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O presente trabalho tem como objetivo abordar alguns aspectos a respeito dos territórios de
desenvolvimento “Planície Litorânea” e “Carnaubais” localizados no estado do Piauí, como por
exemplo seu histórico de criação, aspectos físicos e demográficos, unidades de conservação ambiental
e fatores relacionados a atividades econômicas, comércio e serviços. A metodologia utilizada foi
pesquisa bibliográfica, feita através da consulta em diversos órgãos: CODEVASF, PLANAP, IBGE,
MAPA, MCT, MI, MMA, PNUD, entre outros, cujo sites estão contido na referência. Com os sites
que foram utilizados como fonte de pesquisa pôde-se acumular uma imensa quantidade de
informações que estão sintetizadas a seguir.
DESENVOLVIMENTO
ESTADO DO PIAUÍ
O estado do Piauí está localizado na Região Nordeste do Brasil e possui uma extensão
territorial de 251.576,644 km², divididos em 224 municípios. É o terceiro maior estado do Nordeste
com sua área correspondendo a 2,9% do território brasileiro. De acordo com o censo populacional de
2010, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Piauí possui 3.118.360
habitantes, uma densidade demográfica de aproximadamente 12,4 hab/km² e um crescimento
demográfico de 0,9% ao ano.
Seu relevo é caracterizado por terrenos baixos e arenosos no litoral, planaltos na maior parte
e depressão a sudeste. A cobertura vegetal é composta por mangue no litoral, mata de cocais a oeste
e caatinga na maior parte. O clima é tropical e semiárido no interior, em virtude dessa problemática,
o estado enfrenta longos períodos de seca. Os principais rios são: Canindé, Gurgueia, Longa,
Parnaíba, Piauí, Poti.
A economia do Piauí é pautada na agropecuária extensiva; produção de produtos agrícolas,
como cana de açúcar, mandioca, feijão, arroz, algodão, milho e soja; produção da castanha de caju;
extrativismo vegetal (carnaúba, o babaçu, o buriti e o coco), além do turismo, que é um fator de
grande importância, da riqueza ambiental e da exuberante paisagem, composta por sítios
arqueológicos, como por exemplo os parques nacionais da Serra da Capivara e das Sete Cidades.
Apesar das riquezas, o Piauí apresenta muitos problemas graves, como por exemplo: o
segundo mais alto índice de analfabetismo do país; aproximadamente 30% das residências não
possuem água encanada, 50% não dispõem de rede de esgoto e 40% não contam com coleta de lixo;
o índice de mortalidade infantil é de 26,2 para cada mil nascidos vivos.
Em síntese a caracterização do território se dá da seguinte forma:
A) POSIÇÃO GEOGRÁFICA, PONTOS EXTREMOS E COORDENADAS
Posição Pontos Extremos Coordenadas
Geográfica Latitude - Longitude
Obras de infraestrutura
Tendências das atividades produtivas
O diagnóstico da dimensão econômica permitiu identificar a situação das atividades
produtivas no Território. A Figura 1 possibilita verificar que a agricultura familiar está estagnada,
mas é uma atividade potencial, considerando-se que é responsável pela produção de bens de consumo
básico, tais como feijão e mandioca. A estagnação é mantida pelo contraponto entre as políticas de
crédito, que por não serem vinculadas a estratégias de produção mantêm o agricultor familiar à
margem do processo produtivo, ao mesmo tempo em que inexiste análise de resultados de
investimento e poupança para o agricultor familiar.
A leitura do diagnóstico permite, também, aferir que os programas de incentivo à agricultura
familiar têm instrumentos para desenvolver habilidades de gestão capazes de conduzir o agricultor
familiar a investimentos que gerem poupança. O arroz de sequeiro vem sendo substituído pelo arroz
irrigado, principalmente no Aglomerado 2, e o cultivo da mandioca apresenta-se como importante
alternativa para agregar valor à produção, com diversificação do produto (farinhas, raspa, pré-cozido
e alimentação animal). A pesca artesanal demanda organização e manejo para apresentar-se como
expressiva atividade econômica. Está presente no Território com importante papel na geração de
emprego e renda.
As informações mapeadas possibilitaram indicar a tendência das atividades produtivas do
Território, caracterizando-o como produtor de matéria-prima, criando, assim, um ambiente potencial
para o surgimento de atividades.
