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PARQUE AMBIENTAL DE BELÉM: UM ESTUDO DA

CONSERVAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE LOCAL E A INTERAÇÃO

DESTA ATIVIDADE COM A COMUNIDADE DO ENTORNO

Pedro Chaves BAÍA JÚNIOR

Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Grupo de Estudos em Educação, Cultura e Meio Ambiente

– GEAM, Centro de Educação, UFPA. Bolsista PIBIC/CNPq

CEP 66075-110. Belém – Pará. Fone: (91) 211-1706. E-mail: baiajunior@yahoo.com.br

Diva Anelie de Araújo GUIMARÃES

Grupo de Estudos em Educação, Cultura e Meio Ambiente – GEAM, Departamento de Fundamentos da

Educação, Centro de Educação, UFPA. Orientadora

CEP 66075-110. Belém – Pará. Fone: (91) 211-1706. E-mail: diva@ufpa.br

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido no Parque Ambiental de Belém (PAB), uma Unidade de Conservação
(UC) de uso indireto localizada no Estado do Pará, região norte do Brasil. Seus objetivos foram:
verificar a existência de atividades de conservação de fauna silvestre; catalogar as espécies da fauna
introduzidas de maio de 1994 a maio de 2003; e, analisar o nível de conhecimento da população
humana do entorno sobre o PAB. Um questionário foi aplicado em 20% dos domicílios de uma das
comunidades do entorno e foram analisados os boletins de apreensão e soltura de fauna do Batalhão
de Policiamento Ambiental. Verificou-se que: 1) Não existem atividades voltadas a conservação da
fauna silvestre; 2) Foram introduzidos 2472 animais, distribuídos em aves (65,4%), répteis (27,7%) e
mamíferos (6,9%); 3) Das espécies soltas, não estavam registradas no levantamento faunístico da
área 27 espécies de aves, 07 de répteis e 05 de mamíferos, o que poderá alterar o equilíbrio do
ecossistema local e, conseqüentemente, prejudicar a conservação da biodiversidade ; 4) A
população humana do entorno conhece pouco sobre o PAB, embora a maioria já tenha realizado
visitas no local, sendo o objetivo principal a observação da natureza; 5) A comunidade acredita na

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importância da conservação do PAB como área de lazer e, alguns como local de conservação da
fauna; 6) A ausência de programas de Educação Ambiental contribui para que o PAB não
desempenhe plenamente a sua função como UC.

ABSTRACT

This study was conducted at the Environmental Park of Belém (EPB), a Conservation Unit (CU)
located in the Northern of Brazil. The purpose of the present study was: to ascertain the existence of
conservation activities of the fauna; to list all the animal species introduced into the EPB between
May, 1994 and May, 2003; and to analyze the level of knowledge of the EPB nearby human
population. Interviews were conducted at Moça Bonita community where 20% of the homes were
visited. This methodology agreed with the census of Brazilian Institute of Geography and Statistics
(2000). The documents of Environmental Police, Bulletin of Capture and Release, were analyzed. The
analyses showed that: 1) There is no fauna conservation activity at the EPB; 2) A number of 2472
animals have been introduced into the park including birds (65,4%), reptiles (27,7%) and mammals
(6,9%); 3) 39 species released in the park including 27 birds, 7 reptiles and 5 mammals had not been
recorded in a previous study in the area. This may lead to changes in the local ecosystem equilibrium,
and jeopardize the conservation of the biodiversity; 4) The surrounding population knows little about
EPB, even though most of them have visited the place, mainly for nature sight walks; 5) The
community believes that conserving EPB as a leisure area, and a place for conservation of the fauna
is important; 6) The lack of environmental education programs is one of the reasons why EPB does
not fully play its role as a CU.

INTRODUÇÃO

O Brasil destaca-se no cenário mundial por possuir uma diversidade biológica


bastante expressiva. É um dos seis países com maior biodiversidade do planeta, ao lado da
Indonésia, Zaire, Colômbia, México e Peru [1], com uma estimativa de dois milhões de
espécies e aproximadamente duzentas mil descritas1 [2].
Porém, sua riqueza biológica vem desde os tempos coloniais sendo explorada de
forma desordenada e predatória [3] o que tem contribuído para colocar algumas espécies em
risco de extinção. Segundo a Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção,
divulgada no primeiro semestre de 2003, existem 395 animais nesta situação, sendo 69
mamíferos, 160 aves, 20 répteis, 16 anfíbios, 96 insetos e 34 invertebrados terrestres [4]. Um
número que aumentou bastante se comparar com a lista divulgada em 1989 que apontava
existir no Brasil 218 espécies sob o risco da extinção [5].
Desde a pré-história aos dias atuais, a ação humana determinou a extinção de diversas
espécies, através de quatro fatores principais: a caça excessiva, a destruição de habitats, a
introdução de espécies exóticas e doenças transmitidas por estas espécies. Nos séculos mais

1
A diversidade de espécies é um dos vários níveis de organização da vida, sendo, portanto, um dentre outros
componentes, ou escalas, da diversidade biológica. Contudo, este é o nível que, até o momento, vem sendo mais
enfocado em comparações abrangentes, desde a escala local até a biosfera para determinação da diversidade
biológica (LEWINSOHN & PRADO, 2002). Por isso, a diversidade de espécies será o parâmetro utilizado neste
trabalho para representar a diversidade biológica de uma área.

