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VISÃO
PANORÂMICA
DA BÍBLIA
Edgar Tavares
Edgar Tavares
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VISÃO PANORÂMICA
DA BÍBLIA
J.B. TIDWELL
A.M., D.D., LL.D.
Professor de Literatura Bíblica
na
Universidade Baylor em Waco,
Texas.
BIUIOTECA PARTICULAR
Edg*r
Título do original em inglês:
THE BIBLE BOOK B Y BOOK
Eelgar
DEDICADO
Copyright © de J.B. Tidwell
aos milhares de estudantes que o autor
Publicado pela Wm. B. Eerdmans Publishing Co., EUA
tem ensinado durante os últimos anos.
J.B.TidwelI
Waco, Texas. Sugestões para Professores, Líderes e
Classes
O Cânon da Escritura 28
As Versões da Bíblia 30
As Divisões da Bíblia 34
Os Livros da Bíblia 35
UM LIVRO MARAVILHOSO 36
Capítulo 1 - Génesis 41
Capítulo 2 - Êxodo 46
Capítulo 3 - Levítico 50
Capítulo 4 — Números 55
Capítulo 5 — Deuteronômio 59
Capítulo 6 — Josué, Juizes e Rute 62
1. Josué 62
2. Ju ízes 65
3. Rute 68
Cupftulo 7 — Primeiro e Segundo Samuel 70
11
12 — Visão Panorâmica da Bíblia Conteúdo - 13
-. * ,
ASSUNTOS INTRODUTÓRIOS
OS NOMES DE DEUS
o Deus-Trino fez uma aliança para o bem do homem antes que desejado, a árvore deve ser podada e alimentada. Deus, muitas ve-
ele fosse criado. zes, nos disciplina para que possamos ser mais úteis a Ele.
2. SENHOR. Escrito com pequenas letras maiúsculas em anti- 5. O Deus Altíssimo. O significado desse termo pode ser sin-
gas versões. 1) Deus, auto-Existente e que se revela a si próprio. tetizado em dois pontos: (1) Representa Deus como Aquele que
Ele sempre existiu e, assim, aceitou revelar-se ao homem. (2) possui os céus e a terra. Devido ao fato de possuir a terra, ele age
Deus como Redentor. O propósito da sua revelação é nos trazer dentro de Sua justiça e as distribui entre as várias nações (Dt 32: 8).
redenção. Foi com esse nome que Ele avistou o homem após (2) Representa Deus como Aquele que tem toda autoridade.
a Queda e o cobriu com pele de animais (Gn 3:9-17). (3) O Deus Se ele possui toda autoridade, tem o direito de domínio tanto so-
que faz e guarda as Suas alianças. Esse nome foi usado mais que bre a terra como o homem a quem tal autoridade é distribuída
cem vezes em conexão com as alianças, como em Jr 31:31-34 (Dn 4: 18, 37; SI 91:9-13).
onde Ele promete uma nova aliança.
6. O Deus Eterno. Este nome fala de Deus como: (1) O Deus
3. Senhor. Aqui todas as letras são minúsculas com exceção do mistério das eras. (2) O Deus de todos os segredos. (3) O Deus
do "S" e a palavra é a mesma em versões antigas e atuais. Refe- da existência eterna cuja compreensão é inatingível (Is 40.28).
re-se à Deus em Sua relação com os homens e Seus servos. Exis- Aqui reside a grande alegria daquele que crê. Há muitos segredos
tem dois tipos de servos referidos nas passagens — o servo assala- e mistérios mas o nosso Deus conhece e vê a todos eles. Nada está
riado e o servo comprado. O último é sempre superior e muito além do seu conhecimento. Podemos nos alegrar seguindo-0
mais amado que o primeiro. As relações aqui implicadas são mui- e confiando nEle através do desconhecido.
to sugestivas. O senhor tem o direito de exigir respeito e obediên-
cia do servo e este tem a garantia de direcão, protecão e apoio da 7. SENHOR (Jeová) Deus. Este nome da Deidade é usado
parte do seu senhor. Aplicado a nós e Deus indica nosso dever de em duas relações: (1 ) Na relação da Deidade com o homem. Neste
servi-Lo e assegura-nos que Deus irá nos providenciar o necessário uso são sugeridas três coisas concernentes a essa relação: (a) Que
e nos protegerá. Ele é o Criador que cria e controla o destino do homem, enfati-
lando especialmente o Seu controle das relações terrenas; (b) Que
4. O Deus Todo-Poderoso. A tradução aqui não dá toda a Ele ó a autoridade moral acima do homem; (c) Que Ele é o Reden-
concepção do significado envolvido. Não se refere primariamente tor do homem. Essas três ideias indicam um pouco do interesse
â força. Esta é encontrada no termo Deus. Mas essa palavra sugere divino pelo homem. (2) Na relação da Deidade com Israel. Isto
uma figura comum entre os antigos. Significa literalmente Aquele quer dizer que Ele criou e controla o seu destino.
de Peito Forte. Refere-se a Deus como o doador e "derramador"
de bênçãos tanto espirituais como físicas. Sugere que Deus é: (1) 8. SENHOR (Jeová) dos Exércitos. Este nome fala da pessoa
Aquele que nutre, Doador de Força, Aquele que Satisfaz. É o • l» .Inovií como o Senhor dos Exércitos na Sua manifestação de
Deus-Forte que dá. Assim como uma mãe nutre seu bebé ama- i. Isso sugere três coisas especiais: (1) Refere-se, geralmente,
mentando-o ao seio e verte a força da sua própria vida, assim tam- «xiiiciios celestes, especialmente os anjos. (2) Refere-se a todos
bém ela lhe dá a força da sua satisfação. Dessa forma Deus nos nu |io<h-H". divinos e celestes à disposição do povo de Deus. (3)
alimenta e nos satisfaz com a plenitude da Sua própria natureza. !" u MI mm especial da Deidade usado para confortar a Israel em
(2) Doador da fertilidade. Esse é o resultado próprio e normal da iiMM|iii'i do divislío, derrota ou fracasso (Is 1 :9; 8: 11-14). Esse
nutrição. Deus nos provê o alimento espiritual e nós devemos IHMMM nunca é usado no Pentateuco mas o é especialmente pelos
em troca dar frutos. Ele quis fazer de Abraão um homem que liiiiíiiitiH Apuroco 80 vezes em Jeremias, 14 vezes nos dois capí-
desse frutos (Gn 17:1-8). Isso foi cumprido de forma incondicio- iiilii» iln Ai|tm, 1)0 nos quatorze capítulos de Zacarias e 25 vezes
nal e completa. (3) Doador da disciplina ou poda. Se o fruto é MH» i|Hiiiiu cnpítulos do Malaquias.
Assuntos Introdutórios —21
20 - Visão Panorâmica da Bíblia
Existem vários outros nomes compostos usados para ex- compreensão do futuro. Neste aspecto eles eram chamados viden-
pressar as diferentes relações e bênçãos de Jeová na Sua obra pelo tes e os acontecimentos preditos iriam mais tarde transparecer.
homem. Mas aparecem com menor frequência e o significado é, Abraão foi o primeiro a ser chamado de profeta (Gn 20:7), segui-
na maioria das vezes, facilmente compreendido. Os que foram da- do por Arão (Ex 7:1). 4- /i SM ^.10 -9i
dos acima parecem ser suficientes para ajudar o estudante na sua
leitura bíblica. 3. Os Escribas. A palavra escriba significa escritor e Seraíasé
o primeiro mencionado (II Sm 8:17). (1) Como escritores, logo
tornaram-se os transcritores da lei, depois intérpretes e, finalmen-
OS OFICIAIS SAGRADOS te, seus mestres e expositores. (2) Tornaram-se conhecidos como
doutores da lei. Isso surgiu do seu conhecimento da lei que era
Existem alguns oficiais sagrados a quem a Bíblia faz referên- obtido pelo constante ato de transcrevê-la. (3) Isso levou o povo
cia com certa frequência. Pelo menos os fatos mais proeminentes a tê-los num lugar de alta proeminência e dignidade, e no tempo
com relação a cada um deles devem ser familiares ao estudante dos reis eram sustentados pelo estado como um corpo de homens
da Bíblia. eruditos, bem organizados e de alta influência. (4) No tempo de
Cristo estavam entre os mais influentes membros do Sinédrio.
1. Os Sacerdotes. Eram homens escolhidos para estarem
diante de Deus em favor do povo, cujos pecados os desqualifi-
cavam de aparecerem por sua própria conta. Os primeiros sacer- 4. Os Apóstolos. (1) Foram doze homens escolhidos por
dotes foram os cabeças de suas próprias famílias (Gn 8:20). Mais Jesus e formaram o alicerce ou início da Igreja de Cristo. Estavam
tarde, o primogénito ou o filho mais velho tornava-se o sacerdote. separados de todas as ordenanças do Antigo Testamento não se
E, finalmente, a fim de que o sacerdócio pudesse ser devidamente submetendo a nenhuma casta de obrigação. Também não estavam
reconhecido. Deus escolheu a família de Arão, da tribo de Levi, ligados à velha administração das coisas. (2) O nome apóstolo sig-
para serem os sacerdotes do Seu povo eleito (Ex 28:1). Eles ser- nifica um mensageiro, aquele que é enviado. Foram escolhidos
viam no tabernáculo e, mais tarde, no templo onde conduziam os para estarem com Jesus e serem por Ele enviados a pregar e ensi-
atos religiosos, ofereciam sacrifícios pelos pecados particulares e nar. (3) Quando Judas, um dos doze, traiu a Jesus e "foi para o
eram os mestres e magistrados da lei. •eu próprio lugar", eles elegeram a Matias para substituí-lo (At
1:15-26). Paulo, mais tarde foi indicado de uma maneira especial
2. Os Profetas. (1) Eram homens cuja obra pode ser vista (At 9:1-30). Barnabé foi chamado de um apóstolo (At 14:14) e
como o complemento daquela feita pelos sacerdotes. Eles fala- outros parecem também ter recebido essa designação. (4) Esses
vam de Deus ao povo. Enquanto os sacerdotes rogavam a Deus homens lideraram novos movimentos (At 5:12-13) e consagra-
em favor do povo, os profetas falavam ao povo em lugar de Deus. r«m-se especialmente aos dons ministeriais (At 8:14-18). Eram a
Eles recebiam revelações de Deus e as tornavam conhecidas ao primeira autoridade na Igreja (At 9:27; 15:2; 1 Co 9:1; 12:28;
povo. Eles eram selecionados de acordo com a vontade de Deus 2 Co 10:8;12:2;GI 1:17;2:8-9).
para repartirem os Seus dons espirituais (1 Co 12: 11) e estendiam
suas atividades através dos anos incluindo aqueles que escreveram
os livros proféticos até Malaquias. (2) Eram filósofos, mestres, B. Ministros ou Pregadores. (1) A palavra ministro aqui sig-
pregadores e líderes da fé e culto do povo. Seu trabalho pode ser nifico aquele que ministra à, ou ajuda alguém em serviço. Isto é
dividido em três partes: (a) A pública entrega de mensagens de litiin como se por servos livres e não por escravos. (2) Eles se
modo muito parecido com os pregadores de hoje; (b) A elabora- iiiiiiimim prosadores, e daí nosso termo ministro (At 13:2; Rm
ção em forma escrita da história, biografia e anais da sua nação Hi MJ). (3) Hoje são pregadores e mestres da Palavra de Deus e
que tornou possível o surgimento do Antigo Testamento; (c) A «lundum ,K necessidades espirituais do povo de Deus e outros.
22 Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 23
AS DATAS SAGRADAS 4. O Ano Sabático. Vinha a cada sete anos e toda a terra de
Israel deveria descansar assim como o povo de Israel descansava
As datas que eram santificadas nas Escrituras são de muito no sétimo dia. Nenhuma semente deveria ser plantada e tudo o
interesse. Apresentam certos conceitos e propósitos que safo dignos que crescia era de propriedade pública e poderia ser tomada pelo
de especial consideração. Na verdade, é necessa'rio saber os seus pobre se ele quisesse. Durante aquele ano todas as dívidas deve-
significados se quisermos compreender rapidamente algumas passa- riam ser perdoadas exceto aquelas contra estrangeiros (Ex 23:10-
gens. As que são descritas abaixo são as mais importantes: 11 ;Lv25:2-7; Dt 15:1-11 J.
1. O Sábado. É difícil definir o termo. Mas tem algo a ver
5. O Ano do Jubileu. Todo quinquagésimo ano era conhe-
com "um descanso solene" (Lv 25:4). A primeira menção encon- cido como o Ano do Jubileu (Lv 25:8-55). Começava no déci-
tra-se em Gn 2:2-3 e a primeira aparição do nome relacionado mo dia do sétimo mês e durante essa época o solo permanecia
com a semana está em Ex. 16:22-30. Está novamente insinuado
sem cultivo exatamente como no ano sabático. Toda terra que
na divisão de semanas (Gn 8:10-12; Ex 20:8-11). É claramente
tivesse sido vendida ou arrendada voltava para seu dono original,
usada para indicar a nossa necessidade de descanso da fadiga
e todo escravo hebreu era libertado se assim o quisesse.
da vida propiciando uma oportunidade para adoração.
2. As Luas Novas. Eram festas especiais realizadas no pri- 6. O Dia do Senhor. É o primeiro dia da semana e é observa-
meiro dia do mês (Nm 10:10), celebradas com a oferenda de sa- do em comemoração da ressurreição de Jesus que ocorreu naque-
crifícios (Nm 28:11-15). Entre as tribos do norte a festa de Lua le dia. Ela comemorou a consumação da obra de redenção, assim
Nova era considerada ocasião propícia para se ir ao profeta rece- como o Sábado era guardado em comemoração da consumação
ber instrução (2 Rs 4:23). da obra de criação.
3. O Templo. Em volta do templo aglomeravam-se muito obter uma melhor compreensão da ideia de igreja no Novo Tes-
das esperanças e aspirações da nação. Existiram três templos ao tamento.
todo. (1) O Templo de Salomão. Em conexão com este templo
há vários campos de estudo: (a) O desejo que Davi possuía de
construí-lo e sua preparação para isso (2 Sm 7:1-2; 1 Cr caps. AS SETE GRANDES ALIANÇAS
28-29). (b) Seu material, construção e dedicação (1 Rs 5:8, 2
Cr 2:6). (c) Sua destruição pelo general de Nabucodonosor em Existem dois tipos de alianças. (1) Incondicionais ou de
587 a.C. (2) O Templo de Zorobabel. Neste ponto devemos declaração (Gn 9:11) "Eu estabeleço." (2) Recíproca ou condi-
estudar o decreto de Ciro, o retorno dos judeus, a reconstrução cional (Ex 19:5) "se guardardes." A Bíblia inteira é um desen-
e dedicação do templo (Ed caps. 1-6), sua destruição por Rompeu volvimento e resume-se nas sete alianças.
em 63 a.C. e por Herodes, o Grande em 37 a.C. (3) O Templo
de Herodes. Este templo iniciou-se em 20 ou 21 a.C. (Jo 2:20), 1. A Aliança adâmica. Gn 3:14-19. Esboce os elementos
e foi destruído por Tito em 70 d.C. da aliança mostrando as pessoas atingidas e os resultados ou
condições envolvidas.
4. A Sinagoga. A palavra grega de onde é derivada significa
"uma assembleia". Originou-se bem mais tarde na história da na- 2. A Aliança com Noé. Gn 8:20-9:27. Esboce os elemen-
ção, mas logo veio a ter um lugar de muita importância na vida tos da aliança e os resultados envolvidos.
religiosa. Sinagogas eram levantadas em todos os lugares para on- 3. A Aliança com Abraão. Gn 12:1-3; At 7:3; outros deta-
de judeus fiéis iam. No tempo de Cristo ou não muito antes, havia
lhes, Gn 13:14-17; 15:1-18; 17:1-8. Esboce-a dando os elemen-
cerca de 1.500 delas na Palestina com, talvez, 480 em Jerusalém. tos, bênçãos apresentadas (temporais, espirituais ou eternas). Mui-
Parece que havia três oficiais: (1) O Chefe (Lc 8:49; 13:14; Mc 5: tas vezes é vista como várias alianças, mas é melhor considerá-la
22, etc.). (2) Os Anciãos (Lc 7:3; Mt 15:2, etc.). (3) O Assisten- como uma que foi sendo ampliada com o passar do tempo.
te (Lc 4:20). O culto era muito simples e consistia de orações
e leitura com a exposição da Escritura. As sinagogas e seu culto 4. A Aliança mosaica. Ex. 19-30. É apresentada em duas
foram de grande proveito para os apóstolos na sua obra, forne- partes: (1) Lei do Dever (Os 10 mandamentos) e (2) Lei da Mise-
cendo-lhes oportunidades para pregarem o Cristianismo onde quer ricórdia, Sacerdócio e Sacrifícios (Lv 4:27-31; Hb 9:1-7). (3) A
que fossem. quem foi dada (Ex 19:3) e a todos (Rm 2:12; 3:19, etc.). (4)
Seu propósito: (a) Negativo (Rm 3:19-20; Gl 2:16-21, etc.). (b)
5. A Igreja. Este é um termo neo-testamentário. Até o tempo Positivo (Rm 3:19; 7:7-13). (5) A relação entre Cristo e a aliança
de Cristo não existiu nada semelhante a uma igreja. A palavra signi- mosaica: (a) Estava sob ela (Gl 4:4; Mt 3: 13, etc.). (b) Guardou-a
fica "uma assembleia" e é mais comumente usada para designar (Jo 8:46; 15:10). (c) Suportou sua maldição pelos pecadores (Gl
uma congregação local de obreiros cristãos. Às vezes são usados 3:10-13; 4:4-5; 2 Co 5:21, etc.). (d) Substituiu-a terminando
os termos a "Igreja de Cristo", a "Igreja de Deus" ou os "Santos". OOm o Sacerdócio e Sacrifícios (Hb 9:11-15; 10:1-12, etc.). (e)
As igrejas foram estabelecidas em várias cidades e frequentemente A Nova Aliança providenciada para os crentes em Cristo (Rm 8:1;
reuniam-se nos lares. Não é apropriado chamar de igreja aos cris- 813:13-17).
tãos de uma denominação particular. Também seria errado chamar
do Igreja aos cristãos de qualquer denominação num dado territó- '> A Aliança deuteronõmica. Dt 30:1-9. Esboce seus elemen-
rio, Por exemplo: a Bíblia geralmente usa o termo a igreja em toi citando coisas prometidas e profetizadas.
( K i n i i o <• :>• i.il.i (h; icjreja de outra forma, refere-se a um conceito
n. M. .ímpio Aii.iviv. <!<• um estudo das principais igrejas e líderes 6. A Aliança davídica. 2 Sm 7:5-19. (1) Elementos da aliança
«In iiinviiniiiitif. 1 1 i-.i.'i<>-, depois da ascensão de Jesus, poderemos • mm imo no Antigo Testamento. (2) No Novo Testamento.
26 — Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 27
7. A Nova Aliança. (1) Formada (Hb 8:6-13). (2) Em profe- inspirada como Pedro ou João ou Paulo. Isto poderia ser mera
cia (Jr 31:31-34). (3) É fundamentada no sacrifício de Cristo iluminação ao invés de orientação infalível à verdade, e deixa
(Mt 26:27-28; 1 Co 11:25; Hb 9:11-12). (4) É primariamente lugar para graus variáveis de verdade e erro. Tal teoria teria como
para Israel mas os cristãos são participantes (Hb 10:11-22; Ef possível para alguns de nós a produção de uma nova Bíblia hoje —
2:11-20). (5) Os judeus ainda serão trazidos a ela (Ez 20:34-37; uma ideia que nosso próprio senso de insuficiência nega. (3)
Jr23:5-6;Rm 11:25-27). Outros afirmam que foi tudo feito mecanicamente. Isso traz a
ideia de que os escritores foram impedidos de usarem sua própria
Observação. Tente ver como todas essas alianças encontra- individualidade e tornaram-se nada mais que instrumentos passi-
ram-se em Cristo. vos ou máquinas. Porém, essa teoria falha em não considerar as
diferenças de estilo e as peculiaridades dos escritores tais como
o uso de estilos de uma ou outra cultura, terminologias próprias
A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA de um país ou cidade manifestados em cada lugar, tornando-nos
impossível harmonizar a teoria com as Escrituras. Existem vá-
1. Reivindicação Escriturística. 2 Tm 3:16 diz: "Toda Es- rias outras teorias cada uma das quais completamente insatisfa-
critura é inspirada por Deus." O termo inspirado vem de duas tórias como essas acima.
palavras gregas e literalmente significa soprado por Deus. O termo
"dado por inspiração" mostra que as Escrituras são o resultado 3. O Significado Real. Deve-se dizer que nenhuma teoria
de algum tipo de influência que Deus exerceu sobre os escritores. pode ser considerada completa. Não podemos analisar totalmen-
Mais do que isso, significa um soprar consciente. Então, de acordo te o processo do Espírito Santo operando nas mentes dos ho-
com esta passagem, inspiração significa um forte e consciente mens. Mas se estudarmos as muitas passagens que relacionam-se
soprar de Deus aos homens qualificando-os para darem expressão com o assunto, iremos descobrir que algumas delas dizem ser as
à verdade. É Deus falando através dos homens fazendo das Escri- palavras e escritos do próprio Deus, como se proferidas pela Sua
turas a Sua própria palavra como se Ele a tivesse falado por seus própria boca ou escritas com Sua própria mão; algumas parecem
próprios lábios. Pela infusão do sopro ou fôlego de Deus, homens ter sido faladas por homens que estavam inconscientes do signifi-
santos escreveram em obediência â ordem divina e foram guarda- cado completo da sua mensagem; outras foram escritas após uma
dos de todos os erros. Isto aconteceu tanto enquanto escreviam Investigação cuidadosa e fiel por parte do escritor. O Espírito
alguma nova verdade ou registravam verdades previamente conhe- Sinto usou a atenção, a investigação, a memória, a imaginação,
cidas. A Bíblia, assim, é a exata palavra de Deus e seus vários « ló{)ica - em uma palavra, todas as faculdades do escritor e agiu
livros são de origem e autoridade divinas. nii.ivós disso. Ele guiou o escritor para escolher a narrativa, mate-
rial, discursos de outros, decretos imperiais, genealogias, cartas
2. Algumas Teorias de Inspiração. No estudo dessa questão, nliriiiis, papéis do estado ou artigos históricos que ele pudesse
encontram-se várias teorias. (1) Alguns a vêem como algum tipo •ohar necessário para registrar a mensagem divina de salvação.
de "génio de alta classe." Negam que exista alguma coisa sobrena- Ill trabalhou neles, com eles e através de seus espíritos. Ele
tural ligada à acão do Espírito sobre os escritores da Bíblia, e 01 homens mesmos e falou através de suas individualidades.
afirmam ou insinuam que a sua inspiração deve ser comparada fflmhitm ir/ isso quando predisse os eventos futuros.
com aquela de Milton, Shakespeare, Brownng ou Confúcio; que Dtwti sor dito que a inspiração afetou as próprias palavras.
D«v
Deus habita em todos os homens e todos, portanto, são inspira- i|ii<r.r impossível assegurar a correta transmissão de pensa-
'HM l.i ,|ii
dos, cada um com um grau diferente medido pela sua capacidade tlinnlii •»tuim <!<• alçiuma forma afetar as palavras. Tanto Deus con-
mental ou espiritual. Isso deve ser absolutamente rejeitado. (2) linlmi i n r-.cninms na expressão de Seus pensamentos que eles
Alguns pensam que sua inspiração foi como aquela da era cristã. ilniniii n palavra de Deus na linguagem de homens. E, sendo
Tal teoria faria de qualquer cristão normal de hoje uma pessoa i H M um orientador infalível, mantiveram-se afastados
28 — Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 29
de erros na declaração de fatos. É então, verdadeiramente, a pa- todos os livros sacros, surgiu a interrogação sobre quais livros eram
lavra de Deus como se Ele não tivesse usado instrumentos para inspirados e sacros.
escrevê-la. As ideias que expressa são as próprias ideias que Deus
queria transmitir, de maneira que Deus é completamente respon- 3. O Cânon do Antigo Testamento. O Antigo Testamento foi
sável por cada palavra nela contida. Paulo ensina isso dizendo formado entre os judeus e mais tarde aceito pelos cristãos. Mesmo
que ele falou em palavras ensinadas pelo Espírito (1 Co 2:13). não sendo possível determinar com certeza os passos exatos que
foram dados até atingir sua forma final, estamos convictos de que
foi uma formação paulatina com livros que se disseminaram atra-
O CANON DAS ESCRITURAS vés dos séculos. A Lei foi colecionada e colocada na Arca da Alian-
ça por ordem de Moisés. Depois, parece que os livros históricos e
1. O Significado do Termo Cânon. A palavra traduzida câ- proféticos de Josué até a época de Davi foram colocados no tem-
non vem de uma palavra grega que significa "uma vara reta" plo. De tempos em tempos a lista sacra ia aumentando. Os escritos
ou "um padrão de medida." Daí deriva o significado secundário judaicos mais antigos declaram que o cânon, como o temos agora,
"linha", "norma," e "lei." Mais tarde passou a significar lista foi pbra de Esdras e a grande Sinagoga composta por Esdras, Nee-
ou catálogo. Logo veio a ser utilizada significando padrão de opi- mias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Não há dúvida que tal coleção
nião ou de conduta, sendo finalmente aplicada aos livros da Bí- já existia no tempo de Jesus e seus apóstolos. Sua formação não
blia. Assim, passaram a ser usados os termos "Cânon do Antigo foi um ato arbitrário mas foi submetida pelo povo a um concílio
Testamento" e "Cânon do Novo Testamento." Duas ideias es- oficial para apreciação, sendo que a última ocorreu em cerca de
tão envolvidas. (1) É o cânon da verdade. Nesse sentido refere-se 90 d.C. pelo concílio de Jania.
à restrição do número de livros que compõem a Bíblia. É a co-
leção daqueles livros inspirados por Deus pelos quais e nos quais 4. O Cânon do Novo Testamento. Até o século dezesseis
Ele fala; é o meio que o Espírito usa para apelar ao coração e •Inda existiam dúvidas sobre quais livros do Novo Testamento
consciência dos homens. (2) É a regra de fé e prática. Uma vez deveriam ser aceitos com autoridade sólida. O princípio que
que é a "vara de medida," faz-nos pensar sobre a Bíblia como jrlentou a formação do Cânon do Novo Testamento foi, como
nossa regra de vida. É usada nesse sentido em G l 6:16 e Fp 3:16. jcorreu no Antigo Testamento, a inspiração. (1) A morte dos
ipóstollos tornou necessária a coleção para que seus escritos pu-
2. Por Que Foi Formado Um Cânon? Existiram três causas ser preservados e sua autoridade reconhecida. Surgira
que cooperaram para tornar necessária a formação do Cânon da literatura epistolar e os evangelhos, sendo que sua mensagem
Bíblia. (1) Para preservar os escritos inspirados contra a corrup- Hlmi.i ser mantida inviolada somente através da formação do
ção. Não existia uma necessidade premente de um cânon enquan- ninou (2) Na época da severa perseguição (302 d.C.) surgiram
to a voz dos profetas e apóstolos ainda era ouvida. Eles, por ins- mulini escritores, evangelhos e epístolas falsas e espúrias que rei-
piração, sabiam o que era verdadeiramente inspirado e o que não vindicavam sua aceitação como genuínas. Os perseguidores orde-
era. Mas tão logo eles morreram e a inspiração cessou, tornou-se MNINIII (|iio s»; abandonasse as Escrituras. Porém, os cristãos re-
necessário reunir seus livros e dessa forma preservar a mensagem
HO u condescender com a ordem. Isso, entretanto, levan-
ao povo, dando-lhe segurança contra a corrupção. (2) Para evitar u i|iii'M.io sobro quais eram os livros dos Apóstolos e outros.
a adição de outros livros. Já havia aparecido muitos outros livros ( I) Ai niiiiM ci. nu muitos concílios locais tais como o Concílio
que se diziam inspirados. Levantou-se a questão de qual era a I|H l ri.nlii IM.I i .01 volta de 360 d.C., e o Terceiro Concflio de Car-
extensão ou alcance da inspiração e fez-se necessário decidir quais
(*U<i WIM 307 d.C. Assim, através de constantes concílios e exa-
eram os livros realmente inspirados. (3) Para prevenir contra qual-
MMI» fíilinu i um uiuiado, oração e deliberações eles finalmente
quer tentativa de destruir a Bíblia. Quando o imperador Deoclecia- Inilli MIUIII ijiior. CI.IIM verdadeiros e quais eram falsos, e como ré
no em 302 d.C. emitiu um edito ordenado que se queimasse ln IIMIIII', n Novo foslamento.