LORENS, Francisco Albuquerque. Desenvolvimento econômico local: caminhos e desafios para a construção
de uma nova agenda política – BNDES, 2001. Original: Desarrollo econômico local en Europa y América Latina.
transformação que também demandam melhoria da infraestrutura básica existente.
A visualização dessa tendência está na Figura 2 a seguir.
Essas tendências caracterizam o Território e são as linhas mestras de um processo de
desenvolvimento econômico e de mudanças estruturais que conduzirão a uma melhoria de vida da
população, impulsionando o desenvolvimento endógeno. Não há dúvida de que é necessário melhorar
os níveis de eficiência produtiva e racionalidade do conjunto de atividades econômicas, setores e
empresas, a fim de ajustar a estrutura produtiva às novas exigências da atual revolução tecnológica e
organizacional. Mas isso requer uma estratégia de desenvolvimento que seja capaz de dinamizar e
utilizar produtivamente a potencialidade dos recursos naturais, humanos, tecnológicos, ambientais e
territoriais existentes.
Áreas de relevante interesse coletivo apresentadas por dimensão
Nas oficinas realizadas nos Aglomerados 1 e 2, os atores sociais, de acordo com as
potencialidades e as limitações das dimensões econômica (produtiva e infraestrutura), ambiental e
sociocultural, que compõem o diagnóstico, identificaram áreas de relevante interesse coletivo,
conforme mostram as Figuras 3 e 4. As ações, por Aglomerado, formaram um agregado de interesses,
e se implementadas de forma integrada e complementar, conduzirão ao desenvolvimento sustentável
tratado, ao longo do trabalho, como [...] o processo de mudança social e elevação da qualidade das
oportunidades da sociedade, compatibilizando, no tempo e no espaço, o crescimento e a eficiência
econômicos, a conservação ambiental, a qualidade de vida e a equidade social, partindo de um claro
compromisso com o futuro e da solidariedade entre gerações6 (Buarque, 1994).
Pesca artesanal – sustentabilidade possível
“O desenvolvimento da pesca artesanal está fundamentado na sustentabilidade econômica e
social dessa atividade, bem como na sustentabilidade biológica dos estoques pesqueiros.
Nesse sentido, o fomento dessa atividade requer o ordenamento das principais pescarias
brasileiras, dentre elas aquelas consideradas em regime de sobreexplotação, tais como a pesca
da sardinha no Sudeste/Sul, da lagosta e do pargo no litoral norte/nordeste, e da piramutaba
na foz do Amazonas, dentre outras”
(SEAP/PR).
Visando, portanto, ao ordenamento dessas pescarias, o MMA e o IBAMA tomaram iniciativas
que envolveram a definição de períodos de defeso (sardinha e piramutaba), controle e monitoramento
de frota (lagosta, pargo e piramutaba) e tipos de petrechos permitidos (lagosta e pargo). A pesca
artesanal, marítima e fluvial, na Planície Litorânea da Bacia do Parnaíba desempenha importante
função social – 10 mil pescadores e familiares dependem dessa atividade. Para satisfazer à demanda,
a própria demanda explicita que, de alguma maneira, exista uma ordenação da pesca de forma
ecologicamente correta e socialmente justa, com melhoria da qualidade de vida dos pescadores e de
suas famílias.
A existência de Unidades de Conservação – APAs e RESEX – possibilita que sejam
elaborados mapas sobre a própria pesca e os processos ecológicos pertinentes a ela. Assim, é possível
recuperar, mesmo de forma intuitiva, e conservar algumas das múltiplas dimensões dos complexos
ecossistemas com que interage a pesca. Para que a atividade possa sair de simples “pescadora” para
o beneficiamento de produtos com selo ecológico e conquista de nichos especiais de mercado, será
necessária uma ampla ação envolvendo investimentos na recuperação e na modernização da frota, na
segurança, na alfabetização dos pescadores e na participação cidadã para a constituição de uma nova
institucionalidade que possibilite a concertação das ações e a constituição de parcerias. A pesca
artesanal e de pequena escala tem a função primordial de contribuir para a segurança alimentar e o
cumprimento dos objetivos do milênio.