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recentes, a destruição de habitats tem sido o principal agente, colaborando para o declínio de
cerca de 73% das espécies extintas [6].
Só a Amazônia já teve 15% de sua área total desflorestada, num processo que se
acentuou nas últimas quatro décadas. Com isso, algumas formações vegetais características
desta região estão sob ameaça de desaparecimento [7] e, com elas, toda a diversificada
riqueza animal que habita seu meio.
A perda de toda essa diversidade biológica reduz a capacidade dos ecossistemas de
suportarem as pressões cada vez mais constantes de impactos antrópicos, ou naturais, e de
realizarem com eficiência a ciclagem de energia e nutrientes, intensificando assim a
destruição destes sistemas ecológicos. Além de que muitas espécies de interesse biomédico e
econômico são extintas, algumas das quais sem ao menos serem conhecidas [8].
Como forma de controlar a crescente diminuição da biodiversidade foram criadas no
Brasil inúmeras áreas de preservação da natureza, as chamadas Unidades de Conservação
(UC). No Brasil, as denominações e definições das várias categorias de UC existentes, são
listadas na Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação (SNUC). Segundo essa Lei, as UC brasileiras encontram-se divididas em
dois grupos: o das Unidades de Proteção Integral e o das Unidades de Uso Sustentável [9].
As UC de proteção integral são aquelas cujo objetivo é promover a preservação
permanente de amostras significativas dos ecossistemas naturais e da biodiversidade neles
contida [10]. Nelas, só é permitido, a partir da liberação do órgão gestor, o uso indireto dos
recursos naturais, através de atividades educacionais, recreativas, turísticas e de pesquisas
científicas [11].
Neste grupo, também chamado de UC de uso indireto, estão incluídas as seguintes
categorias de UC: Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento
Natural; e, Refúgio de Vida Silvestre [9].
No outro grupo, o das UC de uso sustentável ou uso direto, fazem parte todas as
categorias de unidades que têm por objetivo associar proteção da natureza e uso sustentável
dos recursos naturais, a exemplo das seguintes categorias: Floresta Nacional; Reserva
Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e, Reserva
Particular do Patrimônio Natural [9]. Nestas UC, ao contrário das do primeiro grupo, admite-
se a presença de populações humanas em sua área.
As UC garantem a preservação de 67 milhões de hectares do Brasil, o que equivale a
8,13% do território nacional [11]. No Estado do Pará existem 43 UC, correspondendo à cerca
de 9,901% da superfície do Estado equivalente a 12.407.811 ha, distribuídas nas diversas
categorias de UC apresentadas pela Lei do SNUC [12], dentre as quais tem-se o Parque
Ambiental de Belém (PAB).
O PAB é uma unidade de proteção integral, criado há quase dez anos, a partir do
Decreto Estadual Nº 1.552, de 03 de maio de 1993 [13], situado na Região Norte do Brasil,
nordeste do Estado do Pará, mais especificamente na Região Metropolitana de Belém, numa
área conhecida como Utinga [14], obedecendo as seguintes coordenadas geográficas:
Nordeste 01°23’ 13’’ a 01 26’ 02’’ de latitude sul e 48° 23’ 50’’ a 48° 26’ 47’’ de longitude
Oeste [15].
Esta região, de 1.380 hectares, encontra-se inserida dentro da área da Área de
Proteção Ambiental dos Mananciais de Abastecimento de Água de Belém (APA-Belém),
uma UC criada pelo Decreto Estadual nº 1.151, de 03 de maio da 1993, da qual também
fazem parte as terras do Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Oriental
(CPATU/EMBRAPA), o Sítio Histórico do Engenho Murucutu, o Campus da Universidade
Federal do Pará (UFPA), o Campus da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), o
Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/CNPQ), a sede da SECTAM
e outras instituições, além de áreas urbanas dos municípios de Belém e Ananindeua [13].

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Ao longo de sua extensão encontra-se disposta uma floresta com tipologia
predominante de floresta de terra firme. Outras tipologias também são encontradas como:
florestas de várzeas, matas secundárias, capoeirões e capoeiras [16].
Em termos de diversidade de fauna, o PAB apresenta uma relevante importância, pois,
a região na qual está inserido, possui ocorrência confirmada de 19 famílias com 62 espécies
de mamíferos, 26 famílias com 112 espécies de aves e 12 famílias com 65 espécies de répteis,
além da ocorrência provável de 11 famílias com 49 espécies de anfíbios, dos quais um é
endêmico a área: Pipa snethlageae, descrito em 1914 [13].
Ademais, a área do PAB está englobada dentro da área de distribuição de algumas
espécies que estão ameaçadas de extinção como o tamanduaí (Cyclopes didactylus), o
cachorro-do-mato-de-orelha-curta (Atelocynus microtis), o cachorro-do-mato-vinagre
(Speothos venaticus) e a doninha-amazônia (Gramnogale africana) [13].
Além de sua importância no processo de conservação da biodiversidade as UC podem
se tornar um importante espaço de conscientização humana a respeito dos problemas
ambientais de hoje, através do que se convencionou chamar de educação ambiental. Segundo
[17] as UC são locais de grande importância para a implantação de programas de educação
ambiental (EA), pois oferecem oportunidades de aprendizado com uma combinação de
técnicas formais e informais, facilitando o aumento de conhecimento e mudanças de valores.
Ademais, com a EA, as UC podem ser um instrumento importante na conscientização
sobre a conservação ambiental para as populações que vivem no entorno destas áreas. Com
esse envolvimento, a população passa a ter a UC como um local de aprendizado e melhoria
da qualidade de vida, o que pode aumentar a sua consciência ecológica e torná-los defensores
destas áreas [17].