C-!" '
r 30 — Visão Panorâmica da Bíblia
AS VERSÕES DA BI BUA
Assuntos Introdutórios — 31
nhã toda a Bíblia. Foi um protesto contra a maldade da sua épo- como dos Estados Unidos foram responsabilizados pelo trabalho.
ca. Ele foi afligido por causa de sua obra enquanto ainda vivia, e Os revisores ingleses dividiram-se em dois grupos: um para o An-
depois de sua morte teve o corpo exumado e queimado pelos seus tigo Testamento e outro para o Novo. Havia dois grupos iguais na
inimigos. (2) As traduções na época da Reforma. A Reforma deu América do Norte. Um amplo esboço da obra foi lançado em
um novo ímpeto ao trabalho de dar a Bíblia ao povo. A tradução 1870. Os resultados do trabalho dos grupos ingleses foram subme-
da Bíblia para a linguagem popular mostraria quão sem fundamen- tidos aos grupos americanos que, por sua vez, poderiam fazer su-
to bíblico era grande parte das práticas e ensinos dos padres e gestões, mas a decisão final ficaria com os grupos ingleses. Todavia,
freiras. Muito do tempo dos reformadores era dedicado à tradução. as sugestões que não foram adotadas foram publicadas em um
As mais importantes delas são: (a) O Novo Testamento de Tyndale apêndice. O Novo Testamento revisado apareceu em 1881 e a Bí-
(1525 d.C.), seguido mais tarde por porções do Antigo Testamen- blia por inteiro em 1885. (5) A Versão Revisada Americana (The
to. Foi a primeira tentativa de traduzir a Bíblia toda diretamente American Revised Version). É considerada por muitos eruditos
do grego e hebraico. Isso criou tamanha amargura ao poder papal a melhor versão já produzida. O comité inglês rejeitou muitas su-
que ele foi queimado na estaca em 1536. (b) Miles Coverdale. Foi gestões dos grupos americanos. Mas foram, como dito acima, pu-
a primeira tradução completa impressa em inglês. Foi original em blicados em um apêndice. Em compensação por esse favor, os es-
certas partes e em outras tratou-se de uma revisão do trabalho de tudiosos americanos comprometeram-se a não sancionar por qua-
Tyndale, aparecendo em 1535. Não professa ter sido feita direta- torze anos a publicação de qualquer edição das versões revisadas
mente das línguas originais, (c) Outras versões. Seguindo essas aci- não impressas pela University Press da Inglaterra. Após a publi-
ma, apareceram muitas traduções. A "Matthew's Bible" (A Bíblia Mcflo em 1885, os comités ingleses logo se dissolveram, mas os
de Mateus), editada por John Rogers apareceu em 1537. Outras limpos americanos resolveram continuar sua organização e seu tra-
edições desse período foram as de Travener em 1539, a "The . Tinham um sentimento que o valor de seus apontamentos
Great Bible" (A Bíblia Grande), assim chamada por causa do ta- iria ser visto e ser-lhes-ia dado um espaço no texto. Não de-
manho de suas páginas, editada por Thomas Cromwell em 1539, ni ..... u j »;i rã que surgisse uma exigência para tal transcurso. Em
e a "Bishop's Bible" (Bíblia do Bispo), uma revisão da "The Great l MI Hl, i mi ano antes do período do seu acordo terminar, havia
Bible", que apareceu em 1568. ih li i Ungida na Inglaterra a chamada "American Revised Version"
Outra versão diferente dessa época é a Bíblia de Genebra, l\/nr..n> Kcvisada Americana) que transferia as referências ameri-
publicada por alguns refugiados a quem a Rainha Maria havia ex- ....... . < i < i .iprndice para o texto. Mas os revisores americanos ha-
pulsado do seu país. Ganhou ampla circulação entre o povo com • ( • i i ..... .i.ido ocupados todos esses anos tentando melhorar a to-
uma ou mais edições surgindo cada ano desde 1560 até 1616. (3) i- il.i vcis.ío revisada e a "American Revised Version" dos
A Versão do Rei Tiago (King James Version) ou Versão Autoriza- ||I ns satisfez. Assim, eles publicaram em 1901 a "Stan-
da. Essa versão é o resultado da labuta de cinquenta e quatro sa- d.ini liliinm ol lhe American Revised Version" (Edição Padrão
cerdotes escolhidos pelo Rei Tiago. O comissionamento desses o l ...... ida Americana), que é muito mais exata do que a
homens deu-se em 1607 e a grande obra estava completa em 1611. ... i. vi\. K 1. 1 de 1885. (6) As Traduções em Português no Brasil.
Seu excelente valor e bela linguagem deram-lhe em pouco tempo IM ..... ii.r. .um', cnciilam no Brasil duas traduções da Bíblia, em
uma supremacia que tem sido sempre mantida. É impossível cal- ..... n.' > | , M - < i.id.i'. por seu estilo vernacular. (a) A Versão de Fi-
cular o valor dessa grande versão. (4) A Versão Revisada (The ..... ! • • riudii/id,! pdo Padre António Pereira de Figueiredo,
1
Revised Version). Por causa da descoberta de novos manuscritos i . d« i.iiun (Vulqata) também chamada de S. Jerônimo.
e das mudanças no significado das palavras inglesas, além do avan- • d.- Almnd, i Resultado do trabalho de João Ferreira
ço da erudição que então encontrava-se mais capacitado para atin- "iiiii.hin ,i MI. n-, ,iniK|.i, n.idu/ida diretamente dos originais he-
gir o significado das línguas antigas, pensou-se ser uma sábia me- l|HH|n A l d K .10 Revisla e Atualizada é a mais recente
dida empreender uma nova tradução. Os mais distintos estúdio Hrvi',01,1, pi imeiro do Novo e depois do An-
sós de toda as denominações protestantes tanto da Inglaterra i ......... ipo-, -.<• <|p ?() elementos das denominações
34 — Visão Panorâmica da Bíblia Assuntos Introdutórios — 35
batistas, presbiteriana, presbiteriana independente, metodista, 3. Os Escritos — Incluíam: (1) livros poéticos — Salmos,
congregacional, episcopal, evangélica luterana e luterana do Brasil. Provérbios e Jó; (2) Os Cinco Rolos — Cantares de Salomão,
Cite-se também a "Versão Brasileira", editada pelas Sociedades Rute, Ester, Lamentações e Eclesiastes; (3) Outros livros — Da-
Bíblicas "Americana" e "Britânica e Estrangeira," em 1917. Tal- niel, Esdras, Neemias, e 1 e 2 Crónicas.
vez a mais fiel tradução do original feita até hoje no Brasil, sem, A própria Bíblia divide o Antigo Testamento em três par-
contudo, a segurança vernacular e beleza de estilo das acima men- tes, como seguem:
cionadas.
1. A Lei — Inclui os cinco primeiros livros da Bíblia, tam-
5. Versões Futuras. Podemos esperar que outras versões apa- bém chamados de livros de Moisés.
reçam no futuro de acordo com a necessidade. E a necessidade cer-
tamente surgirá. Nossas mudanças linguísticas e palavras que 2. Os Profetas — Incluindo os próximos doze livros comu-
ganharão novos e diferentes significados não darão ao leitor o mente chamados de livros históricos e os dezessete livros que
sentido próprio a não ser que de tempos em tempos sejam revisa- conhecemos como livros proféticos.
das e expressadas de acordo com esses novos significados. Essa
mutabilidade de linguagem que está sendo notada mostra a sabe- 3. Os Salmos — Incluindo os cinco livros poéticos.
doria divina em depositar a Palavra de Deus em línguas mortas.
Elas permanecem sempre as mesmas e sempre significarão o mes-
mo a todos os povos. Mas terão que ser expressas diferentemente
e requererão novas versões. Em línguas mortas ela é a eterna e OS LIVROS DA BÍBLIA
imutável Palavra de Deus, e traduzida para outras línguas moder-
nas vive para todos os povos de acordo com os termos da língua Os livros do Antigo e Novo Testamentos podem ser divi-
viva que eles falam. Não tenhamos medo de novas versões se esti- lldoí em três ou cinco grupos, como seguem:
vermos certos de que elas são verdadeiras com relação ao signifi-
cado da língua original na qual a verdade divina foi deixada. 1. História.
(1) Antigo Testamento — Gênesis-Ester (17 livros).
(2) Novo Testamento — Mateus-Atos (5 livros).
AS DIVISÕES DA BÍBLIA
'i Doutrina.
Sob o critério de linguagem e conteúdo, a Bíblia está divi- 1 1) Amigo Testamento — Jó-Cantares de Salomão (5 livros).
dida em duas partes principais: (.') Novo Testamento — Romanos-Judas (21 livros).
(1) O Antigo Testamento — 39 livros. (2) O Novo Testa-
mento — 27 livros. Total — 66 livros.
Os judeus estavam acostumados a dividir o Antigo Testa- 1 1 ) AniK|o litstamento - Isaías-Malaquias (17 livros).
mento em três partes principais, a saber: (.') Novo Irsi.imerito — Apocalipse (1 livro).
O Propósito e a Importância Religiosa. O principal propósito entender o restante da Bíblia e cada parte da qual refere-se aos
do livro é escrever uma história religiosa, mostrando como, depois fatos aqui dados. Ele cobre mais da metade do tempo do Antigo
que o homem caiu no pecado, Deus começou a dar-lhe uma reli- Testamento, e nele estão as sementes de todas as verdades revela-
gião e começou a revelar-lhe um plano de salvação. O germe de das no restante das Escrituras.
toda a verdade revelada pelas Escrituras encontra-se em Génesis, e
conhecer bem esse livro é conhecer o plano de Deus para aben-
çoar o homem pecador. Acima de tudo, aprendemos sobre a natu- ANALISE
reza e a obra de Deus que Se revela como Criador, Preservador,
Doador da Lei, Juiz, e Soberano Misericordioso. O interesse reli- I. A Criação — caps. 1-2.
gioso domina todo o livro, bem como toda a Bíblia, predominando 1. A Criação em geral — cap. 1.
mesmo na história da criação. O propósito religioso é visto no fato 2. A Criação do homem em particular — cap. 2.
de que todos, exceto a raça escolhida, são constantemente aban-
donados. Primeiramente o livro dá a genealogia de Caim, então de- II. A Queda — cap. 3.
siste dele e segue a linhagem de Sete; primeiro Ismael é abandona- 1. A Tentação — 1 -5.
do e Isaque seguido. Esaú nasce primeiro e é abandonado enquan- 2. A Queda - 6-8.
to a história passa a seguir a linhagem de Jacó. 3. A Aparição do Senhor — 9-13.
4. A Maldição- 14-21.
A Importância de Génesis Para a Ciência. Génesis não é um 5. A Expulsão do Jardim - 22-24.
livro científico e não faz nenhuma tentativa para explicar muitas
coisas que são assuntos de pesquisa nos campos da geologia, zoo- III. O Dilúvio - caps. 4-9.
logia, biologia, botânica, astronomia, arqueologia e antropologia. 1. O Crescimento do pecado através de Caim — 4:1-24.
De fato, "A ciência não surge através de revelação, mas através 2. A Genealogia de Noé — 4:25 até o final do cap. 5.
de observação, pesquisa, combinação, conclusão" e, dessa forma. 3. A Construção da arca — cap. 6.
Génesis deixa livre um campo de ciência infinito para a pesquisa 4. A Ocupação da arca — cap. 7.
e descoberta. Mas também não dispensa vários fatos que indicam 5. A Saída de dentro da arca — cap. 8.
o plano geral do universo, fornecendo uma base para a pesquisa 6. A Aliança com Noé — cap. 9.
científica. Entre os fatos mais importantes encontram-se (1) Hou-
ve um começo das coisas. (2) As coisas não surgiram por acaso. IV. As Nações — caps. 10-11.
(3) Há um Criador que se interessa e continua controlando o 1. A Base das nações, os filhos de Noé — cap. 10. Como?
universo. (4) Houve um avanço ordeiro na criação começando 2. A Formação das nações — 11:1-9. Por quê?
com o menor e mais simples, e indo para o maior e mais comple- 3. A Genealogia de Abraão e Sem -11:10-32.
xo. (5) Tudo mais veio a existir para o homem, que é a coroação
da obra da criação.
V.Abraão- 12:1-25:18.
1. A Chamada e a Promessa — cap. 12.
A Importância Geral. A importância do livro não pode ser 2. Abraão e Ló - caps. 13-14.
super-estimada. Ele nos fala somente dos eventos que ocorreram 3. A Aliança- 15: 1-18: 15.
antes de Moisés. Sem ele a Bíblia estaria incompleta. Não sabe- 4. Destruição de Sodoma e Gomorra — 18:16 até o final
ríamos nada a respeito de origem do universo, do homem e do do cap. 19.
pecado; nada sobre o dilúvio e as vidas de Abraão, Isaque, Jacó 5. As Vidas em Gerar — cap. 20.
e José; nada sobre o início da raça hebraica ou sobre como Deus 6. O Nascimento de Isaque —cap. 22.
começou a Se revelar ao homem. Sem esse livro não poderíamos 7. O Sacrifício de Isaque — cap. 22.
44 — Visão Panorâmica da Bíblia Génesis - 45
AS MENSAGENS
(3) Cerirnonial, (4) Moral, e (5) Leis religiosas, com ênfase nos
deveres morais e religiosos.
nhão com Deus. (2) As Ofertas de aroma não agradável. São as V. As Leis Especiais — caps. 26-27.
ofertas perfeitas, relacionadas com a culpa humana. Elas são: (a) 1. Bênçãos e maldições — cap. 26.
A oferta pelo pecado, que é expiatória, vicária e eficaz, ligada 2. Votos e dízimos — cap. 27.
mais aos pecados contra Deus, com pequena consideração à lesão
contra o homem, (b) A oferta pela culpa, referindo-se especial-
mente aos pecados contra o homem que também são contra Deus.
AS MENSAGENS
ANÁLISE
1. As mensagens relacionadas com o pecado. Subentende-
se por todo o livro a existência, a natureza e a enormidade do pe-
A Lei de Sacrifícios - 1:1-6:7. cado, demonstrando-o como sendo: (1) A falta de conhecimento
1. Os holocaustos — cap. 1. de Deus; (2) A perda da comunhão com Deus; (3) Falta de seme-
2. As ofertas de manjares — cap. 2. lhança com Deus; (4) Separação de Deus; (5) Ofensa contra Deus.
3. As ofertas de paz — cap. 3.
4. As ofertas pelo pecado — cap. 4. 2. As mensagens relacionadas com a redenção. A redenção é
5. As ofertas pela culpa — 5:1-6:7. vista através de todo o livro, com as suas principais ideias suben-
tendidas como seguem: (1) É fundamentada na justiça — Deus sal-
II. A Lei dos Sacerdotes — 6:8 até final do cap. 10. va os homens, mas não sem justiça. Ele primeiro precisa ser justo.
1. Os sacerdotes instruídos a respeito da oferta — 6S até o (2) É baseada em sangue. O terrível registro de sangue e fogo mos-
final do cap. 7. tra que a redenção vem somente através do derramamento de san-
2. Arão e seus filhos consagrados — cap. 8. gue, ou a entrega da vida da vítima. (3) Tem a finalidade de provi-
3. As primícias — cap. 9. denciar santidade. A redenção não isenta o homem de santidade,
4. O pecado e a morte dos dois filhos de Arão, o sacerdote — mas através dela, ele torna-se santo. (4) O sacrifício é a base e o
cap. 10.
sacerdócio é o meio de acesso a Deus, as pessoas são colocadas na
posição de adoração. (5) Detalhadamente, ela demonstra: (a) É
III. A Lei da Pureza — caps. 11 -22. substitutiva — uma verdade notada nos sacrifícios, (b) É atributi-
1. O alimento puro e animais comestíveis — cap. 11. va — coloca o pecado sobre a vítima, (c) É feita através de morte —
2. O corpo e a casa puros; normas para purificação — caps. o sacrifício da vítima, (d) É realizada através de amor — a vítima
12-15.
sendo um animal, era inocente de pecado, sendo assim entregue
3. A nação pura, ofertas pelo pecado no Dia da Expiação — por amor, ao pecador. (6) Em tudo isso há uma revelação de Cris-
caps. 16-17. to. Ele carrega o nosso pecado e conduze-nos ao favor diante de
4. O casamento puro — cap. 18. Deus. Traz o registro de Cristo em qualquer lugar do livro — por
5. Leis morais puras — caps. 19-20. todo sacrifício, por todo sacerdote ou vestimenta ou cerimónia.
6. Os sacerdotes puros — caps. 21-22. Ele é tudo e está em todo o livro.
IV. A Lei das Festas — caps. 23-25.
3. As mensagens relacionadas com a natureza humana decaí-
1. As festas sagradas — cap. 23. da. Aprendemos sobre a natureza humana: (1) É uma fonte malig-
2. Parênteses ou interpolação, as lâmpadas do Tabernáculo, na e devemos constantemente observar cada coisa que procede
os pães da proposição, o blasfemo — cap. 24. dela. (2) Não é somente maculada, mas também macula tudo o
3. Os anos sagrados — cap. 25. que toca. (3) Foi suprida através do sangue da expiação.
54 — Visão Panorâmica da Bíblia
55
56 — Visão Panorâmica da Bíblia
Números — 57
Período Histórico. A história cobre um período de pouco
mais de trinta e oito anos (Nm 1:1; Dt 1:3), registrando: (1) Como 3. As leis para a pureza no acampamento — caps. 5-6.
Israel marchou até a fronteira de Canaã, (2) Como eles peregrina- 4. Leis referentes às ofertas e adoração — caps. 7-8.
ram trinta e oito anos pelo deserto enquanto a antiga nação mor- 5. Leis referentes à páscoa e à nuvem — 9:1-14.
reu e uma nova foi treinada em obediência a Deus, (3) Como fi- 6. Sinais para marcharem e se reunirem — 9:15-10:10.
nalmente retornaram à fronteira da terra prometida.
II. Adornada para Moabe - 10:11-22:1.
Tipos e Ilustrações de Jesus. Esse livro é rico em ilustrações e 1. De Sinai para Cades — 10:11 até o final do cap. 14.
tipos que referem-se à Cristo e à experiência cristã, estando regis- 2. De Cades para Cades (as andanças pelo deserto) - 15:1-
trado para nossa instrução e advertência (1 Co 10:1-11). Os mais 20:21.
importantes são os seguintes: ( 1 ) 0 Nazireu. É uma ilustração de 3. De Cades para Moabe - 20:22-22:1.
Cristo como Santo, inofensivo e separado dos pecadores. Não
bebia nenhum tipo de vinho, que era um símbolo de impureza e III. A Permanência em Moabe — 22:2 até o final do cap. 36.
alegria natural. Nisso Jesus é prefigurado como puro e privado da 1. Balaque e Balaão — 22:2 até o fina! do cap. 25.
alegria comum. Seu cabelo não deveria ser cortado. Era um adorno 2. O censo do povo — cap. 26.
de uma mulher. Isso mostrava que Ele não dependeria de força 3. Josué, o sucessor de Moisés — cap. 27.
humana e seria separado dos outros e do pecado. (2) A Fita Azul. 4. Festas e Ofertas - caps. 28-30.
Essa era a cor celeste e mostrava que o povo de Deus, de todos os 5. A Vitória sobre Midiã — cap. 31.
tempos, deveria ser celestial em seu caráter. (3) A Vara Florescen- 6. Duas tribos e meia recebem terra na Transjordânia — cap.
te de Arão. Ilustra a ressurreição de Jesus. Cada cabeça de tribo 32.
depositou uma vara morta e Deus fez com que a de Arão vivesse. 7. Enumeradas as jornadas no deserto — cap. 33.
Isso sugere como Cristo, nosso sacerdote, está vivo. Os fundado- 8. As divisões de Canaã e as cidades de refúgio — caps. 34-36.
res de todas as outras religiões estão mortos: Cristo também mor-
reu, mas Deus O ressuscitou e O aceitou como sumo sacerdote. ,
(4) A Novilha Vermelha. Aqui está o símbolo de Cristo como a AS MENSAGENS
base da nossa purificação. O abate representa a morte de Cristo; o
aspergir do sangue sete vezes aponta para o completo e único can- 1. Obediência. Eles estavam sob a lei e sob a liderança imedia-
celamento dos nossos pecados; a conservação das cinzas é um me- ta de Deus, que os puniu por cada desobediência. É uma lição para
morial do sacrifício, a purificação através da aspersão de cinzas todas as nações.
misturadas com água, ilustra a obra do Espírito Santo e a palavra
de Deus, pela qual o pecador é purificado através do sacrifício de 2. Dúvidas e Fé. Suas dúvidas eram manifestadas pelas quei-
Jesus. (5) As Serpentes Abrasadoras. Mostram como Cristo na xas e murmurações; sua falta de fé em Deus resultou em descon-
cruz salva todo aquele que confia nele. (6) As Cidades de Refú- tentamento. Seu fracasso em ver a Deus deu-lhes uma visão estrei-
gio. Ilustram como Cristo nos protege do julgamento. ta perdendo, assim, sua benção, não podendo entrar em Canaã por
causa da sua descrença.
59
60 — Visão Panorâmica da Bíblia Deuteronômio — 61
Estilo. O estilo é mais inflamado e retórico do que os dos IV. Os Últimos Dias de Moisés - caps. 31-34.
livros anteriores. Seu tom é mais espiritual, ético, e apela para 1. A transferência para Josué - cap. 31.
o dever de "conhecer a Deus", "amar a Deus" e "obedecer a 2. O cântico de Moisés — cap. 32.
Deus". 3. A benção de Moisés — cap. 33.
4. A morte de Moisés - cap. 34.
Ocasião e Necessidade do Livro. (1) Uma crise havia apareci-
do na vida de Israel. A vida do povo estava para ser mudada da-
quela de peregrinar pelo deserto para a de residir em cidades e AS MENSAGENS
aldeias, e da dependência do maná do céu para o cultivo dos cam-
pos. A paz e a justiça dependeriam de uma estrita observância da (1) A lei de Deus é inflexível. Não pode ser revogada ou evi-
lei. (2) Estavam para ser tentados por uma nova religião em Canaã tada e opera universalmente. (2) As leis de Deus são a expressão
contra a qual deveriam precaver-se. As formas mais sedutoras de do Seu amor. Elle governa o homem porque o ama e quer evitar
idolatria seriam encontradas em cada lugar e haveria grande peri- a sua ruína. (3) A obediência do homem é a expressão do seu
go de se submeterem a elas. Especialmente por serem agricultores amor. Ele obedece a Deus porque o ama e tem prazer em promo-
seriam tentados a adorar Baal, que era tido como o deus do agri- ver os Seus interesses.
cultor e das colheitas. Uma má colheita seria uma tentação para
adorarem a Baal trazendo sobre si o descontentamento do Senhor.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
Os Versículos-chave. Os versfculos-chave são 11 -.26-28.
(1) Faça uma lista dos principais eventos da história passada
de Israel, relembrada por Moisés nos caps. 1-4, e encontre nos
ANÁLISE livros anteriores cada incidente registrado. (2) A partir do cap.
11 faça uma lista das razões para a obediência, as recompensas
A Consideração das Jornadas — caps. 1-4. da obediência e a importância do estudo da lei de Deus. (3) As leis
1. O lugar do seu acampamento — 1:1-5. de benção e maldição (caps. 27-28). Faça uma lista das maldições,
2. Sua história desde a saída do Egito — 1 £ até o final do dos pecados e a penalidade; e uma lista das benções indicando a
cap. 3. benção e aquilo pelo qual é prometida. (4) Faça uma lista dos di-
3. Exortação à obediência —4:1-40. ferentes países e povos a respeito dos quais Israel recebeu ordens
4. Três cidades de refúgio neste lado do Jordão — 4:41-49. ou advertências. (5) A benção de despedida de Moisés às várias
tribos (cap. 33). Faça uma lista do que sobreviria a cada tribo. (6)
II. A Consideração da lei — caps. 5-26. Os nomes, localização e propósitos das cidades de refúgio e as
1. Seção histórica e de exortação — caps. 5-11. lições para hoje que podem ser extraídas delas com seu respectivo
2. Leis de religião - 12:1-16:17. uso. (7) A inflexibilidade das leis de Deus.
3. Leis da vida política — 16:18 até o final do cap. 20.
4. Leis das relações sociais e domésticas —caps. 21-26.
pósito tão nobre. Foi uma batalha travada em favor de todo o 3. Na batalha com os cananeus. Aqui, podemos aprender três
mundo. A liberdade civil e religiosa de todo o povo dependia da- verdades: (1) A vitória de Israel veio através de um lidere coman-
quilo. Ela deu ao mundo um novo padrão de governo como uma dante, e não por meio de um legislador, veio por Josué, não atra-
nação de Deus livre, trazendo um novo conceito de religião, livre vés de Moisés. Assim se dá com o cristão. (2) Eles entraram em
da idolatria, vício e superstição. Ela estabeleceu a nação de Israel, Canaã através do poder divino e não por guardarem a lei. Da mes-
através da qual viria o Messias para abençoar todas as nações. ma forma, o cristão recebe suas bênçãos presentes — sua experiên-
cia celestial — não por obras da lei, mas pelo poder divino. Sua
benção futura virá da mesma forma. (3) O cristão, assim como
ANÁLISE
Israel, deve submeter-se aos padrões de santidade e ao governo
de Deus.
A Conquista de Canaã — caps. 1-12.
1. A preparação — caps. 1-2.
2. A travessia do Jordão — caps. 3-4. PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
3. A conquista de Jericó — caps. 5-6.
4. A conquista do sul — caps. 7-10. (1) A cooperação das duas tribos e meia na conquista de
5. A conquista do norte — cap. 11. Canaã. (2) Faça uma lista das diferentes batalhas no livro e indique
6. Um resumo — cap. 12. em quais delas Israel foi derrotado. (3) A história do pecado de
Acã. Seus resultados, o descobrimento e a punição. (4) A história
II. A Divisão das terras — caps. 13-22. dos gibeonitas, seu estratagema e as consequentes dificuldades de
1. O território das diferentes tribos — caps. 13-19. Josué. (5) Faça uma lista dos incidentes e ocorrências que mos-
2. As cidades de refúgio — cap. 20. tram um elemento miraculoso presente na narrativa. (6) A história
3. As cidades dos levitas — cap. 21. de Raabe, a prostituta. (7) O lugar da adoração e da oração na nar-
4. O retorno das tribos orientais — cap. 22. rativa. Dê exemplos. (8) Evidências do livro de que Deus odeia o
pecado.
