Suas vitórias nas batalhas Primeiro e Segundo Reis
(J) Seu grande pecado e algumas das consequências. (4) Sua bon-
dade diante dos inimigos (veja também sua atitude perante Saul
relatada em 1 Samuel). (5) A bondade de Deus é ilustrada pela
historia da bondade de Davi para com Mefibosete cap 9 (6) O
salmo de louvor de Davi, caps. 22-23. (7) As diferentes ocasiões Lição 49. Discussão do texto sobre Primeiro Reis e 1 Reis, caps.
em que Davi demonstrou um espírito penitente. (8) A grande pes- 1-4.
tilência, cap. 24. Lição 50. 1 Reis, caps. 5-11.
Lição 51. 1 Reis, caps. 12-19.
Lição 52. 1 Reis, caps. 20-22. Mensagens e Análises de Primeiro
Reis e 2 Reis, caps. 1-2.
Lição 53. 2 Reis, caps. 3-8.
Lição 54. 2 Reis, caps. 9-17.
Lição 55. 2 Reis, caps. 18-25, e Mensagens e Análise de Segundo
Reis.
Lição 56. Análise e discussão dos tópicos "Para Estudo e Discus-
são." (ambos os livros).
O Nome. Os dois livros de Reis eram, originalmente, um só
livro e formam uma história contínua. O nome é extraído dos reis,
cujos feitos eles relatam. Retomam a história de Israel onde Se-
gundo Samuel interrompe, e dão o relato da morte de Davi, o rei-
nado de Salomão, os Reinos Divididos e o Cativeiro.
O Propósito. As mudanças políticas de Israel são dadas a fim
de mostrar a condição religiosa. Isso se mostra não pelos inciden-
tes que são evidenciados, mas pelo modo com que julga os vários
reis como maus ou bons. Há um grande número de exemplos do
conflito entre a fé e a descrença, e a adoração a Jeová e a adoração
a Baal. Vemos os reis perversos que introduzem a falsa adoração
e os reis justos que trazem reformas e tentam vencer a falsa adora-
ção. Israel torna-se submisso ao mal e, por fim, é cortado; Judá

75
76 — Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Reis — 77

arrepende-se e é restaurado para perpetuar o reino e para ser o aqueles que não deixaram escritos, foram ativos e cumpriram qua-
meio pelo qual veio Jesus. se toda a sua obra no período aqui tratado. Colocaram-se contra
a luxúria, auto-indulgência, e imoralidade da falsa adoração à qual
O Reinado de Salomão. Salomão começou em glória, flores- atacaram com constância. Perceberam que a religião é um fator
ceu por algum tempo, mas terminou em desgraça. Sacrificou os central da vida e, com liberdade, condenaram todo tipo de má con-
mais sagrados princípios da nação a fim de estabelecer alianças
duta. Eles profetizaram a queda da nação e levaram o povo a espe-
com outras nações. Tentou concentrar toda a adoração no Monte
rar no Messias a glória da nação.
Moriá, provavelmente com a esperança que iria controlar, desse
modo, todas as nações. Por fim, tornou-se um tirano e roubou a
ANÁLISE
liberdade do povo. Mostrou grande capacidade para governar e
organizou todo o reino dividindo-o em doze partes. Teve uma OBS,: São dadas duas análises — uma contínua para os dois livros,
política doméstica de absolutismo, uma política estrangeira de di- mostrando o avanço da história através de ambos; outra para cada
plomacia, e uma política religiosa de centralização, tudo voltado livro separadamente. Tanto uma quanto a outra pode ser usada pa-
para o imperialismo. Dependia de forças militares e tinha outros
ra que o objetivo do estudante ou da classe seja atingido.
deuses além de Jeová', e porisso, foi levado a um triste fim.

Os Dois Reinos. Esta é uma triste história de dissensões, guer- I. O Reinado de Salomão - 1 Reis - caps. 1-11.
ras e derrotas. Israel, ou o reino do norte, sempre teve ciúmes de 1. Sua ascensão ao trono — 1 Reis, caps. 1 -4.
Judá. Entretanto, era o mais forte e possuía muito mais terras com 2. A construção do templo — 1 Reis, caps. 5-8.
mais fertilidade. Foram dezenove reis desde Jeroboão até Oséias, 3. Sua grandeza e seu pecado — 1 Reis, caps. 9-11.
cujos nomes e tempo de reinado podem ser aprendidos lendo-se o II. O Reino Dividido - 1 Reis 1 2 - 2 Reis 17.
que há escrito sobre cada um. Judá, ou o reino do sul, tinha a capi- 1. A revolta e o pecado do reino do norte — 1 Reis, caps.
tal religiosa da nação e o templo como o centro da adoração ja- 12-16.
vista, e sendo mais espiritual, foi um pouco mais fiel à verdadeira 2. A carreira de Elias — 1 Reis, caps. 17-19.
adoração. Teve vinte reis, desde Roboão até Zedequias, cujos no- 3. A perversidade e a morte de Acabe — 1 Reis, caps. 20-22.
mes e tempo de reinado podem ser obtidos através das passagens 4. Continuação da carreira de Elias — 2 Reis, caps. 1-2.
das Escrituras que os descrevem. 5. A carreira de Eliseu — 2 Reis, caps. 3-8.
6. A dinastia de Jeú — 2 Reis, caps. 9-14.
O Cativeiro. É evidente que o cativeiro ocorreu por causa de
7. A queda de Israel — 2 Reis, caps. 15-17.
pecado, sendo que Deus os poupou por um longo tempo. (1) Is-
rael foi levado cativo pelas forças do exército da Assíria, cuja capi- III. O Reino de Judá - 2 Reis, caps. 18-25.
tal era Nínive. Este é o sinal do fim das tribos do norte. (2) Judá 1. O reinado de Ezequias — caps. 18-20.
foi capturado pelas forcas militares do Império Babilónico, mas 2. O reinado de Manassés — cap. 21.
após um período de setenta anos, o povo foi restaurado à sua pró- 3. O reinado de Josias — caps. 22-23.
pria terra.
4. A queda de Judá — caps. 24-25.
À Atividade Profética. Durante aqueles tempos os profetas
ANÁLISE DE PRIMEIRO REIS
foram muito ativos. Os reis em sua maior parte eram perversos e
não queriam se submeter â vontade divina. Essa atitude e conduta O Reinado de Salomão — 1 Reis, caps. 1-11.
da parte deles, exigiu frequentes denúncias e advertências por par-
1. Sua ascensão ao trono — caps. 1 -4.
te dos profetas. Eles falam em lugar de Jeová e tentaram sensibi-
2. A construção do templo — caps. 5-8.
lizar a consciência da nação. Tanto os profetas escritores quanto
3. Sua grandeza e seu pecado — caps. 9-11.
78 — Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Reis — 79

II. A Revolta e o Pecado das Tribos do Norte — 1 Reis, caps. 1. Com Relação ao Fracasso dos Governos Humanos. Aqui,
12-16. encontramos: (1) A causa — um sentimento perdido de Jeová.
III. A Carreira de Elias - 1 Reis, caps. 17-19. Veja a adoração idólatra e a incapacidade dos reis em verem que
IV. A Perversidade e a Morte de Acabe — 1 Reis, caps. 20-22. Deus estava trabalhando entre eles. (2) As manifestações — a perda
de ideais nacionais. Observe os baixos ideais de justiça e a peque-
ANALISE DE SEGUNDO REIS na preocupação com o pecado. (3) O abandono — uma consciência
insensível. Estude as suas reformas superficiais, sua negligência às
I. A Carreira de Elias e Eliseu — 2 Reis, caps. 1-8. ordenanças religiosas, etc. (4) O resultado — conquistados, captu-
1. A continuação da carreira de Elias — caps. 1-2. rados, levados à derrota nacional.
2. A carreira de Eliseu — caps. 3-8.
2. Com Relação à Vitória do Governo Divino. Isso é visto: (1)
I1. De Jeú até a Queda de Israel - 2 Reis, caps. 9-17. Em Seu propósito. Estude a Sua promessa à Abraão. (2) Em Sua
1. A dinastia de Jeú — caps. 9-14. persistência. Observe as repetidas profecias e advertências. (3) Em
2. A queda de Israel —caps. 15-17. Seu poder. Ele nunca permitirá a partida de Seu povo, mas o segui-
rá até lhe dar segurança.
III. O Reino de Judá - 2 Reis, caps. 18-25.
1. O reinado de Ezequias — caps. 18-20. 3. Com Relação à Perda da Visão de Deus Por Parte do Ho-
2. O reinado de Manassés — cap. 21. mem. Isso conduz â ideais degradados, consciências mortas e pro-
3. O reinado de Josias - caps. 22-23. pósitos já derrotados.

AS MENSAGENS DE PRIMEIRO REIS


PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
1. Com Relação ao Fracasso dos Governos Humanos. Aqui,
ha' duas verdades. (1) Todos os métodos dos homens falham. Isso (1) Faca o contraste entre o caráter de Davi e o de Salomão.
vale para a Magnificência, Autocracia, Democracia, os diferentes Aponte os bons elementos e as falhas em cada um. Compare-os,
reis, etc. (2) Todos os métodos nacionais falham se Deus não for também, como governantes. (2) Faça o contraste entre o caráter
levado em consideração. de Elias e o de Eliseu. Mostre os elementos de fraqueza e força
em cada um. Compare as verdades morais e religiosas ensinadas
2. Com Relação ao Governo Infalível de Deus. Ele desempe- por cada um, como também os seus grandes feitos. (3) Estude isso
nha o seu governo para o seu louvor. Isso é feito: (1) Através da como o berço da liberdade. Observe a resistência de Elias aos tira-
expressão da verdade (pregação) pelos profetas. (2) Através de nos e Acabe na vinha de Nabote. Procure os exemplos. (4) Consi-
interferência direta. Isso se dá através do uso de forças da nature- dere o lugar dos profetas. Observe as suas atividades em negócios
za, tais como terremotos, falta de alimentos, etc., e através do de governo. Dê uma olhada através desses livros e faca uma lista de
levantamento de inimigos e exércitos hostis. todos os profetas nomeados olhando para o caráter das suas men-
sagens e o rei da nação a quem falaram. (5) Faça uma lista dos reis
AS MENSAGENS DE SEGUNDO REIS de Israel e estude a história de Jeroboão l, Onri, Acabe, Jeú, Jero-
boão II e Oséias. (6) Faça uma lista dos reis de Judá e estude os
Complementando as lições encontradas em 1 Reis e como principais acontecimentos e o aspecto geral do reinado de Roboão,
um tipo de resultado da condição lá evidenciada, podemos men- Josafá, Joás, Uzias, Asa, Ezequias, Manassés, Josias, e Zedequias.
cionar o seguinte: (7) A queda de Judá.
Primeiro e Segundo Crónicas — 81

cos anteriores. Portanto, o alvo parece ser o ensino em lugar da


narrativa. Isso faz com que pareçam apresentar uma história ecle-
siástica. Ensinam que a virtude e o vício, nos negócios particulares
ou nacionais, certamente receberão aquilo que lhes é devido —
Deus deve ser levado em conta na vida de indivíduos e nações.

Primeiro e Segundo Crónicas ANÁLISE

OBS.: A análise é contínua abrangendo os dois livros. Se houver in-


Lição 57. Discussão do texto e 1 Crónicas, caps. 13-17. teresse em estudá-los separadamente, as duas primeiras divisões
Lição 58. 1 Crónicas, caps. 22-29 e Mensagens de 1 Crónicas. (l e II) devem ser utilizadas para a análise de Primeiro Crónicas e
Lição 59. 2 Crónicas, caps. 10-20. a duas outras (III e IV) para o estudo de Segundo Crónicas.
Lição 60. 2 Crónicas, caps. 21-28, Mensagens de 2 Crónicas e
Analise. I. As Genealogias — 1 Crónicas, caps. 1-9.

O Nome. O nome Crónicas foi dado por Jerônimo. Eram as II. O Reinado de Davi - 1 Crónicas, caps. 10-29.
"palavras dos dias" e os tradutores da Septuaginta os chamaram 1. A ascensão e o grande homem — caps. 10-12.
de "coisas omitidas." Eram originalmente um só livro. Começan- 2. O zelo pela adoração de Jeová — caps. 13-17.
do com Adão, a história de Israel é re-escrita até o retorno de Judá 3. Suas vitórias — caps. 18-20.
do cativeiro. 4. O recenseamento do povo — cap. 21.
5. As provisões para o templo — caps. 22-29.
A Relação com Livros Anteriores. Eles cobrem o mesmo pe-
ríodo dos outros. Naquela época os livros haviam sido juntados III. O Reinado de Salomão - 2 Crónicas, caps. 1-9.
e formavam uma história contínua. Aqui, repetimos e revisamos 1. A construção do templo — caps. 1-4.
toda a história, iniciando com Adão e indo até o edito de Ciro, que 2. A dedicação do templo — caps. 5-7.
permitiu aos judeus exilados o retorno à Jerusalém. 3. A grandeza e os bens de Salomão — caps. 8-9.

O Propósito Religioso das Narrativas. Muitas coisas indicam IV. Judá Depois da Revolta das Dez Tribos - 2 Crónicas, caps.
que estes livros têm um propósito religioso. (1) É dada especial 10-36.
ênfase ao cuidado de Deus para com Seu povo e o Seu propósito 1. O reinado de Roboão - caps. 10-12.
em salva'-lo. (2) Evidencia-se a construção do templo. (3) Os reis 2. A vitória de Abias — cap. 13.
que serviram a Deus e destruíram os ídolos recebem um lugar mais 3. O reinado de Asa — caps. 14-16.
destacado. (4) É seguida a linhagem de Judá, somente mencionan- 4. O reinado de Josafá — caps. 17-20.
do Israel onde se faz necessário. Assim, a linhagem messiânica atra- 5. Sete reis e uma rainha — caps. 21 -28.
vés de Davi está sendo seguida. (5) O espírito sacerdotal permeia 6. O reinado de Ezequias — caps. 29-32.
esses livros ao invés do elemento profético como nos livros históri- 7. O reinado de Manassés e Amon — cap. 33.
8. O reinado de Josias - caps. 34-35.
80 9. O cativeiro — cap. 36.
82 - Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Crónicas — 83

AS MENSAGENS DE PRIMEIRO CRÓNICAS os vasos que haviam sido contaminados. Josafá enviou mensagei-
ros a todo lugar para interpretarem as Escrituras devido ao fato
1. Deus Deve Ser Considerado na Vida das Nações. Este f ato de haver uma ignorância geral acerca da lei de Deus. Joás restaurou
é sempre negligenciado, mas é evidenciado: (1) Pelo fato de que a casa de Deus que havia sido destruída. Ezequias abriu as portas
Deus está trabalhando. Através da Sua escolha e eleição, alguns são da casa de Deus, que haviam sido fechadas pelo povo por terem
excluídos e outros, aceitos. Devido à sua obediência e ao caráter caído em mero e cansativo formalismo. Josias levou adiante a sua
que ela produz, alguns safo recebidos; por causa da sua desobediên- reforma fazendo o povo usar e conformar-se à lei que ele havia
cia, outros têm os seus direitos e privilégios cancelados. (2) Pelo fa- encontrado, e sobre a qual eram todos ignorantes, por causa da
to de que todas as coisas levam ao pleno cumprimento do propó- perda. (2) Algumas conclusões: O templo, naquela época, e a igre-
sito de Deus. O trabalho divino está dirigido não somente ao caso ja, hoje, é o centro e a norma da vida nacional. A igreja, então,
dos hebreus, mas a todos, e executará o Seu propósito. (3) Pelo fa- deve ditar as normas. Portanto, nenhum estado pode estabelecer
to de que quando Deus é deixado de lado não existem padrões uma igreja, mas a igreja, dando ideais retos, pode estabelecer e
morais. fortalecer o estado. Entretanto, a religião não pode ser formal.
A igreja, como o povo de Deus, deve estar cheia do Espírito San-
2. O Teste dos Patriotas. Aqui, temos um conselho sensato. to para que possa, assim, mudar o mundo.
Devemos estar conscientes dos sentimentos políticos ou dos polí-
ticos que negligenciam a Deus, atacam-No, ou se opõem ao reco-
nhecimento de Deus por parte da nação. O homem que adora a PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
Deus é o verdadeiro patriota, e o homem que O serve inspira con-
fiança para servir a sua nação. (1) Os homens que integram a família oficial de Davi. (2) As
diferentes vitórias de Davi. (3) A dedicação do templo, especial-
mente a oração. (4) A riqueza e a insensatez de Salomão. (5) As
AS MENSAGENS DE SEGUNDO CRÓNICAS Escrituras e a casa de Deus como meios e fontes de toda reforma.
Veja: (a) A restauração do altar e dos vasos feita por Asa; (b) O
1. A Condenação do Ritualismo na Vida Nacional. Não deve- ensino de Josafá ao povo a respeito da lei de Deus; (c) Joás e a ca-
mos reconhecer a Deus somente de um modo formal, mas temos sa de Deus restaurada; (d) As reformas de Josias. (6) O reinado
que adaptar o nosso caráter e a nossa conduta ao símbolo do re- de Manassés. (7) A natureza do culto de Judá. (8) O cativeiro. (9)
conhecimento que fazemos d'Ele. O templo, a suprema herança O valor de uma verdadeira religião para uma nação. (10) Os maus
de Salomão, devia ser a expressão do relacionamento entre Israel resultados da idolatria.
e Deus, mas aquilo tornou-se uma mera formalidade. Salomão fa-
lhou por não conformar a sua vida aos ensinos. Ele seguiu o peca-
do, a luxúria e, por fim, fracassou.

2. É uma Falha Negligenciar Tanto a Forma Quanto o Fato


da Religião. Jeroboão instituiu em Israel uma falsa forma de reli-
gião no lugar de uma verdadeira. Roboão manteve a verdadeira
forma em Judá, mas nada fez pelo fato da religião. A influência
de ambos, semelhantemente, levou à irreligiosidade e infidelidade.

3. Toda Reforma Deve Começar Pela Casa de Deus. (1) Al-


guns exemplos. Asa restaurou o altar que havia sido destruído e
Esdras, Neemias e Ester — 85

Não se esforça para dar instrução direta, mas narra a história na


sua maior simplicidade possível e deixa que ela própria transmita
as suas lições. Não há esforço algum para dar um aspecto de conti-
nuidade à história. Não menciona nada sobre o que ocorreu no
10 espaço de tempo de aproximadamente sessenta anos que existe en-
tre o capítulo seis e sete.
Neemias é uma sequência natural do livro de Esdras. Narra a
Esdras, Neemias e Ester história de Neemias e tenta descrever os incidentes relacionados
com a reconstrução dos muros de Jerusalém. É uma narrativa pes-
soal, os dois primeiros capítulos nos fornecem uma visão pura-
mente pessoal que descreve as circunstâncias que levaram Neemias
Lição 61. Discussão do texto sobre os livros e Esdras, caps. 1-6. a ser o diretor de todas as transações relacionadas com a renovação
Lição 62. Esdras, caps. 7-10 e Mensagens. Analise e tópicos "Para dos muros. Tal qual Esdras, é uma história simples e direta, cobrin-
Estudo e Discussão" sobre Esdras. do um período curto, sem apresentar nenhum elemento miraculo-
Lição 63. Neemias, caps. 1-7. so. É evidente, porém, que Neemias foi um homem forte que pen-
Lição 64. Neemias, caps. 8-13 e Mensagens, Análise e tópicos "Pa- sava por si mesmo e expressava-se com grande vigor.
ra Estudo e Discussão" sobre Neemias.
Lição 65. Discussão do texto sobre Ester, caps. 1 -6. Outros Livros. Outros três livros devem ser lidos em conexão
Lição 66. Ester, caps. 7-10 e Mensagens, Análise e tópicos "Para com este estudo. ( 1 ) 0 livro de Ester, que fala daquela época e de-
Estudo e Discussão" sobre o livro de Ester. ve ser lido entre os capítulos seis e sete de Esdras. (2) Os livros de
Lição 67. Reveja as lições estudadas nos caps. IX e X. Ageu e Zacarias. Estes dois profetas estiveram associados com a
primeira volta de Zorobabel e as suas palavras fizeram os judeus
completarem o templo apesar de toda a oposição.
ESDRAS E NEEMIAS
O Retorno do Cativeiro. O retorno consistiu de três expedi-
O Nome. Esdras e Neemias eram, originalmente, considerados ções lideradas, respectivamente, por Zorobabel, Esdras e Neemias.
como um livro e contêm o relato da restauração dos exilados de Ò período coberto por essas três expedições não pode ser deter-
volta à Jerusalém e o restabelecimento da sua adoração. Logo pas- minado acuradamente. Alguns dizem que chega a 110 anos. Outros
saram a ser chamados 1 e 2 Esdras. Jerônimo foi o primeiro a dar falam em 106, calculando 21 anos para a reconstrução do templo,
o nome de Neemias ao segundo livro. Wyckliffe chamava-os de 60 anos de intervalo antes da reforma de Esdras, 13 anos de inter-
primeiro e segundo Esdras, e mais tarde foram chamados de os valo até a reconstrução dos muros, e 12 anos de intervalo que per-
livros de Esdras, ou os livros de Neemias. Os nomes atuais apare- manecem sem detalhes. O livro tem um final abrupto e deixa a
ceram pela primeira vez na Bíblia de Genebra (1560). Esdras é as- contagem do tempo incerta. Porém, provavelmente não foi menos
sim chamado por causa do autor e personagem principal; o nome do que 90 anos.
significa "ajuda." Neemias é assim chamado por causa do persona-
gem principal, cujo nome significa "Jeová consola."
Esdras é um livro muito simples. Nenhum outro livro da Bí- ANALISE DE ESDRAS
blia apresenta uma história com menos dificuldades e obscuridades.
A Reconstrução do Templo — caps. 1 -6.
84 1. A proclamação de Ciro — cap. 1.
2. As pessoas que retornaram — cap. 2.
86 - Visão Panorâmica da Bíblia Esdras, Neemias e Ester — 87

3. Lançado o fundamento — cap. 3. II. A Aliança Para Guardar a Lei - caps. 8-10.
4. A obra é paralisada — cap. 4. 1. A leitura da lei — cap. 8.
5. A obra é terminada — caps. 5-6. 2. A confissão é feita — cap. 9.
3. A aliança é estabelecida — cap. 10.
II. As Reformas de Esdras — caps. 7-10.
1. A viagem de Esdras — caps. 7-8. III. A Dedicação dos Muros e as Reformas de Neemias — caps.
2. A confissão do pecado — cap. 9. 11-13.
3. A aliança para guardar a lei — cap. 10. 1. Os habitantes da cidade, 11:1 -12:26.
2. A dedicação dos muros, 12:27-47.
3. Os males são corrigidos — cap. 13.
AS MENSAGENS DE ESDRAS

1. Com Relação aos Instrumentos de Jeová. Aprendemos AS MENSAGENS DE NEEMIAS


dois fatos muito interessantes â respeito daqueles a quem Deus
usa em Sua obra. Ele usa pessoas que não pertencem ao Seu 1. Da Atitude de Neemias Para Com a Causa de Deus. Aqui,
povo, Israel, como Ciro e Artaxerxes; alguns safo escolhidos de temos três coisas louváveis: (1) Ele se preocupava com a causa de
Israel, Seu povo eleito, tais como Esdras, Zorobabel e Neemias. Deus. Isso é indicado pela sua inquirição sincera e pela sua profun-
da tristeza por Jerusalém, etc. (2) Ele confiava na causa de Deus,
2. Com Relação ao Poder de Jeová. Ele o emprega em dois orava por ela e pleiteava por ela junto aos reis pagãos. (3) Ele coo-
sentidos. Primeiramente, em um sentido construtivo, sendo usado perava com a causa de Deus e colocou-se ativamente no plano e
para edificar, inspirar éditos, qualificar obreiros, reunir o Seu po- obra divinos.
vo, etc. Mas tambe'm em um sentido destrutivo. Ele sobrepuja
toda a oposição. 2. Da Atividade de Neemias. Novamente, vemos três coisas:
(1) Ele era cauteloso. Sua inspeção secreta dos muros e a divisão
e distribuição dos trabalhadores são boas ilustrações. (2) Ele era
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO DE ESDRAS corajoso. Ele permaneceu sozinho como líder da obra e agiu sem-
pre sem permitir ser amedrontado pelos seus inimigos. (3) Ele não
(1) Os traços de caráter demonstrados por Esdras. (2) As tinha compromissos. Nunca se comprometeu com estranhos tais
reformas de Esdras. (a) Quais são elas? (b) Condições paralelas como Sambalá ou pessoas do seu povo, tais como os nobres.
de hoje. (3) Os adversários de Judá. (a) Quem foram eles? (b) A
natureza da sua oposição. (4) O decreto de Ciro. (5) A expedição 3. Da Vida de Fé de Neemias. Ele confiava totalmente em
de Zorobabel e Esdras. (6) A comissão de Esdras e as ordens do Deus, estava claramente consciente da Sua presença e ajuda, e
rei, cap. 7. (7) O uso que Deus faz de amigos e inimigos no cum- desempenhou toda a sua obra por interesse pela causa de Deus.
primento de Seus propósitos.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO DE NEEMIAS
ANÁLISE DE NEEMIAS
(1) Aponte elementos de valor no carâter e obra de Neemias.
l. A Reconstrução do Muro - caps. 1 -7. (2) A grandiosidade e a dificuldade da tarefa de Neemias. (a) o
1. Neemias recebe permissão para ir à Jerusalém - caps. 1-2. entulho; (b) o tamanho e o comprimento do muro; (c) a força dos
2. A obra dos muros e o seu impedimento - caps. 3-7. seus inimigos. (3) As reformas de Neemias; (a) religiosas; (b) mo-
88 - Visão Panorâmica da Bíblia Esdras, Neemias e Ester — 89

rais; (c) políticas. (4) A reunião pública e a nova festa, cap. 8. (5) e o Seu cuidado pelo Seu povo estão subentendidos em todo
A aliança, caps. 9-10. (6) A repovoação de Jerusalém, caps. 11-12. o livro.

ESTER ANÁLISE

O Nome. Provém da sua personagem principal, uma serva ju-


dia que tornou-se rainha de um rei persa. Dá-nos a explicação da Ester é Feita Rainha - caps. 1-2.
origem da festa de Purim e mostra a providência de Deus em favor 1. A Rainha Vasti é destronada - cap. 1.
de Seu povo. Relata um episódio na história judaica que ameaçou 2. Ester é feita Rainha — cap. 2.
a destruição de toda a nação.
II. O Plano de Hamã e a Sua Derrota, caps. 3-8.
A Época. Pensa-se que os eventos narrados ocorreram cerca 1. Hamã trama a destruição dos judeus - cap. 3.
de 56 anos depois do primeiro retorno de Zorobabel em 536 a.C. 2. O lamento dos judeus e o pedido de Mordecai a Ester -
O rei, então, seria Xerxes, o Grande e a festa de bebedice pode ter cap. 4.
sido um preparativo para a invasão da Grécia no terceiro ano do 3. Ester convida o rei e Hamã para um banquete - cap. 5.
seu reinado. 4. Mordecai é grandemente honrado pelos seus serviços e
fé — cap. 6.
A Conexão Com Outros Livros. Não há nenhuma ligação 5. O pedido de Ester é atendido e Hamã é enforcado -
entre Ester e os outros livros da Bíblia. Apesar de ser uma história
cap.7.
da época em que os judeus estavam retornando à Jerusalém e, 6. Os judeus são autorizados a se defenderem e Mordecai pro-
muito apropriadamente, deveria estar entre o primeiro e o segundo gride — cap. 8.
retornos, e portanto, entre o capítulo seis e sete de Esdras, o inci-
dente permanece sozinho. Está separado e é diferente do restan- I. O Livramento dos Judeus — caps. 9-10.
te da história judaica, não estando ligado a nada que a antecedeu 1. Seus inimigos são mortos, 9:1-16.
ou a seguiu. Não há menção da Palestina, ou Jerusalém, ou o tem- 2. Uma festa para memorial é estabelecida, 9:17-32.
plo, ou as prescrições da lei, nem qualquer referência a qualquer 3. Mordecai é engrandecido — cap. 10.
fato da história judaica exceto o cativeiro sob Nabucodonosor e
a dispersão dos judeus através do império persa. Porém, sem ele,
perderíamos muito do conhecimento sobre aquele período. AS MENSAGENS DE ESTER
A História. Apesar de Ester permanecer como a principal
personagem, toda a narrativa volta-se para a recusa de Mordecai (1) Há três grandes verdades - Há um Deus, Deus age em
em prostrar-se diante de Hamã para prestar-lhe honra divina. Ele providência, e Deus toca as vidas em todos os pontos. (2) Há
não odiava Hamã, mas, como um judeu, não poderia adorar a três grandes deveres - Devemos prestar contas a Deus, devemos
outro qualquer, exceto a Deus, e ousou ficar firme em seu prin- confiar em Deus, e devemos agir em favor e em harmonia com
cípio correndo o risco de perder a sua vida. Deus. (3) Há três lições sobre a obra de providência de Deus -
Ela é oculta, porém inclui tudo. Demonstra perfeita justiça, per-
O Nome de Deus. Uma das peculiaridades do livro é que em feito conhecimento, e perfeito poder. Resulta em confiança e
nenhum lugar menciona o nome de Deus, ou faz qualquer refe- coragem pelos crentes, em temor e punição dos desobedientes,
rência a Ele. Isso pode ser devido ao fato de Seu nome manter-se e em progresso e benção em toda a história.
em segredo e ser sagrado naquela época. Contudo, o poder de Deus
90 - Visão Panorâmica da Bíblia

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

(1) O carâter do rei, Vasti, Mordecai, Ester, e Hamã. (2) O


pedido de Mordecai a Ester. (3) A honra de Mordecai e a humilha-
ção de Hamã, cap. 6. (4) A destruição dos seus inimigos. (5) A
festa de Purim, 9:17-32. (6) Verdades sobre Deus vistas neste
11
livro. (7) Por que não dar o nome de Mordecai ou Vasti ao livro? — I
nà"o são eles heróis tal qual Ester? (8) A devoção da raça judaica,
na época e agora. (9) A vida persa vista no livro.
Jó, Salmos e Provérbios

Lição 68. Discussões, Mensagens, Análises e caps. 1, 2, 31, e 42


de Jó.
Lição 69. Discussões sobre o livro de Salmos, Análise e hinos em
grupos (1), (2) e (3) sobre os assuntos dos Salmos nas
Discussões Introdutórias.
Lição 70. Hinos em grupos (4), (5) e (6) sobre os assuntos dos
Salmos nas Discussões Introdutórias e as Mensagens
do livro.
Lição 71. Análise de Provérbios, Discussões Introdutórias, e caps.
1-9.
Lição 72. Provérbios, caps. 25-31, Mensagens do livro, e tópicos
"Para Estudo e Discussão" baseados nas partes estuda-
das do livro.

O Nome. Jó é extraído do seu personagem principal ou herói,


que significa Perseguido. Permanece sozinho, sendo um dos chama-
dos livros de sabedoria da Bíblia, porém não tem nenhuma cone-
xão com qualquer outro livro bíblico.

A Data. Nem a data nem o autor podem ser determinados


com certeza. Inclino-me à teoria da autoria de Jó. Fala de eventos
e está relacionado às pessoas e costumes que pertencem à era pa-
triarcal — a era de Abraão ou mesmo antes. Em nenhum lugar faz
alusão à lei mosaica ou à história de Israel. Não se pode sustentar
que foi escrito depois da lei ter sido outorgada ou depois da liber-
91
92 - Visão Panorâmica da Bíblia Jó, Salmos e Provérbios — 93

tacão do Egito ou em Canaã. Um escritor desses períodos não teria antes de reclamar ou acusar a Deus e seu modo de governar. (7)
ficado silente a respeito de assuntos tão grandiosos. Jó ora e é restaurado.
O Propósito. O propósito do livro, então, é justificar a sabe-
Características Literárias. Os capítulos 1 e 2 e partes do capí-
doria e a bondade de Deus em assuntos de sofrimento humano, e
tulo 42 estão em prosa. Todo o restante é poesia. Os diferentes in-
especialmente mostrar que nem todo sofrimento é punitivo.
ter-locutores podem ter sido reais ou podem ser personagens cria-
dos por um escritor para compor a narrativa. Entretanto, há muito A Provação de Jó. A provação de Jó veio em estágios e consis-
pouca dúvida de que a história é fundamentada em fatos históricos. tiu grandemente numa série de perdas como seguem: (1) Suas pro-
priedades, (2) Seus filhos, (3) Sua saúde, (4) A confiança de sua
Os Problemas do Livro. Esse livro levanta uma série de ques- mulher — ela desejou que ele amaldiçoasse a Deus e morresse, (5)
tões importantes, que são comuns á todos e as discute direta ou Seus amigos que agora o vêem como um pecador, (6) A alegria da
indiretamente. Entre elas, as mais importantes são: (1) Há qual- vida — ele amaldiçoou o dia do seu nascimento, (7) A sua confiança
quer bondade que não seja recompensada? "Porventura Jó debalde na bondade de Deus — ele disse a Deus: "Por que te fizeste de mim
teme a Deus?" (2) Por que o justo sofre e por que o pecado não é um alvo?". Na sua resposta a Eliú ele duvida da justiça, senão da
punido? (3) Deus realmente protege e cuida das pessoas que O própria existência de Deus. Em tudo isso ele é privado de todas as
temem? (4) A solução de Jó, que, aparentemente, nunca foi apre- coisas terrenas que poderiam lhe trazer prazer. Um quadro mais
sentada de modo pleno; numa ocasião olhando para a vida futura abjeto não poderia ser pintado.
para uma solução (19:25-37) e mais tarde rogando uma chance
para apresentar o seu caso a Deus (caps. 29-31). (5) A solução de
Deus — apesar de haver mistério tanto no mal como no bem, a ati- ANÁLISE
tude do homem deve ser de submissão e fé.
I. A Riqueza e a Aflição de Jó — caps. 1 -2.
O Debate. O debate acontece na seguinte ordem: (1) Há uma II. A Discussão de Jó e Seus Três Amigos — caps. 3-31.
conversa entre Deus e Satanás, e a consequente aflição de Jó. (2) 1. O primeiro ciclo — caps. 3-14.
O primeiro ciclo de discussões com seus três amigos onde eles 2. O segundo ciclo — caps. 15-21.
acusam Jó de pecado, o qual é negado por Jó. (3) O segundo ciclo 3. O terceiro ciclo — caps. 22-31.
de discussões. Aqui, os amigos de Jó afirmam que a reivindicação
de inocência por parte de Jó é uma evidência da sua culpa e do pe- III. O Discurso de Eliú-caps. 32-37.
rigo iminente. (4) O terceiro ciclo. Nesse ciclo os amigos de Jó
afirmam que as suas aflições são exatamente aquelas que sobrevêm IV. Os Pronunciamentos de Deus — caps. 3841.
ás pessoas que cedem às tentações às quais são submetidas. Nos 1. O primeiro pronunciamento — caps. 38-39.
três ciclos de discussões, Elifaz, Bildade e Zofar discutem com Jó, 2. O segundo pronunciamento — caps. 40-41.
exceto Zofar que permanece silente no terceiro ciclo. Eles falam
na mesma ordem cada vez. (5) Eliú mostra quão erradamente V. A Restauração de Jó — cap. 42.
Jó acusa a Deus enquanto se defende e afirma que o sofrimento
nos ensina a retidão e nos previne contra o pecado. (6) Deus in-
AS MENSAGENS DE JÕ
tervém e em dois discursos instruiu Jó. No primeiro discurso, é
mostrado a Jó o poder do Todo-Poderoso e a sua própria insen- A história de Jó nos traz mensagens distintas sobre as necessi-
satez em tentar responder a Deus a quem os animais temem por dades e as expectativas do homem pecaminoso. Tais necessidades
instinto. No segundo discurso, é mostrado a Jó que uma pessoa e inquirições são relatadas como sendo impossíveis de serem aten-
primeiro precisa saber governar o mundo e corrigir os seus males
94 - Visão Panorâmica da Bíblia Jó, Salmos e Provérbios — 95

didas até que Jesus viesse para preencher cada necessidade e res- Os Autores. Não há meios para se determinar a autoria de
ponder a cada expectativa do coração do homem. (1) Há um 50 salmos dentre os 150. Os outros autores são: Davi, Asafe,
clamor por um mediador humano, alguém que ponha a mão sobre os filhos de Core, Hemã, Etã, Moisés, e Salomão. Dos 100 cuja
nós ambos. (2) Há um anseio por luz sobre o futuro — "Morren- autoria é indicada, 73 são de Davi, e no Novo Testamento so-
do o homem, porventura tornará a viver?" (3) Havia a necessidade mente ele é referido como o autor — Lucas 24:44.
de alguém para defender a sua causa. Deus tem de agir — a provi-
A Relação Com Outros Livros do Velho Testamento. Tem
são está em Cristo. "Porque ele não é homem, como eu, a quem
sido chamado o coração de toda a Bíblia, mas a sua relação com
eu responda." (4) Há a necessidade de um redentor ou vindicador.
o Velho Testamento é especialmente íntima. Todas as manifes-
"Porque eu sei que o meu Redentor (vindicador) vive." (5) Deve- tações divinas são vistas com referência às experiências íntimas
mos ter um juiz, alguém diante de quem nosso vindicador possa ir que elas produzem. A história é interpretada à luz de uma paixão
e defender a nossa causa. (6) Devemos ter um livro de acusações pela verdade e justiça a proximidade de nossa relação com Deus.
para mostrar a culpa que está em nós. A Bíblia é o livro que Deus
escreveu, 31:35. (7) Há a necessidade de uma visão de Deus que Os Assuntos dos Salmos. E muito difícil fazer qualquer clas-
nos dê um senso da justiça de Deus e do valor humano, levan- sificação dos Salmos e qualquer uma está aberta à crítica. Por esta
do-nos ao arrependimento. razão, muitos agrupamentos têm sido sugeridos. Podem ser de aju-
da os seguintes exemplos que são tomados de diversas fontes: (1)
Hinos de louvor: 8, 18, 19, 104, 145, 147, etc. (2) Hinos nacio-
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO nais, 105, 106, 114, etc. (3) Hinos do templo, ou hinos para o cul-
to público, 15, 24, 87, etc. (4) Hinos relativos à testes e calamida-
(1) A personalidade e a malícia de Satanás. Aponte as suas des: 9, 22, 55, 56, 109, etc. (5) Salmos Messiânicos, 2, 16, 40, 72,
falsas acusações contra Jó e Deus e os sinais do seu poder. (2) 110, etc. (6) Hinos de caráter religioso em geral: 89, 90,91,121,
Com relação ao homem, procure evidências de: (a) A insensatez 127, etc.
da justiça própria, (b) a pequenez dos homens mais perfeitos A classificação seguinte foi dada na esperança de sugerir as
quando vistos por Deus. (c) A impossibilidade do homem de características religiosas mais proeminentes nos Salmos: (1) Aque-
encontrar a Deus pela sabedoria, à parte da graça. (3) Com rela- les que reconhecem a natureza infinita, a sabedoria e a onipresença
ção à Deus, reúna evidências da Sua sabedoria, perfeição e bon- de Deus. (2) Aqueles que reconhecem a universalidade do Seu
dade. (4) O desapontamento de Jó causado pelos seus amigos. amor, providência e bondade. (3) Aqueles que demonstram a re-
(5) Os elementos de Jó para o presente, sua visão do Seol, e sua pugnância de todos os ídolos e a rejeição de todas deidades subor-
visão do futuro. Acredita Jó numa vida futura ou ele pensa que dinadas. (4) Aqueles que fornecem uma visão do Filho Divino e
tudo termina no túmulo? O livro explica porque permite-se o Sua obra de redenção sobre a terra. (5) AqueJes que mostram a
sofrimento do justo? (7) Faça uma lista das passagens que se des- terrível natureza do pecado, o ódio divino contra ele e o julgamen-
tacam, especialmente aquelas que são dignas de memorização. to dos pecadores. (6) Aqueles que ensinam a doutrina do per-
dão, misericórdia divina e o poder do arrependimento. (7) Aqueles
que enfatizam a beleza da santidade, a importância da fé e o pri-
vilégio da comunhão da alma com Deus.
SALMOS
Essa variedade por um lado, e unidade por outro, deu ao livro
um lugar único na vida religiosa do indivíduo cristão e das igrejas.
O Nome. A palavra hebraica significa louvores ou hinos, e
Ele tem dominado o coração de toda a cristandade, molda as afei-
a palavra grega significa salmos. Pode ser chamado de "O Livro
ções, sustenta as esperanças, e purifica a fé dos crentes. Encaixa-se
de Oração e Louvor Hebreu." Prevalece a nota de louvor, embora
em todos os nossos sentimentos sejam eles de ambição, tristeza,
alguns trechos sejam de tristeza e queixas, enquanto oue
São filosnfir-oc confissão, alegria ou ações de graças.
96 - Visão Panorâmica da Bíblia
Jó, Salmos e Provérbios - 97
ANALISE
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