OBJETIVOS

O presente trabalho objetiva de forma geral, contribuir para geração de conhecimentos


a respeito da conservação de animais silvestres no PAB e a relação desta atividade com as
populações humanas que habitam o seu entorno. E, de forma mais especifica:
ƒ Verificar a existência de atividades relativas à conservação de animais
silvestres realizadas no PAB;
ƒ Catalogar as espécies da fauna que foram introduzidas no PAB desde maio de
1994 até maio de 2003;
ƒ Analisar o nível de conhecimento da população humana do entorno sobre o
PAB.

MATERIAL E MÉTODOS

Os recursos metodológicos adotados neste trabalho foram os seguintes:

ENTREVISTA
As primeiras ações consistiram na busca de informações gerais acerca das ações de
conservação dos animais silvestres existentes no PAB. Para isso, procurou-se manter o
contato com o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), chamado anteriormente de 2ª
Companhia Independente de Policia de Meio Ambiente (2ª CIPOMA), responsável pela
vigilância do PAB, a fim de programar uma entrevista semi-estruturada.

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Antes da entrevista foi elaborado um questionário que serviu de roteiro na execução
do trabalho, o qual foi realizado com o responsável pela Coordenadoria de Educação
Ambiental (CEA) do BPA.
Todos os questionamentos levantados e suas respectivas respostas foram gravados em
um gravador AIWA (Modelo TP-M105) e posteriormente transcritos.
Ressalta-se que a entrevista foi realizada em dois momentos, sendo que o segundo
teve apenas o objetivo de esclarecer pontos que não foram bem explicados no primeiro.

LEVANTAMENTO DOCUMENTAL
Todos os animais que chegaram no BPA, oriundos de doação ou apreensão, eram
registrados no chamado Livro do Oficial de Dia, um livro-ata onde foram registrados os
acontecimentos diários do BPA.
Os dados foram catalogados em fichas especiais e posteriormente analisados e
sistematizados.
Ao todo foram verificados 12 livros onde estavam contidas as informações do período
de maio de 1994 até dezembro de 2001. As informações referentes ao ano de 2002 e aos
meses de janeiro a maio de 2003, foram extraídas diretamente dos relatórios mensais de
atividades operacionais do BPA que passaram a ser feitos no ano de 2002. Nestes relatórios
as informações a respeito da origem e destino dos animais registrados no Livro do Oficial de
Dia foram organizadas e apresentadas de forma direta.

QUESTIONÁRIO
Durante a pesquisa documental foi elaborado um questionário para ser aplicado à
população humana que habita o entorno do PAB, objetivando verificar o seu nível de
conhecimento sobre este meio ambiente. Para a elaboração deste questionário teve-se como
base o trabalho de PÁDUA (1997b) [18], o qual mostra os resultados de um estudo em
Educação Ambiental realizado no Jardim Botânico de Brasília.
Com a elaboração do questionário passou-se a fase de aplicação destes aos moradores
do entorno do PAB. Entretanto, devido a grande extensão da área do entorno do PAB,
escolheu-se aleatoriamente uma comunidade (Moça Bonita), dentre as oito existentes em seu
entorno: Verdejante, Pedreirinha, Parabor, Moça Bonita, Buiussuquara, Pantanal, Tropical e
Mariana.
Na comunidade selecionou-se as quadras que ficavam mais próximas do Parque
Ambiental de Belém e, nestas áreas, foram aplicados os questionários segundo o modelo
adotado no Censo de 2000 pelo IBGE (2002) [19] para analisar populações com até 15 mil
habitantes. Este método consistiu na aplicação de um questionário a cada cinco domicílios,
resultando em uma análise de 20% do total. Os resultados dos questionários foram analisados
e seus dados sistematizados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

AÇÕES DE CONSERVAÇÃO AOS ANIMAIS SILVESTRES DO PAB

Em entrevista com o responsável pela CEA do BPA realizada em outubro de 2002 e


através de observações própria, constatou-se a inexistência de ações direcionadas a
conservação dos animais silvestre existentes no PAB. Segundo o entrevistado:
“...alguma atividade diretamente ligada à fauna silvestre [...] existente no Parque
Ambiental eu não tenho conhecimento. Existem outros projetos ligados a conservação da

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ave-fauna pela universidade, onde eles fazem a coleta de sangue, fezes e urina. Mas,
diretamente aos animais existente dentro do Parque Ambiental eu não tenho o conhecimento
até o presente momento...”
Assim, confirma-se o que DOUROJEANNI & PÁDUA (2001) [10] chamam de
“hábito latino-americano”, que é o fato da maioria das UC serem apenas criadas e largadas a
sorte, como se somente isso fosse capaz de garantir a preservação da biodiversidade nela
existente. Segundo os mesmos autores, apenas o estabelecimento de uma área protegida não
certifica o benefício de seus serviços ambientais a sociedade, sendo necessário, para garantir
sua sobrevivência e integridade, também manejá-las.

