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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Teoria sobre Textos


Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

TEORIA SOBRE TEXTOS

Papéis sociais e comunicativos dos interlocutores

Tanto na expressão oral quanto na escrita, o emissor sempre procura con-


siderar quem é o participante do discurso (o interlocutor ou interlocutores) e,
também, a situação em que ele está inserido, significando que tanto os partici-
pantes do discurso quanto a situação são aspectos relevantes para determinar a
forma de comunicação.
Por isso, não é coerente destacar somente a situação social como respon-
sável pela enunciação, pois, além dela, consideram-se importantes os aspectos
históricos, ideológicos, a própria variação linguística e, principalmente, o conhe-
cimento de mundo de todos os constituintes da comunicação.
As condições de produção de um texto se estabelecem nesta escala:
• “Ter para quem dizer" aquilo que se quer dizer; e
• “Ter o que dizer”, que significa ter uma razão para dizer aquilo que se quer
dizer. É isso que faz do locutor o sujeito ativo da comunicação, que busca
realizar o “diálogo” por meio de estratégias adequadas.

Portanto, no fenômeno social da interação verbal, os interlocutores (reais ou


virtuais) utilizam a palavra de acordo com a imagem que estabelecem do outro
com o qual dialogam, com o propósito de atingir a compreensão imediata e a
consequente adesão ao pensamento exposto.

Relação entre usos e propósitos comunicativos

Ao fazermos uso da linguagem em nosso dia a dia, utilizamos os gêneros


textuais, pois nossos discursos se dão em forma de textos assentados nos mais
diversos gêneros, os quais produzimos consciente ou inconscientemente. É isso
que nos permite a comunicação verbal: os gêneros servem como mediadores e
organizadores de nossas atividades sociais.
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De acordo com o doutor em Filosofia da Linguagem Luiz Antônio Marcuschi,


os gêneros representam formas de construção textual, oral ou escrita, materiali-
zada nas situações comunicativas recorrentes na vida diária da sociedade.
Alguns dos vários exemplos de gêneros utilizados hoje pela sociedade para
se comunicar são cartas (pessoal, comercial, eletrônica etc.), romances, entre-
vistas, artigos, ensaios, notícias, crônicas, contos, resenhas, editoriais, bate-pa-
pos informais etc. E cabe ao propósito comunicativo a tarefa de organizar as ati-
vidades empreendidas pelas comunidades discursivas por meio desses gêneros
textuais.

Aspectos da dimensão espaço-temporal em que se produz um texto

O tempo foi inicialmente representado pelos processos cíclicos da natureza


e, depois, por intermédio de uma medição primitiva até que o relógio mecânico
mudasse a vida da sociedade. À medida que as sociedades humanas tornaram-
-se mais complexas, elas passaram a precisar de uma regulação temporal cada
vez mais exata e sem variações. Então, o relógio e o calendário passaram a
regular as relações sociais.
Com a globalização e as novas tecnologias, as informações passaram a ser
imediatas, propiciadas pelas redes sistêmicas, mediante transmissões em tempo
real, criando um regime de temporalidade única – assentado na veiculação inter-
mitente das informações.
A aceleração das transmissões fez desaparecer a separação entre o próximo
e o distante, pois o tempo eletrônico ignora o tempo real – as linhas divisórias
entre o aqui e o além dependem do tráfego eletrônico e do horário das progra-
mações midiáticas, cujo tempo não tem uma referência exata. É a velocidade
tecnológica que estabelece a nova relação entre o tempo e o espaço: na tela
da televisão, novos espaços invadem a sala e a tecnologia das redes acelera a
visita a novos espaços, de maneira virtual.
As transmissões ao vivo, mediadas pela televisão, alteram a percepção do
telespectador sobre o seu tempo-espaço real. Durante o jantar, após um dia
de trabalho, ele assiste ao telejornal (que apresenta na tela outros tempos e
outros cenários) e passa a conviver com diferentes espaços e tempos, simulta-
neamente.
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Desse modo, a aceleração tecnológica que se materializa na vida social faz


com que nosso tempo interno, imaginário, sofra pressões da vida urbana e o
tempo externo tenha maior influência sobre o interno.

Os gêneros digitais

Desde os anos 90, assistimos a uma revolução dos meios de comunicação


por meio do advento e popularização da internet, a rede mundial de computado-
res. Essa transformação, que afeta a todos em toda parte – em maior ou menor
grau – vem interferindo radicalmente no mundo da linguagem e, assim, novos
parâmetros têm surgido, também, no mundo textual.
Na verdade, esses parâmetros não podem ser considerados inéditos, já que
dialogam com formas textuais que já existiam. Um bom exemplo disso é o e-mail,
o “correio eletrônico”, que nada mais é do que é uma adaptação da velha carta
ao mundo cibernético. Do mesmo modo, os recados e mensagens de comunida-
des de relacionamentos são apenas adaptações de textos antigos (com diferen-
tes níveis de formalidade e de sigilo da informação), os quais não se apresentam
mais no papel, mas em um novo suporte.
O mundo digital vem praticamente (re)criando um grande acervo de gêne-
ros textuais, numa profusão que não permite ainda definições completas. Ainda
assim, esses textos obedecem a alguns princípios universais, dentre os quais se
destacam:
• Os gêneros textuais, mesmo digitais, continuam a ser definidos a partir de
certos elementos fixos, como é o caso do e-mail, que mantém as marcas
da carta tradicional – de despedida e identificação do remetente;
• O espaço virtual não deve ser considerado totalmente informal, já que ele
comporta níveis distintos de formalidade/informalidade em seu meio;
• Muitos gêneros textuais virtuais apresentam certo hibridismo entre traços
característicos de fala e de escrita, o que se manifesta claramente em gêne-
ros mais informais desse meio (como e-mail, salas de bate-papo, fóruns,
chats, blogues etc).
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Nas redes sociais, as comunidades virtuais de relacionamento dão suporte