I. Os Salmos Davídicos, 1-41. (1) Em que ocasiões provavelmente foram compostos os se-
Não são todos atribuídos a ele, mas refletem muito da sua guintes salmos: (a) Salmo 3 (2 Sm 15); (b) Salmo 24 (2 Sm 6: 12-
vida e fé. ''17); (c) Salmo 56 (1 Sm 21 : 10-15); (d) Salmos 75 e 76 (2 Rs 19:
32-37); (e) Salmo 109 (1 Sm 22:9-23), (f) Salmo 74 (2 Rs25:2-
II. Os Salmos Históricos, 42-72. 18); (g) Salmo 60 (1 Cr 18: 11-13). (2) Qual é o assunto dos Sal-
São atribuídos a diversos autores, sendo os dos filhos de Core mos 23, 84, 103, 133 e 136? (3) Quais as doutrinas de caráter divi-
mais proeminentes e estão especialmente cheios de fatos históricos. no que são ensinadas em cada um dos seguintes Salmos: 8, 19, 33,
46,93, 115 e 139?
III. Os Salmos de Ritualismo ou Litúrgicos, 73-89.
A maioria deles é atribuída á Asafe, e além de serem prescri-
tos especialmente para a adoração, são fortemente históricos. PROVÉRBIOS

IV. Outros Salmos da Era Pré-Exflica, 90-106. O Valor Prático do Livro de Provérbios. Os provérbios enfa-
Dez anónimos, um de Moisés (90) e o restante de Davi. Re- tizam a vida religiosa externa. Ensinam a praticar a religião e a ven-
fletem muito do sentimento e da história antes do cativeiro. cer as tentações do d ia-a -dia. Expressam a crença em Deus e em
Seu governo sobre o universo e, portanto, buscam fazer da Sua re-
ligião o motivo controlador na vida e na conduta. Expressam um
V. Os Salmos do Cativeiro e do Retorno, 107-150. profundo conceito religioso, mas colocam maior força na prática
Assuntos pertinentes ao cativeiro e ao retorno à Jerusalém. da religião em todas as relações na vida. Davison diz: "Para os es-
critores de Provérbios, religião significa bom senso, religião signi-
fica domínio dos negócios, religião significa força e virilidade e
AS MENSAGENS DOS SALMOS sucesso, religião significa um intelecto bem equipado que emprega
os melhores meios para atingir os mais altos ideais." Essa decla-
ração é correta à medida em que é enfatizado o lado do dever.
1. Relacionadas Com a Atitude Humana na Adoração. Aqui Entretanto, subjacente a todos os ensinos está a firme crença na
encontramos três palavras valiosas. (1) O homem deve ser submis- existência de Deus e no seu domínio sobre o mundo. Todas as
so. Esta é a resposta do homem diante da soberania divina que coisas repousam numa base religiosa (3: 5-7; 16: 3, 6, 9; 23: 17).
requer reverência e obediência. (2) O homem deve confiar em Há passagens que referem-se à vida nacional na sua relação com o
Deus. Esta é a resposta do homem ao poder de Deus e requer ho- governo (14: 34, 35; 16: 12-15); às relações domésticas e à felici-
nestidade e coragem. (3) O homem deve ser alegre. Esta é a res- dade (6: 20-22; 18: 22; 3: 10-31); à relação do homem com seus
posta humana diante da graça divina e requer arrependimento e semelhantes (11 : 1; 14:21; 17: 5); à conduta diária (10: 4; 11:28;
adoração.

2. Relacionadas Com as Pessoas Envolvidas na Adoração. A Natureza dos Provérbios. (1) Há uma voz de sabedoria que
Existem duas: (1) Deus, o qual solicita a adoração do homem e profere palavras de sabedoria, entendimento, conhecimento, pru-
envolve revelação. Sobretudo, Deus é fiel e verdadeiro e age em dência, sutileza, instrução, discreção, e o temor de Jeová, dando-
amor. (2) O homem, o qual se aproxima de Deus, derrama a sua al- nos bons conselhos para a condição diária de vida. (2) Há uma voz
ma e recebe as dádivas de Deus, oferecendo em troca o louvor. de insensatez, que profere palavras de estultícia, simplicidade,
estupidez, ignorância, brutalidade, e baixeza, levantando a sua voz
98 — Visão Panorâmica da Bíblia Jó, Salmos e Provérbios - 99

onde quer que fale a sabedoria. (3) A sabedoria é contrastada com IV. Provérbios de Salomão — Copiados pelos Escribas de Eze-
a insensatez, que frequentemente é vista na simplicidade e no es- quias — caps. 25-29.
cárnio. (4) A sabedoria é personificada como se fosse Deus falando
sobre os deveres práticos, morais, intelectuais e religiosos do ho- V. As Palavras de Agur — cap. 30.
mem. (5) Uma vez que faz parte das Escrituras, Cristo identifica-se
no livro, Lucas 24: 27. E se Cristo for o substituto para a sabedo- VI. As Palavras de Lemuel — cap. 31.
ria, onde ela é encontrada, um novo e maravilhoso poder será no- 1. O dever dos reis, 1-9.
tado no livro. 2. O louvor à uma mulher virtuosa ou boa esposa, 10-31.

O Esquema das Considerações Encontradas em Provérbios.


Na primeira esfera — o lar, o pai, a mãe e os filhos são as pessoas
AS MENSAGENS DE PROVÉRBIOS
envolvidas, 1:8-9 e caps. 2-7. A expressão chave aqui é "meu
filho." Na segunda esfera as amizades e companhias constituem
as lições. Elas devem ser sabiamente escolhidas,1:10-19. A tercei- É muito difícil extrair qualquer lição em especial no livro de
ra esfera — o mundo do além. Provérbios. O livro é fundamentalmente didático e como resultado
o conteúdo constitue a sua mensagem. Entre as lições de destaque,
no entanto, podemos encontrar: (1) Deus é Todo-Sabio. Provavel-
ANALISE mente, este é o maior ensino do livro. (2) A maior sabedoria do
homem está em temer a Deus. O próprio fato da Sua sabedoria in-
O Louvor da Sabedoria, caps. 1-9. É demonstrado em con- dica isto. (3) A juventude não deve se isolar das pessoas e 'da vida
traste com a insensatez. de ocupações, mas também não deve se esquecer de Deus. (4) O
1. O escopo e algumas máximas fundamentais, 1:1-19. valor das pessoas jovens que recebem o conselho dos seus pais.
2. Os conselhos da sabedoria, 1:20 até o final do cap. (5) O grande perigo das más companhias.
3. A sabedoria revelará a Deus e a justiça salvando-nos do
homem perverso e da mulher adúltera, cap. 2.
4. A descrição da vida de sabedoria, cap. 3. PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
5. A sabedoria, o melhor caminho — cap. 4.
6. A mulher adúltera — cap. 5.
7. Contra vários males, cap. 6. (1) Selecione passagens que falem da recompensa, da virtude
8. Os conselhos da sabedoria contra as seduções da mulher e da piedade. (2) Cite passagens que falem do mal da preguiça ou
adúltera — cap. 7. da indolência, do vício de beber, da embriaguez, da mentira, e das
9. A sabedoria faz um apelo — cap. 8. contendas em família. (3) Faça uma lista dos principais pensamen-
10. O convite da sabedoria — cap. 9. tos do livro a respeito de Deus, o homem, e outros ensinamentos
religiosos de nossos dias. (4) O que é dito sobre o homem que go-
Provérbios Práticos de Salomão - 10:1-22:16. verna o seu próprio espírito, sobre um bom nome, sobre a obe-
Estão colocados separadamente e não podem ser classifica- diência aos pais, sobre palavras convenientes, sobre a mulher boni-
dos. ta a quem falta discreção, sobre a pessoa liberal, sobre o falso equi-
líbrio, sobre uma resposta branda de um filho sábio. Encontre as
III. As Palavras do Sábio - 22:17 até o final do cap. 24. respostas. (5) O perigo de seguir um amor (mulher) impuro, cap. 5.
(6) A insensatez de ceder aos encantos de uma prostituta, cap. 7.
Algumas vezes chamadas de recomendações de justiça. Exis-
(7) A descrição de uma mulher de valor, 31:10 até o final.
tem vários autores, e os tópicos são diferentes.
Eclesiastes e Cantares de Salomão —101

dos bens, do prazer mundano, da honra do mundo; tudo para


concluir que as coisas são vaidade e canseira de espírito. Foi
tudo o que um homem, com o conhecimento de um Deus santo
e que trará todos a julgamento, aprendeu da natureza vazia das
12 coisas "debaixo do sol" e do dever do homem de temer a Deus
e guardar os Seus mandamentos.

Eclesiastes e Cantares de Salomão O Propósito do Livro. Certamente, o propósito não é ex-


pressar as dúvidas e o ceticismo do escritor ou registrar as queixas
de um espírito amargo. Não é a experiência de um pessimista ou
de um homem mau que se tornou moralista. O objetivo é mostrar
Lição 73. Análise, Discussões Introdutórias e caps. 1-6 de Eclesias- que se alguém consegue atingir todos os seus objetivos, esperanças
tes.
e aspirações da vida, isso não lhe trará satisfação ao coração. A sua
Lição 74. Eclesiastes, caps. 7-12, Mensagens do livro e tópicos "Pa- experiência é usada para mostrar o resultado de uma vida mundana
ra Estudo e Discussão." de sucesso e auto-gratificação em contraste com o desfecho da
Lição 75. O Filho de Salomão - Análise, Discussões Introdutórias mais alta sabedoria de uma vida piedosa. É-nos mostrado que o
e leitura do livro na Bíblia. homem não foi feito somente para esse mundo ou para realizações
Lição 76. Leitura dos caps. 10 e 12, com discussão dos tópicos egoístas, mas para cumprir um grande plano de Deus para ele atra-
"Para Estudo e Discussão" envolvidos nas seções dos vés da obediência e do serviço divino. Ele está consciente da ordem
livros poéticos estudados. divina no mundo e percebe que o homem que teme a Deus está em
vantagem sobre todos os outros.

ECLESIASTES
ANÁLISE
O Nome. O nome hebraico significa pregador e refere-se àque-
le que reúne ou discursa às assembleias.
As Vaidades da Vida — caps. 1-4, vistas tanto na experiência
O Elemento Pessoal ou Humano. Expressões tais como como na observação.
Atentei , 'Disse comigo," "Eu vi," etc., indicam que não está 1. A vaidade daquilo que foi experimentado — caps. 1 -2.
sendo desenvolvida a vontade de Deus, mas um homem está falan- 2. A vaidade daquilo que foi observado — caps. 3-4.
do das suas próprias aventuras e do seu fracasso final. Trata-se da-
quilo que foi visto e experimentado.
A Sabedoria Prática — caps. 5-7.
1. Algumas máximas de prudência — cap. 5.
A Visão Geral ou Frase-Chave é "debaixo do sol " com a
2. Algumas vaidades — cap. 6.
triste ressalva, "vaidade de vaidades, tudo é vaidade," mostran-
3. O melhor caminho para se dar bem na vida — cap. 7.
do como um homem, sob as melhores condições possíveis bus-
cou alegria e paz empregando os melhores recursos humanos
tie teve o melhor que poderia conseguir da sabedoria humana, Normas Para Uma Vida Feliz — caps. 8-11.

100
IV. Conclusão de Todo o Assunto — cap. 12.
702 - Visão Panorâmica da Bíblia Eclesiastes e Cantares de Salomão — 103

AS MENSAGENS DE ECLESIASTES O Significado da Estória. (1) Para os judeus daquela época


era um apelo à pureza de vida, um retorno àqueles relacionamen-
1. Acerca da Convicção e da Conduta. A partir desses estudos tos que Deus ordenou entre o homem e a mulher. Era um projeto
podemos aprender que a convicção e a conduta, segundo a sua re- contra a poligamia que havia se tornado quase universal. Na ver-
lação, têm muito a ver com o carâter. (1) As convicções afetam o dade, era considerada como uma apresentação de toda a história
carâter através da conduta. (2) A conduta sem convicção destrói de Israel. Haviam frequentemente se afastado de Deus assim como
tanto o carâter quanto a consciência. (3) A conduta orientada pela aquela jovem fora tentada a se afastar do seu amor. (2) Para os
convicção forma e completa o carâter. (4) A convicção deve ser cristãos é apresentada como uma alegoria de Cristo e Sua Igreja,
justa e a conduta tem de estar em harmonia com ela. o Noivo e a Noiva, a plenitude do amor que une o crente e o seu
Salvador. O crente não deve submeter-se às tentações do mundo
2. Acerca de Deus em Nossa Vida. Há dois lados da questão. e ser infiel a Jesus. Assim, a atitude da jovem ilustra a verdadeira
Deixar Deus de fora em nossa vida é o mesmo que perder a chave atitude cristã. (3) Para todo o mundo é mostrada a pureza e a
para o sucesso na vida. Entronizar a Deus em nossa vida é fazer da constância do amor de uma mulher e a devoção aos seus ideais.
vida uma vitória. Fornece um ideal que, se atingido da maneira própria, expulsaria
da sociedade humana todas as práticas monstruosas que proce-
dem de ideais indignos. Ele purifica a relação entre os sexos e
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO nos salvaria da ruma do pecado social.

(1) Faca uma lista das diferentes coisas enumeradas como vai- O Estilo. É em parte diálogo e em parte monólogo. O amor
dade ou fracasso. (2) Faca uma lista das coisas que vêm a nós co- entre eles é expresso de um modo sensual, bastante comum entre
mo dons da providência divina. (3) Faca uma lista das máximas de os povos orientais. A maior parte dos indícios leva a crer que foi
prudência ou normas que nos ensinam a viver retamente e nos co- escrito para comemorar as núpcias de Salomão e a filha de Faraó.
locam acima das tribulações e derrotas da vida. (4) Pensa o autor É um tipo de drama com três personagens principais: Salomão,
que buscar o prazer é o grande negócio da vida? (5) Ele nega o va- a jovem sulamita e o seu amado.
lor do serviço altruístico? (6) Ele crê na vida futura e nas recom-
pensas futuras?
ANÁLISE

CANTARES DE SALOMÃO A Primeira Tentativa do Rei para Ganhar o Amor da Vir-


gem - 1:1-2:7.
1. Ela conversa com as damas da corte — 1:1-8.
O Nome. O nome do livro é Cântico dos Cânticos de Salo-
2. A tentativa do rei para vencê-la falha — 1: 9-2: 7.
mão. Também recebe o nome de Cânticos e é assim chamado,
talvez, por causa da sua grande beleza.
O Segundo Esforço do Rei Para Ganhar o Amor da Jovem —
2:8-5:8.
O Assunto. O assunto é o amor fiel visto numa mulher que,
1. A virgem lembra da sua felicidade anterior quando estava
apesar de sujeita às tentações de uma corte oriental, permanece
com o seu amado em sua terra - 2:8-17.
fiel ao seu primeiro amor. Ela, uma menina do norte, atrai a aten-
2. Em um sonho ela vaia procura dele — 3:1-5.
ção do rei que a traz para Jerusalém e lhe oferece todo tipo de
3. O rei lhe mostra a sua glória e a sua grandeza — 3: 6-11.
persuasão para que se torne a esposa do rei. Mas, após a recusa fi-
4. Novamente ela rejeita o seu amor apesar dos elogios à sua
nal lhe é permitido retornar à sua terra e ao seu amor, um pastor beleza — 4:1:7.
que vive no campo.
104 — Visão Panorâmica da Bíblia Eclesiastes e Cantares de Salomão — 105

5. Ela anseia pelo seu amado que está ausente - 4:8-5:1. Igreja. (4) Algumas passagens onde o amor da mulher e o amor do
6. Ela sonha que o está buscando em vão —5:2-8. rei são expressos. (5) A base do amor humano, 2:2-3. (6) A força
do amor humano, 8:6-7. (7) A interpretação do amor humano em
III. A Terceira Tentativa do Rei Para Ganhar o Amor da Jovem — termos do amor divino.
5:9-8:4.
1. As damas da corte não conseguem compreender a fidelida-
de da jovem ao seu antigo amor — 5:9-6:3.
2. O terceiro esforço do rei para ganhar o amor da jovem cho-
ca-se com a declaração dela sobre o seu propósito de per-
manecer fiel ao seu amado que está ausente — 6:4-8:4.

IV. O Triunfo da Donzela -8:5-14.


Ela retorna ao seu lar entre os montes do norte e reencontra-
se com o seu amado pastor.

AS MENSAGENS DE CANTARES DE SALOMÃO


1. Acerca do Amor Humano. O amor é a mais nobre expres-
são do coração humano. Aqui, encontramos algumas lições funda-
mentais sobre ele. (1) Sua base. É a satisfação mútua (2: 2-3). O
amor de um complementa o amor do outro e faz com que o amor
de qualquer outra pessoa seja excluído. (2) Sua força. É indestru-
tível (8:6-7) e é um fogo inextinguível. (3) Sua bênção. É uma
fonte de alegria, descanso, paz, e coragem. (4) Sua grandeza. É a
maior coisa no relacionamento humano e também a maior na reli-
gião. Constitui o mais alto valor definitivo da vida.

2. Acerca da Religião. São três as sugestões: (1) A nossa reli-


gião é primeiramente uma religião de amor. Isso se tornara' mais
claro se aplicarmos a esse pensamento a base, a força, etc., dadas
acima. (2) O amor humano é santificado pela religião que o enca-
ra fora do círculo da luxúria. (3) A vida religiosa tem a sua melhor
expressão nos termos do amor humano, tais como afeto, auto-re-
núncia, fidelidade, etc.

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

(1) Faça uma lista das passagens onde a beleza da mulher é


descrita. (2) Passagens que apontam para o relacionamento entre
a pessoa salva e Cristo. (3) Passagens que mostram a glória da
Isaías - 107

12:1ss.; 1 Rs 1:11) e Gade (2 Sm 24:11ss.). Os profetas até


mesmo favoreceram a divisão do reino (1 Rs 11:29ss.; 12:22ss.)
pensando que aquilo era necessário para salvar a verdadeira reli-
gião. Os maiores entre os primeiros profetas foram Elias e Eliseu
13 que começaram a combater a idolatria que cresceu especialmente
sob o rei Acabe que foi influenciado por Jezabel, a sua esposa
pagã, que adorava a Baal. Não escreveram livros, mas liquidaram
Isaías a falsa adoração em Israel.

Os Livros Proféticos. Todos têm os seus nomes provindos


dos profetas cujas mensagens proclamam. Estão em sua maioria
escritos numa linguagem poética e são usualmente divididos em
Lição 77. Discussões Introdutórias e caps. 1-6.
dois grupos: (1) Os profetas maiores que inclui Isaías, Jeremias,
Lição 78. Isaías, caps. 4048.
Lamentações, Ezequiel, e Daniel. (2) Os profetas menores que
Lição 79. Isaías, caps. 49-57.
abrange os outros doze. Esta divisão baseia-se no volume de ma-
Lição 80. Isaías, caps. 58-66 e as mensagens do livro. terial em cada livro e pode ser mal interpretada uma vez que pode
dar a entender que alguns livros são mais importantes do que
O Profeta. No estudo das mensagens dos profetas devemos outros. Não temos a capacidade de decidir sobre a importância de
entender que os significados do termo profeta podem ser: (1)
suas mensagens.
Uma pessoa encarregada da expressão pública da mensagem Podem ser divididos de modo mais apropriado segundo o seu
religiosa, muito semelhante aos pregadores de hoje. Essa era a lugar na ordem profética, ou segundo o período da história de Is-
função mais comum do profeta. Alguns foram reformadores rael em que profetizaram, conforme vemos a seguir: (1) Os profe-
enquanto outros foram evangelistas ou trouxeram reavivamentos. tas pré-exílio, ou seja, aqueles que profetizaram antes do exílio.
(2) Uma pessoa que desempenhou a função dos escribas e escre- São eles: (a) Jonas, Amos e Oséias, profetas de Israel e (b) Obadias,
veu a história, biografias e anais de sua nação. Nessa função eles Joel, Isaías, Miquéias, Naum, habacuque, Sofonias, e Jeremias,
compilaram ou escreveram grandes porções dos livros do Antigo profetas de Judá. (2) Os profetas do exílio, Ezequiel e Daniel.
Testamento. (3) Uma pessoa que era capaz de compreender e Ambos eram de Judá, mas profetizaram à toda a nação durante o
discernir o futuro predizendo eventos que ocorreriam mais tarde. cativeiro. (3) Os profetas pós-exflio safo aqueles que profetizaram
Nessa função a pessoa é vista como um vidente e as suas predições depois do cativeiro. São todos de Judá e os seus nomes são: Ageu,
são muito consideradas. Este tipo de profecia é menos encontra- Zacarias, e Malaquias.
da nos livros proféticos. Talvez o ministério de Jeremias estenda-se até o período do
cativeiro. Há uma grande incerteza acerca da cronologia de Oba-
Os Primeiros Profetas. O primeiro grande profeta foi Moisés dias, Joel, e Jonas. Também há diferenças entre as opiniões a res-
que, no tempo dos juizes, foi seguido por Débora, a profetisa peito de qual origem eram os profetas (Judá ou Israel). Miquéias
(Jz 4:4) e por um profeta anónimo (6:8). Um pouco mais tarde é um exemplo. O professor deve ser capaz de dar as razões para
parece que havia muitos profetas sob a liderança de Samuel. Saul essas diferenças.
fracassou como rei porque não seguiu a liderança dos profetas.
Durante os anos subsequentes apareceram vários deles, mas so- O Estudo dos Profetas. O estudante deve ter em mente que
mente de forma ocasional. Entre estes encontram-se Nata (2 Sm os profetas tratam primariamente com a moral e a condição re-
ligiosa do seu próprio povo na época de seu ministério. Portanto,
106 as suas denúncias, advertências e exortações não são princípios
108 - Visão Panorâmica da Bíblia Isaías - 109

abstratos mas locais e para Israel. O profeta era acima de tudo um forma à sua carreira. Ele viu: (1) A santidade e a majestade de
patriota judeu que trazia reavivamento estando cheio do Espírito Deus. (2) A sua corrupção quanto a estas características. (3) A
Santo e movido por um espírito de zelo por Israel. convicção de um terrível julgamento sobre os perversos. (4) A sal-
Os elementos de predição dos livros proféticos devem ser in- vação do remanescente que se tornaria a semente de um novo Is-
terpretados à luz de: (1) Um cumprimento próximo e local, tal rael. Com essas verdades ardendo em seu espírito, ele empreendeu
como a dispersão e a restauração. (2) Um cumprimento maior e a batalha da justiça em todas as esferas da vida. Esforçou-se para
mais distante do qual o primeiro é apenas um pressa'gio, tal como regenerar toda a vida da nação. Tentou fazer não somente a ado-
o advento do Messias e o Seu reino de glória sobre toda a terra. ração religiosa, mas também o comércio e a política, tão puros a
A interpretação das profecias deve se dar com o significado li- ponto de tudo se tornar um culto aceitável a Deus. Portanto, tor-
teral, natural e não-forçado das palavras. As seguintes passagens nou-se um mestre, pregador, reformador social, homem de estado
mostrarão como as profecias, já' cumpridas, foram cumpridas e vidente. Ele sentia que a sua nação tinha uma missão divina e
literalmente e não alegoricamente: Gn 15:13-16; 16:11-12- Dt que Deus iria cuidar de tudo, mas a menos que levassem a termo
28:62-67; SI 22:1,7, 8, 15-18; Is 7:14; 53:2-9; Os 3:4; Jl 2:'28- o propósito divino. Deus vindicaria a Sua justiça trazendo julga-
29; Mq 5:2; At 2:16-18; Mt 21:4-5; Lc 1:20, 31: At 1 ' 5 ' M t 2 - mento sobre a nação. Assim, ele frequentemente predizia a conde-
4-6; Lc 21:15,17, 24; At 21:10-11. nação da nação.
Um dado livro profético tem de ser lido cuidadosamente
devendo ser observados todos os diferentes assuntos. A seguir, As Condições de Israel (O Reino do Norte). Isaías começou
deve ser feito um cuidadoso estudo para se achar o que é dito a profetizar quando havia riqueza e prosperidade sob o domínio
sobre os vários tópicos já encontrados. Para ilustrar, o profeta de Jeroboão II. Porém, internamente, havia muita corrupção. Ra-
pode mencionar a si mesmo, Jerusalém, Israel, Judá, Babilónia pidamente o reino foi destruído (621 a.C.) sendo conquistado e
ou Egito, etc. Deve-se aprender o que é falado acerca de cada um. levado para o cativeiro pelos assírios.
Isso requererá que o estudante aprenda tudo o que ele possa sobre
a história dos diferentes assuntos mencionados para que compreen- As Condições de Judá (O Reino do Sul). Durante os reinados
da a profecia sobre eles. de Acaz, Jota, e Uzias, a opressão, perversidade, e idolatria esta-
vam em todos os lugares. Acaz fez uma aliança com a Assíria que,
O Profeta Isaías. Sabemos muitas coisas a seu respeito. (1) finalmente, trouxe destruição a Israel, mas Ezequias ouviu a Isaías
Ele foi chamado para a sua obra no último ano do reinado de e fez reformas e Deus destruiu os exércitos assírios antes que Je-
Uzias. (2) Viveu em Jerusalém durante os reinados de Uzias, Jota rusalém fosse destruída.
Acaz e Ezequias; a maior parte de sua vida parece ter sido vivida
como um tipo de pregador da corte ou capelão do rei. (3) É o mais A Natureza do Conteúdo do Livro. Tem sido dito que o
renomado dos profetas do Antigo Testamento, sendo que as suas conteúdo do livro de Isaías inclui: (1) Advertências e ameaças con-
visões não se restringiam ao seu próprio país e à sua época. Falou tra o seu próprio povo por causa do seu pecado. (2) Quadros da
a todas as nações e para todas as épocas. "Ele foi um homem de história do tempo de Isaías. (3) Profecias do retorno de Israel
intelecto poderoso, grande integridade e notável força de caráter." do cativeiro. (4) Profecias a respeito da vinda do Messias. (5) Pre-
14) Ele é citado mais do que qualquer outro profeta no Novo visões do julgamento de Deus contra as nações. (6) Discursos que
Testamento e, por causa da relação do seu ensino com os tempos apelam para a reforma religiosa e moral em Israel. (7) Visões da
e lições do Novo Testamento, suas profecias tem sido vistas como glória futura e da prosperidade da igreja. (8) Expressões de ações
uma "ponte entre a antiga e nova alianças". (5) Foi casado e teve de graça e louvor.
dois f i lhos.
O Principal Interesse. O profeta lida primariamente com a
A Natureza de Seus Ensinos. Na sua visão inaugural, registra-
nação e não com indivíduos. Fala em primeiro lugar do presente
da no sexto capítulo, Isaías recebeu algumas verdades que deram
110 — Visão Panorâmica da Bíblia l sã ias —111

e não do futuro. Estes dois fatos devem ser conservados em mente V. O Grande Livramento de Jerusalém - caps. 33-39.
quando lemos e interpretamos o livro. 1. Ais sobre os assírios cruéis e o louvor aos justos — cap. 33.
2. A ruína de Edom e o maravilhoso livramento do povo de
ANALISE Deus — caps. 34-35.
3. A ruína da Assíria — caps. 36-37.
I. Discursos Acerca de Judá e Israel — caps. 1-12. 4. O restabelecimento de Ezequias e a embaixada da Babiló-
1. Algumas promessas e reprimendas — caps. 1-6. nia — caps. 38-39.
(1) A grande denúncia — cap. 1. VI. A Preparação de Deus Para a Libertação - caps. 40-48.
(2) A exaltação de Sião através do julgamento dos ímpios 1. Deus traz libertação — cap. 40.
caps. 2-4. 2. O servo de Deus de Israel e o desafio aos ídolos — cap. 41.
(3) Lições sobre a vinha — cap. 5. 3. O servo de Jeová e a sua obra — cap. 42.
(4) A chamada do profeta — cap. 6. 4. A graça de Deus irá redimir Israel enquanto os ídolos nada
2. O livro de Emanuel — caps. 7-12. podem fazer - 43:1-44:23.
(1) Duas entrevistas com Acaz — cap. 7. 5. A missão de Ciro — 44:24 — até o final do cap. 45.
(2) Alguns terríveis julgamentos e um grande livramento — 6. A ruína da Babilónia e seus deuses — caps. 46-47.
8:1-9:7. 7. Encorajamento e exortação à paciência — cap. 48.
(3) O castigo de Deus sobre a perversa Samaria — 9:8-
10:4. VII. A Libertação Virá Através do Servo do Senhor, o Messias -
(4) A destruição da Assíria e a salvação do povo de Deus — caps. 49-57.
10:5 até o final do cap. 12. 1.O Seu Servo irá libertar Sião com força divina — caps.
49-50.
II. As Profecias Contra Nações Estrangeiras - caps. 13-23. 2. A confiança em Deus, a expectativa de libertação e o retor-
Na ordem abaixo há profecias relacionadas com as seguintes no à Jerusalém - 51:1-52:12.
nações: Babilónia, Assíria, Filístia, Moabe, Damasco com Is- 3. O sofrimento, a vitória e a exaltação do servo de Jeová —
rael e Judá, Etiópia, Egito, o triunfo da Assíria sobre a Etió- 52:13 - até o final do cap. 53.
pia e o Egito, a segunda mensagem contra a Babilónia, Duma 4. Perspectivas felizes e um convite para o preparo para a vin-
(Edom), Jerusalém e Tiro. da do Senhor — caps. 54-55.
5. As bênçãos da aliança para os justos e a condenação dos
III. O Julgamento do Mundo e o Triunfo do Povo de Deus - governadores perversos e idólatras em Israel —caps. 56-57.
caps. 24-27.
1. Os terríveis julgamentos vindouros — cap. 24. VIII. A Restauração de Sião e do Reino Messiânico — caps. 58-66.
2. O triunfo de Israel — cap. 25. 1. Jeová requer a adoração verdadeira, e não formal — cap. 58.
3. A canção de louvor de Judá - cap. 26. 2. Jeová irá redimir a Sião depois de punir os seus pecados —
4. O opressor julgado por amor à Israel - cap. 27. cap. 59.
3. A glória transcendente de Sião — cap. 60.
IV. A Relação de Judá Com o Egito e a Assíria - caps. 28-32. 4. O programa de misericórdia para a nova era — cap. 61.
1. A queda de Samaria e a punição da Judá pecaminosa - 5. Um novo quadro da glória da Sião renovada - cap. 62.
cap. 28. 6. A oração do Israel penitente depois que Deus esmaga
2. O cerco e o livramento da Lareira de Deus (Jerusalém) - Edom, seu inimigo — caps. 63-64.
cap. 29. 7. Jeová responde a oração e promete a salvação para Judá —
3. A insensatez de ter alianças com o Egito - caps. 30-32. caps. 65-66.
/12 - Visão Panorâmica da Bíblia l / Isaías - 113

AS MENSAGENS e maravilhosas descrições do destino final da Babilónia e Iduméia,


13:19-22; 34:10-17. (10) A teologia de Isaías ou os seus pontos-
Nenhum outro livro é mais rico em lições gerais do que este. de-vista sobre assuntos como a condição moral do homem, a neces-
Entre as mais notáveis ao leitor comum, encontram-se: sidade de um redentor, as consequências de uma redenção, a divina
providência, a majestade e a santidade de Deus, a vida futura, etc.
1. Lições Vistas em Qualquer Lugar do Livro: (1) Deus co-
nhece o pecado e a calamidade do homem. (2) Deus está grande-
mente interessado no homem e deseja ajudá-lo. (3) Deus envia
mensageiros para falarem aos homens sobre o perigo no qual se en-
contram e sobre o Seu desejo em ajudá-los.

2. Lições Sobre o Governo de Deus. Existem quatro: (1)0


governo atua visando a graça, enquanto que a graça atua visando o
governo. Ele nos governa para que possamos ter graça e mostra-nos
a graça para que possa nos governar. (2) A salvação pela graça é
seguida pela submissão ao controle. (3) Os princípios de governo
de Deus são baseados na retidão e na justiça. (4) O Seu governo
é caracterizado pela paciência, persistência e poder.

3. Lições Acerca da Graça. (1)0 pecado violenta a graça. Isso


é visto mais claramente na cruz. (2) A salvação humana depende
da submissão à ação da graça na cruz. (3) O destino do homem é
decidido pela resposta ao efeito da cruz sobre o homem.

