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| A Diferença entre o Fruto do Trigo e o da Figueira |

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Você já observou a diferença entre o fruto do trigo e o da figueira? A Bíblia usa a figueira
para representar Israel e, o trigo para descrever os cristãos. A figueira tem raízes muito
profundas. O povo de Israel recebeu a bênção divina, mas toda essa bênção está
relacionada com esta Terra; é como suas raízes estivessem muito presas a esta Terra; a
Terra é a porção deles. Mas como é a raiz do trigo? O trigo é uma planta anual; é uma
planta muito frágil, a qualquer momento pode ser arrancada. Essa planta está sempre
pronta para ser separada da terra.

Os descendentes celestiais de Abraão receberam as bênçãos celestiais. Eles são como a


figueira. Nós, porém, nada temos além do Senhor, nós recebemos as bênçãos celestiais
porque somos como o trigo. O trigo não tem raízes profundas, a qualquer momento pode
ser arrebatado. O arrebatamento é o futuro do trigo. Quando o trigo será
arrancado? Quando estiver maduro. Outra característica interessante sobre a vida do trigo
é que ele morre da espiga para baixo. Quando está maduro, o caule e a raiz morrem.
Quando o fruto está maduro, ou seja, quanto mais você amadurece diante do Senhor,
mais e mais você vai se desprendendo deste mundo.

Essa é a natureza do arrebatamento. Então, não provoque desavenças com os pré-


tribulacionistas nem com os pós-tribulacionistas. O importante é que fomos criados para o
arrebatamento. E o trigo possui uma vida tal que faz com que mais e mais morramos para
o mundo. Quanto mais mortos para o mundo, mais vivos para o céu. Quando o trigo
cresce e chega à maturidade, quanto mais ele amadurece, mais ele reclina a cabeça. O
joio, entretanto, é diferente. À medida que o tempo passa, o joio fica cada vez mais rijo. É
por isso que o Senhor disse para deixá-los crescer juntos. O Senhor nos semeou neste
mundo. O trigo cresce sob a luz intensa do sol; sol após sol. E, ao absorver a luz que vem
do sol, pouco a pouco o trigo vai amadurecendo. Então, quando o fruto está maduro,
imediatamente a foice vai fazer o seu trabalho. O momento da ceifa chegou, o
arrebatamento vai acontecer.

Esse é o futuro da vida cristã. E, por essa razão, a Bíblia diz que a ceifa é a consumação
do século. Nós, cristãos, temos uma história um futuro. Quando chegamos à última página
da história deste mundo, nos deparamos com o futuro do mundo. Mas, o Senhor
realmente semeou a Sua semente neste mundo e deixou o trigo crescer. E esse trigo
também tem a sua própria história. Ele vai crescer junto com o joio. Quanto mais o trigo
amadurece, mais ele morre para o mundo. Quanto mais os cristãos caminham para a
maturidade, mais eles se tornam humildes.

Autor: Christian Chen


Extraído do livro Grandes Profecias da Bíblia – Edições Tesouro Aberto
A revelação de Cesaréia de Filipe

O Senhor escolheu cuidadosamente o tempo e o lugar em que os seus discípulos teriam que
receber a revelação maior.

Christian Chen

Leitura: Mateus 16:13, 16-18, 21, 24, 28.

Dos 28 capítulos de Mateus, o capítulo 16 é um dos mais importantes, porque nele podemos
receber a completa revelação de Cristo. Aqui encontramos quatro das maiores verdades de
toda a Bíblia.

Mas antes do Senhor querer revelar a sua verdade aos seus discípulos, ele guiou-os a um
determinado lugar: Cesaréia de Filipe. No entanto, não só o lugar deveria ser apropriado, como
também o tempo deveria ser preciso.

O tempo preciso

Até este momento os discípulos tinham estado com o Senhor em torno de três anos; seis
meses mais tarde o nosso Senhor estaria na cruz.

Eles aprenderam muitas coisas aos pés de Cristo. No entanto, no mais profundo do coração,
ele tinha um segredo que queria lhes revelar. Estava esperando que eles pudessem
amadurecer, que pudessem crescer e estar em condições de receber esta revelação. Ele sabia
muito bem que quando eram muito jovens, eles estavam muito centrados em si mesmos.