a toda uma diversidade de gêneros, com maior destaque ao chamado post, de
extensão e nível de formalidade variado e que tem por marca a anexação de sím-
bolos visuais (como os “emoticons”), compensadores frequentes da ausência de
entonação encontrada nesse suporte. Observe que há, aqui, um típico caso de
hibridismo entre fala e escrita, que culmina na prontidão de resposta quase tão
instantânea quanto a da fala – mas em meio escrito. O espaço dessas comuni-
dades é um universo bastante eclético, que abriga os textos verbo-visuais (char-
ges, cartuns, quadrinhos), pinturas e até propagandas – em sua versão original
ou adaptada por meio de montagens várias, muitas vezes com fins críticos ou
humorísticos.

 Obs.: vale destacar que esse universo tão rico e vasto não apresenta apenas
benefícios e comodidades. A contrapartida existe quando ele abre bre-
chas à desinformação ou informação fragmentada sobre tudo; à atribui-
ção de falsos créditos a muitas citações, que podem causar, até mesmo,
danos materiais e/ou morais às pessoas envolvidas; e, principalmente, a
uma nova modalidade de crimes, os cibernéticos.

O suporte textual em gêneros digitais

Dentre as condições de produção dos textos, os gêneros de suporte repre-


sentam, de modo geral, o espaço-objeto que porta o texto (aquele em que o texto
ganha materialidade – um locus físico ou virtual, com formato específico que
serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado) e também aquilo
que se chama de “serviço”.
Muitos gêneros só existem em suportes específicos, como o e-mail (cujo
suporte específico é um programa de computador em um meio virtual e num
serviço específico – que é o provedor de internet). Quanto aos filmes, estes só
podem aparecer em superfícies de celulose ou, mais recentemente, em supor-
tes digitais; e, quando projetados, em uma tela. Já as cartas, além de terem uma
forma específica que as distingue de outras espécies do gênero correspondên-
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cia, sempre têm como suporte o papel em que são escritas e precisam ser leva-
das até o destinatário – por um serviço de correio ou por um mensageiro que faz
o papel de transportador
Observe, a seguir, um exemplo dado por ARAÚJO, 2006, p.39, ao discutir a
questão do suporte e sua influência no estabelecimento/na definição do gênero.
Leia o texto:

Paulo,
Parabéns! Você passou no vestibular!
Um abraço de sua mãe, Maria.

Observações:
• Se esse texto for escrito em um pequeno pedaço de papel e colocado por
Maria sobre a mesa da sala, para que Paulo, ao chegar de uma viagem,
tenha contato com o fato exposto, tal texto é um bilhete;
• Se Paulo estiver trabalhando, chegar em casa “correndo” para apenas
tomar um banho e ir à Faculdade [...], ao ouvir na secretária eletrônica esse
texto, ele se transforma em um recado;
• Se Paulo fizer uma viagem de negócios, e, no local em que ele estiver, abrir
sua caixa de mensagens na internet, e se deparar com esse texto, ele terá
um e-mail;
• Numa outra situação, se Paulo tiver feito um vestibular numa cidade dis-
tante onde sua mãe mora, caso Paulo não possua telefone, o resultado lhe
será informado por sua mãe, a qual lhe enviará um telegrama com esse
texto. Temos, assim, um novo gênero.

Observe que, em todos os gêneros, o conteúdo não mudou, teve o mesmo


fim; no entanto, o que determinou a caracterização do gênero – bilhete, recado,
e-mail, telegrama – foi exatamente o suporte, ou seja, o gênero acabou por ser
identificado graças à sua relação com o suporte. Constata-se, assim, que os
suportes efetivamente podem contribuir para a caracterização das categorias de
texto, sobretudo dos gêneros.
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A caracterização dos interlocutores na comunicação tecnológica

A comunicação virtual introduz um conceito de descentralização da informa-


ção e do poder de comunicar. Assim, o espaço cibernético tem se tornado um
lugar essencial para a comunicação e a livre expressão do pensamento. Segue,
abaixo, uma pequena classificação dos tipos de dispositivos de comunicação
– baseada nas relações entre emissores e receptores, que serve para mostrar
como as mudanças trazidas pela internet influenciaram a relação entre os inter-
locutores:
• O primeiro modelo (UM e TODOS) – é representado pelos modernos meios
de comunicação de massa, tendo o centro emissor e uma multiplicidade de
receptores. Nele, a mensagem é divulgada em um único sentido, sem inte-
ratividade entre as partes;
• O segundo dispositivo (UM e UM) – embora proporcione uma interação
perfeita entre as partes, não possui a emergência do coletivo na transmis-
são da informação, como no caso do telefone;
• O espaço cibernético introduziu o terceiro dispositivo (TODOS e TODOS)
– em que não há distinção entre emissores e receptores, pois todas as
partes em contato podem ocupar, concomitantemente, as duas posições,
estabelecendo um novo tipo de interação entre os interlocutores. Na rede,
qualquer elemento adquire a possibilidade de interação, havendo interco-
nexões entre pessoas dos mais diferentes lugares do planeta, facilitando,
portanto, o contato entre elas, assim como a busca por opiniões e ideias
convergentes.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pela professora Vânia Araújo.
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