ANIMAIS SOLTOS NO PAB


O destino dos animais encaminhados ao BPA, seja através de doação ou apreensão
oriunda de tráfico ilegal, e que foram registrados no livro do oficial de dia no período de maio
de 1994 a maio de 2003, está demonstrado nas Figuras 06, 07 e 08. Nesse período de nove
anos constatou-se que um número expressivo dos animais que chegaram até o BPA foram
soltos nas áreas do PAB, da APA-Belém e da Pirelli2. Assim, como essas áreas são contínuas
e inexistem barreiras geográficas capazes de impedir o fluxo de animais entre elas, a soltura
em qualquer uma delas é capaz de interferir na dinâmica de todas. Logo, somando os seus
valores é possível constatar que cerca de 39% dos mamíferos, 47% das aves e 69% dos
répteis que deram entrada no BPA foram soltos na área do PAB e adjacentes3.
Contudo, nem todos os animais que deram entrada no BPA foram soltos nas áreas do
PAB, da APA-Belém e da Pirelli, alguns foram soltos em local não informado e outros nem
sequer têm os destinos registrados (sem informação). Outros tiveram as seguintes
destinações: a) doados a guarda voluntário gratuito: um percentual relativamente pequeno dos
animais foram colocados aos cuidados de pessoas geralmente ligadas ao BPA; b) doados a
instituições: um percentual expressivo dos animais, em especial de mamíferos (35%
mamíferos, 5% aves e 9% répteis) foram doados ao Museu Paraense Emílio Goeldi, ao
Bosque Rodrigues Alves e ao Centro Nacional de Primatas; c) devolvido ao proprietário:
correspondem aos animais que depois de apreendidos foram entregues aos seus donos por
possuírem licença de criação expedida pelo IBAMA, o que é mais comum para as aves; d)
fuga: corresponde aos animais que fugiram durante a apreensão ou quando estavam nas
gaiolas no BPA; e) óbito: corresponde aos animais confinados no BPA que vieram a morrer.

2
A Pirelli é uma área de 7,8 mil hectares abrangendo os municípios de Marituba, Benevides e Santa Izabel do
Pará, a maior parte no entorno da Alça Viária. Neste local está sendo implantado o Parque Ecoturístico do
Guamá.
3
Convém ressaltar que não foi registrado a soltura de anfíbios na área durante o período de execução do estudo.

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Sem informação

Solto no PAB e na APA-Belém

1% 6% 2% 9% Solto na Pirelli

23% Solto em local não informado

Doado a guarda voluntário gratuito


35%
Doado a instituições
16%
2% 6% Devolvido ao p rop rietário

Fuga

Óbito

Figura 01 – Destino dos mamíferos registrados no livro do oficial de dia do BPA no período de maio de 1994 a maio de 2003.

Sem informação

Solto no PAB e na APA-Belém

Solto na Pirelli
5% 4% 2% 2%
23%
7% Solto em local não informado
10%
Doado a guarda voluntário gratuito

Doado a instituições
23%
24% Devolvido ao proprietário

Fuga

Óbito

Figura 02 – Destino das aves registradas no livro do oficial de dia do BPA no período de maio de 1994 a maio de 2003.

Sem informação
1%

1% Solto no PAB e na APA-Belém


0%
4% Solto na Pirelli
9% 13%
3%
Solto em local não informado
8%
Doado a guarda voluntário gratuito

Doado a instituições
61%
Devolvido ao proprietário

Fuga

Óbito

Figura 03 – Destino dos répteis registrados no livro do oficial de dia do BPA no período de maio de 1994 a maio de 2003.

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A Tabela 02 apresenta uma relação de espécies e das quantidades de animais, em suas
respectivas classes, introduzidos no PAB e adjacentes no período do estudo. Ressalta-se que
esse número pode ter sido bem maior, pois em alguns casos ocorreu falta de informação mais
detalhada nos registros. Desta forma, não foi informado o destino de 23% das aves, 13% de
répteis e 9% dos mamíferos.
A maneira como ocorreu a soltura de animais no PAB não estava em acordo com as
etapas propostas pela RENCTAS (dt. ind) [20]:
¾ Conhecer o lugar de origem ou a área de ocorrência;
¾ Classificar o animal, a que espécie pertence;
¾ Realizar marcações adequadas de cada espécie;
¾ Verificar a capacidade de suporte da área a ser realizada a soltura;
¾ Liberar o animal em seu habitat, respeitando as suas condições ecológicas;
¾ Monitorar a evolução e a adaptação pós-soltura;
¾ Desenvolver todas as etapas, cumprindo a legislação vigente.