É o mesmo que ocorre conosco. Quando somos meninos em Cristo, descobrimos que o
Senhor derrama bênção após bênção. Verdadeiramente isto é maravilhoso. É uma etapa pela
qual todos devemos passar. É o começo do nosso caminhar com o Senhor.

No entanto, no seu íntimo, o Senhor esperava abrir o seu coração para que os seus discípulos
conhecessem o eterno propósito de Deus. Por muitos anos, ele teve este segredo guardado
em seu coração. Em muitas ocasiões, quando ele estava a ponto de revelá-lo, descobria que
eles ainda não estavam preparados para recebê-lo. Mas neste momento restavam só seis
meses de permanência do Senhor na terra. Ele estava preparado para tomar o caminho da
cruz, onde morreria por nós.

Mas antes ele queria abrir o seu coração para lhes revelar o segredo que teve guardado desde
a fundação do mundo. No começo, chamou-os para que o seguissem. Mas na realidade, o
propósito principal do seu chamado era que um dia os seus discípulos estivessem capacitados
para compartilhar o seu segredo. Para esse momento o Senhor preparou um lugar muito
importante: Cesaréia de Filipe.

O lugar preciso
E onde se encontra Cesaréia de Filipe? Se vocês conhecem geografia bíblica, saberão que na
parte norte de Israel há um monte muito alto chamado Hermom. Todos podem ver este monte
da terra de Canaã. Quando a Bíblia se refere a ele sempre se refere a uma vida ascendente, à
vida em um plano superior. E sempre é associado com os lugares celestiais. O distrito de
Cesaréia de Filipe se encontra aos pés do monte. É uma área preciosa. Ali havia muitos
cervos. O Salmo 42 foi escrito aqui: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim
clama por ti, Oh Deus, a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando
virei, e me apresentarei diante de Deus?”. Esses cervos desejavam águas vivas, onde podiam
achá-las?

Esta área está muito próxima do Mar da Galiléia, para o norte. Em Isaías 9:1 lemos: “Mas não
haverá sempre escuridão para a que está agora em angústia, tal como a aflição que lhe veio no
tempo que levianamente tocaram a primeira vez à terra de Zabulom e à terra de Naftali; pois ao
fim encherá de glória o caminho do mar, daquele lado do Jordão, na Galiléia dos gentios”.

Esta é uma profecia maravilhosa. Um dia, o Messias viria, e ele faria deste lugar –o mar da
Galiléia– o centro da sua obra. “O povo que andava em trevas viu grande luz; os que moravam
na terra da sombra de morte, luz resplandeceu sobre eles”. Por que diz “terra de sombra”?
Porque essa era uma zona de vulcões. Toda a terra nesse lugar é de uma cor escura, e por
isso absorve muito a luz solar. Por essa razão, também o trigo cresce muito rapidamente,
porque recebe muita energia do sol. Por isso, quando os sacerdotes ofereciam as primícias no
templo, eles tinham muito claro que os primeiros frutos vinham da terra da Galiléia. Se você
olhar à distância todas as casas estão construídas com rocha escura. Quando o Senhor estava
em Cafarnaum, ou no mar da Galiléia, olhando à distância via uma terra escura. É a “terra de
sombra”.

Agora entendemos por que “o povo que andava em trevas viu grande luz”, e “os que moravam
na sombra da morte, luz resplandeceu sobre eles”. Esta profecia em particular se cumpriu
quando o Senhor veio ao mundo. A Palavra se fez carne. Por um ano e meio ele caminhou
naquele lugar da terra.

Isto é o que estava por trás da passagem de Cesaréia de Filipe. Se vocês forem a essa região,
irão a uma zona de vulcões, o qual fala de uma tragédia que ocorreu há muitos anos. Muitas
vidas foram destruídas. No entanto, o que ficou disso foi uma boa terra. E é por isso que
podiam ter as primícias ali. A melhor terra é a que está naquele lugar.