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

(1) Os pecados de Israel e Judá que são reprovados. (2) As


outras nações a respeito das quais são feitas previsões e o que é di-
to sobre cada uma delas. (3) A chamada de Isaías, cap. 6. (4) A
mensagem de Isaías à Acaz, cap. 7. (5) O modo pelo qual Isaías co-
loca a deidade de Jeová sobre a Sua habilidade de predizer o futu-
ro, cap. 41. Aponte outras ilustrações. (6) As predições expressas
sobre o Messias e como as encontramos cumpridas em Jesus. (7)
Destaque as passagens que retratam a futura glória da Igreja e a
prosperidade espiritual da raça. (8) As passagens que predizem
^ restauração dos judeus retornando do cativeiro. (9) Algumas pre-
dições já cumpridas: (a) Os julgamentos de Deus sobre os reis de
Israel e a nação de Israel, cap. 7. (b) A destruição de Senaqueribe,
<íap. 37. (c) Desastres que sobrevieram à Babilónia, Damasco, Egi-
to, Moabe e Iduméia (Edom), cap. 13, 15, 18, 19 e 34. (d) As vivas Edgar
Jeremias e Lamentações —115

inimigos. (2) Judá havia caído em um péssimo estado, mas Josias,


que reinava quando Jeremias começou o seu ministério, tentou tra-
zer reformas e restaurar a antiga ordem. Entretanto, depois da sua
morte, a perversidade cresceu muito e na última fase da vida de
Jeremias, Jerusalém e o templo foram destruídos por Nabucodo-
14 nosor, e Judá foi levado para o cativeiro. (3) As potências mun-
diais do tempo do nascimento de Jeremias eram a Assíria e o Egi-
to. Elas brigavam pela supremacia. Mas Jerusalém viveu para ver
Jeremias e Lamentações ambas as nações subjugadas e a Babilónia dominar o mundo. Ele
previu como seria a queda da Babilónia e como um reino muito
maior iria surgir, um reino onde existiria a justiça e a paz.

Lição 81. Análise, Discussões Introdutórias e caps. 1, 37-45 e 52 O Livro. O livro de Jeremias é composto principalmente de
de Jeremias. traços de biografia, história, e profecia, mas os eventos e os capí-
Lição 82. Análise, Discussões Introdutórias, Leitura de Lamenta- tulos não se encontram em ordem cronológica. Ele encerra o pe-
ções e as mensagens dos dois livros. ríodo da monarquia e marca a destruição da cidade santa e do san-
tuário, falando da agonia mortal da nação de Israel, o povo esco-
lhido por Deus. Mas ele viu muito além dos julgamentos de um fu-
JEREMIAS turo próximo, enxergando um dia mais brilhante quando os pro-
pósitos eternos da graça divina seriam concretizados. Portanto, o
O Autor. Seu nome significa exaltado de Jeová e está classi- livro enfatiza a glória futura do reino de Deus, a qual deve per-
ficado em segundo lugar entre os escritores do Antigo Testamen- manecer mesmo que Israel pereça. Ele viu essa glória futura: (1)
to. Viveu entre o final do século seis e começo do século cinco an- Na salvação do remanescente fiel, 4:27; 5:10, 18; 30:11. (2)
tes de Cristo. Seu ministério começou em 626 a.C. (o décirno- Na restauração desse remanescente, 3:12, 21, 22; 16:14-15. (3)
terceiro ano de Josias, 1:2), durando cerca de sessenta anos até No surgimento de uma nova Jerusalém onde Deus irá habitar,
depois da queda de Jerusalém em 586 a.C. Provavelmente, ele mor- 33:16. (4) Na vinda do rei messiânico, 23:4-6; 30:9, 31. (5) Na
reu na Babilónia durante os anos iniciais de cativeiro. Tinha uma nova aliança de perdão e graça, 31:33, 34; 32:40; 33:8. (6) Na
natureza sensfvel, meiga, tímida e inclinada para a melancolia. presença de Jeová no meio do Seu povo, 3:16. (7) Na volta das
Era muito devotado à religião e naturalmente temia causar dor aos nações à Jeová, 3:17, 4:2, 16:19; 33:9. Contribui de duas for-
outros. Era ousado e corajoso de forma incomum, embora isso o mas para com a verdade da maneira como era compreendida em
tenha levado a ser odiado e a sofrer o mal. Em todos os lugares há sua época. (1) A espiritualidade da religião. Ele viu a ruína vin-
uma nota de julgamento e por causa disso ele tem sido chamado doura da religião formal e nacional e mostrou que para sobreviver
de o profeta da condenação. Também é chamado de o profeta àquela destruição a religião não deveria ser nacional, mas indivi-
chorão. Sofreu por causa da desobediência e da apostasia de Israel dual e espiritual. (2) A responsabilidade pessoal (31:29-30). Se a
e pelos males que ele previu. Por ser muito religioso, ele sofreu religião devia ser uma condição espiritual do indivíduo, a doutrina
por causa da impiedade do seu tempo. da responsabilidade pessoal era uma necessidade lógica. Estes dois
ensinos constituem um grande avanço.
A Condição das Nações. (1) Israel, o reino do norte, havia
sido levado para o cativeiro, e Judá ficou sozinho contra os seus ANÁLISE

11A l. A Chamada do Profeta e a Sua Garantia — cap. 1.


/16 - Visão Panorâmica da Bíblia Jeremias e Lamentações —117

II. Judá É Chamada ao Arrependimento — caps. 2-22. ANÁLISE


1. Seus pecados são apresentados — caps. 2-6.
2. A chamada ao arrependimento — caps. 7-10. I. A Miséria de Jerusalém — cap. 1.
3. O apelo à aliança — caps. 11-13.
4. A rejeição e o cativeiro são preditos — caps. 14-22. II. A Causa do Sofrimento do Povo — cap. 2.
III. O Livro da Consolação - caps. 23-33.
III. A Base da Esperança — cap. 3.
1. A restauração do remanescente — caps. 23-29.
2. A restauração completa — caps. 30-33.
IV. O Passado e o Presente de Israel — cap. 4.
IV. O Julgamento de Jerusalém Causado Pela Maldade do Povo
- caps. 34-36. V. O Apelo Final Para a Restauração — cap. 5.

V. A História de Jeremias e Seus Tempos — caps. 3745.


AS MENSAGENS
VI. As Profecias Contra Nações Estrangeiras — caps. 46-51.
As Lições Sobre o Pecado. Aqui há seis verdades: (1)0 peca-
VII. Apêndice Histórico - cap. 52. do será punido, indubitavelmente. (2) O pecado entristece o cora-
ção de Deus. (3) O pecado será vencido por Deus. (4) O pecado
cega o homem para os seus melhores interesses. (5) O pecado faz
LAMENTAÇÕES com que o homem se volte contra os seus melhores amigos. (6)
O pecado destrói nações e indivíduos.
O Nome. O nome significa elegias ou poemas de lamentação
ou queixa. Originalmente, fazia parte de Jeremias e fala das tris- As Lições Sobre o Verdadeiro Amor. (1)0 amor não nos
tezas de Jeremias quando as calamidades por ele previstas atingi- torna cego para as falhas daqueles a quem amamos. Jeremias viu
ram o seu povo, que com frequência havia desprezado e rejeitado o pecado de Judá. (2) Ele não encobre as falhas, mas tenta nos
a sua mensagem. Ele escolheu viver com eles no seu sofrimento e, livrar delas. Jeremias pretendia salvar Israel falando-lhes sobre os
além do seu choro, mostrou-lhes um raio de esperança. Há cinco seus pecados. (3) Ele não abandona aquele que, negligenciando
poemas independentes nos seus cinco capítulos. Os caps. 1, 2, 4, as advertências, persiste no pecado e encontra a calamidade. Je-
e 5 têm 22 versículos cada um, í.e., exatamente o número de le- remias foi com Judá para o cativeiro e lá chorou por seus irmãos.
tras do alfabeto hebraico. O cap. 3 tem 66 versículos, ou seja,
três vezes o número de letras do alfabeto. Os primeiros quatro
capítulos mencionados (1, 2, 4, 5) são um acróstico, isto é, cada PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
versículo começa com uma letra do alfabeto hebraico seguindo
a ordem do alfabeto. No capítulo três cada letra aparece em (1) Faça uma lista dos males previstos contra o povo por
ordem e é repetida três vezes como a letra inicial de três linhas causa do seu pecado (Exemplo: 19:7-9). (2) Faça uma lista dos
sucessivas. Também é interessante notar que no capítulo onde vários pecados e vícios dos quais Jeremias acusa Israel (Exemplo:
há 66 versículos, cada versículo tem somente um terço da medida 2:13; 3:20, etc.). (3) Indique todas as profecias de julgamento
dos versos encontrados nos capítulos de 22 versículos. Isto repre- divino sobre as nações estrangeiras e analise a punição predita
senta a mesma medida, não importando se o capítulo tem 22 ou (Exemplo: 5:18-25). (4) Estude o caso de fidelidade aos pais
66 versículos. Tudo isso mostra como o poema foi escrito com um apresentado no cap. 35. (5) Estude todas as passagens em ambos
grande cuidado e diligência. os livros que falam do Messias e da era messiânica fazendo um es-

118 — Visão Panorâmica da Bíblia

tudo de cada uma delas (Exemplo: 23:5-6). (6) Selecione algumas


passagens que chamam a atenção em Lamentações e mostre como
se aplicam aos fatos da história. (7) O sinal e o tipo de destruição
da terra, caps. 13-14. (8) O oleiro, uma ilustração do poder de
Deus sobre as nações: caps. 18-19. (9) A ilustração do retorno, vis-
ta nos figos: cap. 24. (10) A carta de Jeremias aos cativos, cap. 29. 15
(11) O amor de Jeremias por Judá — ele viu as suas falhas, repro-
vou-a por causa dos seus pecados, mas não a abandonou quando
estava em sofrimento por ter desprezado o seu conselho. Ezequiel e Daniel

Lição 82. Análise, Discussão Introdutória e caps. 1-7 de Ezequiel.


Lição 83. Ezequiel, caps. 40-48 e as mensagens do livro.
Lição 84. Análise, Discussões Introdutórias e caps. 1-6 de Daniel.
Lição 85. Daniel, caps. 7-12 e as mensagens do livro.
Lição 86. Revisão dos estudos feitos nos capítulos XIII a XV. Em
cada um dos cinco profetas estudados, analise os tópicos
"Para Estudo e Discussão" sobre as porções estudadas.

EZEQUIEL

O Profeta. Seu nome significa Deus fortalecerá. Ele era um sa-


cerdote e foi levado ao cativeiro por Nabucodonosor em 597 a.C.
Tinha a sua casa junto ao rio Quebar onde os anciãos de Judá
costumavam se reunir. A sua esposa morreu no nono ano do seu
cativeiro. Foi um homem de um intelecto bastante poderoso e,
aparentemente, era pertencente às melhores classes daqueles que
foram levados ao cativeiro. É menos atraente do que Isaías e é me-
nos constante no fluir de seus pensamentos do que Jeremias.
Não é tão tímido ou sensível como Jeremias, mas teve todo o sen-
timento de horror pelo pecado e sofreu por causa da maldade do
seu povo e da provação que experimentou. Na sua coragem de ex-
pressão não foi ultrapassado por nenhum de seus predecessores.

A Natureza da Profecia. A natureza da profecia ou os méto-


dos através dos quais ele exerceu ou manifestou os seus dons pro-
féticos são diferentes daqueles de outros profetas. Ele tem mais vi-

119
BMUOTECAMIIICULAR
720 - Visão Panorâmica da Bíblia Ezequiel e Daniel —121

soes dos acontecimentos em lugar de prevê-los. Alegorias, pará- ANALISE


bolas, similaridades, e visões são abundantes. Alguns são símbo-
los do futuro e outros são símbolos dos fatos e condições existen- I. A Chamada de Ezequiel — caps. 1-3.
tes. O profeta permanece à margem do Quebar e é transportado 1. A primeira visão — cap. 1.
em espírito para Jerusalém e o templo. Muitas partes do livro são 2. A chamada — caps. 2-3.
parecidas com o Apocalipse, e apesar dos assuntos gerais serem
bastante evidentes, a maioria dos significados dos símbolos é II. A Destruição de Jerusalém — caps. 4-24.
obscura. Entretanto, eles são discursos poderosos e predições 1. O cerco e o inescapável julgamento da cidade — caps. 4-7.
eloquentes acerca do julgamento de Deus sobre as nações. Pro- 2. A condição da cidade e os pecados do povo — caps. 8-19.
vavelmente deva-se ao serviço de Ezequiel a manutenção da reli- 3. Renovadas as provas e predições sobre a condenação de
gião de Israel durante o exílio. Judá e Jerusalém — caps. 20-24.

Os Seus Ensinos. Ele repete muito dos assuntos dos profetas III. As Predições Contra Cidades e Nações Estrangeiras — caps.
que o antecederam, colocando ênfase especial sobre assuntos co- 25-32.
mo: justiça, moralidade, e religião espiritual, manifestando, porém,
menos interesse no cerimonialismo (caps. 6-12; 7:22; 33:25). IV. As Profecias Acerca da Restauração — caps. 33-48.
Como Jeremias, ele fala da responsabilidade moral do indivíduo 1. A restauração de Judá à terra prometida — caps. 33-39.
e formula de modo consideravelmente pormenorizado as doutri- 2. Os tempos messiânicos — caps. 40-48.
nas do arrependimento e perdão, mostrando, de modo especial,
que o arrependimento é necessário para a salvação (caps. 14, 18,
33, especialmente 14:1-20; 18: 20-32). Ele proclama a necessidade AS MENSAGENS DE EZEQUIEL
de um novo coração e um novo espírito (11:19; 18:31; 36:26).
Como um profeta messiânico, olhou para a restauração completa (1) Sobre a natureza terrível do pecado. Ele abate e destrói
e gloriosa dos judeus sob uma teocracia com um pleno sistema tanto homens como nações. (2) Sobre a responsabilidade indivi-
nacional centralizado no templo, o qual tem os serviços dos sa- dual. Os homens não sofrem por causa dos pecados dos outros,
cerdotes e dos levitas (11:16ss.; 16:60ss.; 17:22-24; 20:40ss; mas pelos seus próprios pecados, 18:14; 33:10ss. (3) Sobre o po-
caps. 3348). Como sacerdote e profeta, ele desejava promover a der e a majestade de Deus. Isto é visto através de vários animais
santidade popular e corrigir alguns dos abusos que colocavam como o leão, o boi, a águia, e em Seu controle sobre todas as cir-
a nação em perigo. Assim, ele denunciou os pecados de Judá e cunstâncias. Esse poder e majestade também tornam-se a base da
predisse a queda de Jerusalém (caps. 1-24), proclamando os jul- esperança de que o julgamento com certeza sobreviverá àqueles
gamentos vindouros sobre as nações estrangeiras (caps. 25-32). que estão em pecado e os justos serão vitoriosos.

A Condição dos Judeus. (1) Condições políticas e sociais.


Estavam presos na Babilónia, mas eram tratados como colonos PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
e não como escravos. Aumentaram em número e acumularam
grandes riquezas sendo que alguns deles galgaram os mais altos (1) A condição, o pecado particular e o julgamento prometi-
postos. (2) A condição ou panorama religioso. Eles contavam do a cada uma das nações mencionadas - as predições foram cum-
com liberdade religiosa e nesse período abandonaram para sem- pridas? (2) Os deveres e responsabilidades de um pregador, ilus-
pre a idolatria. Eles buscaram o livro da lei, revisaram o cânon, tradas pelo atalaia de Ezequiel, cap. 33. (3) A visão dos ossos se-
escreveram alguns novos livros e, provavelmente, inauguraram a si- cos, cap. 37. (4) Judá e Israel representados pela figura de uma
nagoga com o seu culto, que mais tarde se tornou muito poderosa. meretriz, cap. 23. (5) O rio que purifica, 47:1-12. (6) Os ensinos
122 - Visão Panorâmica da Bíblia Ezequiel e Daniel — 123

sobre a restauração apresentado nas seguintes passagens: 36:8; 9, da liderança de Alexandre, o Grande, subjugou todo o mundo per-
25-27, 29, 30, 34, 35; 37:1-14; 37:22, 26, 27; 43:11-12. (7) Os sa. (4) O império romano, que foi precedido pelo império sírio do
símbolos e os tipos do livro. qual se desenvolveu.
O Propósito do Livro. O propósito do livro parece ser: (1)
DANIEL Exaltar a Jeová, que liberta os seus servos, é o Deus de todas as
nações, o Deus que punirá a idolatria. É o Deus puro, justo, etc.
(2) Encorajar os seus compatriotas para resistirem as forças que
O Nome. O nome vem do seu personagem principal, Daniel,
que significa Deus é meu juiz. O autor, provavelmente, foi Daniel ameaçavam a base de sua fé. Isto é visto no exemplo de Daniel
mesmo, embora alguns achem que pode ter sido algum de seus e seus amigos a quem Jeová salvou. (3) Dar uma profecia ou visão
companheiros, e outros chegam a pensar que a história pode ter de todas as épocas desde Daniel até o período messiânico. (4)
sido reunida e escrita em 166 a.C. Esboçar a filosofia religiosa da história que apareceria num grande
estado mundial ao qual o Rei messiânico governaria segundo prin-
A Data. A data, então, deve ser fixada entre o cativeiro em cípios de justiça e direito, e que subjugaria todos os reinos obten-
605 a.C. e a morte de Daniel em 533 a.C., talvez no final de sua do domínio eterno. A ideia principal é o triunfo definitivo do rei-
vida, ou se foi escrito por alguma outra pessoa (esta não é a minha no de Deus. Apresenta dois ensinos novos quando é comparado
opinião) cerca de 166 a.C. com os livros proféticos anteriores: (1) Acerca dos anjos. (2) Acer-
ca da ressurreição dos mortos.
O Profeta. Provavelmente ele nasceu em Jerusalém e foi um
daqueles nobres que foram levados cativos pelo rei Nabucodonosor ANÁLISE
em 605 a.C. Foi educado por ordem do rei e logo se destacou pela
I. A História de Daniel — caps. 1-6.
sua posição contra a luxúria e a idolatria da Babilónia. Logo obte-
1. A sua juventude e educação — cap. 1.
ve grande simpatia e foi escolhido para estar perante o rei numa
2. A interpretação do sonho de Nabucodonosor — cap, 2.
das mais altas posições governamentais sob as dinastias caldéia,
3. Na fornalha de fogo — cap. 3.
média e persa. Ele viveu durante todo o período do cativeiro e,
4. A interpretação do sonho que Nabucodonosor teve acerca
provavelmente, morreu na Babilónia. É dito que não há registro
da árvore — cap. 4.
de nenhuma imperfeição de sua parte. O anjo por repetidas vezes
5. A interpretação para Belsazar da inscrição na parede —
chama-lhe de "homem muito amado." Quatro coisas de natureza
cap. 5.
miraculosa são muito importantes: (1) A interpretação do sonho
6. Na cova dos leões — cap. 6.
de Nabucodonosor que o levou pela primeira vez a um lugar de
destaque. (2) A vitória sobre o poder do fogo escapando ileso II. Daniel e a sua Visão do Reino — caps. 7-12.
quando foi lançado na fornalha ardente. (3) As suas visões da Ba- 1. Os quatro animais — cap. 7.
bilónia, Pérsia, Grécia, e Roma, e também do reino eterno que 2. O carneiro e o bode — cap. 8.
Deus estabeleceria. (4) A sua sobrevivência quando foi jogado na 3. As setenta semanas — cap. 9.
cova dos leões. 4. A visão final — caps. 10-12.

Os Impérios Mundiais no Livro. (1) O império babilónico AS MENSAGENS DE DANIEL


(625-536 a.C.) com Nabucodonosor como o principal rei, sendo
aquele que levou Israel cativo. (2) O império persa (536-330 a.C.) (1) Acerca da sabedoria e do poder de Deus. Ele revela a Sua
que se tornou uma potência mundial através de Ciro, sob quem os sabedoria através do Seu povo que Ele conhece e que também O
judeus retornaram à Jerusalém. (3) O império grego, que debaixo conhece. O seu poder é exaltado no Seu cuidado para com o Seu
124 - Visão Panorâmica da Bíblia

povo governando todas as coisas e visando o bem deles. (2) Acerca


dos governos humanos. Deus levanta e destrói as nações. Ele per-
mite o desenvolvimento das nações ímpias e, então, as destrói en-
quanto dá o crescimento às boas nações preservando-as. Dessa for-
ma Ele governa todo o mundo segundo propósitos de graça, mos-
trando que tem poder e sabedoria para governá-lo até o fim dos
16
tempos. (3) Acerca do conflito entre o bem e o mal. O mal cresce
de forma cada vez mais determinada enquanto que o bem se torna
cada vez mais distinto. Daí a questão: "O mundo está melhoran-
Oséias, Joel e Amos
do?" e o resultado é que o mal e o bem devem entrarem conflito
definitivo. (4) Acerca da vida reta. As pessoas podem, apesar das
circunstâncias, agir retamente (veja Daniel). Isso pode exigir duros
Lição 87. Análise, Discussões Introdutórias e caps. 1-8 de Oséias.
testes para a fé, mas fará com que os homens conheçam o poder de
Lição 88. Oséias, caps. 9-14. As mensagens do livro e os tópicos
Deus. (5) Acerca do reino messiânico. Será uma grande potência
"Para Estudo e Discussão."
mundial dirigida pela justiça e direito. Destruirá todas as demais
Lição 89. O livro de Joel, incluindo: Análise, discussões sobre o
nações e permanecerá eternamente.
livro, mensagens, tópicos "Para Estudo e Discussão"
e leitura das Escrituras.
Lição 90. Discussão do livro de Amos e caps. 1-6.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
Lição 91. Amos caps. 7-8, as mensagens, Análise do livro e tópi-
cos "Para Estudo e Discussão."
(1) Faça uma lista das várias visões de Daniel familiarizan-
do-se com cada uma delas. (2) Faça uma lista de todas as passagens
que se referem ao fato de Daniel estar orando e aponte algumas
OSÉIAS
orações específicas com as suas respostas. (3) Mostre as diferentes
tentativas para destruir ou matar Daniel e aponte a causa pela qual
O Profeta. Ele é chamado o profeta do amor divino. O seu
ele tinha essa oposição, dizendo como ele escapava. (4) Faça uma
nome, Oséias, significa libertação. Ele era um nativo e cidadão de
lista dos vários símbolos tais como o leão e estude a descrição da-
da sobre cada animal simbólico. (5) Indique os vários decretos fei- Israel e seguiu a Amos a quem pode ter ouvido em Betei. Foi con-
tos pelos diferentes reis observando o que causou o decreto, como temporâneo de Isaías e deu um testemunho fiel do Israel corrupto
afetou a Daniel, como influenciou a adoração do povo de sua na- do norte, enquanto que Isaías profetizou em Jerusalém, e foi para
ção, como teve efeito sobre a adoração a Jeová, etc. (6) A difi- Israel o mesmo que Jeremias foi para Judá. Preparou-se para a
sua obra através das lições que aprendeu com os pecados da sua es-
culdade e possibilidade de se viver retamente em circunstâncias
difíceis. (7) A transparência da conduta de Daniel. (9) O conflito posa infiel. (1) Através do sofrimento que ele suportou por causa
inevitável entre o bem e o mal. de seus filhos, ele entendeu a tristeza de Deus pela maldade de
Israel e viu como os seus pecados não eram somente contra a lei
de Deus, mas significavam um insulto ao amor de Deus. (2) Em
amor e por um grande preço ele restaurou a sua esposa e naquele
ato viu uma esperança de restauração e perdão para Israel. Seu mi-
nistério durou mais de sessenta anos e talvez seja o mais longo que

725
126 — Visão Panorâmica da Bíblia Oséias, Joel e Amos — 127

foi registrado. Foi de 786-726 a.C., cobrindo os últimos anos do \ l. Os Discursos Proféticos — caps. 4-14.
reinado de Jeroboão II, ao qual pertencem os caps. 1-3 e o perío- 1. O pecado de Israel — caps. 4-8.
do posterior de anarquia. 2. A punição futura de Israel — caps. 9-11.
3. O arrependimento de Israel e a restauração —caps. 12-14.
O Estilo e o Método. O seu estilo é "abrupto, irregular, dese-
legante," mas também é poético, figurativo e abundante em metá-
foras. Os seus escritos precisam ser interpretados com grande
AS MENSAGENS DE OSÉIAS
cautela para se atingir o que o discurso simbólico queria dizer. Ele
nos faz lembrar de reformadores e reavivadores modernos. Em
toda a ira que o livro revela, podemos notar a beleza maior do 1. Acerca da Decadência Nacional. As seguintes lições podem
amor de reconciliação. Pode-se ver em qualquer parte que o alvo ser aplicadas em nossos dias: (1) Havia apostasia política. Eles dei-
supremo de Oséias é o restabelecimento da comunhão de vida xaram de buscar a Deus e confiaram na ajuda do Egito e Assíria,
e amor de Israel com Jeová. 7:11. (2) Havia apostasia religiosa. Eles adoraram a Baal fazendo-o
substituto para o culto a Jeová, 8:5-7. (3) Havia apostasia moral, a
As Condições de Israel. Externamente havia prosperidade. A qual era manifestada pela mentira, roubo, etc., 4:2. (4) Havia
Síria e Moabe haviam sido conquistadas, o comércio havia cresci- apostasia da aliança. Eles se esqueceram da lei que haviam prometi-
do grandemente, as fronteiras da terra haviam sido estendidas e do guardar, 4:6.
as ofertas no templo eram muitas. Internamente havia decadência.
Imoralidades grosseiras estavam sendo introduzidas, o culto estava 2. Acerca da Natureza e Efeito do Pecado. (1) A sua nature-
sendo contaminado e as multidões de pessoas estavam sendo esma- za. É a infidelidade ao amor. Deus agiu em amor por eles; eles re-
gadas, enquanto o império assírio avançava pronto para esmagar ceberam os seus dons de amor e então O traíram. (2) O seu efeito.
Israel a quem, por causa de seus pecados, Deus havia abandonado Ele faz calar o testemunho de Deus, profana o Seu nome e traz
ao seu destino. punição aos homens. Assim, o julgamento é o resultado necessário
Eles aprovavam a opressão, o assassínio, a mentira, o roubo, do pecado e não pode ser invertido se a pessoa persiste no pecado.
o juramento, etc. Haviam-se esquecido da lei e da sua aliança
para mante-la, colocando o culto a Baal em lugar da adoração a 3. Acerca do Amor. É invencível, porém sofre quando existe
Jeová tornando-se, desse modo, idólatras. Não mais olhavam para pecado. Através da sua facilidade em esquecer, ele triunfa sobre
Deus em tempos de aflição, mas voltavam-se para o Egito e a Assí- o pecador e o perdoa quando este se submete a ele.
ria buscando ajuda e pondo a sua segurança e prosperidade sobre
bases de força e sabedoria humanas em vez de descansarem na es-
perança do favor divino.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

ANALISE
(1) Faça uma lista de todas as exortações ao arrependimento
O Pecado de Israel Ilustrado Pelo Casamento Infeliz de Oséias e reformas, estudando-as. (2) Aponte as várias expressões de jul-
— caps. 1-3. gamento sobre as pessoas. (3) Faça uma lista da expressões de ter-
1. A sua esposa adúltera e os seus filhos — cap. 1. no amor pelas pessoas que se afastam, mas que se regeneram. (4)
2. A infidelidade de Israel e o retorno a Deus vistos na mulher Faça uma lista de todas as passagens que indicam a dor e o so-
adúltera — cap. 2. frimento por causa do pecado. (5) A apostasia política e religiosa.
3. O amor de Deus restaura Israel assim como Oséias faz com (6) O pecado como uma infidelidade ao amor — o adultério espi-
a sua esposa — cap. 3. ritual. (7) Os convites do livro.
725 - Visão Panorâmica da Bíblia Oséias, Joel e Amos — 129

JOEL II. O Arrependimento de Israel e as Bênçãos Prometidas por


Jeová-2:18-3:21.
1. As bênçãos materiais - 2:18-27.
O Profeta. O seu nome significa Jeová é Deus, mas o seu local 2. No julgamento mundial — cap. 3.
de nascimento e as condições de sua vida são desconhecidas. Muito
provavelmente, ele profetizou em Judá (2:15-17), e a época do
seu ministério tem sido comumente colocada durante o reinado de AS MENSAGENS DE JOEL
Joás, rei de Israel, e Amazias, rei de Judá. Parece certo que ele é
um dos primeiros livros proféticos (alguns acham que ele é o pri- (1) Alguns princípios do governo de Deus. Ele governa com
meiro), e as suas referências ao templo e aos seus serviços têm paciência, usando as forças da natureza e pela graça para que pos-
levado alguns a concluírem que ele era um sacerdote. samos ser abençoados. (2) Sobre o nosso lugar no Seu governo.
Devemos reconhecer o nosso lugar e proclamar a plenitude do
A Profecia. (1) A profecia fala de quatro sucessivas pragas de espírito e levar os homens a clamarem a Deus.
insetos, de modo especial os gafanhotos (2:25) e uma seca (2:23),
que haviam sido inéditas. Essas calamidades, declara o profeta, são
o resultado do pecado do povo e deveriam levá-lo ao arrependi- PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
mento, para que Deus pudesse abençoá-lo em vez de amaldiçoá-lo.
(2) O povo se arrepende e a calamidade é removida. Isto é usado (1) Destaque as várias declarações sobre a seca e os gafanho-
pelo profeta para prenunciar a destruição e a restauração vindou- tos que indicam a severidade e a ruína dos seus efeitos. (2) Reúna
ras de Israel, e essa restauração também é, sem dúvida, usada para as passagens referentes à era messiânica e tente ver como ou o que
prefigurar a Igreja Cristã e a sua vitória aqui na terra. (3) O grande é predito sobre aquela era. (3) Indique todas as referências aos pe-
assunto é o terrível julgamento de Deus que deveria sobrevir às cados de Israel. (4) Reúna evidências do controle divino sobre o
pessoas por causa dos seus pecados. (4) A sua grande profecia universo vistas no livro.
distintiva é 2:28-32, a qual foi cumprida no dia de Pentecoste:
Atos 2:16-21. (5) Em tudo isso, ele está enfatizando as recom-
pensas para os justos e o castigo certo para os perversos, e assim ele AMOS
apelou tanto para as esperanças quanto para os temores dos ho-
mens. Mas o principal valor do livro é o seu otimismo. Havia vitó- O Profeta. O seu nome significa "Fardo, Carga," e é chamado
ria adiante, os justos seriam finalmente vitoriosos e teriam a salva- o profeta da justiça. Seu lar era Tecoa, uma pequena cidade da Ju-
ção; os inimigos de Deus seriam destruídos. O conflito entre o bem déia cerca de 20 quilómetros ao sul de Jerusalém, onde ele traba-
e o mal e entre Israel e seus inimigos terminaria numa completa lhava como boiadeiro e colhedor de sicômoros. Ele era muito hu-
e gloriosa vitória da justiça e de Israel. milde, não era da linhagem profética e nem foi educado numa es-
cola de profetas para exercer o seu ofício. Deus ordenou que
ele saísse de Judá, sua terra natal, e fosse para Israel, o reino do
norte. Em obediência a essa chamada ele foi para Betei, onde es-
ANÁLISE tava o santuário, e entregou a sua mensagem corajosa. A sua pre-
gação ousada contra a terra de Israel fez com que em Betei se le-
A Chamada ao Arrependimento — caps. 1:1-2:17. vantasse Amazias, o grande sacerdote idólatra, o qual se queixou
1. Através da assolação causada pelos gafanhotos e pela seca dele ao rei. Ele foi expulso do reino depois de denunciar Amazias
— cap. 1. que, por sua vez, o havia acusado de estar pregando comercialmen-
2. Através da assolação futura — 2:1-17. te, 7: 10-14. Entretanto nada mais sabemos sobre ele, exceto o que
730 — Visão Panorâmica da Bíblia Oséias, Joel e Amos —131

se encontra no livro, que provavelmente ele escreveu depois que III. Cinco Visões Acerca de Israel — caps. 7:1-9: 10.
retornou à Tecoa. 1. Os gafanhotos -7:1-3.
2. O fogo-7:4-6.
A Época da Sua Profecia. Ela foi dada durante o reinado de 3. O prumo (um teste) — 7: 7-9, um interlúdio histórico (o
Uzias, rei de Judá, e Jeroboão II, rei de Israel. Aparentemente, conflito com Amazias, 7: 10-17).
foi uma época muito próspera para o reino do norte. Entretanto, 4. A visão de um cesto de frutos (a iniquidade está madura
os males sociais podiam ser vistos em todos os lugares, especial- para a punição) — cap. 8.
mente os pecados que provinham de uma separação entre o rico e 5. A destruição do altar (fim dos cultos) —9:1-10.
o pobre, 2:6-8, etc. A religião era de um baixo nível e formal, e
muito da adoração pagã havia sido adotado. IV. São Prometidos a Restauração e o Reino Messiânico — 9:
11-15.
O Significado da Profecia. Lendo-se o livro, percebe-se que
o profeta espera a condenação que virá sobre as nações estrangei-
AS MENSAGENS DE AMOS
ras. Ele prediz a perversidade dos judeus e a sua punição futura,
mostrando como a nação será dissolvida e levada ao cativeiro. Ele
(1) Jeová não é Deus somente de Israel e Judá, mas de todas
prevê a glória e a grandeza do reino messiânico. Ele vê a Jeová
as nações. (2) Ele dirige a todos com os mesmos princípios de ver-
como o único Deus verdadeiro, totalmente sábio, todo-poderoso,
dade. (3) Ele conhece as relações internacionais e as obrigações
onipresente, misericordioso, e justo, cujo favor pode ser assegura-
decorrentes delas. (4) As nações que vivem sob uma luz maior têm
do somente vivendo-se uma vida de justiça. Ele vê que a justiça
a maior responsabilidade. (5) Os pecados nacionais podem perma-
entre os homens é a base da sociedade, mas os homens são res-
necer sem punição por um período de tempo, mas o arrependi-
ponsáveis pelos seus atos, sendo que a punição virá se falharmos
mento é o único meio para se escapar da condenação causada por
em medir a nossa responsabilidade. Mostra que o culto é um insul-
eles. (6) O povo escolhido deve ser justo ou, então, sofrerá.
to a Deus se o adorador não se conformar aos mandamentos
divinos.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

ANÁLISE (1) Reúna as ilustrações, provérbios, etc., que são extraídos


dos costumes rústicos ou da agricultura. (2) Faça uma lista das
diferentes nações contra as quais ele profetiza apontando o peca-
A Condenação das Nações — caps. 1-2.
do de cada uma e a natureza do castigo que é prometido. (3) Faça
1. Introdução- 1:1-2.
uma relação das várias ilustrações usadas para mostrar a grandeza
2. Os vizinhos de Israel serão punidos por causa dos seus pe-
e o poder de Deus. (4) O pecado das relações erradas entre as
cados- 1:3-2:5.
nações que vivem sob uma luz mais intensa. (6) O arrependimento
3. O pecado de Israel será punido — 2:6-16.
da forma que é visto no livro. (7) As evidências da luxúria da épo-
ca vistas no livro.
A Condenação de Israel — caps. 3-6.
1. Pelas suas iniquidades — cap. 3.
2. Pela opressão do pobre e pela idolatria — cap. 4.
3. Repetidos avisos de julgamento com apelos para a conver-
são e o agir corretamente — caps. 5-6. BIBLIOTECA MRTICBtAR
£dg*r
Obadias, Jonas e Miquéias — 133

Os Judeus. Alguém já disse que este é o livro favorito dos


judeus por causa da vingança que ele anuncia sobre Edom, seu ir-
mão. A sua maior importância reside nas predições da sentença
contra Edom, os descendentes de Esaú, o "irmão gémeo de Jacó",
17 que desde o início se hostilizara contra Israel tornando-se um tipo
da imutável hostilidade da carne contra os que são nascidos do
espírito.
Obadias, Jonas e Miquéias
ANÁLISE

I. A Punição de Edom - 1 -9.


Lição 92. Leitura dos livros de Obadias e Jonas, Análise, Discus- 1. A nação cairá — 1-4.
sões Introdutórias e tópicos "Para Estudo e Discussão." 2. Seus aliados a abandonarão — 5-7.
Lição 93. O livro de Miquéias, incluindo a análise, discussões in- 3. A sua sabedoria falhará — 8-9.
trodutórias, as mensagens, leitura da Escritura e tópicos
"Para Estudo e Discussão." II. O Pecado de Edom - 10-14.

III. A Culpa das Nações - 15-16.


OBADIAS
IV. Judá Será Restaurada - 17-21.