Ao analisar a composição das áreas de relevante interesse coletivo, é possível identificar um
agregado de interesses cujo encadeamento forma uma escala que conduz ao desenvolvimento
sustentável, como é possível ver na Figura 5. Logo a seguir estão sintetizadas as preocupações e as
ideias apresentadas. Durante as oficinas de trabalho, os atores sociais entenderam que num processo
de desenvolvimento a preocupação primeira é com a educação formal, e propuseram uma quebra de
paradigmas sugerindo um planejamento e uma gestão participativa voltados para a contextualização
do ensino com os sistemas organizacionais do Território.
A segunda está voltada para a expansão qualificada da saúde preventiva, para a modernização
de equipamentos e para a gestão dos hospitais estaduais. O saneamento básico é a terceira
preocupação, o que envolve os serviços de abastecimento de água com qualidade para o consumo
humano, o esgotamento sanitário e a coleta e destino final dos resíduos sólidos (domiciliar e
hospitalar). A quarta é com a qualidade do fornecimento de energia elétrica e com a abrangência da
rede. A quinta preocupação é com as rodovias de acesso que também está direcionada para a
infraestrutura, tudo em constante convergência e interdependência.
Regiões compostas de ecossistemas frágeis como a Planície Litorânea precisam contar com
cuidados redobrados no que tange às ações que visam promover o desenvolvimento. Tanto as
iniciativas visando à produção como as de instalação de infraestrutura devem estar sintonizadas com
os ditames do desenvolvimento sustentável. Considerando a limitação imposta, é indispensável que
as ações de meio ambiente e instalação de infraestrutura sejam priorizadas por conta do caráter de
pré-requisito que lhes é atribuído.
Propostas de projetos prioritários para geração de renda e inclusão social A agricultura
familiar – mandiocultura e arroz irrigado – e a ovinocaprinocultura são, para o Território, as
atividades produtivas prioritárias.
O Estado do Piauí está, hoje, entre os maiores produtores de mel no Brasil. No Território da
Planície Litorânea, é importante a realização de pesquisas para identificar o potencial da florada
melífera a fim de que os apicultores possam avaliar a viabilidade econômica dessa atividade.
Algumas experiências mostram que a agricultura familiar necessita de novo enfoque para que
o agricultor possa, como profissional, gerar riqueza com negócios produtivos. Para criar
competitividade no agregado de produção, há que reconsiderar os conceitos, as formas, os métodos e
os meios operativos com os quais se trata a atividade do agricultor: o produtor tem que entrar nas
estruturas de geração e retenção de riqueza para vencer as estruturas de pobreza. A estrutura de
pobreza se caracteriza pela incapacidade crônica de expandir o potencial produtivo e a criatividade
do grupo familiar agrícola para atividades complementares dentro ou fora da propriedade. A
agregação de valor se faz simultaneamente na força de trabalho e no produto agrícola (Eugênio
Giovenardi em Os pobres do campo).
TERRITÓRIO DE DESENVOLVIMENTO “CARNAUBAIS”
Histórico da criação do território de desenvolvimento “Carnaubais”
O Território dos Carnaubais é formado por 26 municípios distribuídos em três Aglomerados,
sendo dois no Estado do Piauí e um no Ceará. Foi palco de acontecimentos históricos bastante
interessantes quando um dos seus principais municípios – Campo Maior – que à época era uma vila,
sediou importante batalha de adesão do Piauí à independência do Brasil – a Batalha do Jenipapo, por
ter acontecido às margens do rio de mesmo nome. Este acontecimento é considerado uma memorável
investida contra o julgo português, principalmente em oposição às tropas militares que defendiam a
manutenção da Coroa Portuguesa.
De acordo com a citação de monsenhor Chaves:
“Não há na história da Independência do Brasil uma página mais épica, mais
emocionante do que as que escreveram, com sangue e bravura, aqueles
homens, no dia 13 de março de 1823, às margens do rio Jenipapo”.
O processo de conformação do Território reflete a forma de criação dos municípios que
compõem os Aglomerados. O AG 29, no Ceará, tem sua origem vinculada às propriedades rurais
denominadas de sítios e fazendas, em sua maioria doadas, ocupadas por agricultores e pecuaristas.