Isso pode ter acarretado risco ecológico para as espécies do local, interferindo de
forma direta em seu processo de conservação. Agrava-se o fato de ter sido observado que
algumas espécies introduzidas no PAB não possuíam ocorrência na área segundo o registro
de PARÁ (1999) [14] (Quadro 06 e Figura 04)
De acordo com os critérios adotados por SOORAE & STALEY (1999) [21], esta
prática pode trazer dois riscos: o primeiro é fato da soltura de indivíduos da mesma espécie,
mas de regiões geográficas diferentes, inserirem genes pouco viáveis nas populações já
estabelecidas no PAB; e, o segundo, é o risco dos animais soltos transmitirem enfermidades
às populações silvestres do PAB. Desta forma, o animal introduzido torna-se uma espécie-
praga gerando prejuízo para o ecossistema local.
Com relação a problemas gerados pela introdução de espécies exóticas em uma
região, FERNANDEZ (2000) [22] relata um caso interessante em que um único gato, levado
para a pequena Ilha de Stephen, perto da Nova Zelândia, por um faroleiro, foi responsável
pela extinção de uma espécie de ave, a Xenicus lyalli, endêmica naquela área. No Brasil já
foram documentados alguns casos relacionados aos impactos de espécies exóticas sobre as
espécies locais, dentre os exemplos pode-se citar o caso de peixes introduzidos que
eliminaram espécies nativas em lagos naturais de Minas Gerais e, de lebres européias que
podem estar competindo com o coelho brasileiro [3].
Apesar desta situação desfavorável, foi verificada a existência de algumas ações locais
que já foram implementadas no intuito de amenizar este problema, como a criação do SOS-
Fauna que faz parte do Projeto Bio-Fauna da Universidade Federal Rural da Amazônia
(UFRA), que é um centro de reabilitação de animais silvestres para onde os animais que
chegam ao BPA estão sendo encaminhados para avaliação clínica antes de serem soltos.

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Tabela 02 - Animais introduzidos no PAB e arredores (APA-Belém e Pirelli) no período de maio de 1994 a maio de 2003.
NOME VULGAR ESPÉCIE QUANTIDADE
MAMÍFEROS
Tamanduá (i) / Tamanduá-colete Tamandua tetradactyla 17
Tamanduá-bandeira Myrmecophaga tridactyla 02
Preguiça Indeterminada4 57
Preguiça-de-bentinho Bradypus sp 05
Tatu Euphractus sexcinctus 02
Macaco Indeterminada 07
Sagüi Indeterminada 05
Macaco-prego Cebus apella 08
Macaco-de-cheiro Saimiri sp. 03
Raposa Indeterminada 02
Quati Nasua nasua 30
Guaxinim Procyon cancrivorus 01
Jaguatirica Felis sp. 02
Porco-espinho Indeterminada. 04
Paca Agouti paca 02
Cutia Nasua nasua 21
Mucura Didelphis sp. 02
TOTAL DE MAMÍFEROS 170

AVES
Garça Indeterminada 07
Saracura Indeterminada 01
Jaçanã Jacana jacana 01
Graúna / Chico-preto Scaphidura oryzivora 09
Corrupião Icterus sp. 04
Socó-boi Tigrisoma lineatum 03
Pato-do-mato Cairina moschata 01
Marreco Indeterminada 01
Galinha-d’água Gallinula chloropus 01
Rolinha Columbina sp. 10
Pombo Indeterminada 01
Periquito Indeterminada 14
Papagaio Indeterminada 14
Jandaia Aratinga jandaya 18
Curica Amazona amazonica 01
Maitaca-da-cabeça-azul Pionus menstruus 01
Marianinha Pionites leucogaster 02
Tucano Ramphastos sp. 01
Araçari Indeterminada 03
Pica-pau Indeterminada 01
Gavião Indeterminada 05
Coruja Indeterminada 12
Suindara Tyto alba 01

4
Indeterminada: quando um nome vulgar é usado para diferentes espécies e gêneros ou quando o nome vulgar
não teve o nome de espécie encontrado.

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Tabela 02 - Animais introduzidos no PAB e arredores (APA-Belém e Pirelli) no período de maio de 1994 a maio de 2003.
NOME VULGAR ESPÉCIE QUANTIDADE
AVES
Sabiá Turdus sp. 51
Tem-tem Euphonia sp. 31
Papa-arroz Indeterminada 01
Bicudo Oryzoborus maximiliani 11
Curió Oryzoborus angolensis 754
Galo-da-campina Paroaria dominicana 10
Trinca-ferro Saltator sp. 22
Azulão Indeterminada 15
Rouxinol Indeterminada 06
Japim Cacicus sp. 04
Cigarra Sporophila leucoptera 131
Bigode Sporophila lineola 86
Coleira Sporophila sp. 120
Soí Indeterminada 11
Patativa Sporophila plúmbea 69
Cabocolino Sporophilia bouvreuil 58
Arancuã Ortalis sp. 04
Canário / Canário-cearense Sicalis flaveola 03
Vinte-um Coryphospingus cucullatus 02
Sanhaço-azul Thraupis episcopus 01
Bico-de-lacre Monasa atra 01
Brejá Indeterminada 02
Caneleiro-cinzento Pachyramphus rufus 01
Urumara Indeterminada 10
Bacurau Indeterminada 01
Aves diversas Indeterminada 100
TOTAL DE AVES 1617

RÉPTEIS
Iguana Iguana iguana 44
Camaleão Polychrus sp. 15
Jibóia Boa constrictor 74
Sucuri Eunectes sp. 29
Cobra-rato Indeterminada 01
Tartarugas Indeterminada 307
Muçuan Kinosternon scorpioides 141
Aperema Rhinoclemmys punctularia 18
Jabuti Geochelone sp. 31
Tracajá Podocnemis sp. 04
Jacaré Caimam sp. 19
Jacaretinga Caiman crocodilus 02
TOTAL DE RÉPTEIS 685
TOTAL GERAL 2472