O Profeta. O seu nome significa Servo do Senhor, mas não


AS MENSAGENS DE OBADIAS
sabemos nada a respeito dele a não ser aquilo que pode ser visto
em sua profecia. Sem dúvida, foi escrito depois da queda de Jeru-
salém sob Nabucodonosor em 587 a.C., e antes da destruição de (1) As lições sobre o pecado. Acerca do pecado, Obadias diz:
(a) O seu elemento principal é o orgulho. Ele é manifestado, por
Edom, cinco anos mais tarde, o que lhe daria uma data de apro-
ximadamente 585 a.C. Isso o faz contemporâneo de Jeremias. um lado, numa baixeza animal e ímpia, e demonstra uma falta de
senso espiritual; e por outro lado, numa provocação contra Deus,
exibindo auto-proteção e perguntando: "Quem me deitará por
O Motivo. O motivo da profecia é a crueldade dos edomitas terra?" (b) A sua principal manifestação é a violência, e é vista na
regozijando-se pela queda de Jerusalém e Judá. Judá estava em oposição dos edomitas contra Jacó, na sua exaltação e na sua aju-
sofrimento e Edom se alegrava por isso. Ele mostra que o descon- da para esmagar a Judá. (c) O seu elemento final é a retribuição.
tentamento de Deus, assim como o seu julgamento, repousam so- Nós colheremos aquilo que ceifamos — "como tu fizeste, assim
bre aqueles que se alegram com a calamidade dos outros, e espe- se fará contigo." (2) A lição de esperança para Israel. Edom (Esaú)
cialmente sobre aqueles que se gloriam ou se alegram na desgraça será destruído, mas Jacó será restaurado e levado à perfeição.
do povo de Deus. Também ensina que Jeová está interessado de
um modo especial em Seu povo e que Ele estabelecerá um novo
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
reino que terá Judá e Jerusalém como centro, sendo que a sua
principal característica será a santidade.
(1) O pecado do orgulho. (2) O pecado de se alegrar com a
desgraça dos outros. (3) O castigo segundo o nosso pecado e do
132
mesmo tipo dele.
.,,
134 — Visão Panorâmica da Bíblia Obadias, Jonas e Miquéias — 135

JONAS ANÁLISE

O Profeta. O seu nome significa pomba, e ele é o filho de I. A Primeira Chamada de Jonas e a Sua Fuga do Dever — caps.
Amitai. A sua terra era Gate-Hefer, uma aldeia de Zebulom, e ele, 1-2.
portanto, pertencia às dez tribos e não à Judá. Ele é primeiramente 1. A chamada, a fuga, e a punição — 1:1-16.
mencionado em 2 Reis 14:25, onde profetizou o sucesso de Jero- 2. O arrependimento e o salvamento — 1:17-2: 10.
boão II na sua batalha contra a Síria, através da qual ele iria re-
cuperar os territórios que outras nações haviam conquistado de II. A Segunda Chamada de Jonas e a Pregação em Mínive —
Israel. Ele provavelmente profetizou numa data recuada, embora ca p. 3.
tenham falhado todas as tentativas para tentar determinar a época 1. A sua segunda convocação — versículos 1-2.
da sua profecia, bem como a época e lugar da sua morte. 2. A sua pregação contra Nínive — 3-4.
3. O arrependimento de Nínive — 5-9.
A Profecia. Ela difere das outras profecias pelo fato de ser 4. Nínive é salva — 10.
uma narrativa e mais a "história de uma profecia do que uma pro-
fecia propriamente dita." Todos os outros ocupam-se principal- III. A Ira de Jonas e a Misericórdia de Deus — cap. 4.
mente com a mensagem profética, enquanto este livro registra as 1. A ira de Jonas — 1-4.
experiências e o trabalho de Jonas, mas diz muito pouco da sua 2. A lição da planta -5-11.
mensagem pregada. A história de Jonas tem sido comparada às de
Elias e Eliseu (1 Reis 17-19 e 2 Reis 4-6).
Embora contenha muitos elementos miraculosos, o propósito AS MENSAGENS DE JONAS
evidente não é nos falar sobre o profeta Jonas, mas nos ensinar
grandes lições morais e espirituais, e é uma infelicidade que os seus 1. Sobre o Amor de Deus e Seu Cuidado Para Com as Nações
elementos sobrenaturais tenham feito desse livro um alvo de ata- Pagãs. Isto pode ser visto no tratamento de Deus com Nínive. A
que por parte dos irreligiosos. Mas os fatos, embora sejam extraor- sua atitude diante dela foi de piedade (4: 11) e os Seus esforços
dinários, não são absolutamente contraditórios e inconscientes. Na em favor dela foram sinceros. Ele lhe enviou uma mensagem e
verdade, o Sr. Driver disse muito bem que "sem dúvida os traços cancelou o castigo quando ela se arrependeu. Isso mostra o amor
da narrativa são históricos." Cristo falou sobre Jonas e cria nele, de Deus pela cidade pecadora e é especialmente um empreendi-
pois comparou a Sua própria morte durante três dias com os três mento de missões estrangeiras.
dias que Jonas permaneceu no ventre do peixe. Enfatizaremos
mais as suas verdades morais e espirituais do que os seus elementos 2. Acerca de Deus e Seus Servos. Deus precisa e envia os men-
miraculosos. sageiros. Pacientemente, ele persiste até que eles vão. Não pode-
É o livro mais "cristão" dentre os demais do Antigo Testa- mos escapar de Deus.
mento. A sua verdade central é a universidade do plano divino de
redenção. Em nenhum outro lugar do Antigo Testamento é colo- 3. Acerca do Nosso Fracasso no Dever. Por muitas vezes nós
cada tanta força sobre o amor de Deus atingindo toda a raça hu- falhamos devido à nossa ignorância sobre Deus e à nossa má com-
mana. O seu objetivo é mostrar aos judeus que eles no seu egoísmo preensão d'Ele. Também falhamos por causa da nossa falta de
haviam se esquecido de que Deus estava ansioso por ver o arrepen- amor aos estrangeiros (assim como Jonas odiava Nínive). Podemos
dimento de todos os homens para que Ele pudesse salvá-los. É uma vencer obedecendo a Deus, o que resultará em amor pelos homens.
chamada às missões mundiais, e mostra que aqueles que conhecem
o Salvador e o seu amor divino são obrigados a levar a mensagem 4. Sobre o Verdadeiro Arrependimento e o Amor de Deus.
aos outros. Jonas, os marinheiros, e a cidade de Nínive são exemplos de como
136 - Visão Panorâmica da Bíblia Obadias, Jonas e Miquéias — 137

nada, exceto o legítimo temor e arrependimento, pode trazer li- apresentou a maldade de Judá e Israel, as suas punições, a restau-
vramento da parte de Jeová. Eles também mostram que todo aque- ração e a vinda de Cristo, sendo parcialmente responsável pela
le que se arrepender será perdoado. reforma levada a efeito por Ezequias. Comparado à Isafas, ele foi
um cidadão simples, nascido de uma linhagem obscura e reconhe-
5. Sobre a Função do Pregador e Profeta. O seu dever é pre- cidamente um membro da classe camponesa, enquanto que Isaías
gar apenas a mensagem que Deus lhe deu, pregá-la onde Deus lhe foi um profeta da cidade com uma elevada posição social e era o
diz, sem medo da morte e sem interesses pessoais, não se preo- conselheiro dos reis. Porém, igualmente tinha firmes convicções
cupando com os resultados — deve deixá-los para Deus. a respeito da natureza do triunfo final do reino de Deus. Ambos
tinham elevados conceitos sobre o caráter de Deus e das obriga-
6. Sobre a Afirmação dos Judeus de que Deus se Preocupa ções que pesavam sobre o Seu povo.
Somente Com Eles. É demonstrado que isso é falso através do de-
sejo de Deus de enviar um profeta à Nínive, pela sua punição con- As Grandes Verdades da Profecia São: (1) A destruição de
tra Jonas devido à sua indisposição para ir, e pelo Seu perdão dado Israel (1:6-7). (2) A desolação de Jerusalém e o templo (3:12 e
à Nínive quando houve arrependimento. 7:13). (3) O cativeiro dos judeus na Babilónia (4:10). (4) O re-
torno do cativeiro em paz e prosperidade, e com bênçãos espiri-
tuais (4:1-8 e 7:11-17). (5) O rei de Sião (o Messias) (4:8). (6)
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO Onde e quando Ele nasceria (5:2). Esta é a sua grande profecia
e é aceita como válida na anunciação à Herodes.
(1) Os vários traços de caráter que safo marcantes em Jonas.
(2) Os perigos da desobediência para a própria pessoa e para os
outros. (3) As possibilidades de influência do homem comissio-
ANALISE
nado por Deus. A influência de Jonas sobre os marinheiros e sobre
Nínive. (4) O cuidado de Deus pelas nações pagãs (4: 11), e a sua
salvação dependente das atividades em missões estrangeiras. (6) I. A Calamidade Iminente — cap. 1.
O profeta ou o pregador — a sua chamada, a sua mensagem, e o
lugar de atuação. II. Os Pecados que Causaram Aquela Calamidade — caps. 2-3.
1. Em sua maldade, elas se recusam a ouvir os profetas e são
levadas cativas — 2:1-11.
MIQUÉIAS 2. A restauração prometida —2:12-13.
3. Os pecados dos ricos e das autoridades — cap. 3.
O Profeta. O seu nome significa Quem é o Senhor? Era um
morastita, cidadão de uma pequena cidade de Gate. Foi um con- III. A Restauração e a Glória Prometidas — caps. 4-5.
temporâneo mais jovem de Isaías e profetizou tanto a Israel co- 1. Prometida a restauração da cidade de Sião — 4:1-5.
mo a Judá durante a época de Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de 2. A restauração e a glória de Israel — 4:6-13.
Judá, e Recaías e Oséias, os dois últimos reis de Israel. Tinha gran- 3. O poderoso reino messiânico vindouro — cap. 5.
de simpatia pelo povo simples, sendo tocado pelos erros sociais
do seu tempo (caps. 2-3), tendo-se tornado o advogado do povo, IV. A Controvérsia de Deus com Israel — caps. 6-7.
seu defensor, e também o seu acusador. Essencialmente, ele não 1. A acusação e a ameaça de Deus contra eles — cap. 6.
acrescentou nenhum ensino aos dos seus predecessores, mas bus- 2. Em lamentação e paciência o justo deve esperar por um
cou de uma maneira simples e eficaz, imprimir ao povo as verda- tempo melhor — 7:1-13.
des fundamentais da religião de Jeová. Ele, de modo bem claro, 3. Deus terá misericórdia e trará restauração — 7:14-20.
138 — Visão Panorâmica da Bíblia

AS MENSAGENS DE MIQUÉIAS

1. Acerca da Falsa Autoridade. Isso está relacionado com três


classes: (1) Os governantes civis que julgam esperando recompensa
são maus, amam a maldade e odeiam o bem. (2) Os líderes espiri-
tuais que ensinam esperando pagamento, afirmam serem de Deus 18
e são corrompidos por maus motivos. (3) Os líderes morais que
adivinham por dinheiro, cuja influência leva o povo ao erro e que
fazem a guerra enquanto clamam por paz. Naurn, Habacuque, Sofonias e Ageu

2. Sobre a Verdadeira Autoridade. Ela virá de um passado


eterno. A sua administração será' eterna e alimentará (satisfará) o Lição 94. Os livros de Naum e Habacuque, Análise, Discussões In-
povo de Deus. O seu ato final resultará na destruição dos falsos trodutórias, tópicos "Para Estudo e Discussão," as men-
métodos e trará a paz. sagens e leitura dos dois livros.
Lição 95. Os livros de Sofonias e Ageu. Análise, Discussões Intro-
dutórias, as mensagens, tópicos "Para Estudo e Discus-
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO são" e leitura de ambos os livros.

(1) As diferentes acusações e ameaças contra Israel e Judá.


(2) As várias coisas que são mencionadas para descrever a prosperi- NAUM
dade futura de Israel e do período messiânico. (3) A falsa autori-
dade dos governantes civis, ou líderes morais, ou mestres espiri- O Profeta. O seu nome significa Consolação, o que parece
tuais. harmonizar-se com a sua missão. Era nativo de Elcose, uma peque-
na cidade da Galiléia. Não sabemos onde ele proferiu a sua profe-
cia, se da Filfstia ou Nínive. É dito que ele foi para Judá quando o
cativeiro das dez tribos começou, e que ele estava em Jerusalém
na época da invasão assíria. Se as conclusões acima forem certas, a
data da sua profecia estaria no reinado de Ezequias, rei de Judá,
entre 720 e 698 a.C. Outros o colocam entre a destruição de Te-
bas em 664 a.C., e a queda de Nínive em 607 a.C., afirmando a sua
atuação no reinado de Josias (640-625 a.C.), ou no reinado de
Manassés em 660 a.C.
O tema do livro é a iminente queda de Nínive, a capital da
Assíria, que durante séculos manteve o controle das coisas, sendo
considerada a mais brutal das antigas nações pagãs. O propósito, de
acordo com o nome do autor, era confortar o seu povo, há tempo
oprimido pela Assíria, que estava na iminência de cair para nunca
mais causar-lhe problemas. O estilo é corajoso, eloquente e difere

139
140 - Visão Panorâmica da Bíblia /Vau/7?, Habacuque, Sofoniase Ageu - 141

HABACUQUE
de todos os outros livros proféticos, quando é estudado o seu silên-
cio com relação aos pecados de Judá. É um tipo de explosão de
O Profeta. O seu nome significa Abraço, e, muito provavel-
júbilo sobre a desgraça de um inimigo cruel, um grito de vitória so-
bre a derrubada de um inimigo que impedia a exultação do povo mente, ele foi contemporâneo de Jeremias e profetizou entre 608
a.C. e 628 a.C. e, portanto, numa época de crise moral e política.
de Jeová. Ele evidencia a vingança e a misericórdia como manifes-
Ele pode ter sido um levita ligado à música no templo.
tações das duas faces da santidade divina, uma resultando na des-
truição do perverso (1:2), e a outra na salvação do justo (1:15;
A Profecia. Enquanto Naum profetizou a queda da Assíria
2:2). Ele também nos lembra da absoluta soberania de Deus no
por causa de sua opressão contra Israel, Habacuque fala do julga-
mundo e da Sua exigência por justiça pessoal e nacional.
mento de Deus sobre os caldeus devido à sua opressão. O estilo é
poético e revela imagens muito bonitas. (1) Existe um diálogo en-
tre o profeta e o Governante Divino. (2) Há uma oração ou salmo
ANÁLISE
que, segundo alguns, não é ultrapassado por qualquer linguagem
na grandeza de seus conceitos poéticos e na sublimidade de suas
I. Pronunciada a Sentença Contra Nínive — cap. 1.
expressões.
O seu propósito desenvolve-se do fato de que eles não esta-
II. O Cerco e a Queda de Nínive— cap. 2.
vam em melhor situação sob o domínio da Babilónia (caldeus),
III. Os Pecados que Provocarão a Ruína de Nínive - cap. 3. que havia arruinado a Assíria, do que quando a Assíria lhes do-
minava. Ele não nos ensina como fazem os outros profetas, mas
dirige-se a Deus e questiona a justiça ou mesmo a realidade da
AS MENSAGENS DE NAUM providência divina. Seu objetivo é dar resposta às seguintes pergun-
tas: (1) Como Deus poderia fazer uso de um instrumento perverso
(1) Acerca dos pecados dos homens que são punidos. Confor- como os caldeus (bárbaros) para executar os Seus propósitos? (2)
me é indicado, há orgulho, o qual é um pecado diante de Deus; Poderia o propósito divino ser justificado naqueles eventos? A
crueldade, a qual é um pecado diretamente contra o homem; im- justiça de Deus precisava vindicar o Seu povo. Mas ele questiona
penitência, que é a resistência determinada e que deve ser castiga- se pode haver vindicação enquanto o justo sofre e o perverso triun-
da. (2) Acerca do amor de Deus. É demonstrado na defesa do Seu fa. (3) Por que a maldade parece triunfar enquanto o justo sofre?
povo e nos ensina que o Seu amor é a segurança para uma alma Essa é a pergunta de Jó, agora aplicada à nação.
que confia. A sua ira nunca poderá ser entendida, exceto à luz do
Seu amor.
ANÁLISE

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO I. O Problema do Aparente Triunfo do Pecado — cap. 1.


1. Por que o pecado não é punido? Versículos 1-4.
(1) Os aspectos marcantes do caráter divino vistos no livro. 2. Deus diz que Ele tem usado os caldeus para punir o peca-
Quantos há em 1:2-3? (2) A descrição de Nínive — não somente do-5-11.
3. Eles continuarão agindo com maldade para sempre? 12-17.
a sua maldade, mas também a sua energia e empreendimento. (3)
A sentença prevista para Nínive — analise as predições, mostran-
do as várias coisas pelas quais ela é condenada. (4) O orgulho co- II. O Castigo Iminente dos Caldeus — cap. 2.
1. A espera da visão — versículos 1-3.
mo um pecado contra Deus e a sua punição. (5) A crueldade co-
mo um pecado contra o homem e o seu castigo. 2. A visão dos cinco ais destruidores — 4-20.
742 — Visão Panorâmica da Bíblia Naum, Habacuque, Sofonias e Ageu — 143

III. Uma Era de Confiança em Deus — cap. 3. II. O Julgamento Sobre as Nações Perversas — 2: 1-3:7.
1. A oração do profeta inquieto — versículos 1-2. 1. Um apelo para o arrependimento — 2:1-3.
2. Os fatos do passado mostram que Deus, finalmente, des- 2. A sentença que irá tragar as nações — 2:4 até o final do
truirá os inimigos de Israel — 3-15. cap.
3. O profeta deve confiar alegremente no Senhor e esperar 3. A contumácia do pecado de Judá — 3:1-7.
quando estiverem perplexidade — 16-19.
III. Bênçãos Prometidas ao Remanescente Fiel - 3:8-20.
AS MENSAGENS DE HABACUQUE 1. Por causa do pecado de Israel, a nação será purificada atra-
vés da punição e se converterá a Deus — 3:8-10.
Três lições são importantes. (1) Deus agirá justamente no Seu 2. Purificada, Israel será honrada por toda a terra — 3:11-20.
governo das nações. (2) As nações pecadoras perecerão no final.
Os caldeus irão pecar e morrer. (3) O justo prevalecerá (viverá) por
fé. Somos encorajados a confiar e esperar em Deus. AS MENSAGENS DE SOFONIAS

SOFONIAS (1) Todas as nações, e também Judá, prestarão contas pelos


pecados, cap. 2. (2) Os julgamentos de Deus têm o objetivo de pu-
O Profeta. É um dos filhos de Cusi, um descendente de Eze- nir o pecado e de purificar e curar a nação. (3) No passado as pro-
quias, e profetizou em aproximadamente 630 a.C., durante o rei- fecias foram cumpridas como no caso da destruição do Egito e da
nado de Josias. As suas profecias podem ter tido o objetivo de ini- Assíria. (4) Todas as nações se converterão e, apesar de todas vi-
ciar e levar a bom termo as reformas de Josias. O seu nome signifi- rem a Jeusalém, os homens adorarão a Deus em todos os lugares,
ca Oculto do Senhor, e parece ter sido um contemporâneo de 2:11, etc. (5) Haverá um dia da restauração que o Senhor fará.
Habacuque. Será um ato sobrenatural direto a Deus e afetará o homem e tudo
o que ele tiver contaminado. No lugar do mal haverá o bem, o
A Profecia. A profecia parece ter sido baseada na destruição culto substituirá o egoísmo, etc.
dos citas, os quais o profeta considerava como os executores do
julgamento divino sobre os seus compatriotas pecadores e as na-
ções vizinhas, a quem as nações vieram a temer e a quem o Egito PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
havia subornado. Olha para o julgamento do Senhor que não pode
ser evitado a não ser através do arrependimento. Ele vê a destrui- (1) Faça uma lista daquilo que é dito para induzir ao arrepen-
ção dos impenitentes e a exaltação e glória daqueles que se arre- dimento ou à desistência daquilo que é mal. (2) Quais os pecados
pendem. Portanto, o seu tema é "o grande dia do Senhor," quan- que são condenados em Judá e outras nações? Faça uma lista de-
do o sofrimento sobreviverá a todas as nações às quais o profeta les. (3) Cite as classes especiais que recebem condenação, como
é familiar, Jerusalém e toda a Judéia incluída. Haverá convertidos por exemplo os príncipes. (4) Aliste as bênçãos prometidas para os
em todas as partes do mundo, e estes poderão adorar a Jeová cada dias messiânicos vindouros. (5) O propósito dos julgamentos do
um em seu próprio lugar. Senhor.

ANALISE
AGEU
I. A Ira Vindoura — cap. 1.
1. A destruição de todas as coisas — versículos 1-6. O Profeta. Ageu nasceu na Babilónia e foi um daqueles que
2. O severo castigo de Judá — 7-18. retornou do cativeiro junto com Zorobabel, segundo o decreto
144 - Visão Panorâmica da Bíblia Naum, Habacuque, Sofonias e Ageu — 145

de Ciro. Ele profetizou durante o período da reconstrução do tem- AS MENSAGENS DE AGEU


plo, segundo está registrado em Esdras, e foi o primeiro profeta
chamado a profetizar depois que os judeus voltaram do exílio na (1) O falso contentamento e o descontentamento são perigo-
Babilónia. Ele começou a ensinar dezesseis anos depois da volta sos. (2) Os falsos temores e expectativas devem ser objeto de cau-
do primeiro grupo à Jerusalém. tela. (3) Não é seguro basear conclusões na forca comparativa de
amigos e inimigos de uma proposição. (4) A vida que deixa Deus
As Condições que Ocasionaram a Profecia. Sob o decreto de de fora, repousa sobre uma base falsa.
Ciro, rei da Pérsia, Zorobabel, descendente do rei Davi, liderou um
grupo de cativos de volta à Jerusalém. Eles ergueram o altar e a
obra do templo havia sido iniciada, mas o trabalho havia sido inter- PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
rompido pelos samaritanos hostis e outros, e por cerca de catorze
anos nada foi feito. Aqueles anos de inatividade haviam entorpeci- (1) As reprovações proferidas pelo profeta. (2) O encoraja-
do o seu zelo e, rapidamente, foram se acomodando à situação. mento que ele oferece. (3) A confirmação histórica dos fatos des-
Devido à sua fraqueza, comparada ao grande trabalho diante deles, te livro encontrados em Esdras. (4) O falso contentamento e o des-
começaram a descrer que veriam o seu povo, a sua amada cidade contentamento. (5) O ato de basear conclusões na forca compara-
e o templo restaurados àquela glória retratada pelos profetas ante- tiva de amigos e inimigos de uma proposição, enquanto se deixa
riores. Deus de fora.

A Profecia. O seu propósito era restaurar a esperança do povo


e dar-lhe zelo pela causa de Deus. Ela se deu através de quatro vi-
sões, cada uma mostrando a insensatez do povo em não completar
a obra, e prometendo a bênção divina. Ageu reconhece a importân-
cia do templo como um centro religioso, e dirigiu todos os seus
discursos para o assunto da reconstrução da casa de Deus. Eles
ouvem Deus dizendo: "Eu sou convosco e vos abençoarei." O re-
sultado pode ser visto na capacitação deles, a despeito da oposição,
terminando e dedicando o templo em aproximadamente quatro
anos.

ANÁLISE

O Apelo Para a Reconstrução do Templo — cap. 1.


1. O apelo — versículos — 1-11.
2. Os preparativos para a construção — 12-15.

II. O Novo Templo -2:1-19.


1. A sua glória superior — 2:1-9.
2. A benção do seu santo culto — 2:10-19.

III. O Reino Messiânico - 2: 20-23.


Zacarias e Malaquias — 147

meditação angelical no intercurso com Jeová. Também se distin-


gue pelo simbolismo apocalíptico encontrado nas visões.
O conteúdo revela: (1) Encorajamento para levar o povo ao
arrependimento e à reforma. (2) Discussões sobre guardar os dias
de jejum e humilhação vividos durante o cativeiro. (3) Reflexões
19 de natureza física e moral. (4) Denúncias contra algumas nações
contemporâneas. (5) Promessas de prosperidade do povo de Deus.
(6) Várias predições acerca de Cristo e Seu reino.
Zacarias e Malaquias
ANÁLISE
I. Oito Visões Encorajando a Reconstrução do Templo — caps.
1-6. Introdução- 1:1-6.
Lição 96. Análise, Discussões Introdutórias, Mensagens, tópicos 1. O cavaleiro entre as murteiras — 1: 7-17.
"Para Estudo e Discussão" e caps. 1-6 de Zacarias. 2. Os quatro chifres e os quatro ferreiros — 1:18-21.
Lição 97. Zacarias, caps. 9-10 e o livro de Malaquias, incluindo: 3. O homem com o cordel de medir — cap. 2.
Análise, Discussões Introdutórias, Mensagens, tópicos 4. Josué, o Sumo Sacerdote, e Satanás — cap. 3.
"Para Estudo e Discussão" e leitura do texto bíblico. 5. O candelabro de ouro — cap. 4.
Lição 98. Revisão dos caps. XVI-XIX, Lições 87-98. 6. O rolo volante - 5:1-4.
7. A mulher e o efa — 5: 5-11.
8. Os quatro carros — 6:1-8.
ZACARIAS
Apêndice: Josué coroado como um tipo de Cristo —6:9-15.
O Profeta. O seu nome significa Lembrado do Senhor, e co- II. Exigências da Lei, a Restauração e a Expansão de Israel —
mo Ageu, parece ter estado entre os cativos que retornaram da caps. 7-8.
Babilónia com Zorobabel. Foi um co-obreiro com Ageu, tendo 1. A obediência é melhor do que o jejum — 7: 1-7.
começado o seu tabalho dois meses mais tarde e continuando-o 2. A desobediência, a fonte de toda a miséria passada —
até o segundo ano depois dele. As condições da época eram as 7:8-14.
mesmas daquelas que foram descritas em Ageu, e o profeta tinha 3. A restauração e expansão as quais prefiguram Cristo, "O
o mesmo alvo em mente. Judeu" — cap. 8.
III. Visões do Reino Messiânico — caps. 9-14.
A Profecia. Começa com uma chamada ao arrependimento
1. O Rei Messiânico — caps. 9-10.
seguida por oito visões, cada uma das quais idealizada para enco-
2. O Pastor rejeitado — cap. 11.
rajar os judeus no término do templo e na reconstrução da cida-
3. O povo penitente e restaurado — caps. 12-13.
de, bem como no restabelecimento da sua antiga religião e gover-
4. A soberania divina — cap. 14.
no. A época dos primeiros oito capítulos é a da reconstrução do
templo, enquanto que os capítulos restantes, 9-14, parece terem
AS MENSAGENS DE ZACARIAS
sido escritos trinta anos mais tarde. Ela se destaca pelo caráter
simbólico das suas visões, pela riqueza das predições messiânicas (1) Há um guardião secreto do povo de Deus, "O Sentinela."
encontradas na segunda parte, e pelo importante lugar dado à (2) Há uma provisão secreta para o povo de Deus, "as oliveiras."
(3) O sucesso é certo para o povo de Deus no seu conflito com os
146 seus inimigos.
745 — Visão Panorâmica da Bíblia
Zacarias e Malaquias — 149
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
ANÁLISE
(1) Os símbolos e as figuras utilizadas nas várias visões. (2) Os
diferentes modos de expressar ou antever o sucesso do povo de Introdução: O amor de Jeová por Israel, 1:1-5. Isto pode ser visto
Deus e a destruição dos seus inimigos. (3) Acerca do jejum; deve no contraste entre Israel e Edom.
ele ser mantido? O que é superior a ele? (4) As promessas das pro-
fecias. (5) As denúncias e julgamentos achados no livro.
I. Israel e a Sua Falta de Amor por Deus — 1:6-2: 16. Isto pode
serviste:
1. Pelas suas ofertas contaminadas — 1:6-14.
MALAQUIAS
2. Pelos pecados dos sacerdotes — 2:1-9.
3. Pelos seus casamentos mistos e seus divórcios — 2:10-16.
O Profeta. O seu nome significa Mensageiro do Senhor, ou
Meu Mensageiro. Esteve ligado com o movimento de reforma de
Neemias e Esdras, e condenou os mesmos pecados que eles conde- I1. Deus Virá e Julgará o Seu Povo -2:17-4:6.
naram. Deve, então, ter vivido cerca de 100 anos após Ageu e Za- 1. O Seu mensageiro separará os justos dos perversos — 2:17-
carias, ou aproximadamente 430-420 a.C. Foi o último dos pro- 36.
fetas inspirados do Antigo Testamento. 2. Isto é visto no efeito da retenção ou do pagamento dos d í-
zimos-3:7-12.
As Condições da Época. O povo havia sido restaurado a Je- 3. Os fiéis serão recompensados — 3:13-4:6.
rusalém e o templo havia sido reerguido. Eles haviam-se tornado
sensuais e egoístas, mostrando-se desleixados e negligentes no seu
dever. A interpretação que faziam das entusiasmantes profecias AS MENSAGENS DE MALAQUIAS
dos profetas pré-exílicos e do exílio, os levaram a esperar a con-
cretização do reino messiânico imediatamente após o seu retorno.
Eles estavam, portanto, desencorajados e tornando-se céticos (1) Deus é o governante moral do mundo e vale a pena servi-
(2:17) por causa das desigualdades de vidas vistas em todos os lu- Lo. (2) O amor de Deus não falha, é constante, consciente e cora-
gares. A dúvida sobre a justiça divina levou-os a negligenciar a re- joso. (3) Acerca do amor humano. O amor do homem é falho. A
ligião vital; a piedade verdadeira havia dado lugar à mera formali- morte do amor faz com que falhemos, e não temos poder sem
dade.'Eles não haviam voltado à idolatria, mas um espírito de o amor.
mundanismo havia surgido. Eles eram culpados de muitos vícios,
tais como vemos hoje nas comunidades que professam o cristia-
nismo. PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

A Profecia. O propósito desta profecia foi repreender o povo


por ter abandonado o culto da lei de Deus, chamar o povo de vol- (1) Faca uma lista dos pecados específicos que são repreen-
ta à Jeová e reavivar o espírito nacional. Ele denunciou a indife- didos. (2) Faça uma lista de todas as coisas que são ditas acerca
rença e a hipocrisia dos sacerdotes, denunciou os casamentos im- do Messias e a Sua missão, como também sobre o seu predecessor.
puros, a quebra da lei do sábado, a falta de piedade pessoal, a fal- (3) Analise e estude cada uma das sete controvérsias — 1:2, 7;
ta em não pagar os dízimos e o ceticismo. Há profecias sobre a 2:13, 14, 17; 3:7, 8, 14. (4) Compare os destinos futuros dos jus-
vinda do Messias com as características da Sua vinda, e também tos e dos perversos como se revelam no livro, fazendo uma lista
profecias acerca do antecessor do Messias. daquilo que é dito sobre eles. (5) Faça uma lista de todas as pro-
messas do livro.
Mateus e Marcos — 151

separados. Cada evangelho foi escrito com o alvo de atingir um


resultado definido e foi escrito para algumas pessoas em particular
diferindo uns dos outros segundo esse critério. Portanto, nesse li-
vro cada evangelho é discutido na esperança de delinear o propósi-
to e peculiaridades consequentes a fim de estimular um estudo
20 mais completo das questões levantadas.

Mateus. O autor de Mateus sempre fala de si próprio como


Mateus e Marcos sendo "o publicano," o que pode indicar a sua humildade, vista
no fato de ter sido elevado de uma posição tão baixa para a posi-
ção de apóstolo. Ele era o filho de Alfeu (Marcos 2:14; Lucas
5:27), e era chamado de Levi até que Jesus o escolheu como após-
Lição 99. Discussões Introdutórias e caps. 1-2 de Mateus. tolo e deu-lhe o nome de Mateus, que significa "Dom de Deus."
Lição 100. Mateus - caps. 3-7. Não sabemos nada sobre ele, exceto sobre a sua vocação e festa
Lição 101. Mateus - caps. 8-12. de despedida (Mt 9:9-10); ele estava também com os apóstolos
Lição 102. Mateus - caps. 13-17. no dia de Pentecoste. Dessa forma, silente, observador, e quali-
Lição 103. Mateus - caps. 18-23. ficado pelas suas ocupações anteriores, ele bem pode ter se res-
Lição 104. Mateus — caps. 24-28 e Ana'lise. ponsabilizado pela escrita desse livro. É bem possível que ele tenha
Lição 105. Discussões Introdutórias e cap. 1 de Marcos. sido escolhido pelos outros para esta grande tarefa. Nada sabemos
Lição 106. Marcos — caps. 2-6. sobre a sua morte.
Lição 107. Marcos — cap. 7-11.
Lição 108. Marcos —caps. 12-16 e Analise. O Assunto. O Reino de Deus ou dos Céus.
Lição 109. Revisão de Mateus e Marcos com discussão dos tó-
picos designados. A Data. Escrito cerca de 60 A.D., depois de Marcos.