Mas mais que isso: em Cesaréia de Filipe encontramos o nascimento do rio Jordão. Todos
sabem que esse rio flui do norte para o sul. Pelo lado oriental, flui do monte até o Mar da
Galiléia, e depois continua avançando até o Mar Morto.

Quando chega ao mar, perto de Jericó, o rio está em sua parte mais baixa. Por causa do rio
Jordão ser um rio de curvas, carrega muito sedimento. Quando você está perto do Mar Morto,
já não é cristalino; torna-se escuro porque carrega muito barro.

Lembro-me que a primeira vez que fui a Jericó, cruzamos o Jordão. Fizemo-lo da mesma forma
que Israel fez na antiguidade. Íamos com muitas expectativas porque esperávamos que o
Jordão fosse como o rio Amazonas, largo e caudaloso. Especialmente quando estudamos a
Bíblia, pensamos que o Jordão deve ser um rio maravilhoso. Mas para a nossa surpresa,
quando o guia nos disse que estávamos chegando e que íamos cruzá-lo, vimos que é muito,
muito estreito. Provavelmente é como um terço do rio Mapocho, que cruza a cidade de
Santiago. Imaginem quão desiludidos ficamos.

Na realidade, a razão disto é muito simples. Nos tempos da Bíblia era um rio maravilhoso. Mas
porque Israel se rebelou contra Deus eles caíram sob juízo, então a terra ficou desolada.
Sabemos que a história de Israel está conectada com esse pedaço de terra. Então não
deveríamos nos surpreender em nos desiludir com o rio Jordão. Mas se formos à fonte do rio, à
zona de Cesaréia de Filipe, veremos algo muito distinto. Ali não há barro, inclusive podemos
ver o fundo, e os peixes nadando em suas águas. Ali no começo, a nossa visão se torna muito
clara. Tudo é tão puro. Quando seguimos o curso do Jordão para baixo, até o Mar Morto, então
não encontramos nenhum tipo de vida. Tudo é escuro, barroso. Não vemos nada
absolutamente.

Amados irmãos e irmãs, isto é assim também na história da igreja. No dia de Pentecostes a
palavra de Deus era tão pura, tão clara, mas agora que chegamos ao século XXI, este rio
correu por mais ou menos dois mil anos. Quando chegamos à parte mais baixa, tudo se torna
escuro. Agora entendemos por que o Senhor levou os seus discípulos à fonte do rio, a
Cesaréia de Filipe. Porque aí era onde ele queria revelar-se a si mesmo. Era algo que estava
no coração de Cristo, e também no coração de seu Pai celestial.

Somente na fonte do rio se tem uma visão clara. Ali nada é opaco; tudo se vê claramente; mas
se seguirmos rio abaixo, se seguirmos o caminho, inclusive o mundo cristão é confuso e pouco
claro.

Quatro grandes verdades

Se nós lermos todo este capítulo veremos que o Senhor está a ponto de revelar-se a si mesmo.
O que o Senhor quis revelar?

Das principais verdades da Bíblia, estas quatro são as fundamentais da vida cristã, da vida de
igreja. Sem esta revelação, vamos nos dispersar. Por que hoje vemos a ruína do testemunho
de Deus? Porque quando perdemos a visão somos dispersados. Somente a visão pode fazer
que estejamos juntos novamente. Agora entendemos por que o Senhor tinha que levá-los a
região de Cesaréia de Filipe.

Se lermos todo o capítulo, veremos que o Senhor vai entregar quatro revelações principais.
Quais são? Permitam-me resumi-las: Primeiro, Cristo; segundo, a igreja; terceiro, a cruz, e
quarto, o Reino. Se lermos este capítulo, encontramos que isto é algo que sempre está no
coração do nosso Senhor. Se estudarmos toda a Bíblia, encontramos que toda a Bíblia aponta
para estas quatro verdades principais.

Vocês sabem a respeito de Cristo? Sim; sabemos a respeito de Cristo como nosso Salvador.
Mas sabem que Cristo é seu Mestre? Vocês sabem que Cristo é a Cabeça do corpo que é a
igreja? Hoje em dia muitos cristãos conhecem algo a respeito de Cristo, mas viram a Cristo no
Espírito? Está revelado Cristo em seu espírito? Hoje em dia as pessoas sabem algo a respeito
de Cristo, mas a visão não é clara, é pouco transparente.