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Quadro 06 – Espécies não registradas para o PAB que foram introduzidos em sua área e arredores (APA-Belém e Pirelli)
no período de maio de 1994 a maio de 2003.
NOME VULGAR ESPÉCIE
MAMÍFEROS
Tamanduá-bandeira Myrmecophaga tridactyla
Tatu Euphractus sexcinctus
Macaco-prego Cebus apella.
Jaguatirica Felis sp.
Paca Agouti paca
AVES
Jaçanã Jacana jacana
Graúna / Chico-preto Scaphidura oryzivora
Corrupião Icterus sp.
Socó-boi Tigrisoma lineatum
Pato-do-mato Cairina moschata
Galinha-d’água Gallinula chloropus
Rolinha Columbina sp.
Jandaia Aratinga jandaya
Curica Amazona amazonica
Maitaca-da-cabeça-azul Pionus menstruus
Marianinha Pionites leucogaster
Tucano Ramphastos sp.
Suindara Tyto alba
Tem-tem Euphonia sp.
Bicudo Oryzoborus maximiliani
Galo-da-campina Paroaria dominicana
Japim Cacicus sp.
Cigarra Sporophila leucoptera
Bigode Sporophila lineola
Coleira Sporophila sp.
Patativa Sporophila plúmbea
Cabocolino Sporophilia bouvreuil
Arancuã Ortalis sp.
Canário / Canário-cearense Sicalis flaveola
Vinte-um Coryphospingus cucullatus
Bico-de-lacre Monasa atra
Caneleiro-cinzento Pachyramphus rufus
RÉPTEIS
Camaleão Polychrus sp.
Muçuan Kinosternon scorpioides
Aperema Rhinoclemmys punctularia
Jabuti Geochelone sp.
Tracajá Podocnemis sp.
Jacaré Caimam sp.
Jacaretinga Caiman crocodilus

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49
50
40 Espécies
27 introduzidas
30
Espécies não
20 17
12 catalogadas
10 7 5
0
Aves Répteis Mamíferos
Figura 04 – Relação entre o número de espécies animais introduzidas e não catalogadas para a área do PAB em seu
respectivo grupo.

NÍVEL DE CONHECIMENTO DA COMUNIDADE MOÇA BONITA


RELACIONADO À FAUNA DO PAB

A análise dos questionários aplicados aos moradores da comunidade Moça Bonita,


localizada no entorno do PAB, permitiu levantar várias hipóteses ligadas à maneira com que
esta população vem se relacionando com os animais silvestres do PAB. A partir das hipóteses
levantadas pode-se apontar alguns aspectos importantes a serem considerados em projetos de
educação ambiental visando à conservação dos animais silvestres da área.
Um dos pontos a ser destacado é o fato de 64% dos entrevistados afirmarem que já
visitaram o PAB alguma vez (Figura 05), embora 80% deles considerem que tem pouco ou
nenhum conhecimento sobre o PAB (Figura 06), e a freqüência com que estão realizando as
visitas ultimamente é pequena, sendo que a maioria diz não mais visitar (Figura 07).
O fato da maioria dos entrevistados apresentarem pouco ou nenhum conhecimento
sobre o PAB, embora já o tenham visitado, pode ser explicado por suas visitas terem sido
informais, sem qualquer envolvimento em programas de educação ambiental, inexistentes no
local. E, em relação ao nível de freqüência nas visitas, foi expresso pelos próprios
entrevistados que não a fazem mais, por que essa prática é proibida e fiscalizada pelo BPA.

36%

Sim
Não

64%

Figura 05 – População da comunidade Moça Bonita que já realizou ou não visita ao PAB.

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20% Esporádicas

4% Durante a semana

Nos finais de semana


4%
Mensais
72% 0%
Não visita

Figura 06 – Freqüência com que os moradores da comunidade Moça Bonita visitam o PAB.

20%
28%
Bastante
Pouco
Nada

52%

Figura 07 – Nível de conhecimento dos moradores da comunidade Moça Bonita a respeito do PAB.

A Tabela 03 apresenta o nível de freqüência das respostas relacionadas às atividades


preferenciais dos moradores da comunidade Moça Bonita por ocasião de visitas ao PAB.
Nela é possível observar que as atividades que proporcionam um maior contato com a
natureza (caminhar nas trilhas e observar os elementos da natureza), são as preferidas dos
entrevistados, somando em conjunto 77%, já aquelas diretamente ligadas a ações de
degradação do PAB (caça, pesca e outras) são as de menor preferência, representando em
conjunto apenas 23%. A atividade de tomar banho nos lagos é definida como de degradação
pelo fato de estar sempre associada à pesca.
Com os resultados da Tabela 03, percebe-se que são grandes as chances de sucesso de
programas de educação ambiental que vise proporcionar o reencontro e o retorno dos
indivíduos envolvidos com a natureza [18] uma vez que as mínimas ações de sensibilização,
como observar os elementos da natureza e caminhar nas trilhas, são atrativos para os
indivíduos da área.