MATEUS AS CARACTERÍSTICAS E O PROPÓSITO

Os Evangelhos. A respeito dos quatro Evangelhos que agora 1. Não é um Evangelho Cronológico, mas Sistemático e To-
passaremos a estudar, devem ser conhecidos alguns fatos por todos pical. Existe uma ordem na disposição das matérias de modo que
os estudantes. (1) Eles não são a vida de Cristo. Isto se fará bastan- um resultado definido pode ser produzido. O material é tratado
te evidente quando nos lembramos que eles quase ignoram a Sua em grupos, como os milagres nos capítulos oito e nove, e as pará-
infância e mocidade; tratam muito pouco sobre aquilo que é co- bolas no capítulo treze. Existe ordem e propósito também na dis-
mum, mas falam especialmente do sobrenatural na Sua Vida. Cada posição destes grupos de milagre e parábolas. O primeiro milagre
um deixa de fora muito do que está presente nos outros evange- é a cura do leproso, e é um símbolo do pecado; o último é o resse-
lhos e que, sem dúvida, era conhecido pelo escritor. (2) Eles nar- camento da figueira, um símbolo do julgamento. A primeira pará-
ram a história da sua obra redentora através da Sua vida, morte, e bola é a da semente do reino, que é um símbolo do começo ou
ressurreição. Apesar de serem semelhantes e trazerem informações do estabelecimento do reino; a última é a parábola dos talentos,
e lições não encontradas em todos eles, encontram-se totalmente que profetiza a adjudicação final no último dia. A mesma dis-
posição ordeira é vista nas duas grandes seções do livro. A pri-
750 meira grande seção, 4: 17-16:20, apresenta especialmente a
752 — Visão Panorâmica da Bíblia Mateus e Marcos — 153

pessoa e a natureza de Jesus, enquanto que a segunda seção, diante dele, que está assentado em Seu trono e "então dirá o Rei,"
16: 21-27 até o final, narra a Sua grande obra pelos outros, vista e "o Rei, respondendo, lhes dirá,"etc., (Mateus 25:34-40).
na Sua morte e ressurreição.
5. É Um Evangelho Oficial e Organizado. Isto está subenten-
2. É um Evangelho de Ensino ou Didático. Apesar de relatar dido pelo fato de Mateus apresentar Satanás como o cabeça de
um bom número de milagres, o livro é marcado pelos vários discur- um reino; também pelo fato de que as pessoas relacionadas ao nas-
sos de considerável extensão, como o Sermão da Montanha, caps. cimento de Jesus são pessoas autorizadas em sua natureza. Pilatos,
5-7; a denúncia contra os fariseus, cap. 23; a profecia da destruição o juiz, lava as suas mãos do sangue de Jesus, o guarda romano afir-
de Jerusalém e o final do mundo, caps. 24 e 25; o discurso aos ma ser ele o Cristo, e os vigias dizem que Ele não poderia ser man-
apóstolos, cap. 10; e as doutrinas do reino, 17:24-20:16. Essas tido no túmulo. Jesus denuncia as autoridades e chama os seus
porções e as parábolas notadas acima, indicarão quão grande parte próprios discípulos pelos seus nomes oficiais. É Pedro, e não Si-
do livro está na forma de discurso. O estudo pode fazer listas das mão; é Mateus, o nome apostólico, e não Levi, como em Lucas.
outras seções menores de ensino. Jesus indica o seu poder oficial na Sua rejeição dos judeus, di-
zendo-lhes que o Reino é retirado deles (21:43). Ele prepara o es-
3. É um Evangelho de Melancolia e Tristeza. Não há cânti- tabelecimento do Seu reino e diz-lhes quem irá controlar as chaves
cos de alegria como os de Zacarias, Isabel, Maria, Simeão, Ana, e do reino que não estará sujeito ao tempo ou às relações nacionais,
os anjos, registrados em Lucas. Também não vemos Jesus com po- como estava o reino anterior. Somente em Mateus encontramos
pularidade e sabedoria aos doze anos. Em vez disso, vemos a Sua instruções sobre os membros, disciplina e ordenanças da igreja.
mãe quase repudiada e deixada em desgraça pelo seu marido, José, Somente aqui nos é dado o mandamento para batizar, para admi-
e livrada somente pela intervenção divina. Jerusalém está aflita, nistrar a comunhão, e a bela fórmula para o batismo em o nome
as crianças do sexo masculino são mortas, e as mães choram por do Pai, Filho e Espírito Santo. Aqui temos a sua ordem oficial
elas. O menino Jesus é salvo somente pela fuga ao Egito. Toda a para "Ir", baseada em toda autoridade do céu e da terra.
Sua Vida depois do retorno do Egito é deixada no esquecimento Como objetivo adicional da sua obra oficial, encontramos
e ele é um nazareno desprezado. A cruz é desolação, sem um la- Jesus dando especial reconhecimento aos crentes gentios — dan-
drão arrependido ou a simpatia de alguém, com os Seus inimigos do-lhes lugar integrante no Reino. A genealogia da graça e fé in-
^Ultrajando-O, batendo no peito, e passando de longe. Também não clui os gentios; o segundo capítulo mostra a adoração dos magos
há muito otimismo e expectativa de sucesso. Os discípulos serão gentios; o centurião romano demonstra uma fé superior a de qual-
rejeitados e perseguidos como o seu Senhor; muitos serão chama- quer israelita; a grande fé da mulher cananéia levou-O a curar a
dos, mas poucos escolhidos; apenas alguns encontrarão o caminho sua filha, e a mulher de Pilatos, por causa dos seus sonhos, adver-
estreito; muitos reivindicarão a sua entrada no Reino de Deus por- te-o de que ele não deveria se envolver com Jesus. Tudo isso mos-
que profetizaram em Seu nome, mas isto lhes será negado. Mesmo tra a maneira oficial e organizada em que Jesus trabalhou.
o próprio Mateus é um publicano desprezado e rejeitado.
6. É um Evangelho de Antagonismo e Rejeição Judaicos. Por
4. É um Evangelho de Caráter Real. A genealogia mostra a um lado, os judeus se opõem e rejeitam Jesus. Por outro lado, os
descendência real de Jesus. Os magos O buscavam porque era nas- judeus, especialmente os escribas e fariseus, são expostos e rejei-
cido o rei dos judeus. João Batista prega que o reino dos céus está tados por Jesus. Os fariseus armaram planos contra Jesus e ofen-
em suas mãos. Aqui temos as parábolas do reino, começando com deram-se com as Suas violações das regras e costumes acerca do
o reino dos céus, etc. Em Lucas um certo homem deu um grande sábado e suas cerimónias sobre o comer e o lavar, ressentindo-se
banquete e tinha dois filhos, mas em Mateus foi um certo rei. Nos das Suas associações com publicanos e pecadores. A sua oposição
outros evangelistas sempre temos o termo "evangelho", enquanto levou-os a condená-Lo à morte. Por outro lado, Jesus também
que, com uma exceção, Mateus fala do "evangelho do reino." As rejeita os judeus. João chama-os de uma geração de víboras e
"chaves do reino" são dadas a Pedro. Todas as nações se reunirão Jesus designava-os como hipócritas, guias cegos e sepulturas caia-
154 — Visão Panorâmica da Bíblia Mateus e Marcos — 155

das, atingindo o clímax no capítulo 23. Aqui, na sua perversida- II. A Proclamação do Reino-4:17-16:20.
de, eles são incapazes de discernir entre a obra de Deus e a de 1. O início da proclamação — 4:17 até o final do cap.
Belzebu. É-lhes dito sobre a aplicação da profecia de Isaias; eles 2. Através do Sermão da Montanha — caps. 5-7.
tem ouvidos mas não ouvem, e devido à sua indignidade, o reino 3. Através dos milagres e ensinos correlates — caps. 8-9.
é tirado deles. A maldição da figueira, com a qual terminam os 4. Através do envio dos Doze e os milagres e ensinos subse-
milagres de Mateus, mostra o destino da nação judaica. quentes—cap. 10-12.
5. Através de sete parábolas e milagres subsequentes — caps.
7. É Um Evangelho Judaico. Isto pode ser visto no uso dos 8-9.
símbolos judaicos, termos e números sem qualquer nota expli- 6. Através da denúncia dos fariseus com os milagres e ensinos
cativa. Ele nunca explica o significado de uma palavra judaica, das circunstâncias - 15:1-16:12.
tal como Corbã, ou um costume, tal como o de não comer sem 7. Através da Confissão de Pedro - 16:13-20.
antes se lavar. Os outros evangelistas dão as explicações. Ele
chama Jerusalém pelos nomes judaicos, "Cidade do grande rei", III. A Paixão do Reino - 16: 21 até o final do cap. 27.
e "Cidade Santa"; e Cristo é chamado de o "Filho de Davi" e 1. Quatro predições da paixão com discursos e milagres inter-
"Filho de Abraão." Ele fala do templo dos judeus como sendo venientes - 16:21-26:2.
o templo de Deus, e o lugar de habitação de Deus, e o santo (a) EmCesaréiade Filipe - 16:21-17:21.
lugar. A genealogia é traçada desde Abraão e vai através dos (b) Na Galiléia, próximo a Cafarnaum — 17:22-20:16.
grandes eventos judaicos da história. Tudo isso mostra o objeti- (c) Próximo a Jerusalém-23:1-26:2.
vo de ganhar os judeus, porém, muito mais ainda, as sessenta (d) Em Jerusalém - 23:1-26: 2.
e cinco citações do Antigo Testamento e a frequentemente repe- 2. Os eventos da Paixão - 26:3 até o final do cap. 27.
tida tentativa de mostrar que os feitos e dizeres registrados eram
para que as Escrituras se cumprissem. E, apesar de não vermos IV. O Triunfo do Reino - cap. 28.
tanto significado nos números como Plummer e outros, ninguém 1. A ressurreição do Rei —versículos 1-15.
pode dizer que todos os números, tão característicos dos judeus, 2. A provisão para a propagação do reino — 16-20.
estão presentes por acidente. A genealogia tem três ocorrências
do número quatorze, que é múltiplo de sete. Há quatorze pará-
bolas, sete em um lugar e sete em outro. Há sete ais no capítulo * PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
23. Há vinte milagres separados em dois grupos de dez. O núme-
ro sete habitualmente, ou quase sempre, divide-se em quatro e (1) Alguns eventos da infância de Cristo, (a) A história dos
três, o humano e o divino. Das sete parábolas no capítulo 13, magos, (b) O massacre dos infantes, (c) A fuga para o Egito. (d)
quatro referem-se àquilo que é humano ou natural, enquanto O retorno para Nazaré. (2) Dois milagres, (a) Dois homens cegos
que três referem-se ao lado divino e espiritual do reino. Há sete - 9:27-31. (b) O peixe com a moeda na boca - 17:24-27. (3)
petições na Oração Dominical, as três primeiras relacionadas a Dez parábolas, (a) O joio - 13:24-30. (b) A rede - 13:47-50.
Deus e as quatro últimas concernentes ao homem. Talvez, uma (c) O credor incompassivo 18:23-35. (d) Os trabalhadores na
divisão desse tipo é verdadeira nas bem-aventuranças. vinha - 20:1-16. (e) Os dois filhos - 21:28-32. (f) As bodas -
22:1-14. (g) O tesouro escondido - 13:44. (h) A pérola - 13:
ANALISE 45-46. (i) As dez virgens - 25:1-13. (j) Os talentos - 25:14-30.
(4) Dez passagens com discursos de Cristo, (a) Partes do Sermão
O Início do Reino: 1:14-4:16. da Montanha — caps. 5-7. (b) A revelação aos pequeninos — 11:
1. Jesus, o rei, é o Messias do Antigo Testamento — caps. 1-2. 25-27. (c) Convites aos cansados — 11:28-30. (d) Acerca de pala-
2. Jesus, o rei, prepara-se para a Sua obra — 3:1-4:16. vras frívolas - 12:36-37. (e) A profecia à Pedro - 16: 17-19. (f)
Mateus e Marcos — 157
756 — Visão Panorâmica da Bíblia
Não sabemos o que ele conhecia diretamente do trabalho de
Humildade e perdão — 18:15-35. (g) A rejeição dos judeus — Jesus., mas provavelmente não era muito. Os escritores cristãos
2: 43. (h) A grande acusação — cap. 23. (i) O quadro do julgamen- primitivos dizem universalmente que ele era o intérprete de Pedro
to - 25: 3146. (j) A grande comissão e promessa - 28: 16-20. (5) e que ele baseou o seu evangelho em informações obtidas com o
Alguns termos que designam Jesus em Mateus deveriam ser estuda- próprio Pedro.
dos. O estudante deve fazer uma lista dos diferentes lugares onde
cada um deles é usado e, a partir de um estudo comparativo com O Assunto. Jesus, o Rei Todo-poderoso.
outras passagens, formar a sua opinião sobre o significado dos ter-
mos: (a) Filho de Abraão; (b) Filho de Davi; (c) Filho do homem; A Data. Provavelmente foi escrito por volta de 60 A.D., po-
(d) Filho de Deus; (e) Cristo e o Cristo; (f) Jesus: (g) Senhor (h) rém antes de Mateus.
Reino dos céus ou reino de Deus. (6) Faça uma lista de todos os
lugares onde aparece a expressão "para que se cumprisse o que
fora dito", alistando todas as coisas que se cumpriram. (7) Mostre AS CARACTERÍSTICAS E O PROPÓSITO
como e onde ocorre a expressão "o reino dos céus (ou de Deus)"
e, estudando as passagens, demonstre a natureza, as características 1. É Um Evangelho de Vivacidade e Detalhes. Ele mostra o
e os propósitos do reino. (8) Faça uma relação de todos os lugares efeito do temor e maravilha vistos naqueles que presenciaram as
mencionados, familiarizando-se com a história e geografia de cada obras e os ensinamentos de Jesus. Ele relata os detalhes das ações
um, e memorizando os principais eventos ligados a cada um. de Jesus, dos seus discípulos, e das multidões. Isso pode ser ilustra-
do pelas seguintes expressões: Jesus "olhou em redor", "sen-
MARCOS tou-se", "foi adiante"; Ele está triste, com fome, irado, indignado;
Ele faz maravilhas, dorme, descansa, e é movido por piedade; o
O Autor. Ele não foi um apóstolo e era designado de várias galo canta duas vezes; "Era a terceira hora", "Tendo-se levantado
formas como segue: (1) João, cujo sobrenome era Marcos, Atos alta madrugada", "havia dois mil suínos", os discípulos e Jesus es-
12:12, 25; 15:37; (2) Somente João, Atos 13:5, 13; 4:10; File- tão no mar, no Jardim das Oliveiras, no átrio, e no pórtico. Todas
mom 24; 2 Timóteo 4:/11; 1 Pedro 5:13. Era um filho de Maria, as coisas são retratadas com detalhes.
uma mulher de Jerusalém (Atos 12:12). A sua casa era um lugar
de reunião dos discípulos, para onde foi Pedro quando liber- 2. É um Evangelho de Atividade e Energia. Não há nenhuma
tado da prisão. Nesta ou em alguma outra visita. Marcos deve ter narrativa sobre a infância de Jesus, mas Marcos inicia com o "Prin-
se convertido com a pregação de Pedro, e por isso Pedro chama-o cípio do evangelho de Jesus Cristo". Ele retrata a ativa carreira de
de "meu filho" (1 Pedro 5: 13), que, indubitavelmente, significa Jesus sobre a terra. Ele, na verdade, lança ênfase sobre as obras
filho no ministério. Ele retorna com Paulo e Barnabé de Jerusalém de Jesus mais do que sobre as palavras dEle. Poucos discursos de
para Antioquia (Atos 12:25), e os acompanha, como ministro alguma extensão e somente quatro parábolas, das quinze de Ma-
(Atos 13:5) na primeira grande viagem missionária até Perge teus, são dadas numa forma abreviada, ao passo que dezoito dos
(Atos 13:13). Ali deixou-os e voltou para casa. Na segunda viagem milagres são dados numa análise rápida. A rápida sequência é indi-
missionária Paulo se negou a levá-lo e separou-se de Barnabé, pri- cada por uma palavra grega, traduzida por várias palavras, como:
mo de Marcos (Cl 4:10), que escolheu Marcos para acompanhá-lo "imediatamente", "e logo", "e logo a seguir", "então"; palavra
(Atos 15:37-39). Dez anos mais tarde, ele parece estar com Paulo essa que ocorre quarenta e uma vezes nesse evangelho. O significa-
na sua prisão em Roma e foi incluído, certamente, entre os coope- do de imediatamente aproxima-se mais do sentido da palavra gre-
radores de Paulo (Cl 4:10; Fm 24). Paulo o via como útil e pediu ga. Ela indica como na velocidade de um corredor, ele se apressa
a Timóteo para trazê-lo até a sua presença durante o seu último e nos fornece uma narrativa a qual Farrar diz "nos faz sentir co-
aprisionamento (2 Tm 4:11). Ele estava com Pedro quando este mo os apóstolos", que, em meio a pressão das pessoas que vinham
escreveu a sua primeira epístola (1 Pedro 5:13).
158 — Visão Panorâmica da Bíblia Mateus e Marcos — 159

e iam, disseram duas vezes não haver alimento para a multidão. O glória e poder; Jesus de Nazaré, o filho de Deus; um homem, po-
movimento é como o de um filme. rém divino e sem pecado entre homens pecadores e sofredores. A
ele, o Deus-homem, nenhuma humilhação poderia rebaixá-lo, ne-
3. É Um Evangelho de Poder Sobre os Demónios. Aqui, co- nhuma morte poderia derrotá-lo. Nem mesmo sobre a cruz ele po-
mo em outros evangelhos, os demónios submeteram-se a Jesus. deria deixar de ser o rei, o herói, o filho unigénito. E fitando um
Eles o reconhecem como "o Filho de Deus", submetendo-se a quadro como aquele, como poderia um romano deixar de excla-
Ele até naquilo que deveria ser feito com eles (5:7, 12). mar junto com o centurião pasmado e temeroso — "verdadeira-
mente, este era Filho de Deus."
4. É Um Evangelho de Maravilhas. Em todos os lugares Jesus
é visto como um homem de maravilhas que inspira o temor e o ter-
ror, causando admiração naqueles que o vêem e o ouvem. Um pou-
co disto pode ser estudado, especialmente no grego, em 1:27; ANALISE
2:12; 4:41; 5: 33; 6:50, 51; 7:37. Como diz o Arcebispo Thomp-
son: "O maravilhoso Filho de Deus movimenta-se velozmente so- I. O Deus Todo-Poderoso é Apresentado como o Filho de
bre o Seu reino como um meteoro". Isso causa temor aos corações Deus-1:1-13.
dos observadores. Ele "é um homem heróico e misterioso, que ins- 1. No batismo e na pregação de João — 1 -8.
pira não somente uma devoção apaixonada, mas também admira- 2. No batismo de Jesus — 9-11.
ção e adoração."
3. Na tentação- 12-13.
5. É um Evangelho Para os Romanos. Os romanos eram ho-
mens de poder, trabalhadores que deixaram atrás de si grandes fei- II. O Rei Todo-Poderoso em Sua Obra na Galiléia - 1:14 até o
tos para o bem da humanidade. Era próprio que Marcos apelas- final do cap. 9.
se a eles registrando os feitos poderosos de Jesus. Ele lhes mostra 1. O início da Sua Obra - 1:14 até o final do cap.
aquele que tem poder para aquietar a tempestade, controlar a 2. Ele revela o Seu reino — caps. 2-5.
doença e a morte, e mesmo poder para controlar o mundo invisí- 3. Encontra a oposição - 6:1 -8:26.
vel dos espíritos. Os romanos, que viam a deidade num César que 4. Prepara os Seus discípulos para o fim — 8:27 até o final do
era o cabeça de um reino poderoso, se curvariam diante daquele cap. 9.
que se mostrara rei de todos os reinos e cujo domínio era onipo-
tente e eterno, temporal e espiritual. III. O Rei Todo-Poderoso Prepara-se Para a Sua Morte - 10:1-
O romano não sabia nada da escritura ou profecia judaicas, e, 14:31.
dessa forma, ele omite todas as referências à lei judaica, de forma 1. Ele vai à Jerusalém - 10:1-11:11.
que a palavra lei não é encontrada em todo o livro. Ele apenas uma 2. Em Jerusalém e arredores — 11:12-14:31.
vez ou duas refere-se de alguma forma à escritura judaica. Tam-
bém, ele explica todas as palavras judaicas que poderiam causar dú- IV. O Rei Todo-Poderoso Sofre às Mãos dos Seus Inimigos - 14:
vidas a um romano, como por exemplo, "Boanerges" (3:17), "Ta- 32-15:46.
lita Cumi" (5:41), "Corbã" (7:11). Ele transformou o dinheiro 1. A Agoniado Getsêmani — 14:3242.
dos judeus na moeda corrente dos romanos (12:42). Ele explica 2. A prisão-14:43-52.
termos e costumes dos judeus, como se estes não fossem com- 3. O julgamento dos judeus e a negação de Pedro — 14:53 até
preendidos pelos leitores (veja 7:3; 14:12; 15:42). o final do cap.
Some-se a isto o uso de termos familiares como centurião, 4. O julgamento perante Pilatos — 15:1-15.
contenda, etc. "Marcos mostrou ao romano um homem que era 5. A crucificação -15:16-41.
um homem verdadeiro." Ele lhes mostrou um homem coroado de 6. O sepultamento — 15:4247.
160 - Visão Panorâmica da Bíblia

V. O Rei Todo-Poderoso Triunfa Sobre os Seus Inimigos-cap.


16.
1. A ressurreição — 1 -8.
2. As aparições -9-18.
3. A ascensão -19-20.
21
> PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
Lucas e João
(1) Seções peculiares em Marcos, (a) O crescimento da semen-
te - 4: 26-29. (b) Jesus cura um surdo e gago - 7:32-37. (c) A
cura gradual do homem cego — 8: 22-26. (d) Detalhes sobre o ju-
mentinho, etc. — 11:1-4. (e) Sobre a vigilância — 13:33-37. (f) Lição 110. Discussões Introdutórias e caps. 1-3 de Lucas.
Detalhes sobre as aparições de Cristo — 16: 6-11. (2) A condição Lição 111. Lucas — caps. 4-10.
espiritual das pessoas atingidas pelos milagres de Jesus. Mantenha Lição 112. Lucas, caps. 11-17,
em sua mente as suas condições antes e depois do milagre, (a) Fo- Lição 113. Caps. 18-24 e Análise.
ram tanto salvas quanto curadas? (b) Elas ou os seus amigos ex- Lição 114. Discussões Introdutórias e caps. 1-3 de João.
pressaram fé, ou Jesus agiu voluntariamente sem qualquer demons- Lição 115. João - caps. 4-10.
tração de fé? (3) Como agia Jesus na execução do milagre? (a) Ele Lição 116. João - caps. 11-16.
usava o toque? (b) Ele foi tocado? (c) Ele simplesmente dava a or- Lição 117. João - caps. 17-21 e Análise.
dem, etc.?(4) Das seguintes passagens, aliste os diferentes lugares Lição 118. Reveja Lucas e João, com as discussões dos tópicos
aos quais Jesus se retirava e, em ligação com eles, indique (escre- designados.
vendo) : (a) Foi antes ou depois de uma vitória ou conflito? (b) Foi
em preparação ou em descanso depois da execução de uma grande LUCAS
obra? (c) Indique em cada caso se Ele estava sozinho ou acompa-
nhado. Se acompanhado, por quem? (d) Em cada caso indique O Autor. O autor é Lucas, que também escreveu Atos. As
também o que fez Jesus no período em que se retirou. Ele orou, passagens de Atos escritas na primeira pessoa do plural, comumen-
ensinou, fez milagres ou o quê? As referências são: 1:35; 1:45; te chamadas de "Seções Nós", o designam como um dos compa-
3:7-12; 6:6; 6:31-32; 6:46; 7:24-25; 9:2; 11:11; 11:19; 14: nheiros de Paulo. Ele estava com ele em sua segunda viagem mis-
1-2. (5) Faça uma relação das expressões "Filho do homem" e sionária (Atos 16:11-40); juntou-se a ele em Filipos (Atos 20:
"Reino de Deus", apontando a apropriabilidade e o significado 1-17) no retorno da terceira viagem missionária, permaneceu com
de cada um. (6) Aliste todas as referências a demónios e pessoas ele em Cesaréia e o acompanhou à Roma (Atos,caps. 20-28). Ele
oprimidas por demónios, estudando a sua natureza, a natureza das
foi chamado de "o médico amado" (Cl 4: 14) e "cooperador"
suas obras, sua sabedoria, seu poder, etc. (7) Os fatos acerca da
(Fm 24).
morte de Jesus — 14:1-15:41. Aliste-os.
Do contexto de Cl 4:14, notamos que ele não era "da cir-
cuncisão" e, portanto, era um gentio. Em seu prefácio (Lucas 1:
1), observamos que ele não foi uma testemunha ocular daquilo
que escreveu. É apontado como sendo "o irmão" cujo louvor no
evangelho está espalhado por todas as igrejas" (2 Co: 18), e, por

767

l
162 - Visão Panorâmica da Bíblia Lucas e João - 163

tradição, é sempre declarado gentio e prosélito. Como é evidencia- convincentes, servindo para mostrar quão grande lugar a mulher
do em seu próprio evangelho, ele é o mais culto entre os escritores tem nesse evangelho.
dos evangelhos.
4. É Um Evangelho dos Pobres e Proscritos. Mais do que
O Assunto. Jesus, o Salvador do Mundo. qualquer outro evangelista, Lucas relata os ensinamentos e inci-
dentes na vida de nosso Salvador que mostram o Seu trabalho
A Data. Provavelmente foi escrito entre 63 e 60 A.D., certa- em abençoar os pobres, negligenciados e corruptos. Entre as
mente antes da queda de Jerusalém em 70 A.D., e possivelmente passagens de maior destaque estão as frequentes referências aos
enquanto Lucas estava com Paulo em Roma ou durante os dois publicanos (3:12; 5:27, 29, 30, etc.), Maria Madalena, que era
anos em Cesaréia. uma pecadora (7:36-50), a mulher com um fluxo sanguíneo
(8:4348), as meretrizes (15:30), o filho pródigo (15:11-32),
Lázaro, o mendigo (16:19-31), os pobres, mutilados, coxos, e
AS CARACTERÍSTICAS E O PROPÓSITO cegos são convidados para o banquete (14:7-24), a estória de
Zaqueu (19:1-9), a função do Salvador é declarada como sendo
1. É Um Evangelho de Cânticos e Louvor. Existem vários cân- a de buscar e salvar o perdido (19:10), o ladrão moribundo é
ticos, tais como o cântico de Maria (1:46-55), o cântico de Zaca- salvo (233943).
rias (1:68-79), o cântico dos anjos (2:14), e o cântico de Simeão
(2:29-32). Há muitas expressões de louvor tais como em 2:20;
5:26;7:16; 13:13; 17:15; 18:43; 23:47. - 5. É Um Evangelho Para os Gentios. O evangelho é per-
meado por um amplo propósito não expresso de uma maneira
2. É Um Evangelho de Oração. Jesus ora em seu batismo tão plena pelos outros evangelistas. Nele temos a anunciação de
(3:21); depois da purificação do leproso (5:16); antes de convo- alegria feita pelos anjos "que será para todo o povo" (2:10) e
car os doze (6:12); em Sua transfiguração (9:28); antes de ensinar o cântico sobre Jesus como "a luz para revelação aos gentios"
os discípulos a orar no seu último suspiro (23:46). Lucas nos dá (2:32). A genealogia traça a linhagem de Cristo desde Adão
o mandamento de Cristo para que oremos (21:36) e duas pará- (3:38), e assim, liga-O não com Abraão, o representante dos
bolas, o amigo à meia-noite (11:5-13) e o juiz iníquo (18:1-8), judeus, mas com Adão, o representante da humanidade. O am-
para mostrar os resultados certos e abençoados da oração contí- plo relato do envio dos setenta (10:1-24), o número exato que
nua. significava a suposta quantidade das nações pagãs, os quais deviam
Ir, não como os Doze às ovelhas perdidas da casa de Israel, mas
3. É Um Evangelho da Mulher. Nenhum outro evangelho dá à todas as cidades para onde Jesus mesmo deveria ir, é uma indi-
tanto lugar à mulher como o faz Lucas. Na verdade, todos os três cação desse propósito mais amplo de Lucas. O bom samaritano
primeiros capítulos ou grande parte daquele conteúdo podem (10:25-37) é a ilustração de Cristo sobre um verdadeiro próxi-
ter-lhe sido fornecidos por Maria e Isabel, "depois da acurada in- mo e, de algum modo, pretende mostrar a natureza da obra de
vestigação de tudo desde sua origem" (1:3). Ele nos fornece o Cristo, que deveria ser sem nacionalidade. Dos dez leprosos cura-
louvor e a profecia de Isabel (1:42-45), a simpatia pela viúva de dos (17:11-19), somente um, um samaritano, voltou para ren-
Naim (7:12-15), o evento de Maria Madalena, a pecadora (7:36- der louvor a Deus, mostrando como outros, além dos judeus,
50), as mulheres que serviram a Jesus (8:1-3); as palavras ternas Hriam abençoados por Ele e prestariam culto digno a Ele. O
dirigidas à mulher com um fluxo de sangue (8:48), a disposição ministério na Peréia, além do Jordão (9:41-18:4,ou, provavel-
de Marta e Maria (10:38-42), a simpatia e a ajuda prestadas à mente, 9:51-19:28), é um ministério aos gentios e mostra quão
"filha" de Abraão (13:16), o consolo das "filhas" de Jerusalém grande é o destaque que Lucas da' aos gentios na obra e bênçãos
(23:28). Essas referências foram reunidas por outros e são as mais de Jesus.
164 - Visão Panorâmica da Bíblia Lucas e João — 165

6. É Um Evangelho Para os Gregos. Se Mateus escreveu para ANALISE


os judeus e Marcos para os romanos, seria muito natural que al-
guém escrevesse de maneira a apelar, de forma especial, aos gregos
que eram outra raça representativa. Os escritores cristãos dos pri- Introdução — A dedicação do evangelho — 1:1-4.
meiros séculos realmente pensaram que este foi o propósito de
Lucas. O grego era o representante da razão e da humanidade e
sentia que a sua missão era aperfeiçoar a humanidade. "O grego I. A Manifestação do Salvador -1:5-4:13.
completo deveria ser um perfeito homem no mundo", capaz de 1. A anunciação do predecessor — 1:5-25.
representar todos os homens no plano comum da raça. Todos os 2. A anunciação do Salvador — 1:26-38.
deuses gregos eram, portanto, imagens de alguma forma da huma- 3. A gratidão de Maria e Isabel - 1:39-56.
nidade perfeita. O hindu poderia adorar um emblema de força fí- 4. O nascimento do Salvador — 2:1-20.
sica, o romano endeusava o imperador, e o egípcio cultuava qual- 5. A infância do Salvador -3:1-4:13.
quer ou todas as formas de vida; mas o grego adorava o homem com
o seu pensamento e beleza de expressão, e nisto, aproximou-se mais II. O Trabalho do Salvador e o Ensino na Galiléia - 4:14-9-50.
da verdadeira concepção de Deus. Os judeus valorizavam os homens 1. Ele prega na Sinagoga em Nazaré — 4:14-30.
como descendentes de Abraão; os romanos com base na conquista 2. Ele trabalha em Cafarnaum e redondezas — 4:31-6:11.
de impérios; mas os gregos baseavam-se no homem mesmo. 3. O trabalho enquanto percorre a Galiléia — 6:12-9:50.
Ò evangelho para o grego, então, deveria apresentar o homem
perfeito, e assim Lucas escreveu sobre o Homem Divino, o Salva- III. A Obra e Ensino do Salvador Depois de Deixar a Galiléia até
dor de todos os homens. Cristo tocou o homem em todos os pon- a Entrada em Jerusalém - 9:51 -19:27.
tos e está interessado nele como homem, sem se importar se ele é 1. Ele vai para Jerusalém — 9 : 5 1 até o final do cap.
de um nível baixo e vil, ou se de um nível alto e nobre. Através 2. A missão dos setenta e assuntos subsequentes — 10:1-11:
da Sua vida ele mostra a insensatez do pecado e a beleza da santi- 13.
dade. Ele coloca Deus suficientemente perto para atender os an- 3. Ele expõe a experiência e a prática do dia — 11:14 até o fi-
seios do homem grego e, desta forma, fornece-lhe um padrão e nal do cap. 12.
um irmão apropriado para todas as épocas e todas as pessoas. Os 4. Ensinos, milagres, advertências e parábolas — 13:1-18:30.
feitos de Jesus são mantidos como pano-de-fundo enquanto mui- 5. Incidentes ligados a Sua aproximação de Jerusalém — 18:
to destaque é dado aos cânticos de outras pessoas e aos discursos 31-19:27.
de Jesus como se fossem programados para apelar à cultura grega.
Se o grego pensa que ele tem uma missão para com a humanidade, IV. A Obra e Ensino do Salvador em Jerusalém -19:28-22:38.
Lucas apresenta um motivo para a missão, suficiente para o pre- 1. A entrada em Jerusalém — 19:28 até o final do cap.
sente e oferece-lhe uma imortalidade que satisfará no futuro. 2. Perguntas e Respostas — cap. 20.
3. A oferta da viúva - 21:1-4.
7. É Um Evangelho Artístico. Renan chama Lucas de o livro 4. A preparação para o fim — 21:5-22:38.
mais bonito em todo o mundo, e o Dr. Robertson diz: "a beleza
e o estilo e a habilidade no uso dos fatos o colocam acima de todo V. O Salvador Sofre Pelo Mundo - 22:39 até o final do cap. 23.
o louvor". A delicadeza e a acuracidade, a natureza pitoresca e a 1. A agonia no jardim — 22:3946.
precisão com que ele apresenta os diferentes incidentes são mani- 2. A traição e a prisão - 22:47-53.
festadamente a obra de um historiador habilidoso. O seu grego é o 3. O julgamento - 22:54-23:26.
mais bonito e mostra os mais altos toques de cultura de todos 4. A cruz-23: 2749.
os evangelhos. 5. O sepultamento — 23:50 até o final do cap.
166 — Visão Panorâmica da Bíblia Lucas e João - 167

VI. O Salvador é Glorificado - cap. 24. aponta que 541 versículos não têm correspondentes em outros
1. A ressurreição — 1-12. evangelhos.
2. A aparição e os ensinos — 13-49.
3. A ascensão — de 50 até o final.
JOÃO

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO O Autor. A partir das evidências encontradas no evangelho,


podemos conhecer várias coisas sobre o autor. (1) Ele era um
1. Seis Milagres Peculiares em Lucas: (1) A pesca maravilhosa judeu. Isso pode ser visto no conhecimento evidente que ele ti-
— 5:4-11. (2) A ressurreição do filho da viúva — 7:11-17 (3) A nha sobre as opiniões judaicas em assuntos como o Messias, e
mulher com espírito de enfermidade — 13:11-17. (4) O homem pelo seu conhecimento dos costumes, tais como a purificação. (2)
hidrópico - 14:1-6. (5) Os dez leprosos - 17: 11-19. (6) A cura Ele foi uma testemunha ocular de muito daquilo que relata. Isto
da orelha de Malco - 22: 50-51. pode ser visto através do seu conhecimento exato sobre o tempo,
como a hora do dia em que uma coisa aconteceu; pelo seu conheci-
2. Onze Parábolas Peculiares em Lucas. (1) Os dois devedores mento sobre o número de pessoas ou coisas presentes, como a di-
- 7:41-43. (2) O bom samaritano - 10:25-37. (3) O amigo visão das vestes de Jesus em quatro pedaços; pela vivacidade da
inoportuno - 11:5-8. (4) A figueira estéril - 13:6-9. (5) O rico narrativa, que dificilmente ele poderia expressar se não tivesse pri-
insensato - 12:16-21. (6) A dracma perdida - 15:8-10. (7) O meiro visto aquelas coisas. (3) Ele foi um apóstolo. Isto é perce-
filho pródigo - 15:11-32. (8) O mordomo infiel - 16:1-13. bido no seu conhecimento sobre o pensamento dos discípulos
(9) O homem rico e Lázaro — 16:19-31. (10) O juiz iníquo — (2:11, 17); no seu conhecimento de conversas particulares dos
18:1-8. (11) Ofariseueopublicano-18:9-14. discípulos com Jesus e entre eles mesmos (4:31, 33, etc.); pelo
seu conhecimento dos lugares frequentados pelos discípulos
3. Algumas Outras Passagens Especialmente Peculiares em (11:54, etc.); pelo seu conhecimento dos motivos do Senhor,
Lucas. (1) Capítulos 1 e 2 e 9:51-18:14 são especialmente pe- etc. (2:24-25, etc.); e pelo seu conhecimento dos sentimentos
culiares em Lucas. (2) A resposta de João Batista às pessoas — de Cristo (11:33). (4) Ele foi o filho de Zebedeu (Mc 1:19-20),
3:10-14. (3) A conversa com Moisés e Elias - 9:30-31. (4) A e foi provavelmente um dos dois discípulos de João que segui-
lamentação sobre Jerusalém — 19:41-44. (5) O suor de sangue — ram a Jesus (1:40). (5) Ele é um dos três apóstolos mais proe-
22:44. (6) O envio de Jesus à Herodes - 23: 7-12. (7) O discurso minentes, sendo várias vezes honrado (Mt 17:1-3, etc.) e des-
às filhas de Jerusalém - 23:27-31. (8) "Pai, perdoa-lhes" - 23: taca-se na obra da igreja depois da ascensão de Cristo, como
34. (9) O ladrão arrependido - 23:40-43. (10) Os discípulos também na obra antes da sua morte. (6) Ele também escreveu
em Emaús — 24:13-31. (11) Detalhes sobre a ascensão — 24: três epístolas e o Apocalipse. Ele viveu mais do que todos os
50-53. apóstolos e supõe-se que tenha morrido na Ilha de Patmos em
um exílio por volta de 100 A.D.
4. As Frases e Palavras Seguintes Devem ser Estudadas. Faça
uma lista das referências onde elas ocorrem e estude cada passa- A Época e Circunstâncias Em que Escreveu. Esses fatores
gem onde aparecem corn o objetivo de entender o conceito de Lu- tóo tão diferentes daqueles que influenciaram os outros evan-
cas sobre os seguintes termos: (1) O "filho do homem" (23 vezes).. gelistas que ninguém pode escapar do sentimento de que o evan-
(2) O "filho de Deus" (7 vezes). (3) O "reino de Deus" (32 vezes). gelho de João tem um colorido todo especial. O evangelho havia
(4) Referências à lei, escribas e àquilo que é legal (18 vezes). (5) sido pregado em todo o império romano e o cristianismo não era
Os publicanos (11 vezes). (6) Pecador e pecadores (16 vezes). O considerado uma seita judaica ligada à sinagoga. Jerusalém
Sr. Stroud estima que 59% de Lucas lhe é peculiar, e o Sr. Weiss sido arruinada e o templo destruído. O cristianismo havia
168 - Visão Panorâmica da Bíblia Lucas e João — 169

sido perseguido duramente, mas havia alcançado grandes vitórias claração: "eu o ressuscitarei no último dia" (6: 39, 40, 44). (5)
em muitos lugares. Todo o restante do Novo Testamento, com Contrastes. O objetivo é mais simples e mais facilmente identifi-
excecão do Apocalipse, já havia sido escrito. Já haviam surgido cado do que o dos outros evangelistas. Por um lado, ele mostra
aqueles que duvidavam da deidade de Jesus e, apesar do evange- como o amor e a f é são desenvolvidos no crente até que, no final,
lho não ser uma polémica contra os falsos ensinos, por meio Tomé, o mais desconfiado de todos, pode exclamar: "Senhor meu
do estabelecimento da verdadeira pregação, ele os enfraquece e Deus meu!" Por outro lado, ele mostra como o descrente avan-
totalmente. Talvez, ele tenha escrito para todos os cristãos de to- ça de uma mera indiferença para um ódio positivo que culminou
das as nacionalidades cuja história naquela época já havia sido en- na crucificação. Esse propósito é atingido por um processo de
riquecida pelo sangue dos mártires da fé. Em vez do Messias em contraste e separação das coisas que são opostas tais como: (a)
quem os judeus encontrariam o Salvador, ou o Homem Ideal pa- Luz e trevas, (b) verdade e mentira, (c) bem e mal, (d) vida e
ra os gregos, ou o Obreiro Poderoso para os romanos, João escre- morte, (e) Deus e Satanás. Em tudo isto ele está convencendo
veu acerca do Verbo Encarnado e Eterno a cujo reino espiritual o leitor que Jesus é o Cristo, o filho de Deus.
cada um dos reinos que perdessem a sua estreiteza e preconceito
racial, poderiam ser unidos para sempre. O Assunto. Jesus, o Cristo, o filho de Deus.