III. O Último Conselho e a Morte de Josué — caps. 23-24.
1. A exortação à fidelidade — cap. 23.
2. As palavras de despedida e a morte — cap. 24. JUIZES
de Débora, reúna lições para a vida prática de hoje. (6) A apostasia Alguém já disse que o cap. 1 é a decisão de Rute, o cap. 2
religiosa como causa da decadência nacional. (7) A estultícia po- fala do serviço de Rute, o cap. 3 fala do descanso de Rute,
lítica e a imoralidade social como sinais da decadência nacional. e o cap. 4 fala da recompensa de Rute.
(8) O método da libertação divina.
AS MENSAGENS
RUTE
(1) As circunstâncias não criam nem destróem os crentes.
Este livro, junto com o de Juizes, trata da vida de Israel desde Esta verdade é vista nos dois extremos das circunstâncias. Boaz
a morte de Josué até o governo de Eli. O nome é extraído de Rute, tinha todas as oportunidades e bens, mas foi fiel e verdadeiro;
a personagem principal. Outras personagens importantes são Rute não tinha nenhuma oportunidade ou orientação, mas assim
Noemi e Boaz. mesmo tornou-se gloriosa em caráter. Podemos aprender aqui que
Deus é o nosso principal meio-ambiente. (2) A f é é o segredo ou
O Conteúdo. É propriamente uma continuação de Juizes, teste do discipulado. Sobrepuja todos os obstáculos e nos dá deci-
mostrando a vida da época na sua maior simplicidade. É especial- são e coragem. (3) O valor de uma pessoa que confia. Tal pessoa
mente importante, também, porque mostra a linhagem de Davi. se tornará um instrumento de Deus. Rute é incluída na lista dos
Obede, o pai de Jessé, que tornou-se o pai de Davi, nasceu de Rute fiéis na genealogia de Cristo.
e Boaz, seu marido. Daí, mostra-se que Rute está ligada à toda
história de Israel e forma um elo na genealogia de Cristo.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
Os Tipos. (1) Rute é um tipo da noiva gentia de Cristo e a
sua experiência é similar à de qualquer cristão devoto. (2) Boaz, (1) Cada um dos personagens do livro, suas características
o rico habitante de Belém, aceitando aquela mulher estranha, é fortes e fracas. (2) A história inteira de Rute em comparação com
uma ilustração da obra redentora de Cristo. a história dos juizes (caps. 17-21 para obter-se uma estimativa das
melhores e piores condições da sua vida social).
As Palavras-Chave. São amor e fé.
ANÁLISE
O conteúdo de Primeiro Samuel. Este livro começa com a II. A Carreira de Saul e a Rejeição Divina — caps. 8-15.
história de Eli, o velho sacerdote, juiz e líder do povo. Registra o 1. Escolhido como Rei — caps. 8-10.
2. Batalhas com os filisteus — caps. 11-14.
70 3. É rejeitado — cap. 15.
72 — Visão Panorâmica da Bíblia
Primeiro e Segundo Samuel — 73
III. A Carreira de Saul Após a Sua Rejeição — caps. 16-31. Os males do ciúme vistos em Saul. (6) A importância do respeito
1. Enquanto Davi estava em sua corte — caps. 16-20. pelas formas de governo existentes — veja a atitude de Davi peran-
2. Enquanto Davi refugiou-se em Juda' — caps. 21-26. te Saul. (7) Como a atitude do homem diante de Deus e Seus ser-
3. Enquanto Davi refugiou-se na Filístia — caps. 27-31. vos pode determinar ou marcar o seu destino. (8) Exemplos de
como Deus usa tanto homens bons como maus no cumprimento
AS MENSAGENS de Seus propósitos.
1. Deus Adapta o Seu Reino às Condições. Enquanto age as- SEGUNDO SAMUEL
sim, faz com que Seu plano avance constantemente. Permite que
tenham um rei, e aponta profetas que eram mais achegados a Ele Encontramos nesse livro a história do desempenho de Davi
do que o rei. O rei nunca foi um mediador entre Deus e os ho- enquanto foi rei de Israel. Foi o rei mais forte que Israel teve e
mens. Deus escolheu falar aos homens através dos profetas. Os caracterizou-se como um importante executivo, um soldado hábil,
próprios reis eram compelidos a ir aos profetas para receberem e tinha uma profunda disposição religiosa. Teve as suas falhas mas,
assistência e orientação.
apesar delas, desenvolveu um grande império. Visto como um
todo, é de profundo, mas também doloroso interesse. Talvez ne-
2. O Homem Coopera Para o Propósito Crescente de Deus.
nhum outro homem tenha tido um registro mais diversificado de
Isso é notado de duas maneiras: (1) O desempenho de Saul mos-
pecado e tristeza do que aqui é dado. Existe uma fé verdadeira e
trou ao povo a tolice que era querer um rei como as nações pa-
genuína e, também, pecado e punição duradoura. Há um severo
gãs. (2) O desempenho de Davi mostrou como Deus poderia lhes
castigo pelo pecado, mas também perdão, descanso, paz, e força
dar um rei ideal, dando-lhes uma melhor concepção do grande
no Deus da sua salvação (Salmo 51:14). Com todas as suas faltas
rei que estava por vir. Tanto no fracasso quanto no sucesso dos
homens, o propósito de Deus é mantido. ele encontrou graça diante de Deus e inaugurou uma linha real
que terminou em Cristo, que é o rei soberano. Seus últimos anos
3. Deus obtém as Suas vitórias tanto através de pessoas obe- foram cheios de fé em Deus, aproximou-se do céu de eterno des-
dientes quanto desobedientes. Isso é notado nas carreiras de Sa- canso em pleno gozo da bênção da aliança eterna. Mostra-nos uma
muel, Saul e Davi. Note dois fatos relacionados à isso: (1) Não é vida atribulada e em paz.
a vitória de Deus que é determinada pela atitude do homem peran-
te Ele, mas sim, o lugar do homem naquela vitória. Samuel e Davi ANÁLISE
obedeceram e foram usados e salvos. Saul foi desobediente e foi
usado, porém destruído. (2) A atitude do homem perante Deus I. Davi é Feito Rei e Governa em Glória — caps. 1-10.
não afeta a Sua vitória, mas determina o destino do homem. As II. O Grande Pecado de Davi e Suas Consequências — caps.
pessoas leais cooperam para a vitória final e, assim, comparti- 11-18.
lham da exaltação daquela vitória; as pessoas rebeldes também III. Davi é Restaurado ao Trono — caps. 19-20.
cooperam para a vitória final e, então, compartilham da ira da- IV. Um Apêndice - caps. 21 -24.
quela vitória.
AS MENSAGENS
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
(1) A atitude do homem perante Deus dá a oportunidade a
(1) A história de Eli e seus dois filhos. (2) O nascimento e a Deus para usá-lo e abençoá-lo. Davi pecou, mas foi um homem
chamada de Samuel. (3) A unção de Saul. (4) A unção da Davi. (5) segundo o coração de Deus. Sua atitude interna era correta. (2)
74 - Visão Panorâmica da Bíblia
8
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
/™ c <1) C°m° Davi se tornou Rei- (2) Suas vitórias nas batalhas Primeiro e Segundo Reis
(J) Seu grande pecado e algumas das consequências. (4) Sua bon-
dade diante dos inimigos (veja também sua atitude perante Saul
relatada em 1 Samuel). (5) A bondade de Deus é ilustrada pela
historia da bondade de Davi para com Mefibosete cap 9 (6) O
salmo de louvor de Davi, caps. 22-23. (7) As diferentes ocasiões Lição 49. Discussão do texto sobre Primeiro Reis e 1 Reis, caps.
em que Davi demonstrou um espírito penitente. (8) A grande pes- 1-4.
tilência, cap. 24. Lição 50. 1 Reis, caps. 5-11.
Lição 51. 1 Reis, caps. 12-19.
Lição 52. 1 Reis, caps. 20-22. Mensagens e Análises de Primeiro
Reis e 2 Reis, caps. 1-2.
Lição 53. 2 Reis, caps. 3-8.
Lição 54. 2 Reis, caps. 9-17.
Lição 55. 2 Reis, caps. 18-25, e Mensagens e Análise de Segundo
Reis.
Lição 56. Análise e discussão dos tópicos "Para Estudo e Discus-
são." (ambos os livros).
O Nome. Os dois livros de Reis eram, originalmente, um só
livro e formam uma história contínua. O nome é extraído dos reis,
cujos feitos eles relatam. Retomam a história de Israel onde Se-
gundo Samuel interrompe, e dão o relato da morte de Davi, o rei-
nado de Salomão, os Reinos Divididos e o Cativeiro.
O Propósito. As mudanças políticas de Israel são dadas a fim
de mostrar a condição religiosa. Isso se mostra não pelos inciden-
tes que são evidenciados, mas pelo modo com que julga os vários
reis como maus ou bons. Há um grande número de exemplos do
conflito entre a fé e a descrença, e a adoração a Jeová e a adoração
a Baal. Vemos os reis perversos que introduzem a falsa adoração
e os reis justos que trazem reformas e tentam vencer a falsa adora-
ção. Israel torna-se submisso ao mal e, por fim, é cortado; Judá
75
76 — Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Reis — 77
arrepende-se e é restaurado para perpetuar o reino e para ser o aqueles que não deixaram escritos, foram ativos e cumpriram qua-
meio pelo qual veio Jesus. se toda a sua obra no período aqui tratado. Colocaram-se contra
a luxúria, auto-indulgência, e imoralidade da falsa adoração à qual
O Reinado de Salomão. Salomão começou em glória, flores- atacaram com constância. Perceberam que a religião é um fator
ceu por algum tempo, mas terminou em desgraça. Sacrificou os central da vida e, com liberdade, condenaram todo tipo de má con-
mais sagrados princípios da nação a fim de estabelecer alianças
duta. Eles profetizaram a queda da nação e levaram o povo a espe-
com outras nações. Tentou concentrar toda a adoração no Monte
rar no Messias a glória da nação.
Moriá, provavelmente com a esperança que iria controlar, desse
modo, todas as nações. Por fim, tornou-se um tirano e roubou a
ANÁLISE
liberdade do povo. Mostrou grande capacidade para governar e
organizou todo o reino dividindo-o em doze partes. Teve uma OBS,: São dadas duas análises — uma contínua para os dois livros,
política doméstica de absolutismo, uma política estrangeira de di- mostrando o avanço da história através de ambos; outra para cada
plomacia, e uma política religiosa de centralização, tudo voltado livro separadamente. Tanto uma quanto a outra pode ser usada pa-
para o imperialismo. Dependia de forças militares e tinha outros
ra que o objetivo do estudante ou da classe seja atingido.
deuses além de Jeová', e porisso, foi levado a um triste fim.
Os Dois Reinos. Esta é uma triste história de dissensões, guer- I. O Reinado de Salomão - 1 Reis - caps. 1-11.
ras e derrotas. Israel, ou o reino do norte, sempre teve ciúmes de 1. Sua ascensão ao trono — 1 Reis, caps. 1 -4.
Judá. Entretanto, era o mais forte e possuía muito mais terras com 2. A construção do templo — 1 Reis, caps. 5-8.
mais fertilidade. Foram dezenove reis desde Jeroboão até Oséias, 3. Sua grandeza e seu pecado — 1 Reis, caps. 9-11.
cujos nomes e tempo de reinado podem ser aprendidos lendo-se o II. O Reino Dividido - 1 Reis 1 2 - 2 Reis 17.
que há escrito sobre cada um. Judá, ou o reino do sul, tinha a capi- 1. A revolta e o pecado do reino do norte — 1 Reis, caps.
tal religiosa da nação e o templo como o centro da adoração ja- 12-16.
vista, e sendo mais espiritual, foi um pouco mais fiel à verdadeira 2. A carreira de Elias — 1 Reis, caps. 17-19.
adoração. Teve vinte reis, desde Roboão até Zedequias, cujos no- 3. A perversidade e a morte de Acabe — 1 Reis, caps. 20-22.
mes e tempo de reinado podem ser obtidos através das passagens 4. Continuação da carreira de Elias — 2 Reis, caps. 1-2.
das Escrituras que os descrevem. 5. A carreira de Eliseu — 2 Reis, caps. 3-8.
6. A dinastia de Jeú — 2 Reis, caps. 9-14.
O Cativeiro. É evidente que o cativeiro ocorreu por causa de
7. A queda de Israel — 2 Reis, caps. 15-17.
pecado, sendo que Deus os poupou por um longo tempo. (1) Is-
rael foi levado cativo pelas forças do exército da Assíria, cuja capi- III. O Reino de Judá - 2 Reis, caps. 18-25.
tal era Nínive. Este é o sinal do fim das tribos do norte. (2) Judá 1. O reinado de Ezequias — caps. 18-20.
foi capturado pelas forcas militares do Império Babilónico, mas 2. O reinado de Manassés — cap. 21.
após um período de setenta anos, o povo foi restaurado à sua pró- 3. O reinado de Josias — caps. 22-23.
pria terra.
4. A queda de Judá — caps. 24-25.
À Atividade Profética. Durante aqueles tempos os profetas
ANÁLISE DE PRIMEIRO REIS
foram muito ativos. Os reis em sua maior parte eram perversos e
não queriam se submeter â vontade divina. Essa atitude e conduta O Reinado de Salomão — 1 Reis, caps. 1-11.
da parte deles, exigiu frequentes denúncias e advertências por par-
1. Sua ascensão ao trono — caps. 1 -4.
te dos profetas. Eles falam em lugar de Jeová e tentaram sensibi-
2. A construção do templo — caps. 5-8.
lizar a consciência da nação. Tanto os profetas escritores quanto
3. Sua grandeza e seu pecado — caps. 9-11.
78 — Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Reis — 79
II. A Revolta e o Pecado das Tribos do Norte — 1 Reis, caps. 1. Com Relação ao Fracasso dos Governos Humanos. Aqui,
12-16. encontramos: (1) A causa — um sentimento perdido de Jeová.
III. A Carreira de Elias - 1 Reis, caps. 17-19. Veja a adoração idólatra e a incapacidade dos reis em verem que
IV. A Perversidade e a Morte de Acabe — 1 Reis, caps. 20-22. Deus estava trabalhando entre eles. (2) As manifestações — a perda
de ideais nacionais. Observe os baixos ideais de justiça e a peque-
ANALISE DE SEGUNDO REIS na preocupação com o pecado. (3) O abandono — uma consciência
insensível. Estude as suas reformas superficiais, sua negligência às
I. A Carreira de Elias e Eliseu — 2 Reis, caps. 1-8. ordenanças religiosas, etc. (4) O resultado — conquistados, captu-
1. A continuação da carreira de Elias — caps. 1-2. rados, levados à derrota nacional.
2. A carreira de Eliseu — caps. 3-8.
2. Com Relação à Vitória do Governo Divino. Isso é visto: (1)
I1. De Jeú até a Queda de Israel - 2 Reis, caps. 9-17. Em Seu propósito. Estude a Sua promessa à Abraão. (2) Em Sua
1. A dinastia de Jeú — caps. 9-14. persistência. Observe as repetidas profecias e advertências. (3) Em
2. A queda de Israel —caps. 15-17. Seu poder. Ele nunca permitirá a partida de Seu povo, mas o segui-
rá até lhe dar segurança.
III. O Reino de Judá - 2 Reis, caps. 18-25.
1. O reinado de Ezequias — caps. 18-20. 3. Com Relação à Perda da Visão de Deus Por Parte do Ho-
2. O reinado de Manassés — cap. 21. mem. Isso conduz â ideais degradados, consciências mortas e pro-
3. O reinado de Josias - caps. 22-23. pósitos já derrotados.
O Nome. O nome Crónicas foi dado por Jerônimo. Eram as II. O Reinado de Davi - 1 Crónicas, caps. 10-29.
"palavras dos dias" e os tradutores da Septuaginta os chamaram 1. A ascensão e o grande homem — caps. 10-12.
de "coisas omitidas." Eram originalmente um só livro. Começan- 2. O zelo pela adoração de Jeová — caps. 13-17.
do com Adão, a história de Israel é re-escrita até o retorno de Judá 3. Suas vitórias — caps. 18-20.
do cativeiro. 4. O recenseamento do povo — cap. 21.
5. As provisões para o templo — caps. 22-29.
A Relação com Livros Anteriores. Eles cobrem o mesmo pe-
ríodo dos outros. Naquela época os livros haviam sido juntados III. O Reinado de Salomão - 2 Crónicas, caps. 1-9.
e formavam uma história contínua. Aqui, repetimos e revisamos 1. A construção do templo — caps. 1-4.
toda a história, iniciando com Adão e indo até o edito de Ciro, que 2. A dedicação do templo — caps. 5-7.
permitiu aos judeus exilados o retorno à Jerusalém. 3. A grandeza e os bens de Salomão — caps. 8-9.
O Propósito Religioso das Narrativas. Muitas coisas indicam IV. Judá Depois da Revolta das Dez Tribos - 2 Crónicas, caps.
que estes livros têm um propósito religioso. (1) É dada especial 10-36.
ênfase ao cuidado de Deus para com Seu povo e o Seu propósito 1. O reinado de Roboão - caps. 10-12.
em salva'-lo. (2) Evidencia-se a construção do templo. (3) Os reis 2. A vitória de Abias — cap. 13.
que serviram a Deus e destruíram os ídolos recebem um lugar mais 3. O reinado de Asa — caps. 14-16.
destacado. (4) É seguida a linhagem de Judá, somente mencionan- 4. O reinado de Josafá — caps. 17-20.
do Israel onde se faz necessário. Assim, a linhagem messiânica atra- 5. Sete reis e uma rainha — caps. 21 -28.
vés de Davi está sendo seguida. (5) O espírito sacerdotal permeia 6. O reinado de Ezequias — caps. 29-32.
esses livros ao invés do elemento profético como nos livros históri- 7. O reinado de Manassés e Amon — cap. 33.
8. O reinado de Josias - caps. 34-35.
80 9. O cativeiro — cap. 36.
82 - Visão Panorâmica da Bíblia Primeiro e Segundo Crónicas — 83
AS MENSAGENS DE PRIMEIRO CRÓNICAS os vasos que haviam sido contaminados. Josafá enviou mensagei-
ros a todo lugar para interpretarem as Escrituras devido ao fato
1. Deus Deve Ser Considerado na Vida das Nações. Este f ato de haver uma ignorância geral acerca da lei de Deus. Joás restaurou
é sempre negligenciado, mas é evidenciado: (1) Pelo fato de que a casa de Deus que havia sido destruída. Ezequias abriu as portas
Deus está trabalhando. Através da Sua escolha e eleição, alguns são da casa de Deus, que haviam sido fechadas pelo povo por terem
excluídos e outros, aceitos. Devido à sua obediência e ao caráter caído em mero e cansativo formalismo. Josias levou adiante a sua
que ela produz, alguns safo recebidos; por causa da sua desobediên- reforma fazendo o povo usar e conformar-se à lei que ele havia
cia, outros têm os seus direitos e privilégios cancelados. (2) Pelo fa- encontrado, e sobre a qual eram todos ignorantes, por causa da
to de que todas as coisas levam ao pleno cumprimento do propó- perda. (2) Algumas conclusões: O templo, naquela época, e a igre-
sito de Deus. O trabalho divino está dirigido não somente ao caso ja, hoje, é o centro e a norma da vida nacional. A igreja, então,
dos hebreus, mas a todos, e executará o Seu propósito. (3) Pelo fa- deve ditar as normas. Portanto, nenhum estado pode estabelecer
to de que quando Deus é deixado de lado não existem padrões uma igreja, mas a igreja, dando ideais retos, pode estabelecer e
morais. fortalecer o estado. Entretanto, a religião não pode ser formal.
A igreja, como o povo de Deus, deve estar cheia do Espírito San-
2. O Teste dos Patriotas. Aqui, temos um conselho sensato. to para que possa, assim, mudar o mundo.
Devemos estar conscientes dos sentimentos políticos ou dos polí-
ticos que negligenciam a Deus, atacam-No, ou se opõem ao reco-
nhecimento de Deus por parte da nação. O homem que adora a PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
Deus é o verdadeiro patriota, e o homem que O serve inspira con-
fiança para servir a sua nação. (1) Os homens que integram a família oficial de Davi. (2) As
diferentes vitórias de Davi. (3) A dedicação do templo, especial-
mente a oração. (4) A riqueza e a insensatez de Salomão. (5) As
AS MENSAGENS DE SEGUNDO CRÓNICAS Escrituras e a casa de Deus como meios e fontes de toda reforma.
Veja: (a) A restauração do altar e dos vasos feita por Asa; (b) O
1. A Condenação do Ritualismo na Vida Nacional. Não deve- ensino de Josafá ao povo a respeito da lei de Deus; (c) Joás e a ca-
mos reconhecer a Deus somente de um modo formal, mas temos sa de Deus restaurada; (d) As reformas de Josias. (6) O reinado
que adaptar o nosso caráter e a nossa conduta ao símbolo do re- de Manassés. (7) A natureza do culto de Judá. (8) O cativeiro. (9)
conhecimento que fazemos d'Ele. O templo, a suprema herança O valor de uma verdadeira religião para uma nação. (10) Os maus
de Salomão, devia ser a expressão do relacionamento entre Israel resultados da idolatria.
e Deus, mas aquilo tornou-se uma mera formalidade. Salomão fa-
lhou por não conformar a sua vida aos ensinos. Ele seguiu o peca-
do, a luxúria e, por fim, fracassou.
3. Lançado o fundamento — cap. 3. II. A Aliança Para Guardar a Lei - caps. 8-10.
4. A obra é paralisada — cap. 4. 1. A leitura da lei — cap. 8.
5. A obra é terminada — caps. 5-6. 2. A confissão é feita — cap. 9.
3. A aliança é estabelecida — cap. 10.
II. As Reformas de Esdras — caps. 7-10.
1. A viagem de Esdras — caps. 7-8. III. A Dedicação dos Muros e as Reformas de Neemias — caps.
2. A confissão do pecado — cap. 9. 11-13.
3. A aliança para guardar a lei — cap. 10. 1. Os habitantes da cidade, 11:1 -12:26.
2. A dedicação dos muros, 12:27-47.
3. Os males são corrigidos — cap. 13.
AS MENSAGENS DE ESDRAS
rais; (c) políticas. (4) A reunião pública e a nova festa, cap. 8. (5) e o Seu cuidado pelo Seu povo estão subentendidos em todo
A aliança, caps. 9-10. (6) A repovoação de Jerusalém, caps. 11-12. o livro.
ESTER ANÁLISE
JÓ
tacão do Egito ou em Canaã. Um escritor desses períodos não teria antes de reclamar ou acusar a Deus e seu modo de governar. (7)
ficado silente a respeito de assuntos tão grandiosos. Jó ora e é restaurado.
O Propósito. O propósito do livro, então, é justificar a sabe-
Características Literárias. Os capítulos 1 e 2 e partes do capí-
doria e a bondade de Deus em assuntos de sofrimento humano, e
tulo 42 estão em prosa. Todo o restante é poesia. Os diferentes in-
especialmente mostrar que nem todo sofrimento é punitivo.
ter-locutores podem ter sido reais ou podem ser personagens cria-
dos por um escritor para compor a narrativa. Entretanto, há muito A Provação de Jó. A provação de Jó veio em estágios e consis-
pouca dúvida de que a história é fundamentada em fatos históricos. tiu grandemente numa série de perdas como seguem: (1) Suas pro-
priedades, (2) Seus filhos, (3) Sua saúde, (4) A confiança de sua
Os Problemas do Livro. Esse livro levanta uma série de ques- mulher — ela desejou que ele amaldiçoasse a Deus e morresse, (5)
tões importantes, que são comuns á todos e as discute direta ou Seus amigos que agora o vêem como um pecador, (6) A alegria da
indiretamente. Entre elas, as mais importantes são: (1) Há qual- vida — ele amaldiçoou o dia do seu nascimento, (7) A sua confiança
quer bondade que não seja recompensada? "Porventura Jó debalde na bondade de Deus — ele disse a Deus: "Por que te fizeste de mim
teme a Deus?" (2) Por que o justo sofre e por que o pecado não é um alvo?". Na sua resposta a Eliú ele duvida da justiça, senão da
punido? (3) Deus realmente protege e cuida das pessoas que O própria existência de Deus. Em tudo isso ele é privado de todas as
temem? (4) A solução de Jó, que, aparentemente, nunca foi apre- coisas terrenas que poderiam lhe trazer prazer. Um quadro mais
sentada de modo pleno; numa ocasião olhando para a vida futura abjeto não poderia ser pintado.
para uma solução (19:25-37) e mais tarde rogando uma chance
para apresentar o seu caso a Deus (caps. 29-31). (5) A solução de
Deus — apesar de haver mistério tanto no mal como no bem, a ati- ANÁLISE
tude do homem deve ser de submissão e fé.
I. A Riqueza e a Aflição de Jó — caps. 1 -2.
O Debate. O debate acontece na seguinte ordem: (1) Há uma II. A Discussão de Jó e Seus Três Amigos — caps. 3-31.
conversa entre Deus e Satanás, e a consequente aflição de Jó. (2) 1. O primeiro ciclo — caps. 3-14.
O primeiro ciclo de discussões com seus três amigos onde eles 2. O segundo ciclo — caps. 15-21.
acusam Jó de pecado, o qual é negado por Jó. (3) O segundo ciclo 3. O terceiro ciclo — caps. 22-31.
de discussões. Aqui, os amigos de Jó afirmam que a reivindicação
de inocência por parte de Jó é uma evidência da sua culpa e do pe- III. O Discurso de Eliú-caps. 32-37.
rigo iminente. (4) O terceiro ciclo. Nesse ciclo os amigos de Jó
afirmam que as suas aflições são exatamente aquelas que sobrevêm IV. Os Pronunciamentos de Deus — caps. 3841.
ás pessoas que cedem às tentações às quais são submetidas. Nos 1. O primeiro pronunciamento — caps. 38-39.
três ciclos de discussões, Elifaz, Bildade e Zofar discutem com Jó, 2. O segundo pronunciamento — caps. 40-41.
exceto Zofar que permanece silente no terceiro ciclo. Eles falam
na mesma ordem cada vez. (5) Eliú mostra quão erradamente V. A Restauração de Jó — cap. 42.