Nesse caso, o que acontece com a igreja? Que medida sabemos a respeito da igreja? Muitos
pensam que a igreja é um edifício. Por isso costumam dizer: “Deixei meu guarda-chuva na
igreja”. Mas se a igreja for o corpo de Cristo, como é possível que possamos deixar o livro ou o
guarda-chuva na igreja? Agora entendem como no dia de hoje estamos na parte mais baixa do
rio. Em vinte séculos muitas mãos se introduziram na palavra de Deus. Então o rio é escuro.
Por isso, não devemos nos impressionar que hoje em dia, se seguirmos o curso das águas,
constatarmos que não sabemos nada a respeito da igreja.

Quanto sabemos a respeito da cruz? Muitos conhecem a respeito da cruz porque carregam
uma cruz de madeira como um adorno. Vocês sabem que o caminho da cruz é o caminho para
a colheita. O caminho da cruz sempre nos leva para a glória. Como podemos ser
transformados à glória de Cristo? Como podemos estar juntos em unidade? O segredo é a
cruz. Qual a medida que temos à respeito do caminho da cruz? Estamos preparados para
tomar a cruz e seguir ao nosso Mestre? Estamos preparados para nos negar completamente
todo o tempo? Hoje em dia, quando falamos a respeito da cruz, também é algo muito vago.
Tocamos alguns pontos, mas nunca estamos claros. O mesmo é sobre o Reino. Que tanto
sabemos sobre o Reino? Quando chegamos ao século XXI, chegamos à parte mais baixa do
rio Jordão.

Como podemos estar claros da vontade de Deus? Por essa razão o Senhor levou os seus
discípulos à região de Cesaréia de Filipe. Irmãos e irmãs, o caminho para que possamos
continuar é sempre voltar para a Bíblia, ao começo, à fonte do rio. Só na região de Cesaréia de
Filipe receberemos uma revelação do nosso Deus. Sinto que isto é muito, muito importante.

Um dia alguns perguntaram ao nosso Senhor por que Moisés permitiu que houvesse cartas de
divórcio. Vocês sabem o que ele lhes respondeu? Que isto era somente a vontade permissiva
de Deus, mas não o eterno propósito de Deus. Qual é o eterno propósito de Deus? O Senhor
disse: “Não era assim no princípio”. Os seus corações estavam endurecidos, por isso lhes
permitiu fazer isso. Mas se formos filhos obedientes, não estaremos satisfeitos apenas com a
vontade permissiva de Deus: devemos procurar a eterna vontade de Deus. Qual é a eterna
vontade de Deus, a vontade do começo? Por isso é que o Senhor levou os seus discípulos à
região de Cesaréia de Filipe.

O mistério de Deus: Cristo

Em Mateus 16 vemos que primeiro o nosso Senhor perguntou aos discípulos: “Quem dizem os
homens que é o Filho do Homem?”. Então Pedro respondeu. Pedro era representativo de toda
a igreja. Ele fez uma grande confissão; a maior confissão em toda a história da Humanidade.
Não é simplesmente a confissão de Pedro. É a confissão de vocês e a minha também. Ele
disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”. E o que o nosso Senhor respondeu? “Bem-
aventurado sois, Simão, filho de Jonas, porque não te revelou isso carne nem sangue, mas
meu Pai que está nos céus”. Como é que Pedro pôde chegar a saber que Jesus era o Cristo?
Não foi dado pela carne e o sangue. Segundo nosso Senhor, foi o Pai celestial quem revelou
Cristo a Pedro.