Destacam-se aí municípios como Tamboril, Nova Russas e Quiterianópolis, que têm suas
origens datadas dos séculos XIII e XIX. Os municípios dos AGs 5 e 6, no Piauí, remontam suas
origens aos séculos XIII e XVII, a partir de Castelo do Piauí e Campo Maior, este último oriundo de
fazendas de gado, elevando-se à categoria de vila em 1761, com o nome de Campo Maior graças aos
extensos campos de carnaubais, sendo elevado à categoria de cidade somente em 1836. Deste
Aglomerado, seis foram desmembrados a partir de Campo Maior. Os outros dez são oriundos de
Barras, São Miguel do Tapuio, Castelo do Piauí, Alto Longá e Piracuruca.
Quanto aos aspectos econômicos, o Território desenvolve atividades de grande relevância para
a economia regional e para o Estado do Piauí, principalmente exploração da carnaúba, pecuária (com
bovinocultura de corte, produção de carne-de-sol e criatório de caprino e ovino), exploração de pedra
ornamental, de calcário e produção de castanha de caju. A relação entre as populações piauiense e
cearense que ocupam este Território se dá a partir do início do século XX, quando o atual município
São Miguel do Tapuio foi elevado à categoria de distrito para desenvolver atividades comerciais, em
sua maioria realizadas pelos cearenses. Assim, teve início o intercâmbio comercial entre os
Aglomerados.
Fonte: Almanaque Vale do Paraíba 2004-2005, CODEVASF
Características Histórico-Culturais
O Território dos Carnaubais tem sua história marcada por importantes acontecimentos de luta
e resistência como a Batalha do Jenipapo (13 de março de 1823), que recebeu esse nome por ter
acontecido às margens do rio de mesmo nome. Este acontecimento de luta pela independência do
Brasil da dominação portuguesa marca a adesão do Piauí a essa causa.
Quanto à origem e processo de formação do Território, os municípios dos aglomerados 5 e
6,remontam suas origens aos séculos XIII e XVII, a partir de Castelo do Piauí e Campo Maior, este
último oriundo de fazendas de gado, elevando-se à categoria de vila em 1761, com o nome de Campo
Maior graças aos extensos campos de carnaubais, sendo elevado à categoria de cidade somente em
1836.
Dos municípios que compõem esse território, conforme o mapa acima, seis foram
desmembrados a partir de Campo Maior. Os outros dez são oriundos de Barras, São Miguel do
Tapuio, Castelo do Piauí, Alto Longá e Piracuruca. Quanto aos aspectos econômicos, o Território
desenvolve atividades de grande relevância para a economia regional e para o Estado do Piauí,
principalmente exploração da carnaúba, pecuária (com bovinocultura de corte, produção de carne-de-
sol e criatório de caprino e ovino), exploração de pedra ornamental, de calcário e produção de
castanha de caju.
Fonte: adaptado de Almanaque Vale do Paraíba 2004-2005, CODEVASF /PLANAP – Plano de
desenvolvimento da Bacia do Parnaíba – 2006.
CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DOS CARANAUBAIS
Características Gerais
O Território dos Carnaubais foi oficializado enquanto território de desenvolvimento do Piauí
em 18 de setembro de 2003, através de resolução do CEDERPA – Conselho Estadual de
Desenvolvimento Rural e Política Agrícola. Inicialmente composto pelos municípios de Alto Longa,
Assunção do Piauí, Boa Hora, Boqueirão do Piauí, Buriti dos Montes, Cabeceiras do Piauí, Campo
Maior, Capitão de Campos, Castelo do Piauí, Cocal da Telha, Coivaras, Jatobá do Piauí, Juazeiro do
Piauí, Nossa Senhora de Nazaré, Novo Santo Antônio, São João da Serra, São Miguel do Tapuio e
Sigefredo Pacheco, esse território, durante o processo de diagnostico participativo redefiniu sua
composição retirando Alto Longa e Coivaras, uma vez que os dois municípios se identificam com o
Território Entre Rios, assim em sua nova composição o território conta com 16 municípios.
O território ocupa uma área de 32.899,91 km2, correspondendo a 9,87% da Bacia do Parnaíba.