Jó acusa a Deus enquanto se defende e afirma que o sofrimento
nos ensina a retidão e nos previne contra o pecado. (6) Deus in-
AS MENSAGENS DE JÕ
tervém e em dois discursos instruiu Jó. No primeiro discurso, é
mostrado a Jó o poder do Todo-Poderoso e a sua própria insen- A história de Jó nos traz mensagens distintas sobre as necessi-
satez em tentar responder a Deus a quem os animais temem por dades e as expectativas do homem pecaminoso. Tais necessidades
instinto. No segundo discurso, é mostrado a Jó que uma pessoa e inquirições são relatadas como sendo impossíveis de serem aten-
primeiro precisa saber governar o mundo e corrigir os seus males
94 - Visão Panorâmica da Bíblia Jó, Salmos e Provérbios — 95
didas até que Jesus viesse para preencher cada necessidade e res- Os Autores. Não há meios para se determinar a autoria de
ponder a cada expectativa do coração do homem. (1) Há um 50 salmos dentre os 150. Os outros autores são: Davi, Asafe,
clamor por um mediador humano, alguém que ponha a mão sobre os filhos de Core, Hemã, Etã, Moisés, e Salomão. Dos 100 cuja
nós ambos. (2) Há um anseio por luz sobre o futuro — "Morren- autoria é indicada, 73 são de Davi, e no Novo Testamento so-
do o homem, porventura tornará a viver?" (3) Havia a necessidade mente ele é referido como o autor — Lucas 24:44.
de alguém para defender a sua causa. Deus tem de agir — a provi-
A Relação Com Outros Livros do Velho Testamento. Tem
são está em Cristo. "Porque ele não é homem, como eu, a quem
sido chamado o coração de toda a Bíblia, mas a sua relação com
eu responda." (4) Há a necessidade de um redentor ou vindicador.
o Velho Testamento é especialmente íntima. Todas as manifes-
"Porque eu sei que o meu Redentor (vindicador) vive." (5) Deve- tações divinas são vistas com referência às experiências íntimas
mos ter um juiz, alguém diante de quem nosso vindicador possa ir que elas produzem. A história é interpretada à luz de uma paixão
e defender a nossa causa. (6) Devemos ter um livro de acusações pela verdade e justiça a proximidade de nossa relação com Deus.
para mostrar a culpa que está em nós. A Bíblia é o livro que Deus
escreveu, 31:35. (7) Há a necessidade de uma visão de Deus que Os Assuntos dos Salmos. E muito difícil fazer qualquer clas-
nos dê um senso da justiça de Deus e do valor humano, levan- sificação dos Salmos e qualquer uma está aberta à crítica. Por esta
do-nos ao arrependimento. razão, muitos agrupamentos têm sido sugeridos. Podem ser de aju-
da os seguintes exemplos que são tomados de diversas fontes: (1)
Hinos de louvor: 8, 18, 19, 104, 145, 147, etc. (2) Hinos nacio-
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO nais, 105, 106, 114, etc. (3) Hinos do templo, ou hinos para o cul-
to público, 15, 24, 87, etc. (4) Hinos relativos à testes e calamida-
(1) A personalidade e a malícia de Satanás. Aponte as suas des: 9, 22, 55, 56, 109, etc. (5) Salmos Messiânicos, 2, 16, 40, 72,
falsas acusações contra Jó e Deus e os sinais do seu poder. (2) 110, etc. (6) Hinos de caráter religioso em geral: 89, 90,91,121,
Com relação ao homem, procure evidências de: (a) A insensatez 127, etc.
da justiça própria, (b) a pequenez dos homens mais perfeitos A classificação seguinte foi dada na esperança de sugerir as
quando vistos por Deus. (c) A impossibilidade do homem de características religiosas mais proeminentes nos Salmos: (1) Aque-
encontrar a Deus pela sabedoria, à parte da graça. (3) Com rela- les que reconhecem a natureza infinita, a sabedoria e a onipresença
ção à Deus, reúna evidências da Sua sabedoria, perfeição e bon- de Deus. (2) Aqueles que reconhecem a universalidade do Seu
dade. (4) O desapontamento de Jó causado pelos seus amigos. amor, providência e bondade. (3) Aqueles que demonstram a re-
(5) Os elementos de Jó para o presente, sua visão do Seol, e sua pugnância de todos os ídolos e a rejeição de todas deidades subor-
visão do futuro. Acredita Jó numa vida futura ou ele pensa que dinadas. (4) Aqueles que fornecem uma visão do Filho Divino e
tudo termina no túmulo? O livro explica porque permite-se o Sua obra de redenção sobre a terra. (5) AqueJes que mostram a
sofrimento do justo? (7) Faça uma lista das passagens que se des- terrível natureza do pecado, o ódio divino contra ele e o julgamen-
tacam, especialmente aquelas que são dignas de memorização. to dos pecadores. (6) Aqueles que ensinam a doutrina do per-
dão, misericórdia divina e o poder do arrependimento. (7) Aqueles
que enfatizam a beleza da santidade, a importância da fé e o pri-
vilégio da comunhão da alma com Deus.
SALMOS
Essa variedade por um lado, e unidade por outro, deu ao livro
um lugar único na vida religiosa do indivíduo cristão e das igrejas.
O Nome. A palavra hebraica significa louvores ou hinos, e
Ele tem dominado o coração de toda a cristandade, molda as afei-
a palavra grega significa salmos. Pode ser chamado de "O Livro
ções, sustenta as esperanças, e purifica a fé dos crentes. Encaixa-se
de Oração e Louvor Hebreu." Prevalece a nota de louvor, embora
em todos os nossos sentimentos sejam eles de ambição, tristeza,
alguns trechos sejam de tristeza e queixas, enquanto oue
São filosnfir-oc confissão, alegria ou ações de graças.
96 - Visão Panorâmica da Bíblia
Jó, Salmos e Provérbios - 97
ANALISE
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
I. Os Salmos Davídicos, 1-41. (1) Em que ocasiões provavelmente foram compostos os se-
Não são todos atribuídos a ele, mas refletem muito da sua guintes salmos: (a) Salmo 3 (2 Sm 15); (b) Salmo 24 (2 Sm 6: 12-
vida e fé. ''17); (c) Salmo 56 (1 Sm 21 : 10-15); (d) Salmos 75 e 76 (2 Rs 19:
32-37); (e) Salmo 109 (1 Sm 22:9-23), (f) Salmo 74 (2 Rs25:2-
II. Os Salmos Históricos, 42-72. 18); (g) Salmo 60 (1 Cr 18: 11-13). (2) Qual é o assunto dos Sal-
São atribuídos a diversos autores, sendo os dos filhos de Core mos 23, 84, 103, 133 e 136? (3) Quais as doutrinas de caráter divi-
mais proeminentes e estão especialmente cheios de fatos históricos. no que são ensinadas em cada um dos seguintes Salmos: 8, 19, 33,
46,93, 115 e 139?
III. Os Salmos de Ritualismo ou Litúrgicos, 73-89.
A maioria deles é atribuída á Asafe, e além de serem prescri-
tos especialmente para a adoração, são fortemente históricos. PROVÉRBIOS
IV. Outros Salmos da Era Pré-Exflica, 90-106. O Valor Prático do Livro de Provérbios. Os provérbios enfa-
Dez anónimos, um de Moisés (90) e o restante de Davi. Re- tizam a vida religiosa externa. Ensinam a praticar a religião e a ven-
fletem muito do sentimento e da história antes do cativeiro. cer as tentações do d ia-a -dia. Expressam a crença em Deus e em
Seu governo sobre o universo e, portanto, buscam fazer da Sua re-
ligião o motivo controlador na vida e na conduta. Expressam um
V. Os Salmos do Cativeiro e do Retorno, 107-150. profundo conceito religioso, mas colocam maior força na prática
Assuntos pertinentes ao cativeiro e ao retorno à Jerusalém. da religião em todas as relações na vida. Davison diz: "Para os es-
critores de Provérbios, religião significa bom senso, religião signi-
fica domínio dos negócios, religião significa força e virilidade e
AS MENSAGENS DOS SALMOS sucesso, religião significa um intelecto bem equipado que emprega
os melhores meios para atingir os mais altos ideais." Essa decla-
ração é correta à medida em que é enfatizado o lado do dever.
1. Relacionadas Com a Atitude Humana na Adoração. Aqui Entretanto, subjacente a todos os ensinos está a firme crença na
encontramos três palavras valiosas. (1) O homem deve ser submis- existência de Deus e no seu domínio sobre o mundo. Todas as
so. Esta é a resposta do homem diante da soberania divina que coisas repousam numa base religiosa (3: 5-7; 16: 3, 6, 9; 23: 17).
requer reverência e obediência. (2) O homem deve confiar em Há passagens que referem-se à vida nacional na sua relação com o
Deus. Esta é a resposta do homem ao poder de Deus e requer ho- governo (14: 34, 35; 16: 12-15); às relações domésticas e à felici-
nestidade e coragem. (3) O homem deve ser alegre. Esta é a res- dade (6: 20-22; 18: 22; 3: 10-31); à relação do homem com seus
posta humana diante da graça divina e requer arrependimento e semelhantes (11 : 1; 14:21; 17: 5); à conduta diária (10: 4; 11:28;
adoração.
2. Relacionadas Com as Pessoas Envolvidas na Adoração. A Natureza dos Provérbios. (1) Há uma voz de sabedoria que
Existem duas: (1) Deus, o qual solicita a adoração do homem e profere palavras de sabedoria, entendimento, conhecimento, pru-
envolve revelação. Sobretudo, Deus é fiel e verdadeiro e age em dência, sutileza, instrução, discreção, e o temor de Jeová, dando-
amor. (2) O homem, o qual se aproxima de Deus, derrama a sua al- nos bons conselhos para a condição diária de vida. (2) Há uma voz
ma e recebe as dádivas de Deus, oferecendo em troca o louvor. de insensatez, que profere palavras de estultícia, simplicidade,
estupidez, ignorância, brutalidade, e baixeza, levantando a sua voz
98 — Visão Panorâmica da Bíblia Jó, Salmos e Provérbios - 99
onde quer que fale a sabedoria. (3) A sabedoria é contrastada com IV. Provérbios de Salomão — Copiados pelos Escribas de Eze-
a insensatez, que frequentemente é vista na simplicidade e no es- quias — caps. 25-29.
cárnio. (4) A sabedoria é personificada como se fosse Deus falando
sobre os deveres práticos, morais, intelectuais e religiosos do ho- V. As Palavras de Agur — cap. 30.
mem. (5) Uma vez que faz parte das Escrituras, Cristo identifica-se
no livro, Lucas 24: 27. E se Cristo for o substituto para a sabedo- VI. As Palavras de Lemuel — cap. 31.
ria, onde ela é encontrada, um novo e maravilhoso poder será no- 1. O dever dos reis, 1-9.
tado no livro. 2. O louvor à uma mulher virtuosa ou boa esposa, 10-31.
ECLESIASTES
ANÁLISE
O Nome. O nome hebraico significa pregador e refere-se àque-
le que reúne ou discursa às assembleias.
As Vaidades da Vida — caps. 1-4, vistas tanto na experiência
O Elemento Pessoal ou Humano. Expressões tais como como na observação.
Atentei , 'Disse comigo," "Eu vi," etc., indicam que não está 1. A vaidade daquilo que foi experimentado — caps. 1 -2.
sendo desenvolvida a vontade de Deus, mas um homem está falan- 2. A vaidade daquilo que foi observado — caps. 3-4.
do das suas próprias aventuras e do seu fracasso final. Trata-se da-
quilo que foi visto e experimentado.
A Sabedoria Prática — caps. 5-7.
1. Algumas máximas de prudência — cap. 5.
A Visão Geral ou Frase-Chave é "debaixo do sol " com a
2. Algumas vaidades — cap. 6.
triste ressalva, "vaidade de vaidades, tudo é vaidade," mostran-
3. O melhor caminho para se dar bem na vida — cap. 7.
do como um homem, sob as melhores condições possíveis bus-
cou alegria e paz empregando os melhores recursos humanos
tie teve o melhor que poderia conseguir da sabedoria humana, Normas Para Uma Vida Feliz — caps. 8-11.
100
IV. Conclusão de Todo o Assunto — cap. 12.
702 - Visão Panorâmica da Bíblia Eclesiastes e Cantares de Salomão — 103
(1) Faca uma lista das diferentes coisas enumeradas como vai- O Estilo. É em parte diálogo e em parte monólogo. O amor
dade ou fracasso. (2) Faca uma lista das coisas que vêm a nós co- entre eles é expresso de um modo sensual, bastante comum entre
mo dons da providência divina. (3) Faca uma lista das máximas de os povos orientais. A maior parte dos indícios leva a crer que foi
prudência ou normas que nos ensinam a viver retamente e nos co- escrito para comemorar as núpcias de Salomão e a filha de Faraó.
locam acima das tribulações e derrotas da vida. (4) Pensa o autor É um tipo de drama com três personagens principais: Salomão,
que buscar o prazer é o grande negócio da vida? (5) Ele nega o va- a jovem sulamita e o seu amado.
lor do serviço altruístico? (6) Ele crê na vida futura e nas recom-
pensas futuras?
ANÁLISE
5. Ela anseia pelo seu amado que está ausente - 4:8-5:1. Igreja. (4) Algumas passagens onde o amor da mulher e o amor do
6. Ela sonha que o está buscando em vão —5:2-8. rei são expressos. (5) A base do amor humano, 2:2-3. (6) A força
do amor humano, 8:6-7. (7) A interpretação do amor humano em
III. A Terceira Tentativa do Rei Para Ganhar o Amor da Jovem — termos do amor divino.
5:9-8:4.
1. As damas da corte não conseguem compreender a fidelida-
de da jovem ao seu antigo amor — 5:9-6:3.
2. O terceiro esforço do rei para ganhar o amor da jovem cho-
ca-se com a declaração dela sobre o seu propósito de per-
manecer fiel ao seu amado que está ausente — 6:4-8:4.
abstratos mas locais e para Israel. O profeta era acima de tudo um forma à sua carreira. Ele viu: (1) A santidade e a majestade de
patriota judeu que trazia reavivamento estando cheio do Espírito Deus. (2) A sua corrupção quanto a estas características. (3) A
Santo e movido por um espírito de zelo por Israel. convicção de um terrível julgamento sobre os perversos. (4) A sal-
Os elementos de predição dos livros proféticos devem ser in- vação do remanescente que se tornaria a semente de um novo Is-
terpretados à luz de: (1) Um cumprimento próximo e local, tal rael. Com essas verdades ardendo em seu espírito, ele empreendeu
como a dispersão e a restauração. (2) Um cumprimento maior e a batalha da justiça em todas as esferas da vida. Esforçou-se para
mais distante do qual o primeiro é apenas um pressa'gio, tal como regenerar toda a vida da nação. Tentou fazer não somente a ado-
o advento do Messias e o Seu reino de glória sobre toda a terra. ração religiosa, mas também o comércio e a política, tão puros a
A interpretação das profecias deve se dar com o significado li- ponto de tudo se tornar um culto aceitável a Deus. Portanto, tor-
teral, natural e não-forçado das palavras. As seguintes passagens nou-se um mestre, pregador, reformador social, homem de estado
mostrarão como as profecias, já' cumpridas, foram cumpridas e vidente. Ele sentia que a sua nação tinha uma missão divina e
literalmente e não alegoricamente: Gn 15:13-16; 16:11-12- Dt que Deus iria cuidar de tudo, mas a menos que levassem a termo
28:62-67; SI 22:1,7, 8, 15-18; Is 7:14; 53:2-9; Os 3:4; Jl 2:'28- o propósito divino. Deus vindicaria a Sua justiça trazendo julga-
29; Mq 5:2; At 2:16-18; Mt 21:4-5; Lc 1:20, 31: At 1 ' 5 ' M t 2 - mento sobre a nação. Assim, ele frequentemente predizia a conde-
4-6; Lc 21:15,17, 24; At 21:10-11. nação da nação.
Um dado livro profético tem de ser lido cuidadosamente
devendo ser observados todos os diferentes assuntos. A seguir, As Condições de Israel (O Reino do Norte). Isaías começou
deve ser feito um cuidadoso estudo para se achar o que é dito a profetizar quando havia riqueza e prosperidade sob o domínio
sobre os vários tópicos já encontrados. Para ilustrar, o profeta de Jeroboão II. Porém, internamente, havia muita corrupção. Ra-
pode mencionar a si mesmo, Jerusalém, Israel, Judá, Babilónia pidamente o reino foi destruído (621 a.C.) sendo conquistado e
ou Egito, etc. Deve-se aprender o que é falado acerca de cada um. levado para o cativeiro pelos assírios.
Isso requererá que o estudante aprenda tudo o que ele possa sobre
a história dos diferentes assuntos mencionados para que compreen- As Condições de Judá (O Reino do Sul). Durante os reinados
da a profecia sobre eles. de Acaz, Jota, e Uzias, a opressão, perversidade, e idolatria esta-
vam em todos os lugares. Acaz fez uma aliança com a Assíria que,
O Profeta Isaías. Sabemos muitas coisas a seu respeito. (1) finalmente, trouxe destruição a Israel, mas Ezequias ouviu a Isaías
Ele foi chamado para a sua obra no último ano do reinado de e fez reformas e Deus destruiu os exércitos assírios antes que Je-
Uzias. (2) Viveu em Jerusalém durante os reinados de Uzias, Jota rusalém fosse destruída.
Acaz e Ezequias; a maior parte de sua vida parece ter sido vivida
como um tipo de pregador da corte ou capelão do rei. (3) É o mais A Natureza do Conteúdo do Livro. Tem sido dito que o
renomado dos profetas do Antigo Testamento, sendo que as suas conteúdo do livro de Isaías inclui: (1) Advertências e ameaças con-
visões não se restringiam ao seu próprio país e à sua época. Falou tra o seu próprio povo por causa do seu pecado. (2) Quadros da
a todas as nações e para todas as épocas. "Ele foi um homem de história do tempo de Isaías. (3) Profecias do retorno de Israel
intelecto poderoso, grande integridade e notável força de caráter." do cativeiro. (4) Profecias a respeito da vinda do Messias. (5) Pre-
14) Ele é citado mais do que qualquer outro profeta no Novo visões do julgamento de Deus contra as nações. (6) Discursos que
Testamento e, por causa da relação do seu ensino com os tempos apelam para a reforma religiosa e moral em Israel. (7) Visões da
e lições do Novo Testamento, suas profecias tem sido vistas como glória futura e da prosperidade da igreja. (8) Expressões de ações
uma "ponte entre a antiga e nova alianças". (5) Foi casado e teve de graça e louvor.
dois f i lhos.
O Principal Interesse. O profeta lida primariamente com a
A Natureza de Seus Ensinos. Na sua visão inaugural, registra-
nação e não com indivíduos. Fala em primeiro lugar do presente
da no sexto capítulo, Isaías recebeu algumas verdades que deram
110 — Visão Panorâmica da Bíblia l sã ias —111
e não do futuro. Estes dois fatos devem ser conservados em mente V. O Grande Livramento de Jerusalém - caps. 33-39.
quando lemos e interpretamos o livro. 1. Ais sobre os assírios cruéis e o louvor aos justos — cap. 33.
2. A ruína de Edom e o maravilhoso livramento do povo de
ANALISE Deus — caps. 34-35.
3. A ruína da Assíria — caps. 36-37.
I. Discursos Acerca de Judá e Israel — caps. 1-12. 4. O restabelecimento de Ezequias e a embaixada da Babiló-
1. Algumas promessas e reprimendas — caps. 1-6. nia — caps. 38-39.
(1) A grande denúncia — cap. 1. VI. A Preparação de Deus Para a Libertação - caps. 40-48.
(2) A exaltação de Sião através do julgamento dos ímpios 1. Deus traz libertação — cap. 40.
caps. 2-4. 2. O servo de Deus de Israel e o desafio aos ídolos — cap. 41.
(3) Lições sobre a vinha — cap. 5. 3. O servo de Jeová e a sua obra — cap. 42.
(4) A chamada do profeta — cap. 6. 4. A graça de Deus irá redimir Israel enquanto os ídolos nada
2. O livro de Emanuel — caps. 7-12. podem fazer - 43:1-44:23.
(1) Duas entrevistas com Acaz — cap. 7. 5. A missão de Ciro — 44:24 — até o final do cap. 45.
(2) Alguns terríveis julgamentos e um grande livramento — 6. A ruína da Babilónia e seus deuses — caps. 46-47.
8:1-9:7. 7. Encorajamento e exortação à paciência — cap. 48.
(3) O castigo de Deus sobre a perversa Samaria — 9:8-
10:4. VII. A Libertação Virá Através do Servo do Senhor, o Messias -
(4) A destruição da Assíria e a salvação do povo de Deus — caps. 49-57.
10:5 até o final do cap. 12. 1.O Seu Servo irá libertar Sião com força divina — caps.
49-50.
II. As Profecias Contra Nações Estrangeiras - caps. 13-23. 2. A confiança em Deus, a expectativa de libertação e o retor-
Na ordem abaixo há profecias relacionadas com as seguintes no à Jerusalém - 51:1-52:12.
nações: Babilónia, Assíria, Filístia, Moabe, Damasco com Is- 3. O sofrimento, a vitória e a exaltação do servo de Jeová —
rael e Judá, Etiópia, Egito, o triunfo da Assíria sobre a Etió- 52:13 - até o final do cap. 53.
pia e o Egito, a segunda mensagem contra a Babilónia, Duma 4. Perspectivas felizes e um convite para o preparo para a vin-
(Edom), Jerusalém e Tiro. da do Senhor — caps. 54-55.
5. As bênçãos da aliança para os justos e a condenação dos
III. O Julgamento do Mundo e o Triunfo do Povo de Deus - governadores perversos e idólatras em Israel —caps. 56-57.
caps. 24-27.
1. Os terríveis julgamentos vindouros — cap. 24. VIII. A Restauração de Sião e do Reino Messiânico — caps. 58-66.
2. O triunfo de Israel — cap. 25. 1. Jeová requer a adoração verdadeira, e não formal — cap. 58.
3. A canção de louvor de Judá - cap. 26. 2. Jeová irá redimir a Sião depois de punir os seus pecados —
4. O opressor julgado por amor à Israel - cap. 27. cap. 59.
3. A glória transcendente de Sião — cap. 60.
IV. A Relação de Judá Com o Egito e a Assíria - caps. 28-32. 4. O programa de misericórdia para a nova era — cap. 61.
1. A queda de Samaria e a punição da Judá pecaminosa - 5. Um novo quadro da glória da Sião renovada - cap. 62.
cap. 28. 6. A oração do Israel penitente depois que Deus esmaga
2. O cerco e o livramento da Lareira de Deus (Jerusalém) - Edom, seu inimigo — caps. 63-64.
cap. 29. 7. Jeová responde a oração e promete a salvação para Judá —
3. A insensatez de ter alianças com o Egito - caps. 30-32. caps. 65-66.
/12 - Visão Panorâmica da Bíblia l / Isaías - 113
Lição 81. Análise, Discussões Introdutórias e caps. 1, 37-45 e 52 O Livro. O livro de Jeremias é composto principalmente de
de Jeremias. traços de biografia, história, e profecia, mas os eventos e os capí-
Lição 82. Análise, Discussões Introdutórias, Leitura de Lamenta- tulos não se encontram em ordem cronológica. Ele encerra o pe-
ções e as mensagens dos dois livros. ríodo da monarquia e marca a destruição da cidade santa e do san-
tuário, falando da agonia mortal da nação de Israel, o povo esco-
lhido por Deus. Mas ele viu muito além dos julgamentos de um fu-
JEREMIAS turo próximo, enxergando um dia mais brilhante quando os pro-
pósitos eternos da graça divina seriam concretizados. Portanto, o
O Autor. Seu nome significa exaltado de Jeová e está classi- livro enfatiza a glória futura do reino de Deus, a qual deve per-
ficado em segundo lugar entre os escritores do Antigo Testamen- manecer mesmo que Israel pereça. Ele viu essa glória futura: (1)
to. Viveu entre o final do século seis e começo do século cinco an- Na salvação do remanescente fiel, 4:27; 5:10, 18; 30:11. (2)
tes de Cristo. Seu ministério começou em 626 a.C. (o décirno- Na restauração desse remanescente, 3:12, 21, 22; 16:14-15. (3)
terceiro ano de Josias, 1:2), durando cerca de sessenta anos até No surgimento de uma nova Jerusalém onde Deus irá habitar,
depois da queda de Jerusalém em 586 a.C. Provavelmente, ele mor- 33:16. (4) Na vinda do rei messiânico, 23:4-6; 30:9, 31. (5) Na
reu na Babilónia durante os anos iniciais de cativeiro. Tinha uma nova aliança de perdão e graça, 31:33, 34; 32:40; 33:8. (6) Na
natureza sensfvel, meiga, tímida e inclinada para a melancolia. presença de Jeová no meio do Seu povo, 3:16. (7) Na volta das
Era muito devotado à religião e naturalmente temia causar dor aos nações à Jeová, 3:17, 4:2, 16:19; 33:9. Contribui de duas for-
outros. Era ousado e corajoso de forma incomum, embora isso o mas para com a verdade da maneira como era compreendida em
tenha levado a ser odiado e a sofrer o mal. Em todos os lugares há sua época. (1) A espiritualidade da religião. Ele viu a ruína vin-
uma nota de julgamento e por causa disso ele tem sido chamado doura da religião formal e nacional e mostrou que para sobreviver
de o profeta da condenação. Também é chamado de o profeta àquela destruição a religião não deveria ser nacional, mas indivi-
chorão. Sofreu por causa da desobediência e da apostasia de Israel dual e espiritual. (2) A responsabilidade pessoal (31:29-30). Se a
e pelos males que ele previu. Por ser muito religioso, ele sofreu religião devia ser uma condição espiritual do indivíduo, a doutrina
por causa da impiedade do seu tempo. da responsabilidade pessoal era uma necessidade lógica. Estes dois
ensinos constituem um grande avanço.
A Condição das Nações. (1) Israel, o reino do norte, havia
sido levado para o cativeiro, e Judá ficou sozinho contra os seus ANÁLISE
EZEQUIEL
119
BMUOTECAMIIICULAR
720 - Visão Panorâmica da Bíblia Ezequiel e Daniel —121
Os Seus Ensinos. Ele repete muito dos assuntos dos profetas III. As Predições Contra Cidades e Nações Estrangeiras — caps.
que o antecederam, colocando ênfase especial sobre assuntos co- 25-32.
mo: justiça, moralidade, e religião espiritual, manifestando, porém,
menos interesse no cerimonialismo (caps. 6-12; 7:22; 33:25). IV. As Profecias Acerca da Restauração — caps. 33-48.
Como Jeremias, ele fala da responsabilidade moral do indivíduo 1. A restauração de Judá à terra prometida — caps. 33-39.
e formula de modo consideravelmente pormenorizado as doutri- 2. Os tempos messiânicos — caps. 40-48.
nas do arrependimento e perdão, mostrando, de modo especial,
que o arrependimento é necessário para a salvação (caps. 14, 18,
33, especialmente 14:1-20; 18: 20-32). Ele proclama a necessidade AS MENSAGENS DE EZEQUIEL
de um novo coração e um novo espírito (11:19; 18:31; 36:26).
Como um profeta messiânico, olhou para a restauração completa (1) Sobre a natureza terrível do pecado. Ele abate e destrói
e gloriosa dos judeus sob uma teocracia com um pleno sistema tanto homens como nações. (2) Sobre a responsabilidade indivi-
nacional centralizado no templo, o qual tem os serviços dos sa- dual. Os homens não sofrem por causa dos pecados dos outros,
cerdotes e dos levitas (11:16ss.; 16:60ss.; 17:22-24; 20:40ss; mas pelos seus próprios pecados, 18:14; 33:10ss. (3) Sobre o po-
caps. 3348). Como sacerdote e profeta, ele desejava promover a der e a majestade de Deus. Isto é visto através de vários animais
santidade popular e corrigir alguns dos abusos que colocavam como o leão, o boi, a águia, e em Seu controle sobre todas as cir-
a nação em perigo. Assim, ele denunciou os pecados de Judá e cunstâncias. Esse poder e majestade também tornam-se a base da
predisse a queda de Jerusalém (caps. 1-24), proclamando os jul- esperança de que o julgamento com certeza sobreviverá àqueles
gamentos vindouros sobre as nações estrangeiras (caps. 25-32). que estão em pecado e os justos serão vitoriosos.
sobre a restauração apresentado nas seguintes passagens: 36:8; 9, da liderança de Alexandre, o Grande, subjugou todo o mundo per-
25-27, 29, 30, 34, 35; 37:1-14; 37:22, 26, 27; 43:11-12. (7) Os sa. (4) O império romano, que foi precedido pelo império sírio do
símbolos e os tipos do livro. qual se desenvolveu.
