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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

FELIPE GABRIEL LOPES MENDES

A disposição de resíduos sólidos urbanos de Ponta Grossa e os problemas técnicos


do aterro municipal Botuquara e do aterro particular CTR Furnas: fragilidades
ambientais, os recursos hídricos e as unidades de conservação da natureza

PONTA GROSSA

2019
Em nossa sociedade, a produção e consumo em grande escala leva também a
uma grande quantidade de material rejeitado, o qual, havendo serviços responsáveis
pelo saneamento básico, são levados a locais onde serão depositados, geralmente longe
das áreas de grande densidade populacional. Para resíduos sólidos, alguns exemplos de
destinação são os aterros comuns (lixões), aterros controlados e aterros sanitários, além
de outras técnicas como a reciclagem, a incineração e a compostagem. A diferença entre
os tipos de aterro se dá principalmente exposição deste ao solo e a atmosfera, sendo o
primeiro exposto a ambos, o segundo exposto ao solo, mas não a atmosfera e o último
protegendo o solo e a atmosfera do contato com os resíduos.

A destinação incorreta desses resíduos podem gerar grandes impactos


ambientais, afetando a natureza e seus recursos, influenciando a saúde e o bem-estar dos
seres que vivem nela, incluindo o ser humano e sua sociedade. Alguns dos métodos
citados acima são considerados incorretos por sua própria natureza, como é o caso dos
lixões e dos aterros controlados, que colocam em risco o meio ambiente (através da
contaminação do solo e da liberação de gases decorrentes da decomposição) e a saúde
pública (no caso dos lixões que ficam a céu aberto, impactando de forma direta a vida
de indivíduos em situação de vulnerabilidade social). Outros métodos, por outro lado,
são considerados mais sustentáveis como é o caso da reciclagem, reaproveitamento e
compostagem de resíduos que visam uma concepção mais consciente de consumo. Há
ainda métodos que podem trazer menos impacto mas que, devido ao mau planejamento
e a má execução, podem apresentar um grande risco a natureza, como acontece com o
aterro sanitário.

O histórico de capitação e deposição de resíduos sólidos da cidade de Ponta


Grossa inicia em 1969, na forma de lixão a céu aberto. Nesta situação, além dos riscos
diretos à saúde da população, havia forte risco de contaminação de rios e arroios além
da presença de resíduos industriais e hospitalares, devido a falta de controle dos
resíduos depositados no local, aumentando os níveis de contaminação.

Em 2001, este aterro comum sofreu as primeiras modificações como a cobertura


feita com solo, implantação de uma rede de drenagem de chorume e a construção de
poços de monitoramento - conferindo-lhe o título de aterro controlado. Apesar dos
melhoramentos, como dito acima, essa modalidade de aterro ainda oferece riscos de
contaminação devido ao contato direto do material em composição com o solo.

Posteriormente, houve a construção de células sanitárias, apresentando manta


impermeabilizante e condições ideais de um aterro sanitário, além da implementação de
sistema de tratamento que consiste de três lagoas de estabilização em série, onde o
chorume é submetido à degradação microbiológica, posteriormente, lançado ao solo até
atingir um arroio afluente do Rio Cará-cará.

Apesar de toda a adaptação feita no local, a principal crítica em relação aos


impactos ambientais ocasionados por ele é a sua localização, na área de recarga do
Aquífero Furna, que abastece a maioria dos poços tubulares profundos de Ponta Grossa
e região. A área de recarga de um aquífero constitui uma região mais permeável da
rocha de armazenamento deste, na qual ocorre a captação da água a ser armazenada.
Devido à vulnerabilidade do solo nessa região, a contaminação da água presente na
reserva subterrânea do aquífero é eminente.

Além disso, um estudo feito em 2016 crítica a eficácia do sistema de


estabilização dos resíduos lançados no arroio do Rio Cará-cará, apontando que esse
lançamento não atende as exigências da Resolução CONAMA 357/05 e a Resolução
CONAMA 430/11 as quais afirmam que o lançamento de chorume ao recurso hídrico
deve atender obrigatoriamente aos padrões do seu corpo receptor. Nesse estudo, a autora
sobre o comprometimento na qualidade da água do rio, que pode ser utilizado por
populações ribeirinhas sem que estes estejam cientes da contaminação ocorrida.

Em 2015, a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa firmou um Termo de


Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a encerrar as atividades o Aterro do
Botuquara, em conformidade com Política Nacional de Resíduos Sólidos (LEI Nº
12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010), do qual recorreu duas vezes nos últimos anos
devido a dificuldades em se conformar com a lei. Dentre uma das tentativas que se
mostrou inviável está a construção da Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Furnas
da Ponta Grossa Ambiental (PGA), que seria construído, da mesma forma, na região
onde se localiza o Aquífero Furnas.

Atualmente, a prefeitura de Ponta Grossa espera a decisão do Ministério Público


acerca do pedido de prorrogação do prazo (31 de dezembro de 2018) por 180, enquanto
ainda utilizando o aterro controlado Botuquara como principal destino dos 240 kg de
lixo produzidos pelo município. Segundo a comparação feita pelo jornal Diário dos
Campos a partir dos dados levantados pelo IAP em 2017, dos 18 municípios que
compõem o Escritório Regional do IAP de Ponta Grossa, 13 deles trabalhavam com
aterros sanitários enquanto as cidades de Ponta Grossa, Ortigueira, Ipiranga e Ventania
possuíam aterros controlados e Sengés trabalhava com lixão na época. Atualmente,
Ventania, Ortigueira, Irati e Ponta Grosa continuam em situação irregular, utilizando o
aterro controlado, enquanto Sengés e Ipiranga passaram a destinar seus resíduos a um
aterro sanitário em Piraí do Sul.

Além de todo o impacto ambiental causado pela deposição dos resíduos sólidos
de maneira irregular, é importante ressaltar a necessidade de uma conscientização de
técnicas alternativas, e mais sustentáveis, de destinação de materiais rejeitados. A
necessidade de uma coleta seletiva para materiais reciclados em conjunto com projetos
de educação ambiental que ensinem e incentivem a reciclagem e a reutilização, bem
como a redução daquilo que se consome é parte importante no que diz respeito a
cuidado com meio ambiente e com aquilo se “joga fora”. Da mesma forma, a percepção
do potencial econômico dos dejetos, seja na agricultura, em artesanatos, arquitetura ou
mesmo produção de energia, deve acontecer tanto por parte da população quanto das
empresas (grandes ou pequenas) e do governo, para que se repense de forma consciente
uma maneira efetiva de se lidar com um assunto tão sério.

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