A população total do Território é de aproximadamente 426.752 hab. Os Aglomerados 5 e 6 detêm
uma população de 159.587 hab. O AG 29 (CEARÁ) concentra 267.165 hab, cerca de 60% maior que
os Aglomerados do Piauí. Dos 26 municípios, 19 têm sua maior população na zona rural, com o total
de 151.479 hab., representando 36,63% da população total do Território. Campo Maior, Ipueiras e
Crateús destacam-se em relação à população total urbana. O município de Poranga tem a maior
densidade demográfica do Território, com 47,40 hab./km², e São Miguel do Tapuio, com 3,60
hab./km², ocupando uma área de 5.220,51 km²
No Território dos Carnaubais, foram definidos, pelos atores sociais, como prioritários projetos
produtivos de ovinocaprinocultura, cajucultura, apicultura, bem como projetos de suporte no âmbito
da infraestrutura e do meio ambiente, os quais são considerados preponderantes para a geração de
renda e a inclusão social da população do Território.
Segundo um Estudo Propositivo realizado na área, a agricultura familiar, caracterizada pelas
lavouras temporárias constitui-se na principal atividade econômica da população do território de
Carnaubais. As culturas de arroz, feijão, milho e mandioca são predominantes, caracterizando uma
dinâmica de subsistência, sendo que parte da produção da agricultura é anualmente perdida com o
fenômeno da seca verde (veranicos extensos após o plantio das lavouras), configurando-se um quadro
de dificuldade para economia familiar. O Território apresenta significativa produção de feijão que é
comercializada para o Ceará, com beneficiamento insuficiente para agregar valor comercial ao
produto.
As frutas das regiões secas do Nordeste, nativas, pela capacidade de armazenarem de água
nas raízes tuberosas, produzem frutos saborosos e nutritivos, considerados como ricas fontes de
vitaminas, e que estão integradas aos hábitos alimentares das pessoas e dos animais que povoam essa
região. São na verdade, árvores com múltiplas e importantes utilidades. A maior importância dessas
frutas está atualmente no aspecto do aproveitamento econômico em termos de industrialização pelas
comunidades rurais. No território dos Carnaubais, a atividade da cajucultura é responsável por
significativa parte da renda dos agricultores na época da safra.
A produção de “cajuína”, bebida não alcoólica, tipicamente piauiense, agregado à produção
de doce, licor e geleia, contam com produção crescente. A coleta dessa fruta (na safra) é responsável
pela absorção de mão-de-obra e geração de renda das famílias de agricultores familiares no território,
sendo a castanha o produto de maior valor comercial. A criação de gado, tradicional atividade da
região, vem sendo substituída pela criação de pequenos animais em sua maioria caprinos e ovinos.
Embora apresente importância social e econômica no Piauí, no território de Carnaubais a
ovinocaprinocultura convive ainda com baixa taxa de desfrute do rebanho, consequência do baixo
uso de tecnologia e insuficiente assistência técnica.
A aplicação de manejo alimentar, sanitário e reprodutivo adequados e aliados à implantação
de infraestrutura básica de produção concorrerá, de forma efetiva, para transformar o atual sistema
de agricultura familiar de subsistência em uma atividade familiar economicamente rentável e
ambientalmente sustentável, desde que parta de uma melhor compreensão sobre as experiências
empíricas das famílias que praticam essa atividade, obtendo melhores resultados práticos. A renda
familiar ainda é complementada pelo extrativismo vegetal, notadamente a carnaúba (cera e pó), assim
como madeira para geração de energia (lenha e carvão).
A caatinga típica da região, apresenta inúmeras espécies de capins e outras madeiras utilizadas
para a confecção de artesanato. O extrativismo vegetal e mineral no Território tem potencial para
agregar valor aos produtos artesanais produzidos pelas comunidades rurais, podendo ocupar valor de
destaque no complemento da renda familiar. Os municípios de Castelo do Piauí, Assunção do Piauí,
Buriti dos Montes e São Miguel do Tapuio apresentam um potencial para a atividade do turismo rural,
turismo de aventura, ecoturismo e o turismo arqueológico, sendo, desta forma um segmento da
economia importante para as atividades não agrícolas, no contexto do desenvolvimento rural
sustentável. Hoje, o turismo religioso é praticado, principalmente nos festejos religiosos, com
destaque para as romarias à Pedra de Castelo onde o misticismo, a religiosidade e a fé no poder
milagroso das almas atraem inúmeros turistas.
Características Político-institucionais.