O Propósito do Livro. O propósito do livro parece ser: (1)
DANIEL Exaltar a Jeová, que liberta os seus servos, é o Deus de todas as
nações, o Deus que punirá a idolatria. É o Deus puro, justo, etc.
(2) Encorajar os seus compatriotas para resistirem as forças que
O Nome. O nome vem do seu personagem principal, Daniel,
que significa Deus é meu juiz. O autor, provavelmente, foi Daniel ameaçavam a base de sua fé. Isto é visto no exemplo de Daniel
mesmo, embora alguns achem que pode ter sido algum de seus e seus amigos a quem Jeová salvou. (3) Dar uma profecia ou visão
companheiros, e outros chegam a pensar que a história pode ter de todas as épocas desde Daniel até o período messiânico. (4)
sido reunida e escrita em 166 a.C. Esboçar a filosofia religiosa da história que apareceria num grande
estado mundial ao qual o Rei messiânico governaria segundo prin-
A Data. A data, então, deve ser fixada entre o cativeiro em cípios de justiça e direito, e que subjugaria todos os reinos obten-
605 a.C. e a morte de Daniel em 533 a.C., talvez no final de sua do domínio eterno. A ideia principal é o triunfo definitivo do rei-
vida, ou se foi escrito por alguma outra pessoa (esta não é a minha no de Deus. Apresenta dois ensinos novos quando é comparado
opinião) cerca de 166 a.C. com os livros proféticos anteriores: (1) Acerca dos anjos. (2) Acer-
ca da ressurreição dos mortos.
O Profeta. Provavelmente ele nasceu em Jerusalém e foi um
daqueles nobres que foram levados cativos pelo rei Nabucodonosor ANÁLISE
em 605 a.C. Foi educado por ordem do rei e logo se destacou pela
I. A História de Daniel — caps. 1-6.
sua posição contra a luxúria e a idolatria da Babilónia. Logo obte-
1. A sua juventude e educação — cap. 1.
ve grande simpatia e foi escolhido para estar perante o rei numa
2. A interpretação do sonho de Nabucodonosor — cap, 2.
das mais altas posições governamentais sob as dinastias caldéia,
3. Na fornalha de fogo — cap. 3.
média e persa. Ele viveu durante todo o período do cativeiro e,
4. A interpretação do sonho que Nabucodonosor teve acerca
provavelmente, morreu na Babilónia. É dito que não há registro
da árvore — cap. 4.
de nenhuma imperfeição de sua parte. O anjo por repetidas vezes
5. A interpretação para Belsazar da inscrição na parede —
chama-lhe de "homem muito amado." Quatro coisas de natureza
cap. 5.
miraculosa são muito importantes: (1) A interpretação do sonho
6. Na cova dos leões — cap. 6.
de Nabucodonosor que o levou pela primeira vez a um lugar de
destaque. (2) A vitória sobre o poder do fogo escapando ileso II. Daniel e a sua Visão do Reino — caps. 7-12.
quando foi lançado na fornalha ardente. (3) As suas visões da Ba- 1. Os quatro animais — cap. 7.
bilónia, Pérsia, Grécia, e Roma, e também do reino eterno que 2. O carneiro e o bode — cap. 8.
Deus estabeleceria. (4) A sua sobrevivência quando foi jogado na 3. As setenta semanas — cap. 9.
cova dos leões. 4. A visão final — caps. 10-12.
725
126 — Visão Panorâmica da Bíblia Oséias, Joel e Amos — 127
foi registrado. Foi de 786-726 a.C., cobrindo os últimos anos do \ l. Os Discursos Proféticos — caps. 4-14.
reinado de Jeroboão II, ao qual pertencem os caps. 1-3 e o perío- 1. O pecado de Israel — caps. 4-8.
do posterior de anarquia. 2. A punição futura de Israel — caps. 9-11.
3. O arrependimento de Israel e a restauração —caps. 12-14.
O Estilo e o Método. O seu estilo é "abrupto, irregular, dese-
legante," mas também é poético, figurativo e abundante em metá-
foras. Os seus escritos precisam ser interpretados com grande
AS MENSAGENS DE OSÉIAS
cautela para se atingir o que o discurso simbólico queria dizer. Ele
nos faz lembrar de reformadores e reavivadores modernos. Em
toda a ira que o livro revela, podemos notar a beleza maior do 1. Acerca da Decadência Nacional. As seguintes lições podem
amor de reconciliação. Pode-se ver em qualquer parte que o alvo ser aplicadas em nossos dias: (1) Havia apostasia política. Eles dei-
supremo de Oséias é o restabelecimento da comunhão de vida xaram de buscar a Deus e confiaram na ajuda do Egito e Assíria,
e amor de Israel com Jeová. 7:11. (2) Havia apostasia religiosa. Eles adoraram a Baal fazendo-o
substituto para o culto a Jeová, 8:5-7. (3) Havia apostasia moral, a
As Condições de Israel. Externamente havia prosperidade. A qual era manifestada pela mentira, roubo, etc., 4:2. (4) Havia
Síria e Moabe haviam sido conquistadas, o comércio havia cresci- apostasia da aliança. Eles se esqueceram da lei que haviam prometi-
do grandemente, as fronteiras da terra haviam sido estendidas e do guardar, 4:6.
as ofertas no templo eram muitas. Internamente havia decadência.
Imoralidades grosseiras estavam sendo introduzidas, o culto estava 2. Acerca da Natureza e Efeito do Pecado. (1) A sua nature-
sendo contaminado e as multidões de pessoas estavam sendo esma- za. É a infidelidade ao amor. Deus agiu em amor por eles; eles re-
gadas, enquanto o império assírio avançava pronto para esmagar ceberam os seus dons de amor e então O traíram. (2) O seu efeito.
Israel a quem, por causa de seus pecados, Deus havia abandonado Ele faz calar o testemunho de Deus, profana o Seu nome e traz
ao seu destino. punição aos homens. Assim, o julgamento é o resultado necessário
Eles aprovavam a opressão, o assassínio, a mentira, o roubo, do pecado e não pode ser invertido se a pessoa persiste no pecado.
o juramento, etc. Haviam-se esquecido da lei e da sua aliança
para mante-la, colocando o culto a Baal em lugar da adoração a 3. Acerca do Amor. É invencível, porém sofre quando existe
Jeová tornando-se, desse modo, idólatras. Não mais olhavam para pecado. Através da sua facilidade em esquecer, ele triunfa sobre
Deus em tempos de aflição, mas voltavam-se para o Egito e a Assí- o pecador e o perdoa quando este se submete a ele.
ria buscando ajuda e pondo a sua segurança e prosperidade sobre
bases de força e sabedoria humanas em vez de descansarem na es-
perança do favor divino.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
ANALISE
(1) Faça uma lista de todas as exortações ao arrependimento
O Pecado de Israel Ilustrado Pelo Casamento Infeliz de Oséias e reformas, estudando-as. (2) Aponte as várias expressões de jul-
— caps. 1-3. gamento sobre as pessoas. (3) Faça uma lista da expressões de ter-
1. A sua esposa adúltera e os seus filhos — cap. 1. no amor pelas pessoas que se afastam, mas que se regeneram. (4)
2. A infidelidade de Israel e o retorno a Deus vistos na mulher Faça uma lista de todas as passagens que indicam a dor e o so-
adúltera — cap. 2. frimento por causa do pecado. (5) A apostasia política e religiosa.
3. O amor de Deus restaura Israel assim como Oséias faz com (6) O pecado como uma infidelidade ao amor — o adultério espi-
a sua esposa — cap. 3. ritual. (7) Os convites do livro.
725 - Visão Panorâmica da Bíblia Oséias, Joel e Amos — 129
se encontra no livro, que provavelmente ele escreveu depois que III. Cinco Visões Acerca de Israel — caps. 7:1-9: 10.
retornou à Tecoa. 1. Os gafanhotos -7:1-3.
2. O fogo-7:4-6.
A Época da Sua Profecia. Ela foi dada durante o reinado de 3. O prumo (um teste) — 7: 7-9, um interlúdio histórico (o
Uzias, rei de Judá, e Jeroboão II, rei de Israel. Aparentemente, conflito com Amazias, 7: 10-17).
foi uma época muito próspera para o reino do norte. Entretanto, 4. A visão de um cesto de frutos (a iniquidade está madura
os males sociais podiam ser vistos em todos os lugares, especial- para a punição) — cap. 8.
mente os pecados que provinham de uma separação entre o rico e 5. A destruição do altar (fim dos cultos) —9:1-10.
o pobre, 2:6-8, etc. A religião era de um baixo nível e formal, e
muito da adoração pagã havia sido adotado. IV. São Prometidos a Restauração e o Reino Messiânico — 9:
11-15.
O Significado da Profecia. Lendo-se o livro, percebe-se que
o profeta espera a condenação que virá sobre as nações estrangei-
AS MENSAGENS DE AMOS
ras. Ele prediz a perversidade dos judeus e a sua punição futura,
mostrando como a nação será dissolvida e levada ao cativeiro. Ele
(1) Jeová não é Deus somente de Israel e Judá, mas de todas
prevê a glória e a grandeza do reino messiânico. Ele vê a Jeová
as nações. (2) Ele dirige a todos com os mesmos princípios de ver-
como o único Deus verdadeiro, totalmente sábio, todo-poderoso,
dade. (3) Ele conhece as relações internacionais e as obrigações
onipresente, misericordioso, e justo, cujo favor pode ser assegura-
decorrentes delas. (4) As nações que vivem sob uma luz maior têm
do somente vivendo-se uma vida de justiça. Ele vê que a justiça
a maior responsabilidade. (5) Os pecados nacionais podem perma-
entre os homens é a base da sociedade, mas os homens são res-
necer sem punição por um período de tempo, mas o arrependi-
ponsáveis pelos seus atos, sendo que a punição virá se falharmos
mento é o único meio para se escapar da condenação causada por
em medir a nossa responsabilidade. Mostra que o culto é um insul-
eles. (6) O povo escolhido deve ser justo ou, então, sofrerá.
to a Deus se o adorador não se conformar aos mandamentos
divinos.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
JONAS ANÁLISE
O Profeta. O seu nome significa pomba, e ele é o filho de I. A Primeira Chamada de Jonas e a Sua Fuga do Dever — caps.
Amitai. A sua terra era Gate-Hefer, uma aldeia de Zebulom, e ele, 1-2.
portanto, pertencia às dez tribos e não à Judá. Ele é primeiramente 1. A chamada, a fuga, e a punição — 1:1-16.
mencionado em 2 Reis 14:25, onde profetizou o sucesso de Jero- 2. O arrependimento e o salvamento — 1:17-2: 10.
boão II na sua batalha contra a Síria, através da qual ele iria re-
cuperar os territórios que outras nações haviam conquistado de II. A Segunda Chamada de Jonas e a Pregação em Mínive —
Israel. Ele provavelmente profetizou numa data recuada, embora ca p. 3.
tenham falhado todas as tentativas para tentar determinar a época 1. A sua segunda convocação — versículos 1-2.
da sua profecia, bem como a época e lugar da sua morte. 2. A sua pregação contra Nínive — 3-4.
3. O arrependimento de Nínive — 5-9.
A Profecia. Ela difere das outras profecias pelo fato de ser 4. Nínive é salva — 10.
uma narrativa e mais a "história de uma profecia do que uma pro-
fecia propriamente dita." Todos os outros ocupam-se principal- III. A Ira de Jonas e a Misericórdia de Deus — cap. 4.
mente com a mensagem profética, enquanto este livro registra as 1. A ira de Jonas — 1-4.
experiências e o trabalho de Jonas, mas diz muito pouco da sua 2. A lição da planta -5-11.
mensagem pregada. A história de Jonas tem sido comparada às de
Elias e Eliseu (1 Reis 17-19 e 2 Reis 4-6).
Embora contenha muitos elementos miraculosos, o propósito AS MENSAGENS DE JONAS
evidente não é nos falar sobre o profeta Jonas, mas nos ensinar
grandes lições morais e espirituais, e é uma infelicidade que os seus 1. Sobre o Amor de Deus e Seu Cuidado Para Com as Nações
elementos sobrenaturais tenham feito desse livro um alvo de ata- Pagãs. Isto pode ser visto no tratamento de Deus com Nínive. A
que por parte dos irreligiosos. Mas os fatos, embora sejam extraor- sua atitude diante dela foi de piedade (4: 11) e os Seus esforços
dinários, não são absolutamente contraditórios e inconscientes. Na em favor dela foram sinceros. Ele lhe enviou uma mensagem e
verdade, o Sr. Driver disse muito bem que "sem dúvida os traços cancelou o castigo quando ela se arrependeu. Isso mostra o amor
da narrativa são históricos." Cristo falou sobre Jonas e cria nele, de Deus pela cidade pecadora e é especialmente um empreendi-
pois comparou a Sua própria morte durante três dias com os três mento de missões estrangeiras.
dias que Jonas permaneceu no ventre do peixe. Enfatizaremos
mais as suas verdades morais e espirituais do que os seus elementos 2. Acerca de Deus e Seus Servos. Deus precisa e envia os men-
miraculosos. sageiros. Pacientemente, ele persiste até que eles vão. Não pode-
É o livro mais "cristão" dentre os demais do Antigo Testa- mos escapar de Deus.
mento. A sua verdade central é a universidade do plano divino de
redenção. Em nenhum outro lugar do Antigo Testamento é colo- 3. Acerca do Nosso Fracasso no Dever. Por muitas vezes nós
cada tanta força sobre o amor de Deus atingindo toda a raça hu- falhamos devido à nossa ignorância sobre Deus e à nossa má com-
mana. O seu objetivo é mostrar aos judeus que eles no seu egoísmo preensão d'Ele. Também falhamos por causa da nossa falta de
haviam se esquecido de que Deus estava ansioso por ver o arrepen- amor aos estrangeiros (assim como Jonas odiava Nínive). Podemos
dimento de todos os homens para que Ele pudesse salvá-los. É uma vencer obedecendo a Deus, o que resultará em amor pelos homens.
chamada às missões mundiais, e mostra que aqueles que conhecem
o Salvador e o seu amor divino são obrigados a levar a mensagem 4. Sobre o Verdadeiro Arrependimento e o Amor de Deus.
aos outros. Jonas, os marinheiros, e a cidade de Nínive são exemplos de como
136 - Visão Panorâmica da Bíblia Obadias, Jonas e Miquéias — 137
nada, exceto o legítimo temor e arrependimento, pode trazer li- apresentou a maldade de Judá e Israel, as suas punições, a restau-
vramento da parte de Jeová. Eles também mostram que todo aque- ração e a vinda de Cristo, sendo parcialmente responsável pela
le que se arrepender será perdoado. reforma levada a efeito por Ezequias. Comparado à Isafas, ele foi
um cidadão simples, nascido de uma linhagem obscura e reconhe-
5. Sobre a Função do Pregador e Profeta. O seu dever é pre- cidamente um membro da classe camponesa, enquanto que Isaías
gar apenas a mensagem que Deus lhe deu, pregá-la onde Deus lhe foi um profeta da cidade com uma elevada posição social e era o
diz, sem medo da morte e sem interesses pessoais, não se preo- conselheiro dos reis. Porém, igualmente tinha firmes convicções
cupando com os resultados — deve deixá-los para Deus. a respeito da natureza do triunfo final do reino de Deus. Ambos
tinham elevados conceitos sobre o caráter de Deus e das obriga-
6. Sobre a Afirmação dos Judeus de que Deus se Preocupa ções que pesavam sobre o Seu povo.
Somente Com Eles. É demonstrado que isso é falso através do de-
sejo de Deus de enviar um profeta à Nínive, pela sua punição con- As Grandes Verdades da Profecia São: (1) A destruição de
tra Jonas devido à sua indisposição para ir, e pelo Seu perdão dado Israel (1:6-7). (2) A desolação de Jerusalém e o templo (3:12 e
à Nínive quando houve arrependimento. 7:13). (3) O cativeiro dos judeus na Babilónia (4:10). (4) O re-
torno do cativeiro em paz e prosperidade, e com bênçãos espiri-
tuais (4:1-8 e 7:11-17). (5) O rei de Sião (o Messias) (4:8). (6)
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO Onde e quando Ele nasceria (5:2). Esta é a sua grande profecia
e é aceita como válida na anunciação à Herodes.
(1) Os vários traços de caráter que safo marcantes em Jonas.
(2) Os perigos da desobediência para a própria pessoa e para os
outros. (3) As possibilidades de influência do homem comissio-
ANALISE
nado por Deus. A influência de Jonas sobre os marinheiros e sobre
Nínive. (4) O cuidado de Deus pelas nações pagãs (4: 11), e a sua
salvação dependente das atividades em missões estrangeiras. (6) I. A Calamidade Iminente — cap. 1.
O profeta ou o pregador — a sua chamada, a sua mensagem, e o
lugar de atuação. II. Os Pecados que Causaram Aquela Calamidade — caps. 2-3.
1. Em sua maldade, elas se recusam a ouvir os profetas e são
levadas cativas — 2:1-11.
MIQUÉIAS 2. A restauração prometida —2:12-13.
3. Os pecados dos ricos e das autoridades — cap. 3.
O Profeta. O seu nome significa Quem é o Senhor? Era um
morastita, cidadão de uma pequena cidade de Gate. Foi um con- III. A Restauração e a Glória Prometidas — caps. 4-5.
temporâneo mais jovem de Isaías e profetizou tanto a Israel co- 1. Prometida a restauração da cidade de Sião — 4:1-5.
mo a Judá durante a época de Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de 2. A restauração e a glória de Israel — 4:6-13.
Judá, e Recaías e Oséias, os dois últimos reis de Israel. Tinha gran- 3. O poderoso reino messiânico vindouro — cap. 5.
de simpatia pelo povo simples, sendo tocado pelos erros sociais
do seu tempo (caps. 2-3), tendo-se tornado o advogado do povo, IV. A Controvérsia de Deus com Israel — caps. 6-7.
seu defensor, e também o seu acusador. Essencialmente, ele não 1. A acusação e a ameaça de Deus contra eles — cap. 6.
acrescentou nenhum ensino aos dos seus predecessores, mas bus- 2. Em lamentação e paciência o justo deve esperar por um
cou de uma maneira simples e eficaz, imprimir ao povo as verda- tempo melhor — 7:1-13.
des fundamentais da religião de Jeová. Ele, de modo bem claro, 3. Deus terá misericórdia e trará restauração — 7:14-20.
138 — Visão Panorâmica da Bíblia
AS MENSAGENS DE MIQUÉIAS
139
140 - Visão Panorâmica da Bíblia /Vau/7?, Habacuque, Sofoniase Ageu - 141
HABACUQUE
de todos os outros livros proféticos, quando é estudado o seu silên-
cio com relação aos pecados de Judá. É um tipo de explosão de
O Profeta. O seu nome significa Abraço, e, muito provavel-
júbilo sobre a desgraça de um inimigo cruel, um grito de vitória so-
bre a derrubada de um inimigo que impedia a exultação do povo mente, ele foi contemporâneo de Jeremias e profetizou entre 608
a.C. e 628 a.C. e, portanto, numa época de crise moral e política.
de Jeová. Ele evidencia a vingança e a misericórdia como manifes-
Ele pode ter sido um levita ligado à música no templo.
tações das duas faces da santidade divina, uma resultando na des-
truição do perverso (1:2), e a outra na salvação do justo (1:15;
A Profecia. Enquanto Naum profetizou a queda da Assíria
2:2). Ele também nos lembra da absoluta soberania de Deus no
por causa de sua opressão contra Israel, Habacuque fala do julga-
mundo e da Sua exigência por justiça pessoal e nacional.
mento de Deus sobre os caldeus devido à sua opressão. O estilo é
poético e revela imagens muito bonitas. (1) Existe um diálogo en-
tre o profeta e o Governante Divino. (2) Há uma oração ou salmo
ANÁLISE
que, segundo alguns, não é ultrapassado por qualquer linguagem
na grandeza de seus conceitos poéticos e na sublimidade de suas
I. Pronunciada a Sentença Contra Nínive — cap. 1.
expressões.
O seu propósito desenvolve-se do fato de que eles não esta-
II. O Cerco e a Queda de Nínive— cap. 2.
vam em melhor situação sob o domínio da Babilónia (caldeus),
III. Os Pecados que Provocarão a Ruína de Nínive - cap. 3. que havia arruinado a Assíria, do que quando a Assíria lhes do-
minava. Ele não nos ensina como fazem os outros profetas, mas
dirige-se a Deus e questiona a justiça ou mesmo a realidade da
AS MENSAGENS DE NAUM providência divina. Seu objetivo é dar resposta às seguintes pergun-
tas: (1) Como Deus poderia fazer uso de um instrumento perverso
(1) Acerca dos pecados dos homens que são punidos. Confor- como os caldeus (bárbaros) para executar os Seus propósitos? (2)
me é indicado, há orgulho, o qual é um pecado diante de Deus; Poderia o propósito divino ser justificado naqueles eventos? A
crueldade, a qual é um pecado diretamente contra o homem; im- justiça de Deus precisava vindicar o Seu povo. Mas ele questiona
penitência, que é a resistência determinada e que deve ser castiga- se pode haver vindicação enquanto o justo sofre e o perverso triun-
da. (2) Acerca do amor de Deus. É demonstrado na defesa do Seu fa. (3) Por que a maldade parece triunfar enquanto o justo sofre?
povo e nos ensina que o Seu amor é a segurança para uma alma Essa é a pergunta de Jó, agora aplicada à nação.
que confia. A sua ira nunca poderá ser entendida, exceto à luz do
Seu amor.
ANÁLISE
III. Uma Era de Confiança em Deus — cap. 3. II. O Julgamento Sobre as Nações Perversas — 2: 1-3:7.
1. A oração do profeta inquieto — versículos 1-2. 1. Um apelo para o arrependimento — 2:1-3.
2. Os fatos do passado mostram que Deus, finalmente, des- 2. A sentença que irá tragar as nações — 2:4 até o final do
truirá os inimigos de Israel — 3-15. cap.
3. O profeta deve confiar alegremente no Senhor e esperar 3. A contumácia do pecado de Judá — 3:1-7.
quando estiverem perplexidade — 16-19.
III. Bênçãos Prometidas ao Remanescente Fiel - 3:8-20.
AS MENSAGENS DE HABACUQUE 1. Por causa do pecado de Israel, a nação será purificada atra-
vés da punição e se converterá a Deus — 3:8-10.
Três lições são importantes. (1) Deus agirá justamente no Seu 2. Purificada, Israel será honrada por toda a terra — 3:11-20.
governo das nações. (2) As nações pecadoras perecerão no final.
Os caldeus irão pecar e morrer. (3) O justo prevalecerá (viverá) por
fé. Somos encorajados a confiar e esperar em Deus. AS MENSAGENS DE SOFONIAS
ANALISE
AGEU
I. A Ira Vindoura — cap. 1.
1. A destruição de todas as coisas — versículos 1-6. O Profeta. Ageu nasceu na Babilónia e foi um daqueles que
2. O severo castigo de Judá — 7-18. retornou do cativeiro junto com Zorobabel, segundo o decreto
144 - Visão Panorâmica da Bíblia Naum, Habacuque, Sofonias e Ageu — 145
ANÁLISE
Os Evangelhos. A respeito dos quatro Evangelhos que agora 1. Não é um Evangelho Cronológico, mas Sistemático e To-
passaremos a estudar, devem ser conhecidos alguns fatos por todos pical. Existe uma ordem na disposição das matérias de modo que
os estudantes. (1) Eles não são a vida de Cristo. Isto se fará bastan- um resultado definido pode ser produzido. O material é tratado
te evidente quando nos lembramos que eles quase ignoram a Sua em grupos, como os milagres nos capítulos oito e nove, e as pará-
infância e mocidade; tratam muito pouco sobre aquilo que é co- bolas no capítulo treze. Existe ordem e propósito também na dis-
mum, mas falam especialmente do sobrenatural na Sua Vida. Cada posição destes grupos de milagre e parábolas. O primeiro milagre
um deixa de fora muito do que está presente nos outros evange- é a cura do leproso, e é um símbolo do pecado; o último é o resse-
lhos e que, sem dúvida, era conhecido pelo escritor. (2) Eles nar- camento da figueira, um símbolo do julgamento. A primeira pará-
ram a história da sua obra redentora através da Sua vida, morte, e bola é a da semente do reino, que é um símbolo do começo ou
ressurreição. Apesar de serem semelhantes e trazerem informações do estabelecimento do reino; a última é a parábola dos talentos,
e lições não encontradas em todos eles, encontram-se totalmente que profetiza a adjudicação final no último dia. A mesma dis-
posição ordeira é vista nas duas grandes seções do livro. A pri-
750 meira grande seção, 4: 17-16:20, apresenta especialmente a
752 — Visão Panorâmica da Bíblia Mateus e Marcos — 153
pessoa e a natureza de Jesus, enquanto que a segunda seção, diante dele, que está assentado em Seu trono e "então dirá o Rei,"
16: 21-27 até o final, narra a Sua grande obra pelos outros, vista e "o Rei, respondendo, lhes dirá,"etc., (Mateus 25:34-40).
na Sua morte e ressurreição.
5. É Um Evangelho Oficial e Organizado. Isto está subenten-
2. É um Evangelho de Ensino ou Didático. Apesar de relatar dido pelo fato de Mateus apresentar Satanás como o cabeça de
um bom número de milagres, o livro é marcado pelos vários discur- um reino; também pelo fato de que as pessoas relacionadas ao nas-
sos de considerável extensão, como o Sermão da Montanha, caps. cimento de Jesus são pessoas autorizadas em sua natureza. Pilatos,
5-7; a denúncia contra os fariseus, cap. 23; a profecia da destruição o juiz, lava as suas mãos do sangue de Jesus, o guarda romano afir-
de Jerusalém e o final do mundo, caps. 24 e 25; o discurso aos ma ser ele o Cristo, e os vigias dizem que Ele não poderia ser man-
apóstolos, cap. 10; e as doutrinas do reino, 17:24-20:16. Essas tido no túmulo. Jesus denuncia as autoridades e chama os seus
porções e as parábolas notadas acima, indicarão quão grande parte próprios discípulos pelos seus nomes oficiais. É Pedro, e não Si-
do livro está na forma de discurso. O estudo pode fazer listas das mão; é Mateus, o nome apostólico, e não Levi, como em Lucas.
outras seções menores de ensino. Jesus indica o seu poder oficial na Sua rejeição dos judeus, di-
zendo-lhes que o Reino é retirado deles (21:43). Ele prepara o es-
3. É um Evangelho de Melancolia e Tristeza. Não há cânti- tabelecimento do Seu reino e diz-lhes quem irá controlar as chaves
cos de alegria como os de Zacarias, Isabel, Maria, Simeão, Ana, e do reino que não estará sujeito ao tempo ou às relações nacionais,
os anjos, registrados em Lucas. Também não vemos Jesus com po- como estava o reino anterior. Somente em Mateus encontramos
pularidade e sabedoria aos doze anos. Em vez disso, vemos a Sua instruções sobre os membros, disciplina e ordenanças da igreja.
mãe quase repudiada e deixada em desgraça pelo seu marido, José, Somente aqui nos é dado o mandamento para batizar, para admi-
e livrada somente pela intervenção divina. Jerusalém está aflita, nistrar a comunhão, e a bela fórmula para o batismo em o nome
as crianças do sexo masculino são mortas, e as mães choram por do Pai, Filho e Espírito Santo. Aqui temos a sua ordem oficial
elas. O menino Jesus é salvo somente pela fuga ao Egito. Toda a para "Ir", baseada em toda autoridade do céu e da terra.