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Tabela 03 – Respostas relacionadas às atividades preferenciais dos moradores da comunidade Moça Bonita durante as visitas ao PAB.
ATIVIDADE FREQUÊNCIA DAS RESPOSTAS
Observar os elementos da natureza (animais, 55%
plantas ...)
Caminhar nas trilhas 22%
Tomar banho 11%
Colher frutos -
Pescar 6%
Caçar -
Outras 6%

Na tabela 04 é apresentado o resultado das respostas ao questionamento que


objetivava analisar o comportamento dos entrevistados num possível encontro com animais
(mamíferos, aves e répteis) do PAB. A partir desta tabela foi possível verificar que: a maior
parte dos entrevistados disse que não perturbaria os animais; as aves, com 32%, seguido dos
mamíferos, com 16%, são os animais mais preferidos pelos moradores para serem criados em
cativeiro, como animal de estimação; um número significativo de entrevistados, 16%,
afirmam que se encontrassem um réptil o matariam, o que é justificável pelo fato de répteis,
como a cobra, estarem sempre associados a animais que oferecem risco aos humanos (Figura
08 e Tabela 05); e, os mamíferos e as aves são os mais suscetíveis a caça, uma vez que para
cada um desses grupos, 4% dos entrevistados afirmaram que os matavam para comer.

Tabela 04 – Comportamento dos moradores da comunidade Moça Bonita frente a um possível encontro com três grupos de animais do PAB.
COMPORTAMENTO
CLASSE Não Leva para casa como animal Mata para
Vende Mata
perturba de estimação comer
MAMÍFEROS 80% 16% - - 4%
AVES 64% 32% - - 4%
RÉPTEIS 84% - - 16% -

28%

Ausência
Presença
72%

Figura 08 – Respostas dos moradores da comunidade Moça Bonita sobre a existência ou ausência no PAB de animais que
oferecem perigo ao homem.

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Tabela 05 – Relação de animais tidos como perigosos ao homem.
ANIMAL FREQÜÊNCIA DAS RESPOSTAS
Cobra 69%
Onça 16%
Jacaré 5%
Poraquê 5%
Aranha 5%

Esses dados confirmam a necessidade de um programa de educação voltado à


conservação da fauna do PAB, onde seja discutido a criação de animais silvestres em
cativeiro e a caça exercida sobre a fauna do PAB. Além de desmistificarem alguns conceitos
como os que apontam os répteis como animais prejudiciais ao homem.
Um outro fato de grande importância a destacar é que 100% dos entrevistados acham
importante conservar o PAB e a grande maioria, 60%, mostrou-se disposto a se manifestar
positivamente diante da observação de ações de caça na área do PAB (Tabela 06).

Tabela 06 – Comportamento dos moradores da comunidade Moça Bonita ao observarem caça na área do PAB.
COMPORTAMENTO FREQÜÊNCIA DAS RESPOSTAS
Não faz nada 40%
Informa e conscientiza a pessoa que o que está 28%
fazendo é proibido
Avisa o BPA 32%

Na Tabela 07 são apresentas as respostas dos entrevistados sobre a importância de


conservação do PAB. As respostas demonstram que a população compreendem que o PAB é
importante tanto para o bem-estar de sua comunidade, como para a conservação dos recursos
naturais nele existente.

Tabela 07 – Relação de justificativas sobre a importância da conservação do PAB apresentada pelos moradores da comunidade Moça
Bonita.
RESPOSTAS FREQÜÊNCIA
É um importante espaço de lazer 24%
Garante a sobrevivência dos animais que vivem na área 17%
Protege os lagos Bolonha e Água Preta 13%
Beneficia os moradores da área: melhora o ambiente e purifica o ar. 13%
Permite o contato com a natureza 10%
É um importante espaço de preservação da natureza 10%
Possibilita o conhecimento da natureza 7%
Garante a preservação da vegetação 3%
Proporciona um bem-estar para os moradores do entorno 3%

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CONCLUSÕES

Sobre o PAB, foram realizados levantamentos dos registros dos animais introduzidos
e o destino dos mesmos, entrevistas com os responsáveis pelo BPA e aplicação de
questionários na comunidade Moça Bonita, levando as seguintes conclusões:
1. Foram introduzidos no PAB, entre maio de 1994 a maio de 2003, 2472 animais de
diferentes espécies da fauna silvestre da Amazônia, sendo a maioria aves (65,4%), seguido de
répteis (27,7%) e mamíferos (6,9%) .
2. Aproximadamente foram introduzidas 49 espécies de aves, 12 espécies de répteis e
17 espécies de mamíferos. Destas espécies, não estavam catalogadas como pertencentes à
fauna do PAB 27aves, 07 répteis e 05 mamíferos.
3. O principal destino das aves foi à liberação na área da Pirelli, dos répteis a maioria
das vezes foram soltos no PAB e na APA-Belém, e dos mamíferos foi à doação para
instituições de pesquisa.
4. Há necessidade da realização de levantamentos qualitativos e quantitativos da fauna
do PAB e áreas adjacentes (APA-Belém e Pirelli), sobretudo para os grupos de mamíferos,
aves e répteis em virtude da soltura. Além de monitoramento das espécies não catalogadas
para o PAB e que foram introduzidas em sua área, procurando verificar se elas estão de
alguma forma alterando os processos naturais do ecossistema local.
5. O nível de conhecimento da população da comunidade Moça Bonita com relação ao
PAB é relativamente pouco, porém a maioria já realizou visitas no local, mas com pouca
freqüência, cujo objetivo principal era a observação da natureza. A maioria desta população
acredita que é importante a conservação do PAB pelo fato dele servir como um espaço de
lazer, mas um número significativo de pessoas relacionou a importância da preservação do
PAB à sua função de garantir a conservação dos animais que vivem em sua área.
6. A ausência de programas de gerenciamento ambiental e a falta de programas de EA
que conscientizem a população do entorno do PAB, contribuem para que esta UC não
desempenhe plenamente a sua função de conservação da fauna.
7. É necessário se iniciar um programa de EA com as comunidades do entorno do
PAB, transformando-o em uma escola de informação sobre a Amazônia, contribuindo tanto
para o aumento da consciência ecológica como possibilitando a melhoria da qualidade de
vida dos moradores. Ademais, a participação deles em projetos educativos poderá aumentar a
sua percepção sobre a importância do PAB e torná-los defensores desta área.

Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 4, abril 2004


PALAVRAS CHAVES

Amazônia, Parque Ambiental de Belém, Conservação de fauna e Educação


Ambiental.

AGRADECIMENTOS

Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Conselho


Nacional de Pesquisa (CNPq) que financiou a pesquisa deste trabalho.

Aos responsáveis pelo Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) da Polícia Militar


do Pará, pelo fornecimento dos dados deste trabalho.

Aos moradores da comunidade Moça Bonita pela boa receptividade por ocasião da
aplicação dos questionários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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PARÁ. SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO
AMBIENTE – SECTAM. 1992. Anais do Seminário Internacional sobre Meio
Ambiente, Pobreza e Desenvolvimento da Amazônia. Belém: PRODEPA. 393p.

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estado atual do conhecimento. São Paulo: Contexto. 176p.

[3] IBAMA. 2002. GEO BRASIL 2002 – Perspectivas do Meio Ambiente no


Brasil. Brasília: Edições IBAMA. 440p.

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Extinção. Disponível em: www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/lista.html. Copiado em:
21/07/2003.

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Janeiro: IBGE.

[8] MCGRATH, D. G. 1997. Biosfera ou Biodiversidade: uma avaliação crítica do


paradigma da biodiversidade. In: XIMENES, T. (Org.). Perspectiva do
Desenvolvimento Sustentável (uma contribuição para a Amazônia 21). Belém:
UFPA/NUMA/UNAMAZ. p 33-69

[9] MMA. 2002a. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –


SNUC: lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; decreto nº 4.340, de 22 de agosto de
2002. 2.ed. aum. Brasília: MMA/SBF. 52p.

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[10] DOUROJEANNI, M.J. & PÁDUA, M.T.J. 2001. Biodiversidade: a hora
decisiva. Curitiba: Editora da UFPR. 308p.

[11] MMA. 2002b. Áreas Protegidas no Brasil. Disponível em: www.mma.gov.br.


Copiado em: 28/12/2002.

[12] SECTAM. 2002. Unidades de Conservação Federais, Estaduais e Municipais


do Estado do Pará. Disponível em: www.sectam.pa.gov.br. Copiado em:
16/10/2002. 5p.

[13] PARA. 1994. Secretaria de Estado de Ciencia, Tecnologia e Meio Ambiente.


Parque Ambiental de Belém: plano de manejo. Belem: SECTAM. 86p.

[14] PARA. 1999. Secretaria de Estado de Ciencia, Tecnologia e Meio Ambiente.


Parque Ambiental de Belém: plano de interpretação ambiental. Belem:
SECTAM. 69p.

[15] PMB - PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM. 2000. Formas de


apropriação e uso do território (coleções mapas de Belém). Belém:
CEGEP/FUNPAPA.

[16] SECTAM, 2003. Parque Ambiental de Belém. Disponível em:


http://www.sectam.pa.gov.br. Copiado em: 13/08/2003.

[17] PÁDUA, S.M. 1997a. Uma pesquisa em educação ambiental: a conservação


do mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus). In: VALLADARES-PADUA, C.
& BODMER, R.E. (org.). Manejo e conservação da vida silvestre no Brasil. Brasília:
CNPq / Belém: Sociedade Civil Mamirauá. p 34-51

[18] PÁDUA, S.M. 1997b. Cerrado casa nossa: um projeto de educação ambiental
do Jardim Botânico de Brasília. Brasília: UNICEF. 35p

[19] IBGE. 2001. Censo demográfico 2000: características da população e dos


domicílios – resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE.

[21] RENCTAS. dt. ind. 1º Relatório nacional o tráfico de animais silvestres.


Brasília: RENCTAS.

[22] SOORE, P.S. & M.R. STANLEY PRICE. 1999. Animales confiscados vivos:
qué opciones hay para su ubicación? In.: FANG, T.G.; MONTENEGRO, O.L. &
BODMER, R. Manejo y conservación de fauna silvestre en America Latina. La Paz –
Bolivia: Editorial Instituto de Ecología. p. 63-68

[23] FERNANDES, F.A. dos S. 2000. O poema imperfeito: crônicas de biologia,


conservação da natureza, e seus heróis. Curitiba: Editora da UFPR. 260p

Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 4, abril 2004

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