No que se refere à institucionalização dos poderes da sociedade civil e do estado, há uma
diversidade de organizações municipais, estaduais e federais e outras institucionalidades de atuação
para além dos municípios, ou seja, com atuação regional e/ou territorial. No campo da sociedade civil,
o Território está constituído de 16 sindicatos de trabalhadores rurais, associações de pequenos
produtores rurais, associações de assentamentos de reforma agrária; existem nos municípios os
conselhos de educação, assistência social, saúde, FUMAC, merenda escolar; e ONG de maior
relevância são CEPAC e CARITAS.
Há a presença das igrejas católicas, evangélicas e manifestações religiosas de umbanda e
espiritismo, todas com organizações atuantes. O Território apresenta ainda organizações de mulheres
e juventude e movimentos de defesa do meio ambiente. Há organizações dos empreendedores urbanos
através das associações comerciais e presença de cooperativas.
No campo governamental, o Território está constituído por 16 Prefeituras Municipais, 16
Câmara de Vereadores e representações diversas de órgãos estaduais (Educação, Saúde, Fazenda,
DETRAN, Polícia Militar, UESPI, PCPR, COMDEPI, SEEAB, EMATER, INTERPI, dentre outros)
e federais (INSS, Receita Federal, Ministério do Trabalho e Emprego, IBAMA, UFPI, CONAB,
SUDENE, DNOCS, INCRA, EMBRAPA, MDA/SDT, Exército, Polícia Rodoviária, dentre outros).
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL, AÇUDES E BARRAGENS
O Território dos Carnaubais ocupa uma área de 17.698,14 Km², equivalente a 7,03% da área
territorial do Estado. A maior área territorial está nos municípios de São Miguel do tapuio (5.222,05
Km) e Buriti dos Montes (2.652,1 Km²) e a menor nos municípios de Boqueirão do Piauí (281,2 Km²)
e Cocal de Telha (322,1 Km²)
Os quadros a seguir apresentam um resumo das principais características fisiográficas e
ambientais do território:
O Território dos Carnaubais está localizado em duas regiões fitoecológicas de caatinga e de
tensão ecológica. Sua vegetação é uma mistura de cerrado e caatinga (vegetação de parque). Nesse
ambiente estão inseridos os geossistemas Cuesta da Serra Grande, depressão de Crateús e baixada de
Campo Maior. A vegetação de Cuesta de Serra Grande e de depressão de Crateús oferece pouca
proteção aos solos e é semiárida, portanto, sujeitando-as a uma situação de instabilidade. No que se
refere à área de tensão ecológica onde se localiza a baixada de Campo Maior, ocorre vegetação de
parque com mistura de cerrado e caatinga. O cerrado ocupa as áreas elevadas, e a caatinga, as áreas
mais baixas, que periodicamente são alagadas, caracterizando-se num ambiente de transição,
apresentando instabilidade entre inundações e secas.
Meio ambiente dos Carnaubais numa perspectiva de sustentabilidade
O Território dos Carnaubais apresenta uma riqueza natural diversa, própria de um meio
ambiente que detém biomas de caatinga e cerrado. A caatinga representa o ecossistema genuinamente
brasileiro. No entanto é pouco protegida, com raras Unidades de Conservação e de Proteção. Apesar
da escassa atenção que se dá a esse bioma, no Território dos Carnaubais foram criadas duas Reservas
Particulares de Patrimônio Nacional, de interesse público e em caráter de perpetuidade, ambas
reconhecidas pelo IBAMA. A RPPN Serra das Almas, que está localizada no município de Crateús-
CE, e a RPPN Marvão, situada no município de Castelo do Piauí, na Fazenda Boqueirão, apresentam
potencial para o ecoturismo, com diversos atrativos para os visitantes. No Território encontram-se
outros atrativos naturais, como o cânion do rio Poti, localizado principalmente no município de Buriti
dos Montes. Possui diferentes formações rochosas, como o cânion Verde, onde se situam as serras
que abrigam o Grande Cânion e o Canalão, por onde corre o rio Poti entre paredões de até 40 m de
altura. Em toda a extensão dos paredões encontram-se inscrições rupestres, bem como a cachoeira do
Lembrada e suas corredeiras. Também aparecem como atrativos neste Território as formações
rochosas com torres e arcos, com interior dividido em amplos salões, semelhante a um castelo. Do
ponto de vista arqueológico, os sítios apresentam vestígios de figuras rupestres que representam
lagartos e desenhos geométricos. Diante das riquezas naturais presentes nos Carnaubais, faz-se
necessário implementar medidas de conservação desses recursos ofertados pela natureza, como
manejo das áreas de reservas e construção de um plano de reconhecimento e preservação dos sítios
arqueológicos com vistas ao uso sustentável do meio ambiente do Território.