Sua Vida depois do retorno do Egito é deixada no esquecimento Como objetivo adicional da sua obra oficial, encontramos
e ele é um nazareno desprezado. A cruz é desolação, sem um la- Jesus dando especial reconhecimento aos crentes gentios — dan-
drão arrependido ou a simpatia de alguém, com os Seus inimigos do-lhes lugar integrante no Reino. A genealogia da graça e fé in-
^Ultrajando-O, batendo no peito, e passando de longe. Também não clui os gentios; o segundo capítulo mostra a adoração dos magos
há muito otimismo e expectativa de sucesso. Os discípulos serão gentios; o centurião romano demonstra uma fé superior a de qual-
rejeitados e perseguidos como o seu Senhor; muitos serão chama- quer israelita; a grande fé da mulher cananéia levou-O a curar a
dos, mas poucos escolhidos; apenas alguns encontrarão o caminho sua filha, e a mulher de Pilatos, por causa dos seus sonhos, adver-
estreito; muitos reivindicarão a sua entrada no Reino de Deus por- te-o de que ele não deveria se envolver com Jesus. Tudo isso mos-
que profetizaram em Seu nome, mas isto lhes será negado. Mesmo tra a maneira oficial e organizada em que Jesus trabalhou.
o próprio Mateus é um publicano desprezado e rejeitado.
6. É um Evangelho de Antagonismo e Rejeição Judaicos. Por
4. É um Evangelho de Caráter Real. A genealogia mostra a um lado, os judeus se opõem e rejeitam Jesus. Por outro lado, os
descendência real de Jesus. Os magos O buscavam porque era nas- judeus, especialmente os escribas e fariseus, são expostos e rejei-
cido o rei dos judeus. João Batista prega que o reino dos céus está tados por Jesus. Os fariseus armaram planos contra Jesus e ofen-
em suas mãos. Aqui temos as parábolas do reino, começando com deram-se com as Suas violações das regras e costumes acerca do
o reino dos céus, etc. Em Lucas um certo homem deu um grande sábado e suas cerimónias sobre o comer e o lavar, ressentindo-se
banquete e tinha dois filhos, mas em Mateus foi um certo rei. Nos das Suas associações com publicanos e pecadores. A sua oposição
outros evangelistas sempre temos o termo "evangelho", enquanto levou-os a condená-Lo à morte. Por outro lado, Jesus também
que, com uma exceção, Mateus fala do "evangelho do reino." As rejeita os judeus. João chama-os de uma geração de víboras e
"chaves do reino" são dadas a Pedro. Todas as nações se reunirão Jesus designava-os como hipócritas, guias cegos e sepulturas caia-
154 — Visão Panorâmica da Bíblia Mateus e Marcos — 155
das, atingindo o clímax no capítulo 23. Aqui, na sua perversida- II. A Proclamação do Reino-4:17-16:20.
de, eles são incapazes de discernir entre a obra de Deus e a de 1. O início da proclamação — 4:17 até o final do cap.
Belzebu. É-lhes dito sobre a aplicação da profecia de Isaias; eles 2. Através do Sermão da Montanha — caps. 5-7.
tem ouvidos mas não ouvem, e devido à sua indignidade, o reino 3. Através dos milagres e ensinos correlates — caps. 8-9.
é tirado deles. A maldição da figueira, com a qual terminam os 4. Através do envio dos Doze e os milagres e ensinos subse-
milagres de Mateus, mostra o destino da nação judaica. quentes—cap. 10-12.
5. Através de sete parábolas e milagres subsequentes — caps.
7. É Um Evangelho Judaico. Isto pode ser visto no uso dos 8-9.
símbolos judaicos, termos e números sem qualquer nota expli- 6. Através da denúncia dos fariseus com os milagres e ensinos
cativa. Ele nunca explica o significado de uma palavra judaica, das circunstâncias - 15:1-16:12.
tal como Corbã, ou um costume, tal como o de não comer sem 7. Através da Confissão de Pedro - 16:13-20.
antes se lavar. Os outros evangelistas dão as explicações. Ele
chama Jerusalém pelos nomes judaicos, "Cidade do grande rei", III. A Paixão do Reino - 16: 21 até o final do cap. 27.
e "Cidade Santa"; e Cristo é chamado de o "Filho de Davi" e 1. Quatro predições da paixão com discursos e milagres inter-
"Filho de Abraão." Ele fala do templo dos judeus como sendo venientes - 16:21-26:2.
o templo de Deus, e o lugar de habitação de Deus, e o santo (a) EmCesaréiade Filipe - 16:21-17:21.
lugar. A genealogia é traçada desde Abraão e vai através dos (b) Na Galiléia, próximo a Cafarnaum — 17:22-20:16.
grandes eventos judaicos da história. Tudo isso mostra o objeti- (c) Próximo a Jerusalém-23:1-26:2.
vo de ganhar os judeus, porém, muito mais ainda, as sessenta (d) Em Jerusalém - 23:1-26: 2.
e cinco citações do Antigo Testamento e a frequentemente repe- 2. Os eventos da Paixão - 26:3 até o final do cap. 27.
tida tentativa de mostrar que os feitos e dizeres registrados eram
para que as Escrituras se cumprissem. E, apesar de não vermos IV. O Triunfo do Reino - cap. 28.
tanto significado nos números como Plummer e outros, ninguém 1. A ressurreição do Rei —versículos 1-15.
pode dizer que todos os números, tão característicos dos judeus, 2. A provisão para a propagação do reino — 16-20.
estão presentes por acidente. A genealogia tem três ocorrências
do número quatorze, que é múltiplo de sete. Há quatorze pará-
bolas, sete em um lugar e sete em outro. Há sete ais no capítulo * PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
23. Há vinte milagres separados em dois grupos de dez. O núme-
ro sete habitualmente, ou quase sempre, divide-se em quatro e (1) Alguns eventos da infância de Cristo, (a) A história dos
três, o humano e o divino. Das sete parábolas no capítulo 13, magos, (b) O massacre dos infantes, (c) A fuga para o Egito. (d)
quatro referem-se àquilo que é humano ou natural, enquanto O retorno para Nazaré. (2) Dois milagres, (a) Dois homens cegos
que três referem-se ao lado divino e espiritual do reino. Há sete - 9:27-31. (b) O peixe com a moeda na boca - 17:24-27. (3)
petições na Oração Dominical, as três primeiras relacionadas a Dez parábolas, (a) O joio - 13:24-30. (b) A rede - 13:47-50.
Deus e as quatro últimas concernentes ao homem. Talvez, uma (c) O credor incompassivo 18:23-35. (d) Os trabalhadores na
divisão desse tipo é verdadeira nas bem-aventuranças. vinha - 20:1-16. (e) Os dois filhos - 21:28-32. (f) As bodas -
22:1-14. (g) O tesouro escondido - 13:44. (h) A pérola - 13:
ANALISE 45-46. (i) As dez virgens - 25:1-13. (j) Os talentos - 25:14-30.
(4) Dez passagens com discursos de Cristo, (a) Partes do Sermão
O Início do Reino: 1:14-4:16. da Montanha — caps. 5-7. (b) A revelação aos pequeninos — 11:
1. Jesus, o rei, é o Messias do Antigo Testamento — caps. 1-2. 25-27. (c) Convites aos cansados — 11:28-30. (d) Acerca de pala-
2. Jesus, o rei, prepara-se para a Sua obra — 3:1-4:16. vras frívolas - 12:36-37. (e) A profecia à Pedro - 16: 17-19. (f)
Mateus e Marcos — 157
756 — Visão Panorâmica da Bíblia
Não sabemos o que ele conhecia diretamente do trabalho de
Humildade e perdão — 18:15-35. (g) A rejeição dos judeus — Jesus., mas provavelmente não era muito. Os escritores cristãos
2: 43. (h) A grande acusação — cap. 23. (i) O quadro do julgamen- primitivos dizem universalmente que ele era o intérprete de Pedro
to - 25: 3146. (j) A grande comissão e promessa - 28: 16-20. (5) e que ele baseou o seu evangelho em informações obtidas com o
Alguns termos que designam Jesus em Mateus deveriam ser estuda- próprio Pedro.
dos. O estudante deve fazer uma lista dos diferentes lugares onde
cada um deles é usado e, a partir de um estudo comparativo com O Assunto. Jesus, o Rei Todo-poderoso.
outras passagens, formar a sua opinião sobre o significado dos ter-
mos: (a) Filho de Abraão; (b) Filho de Davi; (c) Filho do homem; A Data. Provavelmente foi escrito por volta de 60 A.D., po-
(d) Filho de Deus; (e) Cristo e o Cristo; (f) Jesus: (g) Senhor (h) rém antes de Mateus.
Reino dos céus ou reino de Deus. (6) Faça uma lista de todos os
lugares onde aparece a expressão "para que se cumprisse o que
fora dito", alistando todas as coisas que se cumpriram. (7) Mostre AS CARACTERÍSTICAS E O PROPÓSITO
como e onde ocorre a expressão "o reino dos céus (ou de Deus)"
e, estudando as passagens, demonstre a natureza, as características 1. É Um Evangelho de Vivacidade e Detalhes. Ele mostra o
e os propósitos do reino. (8) Faça uma relação de todos os lugares efeito do temor e maravilha vistos naqueles que presenciaram as
mencionados, familiarizando-se com a história e geografia de cada obras e os ensinamentos de Jesus. Ele relata os detalhes das ações
um, e memorizando os principais eventos ligados a cada um. de Jesus, dos seus discípulos, e das multidões. Isso pode ser ilustra-
do pelas seguintes expressões: Jesus "olhou em redor", "sen-
MARCOS tou-se", "foi adiante"; Ele está triste, com fome, irado, indignado;
Ele faz maravilhas, dorme, descansa, e é movido por piedade; o
O Autor. Ele não foi um apóstolo e era designado de várias galo canta duas vezes; "Era a terceira hora", "Tendo-se levantado
formas como segue: (1) João, cujo sobrenome era Marcos, Atos alta madrugada", "havia dois mil suínos", os discípulos e Jesus es-
12:12, 25; 15:37; (2) Somente João, Atos 13:5, 13; 4:10; File- tão no mar, no Jardim das Oliveiras, no átrio, e no pórtico. Todas
mom 24; 2 Timóteo 4:/11; 1 Pedro 5:13. Era um filho de Maria, as coisas são retratadas com detalhes.
uma mulher de Jerusalém (Atos 12:12). A sua casa era um lugar
de reunião dos discípulos, para onde foi Pedro quando liber- 2. É um Evangelho de Atividade e Energia. Não há nenhuma
tado da prisão. Nesta ou em alguma outra visita. Marcos deve ter narrativa sobre a infância de Jesus, mas Marcos inicia com o "Prin-
se convertido com a pregação de Pedro, e por isso Pedro chama-o cípio do evangelho de Jesus Cristo". Ele retrata a ativa carreira de
de "meu filho" (1 Pedro 5: 13), que, indubitavelmente, significa Jesus sobre a terra. Ele, na verdade, lança ênfase sobre as obras
filho no ministério. Ele retorna com Paulo e Barnabé de Jerusalém de Jesus mais do que sobre as palavras dEle. Poucos discursos de
para Antioquia (Atos 12:25), e os acompanha, como ministro alguma extensão e somente quatro parábolas, das quinze de Ma-
(Atos 13:5) na primeira grande viagem missionária até Perge teus, são dadas numa forma abreviada, ao passo que dezoito dos
(Atos 13:13). Ali deixou-os e voltou para casa. Na segunda viagem milagres são dados numa análise rápida. A rápida sequência é indi-
missionária Paulo se negou a levá-lo e separou-se de Barnabé, pri- cada por uma palavra grega, traduzida por várias palavras, como:
mo de Marcos (Cl 4:10), que escolheu Marcos para acompanhá-lo "imediatamente", "e logo", "e logo a seguir", "então"; palavra
(Atos 15:37-39). Dez anos mais tarde, ele parece estar com Paulo essa que ocorre quarenta e uma vezes nesse evangelho. O significa-
na sua prisão em Roma e foi incluído, certamente, entre os coope- do de imediatamente aproxima-se mais do sentido da palavra gre-
radores de Paulo (Cl 4:10; Fm 24). Paulo o via como útil e pediu ga. Ela indica como na velocidade de um corredor, ele se apressa
a Timóteo para trazê-lo até a sua presença durante o seu último e nos fornece uma narrativa a qual Farrar diz "nos faz sentir co-
aprisionamento (2 Tm 4:11). Ele estava com Pedro quando este mo os apóstolos", que, em meio a pressão das pessoas que vinham
escreveu a sua primeira epístola (1 Pedro 5:13).
158 — Visão Panorâmica da Bíblia Mateus e Marcos — 159
e iam, disseram duas vezes não haver alimento para a multidão. O glória e poder; Jesus de Nazaré, o filho de Deus; um homem, po-
movimento é como o de um filme. rém divino e sem pecado entre homens pecadores e sofredores. A
ele, o Deus-homem, nenhuma humilhação poderia rebaixá-lo, ne-
3. É Um Evangelho de Poder Sobre os Demónios. Aqui, co- nhuma morte poderia derrotá-lo. Nem mesmo sobre a cruz ele po-
mo em outros evangelhos, os demónios submeteram-se a Jesus. deria deixar de ser o rei, o herói, o filho unigénito. E fitando um
Eles o reconhecem como "o Filho de Deus", submetendo-se a quadro como aquele, como poderia um romano deixar de excla-
Ele até naquilo que deveria ser feito com eles (5:7, 12). mar junto com o centurião pasmado e temeroso — "verdadeira-
mente, este era Filho de Deus."
4. É Um Evangelho de Maravilhas. Em todos os lugares Jesus
é visto como um homem de maravilhas que inspira o temor e o ter-
ror, causando admiração naqueles que o vêem e o ouvem. Um pou-
co disto pode ser estudado, especialmente no grego, em 1:27; ANALISE
2:12; 4:41; 5: 33; 6:50, 51; 7:37. Como diz o Arcebispo Thomp-
son: "O maravilhoso Filho de Deus movimenta-se velozmente so- I. O Deus Todo-Poderoso é Apresentado como o Filho de
bre o Seu reino como um meteoro". Isso causa temor aos corações Deus-1:1-13.
dos observadores. Ele "é um homem heróico e misterioso, que ins- 1. No batismo e na pregação de João — 1 -8.
pira não somente uma devoção apaixonada, mas também admira- 2. No batismo de Jesus — 9-11.
ção e adoração."
3. Na tentação- 12-13.
5. É um Evangelho Para os Romanos. Os romanos eram ho-
mens de poder, trabalhadores que deixaram atrás de si grandes fei- II. O Rei Todo-Poderoso em Sua Obra na Galiléia - 1:14 até o
tos para o bem da humanidade. Era próprio que Marcos apelas- final do cap. 9.
se a eles registrando os feitos poderosos de Jesus. Ele lhes mostra 1. O início da Sua Obra - 1:14 até o final do cap.
aquele que tem poder para aquietar a tempestade, controlar a 2. Ele revela o Seu reino — caps. 2-5.
doença e a morte, e mesmo poder para controlar o mundo invisí- 3. Encontra a oposição - 6:1 -8:26.
vel dos espíritos. Os romanos, que viam a deidade num César que 4. Prepara os Seus discípulos para o fim — 8:27 até o final do
era o cabeça de um reino poderoso, se curvariam diante daquele cap. 9.
que se mostrara rei de todos os reinos e cujo domínio era onipo-
tente e eterno, temporal e espiritual. III. O Rei Todo-Poderoso Prepara-se Para a Sua Morte - 10:1-
O romano não sabia nada da escritura ou profecia judaicas, e, 14:31.
dessa forma, ele omite todas as referências à lei judaica, de forma 1. Ele vai à Jerusalém - 10:1-11:11.
que a palavra lei não é encontrada em todo o livro. Ele apenas uma 2. Em Jerusalém e arredores — 11:12-14:31.
vez ou duas refere-se de alguma forma à escritura judaica. Tam-
bém, ele explica todas as palavras judaicas que poderiam causar dú- IV. O Rei Todo-Poderoso Sofre às Mãos dos Seus Inimigos - 14:
vidas a um romano, como por exemplo, "Boanerges" (3:17), "Ta- 32-15:46.
lita Cumi" (5:41), "Corbã" (7:11). Ele transformou o dinheiro 1. A Agoniado Getsêmani — 14:3242.
dos judeus na moeda corrente dos romanos (12:42). Ele explica 2. A prisão-14:43-52.
termos e costumes dos judeus, como se estes não fossem com- 3. O julgamento dos judeus e a negação de Pedro — 14:53 até
preendidos pelos leitores (veja 7:3; 14:12; 15:42). o final do cap.
Some-se a isto o uso de termos familiares como centurião, 4. O julgamento perante Pilatos — 15:1-15.
contenda, etc. "Marcos mostrou ao romano um homem que era 5. A crucificação -15:16-41.
um homem verdadeiro." Ele lhes mostrou um homem coroado de 6. O sepultamento — 15:4247.
160 - Visão Panorâmica da Bíblia
767
l
162 - Visão Panorâmica da Bíblia Lucas e João - 163
tradição, é sempre declarado gentio e prosélito. Como é evidencia- convincentes, servindo para mostrar quão grande lugar a mulher
do em seu próprio evangelho, ele é o mais culto entre os escritores tem nesse evangelho.
dos evangelhos.
4. É Um Evangelho dos Pobres e Proscritos. Mais do que
O Assunto. Jesus, o Salvador do Mundo. qualquer outro evangelista, Lucas relata os ensinamentos e inci-
dentes na vida de nosso Salvador que mostram o Seu trabalho
A Data. Provavelmente foi escrito entre 63 e 60 A.D., certa- em abençoar os pobres, negligenciados e corruptos. Entre as
mente antes da queda de Jerusalém em 70 A.D., e possivelmente passagens de maior destaque estão as frequentes referências aos
enquanto Lucas estava com Paulo em Roma ou durante os dois publicanos (3:12; 5:27, 29, 30, etc.), Maria Madalena, que era
anos em Cesaréia. uma pecadora (7:36-50), a mulher com um fluxo sanguíneo
(8:4348), as meretrizes (15:30), o filho pródigo (15:11-32),
Lázaro, o mendigo (16:19-31), os pobres, mutilados, coxos, e
AS CARACTERÍSTICAS E O PROPÓSITO cegos são convidados para o banquete (14:7-24), a estória de
Zaqueu (19:1-9), a função do Salvador é declarada como sendo
1. É Um Evangelho de Cânticos e Louvor. Existem vários cân- a de buscar e salvar o perdido (19:10), o ladrão moribundo é
ticos, tais como o cântico de Maria (1:46-55), o cântico de Zaca- salvo (233943).
rias (1:68-79), o cântico dos anjos (2:14), e o cântico de Simeão
(2:29-32). Há muitas expressões de louvor tais como em 2:20;
5:26;7:16; 13:13; 17:15; 18:43; 23:47. - 5. É Um Evangelho Para os Gentios. O evangelho é per-
meado por um amplo propósito não expresso de uma maneira
2. É Um Evangelho de Oração. Jesus ora em seu batismo tão plena pelos outros evangelistas. Nele temos a anunciação de
(3:21); depois da purificação do leproso (5:16); antes de convo- alegria feita pelos anjos "que será para todo o povo" (2:10) e
car os doze (6:12); em Sua transfiguração (9:28); antes de ensinar o cântico sobre Jesus como "a luz para revelação aos gentios"
os discípulos a orar no seu último suspiro (23:46). Lucas nos dá (2:32). A genealogia traça a linhagem de Cristo desde Adão
o mandamento de Cristo para que oremos (21:36) e duas pará- (3:38), e assim, liga-O não com Abraão, o representante dos
bolas, o amigo à meia-noite (11:5-13) e o juiz iníquo (18:1-8), judeus, mas com Adão, o representante da humanidade. O am-
para mostrar os resultados certos e abençoados da oração contí- plo relato do envio dos setenta (10:1-24), o número exato que
nua. significava a suposta quantidade das nações pagãs, os quais deviam
Ir, não como os Doze às ovelhas perdidas da casa de Israel, mas
3. É Um Evangelho da Mulher. Nenhum outro evangelho dá à todas as cidades para onde Jesus mesmo deveria ir, é uma indi-
tanto lugar à mulher como o faz Lucas. Na verdade, todos os três cação desse propósito mais amplo de Lucas. O bom samaritano
primeiros capítulos ou grande parte daquele conteúdo podem (10:25-37) é a ilustração de Cristo sobre um verdadeiro próxi-
ter-lhe sido fornecidos por Maria e Isabel, "depois da acurada in- mo e, de algum modo, pretende mostrar a natureza da obra de
vestigação de tudo desde sua origem" (1:3). Ele nos fornece o Cristo, que deveria ser sem nacionalidade. Dos dez leprosos cura-
louvor e a profecia de Isabel (1:42-45), a simpatia pela viúva de dos (17:11-19), somente um, um samaritano, voltou para ren-
Naim (7:12-15), o evento de Maria Madalena, a pecadora (7:36- der louvor a Deus, mostrando como outros, além dos judeus,
50), as mulheres que serviram a Jesus (8:1-3); as palavras ternas Hriam abençoados por Ele e prestariam culto digno a Ele. O
dirigidas à mulher com um fluxo de sangue (8:48), a disposição ministério na Peréia, além do Jordão (9:41-18:4,ou, provavel-
de Marta e Maria (10:38-42), a simpatia e a ajuda prestadas à mente, 9:51-19:28), é um ministério aos gentios e mostra quão
"filha" de Abraão (13:16), o consolo das "filhas" de Jerusalém grande é o destaque que Lucas da' aos gentios na obra e bênçãos
(23:28). Essas referências foram reunidas por outros e são as mais de Jesus.
164 - Visão Panorâmica da Bíblia Lucas e João — 165
VI. O Salvador é Glorificado - cap. 24. aponta que 541 versículos não têm correspondentes em outros
1. A ressurreição — 1-12. evangelhos.
2. A aparição e os ensinos — 13-49.
3. A ascensão — de 50 até o final.
JOÃO
sido perseguido duramente, mas havia alcançado grandes vitórias claração: "eu o ressuscitarei no último dia" (6: 39, 40, 44). (5)
em muitos lugares. Todo o restante do Novo Testamento, com Contrastes. O objetivo é mais simples e mais facilmente identifi-
excecão do Apocalipse, já havia sido escrito. Já haviam surgido cado do que o dos outros evangelistas. Por um lado, ele mostra
aqueles que duvidavam da deidade de Jesus e, apesar do evange- como o amor e a f é são desenvolvidos no crente até que, no final,
lho não ser uma polémica contra os falsos ensinos, por meio Tomé, o mais desconfiado de todos, pode exclamar: "Senhor meu
do estabelecimento da verdadeira pregação, ele os enfraquece e Deus meu!" Por outro lado, ele mostra como o descrente avan-
totalmente. Talvez, ele tenha escrito para todos os cristãos de to- ça de uma mera indiferença para um ódio positivo que culminou
das as nacionalidades cuja história naquela época já havia sido en- na crucificação. Esse propósito é atingido por um processo de
riquecida pelo sangue dos mártires da fé. Em vez do Messias em contraste e separação das coisas que são opostas tais como: (a)
quem os judeus encontrariam o Salvador, ou o Homem Ideal pa- Luz e trevas, (b) verdade e mentira, (c) bem e mal, (d) vida e
ra os gregos, ou o Obreiro Poderoso para os romanos, João escre- morte, (e) Deus e Satanás. Em tudo isto ele está convencendo
veu acerca do Verbo Encarnado e Eterno a cujo reino espiritual o leitor que Jesus é o Cristo, o filho de Deus.
cada um dos reinos que perdessem a sua estreiteza e preconceito
racial, poderiam ser unidos para sempre. O Assunto. Jesus, o Cristo, o filho de Deus.
O Estilo e o Objetivo. Este evangelho difere dos outros na A Data. Provavelmente entre 85 e 95 A.D.
linguagem e no objetivo. Ele é tanto profundo como simples e
tem vários elementos de estilo como seguem: (1) Simplicidade.
As sentenças são curtas e ligadas por conjunções coordenativas. AS CARACTERÍSTICAS E O PROPÓSITO
Há muitas citações diretas e sentenças dependentes, sendo que
a maioria delas mostra a sequência das coisas, ou como causa 1. É Um Evangelho de Festas. Na verdade, se subtrairmos
ou como propósito. (2) Uniformidade. Provém do método de tra- dele os milagres e ensinos e outras obras executadas em conexão
tar cada passo da narrativa como se fosse isolado e separado de com as festas, teríamos apenas alguns fragmentos do evangelho.
todo o restante em vez de imergir na totalidade da narrativa. (3) O valor do livro seria destruído, e seriam perdidos os mais belos
Repetição. É muito frequente tanto na própria narrativa como e profundos ensinamentos do evangelho.
nas palavras citadas de Jesus. Os seguintes exemplos ilustrarão O estudante deverá, a partir das seguintes festas, procurar
isto: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e agrupar tudo o que João registra sobre as ocorrências em cone-
o Verbo era Deus". "A luz resplandece nas trevas, e as trevas xão com elas. (1) A Festa da Páscoa (2:13, 23), a Primeira Pás-
não prevaleceram contra ela". "Eu sou o bom pastor. O bom coa, 27 A.D. (2) A Festa dos Judeus (5:1), provavelmente Pu-
pastor dá a vida". "Se eu dou testemunho de mim mesmo, o rim. (3) Páscoa, a festa dos judeus (6:4), a Segunda Páscoa, 28
meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que dá testemunho A.D. (4) A Festa dos Tabernáculos (7:2). (5) A Festa da Dedi-
de mim, e eu sei que o Seu testemunho é verdadeiro". O estu- r.íição (10:22). (6) Páscoa (11:55, 56; 12:1, 12, 20; 13:2-30,
dante deve fazer uma lista de todas as repetições desse tipo. (4) 18: 28), a Terceira Páscoa, 29 A.D.
Paralelismos, ou declarações que expressarão as mesmas verdades
ou verdades similares, tais como as seguintes: "Deixo-vos a paz, 2. É Um Evangelho de Testemunho. João escreve para pro-
a minha paz vos dou", "Eu lhes dou a vida eterna, jamais pere- var que Jesus é o Cristo. Ele assume a atitude de um advogado
cerão", etc. Esses paralelismos, que ao mesmo tempo tornam-se perante um júri e introduz o testemunho até que tem certeza
uma repetição, são vistos na maneira que um assunto ou uma da sua defesa e, então, encerra o testemunho com a segurança
conclusão é declarada e, depois da elaboração, redeclarada numa de que muito mais poderia ser oferecido se fosse necessário. Há
visão nova e maior, ensinando assim uma verdade de forma gradual sete linhas de testemunho: (1) O testemunho de João Batista.
com força e beleza. Uma ilustração pode ser encontrada na de- (2) O testemunho de alguns outros indivíduos. (3) O testemunho
170 — Visão Panorâmica da Bíblia Lucas e João — 171
da obra de Jesus. (4) O testemunho de Jesus sobre a Sua própria mas Ele, apesar disso, tem fome, sede, e conhece a experiência
pessoa (veja os Eu Sou). (5) O testemunho das escrituras. (6) O humana. Deus desceu até o homem para que o homem pudesse
testemunho do Pai. (7) O testemunho do Espírito Santo. ascender a Deus; para capacitá-lo a chegar a Deus.