O Estilo e o Objetivo. Este evangelho difere dos outros na A Data. Provavelmente entre 85 e 95 A.D.
linguagem e no objetivo. Ele é tanto profundo como simples e
tem vários elementos de estilo como seguem: (1) Simplicidade.
As sentenças são curtas e ligadas por conjunções coordenativas. AS CARACTERÍSTICAS E O PROPÓSITO
Há muitas citações diretas e sentenças dependentes, sendo que
a maioria delas mostra a sequência das coisas, ou como causa 1. É Um Evangelho de Festas. Na verdade, se subtrairmos
ou como propósito. (2) Uniformidade. Provém do método de tra- dele os milagres e ensinos e outras obras executadas em conexão
tar cada passo da narrativa como se fosse isolado e separado de com as festas, teríamos apenas alguns fragmentos do evangelho.
todo o restante em vez de imergir na totalidade da narrativa. (3) O valor do livro seria destruído, e seriam perdidos os mais belos
Repetição. É muito frequente tanto na própria narrativa como e profundos ensinamentos do evangelho.
nas palavras citadas de Jesus. Os seguintes exemplos ilustrarão O estudante deverá, a partir das seguintes festas, procurar
isto: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e agrupar tudo o que João registra sobre as ocorrências em cone-
o Verbo era Deus". "A luz resplandece nas trevas, e as trevas xão com elas. (1) A Festa da Páscoa (2:13, 23), a Primeira Pás-
não prevaleceram contra ela". "Eu sou o bom pastor. O bom coa, 27 A.D. (2) A Festa dos Judeus (5:1), provavelmente Pu-
pastor dá a vida". "Se eu dou testemunho de mim mesmo, o rim. (3) Páscoa, a festa dos judeus (6:4), a Segunda Páscoa, 28
meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que dá testemunho A.D. (4) A Festa dos Tabernáculos (7:2). (5) A Festa da Dedi-
de mim, e eu sei que o Seu testemunho é verdadeiro". O estu- r.íição (10:22). (6) Páscoa (11:55, 56; 12:1, 12, 20; 13:2-30,
dante deve fazer uma lista de todas as repetições desse tipo. (4) 18: 28), a Terceira Páscoa, 29 A.D.
Paralelismos, ou declarações que expressarão as mesmas verdades
ou verdades similares, tais como as seguintes: "Deixo-vos a paz, 2. É Um Evangelho de Testemunho. João escreve para pro-
a minha paz vos dou", "Eu lhes dou a vida eterna, jamais pere- var que Jesus é o Cristo. Ele assume a atitude de um advogado
cerão", etc. Esses paralelismos, que ao mesmo tempo tornam-se perante um júri e introduz o testemunho até que tem certeza
uma repetição, são vistos na maneira que um assunto ou uma da sua defesa e, então, encerra o testemunho com a segurança
conclusão é declarada e, depois da elaboração, redeclarada numa de que muito mais poderia ser oferecido se fosse necessário. Há
visão nova e maior, ensinando assim uma verdade de forma gradual sete linhas de testemunho: (1) O testemunho de João Batista.
com força e beleza. Uma ilustração pode ser encontrada na de- (2) O testemunho de alguns outros indivíduos. (3) O testemunho
170 — Visão Panorâmica da Bíblia Lucas e João — 171

da obra de Jesus. (4) O testemunho de Jesus sobre a Sua própria mas Ele, apesar disso, tem fome, sede, e conhece a experiência
pessoa (veja os Eu Sou). (5) O testemunho das escrituras. (6) O humana. Deus desceu até o homem para que o homem pudesse
testemunho do Pai. (7) O testemunho do Espírito Santo. ascender a Deus; para capacitá-lo a chegar a Deus.

3. É Um Evangelho de Fé. O escritor declara distintivamente


(20:30, 31) que o seu propósito em escrever é levar as pessoas a ANÁLISE
crerem em Jesus. Ao tentar atingir esse propósito, ele dá vários
exemplos daqueles que creram. Ele também apresenta muitos en- Introdução ou Prólogo —1:1-18.
sinamentos sobre a fé. Nestes exemplos e ensinos, ele nos mostra 1. A natureza divina do Verbo — 1-5.
como a fé pode crescer; a sua base ou segredo, tais como ouvir e 2. A manifestação do Verbo como o Salvador do mundo
receber a palavra, e os seus resultados, como a liberdade, des- -6-18.
canso, paz, poder, vida eterna, etc.
I. O Testemunho do Seu Grande Ministério Público — 1:9 até
4. É Um Evangelho Espiritual. Ele apresenta as mais profun- o final do cap. 12.
das meditações de João, as quais se destinam a estabelecer uma 1. Ele se revela-1:9-2:12.
grande doutrina que, em vez da história, torna-se o seu grande 2. Ele é reconhecido — 2:13 até o final do cap. 4.
impulso. Para João "história é doutrina", e ele analisa isto à luz 3. Ele recebe oposição — caps. 5-11.
da interpretação espiritual. Ele fornece um grande baluarte con- 4. Ele é honrado — cap. 12.
tra os mestres gnósticos que começaram a negar a deidade de
Jesus. Ele também enfatizou e afirmou a humanidade de Jesus. II. O Testemunho do Seu Ministério Particular Com Seus Discí-
O seu propósito "não é tanto o registro histórico dos fatos, mas pulos — caps. 13-17.
sim o desenvolvimento do significado mais interno deles". 1. Ele ensina e conforta os seus discípulos — caps. 13-16.
2. Ele ora por seus discípulos — cap. 17.
5. É Um Evangelho de Simbolismo. João era um místico e
tinha prazer nos símbolos místicos. Todo o livro tem a lingua- III. O Testemunho da Sua Paixão - caps. 18-19.
gem de símbolos. Os números místicos, três e sete, prevalecem 1. A sua traição — 18:1-11.
em todo o livro, não somente naquilo que é registrado, mas na 2. O julgamento dos judeus ou eclesiásticos — 18: 12-27.
disposição dos tópicos. Cada um dos oito milagres é usado co- 3. O julgamento romano ou civil — 18:28-19:16.
mo "sinal" ou símbolo, como a alimentação das cinco mil pes- 4. A sua morte o sepultamento — 19:17 até o final do cap.
soas, onde Jesus aparece como o pão da vida. As passagens signi-
ficativas sobre o Bom Pastor, o aprisco, e a vinha; os vários no- IV. O Testemunho da Sua Ressurreição e Manifestação — caps.
mes empregados para designar Jesus como o Verbo, o Caminho, 20-21.
a Luz, a Vida, a Verdade, etc., mostram como todo o evangelho 1. A sua ressurreição e manifestação aos discípulos — cap. 20.
é permeado de um espírito de representação simbólica. 2. Outras manifestações e instruções aos Seus discípulos —
cap. 21.
6. É o Evangelho da Encarnação. "Mateus explica a função
messiânica, Marcos a sua obra ativa, e Lucas o seu caráter de Sal-
vador". João magnifica a Sua pessoa e em muitos lugares nos faz PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
ver que "o verbo se tornou carne". Deus não está distante de nós.-
Ele se tornou carne. O verbo veio como o Homem Encarnado. (1) Os eventos e discursos ligados a cada uma das festas
Jesus, o Homem Encarnado, é Deus e como tal enche todo o livro. mencionadas acima. (2) As sete linhas de testemunho acima cita-
172 - Visão Panorâmica da Bíblia

das. Dê exemplos de cada uma. (3) Os seguintes milagres como


"sinais", apontando o que simbolizam acerca de Jesus: (a) O mi-
lagre em Cana -2:1-11. (b) O filho do oficial - 4:48-54. (c) O
homem paralítico — 5:1-16. (d) A alimentação dos cinco mil —
6:3-14. (e) O andar sobre o mar - 6:16-20. (f) A cura do ho-
mem cego — 9:1-16. Leia todo o capítulo, (g) A ressurreição 22
de Lázaro — cap. 11.(h) A pescaria — 21:1-11. (4) Os discursos
seguintes: (a) A conversa com Nicodemos — cap. 3. (b) A conver-
sa com a mulher próximo ao poço — cap. 4. (c) O discurso sobre Atos e Romanos
o pastor e a ovelha — cap. 10. (d) A discussão do cap. 13. (e) O
discurso sobre a vinha — cap. 15. (f) A oração do Senhor — cap.
17. (5) Nas seguintes passagens encontre a causa ou explicação
para a descrença: 1:46; 3:11, 19, 20; 5:16, 40, 42, 44; 6:42; Lição 119.
Discussões Introdutórias e caps. 1-15 de Atos.
52; 7:41, 42, 48; 8:13, 14, 15, 20:9. (6) Nas seguintes passa- Lição 120.
Atos, caps. 6-12.
gens estude os resultados da descrença: 3:18, 20, 36; 4:13, 14; Lição 121.
Atos, caps. 13-18.
6:35, 53, 58; 8:19, 34, 55; 14:1, 28; 15:5; 16:6,9. (7) Faça Lição 122.
Atos, caps. 19-25.
uma lista das cenas noturnas do livro e estude-as. (8) Estude Lição 123.
Atos, caps. 26-28, Análise e revisão de Atos com a dis-
cada exemplo de alguém que estava adorando a Jesus. (9) Dê um cussão dos tópicos indicados.
nome a cada capítulo do livro indicando os eventos mais impor- Lição 124. Discussões Introdutórias e caps. 1-4 de Romanos.
tantes — como, por exemplo, o capítulo da Vinha, o capítulo do Lição 125. Romanos, caps. 5-11.
Bom Pastor, etc. (10) Encontre onde e quantas vezes cada uma Lição 126. Romanos, caps. 12-16, Análise e tópicos "Para Estudo
das seguintes palavras e frases ocorrem, estudando-as de acordo e Discussão."
com o tempo que dispuser. (1) Vida Eterna — 17 vezes; somente
18 vezes em todos os outros evangelhos. (2) Crer. (3) Crer em.
(4) Enviar. (5) Vida. (6) Sinal ou sinais. (7) Obra ou obras. (8) ATOS
João Batista. (9) Em verdade, em verdade — sempre usada por
Jesus. (10) Receber, recebido, etc. (11) Testemunhar, testificar, O Autor. O autor é Lucas, que também escreveu o Evange-
testemunho, etc. (12) Verdade. (13) Manifestar, manifestado. lho do mesmo nome. Os fatos acerca da sua pessoa podem ser
(14) "Eu sou" (proferido por Jesus). encontrados no capítulo vinte e um que discute o livro de Lucas.
Ele escreveu este livro em cerca de 63 ou 64 A.D.

O Propósito. O livro foi dirigido a um indivíduo como um


tipo de continuação do primeiro tratado e objetiva narrar o cres-
cimento e desenvolvimento do movimento inaugurado por Jesus
e continuado pelos apóstolos depois da ressurreição e ascensão
de Jesus. Preocupa-se largamente com a história da obra cristã
entre os gentios, fornecendo somente o suficiente da história
da igreja de Jerusalém para autenticar o trabalho entre os gen-
tios. Portanto, o principal propósito parece ser dar um relatório

773
174 — Visão Panorâmica da Bíblia Atos e Romanos —175

da expansão do cristianismo entre os gentios. Este conceito é II. O Testemunho da Igreja na Palestina - 8:2-12:25.
fortalecido pelo fato de que Lucas também era um gentio (Cl 1. As testemunhas são dispersadas - 8:2-4.
4:10) e era um companheiro de Paulo (Cl 4:14), e também pela 2. Filipe testemunha em Samaria e Judéia — 8:5-40.
presença das secões "Nós" em Atos. Portanto, o livro não afirma 3. O Senhor ganha novas testemunhas — 9:1-11:18.
ser um relatório completo do labor dos apóstolos primitivos. Mas, 4. O centro da obra muda-se para Antioquia —11:19-30.
fornece numa maneira simples, definida e impressionante o relato 5. As testemunhas triunfam sobre a perseguição de Herodes —
de como a religião de Jesus foi propagada após a Sua morte, e 12:1-25.
como foi recebida por aqueles a quem foi pregada primeiramen-
te. Ele fala sobre as primeiras perseguições aos cristãos, sobre III. O Testemunho da Igreja no Mundo Gentílico - 13:1-28:31.
os primeiros mártires, e sobre os primeiros gentios que se conver- 1. Testemunho na Ásia - caps. 13-14. A primeira viagem mis-
teram, mas omite qualquer discussão sobre o número de Apósto- sionária de Paulo.
los, sobre o ministério posterior de Pedro, e muito acerca das ex- 2. O primeiro concílio da igreja — 15:1-35.
periências de Paulo nas suas viagens missionárias. Durante os últi- 3. Testemunhando na Europa - 15:36-18:22 - A segunda
mos anos muitas descobertas têm mostrado que Lucas era cuida- viagem missionária de Paulo.
doso e exato em seus detalhes sobre posições geográficas e acurado 4. Mais testemunhos na Ásia e Europa — 18:23-21:17 — A
em seu conhecimento sobre as condições políticas. terceira viagem missionária de Paulo.
5. Paulo, a testemunha, rejeitado e atacado pelos judeus em
Jerusalém-21:18-23:35.
A Espiritualidade. No Antigo Testamento Deus o Pai é o 6. Dois anos de aprisionamento em Cesaréia — caps. 24-26.
agente ativo. Nos evangelhos, Deus o Filho (Jesus) é o agente ati- 7. Paulo, a testemunha, levado para Roma — 27:1-28:15.
vo. Em Atos (e mesmo depois), o Espírito é o agente ativo. Ele é 8. Paulo, a testemunha, em Roma — 28:16-31.
mencionado cerca de setenta vezes em Atos. O Salvador havia dito
aos apóstolos que esperassem em Jerusalém pelo poder do Espírito
Santo. Eles eram homens comuns até que foram tomados pelo
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
poder do Espírito. Tornaram-se puros no propósito e ideal, sendo
vitoriosos em sua causa. O livro é um registro de grande poder es-
(1) A primeira conferência de negócios da igreja - 1:15-26.
piritual visto em ação em cada lugar.
(2) A vinda do Espírito Santo - 2:1-4. (3) O sermão de Pedro no
dia de Pentecoste - 2:547. (4) O primeiro milagre - cap. 3. (5)
A primeira perseguição - 4:1-31. (6) A morte de Ananias e Safira
ANALISE -5:1-11. (7) Os primeiros diáconos-6:1-7. (8) O primeiro már-
tir - cap. 7. (9) A obra de Filipe em Samaria - 8:540. (10) A
conversão de Saulo — 9:1-31. (11) A conversão de Cornélio —
Introdução — 1:1-3.
10:1-11:18. (12) Aliste as principais igrejas do livro, sua localiza-
ção, e o que as tornou notáveis. (13) Faça uma lista dos principais
O Testemunho da Igreja em Jerusalém — 1:4-8: pregadores do livro, apontando os sermões ou milagres que os fi-
1. A preparação para o testemunho — 1:4-2:4. zeram proeminentes. (14) Os sermões e discursos do livro, a quem
2. O primeiro testemunho — 2:5-47. e por quem foram proferidos, os seus propósitos, etc. (15) Os prin-
3. A primeira perseguição —3:1-4:31. cipais elementos de poder dos primeiros discípulos. (16) O cresci-
4. O estado abençoado da igreja — 4:32-5:42. mento do cristianismo e os obstáculos que teve de superar (7) Os
5. Os primeiros diáconos —6:1-7. grandes ensinos dos primeiros cristãos. (18) O tato e a adaptação
6. O primeiro mártir — 6:8-8: 1. dos apóstolos (dê exemplos). (19) Os diferentes planos para matar
Atos e Romanos —177
176 — Visão Panorâmica da Bíblia

Paulo e os modos pelos quais ele escapou. (20) As viagens missio- pode conter uma saudação, geralmente incluindo o assunto da
nárias de Paulo e a sua viagem para Roma como prisioneiro. epístola e os nomes daqueles colaboradores que estavam com
Paulo na época da escrita, e uma expressão de gratidão pelo bom
caráter e pela conduta daqueles a quem ele se dirige. (2) Uma
ROMANOS Seção Doutrinária, onde ele discute alguns ensinos cristãos impor-
tantes, que precisam de ênfase especial no caso da igreja ou indiví-
O Autor. Paulo, o autor, foi um hebreu por descendência, um duos a quem ele escreve. (3) Uma Seção Prática, onde ele apre-
nativo de Tarso, na Cilicia. Foi educado por Gamaliel, o grande senta a aplicação prática dos princípios discutidos na seção de
mestre fariseu. Ele foi um dos mais inclementes perseguidores dos doutrina para a vida dos destinatários. (4) Uma Seção Pessoal, on-
primeiros cristãos, mas se converteu com a súbita aparição a ele de há mensagens pessoais e saudações enviadas para e por vários
do Senhor ressurreto. Começou pregando em Damasco, mas por amigos. (5) Conclusão, na qual pode ser encontrada uma bênção
ou uma conclusão autografada para autenticar a carta, às vezes
causa da perseguição foi para a Arábia. Voltando da Arábia, visi-
tou Jerusalém e Damasco, e depois foi para a Cilicia, onde indu- ambos, com outras palavras de encerramento.
bitavelmente fez uma obra evangel ística até que Barnabé o bus-
cou em Tarso e o levou para Antioquia, onde trabalhou um ano
ao lado deste. Depois disso, ele foi para Jerusalém com ofertas A Ocasião da Epístola aos Romanos. (1) Paulo desejava ir à
para os irmãos. Na sua volta à Antioquia, foi chamado pelo Espí- Roma (Atos 19:21) e agora esperava logo fazê-lo (Romanos
rito Santo para uma obra missionária na qual permaneceu até 15:24-33). Portanto, ele pode ter desejado que eles conhecessem
a sua morte, fazendo pelo menos três grandes jornadas missioná- a sua doutrina antes da sua chegada, especialmente se eles tivessem
rias, durante as quais, e também depois, sofreu muito até a sua ouvidos falsos relatos sobre a sua vida. (2) Ele escreveu logo de-
morte como um mártir. pois de Gaiatas e a mente de Paulo estava cheia da doutrina da
justificação, e ele pode ter desejado escrever mais sobre o assunto,
As Epístolas de Paulo. As cartas de Paulo geralmente são dando ênfase especial ao lado divino da doutrina, após ter dado
colocadas em quatro grupos como segue: ( 1 ) 0 grupo escatoló- destaque ao lado humano dela em Gaiatas. (3) Também, ele pode
gico, ou aquelas que tratam sobre a segunda vinda de Cristo. ter sido mal interpretado em Gaiatas e desejou desenvolver mais
Elas são 1 e 2 Tessalonicenses e foram escritas de Corinto em a sua doutrina. Em Gaiatas o homem é justificado pela sua crença;
aproximadamente 62 ou 63 A.D. (2) O grupo anti-judaico, ou em Romanos Deus oferece a sua própria justiça ao crente para a
aquelas que surgiram das controvérsias com os mestres judeus. sua justificação. (4) Febe, uma mulher de influência e caráter
Elas são 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gaiatas, e Romanos, escritas cristão, uma amiga de Paulo, estava para ir â Roma vindo das cos-
durante a terceira viagem missionária, provavelmente em Éfeso, tas de Corinto, e Paulo não somente tinha uma boa oportunidade
Filipos, e Corinto. (3) O grupo cristológico, ou aquelas que cen- para enviar a sua carta, mas também podia prestar-lhe um serviço
tralizam o seu ensino no caráter e na obra de Jesus; foram escri- apresentando-a aos crentes de lá (16:1-2).
tas durante o aprisionamento em Roma. Trata-se de Filipenses,
Colossenses, Filemom, Efésios, e Hebreus (muitos pensam que
Paulo não escreveu Hebreus). (4) O grupo pastoral, ou aquelas A igreja em Roma. Sem dúvida, estava em uma condição mui-
que foram escritas aos pregadores jovens tratando de assuntos to próspera na época da escrita de Paulo. Provavelmente foi or-
como organização e governo da igreja, e dando instruções práti- ganizada por alguns judeus que ouviram e creram quando estavam
cas acerca dos evangelistas, pastores, e outros obreiros cristãos. em Jerusalém, talvez no dia de Pentecoste. Apesar do seu rol de
São elas: 1 Timóteo, 2 Timóteo, e Tito. membros incluir tanto judeus como gentios (1:6-13), ela era
Todas as epístolas de Paulo, exceto Hebreus, caem muito considerada por Paulo especialmente como uma igreja gentílica
naturalmente em cinco seções, como segue: (1) Introdução, que (1:5-7, 13-15).
178 — Visão Panorâmica da Bíblia Atos e Romanos —179

Alguns Erros de Doutrina e Prática que Haviam Surgido e ANÁLISE


Precisavam de Correcão. (1) Parece que eles haviam entendido
mal os ensinamentos de Paulo, dizendo que quanto maior o pe- Introdução- 1:1-17.
cado, maior era a glória de Deus (3:8). (2) Possivelmente eles
entenderam que nós deveríamos pecar para conseguirmos a graça I. Todos os Homens Precisam de Justiça -1:18-3:20.
de Deus (6:1) e, portanto, teriam feito desse ensino da justifica-
ção pela fé uma desculpa para a conduta imoral. (3) Os judeus II. Todos os Homens Podem Ter a Justiça Através da Fé em Cris-
não reconheciam os cristãos gentios como iguais a eles no reino to (justificação) - 3:21 até o final do cap. 4.
de Cristo. Alguns dos irmãos gentios, por outro lado, olhavam
III. Todos os que Estão Justificados Serão Finalmente Santifica-
com desprezo para os irmãos judeus que eram mais fanáticos,
dos — caps. 5-8. Assim, a redenção final dos crentes está ga-
estreitos de pensamento, e compunham a minoria. (5) Paulo, as-
sim, queria ganhar os judeus para a verdade cristã, e os gentios rantida :
para o amor cristão. 1. Pelo novo relacionamento com Deus dado pela justificação
— cap. 5.
2. Pelo novo reino da graça ao qual o crente é trazido —
A Ligação de Paulo Com a Igreja. Ele nunca estivera lá até cap. 6 (não há morte nesse reino).
então (1311, 13, 15) e é possível que outro apóstolo também 3. Pela nova natureza que é dada ao homem — cap. 7. Esta lu-
nunca estivera lá. Pois, se outro apóstolo tivesse estado lá, Paulo ta contra a velha natureza e no final vencerá.
não estaria planejando ir, uma vez que a sua norma era não ir 4. Pela nova possessão (o Espírito Santo) que ela dá — cap.
onde outros já haviam trabalhado (15:20, 2 Coríntios 10:14- 8:1-27.
16). Isto é um grande golpe contra a afirmação do catolicismo 5. Pelo propósito pré-ordenado de Deus para eles — 8:28-39.
de que Pedro foi o primeiro bispo de Roma. Se Paulo não o se-
guiu, então Pedro nunca esteve lá, e fica dessa forma arruinada IV. Essa doutrina na sua relação com a rejeição dos judeus —
a mais importante prova do papado. Entretanto, Paulo tinha caps. 9-11.
muitos amigos íntimos e conhecidos em Roma, muitos deles 1. A justiça da sua rejeição — 9:1-29.
mencionados no cap. 16. Entre eles estavam os seus velhos ami- 2. A causa da sua rejeição — 9:30 até o final do cap. 10.
gos Aquila e Priscila. 3. As limitações da sua rejeição — cap. 11.

V. A Aplicação da Doutrina na Vida Cristã -12:1-15:13.


O Argumento do Livro. As doutrinas do livro são considera- 1. O Dever para com Deus — consagração — 12:1-2.
das e discutidas sob quatro proposições principais: (1) Todos 2. O dever próprio — uma vida santa — 12: 3 até o final do
os homens são culpados diante de Deus (judeus e gentios). (2) cap.
Todos os homens precisam de um Salvador. (3) Cristo morreu 3. O dever para com as autoridades de estado — honra —
por todos os homens. (4) Todos nós, através da fé, somos um 13:1-7.
corpo em Cristo. 4. O dever para com a sociedade — amar a todos — 13:8-10.
5. O dever diante do retorno do Senhor — vigilância —13:11-
A Data. Cerca de 58 A.D., provavelmente de Corinto. 14.
6. O dever para com o fraco — ajuda e apoio — 14:1-15:13.

O Tema. O dom da justiça de Deus como a nossa justifica- Conclusão — 15:14 até o final do cap. 16.
ção que é recebida através da fé em Cristo, ou a justificação pela 1. Assuntos pessoais — 15:14 até o final do cap.
fé. 2. Palavras de despedida e advertências — cap. 16.
180 - Visão Panorâmica da Bíblia

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

(1) A saudação (1:1-7) — o que ela revela sobre (a) a chamada,


o dever, e o comportamento de um apóstolo ou pregador? (b) a
posição, privilégios e deveres de uma igreja ou indivíduo cristão?
(c) a relação entre a nova e a velha dispensações? (d) a deidade de 23
Cristo ou o seu carâter messiânico no cumprimento da profecia?
(e) as diferentes pessoas da Trindade? (2) Estude sobre o pecado
descrito em 3:10-18 dizendo o que pode ser aprendido sobre: Primeiro e Segundo Coríntios
(a) O estado de pecado, (b) A prática do pecado (c) A razão do
pecado. (3) Abraão como um exemplo de justificação pela fé —
cap. 4. (4) O plano e o método através dos quais Deus salva o
homem do pecado — 5:6-11. (5) O contraste entre Adão e Cristo Lição 127. Análise, discussões Introdutórias e caps. 1-5 de 1
— 5:12-31. Obtemos mais com Cristo do que aquilo que perde- Coríntios.
mos com Adão? (6) Por que um homem que está sob a graça não Lição 128. Primeiro Coríntios - caps. 6-12.
deve continuar em pecado? — 6:1-4. (7) A relação de um homem Lição 129. Primeiro Coríntios, caps. 13-16, e análise. Discussões
convertido com a lei — 7:1-6. (8) As várias coisas feitas em nos- introdutórias e caps. 1-2 de 2 Coríntios.
so favor pelo Espírito Santo — 8:1-27. (9) Os deveres práticos Lição 130. 2 Coríntios - caps. 3-9.
de um cristão — cap. 12. (10) Faça uma lista das palavras-chave Lição 131. Segundo Coríntios — caps. 10-13 e revisão de Romanos
abaixo, mostrando quantas vezes e onde aparecem, indicando e Primeiro e Segundo Coríntios.
as referências bíblicas que contêm ensinos sobre cada uma delas.
Poder, pecado e injustiça; justiça, justificação, fé e crença, expia-
ção, redenção, adoção, propiciação, eleição e predestinação. PRIME l RO CORÍNTIOS

A Cidade de Corinto. Continha 400.000 habitantes e era a


principal cidade da Grécia quando Paulo a visitou, estando situa-
da num grande istmo, por onde passava o comércio do mundo.
Os habitantes eram gregos, judeus, italianos e uma multidão mista
de vários lugares. Marinheiros, mercadores, negociantes e refugia-
dos de todas as partes lotavam a cidade trazendo consigo os males
de cada país, causando muitas formas de degradação humana. —
Várias artes eram incentivadas, a cidade estava sempre embelezada
e os templos sempre enfeitados. Aqui teve origem o estilo de arqui-
tetura dos coríntios, e os jogos ístmicos eram realizados a cada
dois anos. Perto do final do segundo século de nossa era, tornou-se
uma das mais ricas ou a mais rica cidade do mundo. A vida intelec-
tual era colocada acima da vida moral, e a vida futura era negada
a fim de que pudessem gozar a vida presente sem restrições.

3I6UO JECA PMUICUIAR 181


Etigtr
182 — Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Coríntios — 183

A Igreja em Corinto. Foi fundada por Paulo durante a sua se- A Data. Primavera de 57 A.D.; escrita de Éfeso.
gunda viagem missionária (Atos 18:1-8). O seu espírito ao fundar
a igreja, pode ser visto em 1 Co 2:1,2. Enquanto esteve lá, Paulo
morou com Aquila e Priscila, judeus que haviam sido expulsos de ANALISE
Roma (Atos 18:2-3), mas que agora haviam-se tornado membros
da igreja. Apoio pregou à essa igreja e a ajudou durante a ausência Introdução — 1:1-9.
de Paulo (18:24-28; 19:1). As duas epístolas estão cheias de infor-
mações sobre a condição da igreja e os muitos problemas que eram I. Acerca das Divisões e Espírito Partidário — 1:10 até o final
enfrentados de tempos em tempos. Deve-se lembrar que Corinto do cap. 4.
foi uma das mais perversas cidades dos tempos antigos e que a igre- I.Por Cristo como o centro do cristianismo - 1:10 até o
ja estava cercada por práticas e costumes pagãos. Muitos dos seus final do cap.
membros haviam-se convertido do paganismo ao cristianismo há 2. Pela sabedoria espiritual - 2:1-3:4.
muito pouco tempo e a igreja estava longe de ser ideal. Havia entre 3. Por uma visão correta dos pregadores - 3:5 até o final
eles cristãos verdadeiros e sinceros na sua fé e caráter (1:4-8). Mas do cap. 4.
a maioria deles era pobre, muitos não eram sábios segundo a carne
e não eram de nobre nascimento (1:26). Mas o problema de II. A Correcão da Desordem Moral - caps. 5-6.
adaptação era muito sério. Eles tinham de enfrentar todo tipo de 1. A pessoa que praticava incesto — cap. 5.
questões filosóficas e práticas perversas. Eles estavam abrindo o 2. Demandas judiciais —6:1-11.
caminho para nós enquanto o cristianismo passava por um dos 3. Os pecados do corpo — 6:12 até o final do cap.
seus maiores testes de todos os tempos.
III. Respostas às Perguntas e Assuntos Relacionados — 7:1-16:4.
A Ocasião e o Propósito de Primeiro Coríntios. Notícias 1. Acerca do casamento e do celibato — cap. 7.
desagradáveis acerca da igreja de Corinto haviam chegado até 2. Acerca de coisas oferecidas aos ídolos — 8:1 -11:1.
Paulo e ele havia-lhes escrito uma carta (5:9) que foi perdida. 3. Acerca do véu - 11:1-16.
Naquela carta ele parece ter-lhes ordenado que deixassem as prá- 4. Acerca da Ceia do Senhor - 11:17 até o final do cap.
ticas perversas e prometeu visitá-los. Nesse meio tempo, membros 5. Acerca dos dons espirituais — caps. 12-14.
da casa de Cloe (1:11) e outros amigos (16:17) foram até Paulo 6. Acerca da ressurreição — cap. 15.
em Éfeso levando notícias sobre as suas divisões e o comporta- 7. Acerca das ofertas para os santos - 16:1-4.
mento de certos membros. Finalmente, eles escreveram uma carta
pedindo o conselho de Paulo sobre alguns assuntos (7:1). A partir IV. Assuntos Pessoais e Conclusão — 16:5 até o final.
disso podemos aprender que: (1) havia quatro facções entre eles
(1:12); (2) havia uma grossa imoralidade na igreja como no caso
de incesto — cap. 5; (3) eles iam ao tribunal um contra o outro — PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
cap. 6; (4) muitos assuntos práticos os perturbavam. Assim, Paulo
escreveu para corrigir todos os erros de doutrina e prática. (1) A sabedoria terrena e a loucura celestial — 1:18-25.
(2) A sabedoria espiritual - 2:7-16. (3) O labor apostólico de
O Conteúdo de Primeiro Coríntios. Esta carta contém algu- Paulo - 4:9-13. (4) A avaliação que a Escritura faz sobre o corpo
mas das passagens mais importantes em todo o Novo Testamento. humano — 6:12-20. (5) Casamento e divórcio — 7:25-40 — perma-

.
Portanto, a carta é notável especialmente pela natureza muito necer "virgem" refere-se à qualquer pessoa solteira, homem ou
prática do seu conteúdo. Ela fala de muitos problemas da vida diá- mulher. (6) A prática de Paulo no tocante aos seus direitos -
ria e discute uma grande doutrina, a da ressurreição. 9:1-23. (7) A corrida cristã - 9:24-27. (8) O amor e a sua natureza
184 - Visão Panorâmica da Bíblia
Primeiro e Segundo Coríntios — 185
— cap. 13. (a) superior aos outros dons — 1-3; (b) as suas dez
características — 4-6; (c) o seu poder — 7; (d) a sua atuação — A Data. Ela foi escrita da Macedônia (provavelmente Fili-
8-13. (9) Os dons espirituais — caps. 12-14. Cite-os e descreva-os. pos) no outono de 57 A.D.
(10) A ressurreição — cap. 15. (a) as calamidades resultantes se
ela não tivesse ocorrido — ou as outras doutrinas aqui que depen-
dem da ressurreição; (b) a natureza do corpo ressurreto. ANALISE

Introdução- 1:1-7.
SEGUNDO CORIlMTIOS
I. As Provações de Paulo, Princípios e Consolos de um Prega-
A Ocasião e o Propósito da Carta. De algumas sugestões en- dor - 1:8-7:16.
contradas aqui e ali nessas duas epístolas, fica aparente que muito 1. O seu interesse pela igreja de Corinto — 1:8-2:11.
da comunicação mantida entre Paulo e a igreja, e as cartas que che- 2. O seu serviço a Deus e aos homens — 2:12 até o final do
garam até nós, são apenas algumas poucas correspondências de cap.
uma série. Ele sofreu muita perplexidade e dor por causa das 3. A sua escolha pelo Espírito Santo — cap. 3.
condições daquela igreja. Ele encontrou a Tito na Macedônia du- 4. O seu poder dado por Deus — cap. 4.
rante a terceira viagem missionária (ele havia esperado por ele com 5. A sua esperança de bênçãos futuras — 5:1-19.
as notícias de Corinto enquanto esteve em Trôade). Ele escreve 6. A sua exortação e apelo a igreja — 5:20-7:4.
esta carta em resposta às mensagens trazidas por Tito. Ele expres- 7. A sua alegria pela recepção de notícias — 7:5 até o final
sa cuidado por eles, defende-se contra as acusações dos seus ini- do cap.
migos, adverte-os contra os erros, os instrui acerca de assuntos do
dever e expressa a sua alegria por eles terem ouvido o seu conse- II. A Coleta Para os Crentes Pobres — caps. 8-9.
lho anterior.
1. O apelo por liberalidade — 8:1-15.
2. O envio de Tito e dois outros irmãos — 8:16-9:5.
O Caráter e o Conteúdo. E a menos sistemática epístola de 3. A bênção da liberdade — 9:6 até o final do cap.
Paulo; é cheia de digressões nos assuntos e difícil de analisar. Ela
não é calma, clara e definida como Primeiro Coríntios, mas abunda III. A Autoridade Apostólica de Paulo - 10:1-13:10.
em emoção, mostrando urna mistura de alegria, sofrimento e indig- 1. Ele vindica a sua autoridade apostólica — 10:1-12:13.
nação. E intensamente pessoal, falando da visão do terceiro céu 2. Ele os adverte de que a sua chegada se dará com a autorida-
(12:1-4) e do espinho na carne (12:7-9) e muitos outros assuntos de apostólica - 12:14-13:10.
pessoais de forma que nela aprendemos mais sobre a sua vida e ca-
ráter do que em qualquer outra fonte. Isso a torna de muito valor Conclusão — 13:11 até o final.
no estudo da pessoa de Paulo. Ela fala, claramente, de pelo menos
sete acusações feitas contra ele pelos seus inimigos (10:10; 11:6;
2:17; 4:3; 10:8; 5:3). A parte um tem como o seu grande tópico a PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
tribulação e a consolação na tribulação, e tem nisso uma tendên-
cia de apologia, obscurecida por uma indignação suprimida. A par- (1) As razões para Paulo não ir à Corinto — 1:15-2:4. (2) A
te dois é colorida por uma emoção de tristeza. A seção três contém glória do ministério do evangelho — 4:1-6. (3) A sua injunçãoafe-
muito sentimento de indignação. Através de toda a carta existe tuosa — 6:1-18. (4) A graça da liberdade — caps. 8 e 9. Faça uma
uma tendência de defesa. A "nota-chave" desse livro, bem como lista de: (a) Modos de cultivar essa graça, (b) As bênçãos que ela
de Primeiro Coríntios, é a lealdade a Cristo. trará a quem a possui, aos outros e a toda igreja. (5) A vanglória
de Paulo — 11:16-12:13. (a) De quais coisas ele se gloriou? (b)
186 — Visão Panorâmica da Bíblia

Quando a vanglória é justificável? (6) A auto-defesa de Paulo —


quando devemos nos defender? (7) A visão do terceiro céu —
12:1-4. (8) O espinho na carne — 12:7-9. (9) Os ataques pessoais
sobre Paulo. Note as alusões em 2:17,4:3,5:3, 10:8,10:10 e 11:6.
24
Gaiatas, Efésios e Rlipenses

Lição 132. O livro de Gaiatas, incluindo análise, observações in-


trodutórias e leitura bíblica.
Lição 133. O livro de Efésios — análise, discussões introdutórias e
leitura bíblica.
Lição 134. O livro de Filipenses — análise, discussões introdutó-
rias e leitura bíblica.