Fonte: Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologias Agropecuárias para o Brasil (PRODETAB);
Associação Caatinga; IBAMA e PIEMTUR
ECONOMIA: ATIVIDADES ECONÔMICAS, COMÉRCIO E SERVIÇOS
Visão de futuro
Os espaços de inserção cultural são potencializados para crianças, adolescentes, jovens,
adultos e terceira idade com práticas voltadas para a arte, esporte e lazer. Hoje dispomos de creche
para atender as crianças em todos os municípios de forma satisfatória. No aspecto econômico
dispomos de uma excelente malha viária para o escoamento da produção e transporte de qualidade de
baixo custo o que garante acesso a toda a população. A eletrificação está completa, na zona urbana e
principalmente na zona rural, já conseguimos usufruir da energia.
A uma considerável diversificação de tecnologia voltada para a pesquisa e produção com uma
política voltada para o setor primário. Com relação à dimensão ambiental, dispomos de uma
preservação de todas as nascentes dos rios e recuperação dos solos com monitoramento permanente,
existe cuidado com a preservação da fauna e da flora, com a criação de diversos parques ecológicos.
Atualmente, as escolares possuem disciplinas específicas e obrigatórias sobre a convivência
sustentável com o meio ambiente. Dispomos de uma política agrária permanente aonde o trabalhador
e trabalhadora rural tem acesso à terra com assistência técnica eficiente.
As instituições governamentais, e não governamentais interagem de forma consensuada
cumprindo com seu papel, cada uma dentro de sua especificidade, mas favorecendo o
desenvolvimento de todos, com expansão permanente das políticas sociais que vem a satisfazer a
população “.
SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO FEITO COM BASE NO SISTEMA ITOG
DIMENSÃO AMBIENTAL – RECURSOS NATURAIS
DIMENSÃO ECONÔMICA
Carne-de-sol – principal produto da pecuária do Território dos Carnaubais
A pecuária de corte é, para o Brasil, uma atividade de grande importância econômica e deverá
se fortalecer nessa posição nos próximos anos, consolidando-se tanto como produtora de alimento
nobre para o mercado interno quanto na captação de divisas. Dentre as formas de consumo da carne
bovina, a carne-de-sol é o produto mais tradicional e mais consumido nas regiões Norte e Nordeste,
sendo considerado um alimento com alto teor calórico, proteico e de grande aceitação pela maioria
dos consumidores em virtude de suas características sensoriais peculiares.
“A carne-de-sol surgiu como uma alternativa para a preservação do excedente de
produção de carne bovina, ante as dificuldades encontradas para sua conservação por
refrigeração. A utilização dessa técnica acabou popularizando a carne-de-sol, surgindo,
assim, várias denominações: carne-seca, carne-de-jabá, carne-de-sertão, carne-de-viagem,
carne-de-paçoca”
(Nó - brega, Schineider; 1983).
A figura a seguir mostra o mapeamento das atividades produtivas de forma agregada com uma
visualização mais aproximada do conjunto produtivo do Território a partir dos diferentes estágios.
Áreas de relevante interesse coletivo
Os atores sociais que participaram das Oficinas de Aglomerados, num processo de leitura e
análise crítica, com vistas à identificação das possibilidades de ações que apontem para mudanças da
realidade atual, mapearam algumas áreas de interesse coletivo embasadas nas potencialidades e nas
limitações das atividades relacionadas às dimensões sociocultural, ambiental e econômica, conforme
mostra a Figura 4.