773
174 — Visão Panorâmica da Bíblia Atos e Romanos —175
da expansão do cristianismo entre os gentios. Este conceito é II. O Testemunho da Igreja na Palestina - 8:2-12:25.
fortalecido pelo fato de que Lucas também era um gentio (Cl 1. As testemunhas são dispersadas - 8:2-4.
4:10) e era um companheiro de Paulo (Cl 4:14), e também pela 2. Filipe testemunha em Samaria e Judéia — 8:5-40.
presença das secões "Nós" em Atos. Portanto, o livro não afirma 3. O Senhor ganha novas testemunhas — 9:1-11:18.
ser um relatório completo do labor dos apóstolos primitivos. Mas, 4. O centro da obra muda-se para Antioquia —11:19-30.
fornece numa maneira simples, definida e impressionante o relato 5. As testemunhas triunfam sobre a perseguição de Herodes —
de como a religião de Jesus foi propagada após a Sua morte, e 12:1-25.
como foi recebida por aqueles a quem foi pregada primeiramen-
te. Ele fala sobre as primeiras perseguições aos cristãos, sobre III. O Testemunho da Igreja no Mundo Gentílico - 13:1-28:31.
os primeiros mártires, e sobre os primeiros gentios que se conver- 1. Testemunho na Ásia - caps. 13-14. A primeira viagem mis-
teram, mas omite qualquer discussão sobre o número de Apósto- sionária de Paulo.
los, sobre o ministério posterior de Pedro, e muito acerca das ex- 2. O primeiro concílio da igreja — 15:1-35.
periências de Paulo nas suas viagens missionárias. Durante os últi- 3. Testemunhando na Europa - 15:36-18:22 - A segunda
mos anos muitas descobertas têm mostrado que Lucas era cuida- viagem missionária de Paulo.
doso e exato em seus detalhes sobre posições geográficas e acurado 4. Mais testemunhos na Ásia e Europa — 18:23-21:17 — A
em seu conhecimento sobre as condições políticas. terceira viagem missionária de Paulo.
5. Paulo, a testemunha, rejeitado e atacado pelos judeus em
Jerusalém-21:18-23:35.
A Espiritualidade. No Antigo Testamento Deus o Pai é o 6. Dois anos de aprisionamento em Cesaréia — caps. 24-26.
agente ativo. Nos evangelhos, Deus o Filho (Jesus) é o agente ati- 7. Paulo, a testemunha, levado para Roma — 27:1-28:15.
vo. Em Atos (e mesmo depois), o Espírito é o agente ativo. Ele é 8. Paulo, a testemunha, em Roma — 28:16-31.
mencionado cerca de setenta vezes em Atos. O Salvador havia dito
aos apóstolos que esperassem em Jerusalém pelo poder do Espírito
Santo. Eles eram homens comuns até que foram tomados pelo
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
poder do Espírito. Tornaram-se puros no propósito e ideal, sendo
vitoriosos em sua causa. O livro é um registro de grande poder es-
(1) A primeira conferência de negócios da igreja - 1:15-26.
piritual visto em ação em cada lugar.
(2) A vinda do Espírito Santo - 2:1-4. (3) O sermão de Pedro no
dia de Pentecoste - 2:547. (4) O primeiro milagre - cap. 3. (5)
A primeira perseguição - 4:1-31. (6) A morte de Ananias e Safira
ANALISE -5:1-11. (7) Os primeiros diáconos-6:1-7. (8) O primeiro már-
tir - cap. 7. (9) A obra de Filipe em Samaria - 8:540. (10) A
conversão de Saulo — 9:1-31. (11) A conversão de Cornélio —
Introdução — 1:1-3.
10:1-11:18. (12) Aliste as principais igrejas do livro, sua localiza-
ção, e o que as tornou notáveis. (13) Faça uma lista dos principais
O Testemunho da Igreja em Jerusalém — 1:4-8: pregadores do livro, apontando os sermões ou milagres que os fi-
1. A preparação para o testemunho — 1:4-2:4. zeram proeminentes. (14) Os sermões e discursos do livro, a quem
2. O primeiro testemunho — 2:5-47. e por quem foram proferidos, os seus propósitos, etc. (15) Os prin-
3. A primeira perseguição —3:1-4:31. cipais elementos de poder dos primeiros discípulos. (16) O cresci-
4. O estado abençoado da igreja — 4:32-5:42. mento do cristianismo e os obstáculos que teve de superar (7) Os
5. Os primeiros diáconos —6:1-7. grandes ensinos dos primeiros cristãos. (18) O tato e a adaptação
6. O primeiro mártir — 6:8-8: 1. dos apóstolos (dê exemplos). (19) Os diferentes planos para matar
Atos e Romanos —177
176 — Visão Panorâmica da Bíblia
Paulo e os modos pelos quais ele escapou. (20) As viagens missio- pode conter uma saudação, geralmente incluindo o assunto da
nárias de Paulo e a sua viagem para Roma como prisioneiro. epístola e os nomes daqueles colaboradores que estavam com
Paulo na época da escrita, e uma expressão de gratidão pelo bom
caráter e pela conduta daqueles a quem ele se dirige. (2) Uma
ROMANOS Seção Doutrinária, onde ele discute alguns ensinos cristãos impor-
tantes, que precisam de ênfase especial no caso da igreja ou indiví-
O Autor. Paulo, o autor, foi um hebreu por descendência, um duos a quem ele escreve. (3) Uma Seção Prática, onde ele apre-
nativo de Tarso, na Cilicia. Foi educado por Gamaliel, o grande senta a aplicação prática dos princípios discutidos na seção de
mestre fariseu. Ele foi um dos mais inclementes perseguidores dos doutrina para a vida dos destinatários. (4) Uma Seção Pessoal, on-
primeiros cristãos, mas se converteu com a súbita aparição a ele de há mensagens pessoais e saudações enviadas para e por vários
do Senhor ressurreto. Começou pregando em Damasco, mas por amigos. (5) Conclusão, na qual pode ser encontrada uma bênção
ou uma conclusão autografada para autenticar a carta, às vezes
causa da perseguição foi para a Arábia. Voltando da Arábia, visi-
tou Jerusalém e Damasco, e depois foi para a Cilicia, onde indu- ambos, com outras palavras de encerramento.
bitavelmente fez uma obra evangel ística até que Barnabé o bus-
cou em Tarso e o levou para Antioquia, onde trabalhou um ano
ao lado deste. Depois disso, ele foi para Jerusalém com ofertas A Ocasião da Epístola aos Romanos. (1) Paulo desejava ir à
para os irmãos. Na sua volta à Antioquia, foi chamado pelo Espí- Roma (Atos 19:21) e agora esperava logo fazê-lo (Romanos
rito Santo para uma obra missionária na qual permaneceu até 15:24-33). Portanto, ele pode ter desejado que eles conhecessem
a sua morte, fazendo pelo menos três grandes jornadas missioná- a sua doutrina antes da sua chegada, especialmente se eles tivessem
rias, durante as quais, e também depois, sofreu muito até a sua ouvidos falsos relatos sobre a sua vida. (2) Ele escreveu logo de-
morte como um mártir. pois de Gaiatas e a mente de Paulo estava cheia da doutrina da
justificação, e ele pode ter desejado escrever mais sobre o assunto,
As Epístolas de Paulo. As cartas de Paulo geralmente são dando ênfase especial ao lado divino da doutrina, após ter dado
colocadas em quatro grupos como segue: ( 1 ) 0 grupo escatoló- destaque ao lado humano dela em Gaiatas. (3) Também, ele pode
gico, ou aquelas que tratam sobre a segunda vinda de Cristo. ter sido mal interpretado em Gaiatas e desejou desenvolver mais
Elas são 1 e 2 Tessalonicenses e foram escritas de Corinto em a sua doutrina. Em Gaiatas o homem é justificado pela sua crença;
aproximadamente 62 ou 63 A.D. (2) O grupo anti-judaico, ou em Romanos Deus oferece a sua própria justiça ao crente para a
aquelas que surgiram das controvérsias com os mestres judeus. sua justificação. (4) Febe, uma mulher de influência e caráter
Elas são 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gaiatas, e Romanos, escritas cristão, uma amiga de Paulo, estava para ir â Roma vindo das cos-
durante a terceira viagem missionária, provavelmente em Éfeso, tas de Corinto, e Paulo não somente tinha uma boa oportunidade
Filipos, e Corinto. (3) O grupo cristológico, ou aquelas que cen- para enviar a sua carta, mas também podia prestar-lhe um serviço
tralizam o seu ensino no caráter e na obra de Jesus; foram escri- apresentando-a aos crentes de lá (16:1-2).
tas durante o aprisionamento em Roma. Trata-se de Filipenses,
Colossenses, Filemom, Efésios, e Hebreus (muitos pensam que
Paulo não escreveu Hebreus). (4) O grupo pastoral, ou aquelas A igreja em Roma. Sem dúvida, estava em uma condição mui-
que foram escritas aos pregadores jovens tratando de assuntos to próspera na época da escrita de Paulo. Provavelmente foi or-
como organização e governo da igreja, e dando instruções práti- ganizada por alguns judeus que ouviram e creram quando estavam
cas acerca dos evangelistas, pastores, e outros obreiros cristãos. em Jerusalém, talvez no dia de Pentecoste. Apesar do seu rol de
São elas: 1 Timóteo, 2 Timóteo, e Tito. membros incluir tanto judeus como gentios (1:6-13), ela era
Todas as epístolas de Paulo, exceto Hebreus, caem muito considerada por Paulo especialmente como uma igreja gentílica
naturalmente em cinco seções, como segue: (1) Introdução, que (1:5-7, 13-15).
178 — Visão Panorâmica da Bíblia Atos e Romanos —179
O Tema. O dom da justiça de Deus como a nossa justifica- Conclusão — 15:14 até o final do cap. 16.
ção que é recebida através da fé em Cristo, ou a justificação pela 1. Assuntos pessoais — 15:14 até o final do cap.
fé. 2. Palavras de despedida e advertências — cap. 16.
180 - Visão Panorâmica da Bíblia
A Igreja em Corinto. Foi fundada por Paulo durante a sua se- A Data. Primavera de 57 A.D.; escrita de Éfeso.
gunda viagem missionária (Atos 18:1-8). O seu espírito ao fundar
a igreja, pode ser visto em 1 Co 2:1,2. Enquanto esteve lá, Paulo
morou com Aquila e Priscila, judeus que haviam sido expulsos de ANALISE
Roma (Atos 18:2-3), mas que agora haviam-se tornado membros
da igreja. Apoio pregou à essa igreja e a ajudou durante a ausência Introdução — 1:1-9.
de Paulo (18:24-28; 19:1). As duas epístolas estão cheias de infor-
mações sobre a condição da igreja e os muitos problemas que eram I. Acerca das Divisões e Espírito Partidário — 1:10 até o final
enfrentados de tempos em tempos. Deve-se lembrar que Corinto do cap. 4.
foi uma das mais perversas cidades dos tempos antigos e que a igre- I.Por Cristo como o centro do cristianismo - 1:10 até o
ja estava cercada por práticas e costumes pagãos. Muitos dos seus final do cap.
membros haviam-se convertido do paganismo ao cristianismo há 2. Pela sabedoria espiritual - 2:1-3:4.
muito pouco tempo e a igreja estava longe de ser ideal. Havia entre 3. Por uma visão correta dos pregadores - 3:5 até o final
eles cristãos verdadeiros e sinceros na sua fé e caráter (1:4-8). Mas do cap. 4.
a maioria deles era pobre, muitos não eram sábios segundo a carne
e não eram de nobre nascimento (1:26). Mas o problema de II. A Correcão da Desordem Moral - caps. 5-6.
adaptação era muito sério. Eles tinham de enfrentar todo tipo de 1. A pessoa que praticava incesto — cap. 5.
questões filosóficas e práticas perversas. Eles estavam abrindo o 2. Demandas judiciais —6:1-11.
caminho para nós enquanto o cristianismo passava por um dos 3. Os pecados do corpo — 6:12 até o final do cap.
seus maiores testes de todos os tempos.
III. Respostas às Perguntas e Assuntos Relacionados — 7:1-16:4.
A Ocasião e o Propósito de Primeiro Coríntios. Notícias 1. Acerca do casamento e do celibato — cap. 7.
desagradáveis acerca da igreja de Corinto haviam chegado até 2. Acerca de coisas oferecidas aos ídolos — 8:1 -11:1.
Paulo e ele havia-lhes escrito uma carta (5:9) que foi perdida. 3. Acerca do véu - 11:1-16.
Naquela carta ele parece ter-lhes ordenado que deixassem as prá- 4. Acerca da Ceia do Senhor - 11:17 até o final do cap.
ticas perversas e prometeu visitá-los. Nesse meio tempo, membros 5. Acerca dos dons espirituais — caps. 12-14.
da casa de Cloe (1:11) e outros amigos (16:17) foram até Paulo 6. Acerca da ressurreição — cap. 15.
em Éfeso levando notícias sobre as suas divisões e o comporta- 7. Acerca das ofertas para os santos - 16:1-4.
mento de certos membros. Finalmente, eles escreveram uma carta
pedindo o conselho de Paulo sobre alguns assuntos (7:1). A partir IV. Assuntos Pessoais e Conclusão — 16:5 até o final.
disso podemos aprender que: (1) havia quatro facções entre eles
(1:12); (2) havia uma grossa imoralidade na igreja como no caso
de incesto — cap. 5; (3) eles iam ao tribunal um contra o outro — PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
cap. 6; (4) muitos assuntos práticos os perturbavam. Assim, Paulo
escreveu para corrigir todos os erros de doutrina e prática. (1) A sabedoria terrena e a loucura celestial — 1:18-25.
(2) A sabedoria espiritual - 2:7-16. (3) O labor apostólico de
O Conteúdo de Primeiro Coríntios. Esta carta contém algu- Paulo - 4:9-13. (4) A avaliação que a Escritura faz sobre o corpo
mas das passagens mais importantes em todo o Novo Testamento. humano — 6:12-20. (5) Casamento e divórcio — 7:25-40 — perma-
.
Portanto, a carta é notável especialmente pela natureza muito necer "virgem" refere-se à qualquer pessoa solteira, homem ou
prática do seu conteúdo. Ela fala de muitos problemas da vida diá- mulher. (6) A prática de Paulo no tocante aos seus direitos -
ria e discute uma grande doutrina, a da ressurreição. 9:1-23. (7) A corrida cristã - 9:24-27. (8) O amor e a sua natureza
184 - Visão Panorâmica da Bíblia
Primeiro e Segundo Coríntios — 185
— cap. 13. (a) superior aos outros dons — 1-3; (b) as suas dez
características — 4-6; (c) o seu poder — 7; (d) a sua atuação — A Data. Ela foi escrita da Macedônia (provavelmente Fili-
8-13. (9) Os dons espirituais — caps. 12-14. Cite-os e descreva-os. pos) no outono de 57 A.D.
(10) A ressurreição — cap. 15. (a) as calamidades resultantes se
ela não tivesse ocorrido — ou as outras doutrinas aqui que depen-
dem da ressurreição; (b) a natureza do corpo ressurreto. ANALISE
Introdução- 1:1-7.
SEGUNDO CORIlMTIOS
I. As Provações de Paulo, Princípios e Consolos de um Prega-
A Ocasião e o Propósito da Carta. De algumas sugestões en- dor - 1:8-7:16.
contradas aqui e ali nessas duas epístolas, fica aparente que muito 1. O seu interesse pela igreja de Corinto — 1:8-2:11.
da comunicação mantida entre Paulo e a igreja, e as cartas que che- 2. O seu serviço a Deus e aos homens — 2:12 até o final do
garam até nós, são apenas algumas poucas correspondências de cap.
uma série. Ele sofreu muita perplexidade e dor por causa das 3. A sua escolha pelo Espírito Santo — cap. 3.
condições daquela igreja. Ele encontrou a Tito na Macedônia du- 4. O seu poder dado por Deus — cap. 4.
rante a terceira viagem missionária (ele havia esperado por ele com 5. A sua esperança de bênçãos futuras — 5:1-19.
as notícias de Corinto enquanto esteve em Trôade). Ele escreve 6. A sua exortação e apelo a igreja — 5:20-7:4.
esta carta em resposta às mensagens trazidas por Tito. Ele expres- 7. A sua alegria pela recepção de notícias — 7:5 até o final
sa cuidado por eles, defende-se contra as acusações dos seus ini- do cap.
migos, adverte-os contra os erros, os instrui acerca de assuntos do
dever e expressa a sua alegria por eles terem ouvido o seu conse- II. A Coleta Para os Crentes Pobres — caps. 8-9.
lho anterior.
1. O apelo por liberalidade — 8:1-15.
2. O envio de Tito e dois outros irmãos — 8:16-9:5.
O Caráter e o Conteúdo. E a menos sistemática epístola de 3. A bênção da liberdade — 9:6 até o final do cap.
Paulo; é cheia de digressões nos assuntos e difícil de analisar. Ela
não é calma, clara e definida como Primeiro Coríntios, mas abunda III. A Autoridade Apostólica de Paulo - 10:1-13:10.
em emoção, mostrando urna mistura de alegria, sofrimento e indig- 1. Ele vindica a sua autoridade apostólica — 10:1-12:13.
nação. E intensamente pessoal, falando da visão do terceiro céu 2. Ele os adverte de que a sua chegada se dará com a autorida-
(12:1-4) e do espinho na carne (12:7-9) e muitos outros assuntos de apostólica - 12:14-13:10.
pessoais de forma que nela aprendemos mais sobre a sua vida e ca-
ráter do que em qualquer outra fonte. Isso a torna de muito valor Conclusão — 13:11 até o final.
no estudo da pessoa de Paulo. Ela fala, claramente, de pelo menos
sete acusações feitas contra ele pelos seus inimigos (10:10; 11:6;
2:17; 4:3; 10:8; 5:3). A parte um tem como o seu grande tópico a PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
tribulação e a consolação na tribulação, e tem nisso uma tendên-
cia de apologia, obscurecida por uma indignação suprimida. A par- (1) As razões para Paulo não ir à Corinto — 1:15-2:4. (2) A
te dois é colorida por uma emoção de tristeza. A seção três contém glória do ministério do evangelho — 4:1-6. (3) A sua injunçãoafe-
muito sentimento de indignação. Através de toda a carta existe tuosa — 6:1-18. (4) A graça da liberdade — caps. 8 e 9. Faça uma
uma tendência de defesa. A "nota-chave" desse livro, bem como lista de: (a) Modos de cultivar essa graça, (b) As bênçãos que ela
de Primeiro Coríntios, é a lealdade a Cristo. trará a quem a possui, aos outros e a toda igreja. (5) A vanglória
de Paulo — 11:16-12:13. (a) De quais coisas ele se gloriou? (b)
186 — Visão Panorâmica da Bíblia
GÁLATAS
a Europa passava por essa região, tornando possível que alguns ANÁLISE
daqueles que estiveram presentes no dia de Pentecoste tenham se-
meado a semente do evangelho ali. Eles podem ter surgido do tra- Introdução — 1:1-10.
balho de Paulo enquanto esteve em Tarso na época do seu retorno
da Arábia indo para Antioquia com Barnabe'. Entretanto a Bíblia
não fala nada sobre isto. I. A Autoridade do Evangelho de Paulo — 1:11 até o final do
cap. 2.
Paulo os visitou na sua segunda viagem missionária (Atos
1. Ele é independente do homem — 1:11 até o final.
16:6) e parece ter ficado adoentado enquanto passava por lá,
2. É o evangelho de um apóstolo — cap. 2.
tendo pregado a eles enquanto não podia viajar (Gl 4:14-15). Eles
receberam o seu ensino com alegria e parece terem surgido igrejas.
II. O Ensino do Evangelho de Paulo — caps. 3-4. A justificação
Paulo também os visitou na sua terceira viagem missionária (Atos
pela fé.
18:23) instruindo-os e estabelecendo-os na fé. As igrejas iam bem
1. A experiência deles é a prova — 3:1-5.
quando Paulo as deixou, mas mestres judaizantes agora haviam
2. O exemplo de Abraão o atesta — 3:6-9.
surgido e, agindo sobre a inconstância e instabilidade da natureza
deles, tinham corrompido a simplicidade da sua fé. 3. As Escrituras o ensinam — 3:10-12.
4. A obra de Cristo é a sua provisão — 3:13:14.
5. Os seus resultados superiores o demonstram — 3:15-4:20.
A Ocasião da Epístola. (1) Mestres judaizantes haviam apare- 6. As experiências de Sara e Hagar e seus filhos o ilustram —
cido entre os gaiatas afirmando que a lei judaica estava vinculada 4:21 até o final do cap.
aos cristãos, admitindo que Jesus era o Messias, mas dizendo que a
salvação deveria ser obtida pelas obras da lei. Eles diziam, espe- l. A Aplicação do Evangelho de Paulo à Fé e à Conduta —
cialmente, que os gentios deviam ser circuncidados. (2) A fim de 5:1-6:10.
atingirem o seu objetivo e afastarem os gaiatas de sua crença, eles I.EIe os exorta a permanecerem firmes na liberdade de
estavam tentando enfraquecer a confiança que os gaiatas tinham Cristo-5:1-12.
em Paulo, o seu mestre espiritual. Eles diziam que ele não era um 2. Ele os exorta a não abusarem da sua liberdade — 5:13-6:10.
dos doze, e, portanto, não era apóstolo, e o seu ensino não tinha
autoridade. Eles insinuavam que ele tinha aprendido a sua doutrina Conclusão — 6:11 até o final.
com outros, especialmente com os apóstolos que eram os pilares
da igreja.
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
O Propósito da Epístola. O propósito da epístola era erradi- (1) Os perigos da inconstância (1:6; 4:9; 15-16). (2) Os méto-
car os erros doutrinários introduzidos pelos judaizantes e manter dos dos falsos mestres: (a) o principal método deles é atacar os ho-
os gaiatas na sua primeira fé. Para fazer isso era necessário estabele- mens de destaque no movimento, (b) Geralmente eles promovem
cer a autoridade apostólica e a origem divina do seu evangelho. Ele •Igum outro líder. Eles colocariam Pedro no lugar de Paulo, (c) Po-
também desejava mostrar o valor prático ou a aplicação do seu d« se entender muito bem como um homem frequentemente permi-
ensino. Ele especialmente mostra o valor da liberdade cristã e ao tirá que a influência de outro seja minada se ele próprio for exalta-
mesmo tempo mostra que ela não é o mesmo que licenciosidade. do. (3) As razões dadas por Pau Io para mostrar que o seu ensino não
Ao cumprir esses propósitos ele nos deu uma declaração clássica é humano — 1 : 1 1 até o final do cap. (4) A confirmação da chamada
sobre a doutrina fundamental da justificação pela fé e decidiu de illvirni de Paulo — 2:1-10. (5) Diferenças entre o que está debaixo
uma vez por todas a perturbadora questão da relação dos cristãos (In IHÍ e o que está debaixo da fé — 4:1-7. (6) As concupiscências
com a lei judaica.
corno, incluindo os pecados do corpo e da mente — 5:19-21.
190 — Visão Panorâmica da Bíblia
IV. A Missão e a Oração de Paulo por Eles — cap. 3. apropriado para a evangelização de toda a Europa. Foi o lugar
1. A sua missão de pregar o mistério de Cristo — 1-13. onde a primeira igreja europeia foi estabelecida por Paulo na sua
2. A sua oração por eles e a doxologia em louvor a Deus — segunda viagem missionária, em 52 A.D. Era bem irrigada, cerca-
14 até o final do cap. da por um território muito fértil e ficava próxima de ricas minas
de ouro.
V. O Dever da Igreja Como Corpo de Cristo — 4:1 -6:20.
1. Deveres dos indivíduos em relação com os outros membros A Ligação de Paulo com a Igreja. Por uma visão de Deus ele
e com o mundo — 4:1 -5:21. foi para Filipos na segunda viagem missionária (Atos 16:9-12).
2. Deveres dos indivíduos nas suas relações familiares — Primeiro ele pregou numa reunião de oração de mulheres onde
5:22-6:9. Lídia foi convertida. Ela o hospedou enquanto ele esteve na cidade.
3. Deveres dos indivíduos nas suas relações com os esfor- Depois de algum tempo ali, iniciou-se uma grande oposição a ele
ços organizados da igreja — 6:10-20. e, juntamente com Silas, foi açoitado e levado a prisão. Porém,
através das orações eles foram libertados por um terremoto que
Conclusão: 6:21 até o final. também resultou na conversão do carcereiro (Atos — cap. 16).
Ele talvez também os visitou na sua viagem de Éfeso à Macedônia
(Atos 20:1; 2 Coríntios 2:12-13; 7:5-6). Ele passou a páscoa ali
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO (Atos 20:6) e recebeu notícias deles (Fp 4:16). Ele também re-
cebeu assistência deles e escreveu-lhes esta carta (Fp 4:18).
(1) A posição do cristão diante de Deus — caps. 1-2. Estude O Caráter e o Propósito da Carta. É uma carta informal sem
expressões como "selados", "escolhidos" e "vos deu vida". (2) As um plano lógico ou argumentos doutrinários. É uma expressão
bênçãos da igreja — faça uma lista — 1:3-14. (3) Os elementos e as espontânea de amor e gratidão. É um amigo terno e amoroso, um
características da nova vida — 4:25-32. (4) As várias coisas que são irmão apresentando as verdades essenciais do evangelho em ter-
feitas por uma vida cristã inteligente — 5:3-17. (5) A exaltação e o mos de um relacionamento amistoso. Ele encontrava neles razões
ofício de Cristo - 1:2-23; 2:13-22. (6) O propósito eterno de constantes para se regozijar, e agora que Epafrodito havia trazido
Deus 2:3-5; 3:4-7; 3:9-12. (7) Princípios de sociologia cristã vistos a ajuda deles até Paulo e estava para retornar de Roma para Fili-
nas relações familiares tais como marido e esposa, filhos e pais, e pos, surgira uma grande oportunidade para enviar-lhes uma carta
servos e senhores. (8) A relação entre o cristão e Cristo vista nas de agradecimento (Fp 4:18). Ela é notável pela sua ternura, con-
relações acima. selhos, pedidos e exortações, e deveria sempre ser lida como um
tónico espiritual.
FILIPENSES A Data. Foi escrita por Paulo durante a sua permanência na
prisão em Roma, cerca de 62 A.D.
A Cidade. Ela pertenceu à Trácia até 358 a.C., quando foi
dominada por Filipe, rei da Macedônia, pai de Alexandre, o Gran-
de. Foi o lugar onde Marco António e Otávio derrotaram Brutus ANÁLISE
e Cássio (42 a.C.), arruinando a oligarquia romana, e onde Augus-
to (Otávio) foi aclamado imperador. Nada sabemos sobre a destrui- Introdução — 1:1-11.