GÁLATAS

A Região. (1) Politicamente foi uma província romana que


incluía a Licaônia, Isáuria, e partes da Frigia e Pisídia. (2) Geogra-
ficamente foi o centro das tribos celtas e parece ter sido vista nesse
sentido nesta epístola e em Atos (Gl 1:2; At 13:14; 14:6; 16:6).

O Povo Celta. Eles eram descendentes dos gauleses que sa-


quearam Roma no quarto século a.C., e no terceiro século a.C.
invadiram a Ásia Menor e o norte da Grécia. Uma parte deles per-
maneceu na Galácia, predominando na população misturada for-
mada dos gregos, romanos e judeus. Eles eram de forte tempera-
mento, impulsivos, hospitaleiros e inconstantes. Eles recebiam as
coisas com rapidez e com igual rapidez desistiam delas. Eles re-
ceberam a Paulo com uma alegria entusiástica e repentinamente se
afastaram dele (Gl 4:13-16).

As Igrejas da Galácia. Não sabemos como e por quem essas


igrejas foram estabelecidas. A grande estrada que ia do oriente para

BIBLIOTECA MRTICUUR 187


188 — Visão Panorâmica da Bíblia
Gaiatas, Efésios e Filipenses — 189

a Europa passava por essa região, tornando possível que alguns ANÁLISE
daqueles que estiveram presentes no dia de Pentecoste tenham se-
meado a semente do evangelho ali. Eles podem ter surgido do tra- Introdução — 1:1-10.
balho de Paulo enquanto esteve em Tarso na época do seu retorno
da Arábia indo para Antioquia com Barnabe'. Entretanto a Bíblia
não fala nada sobre isto. I. A Autoridade do Evangelho de Paulo — 1:11 até o final do
cap. 2.
Paulo os visitou na sua segunda viagem missionária (Atos
1. Ele é independente do homem — 1:11 até o final.
16:6) e parece ter ficado adoentado enquanto passava por lá,
2. É o evangelho de um apóstolo — cap. 2.
tendo pregado a eles enquanto não podia viajar (Gl 4:14-15). Eles
receberam o seu ensino com alegria e parece terem surgido igrejas.
II. O Ensino do Evangelho de Paulo — caps. 3-4. A justificação
Paulo também os visitou na sua terceira viagem missionária (Atos
pela fé.
18:23) instruindo-os e estabelecendo-os na fé. As igrejas iam bem
1. A experiência deles é a prova — 3:1-5.
quando Paulo as deixou, mas mestres judaizantes agora haviam
2. O exemplo de Abraão o atesta — 3:6-9.
surgido e, agindo sobre a inconstância e instabilidade da natureza
deles, tinham corrompido a simplicidade da sua fé. 3. As Escrituras o ensinam — 3:10-12.
4. A obra de Cristo é a sua provisão — 3:13:14.
5. Os seus resultados superiores o demonstram — 3:15-4:20.
A Ocasião da Epístola. (1) Mestres judaizantes haviam apare- 6. As experiências de Sara e Hagar e seus filhos o ilustram —
cido entre os gaiatas afirmando que a lei judaica estava vinculada 4:21 até o final do cap.
aos cristãos, admitindo que Jesus era o Messias, mas dizendo que a
salvação deveria ser obtida pelas obras da lei. Eles diziam, espe- l. A Aplicação do Evangelho de Paulo à Fé e à Conduta —
cialmente, que os gentios deviam ser circuncidados. (2) A fim de 5:1-6:10.
atingirem o seu objetivo e afastarem os gaiatas de sua crença, eles I.EIe os exorta a permanecerem firmes na liberdade de
estavam tentando enfraquecer a confiança que os gaiatas tinham Cristo-5:1-12.
em Paulo, o seu mestre espiritual. Eles diziam que ele não era um 2. Ele os exorta a não abusarem da sua liberdade — 5:13-6:10.
dos doze, e, portanto, não era apóstolo, e o seu ensino não tinha
autoridade. Eles insinuavam que ele tinha aprendido a sua doutrina Conclusão — 6:11 até o final.
com outros, especialmente com os apóstolos que eram os pilares
da igreja.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
O Propósito da Epístola. O propósito da epístola era erradi- (1) Os perigos da inconstância (1:6; 4:9; 15-16). (2) Os méto-
car os erros doutrinários introduzidos pelos judaizantes e manter dos dos falsos mestres: (a) o principal método deles é atacar os ho-
os gaiatas na sua primeira fé. Para fazer isso era necessário estabele- mens de destaque no movimento, (b) Geralmente eles promovem
cer a autoridade apostólica e a origem divina do seu evangelho. Ele •Igum outro líder. Eles colocariam Pedro no lugar de Paulo, (c) Po-
também desejava mostrar o valor prático ou a aplicação do seu d« se entender muito bem como um homem frequentemente permi-
ensino. Ele especialmente mostra o valor da liberdade cristã e ao tirá que a influência de outro seja minada se ele próprio for exalta-
mesmo tempo mostra que ela não é o mesmo que licenciosidade. do. (3) As razões dadas por Pau Io para mostrar que o seu ensino não
Ao cumprir esses propósitos ele nos deu uma declaração clássica é humano — 1 : 1 1 até o final do cap. (4) A confirmação da chamada
sobre a doutrina fundamental da justificação pela fé e decidiu de illvirni de Paulo — 2:1-10. (5) Diferenças entre o que está debaixo
uma vez por todas a perturbadora questão da relação dos cristãos (In IHÍ e o que está debaixo da fé — 4:1-7. (6) As concupiscências
com a lei judaica.
corno, incluindo os pecados do corpo e da mente — 5:19-21.
190 — Visão Panorâmica da Bíblia

Gaiatas, Efésios e Filipenses -191


(7) Os frutos do espfrito — 5:22-23. (8) As palavras liberdade,
luxúria, carne, espírito, obras da lei, viver e morrer, servo e escra- A Epístola. O conteúdo assemelha-se ao de Colossenses, mas
vidão, justificado, justiça, fé e crer. (9) Para um estudo mais também difere muito dele. (1) Em cada livro, metade é composta
avançado, aliste e estude as passagens em Gaiatas que coincidem de doutrina e metade de ensinos práticos. (2) Colossenses discute
ou correspondem às passagens de Romanos. a natureza de Cristo ou Cristo como o cabeça da Igreja, enquanto
Efésios aponta para o Cristo que subiu aos céus visto na Sua Igre-
ja. (3) Em Colossenses temos Paulo na inflamada arena da contro-
vérsia; em Efésios ele está basicamente meditando sobre um im-
EFÉSIOS portante tema.
Tem sido dito que essa carta contém a mais profunda verda-
A Cidade. Era a capital da Ásia pro-consular, estando cerca de revelada aos homens, e, talvez, a igreja de Éfeso estivesse me-
de 1.600 metros da costa marítima. Era o grande centro religio- lhor preparada do que as outras para ser a receptora de tal verda-
so, comercial e político da Ásia. Era notável por causa de duas de, uma vez que a longa permanência de Paulo ali poderia ter-lhe
grandes construções que existiam ali. Primeira, o grande teatro dado um melhor preparo para ouvi-la e entendê-la. O seu pensa-
que tinha a capacidade para comportar 50.000 pessoas sentadas e, mento transcende todas as questões locais e transitórias e aponta
segunda, o templo de Diana, que era uma das sete maravilhas do para uma triunfante igreja universal no futuro. Ela pode ter sido
mundo antigo. Ele tinha 102 metros de comprimento por 49 me- uma carta circular a ser enviada às várias igrejas das quais a de
tros de profundidade, era feito de mármore brilhante, apoiado em Éfeso era uma.
uma fileira de colunas de 17 metros de altura e esteve 220 anos em
construção. Isso o tornou o centro de influência do culto a Diana, A Data. Provavelmente foi escrita por Paulo, em Roma, cer-
sobre o qual podemos ler em Atos 19:23-41. A estátua com mui- ca de 62 ou 63 A.D.
tos seios simbolizava a fertilidade da natureza.
Depois de Roma, Éfeso foi a cidade mais importante visitada O Tema. A Igreja, o corpo místico de Cristo.
por Paulo. Tem sido chamada de a terceira capital do cristianismo,
sendo o centro do trabalho na Ásia através do qual foram fundadas
todas as igrejas asiáticas, especialmente as sete igrejas às quais Jesus ANÁLISE
enviou as mensagens do Apocalipse. Jerusalém, o local onde surgiu Saudação- 1:1-2.
o poder, é a primeira; Antioquia, o centro da obra missionária, é
a segunda.
I. As Bênçãos Espirituais da Igreja — 1:3-14.
1. A origem dessas bênçãos — versículo 3.
O Trabalho de Paulo em Éfeso. (1) Ele a visitou no retorno 2. As bênçãos enumeradas — 4:14.
da segunda viagem missionária (Atos 18:18-21), e deixou-lhes
Aquila e Priscila. (2) Na sua terceira viagem missionária ele passou II. A Oração Pelos Leitores — 1:15 até o final do cap.
cerca de três anos lá (Atos 19:1-20). (3) Durante essa segunda visi-
1. Para que Deus possa lhes garantir o espírito de sabedoria,
ta ele teve suficiente influência para reprimir o culto a Diana a tal o Espírito Santo - 15-17.
ponto que os adoradores da deusa se levantaram contra ele, tor- 2. Para que eles possam conhecer o que têm em Cristo —
nando necessária a sua partida para a Macedônia (Atos 20:1). 18-23.
(4) Na volta da terceira viagem missionária ele parou em Mileto,
quarenta e oito quilómetros para a frente, e mandou buscar os III. A Grande Obra Feita por Eles — cap. 2. Tanto judeus como
presbíteros de Éfeso a quem dirigiu suas palavras de despedida gentios.
(Atos 20:16-38).
1. Eles foram regenerados — 1-10.
2. Eles foram reconhecidos - 11 até o final do cap.
732 — Visão Panorâmica da Bíblia Gaiatas, Efésios e Filipenses — 193

IV. A Missão e a Oração de Paulo por Eles — cap. 3. apropriado para a evangelização de toda a Europa. Foi o lugar
1. A sua missão de pregar o mistério de Cristo — 1-13. onde a primeira igreja europeia foi estabelecida por Paulo na sua
2. A sua oração por eles e a doxologia em louvor a Deus — segunda viagem missionária, em 52 A.D. Era bem irrigada, cerca-
14 até o final do cap. da por um território muito fértil e ficava próxima de ricas minas
de ouro.
V. O Dever da Igreja Como Corpo de Cristo — 4:1 -6:20.
1. Deveres dos indivíduos em relação com os outros membros A Ligação de Paulo com a Igreja. Por uma visão de Deus ele
e com o mundo — 4:1 -5:21. foi para Filipos na segunda viagem missionária (Atos 16:9-12).
2. Deveres dos indivíduos nas suas relações familiares — Primeiro ele pregou numa reunião de oração de mulheres onde
5:22-6:9. Lídia foi convertida. Ela o hospedou enquanto ele esteve na cidade.
3. Deveres dos indivíduos nas suas relações com os esfor- Depois de algum tempo ali, iniciou-se uma grande oposição a ele
ços organizados da igreja — 6:10-20. e, juntamente com Silas, foi açoitado e levado a prisão. Porém,
através das orações eles foram libertados por um terremoto que
Conclusão: 6:21 até o final. também resultou na conversão do carcereiro (Atos — cap. 16).
Ele talvez também os visitou na sua viagem de Éfeso à Macedônia
(Atos 20:1; 2 Coríntios 2:12-13; 7:5-6). Ele passou a páscoa ali
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO (Atos 20:6) e recebeu notícias deles (Fp 4:16). Ele também re-
cebeu assistência deles e escreveu-lhes esta carta (Fp 4:18).
(1) A posição do cristão diante de Deus — caps. 1-2. Estude O Caráter e o Propósito da Carta. É uma carta informal sem
expressões como "selados", "escolhidos" e "vos deu vida". (2) As um plano lógico ou argumentos doutrinários. É uma expressão
bênçãos da igreja — faça uma lista — 1:3-14. (3) Os elementos e as espontânea de amor e gratidão. É um amigo terno e amoroso, um
características da nova vida — 4:25-32. (4) As várias coisas que são irmão apresentando as verdades essenciais do evangelho em ter-
feitas por uma vida cristã inteligente — 5:3-17. (5) A exaltação e o mos de um relacionamento amistoso. Ele encontrava neles razões
ofício de Cristo - 1:2-23; 2:13-22. (6) O propósito eterno de constantes para se regozijar, e agora que Epafrodito havia trazido
Deus 2:3-5; 3:4-7; 3:9-12. (7) Princípios de sociologia cristã vistos a ajuda deles até Paulo e estava para retornar de Roma para Fili-
nas relações familiares tais como marido e esposa, filhos e pais, e pos, surgira uma grande oportunidade para enviar-lhes uma carta
servos e senhores. (8) A relação entre o cristão e Cristo vista nas de agradecimento (Fp 4:18). Ela é notável pela sua ternura, con-
relações acima. selhos, pedidos e exortações, e deveria sempre ser lida como um
tónico espiritual.
FILIPENSES A Data. Foi escrita por Paulo durante a sua permanência na
prisão em Roma, cerca de 62 A.D.
A Cidade. Ela pertenceu à Trácia até 358 a.C., quando foi
dominada por Filipe, rei da Macedônia, pai de Alexandre, o Gran-
de. Foi o lugar onde Marco António e Otávio derrotaram Brutus ANÁLISE
e Cássio (42 a.C.), arruinando a oligarquia romana, e onde Augus-
to (Otávio) foi aclamado imperador. Nada sabemos sobre a destrui- Introdução — 1:1-11.
ção da cidade. Há muitas ruínas lá mas não existem escavações sis:
temáticas que foram levadas a efeito e, atualmente, o lugar é desa- ,l. A Situação Presente e os Sentimentos de Paulo — 1:12-26.
bitado. Ficava na estrada através da qual todo o comércio e comer-
ciantes iam para o ocidente e oriente. Portanto, era um centro II. Algumas Exortações - 1:27-2:18.
194 — Visão Panorâmica da Bíblia

III. Ele Planeja Comunicar-se Com Eles — 2:19 até o final do


cap.

IV. Alguns Conselhos — cap. 3.


1. Contra os judaizantes — 1-16.
2. Contra os falsos mestres — 17 até o final do cap. 25
V. Exortação Final — 4.1 -9.
Colossenses, Primeiro e Segundo
VI. A Gratidão Pelas Ofertas Deles - 4.10-19. Tessalonicenses
Conclusão — 4.20 até o final.

Lição 135. O livro de Colossenses, análise, discussões introdutórias


PARA ESTUDO E DISCUSSÃO e leitura bíblica.
Lição 136. Primeiro Tessalonicenses, leitura bíblica e os assuntos
(1) Paulo como um bom ministro — 1:3-8. (2) A oração de de discussão.
Paulo pelos filipenses — 1:9-11. (3) A escolha entre a morte e a Lição 137. Segundo Tessalonicenses e revisão de todos os livros
vida — 1:19-26. (4) O espírito de humildade e as suas recompen- desde Gaiatas até 2 Tessalonicenses inclusive.
sas vistos em Jesus — 2:5-11. (5) Uma vida cristã correta — 2:12-18.
(6) O sentimento de imperfeição de Paulo — 3:12-16. (7) Medita-
ções de valor — 4:8-9. (8) Esboce as informações que o livro dá COLOSSENSES
acerca da condição de Paulo na época em que escreveu esta carta.
(9) Destaque todos os ensinos do livro sobre a necessidade de cul- A Cidade. Estava situada cerca de 160 quilómetros a leste de
tivar o altruísmo e as bênçãos derivadas disso. (10) A expressão Éfeso, e era de pequena importância na época desta epístola, em-
de alegria e regozijo. (11)0 número de vezes que, sob diferentes bora já tivesse sido de considerável influência. Ela era uma entre
nomes, há referências ao nosso Senhor. três cidades, sendo que as outras duas eram Laodicéia e Hierápolis,
que ficavam situadas perto do rio Lico. Ficava próxima da grande
estrada que ia de Éfeso para o vale do Eufrates. Foi o lar de mui-
tos judeus. Atualmente, o lugar é chamado Conas.

A Igreja de Colossos. Provavelmente foi fundada por Epafras


(1:6-7; 4:12-13), que foi orientado por Paulo no seu trabalho ali
(1:7). Paulo embora tivesse uma ligação importante com eles,
nunca os havia visitado (1:7-2:1). Ele parece ter-se mantido infor-
mado acerca das condições na igreja (1:3, 4, 9; 2:1), e ter aprovado
a obra e a disciplina dela (1:5-7, 23; 2:5-7; 4:12-13). Ele era amado
por eles (1:8) e conhecia e amava alguns deles. Veja também
Filemom 9.

195
196 — Visão Panorâmica da Bíblia Colossenses, Primeiro e Segundo Tessalonicenses - 197

A Condição da Igreja e a Ocasião da Epístola. Falsos mestres, A Epístola. As notícias desses falsos ensinos foram levadas à
ou um falso mestre, haviam chegado entre eles e estavam obstruin- Paulo por Epafras — 1:7-8 e ele escreveu para combatê-los. A carta
do o crescimento da igreja. A principal fonte de todo o falso ensi- é polémica em seu espírito e afirma que nós temos tudo em Cris-
no ali está no velho dogma oriental que diz que toda matéria é má to, que ele é a fonte e o Senhor de toda a criação e que ele somen-
e a sua origem também. Se isso fosse verdade, Deus, que de forma te pode perdoar pecados e nos reconciliar com Deus. Portanto,
alguma é mau, não poderia ter criado a matéria. E uma vez que os entre todas as epístolas de Paulo, esta é a que apresenta de modo
nossos corpos são matéria, eles são maus e Deus não poderia tê-los mais completo a doutrina da pessoa e preeminência de Cristo.
criado. Desse pensamento de que os nossos corpos são maus,
surgem três erros: (1) Somente por várias práticas ascéticas, pelas
quais punimos o corpo, podemos ter esperança de salvá-lo — 2:20- ANALISE
23. (2) Uma vez que o corpo é mau, nenhum dos seus feitos será
levado em consideração. Portanto, havia licença para uma conduta I. Ensinos Doutrinários — cap. 1.
má e paixões mundanas favoreciam o prazer de forma impune — 1. Introdução — versículos 1-14.
3:5—8. (3) Não poderia haver nenhuma encarnação de Deus - a 2. Cristo na relação com a criação — 15-17.
deidade não poderia ter tocado a carne, pois sendo matéria era 3. Cristo na relação com a igreja — 18 até o final do cap.
considerada má.
II. Polémica Contra os Falsos Ensinos — cap. 2.
1. Introdução — versículos 1-7.
Buscando encontrar alívio para essa condição, eles formula-
ram duas outras doutrinas falsas. (1) Uma teoria esotérica e ex- 2. Polémica contra os falsos ensinos em geral — 8-15.
clusiva que era a doutrina de segredos e iniciação (2:2,3,8). Com 3. Polémica contra as afirmações particulares dos falsos mes-
essa doutrina eles declaravam que o remédio para a condição do tres — 16 até o final do cap.
homem era conhecido apenas por alguns e para que alguém pudes-
se conhecer esse mistério deveria ser iniciado na companhia deles. III. Seção de Exortação - 3:1-4:16.
(2) Já que Deus não pode ter sido o criador desses corpos pecami- 1. Uma vida cristã elevada — 3:1-4.
nosos, eles não poderiam, portanto, chegar a Ele para receber as 2. Trocar os velhos vícios pelas virtudes cristãs — 3:5-14.
bênçãos. Assim, eles formularam na sua teoria uma série de seres 3. Tornar Cristo o Senhor sobre toda a vida — 3:15-17.
intermediários, tais como os anjos, que devem ter nos criado e a 4. O cumprimento cristão dos deveres familiares — 3:18-4:1.
quem nós devemos adorar (2:18), especialmente como um meio 5. Uma vida de oração — 4:2-6.
final de atingir a Deus.
IV. Seção Pessoal — 4:7 até o final.
Todas essas teorias limitavam a grandeza e a autoridade de
Jesus Cristo, e diminuíam a suficiência de redenção que há nele PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
(2:9-10). Eles eram chamados de gnósticos e apresentam quatro
aspectos de erros nesse livro. (1) Filosófico — 2:3, 4, 8. (2) Ritual (1) A oração de Paulo por eles — 1:9-14. (2) A proeminência
ou judaico — 2:11, 14, 16-17. (3) Visionário ou adoração a anjos, do Salvador — 1 -.15-20. (3) A falsa e a verdadeira filosofia de reli-
2:18. (4) Práticas ascéticas - 2:20-23. gião - 2:8-15. (4) Os vícios do mundo - 3:5-8. (5) As virtudes
cristãs - 3:9-14. (6) A vida cristã elevada - 3:15-17. (7) Todas
Há três aplicações modernas da heresia colossense: (1) Ceri- as referências aos falsos ensinos observadas nas palavras mistério,
monialismo ou ritualismo, vistos nos católicos, etc. (2) Especula- cabeça, corpo, Senhor, plenitude, etc. Veja 2:3, 8, 11, 16, 18 e
ção, vista na seita Ciência Cristã. (3) Padrões baixos de justiça, vis- muitas outras. (8) A visão que Paulo tinha de Jesus. Estude cada
tos nos modernos movimentos de Santidade e Santificação. referência sobre Jesus.

.
198 - Visão Panorâmica da Bíblia Colossenses, Primeiro e Segundo Tessalonicenses — 199

PRIMEIRO TESSALONICENSES ANALISE

A Condição Espiritual da Igreja — cap. 1.


A Cidade de Tessalônica. Foi fundada por Cassandro, rei da 1. Introdução — versículo 1.
Macedônia, em 315 a.C., e ficava cerca de 160 quilómetros distan- 2. A fé, o amor e a esperança deles — 2-3.
te de Filipos. Era um grande centro comercial dos tempos de Pau- 3. A causa desses elementos — 4-5.
lo; os habitantes eram gregos, romanos e judeus. Está localizada 4. O resultado deles — 6-10.
perto do Mar Egeu na extremidade do Golfo de Salônica, e tem
permanecido como uma das principais cidades da Macedônia desde A Conduta e o Caráter de Paulo Enquanto Esteve Com Eles
II.
a era helenística até os dias de hoje. Durante séculos foi uma das
-2:1-16.
principais fortalezas do cristianismo e era chamada de "a Cidade 1. Como levou a eles o evangelho — versículos 1-12.
Ortodoxa". Do ano 398 A.D., quando foi objeto de um grande
2. Como eles o receberam — 13-16.
massacre feito por Teodósio, até 1430 A.D., quando os turcos a
tomaram, ela sofreu muitos massacres e derrotas. Ainda existe sob
o nome de Salônica e tem uma população entre 75.000 e 85.000 O Interesse de Paulo Pela Igreja Desde que Deixou - 2:17
habitantes, metade dos quais são judeus. até o final do cap. 3.
1. Ele desejava visitá-los - 2:17 até o fina| do cap.
A Igreja em Tessalônica. Após ser livrado da prisão em Fili- 2. Ele enviou Timóteo até eles e alegrou-se com o seu relato
pos, Paulo continuou a sua segunda viagem missionária até Tessalô- sobre eles — 3:1-10.
nica, levando consigo Silas e Timóteo (Atos 17:1-5). Ele passou 3. A bênção sobre eles - 3:11 até o final do cap.
três Sábados ali, mas devido à perseguição dos judeus, foi para
Beréia, depois para Atenas, e então para Corinto, onde passou de-
zoito meses. A primeira carta dá o testemunho do esplêndido cará- IV. Exortações Acerca do Futuro — 4:1 -5:11.
ter cristão daqueles novos convertidos vindos do paganismo. Eles 1. Purificar-se —4:1-8.
são exemplos para os outros (1:7), a sua fé havia se divulgado 2. O amor fraternal - 4:9-10.
(1:8), eles haviam demonstrado um genuíno amor fraternal 3. O trabalho honesto - 4:11-12.
(4:9-10) e um espírito de paciência (1:3) e alegria (1:6). 4. O consolo para perda daqueles que morreram em Cristo
-4:13-5:11.
Primeiro Tessalonicenses. Esta é, provavelmente, a primeira
epístola escrita por Paulo e, talvez, o primeiro documento escrito Conclusão — 5:12 até o final.
da religião cristã. Ela não é doutrinária, não tem elementos de con-
trovérsia; é uma das mais cordiais e afetuosas cartas de Paulo. Ele
é notável pelas suas saudações especiais e refere-se à expectativa
do retorno imediato de Jesus. A sua principal ideia é consolo e PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
advento. O seu propósito era: (1) Enviar saudações afetuosas, (2)
consolá-los em suas aflições, (3) corrigir o erro deles sobre a má (1) As coisas na igreja pelas quais Paulo demonstra a sua gra-
interpretação da segunda vinda de Cristo, (4) exortá-los para uma tidão — 1:2-6. (2) As várias coisas ditas acerca de como o evange-
vida própria contra certas tendências imorais. lho lhes foi pregado — 2:1-16. (3) O anseio de Paulo em saber
sobre eles - 3:1-9. (4) Os deveres prescritos - 4:1-12. (5) A se-
gunda vinda de Cristo e a ressurreição — 4:13-18. (6) Como nos
A Data. Escrita de Corinto, em 53 A.D. preparamos para o grande dia da Sua vinda — 5:3-10. (7) As várias
200 - Visão Panorâmica da Bíblia Colossenses, Primeiro e Segundo Tessalonicenses -201

exortações em 5:12-22. (8) Os elementos humanos ou explicações PARA ESTUDO E DISCUSSÃO


do poder de Paulo como pregador — cap. 2. (9) A deidade de Jesus
vista no livro. (1) As coisas elogiáveis na igreja - 1:3-4. (2) Desordens mo-
rais da igreja - 3:7-11. (3) Como lidar com os que estão em desor-
dem - 3:6, 14, 15. (4) Como lidar com os ociosos - 3:12. (5)
Fatos acerca da segunda vinda de Cristo presentes em todo o livro.
SEGUNDO TESSALONICENSES (6) Fatos acerca do julgamento dos perversos.
Esta carta também foi escrita de Corinto e durante o mesmo
ano de Primeiro Tessalonicenses, 53 A.D. É a menor carta de Paulo
escrita à uma igreja e é caracterizada pela falta de uma sauda-
ção especial e pela ideia geral de esperar pacientemente pelo nosso
Senhor. A motivação parece ter sido corrigir os pontos-de-vista
sobre a segunda vinda de Cristo e os erros de vivência que surgiam
devido à esses pontos-de-vista. Pode ser que eles tivessem enten-
dido mal o seu próprio ensino, pensando que o dia do Senhor já
havia chegado (2:2). De qualquer forma, eles acreditavam que o
Senhor voltaria imediatamente e muitos deles haviam interrompi-
do o trabalho e estavam ociosos e curiosamente esperando por Ele.
Com todos os outros lá, desenvolveu-se um sistema bastante ruim.
Paulo viu aquilo e deu instruções acerca da disciplina na igreja
(3:6, 14, 15) e acerca da ociosidade (3:12). Há um forte ensino
sobre o valor da coragem, calma e trabalho.

ANÁLISE

Introdução — 1:1-2.

I. Ações de Graça e Oração por Eles em Vista da Segunda Vinda


de Cristo — 1:3 até o final do cap.

II. Advertências Sobre a Segunda Vinda de Cristo - 2:1-12.

III. A Salvação Deles na Vinda de Cristo — 2:13 até o final do


cap.

IV. Assuntos Práticos-3:1-15.


1. A oração deles uns pelos outros — versículos 1-5.
2. Disciplina para a desordem — 6-15.

Conclusão — 3:16 até o final.


Primeiro e Segundo Timóteo, Tito e Filemom — 203

tendências legalistas e especulações sem sabedoria (1:3-11; 4:1-5;


6:20-21), e adverte Timóteo para que viva uma vida sem manchas
(5:21-22; 4:2; 6:11-16). Ele aponta o tipo de homem a quem deve
ser dadas responsabilidades na igreja (3:1-13), e dá instruções
sobre o governo eclesiástico e a adoração (2:1-2, 8; 3:14-15). Ela
26 é de muito valor para nos mostrar os deveres de um pastor e as re-
lações que ele deve manter com a igreja e com o mundo.
Primeiro e Segundo Timóteo, Tito e
Rlemom ANALISE

Saudações — 1:1-2.
Lição 138. Primeiro Timóteo, leitura bíblica e conteúdo do texto.
Lição 139. Segundo Timóteo, leitura bíblica e conteúdo do texto. I. Os Verdadeiros Ensinos do Evangelho — 1:3 até o final do
Lição 140. Tito e Filemom, leitura bíblica e conteúdo dos textos. cap.
1. Ensinos gnósticos e o verdadeiro propósito da lei — 3-11.
2. A salvação de Pau lo- 12-17.
PRIMEIRO TIMÓTEO 3. Mais conselhos contra os falsos mestres — 18 até o final
do cap.
Timóteo. Ele era um nativo da Licaônia. Seu pai era grego,
mas a sua mãe e a sua avó eram judias — 2 Tm 1:5. Ele foi instruí- II. A Adoração Pública — cap. 2.
do nas Escrituras desde a sua infância — 2 Tm 3:15 e, provavel- 1. Oração — 1-7.
mente, se converteu durante a primeira visita de Paulo à Listra — 2. A conduta dos homens e mulheres nas reuniões da igreja —
Atos 14:8-20. Foi ordenado como evangelista — 1 Tm 4:14; 2 Tm 8 até o final do cap.
1:6 — e, depois da segunda visita de Paulo à Listra, ele passou a
maior parte do seu tempo na companhia de Paulo — Atos 16:1. III. Os oficiais da igreja — cap. 3.
Ele prestou serviços valiosos a Paulo e era grandemente estimado 1. O bispo ou pastor — 1 -7.
por ele -Atos 17:14; 18:5; 20:4; Rm 16:21;1 Co 4:17; 16:10. O 2. Diáconos e diaconisas — 8-13.
seu nome está associado ao de Paulo na escrita de várias cartas — 3. Uma palavra pessoal — 14 até o final do cap.
2 Co 1:1; Fp 1:1; Cl 1:1. Ele foi pastor em Éfeso e enquanto estava
lá recebeu essas cartas — 1 Tm 1:3-4. Paulo desejava tê-lo consigo IV. Os Deveres Pastorais - 4:1 -6:2.
quando a morte chegasse — 2 Tm 4:9, 13, 21. 1. Acerca da verdadeira doutrina — cap. 4.
2. Diante das várias classes de pessoas na igreja — 5:1-20.
A Primeira Epístola à Timóteo. Ela foi escrita enquanto Ti- 3. Acerca de si próprio — 5:21 até o final do cap.
móteo era pastor em Éfeso, provavelmente entre 64 e 66 A.D. O 4. O ensino para escravos e seus senhores — 6:1-2.
propósito dela era instruir a Timóteo sobre os deveres pastorais.
Portanto, reflete as condições da igreja e especialmente os erros V. Advertência Final e Exortações — 6:3 até o final.
que deveriam ser corrigidos ou contra os quais ele desejava advertir 1. Contra os falsos mestres — 3-10.
o seu "verdadeiro filho na fé". Ela apresenta conselhos contra 2. Para sermos verdadeiramente piedosos — 11-16.
3. O ensino aos ricos — 17-19.
202 4. Fidelidade ao mandado — 20 até o final.
Primeiro e Segundo Timóteo, Tito e Filemom — 205
204 - Visão Panorâmica da Bíblia

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO III. A Visão de Paulo Sobre a Morte - 4:6-18.


1. A sua satisfação e esperança na sua aproximação — 6-8.
(1) Falsos ensinos - 1:3-11; 4:1-8; 6:20-21. (2) O tipo de 2. A sua esperança durante a sua solidão e necessidade —
homem que o pastor deve ser 4:12-5:2. (3) Os tipos de homens 9-18.
que devem ser selecionados para serem oficiais da igreja — 3:1-13.
(Quinze qualificações de um pastor e sete de um diácono). (4) Conclusão — 4:19 até o final.
Governo da igreja e cultos de adoração — 2:1, 2, 8; 3:14,15). (5)
As palavras doutrina ou ensino, piedade e fé significando doutrina.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

(1) A condição de Paulo quando ele escreveu — 1:7, 4:7-18.


SEGUNDO TIMÓTEO (2) O desejo ou apelo de 1:4, 4:5,9, 13, 21. (3) A exortação à
Timóteo - 1:6, 7, 13, 14; 2:1-6, 15, 23; 3:14; 4:5. (4) os perigo-
Essa carta foi escrita de Roma pouco antes do martírio de sos tempos vindouros — cap. 3. (5) A visão de Paulo sobre a mor-
Paulo em 67 A.D. Foi escrita para instruir mais ainda Timóteo e te - 4:5-22.
explicar os seus deveres pessoais. E a última carta escrita por Pau-
lo, um tipo de último desejo e testamento, e é de grande impor-
tância por nos mostrar como ele era profundo bem pouco antes da TITO
sua morte. Tem um tom mais pessoal do que Primeiro Timóteo,
e mostra quão compadecedora era a sua situação nos seus últimos Tito. Não sabemos muito acerca da obra de Tito. Mas através
dias. Ele deseja ver Timóteo mais uma vez e diz-lhe para que venha de G1 2:1-5; 2 Co 2:12-13; 7:2-16, Tt 1:5 e 3:12, podemos saber
encontrar-se com ele depressa. No caso dele não conseguir chegar que: (1) Ele era um gentio que Paulo levou à Jerusalém. (2) Pela
em tempo, Paulo o aconselha a ser corajoso e operante na obra liberdade do evangelho, o concílio de Jerusalém não exigiu dele
(1:5, 7; 2:4-6), e o adverte dos tempos maus que virão — 3:1-7. que se circuncidasse. (3) Ele era um missionário capaz e cheio de
Pela sua própria situação todos os seus companheiros, exceto energia. (4) Paulo o deixou em Creta para que terminasse o traba-
Lucas, o haviam abandonado. Ele agora se encontra numa fria e lho que ele havia começado ali.
úmida masmorra e pede a sua capa (4:13), e almeja ter companhia
(4:9, 21). Em tudo isso ele encara a morte com triunfo. O Livro. O livro é escrito para aconselhar a Tito acerca da
obra que Paulo deixou para que ele fizesse (1:5). Ele contém:
(1) As qualificações dos presbíteros a serem escolhidos. (2) O mé-
ANÁLISE todo de lidar com falsos ensinos e a importância da sã doutrina.
Introdução - 1:1-5. (3) Instruções às diferentes classes de pessoas da igreja, incluindo
os jovens, os mais velhos e os escravos. (4) Exortação ao próprio
I. Exortações à Timóteo — 1:6 até o final do cap. 2. Tito para que ele se tornasse o padrão dos fiéis.
1. Para a firmeza no evangelho — 1:6 até o final do cap.
2. Para a perseverança paciente no sofrimento — 2:1-13. A Data. Provavelmente escrita da Macedônia, em 66 A.D.
3. Para a fidelidade como um pastor — 2:14-26.