Figuras 5. Composição das áreas de interesse coletivo do Aglomerado 6
No que se refere aos interesses coletivos identificados no Território, verifica-se a capacidade
de os atores sociais perceberem a interdependência das diferentes dimensões trabalhadas, assim como
a visão contextual e de complementaridade. Quando os atores sociais destacavam a importância das
atividades produtivas, não perdiam de vista que as ações no campo produtivo não avançam sem
investimentos nas dimensões sociocultural – nas áreas de educação e saúde – e ambiental. Do ponto
de vista da educação, os atores sociais centraram seus interesses na melhoria da qualidade do ensino
e na profissionalização de nível médio voltada para as vocações produtivas do Território. Em relação
à saúde, o interesse maior foi focalizado na qualidade dos serviços prestados à população. As
infraestruturas ligadas ao saneamento, ao fornecimento de energia e ao abastecimento de água foram
consideradas pré-requisitos para a qualidade de vida da população. Em relação às condições logísticas
de apoio às atividades produtivas, os interesses estão voltados para a qualidade da energia fornecida
e para a malha rodoviária de acesso e escoamento da produção. A conservação ambiental foi
considerada como pressuposto ao desenvolvimento sustentável, tendo interconexão com todas as
proposições de interesse coletivo. A leitura realizada pelos atores sobre as convergências e a
interdependência das ações nas diferentes dimensões evidencia a necessidade do fortalecimento e da
consolidação dos processos organizativos coletivos e de gestão compartilhada, com foco na
capacitação e na geração de competências no âmbito do Território.
Apicultura
Condicionantes para implementação dos projetos prioritários
Para viabilizar os três projetos prioritários apresentados, foram adotadas como pressupostos
ações de investimentos na área da infraestrutura e na dimensão ambiental. Tanto as propostas de
projetos de infraestrutura quanto as de meio ambiente foram trabalhadas pelos atores sociais
vislumbrando a temporalidade das ações, estabelecendo prioridades de curto, médio e longo prazos,
tendo como indicativo a implantação dos projetos priorizados. Assim, este conjunto de projetos
apresenta objetivo principal, atividades, metas e resultados esperados.
Infraestrutura
Meio Ambiente
Anexos
Referências:
PIAUÍ. Governo do estado do Piauí. Disponível em: http://www.pi.gov.br/piaui.php?id=1
HISTÓRIA DO PIAUÍ. Disponível em: http://www.brasilturbo.com.br/piaui/historia.htm
Arquivado em: História do Brasil, Piauí
https://www.infoescola.com/historia/historia-do-piaui/
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/piaui.htm
http://geografiasuperior.blogspot.com/2016/11/localizacao-e-extensao-do-piaui.html
CARNAUBAIS
http://sit.mda.gov.br/download/ptdrs/ptdrs_territorio028.pdf
https://www.codevasf.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/biblioteca-geraldo-
rocha/publicacoes/arquivos/livro_03.pdf
PRINCIPAIS DADOS
http://www.cepro.pi.gov.br/download/201104/CEPRO06_aff9b5f5a6.pdf
Sites de interesse
CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.
http://www.codevasf.gov.br
DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte http://www.dnit.gov.br
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária http://www.embrapa.gov.br
FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação
http://www.fao.org Governo do Estado do Ceará http://www.ceara.gov.br Governo do Estado do
Piauí http://www.pi.gov.br
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://www.ibge.gov.br
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento http://www.mapa.gov.br
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia http://www.mct.org.br
MI – Ministério da Integração Nacional http://www.integração.gov.br
MMA – Ministério do Meio Ambiente http://www.mma.gov.br
OEA – Organização dos Estados Americanos http://www.oea.org
PAB – Programa do Artesanato Brasileiro http://www.pab.desenvolvimento.gov.br
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento http://www.pnud.org.br
SEAP/PR – Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República
http://www.presidencia.gov.br/seap
Sites de interesse
CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.
http://www.codevasf.gov.br
DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte http://www.dnit.gov.br
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária http://www.embrapa.gov.br
Governo do Estado do Maranhão http://www.ma.gov.br Governo do Estado do Piauí
http://www.pi.gov.br
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://www.ibge.gov.br
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento http://www.mapa.gov.br
MI – Ministério da Integração Nacional http://www.integração.gov.br
MMA – Ministério do Meio Ambiente http://www.mma.gov.br
SEAP/PR – Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República
http://www.presidencia.gov.br/seap
7. BIBLIOGRAFIA MDA.
Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais: referência para o
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MDA/SDT/CONDRAF, Brasília, 2003. ______.
Orientações para Prática no Apoio ao Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais.
MDA/SDT, Brasília, 2004. mimeo.
CODEVASF. Plano de desenvolvimento integrado da Bacia do Parnaíba – PLNAP: síntese
executiva: Território dos Carnaubais. Brasília – DF, 2006.
Bibliografia consultada