ção da cidade. Há muitas ruínas lá mas não existem escavações sis:
temáticas que foram levadas a efeito e, atualmente, o lugar é desa- ,l. A Situação Presente e os Sentimentos de Paulo — 1:12-26.
bitado. Ficava na estrada através da qual todo o comércio e comer-
ciantes iam para o ocidente e oriente. Portanto, era um centro II. Algumas Exortações - 1:27-2:18.
194 — Visão Panorâmica da Bíblia
195
196 — Visão Panorâmica da Bíblia Colossenses, Primeiro e Segundo Tessalonicenses - 197
A Condição da Igreja e a Ocasião da Epístola. Falsos mestres, A Epístola. As notícias desses falsos ensinos foram levadas à
ou um falso mestre, haviam chegado entre eles e estavam obstruin- Paulo por Epafras — 1:7-8 e ele escreveu para combatê-los. A carta
do o crescimento da igreja. A principal fonte de todo o falso ensi- é polémica em seu espírito e afirma que nós temos tudo em Cris-
no ali está no velho dogma oriental que diz que toda matéria é má to, que ele é a fonte e o Senhor de toda a criação e que ele somen-
e a sua origem também. Se isso fosse verdade, Deus, que de forma te pode perdoar pecados e nos reconciliar com Deus. Portanto,
alguma é mau, não poderia ter criado a matéria. E uma vez que os entre todas as epístolas de Paulo, esta é a que apresenta de modo
nossos corpos são matéria, eles são maus e Deus não poderia tê-los mais completo a doutrina da pessoa e preeminência de Cristo.
criado. Desse pensamento de que os nossos corpos são maus,
surgem três erros: (1) Somente por várias práticas ascéticas, pelas
quais punimos o corpo, podemos ter esperança de salvá-lo — 2:20- ANALISE
23. (2) Uma vez que o corpo é mau, nenhum dos seus feitos será
levado em consideração. Portanto, havia licença para uma conduta I. Ensinos Doutrinários — cap. 1.
má e paixões mundanas favoreciam o prazer de forma impune — 1. Introdução — versículos 1-14.
3:5—8. (3) Não poderia haver nenhuma encarnação de Deus - a 2. Cristo na relação com a criação — 15-17.
deidade não poderia ter tocado a carne, pois sendo matéria era 3. Cristo na relação com a igreja — 18 até o final do cap.
considerada má.
II. Polémica Contra os Falsos Ensinos — cap. 2.
1. Introdução — versículos 1-7.
Buscando encontrar alívio para essa condição, eles formula-
ram duas outras doutrinas falsas. (1) Uma teoria esotérica e ex- 2. Polémica contra os falsos ensinos em geral — 8-15.
clusiva que era a doutrina de segredos e iniciação (2:2,3,8). Com 3. Polémica contra as afirmações particulares dos falsos mes-
essa doutrina eles declaravam que o remédio para a condição do tres — 16 até o final do cap.
homem era conhecido apenas por alguns e para que alguém pudes-
se conhecer esse mistério deveria ser iniciado na companhia deles. III. Seção de Exortação - 3:1-4:16.
(2) Já que Deus não pode ter sido o criador desses corpos pecami- 1. Uma vida cristã elevada — 3:1-4.
nosos, eles não poderiam, portanto, chegar a Ele para receber as 2. Trocar os velhos vícios pelas virtudes cristãs — 3:5-14.
bênçãos. Assim, eles formularam na sua teoria uma série de seres 3. Tornar Cristo o Senhor sobre toda a vida — 3:15-17.
intermediários, tais como os anjos, que devem ter nos criado e a 4. O cumprimento cristão dos deveres familiares — 3:18-4:1.
quem nós devemos adorar (2:18), especialmente como um meio 5. Uma vida de oração — 4:2-6.
final de atingir a Deus.
IV. Seção Pessoal — 4:7 até o final.
Todas essas teorias limitavam a grandeza e a autoridade de
Jesus Cristo, e diminuíam a suficiência de redenção que há nele PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
(2:9-10). Eles eram chamados de gnósticos e apresentam quatro
aspectos de erros nesse livro. (1) Filosófico — 2:3, 4, 8. (2) Ritual (1) A oração de Paulo por eles — 1:9-14. (2) A proeminência
ou judaico — 2:11, 14, 16-17. (3) Visionário ou adoração a anjos, do Salvador — 1 -.15-20. (3) A falsa e a verdadeira filosofia de reli-
2:18. (4) Práticas ascéticas - 2:20-23. gião - 2:8-15. (4) Os vícios do mundo - 3:5-8. (5) As virtudes
cristãs - 3:9-14. (6) A vida cristã elevada - 3:15-17. (7) Todas
Há três aplicações modernas da heresia colossense: (1) Ceri- as referências aos falsos ensinos observadas nas palavras mistério,
monialismo ou ritualismo, vistos nos católicos, etc. (2) Especula- cabeça, corpo, Senhor, plenitude, etc. Veja 2:3, 8, 11, 16, 18 e
ção, vista na seita Ciência Cristã. (3) Padrões baixos de justiça, vis- muitas outras. (8) A visão que Paulo tinha de Jesus. Estude cada
tos nos modernos movimentos de Santidade e Santificação. referência sobre Jesus.
.
198 - Visão Panorâmica da Bíblia Colossenses, Primeiro e Segundo Tessalonicenses — 199
ANÁLISE
Introdução — 1:1-2.
Saudações — 1:1-2.
Lição 138. Primeiro Timóteo, leitura bíblica e conteúdo do texto.
Lição 139. Segundo Timóteo, leitura bíblica e conteúdo do texto. I. Os Verdadeiros Ensinos do Evangelho — 1:3 até o final do
Lição 140. Tito e Filemom, leitura bíblica e conteúdo dos textos. cap.
1. Ensinos gnósticos e o verdadeiro propósito da lei — 3-11.
2. A salvação de Pau lo- 12-17.
PRIMEIRO TIMÓTEO 3. Mais conselhos contra os falsos mestres — 18 até o final
do cap.
Timóteo. Ele era um nativo da Licaônia. Seu pai era grego,
mas a sua mãe e a sua avó eram judias — 2 Tm 1:5. Ele foi instruí- II. A Adoração Pública — cap. 2.
do nas Escrituras desde a sua infância — 2 Tm 3:15 e, provavel- 1. Oração — 1-7.
mente, se converteu durante a primeira visita de Paulo à Listra — 2. A conduta dos homens e mulheres nas reuniões da igreja —
Atos 14:8-20. Foi ordenado como evangelista — 1 Tm 4:14; 2 Tm 8 até o final do cap.
1:6 — e, depois da segunda visita de Paulo à Listra, ele passou a
maior parte do seu tempo na companhia de Paulo — Atos 16:1. III. Os oficiais da igreja — cap. 3.
Ele prestou serviços valiosos a Paulo e era grandemente estimado 1. O bispo ou pastor — 1 -7.
por ele -Atos 17:14; 18:5; 20:4; Rm 16:21;1 Co 4:17; 16:10. O 2. Diáconos e diaconisas — 8-13.
seu nome está associado ao de Paulo na escrita de várias cartas — 3. Uma palavra pessoal — 14 até o final do cap.
2 Co 1:1; Fp 1:1; Cl 1:1. Ele foi pastor em Éfeso e enquanto estava
lá recebeu essas cartas — 1 Tm 1:3-4. Paulo desejava tê-lo consigo IV. Os Deveres Pastorais - 4:1 -6:2.
quando a morte chegasse — 2 Tm 4:9, 13, 21. 1. Acerca da verdadeira doutrina — cap. 4.
2. Diante das várias classes de pessoas na igreja — 5:1-20.
A Primeira Epístola à Timóteo. Ela foi escrita enquanto Ti- 3. Acerca de si próprio — 5:21 até o final do cap.
móteo era pastor em Éfeso, provavelmente entre 64 e 66 A.D. O 4. O ensino para escravos e seus senhores — 6:1-2.
propósito dela era instruir a Timóteo sobre os deveres pastorais.
Portanto, reflete as condições da igreja e especialmente os erros V. Advertência Final e Exortações — 6:3 até o final.
que deveriam ser corrigidos ou contra os quais ele desejava advertir 1. Contra os falsos mestres — 3-10.
o seu "verdadeiro filho na fé". Ela apresenta conselhos contra 2. Para sermos verdadeiramente piedosos — 11-16.
3. O ensino aos ricos — 17-19.
202 4. Fidelidade ao mandado — 20 até o final.
Primeiro e Segundo Timóteo, Tito e Filemom — 205
204 - Visão Panorâmica da Bíblia
I. As Qualificações e os Deveres dos Bispos ou Pastores — 1:5 sobre o poder do evangelho para vencer e transformar um pobre
até o final docap. escravo e para suavizar as ásperas relações entre as diferentes clas-
1. As qualificações e os deveres — 5-9. ses da sociedade antiga. Os seus ensinos apontam para a necessida-
2. As razões para a existência desses oficiais — 10 até o final de da extinção definitiva de toda a escravidão de seres humanos.
do cap.
A Data. Escrita de Roma, aproximadamente em 63 A.D.
II. Instruções Sobre a Piedade Prática - 2:1 -3:11.
1. A conduta devida das diferentes classes de pessoas e a sua
base — cap. 2. ANALISE
2. A conduta devida nas diferentes relações da vida — 3:1-11.
I. Introdução — 1-7.
Conclusão-3:12-15.
II. O Propósito da Carta — Um apelo em favor de Onésimo —
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO 8-21.
Faça uma lista sobre as características dos dois primeiros III. Assuntos finais — 22 até o final.
tópicos. Para os outros quatro, considere o que é dito sobre cada
palavra em cada lugar onde ela é mencionada. (1) As qualificações
dos presbíteros — 1:5-10. (2) Os elevados padrões morais para
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
todos os cristãos — 2:1-15. (3) Salvador e salvação, usadas sete
vezes (1:3; 2:10; 11, 13; 3:4, 5, 6). (4) Boas obras, a palavra chave
da epístola, usada sete vezes (1:16; 2:7, 14; 3:1, 8, 14). (5) Sã (1) Como o cristianismo lida com os escravos. (2) A eficácia
doutrina ocorre sete vezes nesta forma ou como sadio na fé, inte- da religião cristã em uma vida. (a) Até mesmo um escravo fugitivo
gridade na doutrina, linguagem sadia ou doutrina de Deus (1:9, confessou a sua culpa como, sem dúvida, foi o caso de Onésimo
13; 2:1, 7, 8, 10). (6) Sobriedade ocorre seis vezes, pelo menos com Paulo, (b) Despertará o desejo de corrigir quaisquer erros que
com este sentido (1:8; 2:2, 4, 6, 12). Estas três últimas constituem a pessoa tiver cometido, e fará, como foi Onésimo, que a pessoa vá
o ideal de Paulo sobre a piedade real. até a pessoa que sofreu o erro e o confesse, (c) Ele geralmente le-
vanta alguém de um estado de inutilidade para o de grande utilida-
de (v. 11). (d) Ele fará com que alguém se torne útil não somente
FILEMOM em assuntos temporais, mas também nas coisas espirituais (v. 13).
Filemom viveu em Colossos e era provavelmente um conver- (3) Acerca de um real cooperador cristão, podemos aprender que,
tido de Paulo e um membro da igreja colossense. Onésimo era como Paulo: (a) Ele não tentará esconder ou cobrir as faltas do
um escravo de Filemom que havia roubado o seu senhor (18) e passado de um homem, (b) Ele tentará simpatizar-se com um
havia fugido para Roma, onde se converteu através da pregação pobre companheiro que tem um passado manchado atrás de si.
de Paulo (10). É a única carta individual ou particular escrita por (c) Ele facilitará as coisas o máximo que puder para que o conver
Paulo, e foi escrita para noticiar a Filemom a conversão de Onési- tido possa corrigir o passado, (d) Ele alegremente usará o mais
mo e fazer um pedido em favor dele. Através da bondade mostra- humilde cristão (v. 13). (e) Ele será cortês e reconhecerá os direi
da a Onésimo, é-nos revelada a grande bondade do coração do tos dos outros, como no caso de Filemom. (f) Ele não forçará
apóstolo. Ele não escreve à Filemom com a autoridade de um um homem a cumprir o seu dever, mas usará de amor c IHT.IKI
apóstolo, mas sim de amigo para amigo, mostrando, assim, a sua lio para levá-lo a agir assim. (4) Faça uma lista de todas ai (iRMOfl
grande cortesia. A carta é de valor inestimável pelo que mostra que são citadas e aprenda alguma coisa sobre cadii um.i dol-n
Hebreus e Tiago — 209
O Autor. O autor não indica o seu nome em nenhum lugar O Propósito e o Conteúdo. O propósito foi evitar a apostasia
e há diferenças de opinião acerca de quem escreveu o livro. Pes- do cristianismo em direção ao judaísmo e incidentalmente confor-
soalmente, eu me inclino ao ponto de vista daqueles que conside- ta los no seu sofrimento pela perseguição. Para atingir este propó-
ram Paulo como o autor. Este é o ponto de vista que tem sido co- sito, o autor mostra através de uma série de comparações, que a
mum por vários anos. Os pontos principais contra a sua autoria religião cristã é superior àquela que a precedeu. "Melhor" é a pala-
são que a linguagem e o estilo não são próprios de Paulo e que não vra-chave, a qual junto com outros termos de comparação, tais
é tanto uma epístola como o são os livros que levam o seu nome. i omo "mais excelente", é constantemente usada para mostrar a
Parece claro, entretanto, que os pensamentos e a linha de raciocí- luperioridade do cristianismo. Uma ênfase especial é posta em
nio são paulinos e que as diferenças podem ser explicadas pela di- Cristo como o nosso Sumo Sacerdote diante de Deus. Em tudo
versidade de propósito e o espírito ao escrever. Quanto aos argu- Isso há muitos conselhos solenes e exortações sinceras. Parece-se
mentos pró e contra a sua autoria, o estudante deve consultar os muito com um sermão, onde o autor sempre faz uma exortação
comentários maiores e introduções à literatura do Novo Testa- no meio dele, e então retorna ao tema.
mento. N.E. Recomendamos o Novo Comentário da Bíblia e He-
breus de Donald Guthrie (Série Cultura Bíblica), ambos publicados
por Ed. Vida Nova. A Data. Foi escrita de Jerusalém, Alexandria ou Roma, al-
gum tempo antes de 70 A.D., uma vez que o templo ainda existia
Aqueles a Quem Ela Foi Escrita. Foi, sem dúvida, endereçada -9:6-8; 10:1.
a cristãos hebreus, mas se foi escrita para uma igreja específica ou
ANÁLISE sacerdotes arônicos — 4:14, 15; 5:1-7, 9; 7:28. (5) As duas alian-
ças — 8:6-12. (6) Características das velhas ordenanças — 9:1-10:4,
l. O Cristianismo é Superior ao Judaísmo Porque Cristo, Atra- (7) Nossa segurança e esperança — 6:13-20. (8). O perigo de rejei-
vés de Quem Ele Foi Introduzido, é Superior aos Mensagei- tar Cristo - 10:26-31. (9) O benefício da aflição - 12:4-11. (10)
ros do Judaísmo — caps. 1 -6. As comparações de 12:18-29. (11) A advertência de 13:9-15.
1. Ele é superior aos profetas — 1:1-3. (12) As exortações do livro tais como 2:1-4. (13) Faça uma lista
2. Ele é superior aos anjos — 1:4 até o final do cap. 2. de todos os termos de comparação, tais como melhor e mais
3. Ele é superior a Moisés, incluindo Josué — caps. 3-6. excelente. (14) Faça uma lista de todas as referências à Cristo
Há três pontos iguais em cada uma dessas comparações: como Sumo Sacerdote. (15) Todas as referências ao Espírito Santo
1. Ele é o Filho de Deus. — quais são as suas obras e onde são ensinadas no livro?
2. Ele é o Salvador do homem.
3. Ele é o Sumo Sacerdote do homem.
Os profetas, os anjos, ou mesmo Moisés, não se igualam a Jesus TIAGO
nestes pontos. Há duas exortações notáveis — (a) 2:1-4. (b) 5:11
até o final do cap. 6. O Autor. São mencionadas três pessoas chamadas Tiago no
Novo Testamento. Uma delas é Tiago, o irmão do Senhor (Mt
II. O Cristianismo é Superior ao Judaísmo Porque o Seu Sacer- 13:55), que não creu em Jesus até depois da ressurreição — Jo
dócio é Superior ao do Judaísmo — 7:1-10:18. 7:2-9; Mc 3:21, 31; At 1:13-14. Esse Tiago ocupou um impor-
1. Cristo, o seu sacerdote, é superior aos sacerdotes do judaís- tante lugar como pastor em Jerusalém, e fez um importante
mo-7:1-8:6. discurso no concílio dos apóstolos — Atos 15:13-21. Ele também é
2. A sua aliança é superior à do judaísmo — 8:7 até o final do mencionado em At 12:17; Gl 1:19; 2:9-12. Josefo nos relata que
cap. ele foi apedrejado até à morte em 62 A.D. por causa de uma acusa-
3. O seu tabernáculo é superior ao do judaísmo — 10:1-18. ção de ter se afastado da lei judaica. Esse Tiago, o irmão do Se-
nhor, parece ter sido o autor dessa epístola.
III. O Cristianismo é Superior ao Judaísmo Porque as Bênçãos
que Ele Confere São Superiores às do Judaísmo — 10:19 até Os Destinatários. A carta foi escrita aos judeus dispersos —
o final do cap. 12. 1:1, e evidentemente, judeus cristãos — 2:1. Alguns deles eram ri-
cos, outros, pobres — 2:1-10. Eles eram luxuriosos, gananciosos e
1. A liberdade para aproximar-se de Deus — 10:19 até o final
do cap. orgulhosos — 4:1-12, e estavam se omitindo de fazer a obra do
2. A base superior de fé - 11:1 -12:17. Senhor como deveriam — 1:22-27.
3. A nossa chegada ao Monte Sião em lugar do Monte Sinai — A Epístola. A principal característica de estilo é a sua nature-
12:18 até o final do cap. za abrupta. As mudanças são feitas de um assunto para o outro
som qualquer tentativa para ligá-los. Portanto, não há um assunto
IV. Conclusões Práticas — cap. 13. geral e faltam as ligações entre os pontos de análise. "A fé sem
obras é morta", aparece em cada seção como um tipo de elo de
união. Ela é eloquente, enérgica e sincera, tendo um tom distinta-
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO mente judaico. Falta-lhe a ênfase doutrinária encontrada em Pau-
lo e declara a fé cristã em termos de excelência rnoral, instruindo
(1) Descrição de Cristo — 1:1-3. (2) A superioridade de Cris- os leitores em assuntos da moral cristã. Ela é notável pelas suas
to em relação aos anjos — 1:3-14. (3) A humilhação de Cristo em omissões. Não tem a palavra evangelho, não faz referência à obra
favor da nossa salvação — 2:9-18. (4) Como Cristo é superior aos de redenção, a encarnação, a ressurreição ou ascensão, e menciona
212 — Visão Panorâmica da Bíblia
ANÁLISE
Saudação — 1:1.
(1) Das seguintes passagens, faça uma lista das coisas que
Tiago nos aconselha a não fazer: 1:6, 13, 16, 22; 2:1, 14; 3:1, 10;
4:1, 11, 13; 5:9, 12. (2) Das seguintes passagens, faça uma lista
BIBLIOTECA PARTICULAR
Edgar T»v»r*í
Primeiro e Segundo Pedro — 215
Introdução- 1:1-2.
Lição 144. Primeiro Pedro, leitura bíblica e todas as discussões e
estudos sobre o texto. l. Gratidão Pelas Bênçãos Graciosas — 1:3-12.
Lição 145. Segundo Pedro, leitura bíblica e o texto. 1. Por uma esperança viva e uma herança permanente — 3-5.
2. Por uma fé alegre durante as provações — 6-9.
3. Pela salvação - 10-12.
PRIMEIRO PEDRO
II. Deveres Decorrentes das Bênçãos Graciosas — 1:13-4:19.
O Autor. O autor foi o apóstolo Pedro, cujo nome antes de 1. Uma justa relação do coração diante de Deus e dos ho-
se tornar um discípulo era Simão. Ele nasceu em Betsaida e viveu mens - 1:13-2:10.
em Cafarnaum, onde ocupou a posição de pescador. Ele foi leva- 2. Uma conduta justa nas relações da vida — 2:11-3:12.
do a Jesus por André, seu irmão, e tornou-se um dos líderes dos 3. Uma atitude correta diante do sofrimento — 3:13-4:19.
apóstolos, tanto antes como depois da morte de Cristo. A sua car-
reira poderia ser estudada da forma como é vista em Atos. Ele era III. Exortações à Grupos Específicos — 5:1-9.
impetuoso, corajoso e energético, e depois da ascensão de Cristo
realizou muitos milagres. Conclusão — 5:10 até o final.
3:8-9; 4:8-11; 5:1-5. (6) A obra das diferentes pessoas da Trinda- PARA ESTUDO E DISCUSSÃO
de. (7) As palavras precioso, alegria, regozijar, misericórdia, amor
e f é. (1) O que envolve a nossa salvação - 1:5-11. (2) As carac-
terísticas dos falsos mestres - 2:1-3, 10, 12-14. (3) A punição des-
ses falsos mestres - 2:4-6, 15, 16, 21, 22. (4) As exortações do
SEGUNDO PEDRO
livro à sobriedade, etc. - 1:3. (5) As predições do livro.
A Ocasião da Epístola. A causa da epístola encontra-se no da-
no causado a igreja pelos falsos mestres, que eram de duas clas-
ses, os liberais e os zombadores, contra os quais ele os adverte.
Algumas Lições. (1) Ser santos, não para assegurar uma he-
rança, mas porque já a temos. (2) Amar os irmãos, não para puri-
ficar a alma, mas porque ela já está pura. (3) Nós sacrificamos, não
como uma penitência, mas como uma expressão de louvor.
Conclusão-3:14-18.
Primeiro, Segundo e Terceiro João e Judas — 219
IV. Deus é Fiel e a nossa comunhão com Ele depende de exerci- VI. Conclusão - 12-13.
tarmos a nossa fé nEle — 5:4-12.
(1) O caráter de Gaio e Diótrefes. (2) A hospitalidade cristã. (1) Faça uma lista de todas as palavras e frases que ocorrem
(3) A palavra verdade. em trios, como misericórdia — amor — paz ou Caim-Balaão — Core.
(2) Faça uma lista de todas as diferentes coisas ensinadas a respeito
dos maus obreiros mencionados em 8-10, 12, 13, 16, 19. (3) O
JUDAS que os apóstolos predisseram acerca deles.
ANÁLISE
Introdução — 1-4.
Conclusão - 24-25.
Apocalipse — 225
3. O filho varão - cap. 12. lhanças nos sete selos, sete trombetas e sete flagelos: (a) o céu é
4. A besta que veio do mar — 13:1-19. aberto e uma visão preliminar antes de cada série: (b) os primeiros
5. A besta que veio da terra — 13:11-18. quatro em cada uma referem-se especificamente ao mundo natural
6. O Cordeiro no Monte Sião - 14:1-13 - Os três anjos. presente, ao passo que os outros três em cada série referem-se mais
7. O Filho do homem nas nuvens — 14:14-20 — Os três anjos. particularmente ao futuro ou ao mundo espiritual; (c) em cada
série existe um episódio depois do sexto elemento que é ou um
V. Os Sete Flagelos - caps. 15-16. aperfeiçoamento dele ou uma preparação para o sétimo. (14) Com-
1. A visão preliminar — cap. 15 — um cântico de vitória. pare as três séries novamente e observe: (a) eles retratam os mes-
2. Seis flagelos derramados um após o outro — 16:1-12. mos eventos em linguagem semelhante; (b) a vitória dos justos e
3. Os espíritos imundos reuniram os reis da terra para a bata- a destruição dos ímpios são demonstradas em cada um; (c) a vitó-
lha do Armagedom — 16:13-16. ria dos redimidos predomina na primeira (selos) enquanto que a
4. O sétimo flagelo é derramado — 16:17 até o final do cap. destruição dos ímpios predomina na última (flagelos). (15) Nas
séries note o progresso da severidade de punição: (a) um quarto
VI. Os Conflitos e Vitórias Finais - 17:1-22:5. da terra afligido na primeira (selos); (b) um terço afligido na se-
1. O primeiro conflito e a vitória — 17:1-19:10. gunda (trombetas); (c) tudo destruído na terceira (flagelos). (16)
2. O segundo conflito e a vitória - 19:11-20:6. Das seguintes passagens faça uma lista mostrando quão proxima-
3. O terceiro conflito e a vitória - 20:7-22:5. mente a mesma coisa é atingida em cada uma das sete trombetas
e flagelos: (a) 8:7 e 16:2; (b) 8:8 e 16:3; (c) 8:10-11 e 16:4-7;
VII. Epílogo - 22:6 até o final. (d) 8:12 e 16:8-9; (e) 9:9-11 e 16:10-11; (f) 9:13-21 e 16:12-16;
1. O testemunho tríplice acerca da verdade sobre a visão — O (g) 11:15-18 e 16:17-21. (17) Os contrastes são figuras das trom-
anjo, Jesus e João — 6-8. betas e flagelos. Isto pode ser visto a partir das seguintes compara-
2. Instruções dos anjos acerca da profecia — 9-10. ções:
3. A lição moral do livro — 11-17.
TROMBETAS FLAGELOS
4. A atestação de João e saudação — 18-21.
1. Saraiva, fogo, sangue sobre 1. O flagelo derramado sobre a
a terra, um terço das a'rvores terra e a aflição dos seguidores
PARA ESTUDO E DISCUSSÃO queimadas. da besta.
2. Um terço do mar é feito 2. Todo o mar torna-se sangue e
(1) A visão de Jesus — 1:9 até o final do cap. (2) As cartas às sangue, um terço das suas cria- todas as almas são destruídas.
sete igrejas, (a) Quais igrejas recebem apenas louvor? (b) Quais turas e suas embarcações é des-
igrejas são acusadas? (c) Quais igrejas recebem louvor e acusação? truído.
(d) O que é elogiado e o que é condenado em cada uma delas? (3) 3. Um terço dos rios torna-se 3. Todos os rios tornam-se em
Os vinte e quatro anciãos, as quatro criaturas viventes, o livro sela- amargo; muitos homens destruí- sangue e a vingança sobre todos
do e o Cordeiro — caps. 4-5. (4) A seladura dos servos de Deus — dos. os homens.
cap. 7. (5) O livrinho — cap. 10. (6) A vara de medir e as duas tes- 4. Um terço do sol, etc., é 4. O sol é ferido e os homens
temunhas — 11:1-14. (7) Cada uma das sete figuras místicas — ferido, e um terço do dia é escu- são queimados, sofrem, blasfe-
caps. 12-14. Descreva cada uma. (8) O mistério da Babilónia — recido. mam e não se arrependem.
cap. 17. (9) Cântico de vitória sobre a Babilónia - 19:1-10. (10) 5. As estrelas do céu caem, 5. O trono e o reino da besta
O julgamento de Satanás — 20:1-10. (11) A descrição da ressurrei- gafanhotos são enviados e os são feridos, os homens sofrem e
ção geral e do julgamento - 20:11-15; 22:10-15. (12) A descrição homens buscam a morte. blasfemam, mas não se arrepen-
dos céus — caps. 21-22. (13) Indique os seguintes pontos de seme- dem.
225 — Visão Panorâmica da Bíblia
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BIBLIOTECA MRTÍCUUR
Edgêr