II. Conselhos à Timóteo - 3:1-4:5. ANÁLISE


1. Acerca dos tempos perigosos que hão de vir — 3:1-13.
2. Acerca dos seus deveres naqueles tempos — 3:14-4:5. Saudação — 1:1-4.
206 — Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Timóteo, T ito e Filemom — 207

I. As Qualificações e os Deveres dos Bispos ou Pastores — 1:5 sobre o poder do evangelho para vencer e transformar um pobre
até o final docap. escravo e para suavizar as ásperas relações entre as diferentes clas-
1. As qualificações e os deveres — 5-9. ses da sociedade antiga. Os seus ensinos apontam para a necessida-
2. As razões para a existência desses oficiais — 10 até o final de da extinção definitiva de toda a escravidão de seres humanos.
do cap.
A Data. Escrita de Roma, aproximadamente em 63 A.D.
II. Instruções Sobre a Piedade Prática - 2:1 -3:11.
1. A conduta devida das diferentes classes de pessoas e a sua
base — cap. 2. ANALISE
2. A conduta devida nas diferentes relações da vida — 3:1-11.
I. Introdução — 1-7.
Conclusão-3:12-15.
II. O Propósito da Carta — Um apelo em favor de Onésimo —
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO 8-21.
Faça uma lista sobre as características dos dois primeiros III. Assuntos finais — 22 até o final.
tópicos. Para os outros quatro, considere o que é dito sobre cada
palavra em cada lugar onde ela é mencionada. (1) As qualificações
dos presbíteros — 1:5-10. (2) Os elevados padrões morais para
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
todos os cristãos — 2:1-15. (3) Salvador e salvação, usadas sete
vezes (1:3; 2:10; 11, 13; 3:4, 5, 6). (4) Boas obras, a palavra chave
da epístola, usada sete vezes (1:16; 2:7, 14; 3:1, 8, 14). (5) Sã (1) Como o cristianismo lida com os escravos. (2) A eficácia
doutrina ocorre sete vezes nesta forma ou como sadio na fé, inte- da religião cristã em uma vida. (a) Até mesmo um escravo fugitivo
gridade na doutrina, linguagem sadia ou doutrina de Deus (1:9, confessou a sua culpa como, sem dúvida, foi o caso de Onésimo
13; 2:1, 7, 8, 10). (6) Sobriedade ocorre seis vezes, pelo menos com Paulo, (b) Despertará o desejo de corrigir quaisquer erros que
com este sentido (1:8; 2:2, 4, 6, 12). Estas três últimas constituem a pessoa tiver cometido, e fará, como foi Onésimo, que a pessoa vá
o ideal de Paulo sobre a piedade real. até a pessoa que sofreu o erro e o confesse, (c) Ele geralmente le-
vanta alguém de um estado de inutilidade para o de grande utilida-
de (v. 11). (d) Ele fará com que alguém se torne útil não somente
FILEMOM em assuntos temporais, mas também nas coisas espirituais (v. 13).
Filemom viveu em Colossos e era provavelmente um conver- (3) Acerca de um real cooperador cristão, podemos aprender que,
tido de Paulo e um membro da igreja colossense. Onésimo era como Paulo: (a) Ele não tentará esconder ou cobrir as faltas do
um escravo de Filemom que havia roubado o seu senhor (18) e passado de um homem, (b) Ele tentará simpatizar-se com um
havia fugido para Roma, onde se converteu através da pregação pobre companheiro que tem um passado manchado atrás de si.
de Paulo (10). É a única carta individual ou particular escrita por (c) Ele facilitará as coisas o máximo que puder para que o conver
Paulo, e foi escrita para noticiar a Filemom a conversão de Onési- tido possa corrigir o passado, (d) Ele alegremente usará o mais
mo e fazer um pedido em favor dele. Através da bondade mostra- humilde cristão (v. 13). (e) Ele será cortês e reconhecerá os direi
da a Onésimo, é-nos revelada a grande bondade do coração do tos dos outros, como no caso de Filemom. (f) Ele não forçará
apóstolo. Ele não escreve à Filemom com a autoridade de um um homem a cumprir o seu dever, mas usará de amor c IHT.IKI
apóstolo, mas sim de amigo para amigo, mostrando, assim, a sua lio para levá-lo a agir assim. (4) Faça uma lista de todas ai (iRMOfl
grande cortesia. A carta é de valor inestimável pelo que mostra que são citadas e aprenda alguma coisa sobre cadii um.i dol-n
Hebreus e Tiago — 209

para uma localidade em especial, é assunto de grande disputa.


Entretanto, várias coisas podem ser aprendidas sobre eles: (1) Eles
haviam resistido firmemente a perseguição e a perda de proprieda-
des. (2) Eles haviam mostrado simpatia para com outros cristãos

27 - 6:10; 10:32-34. (3) Eles já eram cristãos há algum tempo -


5:12. (4) Eles conheciam o autor que pediu as suas orações para
que ele lhes fosse restituído — 13:18-19. (5) Eles conheciam a
Timóteo, que estava para visitá-los — 13:23. (6) Eles estavam em
Hebreus e Tiago perigo de apostasia para o judaísmo, mas ainda não haviam resisti-
do até ao sangue — 12:3-4.

O perigo de retornarem ao judaísmo pode ter surgido de


Lição 141. Análise, Discussões introdutórias e caps. 1-5 de He- várias fontes. (1) Havia uma tendência para não acreditar em Cris-
breus. to e nas suas afirmações — 3:12. (2) A adoração organizada e bem
Lição 142. Hebreus, caps. 6-13. estruturada do Templo, comparada ao culto simples da igreja cris-
Lição 143. O livro de Tiago — Leitura bíblica e conteúdo do tã. (3) Os judeus os viam como traidores e os tratavam com des-
texto. prezo por terem-se voltado contra a lei, que havia sido dada pelos
profetas, anjos, e Moisés, e contra o santuário ministrado pelos
sacerdotes de Deus. (4) Eles estavam sofrendo perseguição.
HEBREUS

O Autor. O autor não indica o seu nome em nenhum lugar O Propósito e o Conteúdo. O propósito foi evitar a apostasia
e há diferenças de opinião acerca de quem escreveu o livro. Pes- do cristianismo em direção ao judaísmo e incidentalmente confor-
soalmente, eu me inclino ao ponto de vista daqueles que conside- ta los no seu sofrimento pela perseguição. Para atingir este propó-
ram Paulo como o autor. Este é o ponto de vista que tem sido co- sito, o autor mostra através de uma série de comparações, que a
mum por vários anos. Os pontos principais contra a sua autoria religião cristã é superior àquela que a precedeu. "Melhor" é a pala-
são que a linguagem e o estilo não são próprios de Paulo e que não vra-chave, a qual junto com outros termos de comparação, tais
é tanto uma epístola como o são os livros que levam o seu nome. i omo "mais excelente", é constantemente usada para mostrar a
Parece claro, entretanto, que os pensamentos e a linha de raciocí- luperioridade do cristianismo. Uma ênfase especial é posta em
nio são paulinos e que as diferenças podem ser explicadas pela di- Cristo como o nosso Sumo Sacerdote diante de Deus. Em tudo
versidade de propósito e o espírito ao escrever. Quanto aos argu- Isso há muitos conselhos solenes e exortações sinceras. Parece-se
mentos pró e contra a sua autoria, o estudante deve consultar os muito com um sermão, onde o autor sempre faz uma exortação
comentários maiores e introduções à literatura do Novo Testa- no meio dele, e então retorna ao tema.
mento. N.E. Recomendamos o Novo Comentário da Bíblia e He-
breus de Donald Guthrie (Série Cultura Bíblica), ambos publicados
por Ed. Vida Nova. A Data. Foi escrita de Jerusalém, Alexandria ou Roma, al-
gum tempo antes de 70 A.D., uma vez que o templo ainda existia
Aqueles a Quem Ela Foi Escrita. Foi, sem dúvida, endereçada -9:6-8; 10:1.
a cristãos hebreus, mas se foi escrita para uma igreja específica ou

208 O Tema. O cristianismo superior ao judaísmo.


210 — Visão Panorâmica da Bíblia Hebreus e Tiago —211

ANÁLISE sacerdotes arônicos — 4:14, 15; 5:1-7, 9; 7:28. (5) As duas alian-
ças — 8:6-12. (6) Características das velhas ordenanças — 9:1-10:4,
l. O Cristianismo é Superior ao Judaísmo Porque Cristo, Atra- (7) Nossa segurança e esperança — 6:13-20. (8). O perigo de rejei-
vés de Quem Ele Foi Introduzido, é Superior aos Mensagei- tar Cristo - 10:26-31. (9) O benefício da aflição - 12:4-11. (10)
ros do Judaísmo — caps. 1 -6. As comparações de 12:18-29. (11) A advertência de 13:9-15.
1. Ele é superior aos profetas — 1:1-3. (12) As exortações do livro tais como 2:1-4. (13) Faça uma lista
2. Ele é superior aos anjos — 1:4 até o final do cap. 2. de todos os termos de comparação, tais como melhor e mais
3. Ele é superior a Moisés, incluindo Josué — caps. 3-6. excelente. (14) Faça uma lista de todas as referências à Cristo
Há três pontos iguais em cada uma dessas comparações: como Sumo Sacerdote. (15) Todas as referências ao Espírito Santo
1. Ele é o Filho de Deus. — quais são as suas obras e onde são ensinadas no livro?
2. Ele é o Salvador do homem.
3. Ele é o Sumo Sacerdote do homem.
Os profetas, os anjos, ou mesmo Moisés, não se igualam a Jesus TIAGO
nestes pontos. Há duas exortações notáveis — (a) 2:1-4. (b) 5:11
até o final do cap. 6. O Autor. São mencionadas três pessoas chamadas Tiago no
Novo Testamento. Uma delas é Tiago, o irmão do Senhor (Mt
II. O Cristianismo é Superior ao Judaísmo Porque o Seu Sacer- 13:55), que não creu em Jesus até depois da ressurreição — Jo
dócio é Superior ao do Judaísmo — 7:1-10:18. 7:2-9; Mc 3:21, 31; At 1:13-14. Esse Tiago ocupou um impor-
1. Cristo, o seu sacerdote, é superior aos sacerdotes do judaís- tante lugar como pastor em Jerusalém, e fez um importante
mo-7:1-8:6. discurso no concílio dos apóstolos — Atos 15:13-21. Ele também é
2. A sua aliança é superior à do judaísmo — 8:7 até o final do mencionado em At 12:17; Gl 1:19; 2:9-12. Josefo nos relata que
cap. ele foi apedrejado até à morte em 62 A.D. por causa de uma acusa-
3. O seu tabernáculo é superior ao do judaísmo — 10:1-18. ção de ter se afastado da lei judaica. Esse Tiago, o irmão do Se-
nhor, parece ter sido o autor dessa epístola.
III. O Cristianismo é Superior ao Judaísmo Porque as Bênçãos
que Ele Confere São Superiores às do Judaísmo — 10:19 até Os Destinatários. A carta foi escrita aos judeus dispersos —
o final do cap. 12. 1:1, e evidentemente, judeus cristãos — 2:1. Alguns deles eram ri-
cos, outros, pobres — 2:1-10. Eles eram luxuriosos, gananciosos e
1. A liberdade para aproximar-se de Deus — 10:19 até o final
do cap. orgulhosos — 4:1-12, e estavam se omitindo de fazer a obra do
2. A base superior de fé - 11:1 -12:17. Senhor como deveriam — 1:22-27.
3. A nossa chegada ao Monte Sião em lugar do Monte Sinai — A Epístola. A principal característica de estilo é a sua nature-
12:18 até o final do cap. za abrupta. As mudanças são feitas de um assunto para o outro
som qualquer tentativa para ligá-los. Portanto, não há um assunto
IV. Conclusões Práticas — cap. 13. geral e faltam as ligações entre os pontos de análise. "A fé sem
obras é morta", aparece em cada seção como um tipo de elo de
união. Ela é eloquente, enérgica e sincera, tendo um tom distinta-
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO mente judaico. Falta-lhe a ênfase doutrinária encontrada em Pau-
lo e declara a fé cristã em termos de excelência rnoral, instruindo
(1) Descrição de Cristo — 1:1-3. (2) A superioridade de Cris- os leitores em assuntos da moral cristã. Ela é notável pelas suas
to em relação aos anjos — 1:3-14. (3) A humilhação de Cristo em omissões. Não tem a palavra evangelho, não faz referência à obra
favor da nossa salvação — 2:9-18. (4) Como Cristo é superior aos de redenção, a encarnação, a ressurreição ou ascensão, e menciona
212 — Visão Panorâmica da Bíblia

Hebreus e Tiago — 213


apenas duas vezes o nome de Cristo. E seu objetivo fortalecer os
cristãos em tempos de provação (1:2; 2:6-7; 5:1-6) e corrigir os das coisas que Tiago nos aconselha a fazer: 1:2, 4, 5, 6, 9, 11, 22,
seus erros na vida pessoal e da igreja (1:19-21; 2:14-26; 4:1-5:11; 26; 2:8, 12; 3:13; 4:8; 5:7, 10, 12, 13, 16. (3) Faça um esboço
2:1-9). Tem um decidido tom judaico e relaciona-se de perto com sobre a sabedoria celestial, mostrando as várias coisas que são ditas
os livros de sabedoria do Antigo Testamento. Traz muitas alusões sobre ela, estudando especialmente 1:5-8 e 3:13-18. (4) Estude a
à natureza e aos objetos naturais e reflete a civilização da época. ética do falar e da língua — 1:19-21 e 3:1-12. (5) As tentações e
provações da vida 1:2-4, 12-15. (6) Faça uma lista de todas as figu-
A Data e Lugar de Composição. Sem dúvida, foi escrita de ras de linguagem especialmente as símiles e as metáforas, tais como
Jerusalém, onde ele era pastor, mas a data é assunto de muita dis- "o que duvida é semelhante à onda do mar" — 1: 6. (7) A repreen-
puta. Alguns colocam-na em 40 A.D. Outros, entre os quais acha- são de Tiago acerca do egoísmo — 5:1-6. (8) A utilidade e o poder
se o Dr. Robertson, dizem que ela não foi escrita depois de 50 da oração — 5:13-18.
A.D. Outros ainda a colocam em 61 A.D., pouco antes do martí-
rio de Tiago. Provavelmente, é seguro dizer que ela é uma das
primeiras do Novo Testamento.

ANÁLISE
Saudação — 1:1.

I. As Atitudes Corretas Diante das Provações — 1:2-18.

II. A Atitude Correta Diante da Palavra de Deus - 1:19-27.


III. Várias Advertências - 2:1-4:12.
1. Acerca do respeito para com as pessoas — 2:1-13.
2. Acerca de profissões de fé infrutíferas — 2:14-26.
3. Acerca dos perigos da língua — 3:1-12.
4. Acerca da falsa sabedoria — 3:13-18.
5. Acerca das contendas, ganância e orgulho — 4:1-12.
IV. Várias Repreensões - 4:13-5:6.

V. Várias Exortações — 5:7 até o final.

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

(1) Das seguintes passagens, faça uma lista das coisas que
Tiago nos aconselha a não fazer: 1:6, 13, 16, 22; 2:1, 14; 3:1, 10;
4:1, 11, 13; 5:9, 12. (2) Das seguintes passagens, faça uma lista
BIBLIOTECA PARTICULAR
Edgar T»v»r*í
Primeiro e Segundo Pedro — 215

submetendo — 1:13-16; 2:11-12; 4:1-6. Ligadas à esses ensinos


podemos encontrar fortes exortações à pureza e santidade de vida.

A Data. Provavelmente cerca de 64-68 A.D. Certamente não


28 depois de 70 A.D., pois ele foi condenado a morte antes dessa
época.

Primeiro e Segundo Pedro ANÁLISE

Introdução- 1:1-2.
Lição 144. Primeiro Pedro, leitura bíblica e todas as discussões e
estudos sobre o texto. l. Gratidão Pelas Bênçãos Graciosas — 1:3-12.
Lição 145. Segundo Pedro, leitura bíblica e o texto. 1. Por uma esperança viva e uma herança permanente — 3-5.
2. Por uma fé alegre durante as provações — 6-9.
3. Pela salvação - 10-12.
PRIMEIRO PEDRO
II. Deveres Decorrentes das Bênçãos Graciosas — 1:13-4:19.
O Autor. O autor foi o apóstolo Pedro, cujo nome antes de 1. Uma justa relação do coração diante de Deus e dos ho-
se tornar um discípulo era Simão. Ele nasceu em Betsaida e viveu mens - 1:13-2:10.
em Cafarnaum, onde ocupou a posição de pescador. Ele foi leva- 2. Uma conduta justa nas relações da vida — 2:11-3:12.
do a Jesus por André, seu irmão, e tornou-se um dos líderes dos 3. Uma atitude correta diante do sofrimento — 3:13-4:19.
apóstolos, tanto antes como depois da morte de Cristo. A sua car-
reira poderia ser estudada da forma como é vista em Atos. Ele era III. Exortações à Grupos Específicos — 5:1-9.
impetuoso, corajoso e energético, e depois da ascensão de Cristo
realizou muitos milagres. Conclusão — 5:10 até o final.

Os Destinatários. Os forasteiros da dispersão (1:1) apontam


para os judeus cristãos. Eles eram forasteiros (estrangeiros) 1:1, PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
17; 2:11, e foram perseguidos — 3:17; 4:12-19, mas a perseguição
veio não da parte dos judeus, mas dos pagãos — 4:3-4. Eles tinham (1) A lealdade de Pedro a Cristo, (a) Ele faz com que tudo
algumas falhas e tendências erradas - 2:1, 11, 12, 16; 3:8-12; dependa de Cristo; Sua cruz (1:18-19; 2:24; 3:18), Seu sofrimento
4:9; 5:2-3. (2:21; 3:18; 4:13); Sua ressurreição (1:3); Sua manifestação
(1:7-13); Sua exaltação (3:22; 4:11; 5:10). (b) Ele chama Cristo
O Propósito. Consolá-los em seu sofrimento e exortá-los à de a pedra viva — 2:4-8. (c) Ele liga ao ensino de Cristo a submis-
fidelidade e ao dever — 1:7; 3:17; 4:12. A carta está cheia de um são às justas autoridades (2:13-16), o perdão aos outros (4:8;
espírito de consolação e em todas as épocas tem fortalecido aque- Mt 18:22), humilhação (5:5). (2) A misericórdia de Deus, nossa
les que estão passando por provações. Ela também os fortaleceu esperança — 1:3-7. A partir dessa passagem, relacione o que se diz
contra as tentações às quais os seus vizinhos pagãos os estavam acerca dos herdeiros espirituais e das suas heranças. (3) Como
obter o comportamento cristão — 1:13-21. (4) O desenvolvimento
214 espiritual - 2:1-10. (5) Vários deveres da sociedade - 2:13-17; da
vida doméstica - 2:18; 3:1, 7; da irmandade cristã - 1:22, 2:1-5;
216 — Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Pedro -217

3:8-9; 4:8-11; 5:1-5. (6) A obra das diferentes pessoas da Trinda- PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
de. (7) As palavras precioso, alegria, regozijar, misericórdia, amor
e f é. (1) O que envolve a nossa salvação - 1:5-11. (2) As carac-
terísticas dos falsos mestres - 2:1-3, 10, 12-14. (3) A punição des-
ses falsos mestres - 2:4-6, 15, 16, 21, 22. (4) As exortações do
SEGUNDO PEDRO
livro à sobriedade, etc. - 1:3. (5) As predições do livro.
A Ocasião da Epístola. A causa da epístola encontra-se no da-
no causado a igreja pelos falsos mestres, que eram de duas clas-
ses, os liberais e os zombadores, contra os quais ele os adverte.

O Propósito. O propósito era exortá-los ao crescimento cris-


tão e adverti-los contra os falsos mestres. Iso pode ser visto nos
seus conselhos contra eles (2:1-21; 3:3-7, 16).

A Comparação com 1 Pedro. Não há referências à morte de


Cristo, o sofrimento, a ressurreição e a ascensão. Olhe novamente
para 1 Pedro para ver quão frequentemente estes elementos são
mencionados. O espírito que se manifesta é de ansiedade, severi-
dade, docilidade e dignidade paternal. Ele liga a segunda vinda de
Cristo ao castigo dos ímpios, enquanto 1 Pedro a liga com a glori-
ficação dos santos. A sua nota-chave é conhecimento, enquanto a
de 1 Pedro é esperança.

Algumas Lições. (1) Ser santos, não para assegurar uma he-
rança, mas porque já a temos. (2) Amar os irmãos, não para puri-
ficar a alma, mas porque ela já está pura. (3) Nós sacrificamos, não
como uma penitência, mas como uma expressão de louvor.

I. O Progresso na Vida Cristã — 1:3 até o final do cap.


1. Exortação ao crescimento — 3-11.
2. Razões para essas exortações — 12-21.

II. Os Falsos Mestres — cap. 2.


1. Os mestres malignos e os seus seguidores — 1-3.
2. O castigo deles - 4-10.
3. O caráter, os meios e o fim dos falsos mestres — 11-22.

III. A Segunda Vinda de Cristo - 3:1-13. Ela trará tanto bên-


ção como destruição.

Conclusão-3:14-18.
Primeiro, Segundo e Terceiro João e Judas — 219

baseiam-se em inferências imediatas. Há muitos contrastes, parale-


lismos e repetições, sem figuras de linguagem, exceto as palavras
luz e trevas.
O Caráter e o Propósito. O principal propósito era dizer-lhes
29 como poderiam saber que eles tinham a vida eterna — 5:13. A exe-
cução desse propósito também asseguraria o cumprimento do se-
gundo propósito declarado em 1:3,4. É mais um sermão do que
Primeiro, Segundo uma carta. Ele coloca ênfase especial sobre algumas grandes ver-
e Terceiro João e Judas dades, como: Deus é Luz (1:5), e aqueles que têm comunhão com
Ele devem andar na luz ou praticar obras de justiça (1:6-7; 2:9-11;
3:17-23). O amor de Deus pelos Seus filhos (3:1-2; 4:8-11, 16, 19).
O dever cristão de amarmos uns aos outros (2:10; 3:10-24; 4:7-21;
Lição 146. Primeiro João — Leitura bíblica e todas as Discussões 5:1-2). A obra expiatória de Cristo (1:7; 2:1-2; 4:10).
e Estudos do texto.
Lição 147. Segundo e Terceiro João e Judas — leitura bíblica e
todas as Discussões e Estudos do texto. ANALISE
Introdução — 1:1-4.
PRIMEIRO JOÃO
I. Como Viverão Aqueles que Possuem a Vida Eterna — 1:5 5:12.
O Autor e a Data. Provavelmente foi escrita de Éfeso, entre 1. Eles habitarão na luz - 1:5-2:28.
80 e 85 A.D., embora alguns recuem essa data para 69 A.D., en- 2. Eles agirão de modo justo — 2:29-4:6.
quanto outros a avançam para 95 A.D. Em nenhum lugar o autor 3. Eles viverão uma vida de amor — 4:7-5:3.
indica o seu nome, mas através de todos os séculos ela tem sido 4. Eles andarão pela fé — 5:4-12.
atribuída a João, o discípulo amado. Para as informações acerca
dele, veja as discussões sobre o Evangelho de João. M. O Que Podem Saber Aqueles que Vivem Essa Vida — 5:13-20.
1. Eles têm a vida eterna — 13.
Os Leitores. Sem dúvida, foi escrita primeiramente às igrejas 2. Suas orações são respondidas — 14-17.
da Ásia Menor, pelas quais João, devido ao seu trabalho em Éfeso, 3. O povo de Deus não vive em pecado — 18.
tinha especial interesse. É evidente que os destinatários eram de /
1. A verdadeira relação com Deus e Cristo — 19-20.
todas as idades e eram odiados pelo mundo. Eles estavam inclina-
dos ao mundanismo e corriam o perigo de olharem o pecado de 5:21.
forma indevida. Eles também corriam o perigo de serem levados à
dúvida por aqueles que negavam a deidade de Jesus.

O Estilo. Tem mais a forma de um sermão ou discurso pas-


toral do que uma epístola. É escrita com um tom de autoridade I.
A análise seguinte, feita com a ideia do tema "Comun
1:0111 l)<;us" (1 :3-4), é bastante sugestiva:

Deus é Luz e a nossa comunhão com Elo ,


»
consciente. O pensamento é profundo e místico, mas a linguagem imdiir na luz - 1:5-2:28.
é simples tanto nas palavras como nas sentenças. Os argumentos
II Deus é Justo e a nossa comiinh.i.. - »<» i > •
218 IMOS justamente — 2:29 4:(i
220 — Visão Panorâmica da Bíblia
Primeiro, Segundo e Terceiro João e Judas — 221

III. Deus é Amor e a nossa comunhão com Ele depende de ter-


mos e manifestarmos um espírito de amor — 4:7-5:3. V. Como lidar com os falsos mestres — 10-11.

IV. Deus é Fiel e a nossa comunhão com Ele depende de exerci- VI. Conclusão - 12-13.
tarmos a nossa fé nEle — 5:4-12.

Conclusão — 5:13 até o final.


PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
(1) As várias coisas que podemos saber e como podemos (1) O caráter dos filhos da senhora eleita. (2) Evidências de
sabê-las. Faça uma lista dando as referências, como: "o temos co- um discipulado real. (3) Como lidar com os falsos mestres.
nhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos" 2:3. (2)
Faca uma lista das coisas definidas nas seguintes passagens, e dê
a definição em cada caso: 1:5; 2:25; 3:11; 3:23; 5:3; 5:4; 5:11;
5:14. (3) As várias figuras e atributos de Deus, como justiça, luz TERCEIRO JOÃO
e amor. (4) As exigências de feitos de justiça — 1:6, 7; 2:9-11;
3:17-23. (5) O amor de Deus pelos Seus filhos - 3:1-2; 4:8-11,
Também é uma carta particular escrita algum tempo depois
16, 19. (6) O dever cristão de amarmos uns aos outros — 2:10;
3:10-24; 4:7-21; 5:1-2. de Primeiro João ao seu amigo pessoal. Gaio. Havia uma certa con-
fusão acerca da recepção de certos evangelistas. Gaio os havia re-
cebido enquanto que Diótrefes se negara a fazê-lo. Ele elogia Gaio
SEGUNDO JOÃO pela sua hospitalidade e caráter cristãos e confirma-lhe a esperança
que tinha de uma visita a ser feita brevemente.
É uma carta pessoal e amigável, escrita algum tempo depois
da primeira carta, endereçada à "senhora eleita" que, como pen-
so, era uma amiga de João, e não uma igreja ou alguma nação, ANALISE
como algumas vezes tem sido sugerido. O alvo é, evidentemente,
advertir os seus amigos contra certos falsos mestres que os estão
colocando em perigo. I. Saudações — 1 .

II. Oração pela prosperidade dele — 2.


ANALISE
III. Elogios pelo seu andar piedoso — 3-4.
I. Saudação - 1 -3.
IV. Elogios pela sua hospitalidade — 5-8.
I1. Ações de Graça — 4.
V. A queixa contra Diótrefes — 9-10.
III. Exortação à obediência — 5-6.
Vi. Teste da relação com Deus e a dignidade de Demétrio — 11-12.
IV. Advertência Contra o Anticristo — 7-9.
VII. Conclusão - 13-15.
222 - Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro, Segundo e Terceiro João e Judas — 225

PARA ESTUDO E DISCUSSÃO PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

(1) O caráter de Gaio e Diótrefes. (2) A hospitalidade cristã. (1) Faça uma lista de todas as palavras e frases que ocorrem
(3) A palavra verdade. em trios, como misericórdia — amor — paz ou Caim-Balaão — Core.
(2) Faça uma lista de todas as diferentes coisas ensinadas a respeito
dos maus obreiros mencionados em 8-10, 12, 13, 16, 19. (3) O
JUDAS que os apóstolos predisseram acerca deles.

O Autor. O autor chama-se Judas, o irmão de Tiago. Provavel-


mente, ele se refere ao Tiago autor da epístola de mesmo nome.
Assim, ele também era um irmão do Senhor.

O Propósito. Falsos mestres estavam ensinando corajosamen-


te as suas heresias nas reuniões da congregação. Eram homens
bastante imorais em sua conduta e a epístola é escrita para conde-
ná-los pela sua iniquidade e expor os seus erros. Os leitores são
exortados a lutarem pela verdadeira fé e a viverem vidas dignas.
Em muitos pontos é muito semelhante à segunda epístola de Pe-
dro. Mostra um pouco da extensão e da seriedade das dificulda-
des contra as quais os cristãos primitivos tinham de lutar.
A Data. Provavelmente foi escrita por volta de 66 A.D. de
maneira alguma poderia ter sido escrita depois de 70 A.D., quando
Jerusalém foi destruída, pois Judas dificilmente deixaria de men-
cionar esse evento junto com os outros exemplos de punição —
5-7.

ANÁLISE

Introdução — 1-4.

I. O Destino dos ímpios — 5-16.


1. Deus pune os ímpios — 5-7.
2. E lê os destruirá -8-16.

II. Como Lutar Pela Fé - 17-23.


1. Estar consciente acerca dos inimigos — 17-19.
2. Ser forte (edificado na fé) - 20-21.
3. Manter um espírito evangelístico — 22-23.

Conclusão - 24-25.
Apocalipse — 225

nua, que acha que um pouco de tudo já foi cumprido, um pouco


está sendo, e um pouco será cumprido no futuro. (4) Os Espiritua-
listas, que rejeitam as outras três classes de intérpretes porque eles
dão muita importância ao elemento tempo. Eles colocam ênfase
sobre o elemento moral e espiritual do livro e vêem o livro como
30 "uma representação mais de ideias do que de eventos".

O Valor. O principal valor do livro parece estar no seu teste-


Apocalipse munho da fé e esperança dos cristãos perseguidos e no conforto
e inspiração que ele tem trazido às almas entristecidas e oprimi-
das de todas as épocas. Ele indica que haverá um fim para os con-
flitos; Deus e o Cordeiro vencerão; os inimigos de nossas almas se-
Lição 148. Análise, Discussão Introdutória ecaps. 1-5. rão punidos, e os seguidores de Deus serão recompensados com
Lição 149. Apocalipse - caps. 17-22. uma recompensa eterna.
Lição 150. Revisão — de Primeiro Timóteo até Apocalipse, inclusi-
ve.
ANALISE
O Autor e a Data. O autor foi João, o apóstolo. Ele escreveu
durante o seu exílio na Ilha de Patmos (1:1, 4, 9; 22:8), por volta Introdução — 1:1-8.
de 95 ou 96 A.D.
I. As Sete Igrejas — 1:9 até o final do cap. 3.
O Livro. (1) E um livro de símbolos e figuras, e constante- 1. Uma visão preliminar de Cristo — 1:9 até o final do cap.
mente causa interesse e assombro. (2) É um livro de guerras, mas 2. Os discursos às igrejas — caps. 2:3.
a guerra sempre termina em paz. A palavra guerra ocorre nove
vezes em Apocalipse, e apenas sete vezes em todo o restante do II. Os Sete Selos-4:1-8:1.
Novo Testamento. (3) É um livro de trovões e terremotos, mas 1. Uma visão preliminar do trono — caps. 4-5.
eles desaparecem e são seguidos por liturgias e salmos. (4) É um 2. Seis selos abertos um após o outro — cap. 6.
livro de recompensas aos justos. Isso pode ser visto nas cartas às 3. A seladura dos servos de Deus — cap. 7.
sete igrejas e nas vitórias dos justos em todos os conflitos e guer- 4. O sétimo selo é aberto — 8:1.
ras do livro. (5) Portanto, é um livro de otimismo. Em toda parte
Deus vence Satanás, o Cordeiro triunfa, a Babilónia perece, etc. III. As Sete Trombetas — 8:2 até o final do cap. 11.
1. Uma visão preliminar — 8:2-6.
A Sua Interpretação. Há vários tipos de interpretes, a saber: 2. Seis trombetas soam uma após a outra — 8:7 até o final do
(1) Os Preteristes, que pensam que o livro se cumpriu em seu sen- cap. 9.
tido primário. Fazem com que todas as profecias e visões refiram- 3. O livrinho, a medição do templo e as duas testemunhas
se à história dos judeus até a queda de Jerusalém e à Roma pagã. -10:1-11:14.
(2) Os Futuristas, que interpretam o livro literalmente e acham 4. A sétima trombeta soa — 11:15 até o final do cap.
que todos os eventos do livro acontecerão logo antes ou logo de-
pois da segunda vinda de Cristo. (3) A Escote Histórica ou Contí- IV. As Sete Figuras Místicas — caps. 12-14.
1. A mulher vestida do sol — cap. 12.
224 2. O dragão vermelho — cap. 12.
226 - Visão Panorâmica da Bíblia Apocalipse — 227

3. O filho varão - cap. 12. lhanças nos sete selos, sete trombetas e sete flagelos: (a) o céu é
4. A besta que veio do mar — 13:1-19. aberto e uma visão preliminar antes de cada série: (b) os primeiros
5. A besta que veio da terra — 13:11-18. quatro em cada uma referem-se especificamente ao mundo natural
6. O Cordeiro no Monte Sião - 14:1-13 - Os três anjos. presente, ao passo que os outros três em cada série referem-se mais
7. O Filho do homem nas nuvens — 14:14-20 — Os três anjos. particularmente ao futuro ou ao mundo espiritual; (c) em cada
série existe um episódio depois do sexto elemento que é ou um
V. Os Sete Flagelos - caps. 15-16. aperfeiçoamento dele ou uma preparação para o sétimo. (14) Com-
1. A visão preliminar — cap. 15 — um cântico de vitória. pare as três séries novamente e observe: (a) eles retratam os mes-
2. Seis flagelos derramados um após o outro — 16:1-12. mos eventos em linguagem semelhante; (b) a vitória dos justos e
3. Os espíritos imundos reuniram os reis da terra para a bata- a destruição dos ímpios são demonstradas em cada um; (c) a vitó-
lha do Armagedom — 16:13-16. ria dos redimidos predomina na primeira (selos) enquanto que a
4. O sétimo flagelo é derramado — 16:17 até o final do cap. destruição dos ímpios predomina na última (flagelos). (15) Nas
séries note o progresso da severidade de punição: (a) um quarto
VI. Os Conflitos e Vitórias Finais - 17:1-22:5. da terra afligido na primeira (selos); (b) um terço afligido na se-
1. O primeiro conflito e a vitória — 17:1-19:10. gunda (trombetas); (c) tudo destruído na terceira (flagelos). (16)
2. O segundo conflito e a vitória - 19:11-20:6. Das seguintes passagens faça uma lista mostrando quão proxima-
3. O terceiro conflito e a vitória - 20:7-22:5. mente a mesma coisa é atingida em cada uma das sete trombetas
e flagelos: (a) 8:7 e 16:2; (b) 8:8 e 16:3; (c) 8:10-11 e 16:4-7;
VII. Epílogo - 22:6 até o final. (d) 8:12 e 16:8-9; (e) 9:9-11 e 16:10-11; (f) 9:13-21 e 16:12-16;
1. O testemunho tríplice acerca da verdade sobre a visão — O (g) 11:15-18 e 16:17-21. (17) Os contrastes são figuras das trom-
anjo, Jesus e João — 6-8. betas e flagelos. Isto pode ser visto a partir das seguintes compara-
2. Instruções dos anjos acerca da profecia — 9-10. ções:
3. A lição moral do livro — 11-17.
TROMBETAS FLAGELOS
4. A atestação de João e saudação — 18-21.
1. Saraiva, fogo, sangue sobre 1. O flagelo derramado sobre a
a terra, um terço das a'rvores terra e a aflição dos seguidores
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO queimadas. da besta.
2. Um terço do mar é feito 2. Todo o mar torna-se sangue e
(1) A visão de Jesus — 1:9 até o final do cap. (2) As cartas às sangue, um terço das suas cria- todas as almas são destruídas.
sete igrejas, (a) Quais igrejas recebem apenas louvor? (b) Quais turas e suas embarcações é des-
igrejas são acusadas? (c) Quais igrejas recebem louvor e acusação? truído.
(d) O que é elogiado e o que é condenado em cada uma delas? (3) 3. Um terço dos rios torna-se 3. Todos os rios tornam-se em
Os vinte e quatro anciãos, as quatro criaturas viventes, o livro sela- amargo; muitos homens destruí- sangue e a vingança sobre todos
do e o Cordeiro — caps. 4-5. (4) A seladura dos servos de Deus — dos. os homens.
cap. 7. (5) O livrinho — cap. 10. (6) A vara de medir e as duas tes- 4. Um terço do sol, etc., é 4. O sol é ferido e os homens
temunhas — 11:1-14. (7) Cada uma das sete figuras místicas — ferido, e um terço do dia é escu- são queimados, sofrem, blasfe-
caps. 12-14. Descreva cada uma. (8) O mistério da Babilónia — recido. mam e não se arrependem.
cap. 17. (9) Cântico de vitória sobre a Babilónia - 19:1-10. (10) 5. As estrelas do céu caem, 5. O trono e o reino da besta
O julgamento de Satanás — 20:1-10. (11) A descrição da ressurrei- gafanhotos são enviados e os são feridos, os homens sofrem e
ção geral e do julgamento - 20:11-15; 22:10-15. (12) A descrição homens buscam a morte. blasfemam, mas não se arrepen-
dos céus — caps. 21-22. (13) Indique os seguintes pontos de seme- dem.
225 — Visão Panorâmica da Bíblia

6. Um terço dos homens é des- 6. Um caminho é preparado aos


truído pelos exércitos do Eufra- reis, além do Eufrates.
tes; os homens não se arrepen-
dem.
Episódio: As duas testemunhas Episódio: Os três espíritos imun-
de Deus testificam dEle e dos do dragão testificam dele
obram maravilhas. A guerra e obram milagres. A batalha
das bestas contra eles. pelo mundo em Armagedom.
7. A voz no céu, o julgamento, 7. A voz no céu, a queda da
terremotos, saraiva, etc. Babilónia, terremoto, saraiva,
etc.
(18) As bênçãos e doxologias do livro. (19) Os ensinos sobre Jesus.
(20) Os ensinos sobre Satanás.

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BIBLIOTECA MRTÍCUUR
Edgêr

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