O que isso significa? Que no coração de Deus havia um segredo. Esse segredo tinha estado
escondido desde antes da fundação do mundo. Nosso Deus o tinha guardado por séculos.
Pensem a respeito disto: Que privilégio Pedro teve! Agradou ao Pai lhe revelar a Cristo. Aqui
temos a primeira revelação. Cristo está conectado ao coração de Deus. Não devemos nos
impressionar que Paulo tenha dito que Cristo é o mistério de Deus. Quer dizer que Deus tinha
um segredo, e que um dia ele abriu o véu e essa revelação foi dada a Pedro, e também é
revelada a todos nós neste dia. Por isso o Senhor disse a Pedro: “Bem-aventurado sois!”,
porque realmente é uma bênção maravilhosa. Não é simplesmente como ter um bonito
automóvel ou uma casa; aqui nos diz que se nós recebermos esta revelação seremos bem-
aventurados. O nosso Senhor disse a Pedro: “É meu Pai celestial quem te revelou este
segredo”. Este é o começo da revelação.

Lembrem: se realmente vemos algo da Bíblia; se realmente recebermos uma revelação (a


primeira revelação), somos capazes de tocar o coração de Deus. Agora nos tem aberto o seu
coração, e vemos o segredo que há no coração de Deus. Este é chamado o mistério de Deus:
Cristo. Mas isso é só o começo.

O mistério de Cristo: a igreja

O que diz o Senhor no versículo 18? “E eu também te digo ...”. Se o Pai revelou a seu Filho,
isso é uma revelação maravilhosa, mas isso não é suficiente. O Senhor nos diz: “Não só meu
Pai tem um segredo; eu também tenho um segredo para ti. Deus te revelou este segredo a ti,
agora eu vou te revelar o meu segredo a ti”. Por isso o Senhor disse: “E eu também te digo...”.
Por um lado temos o segredo do Pai, o mistério do Pai. Mas a revelação do Pai é só a metade
da história. Este universo tem um segredo –Cristo–, mas graças ao Senhor, ele vai revelar a
outra metade: “Sobre esta rocha eu edificarei a minha igreja”. Vêem isso? O segredo de Deus é
Cristo; mas o segredo de Cristo é a igreja. Por isso é que Cristo diz: “E eu também te digo,
sobre esta rocha edificarei a minha igreja”. É muito interessante.

Quando o Senhor disse esta frase, provavelmente eles estavam em um lugar alto de Cesaréia,
na base do monte Hermom. Inclusive hoje em dia podemos ver que ali há uma rocha muito
grande. Essa cidade foi construída rodeando essa rocha.

Quando o Senhor disse a Pedro: “Sobre esta rocha edificarei a minha igreja”, é obvio que esta
rocha se refere a ele mesmo. Não há duvida a respeito disso. Mas o Senhor também utiliza
uma ilustração, porque os seus olhos vêem uma rocha aos pés do monte Hermom. “vou
edificar a minha igreja sobre esta rocha”. Como Cristo edifica a sua igreja? Aí descobrimos a
forma em que Cristo edifica a sua igreja – é através do caminho da cruz. Por isso disse: “Sobre
esta rocha”.

Os discípulos viam a corrente do Jordão, mas como podia fluir? A neve do cume se derretia e a
água fluía até a base do monte. Os cervos viam a água e bramavam por ela, mas a grande
rocha se convertia em um paredão que impedia o curso da água. Então como era possível que
os discípulos vissem a fonte deste rio?

A Rocha ferida

Muitos anos atrás, Deus fez o mundo tremer, então o vulcão fez erupção, e essa rocha que
estava ali desde há muitos anos –segundo os geólogos, esta rocha é a mais antiga da terra de
Canaã–, essa rocha se abriu, e então a água pôde passar. Aí começou o rio Jordão. Desta
forma, a sede dos cervos podia ser saciada.

Amados irmãos e irmãs: Esta é a história da cruz. Vocês se lembram quando o Senhor disse:
“Deus, meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Jesus tomou a sua posição e a minha
posição. Todos os nossos pecados estavam sobre ele. Você conhece a cor do pecado?
Quando o Pai celestial, o Pai santo, viu o seu Filho na cruz tomando o seu pecado e o meu
pecado sobre si mesmo, a vara da ira de Deus caiu sobre o nosso Senhor Jesus. Essa vara
devia cair sobre nós, porque nós somos os pecadores, não Jesus Cristo. Mas porque ele ama a
ti e me ama, e porque todos os nossos pecados estavam sobre o nosso Senhor Jesus, e
porque Deus é um Deus de justiça, foi por causa disso, que a vara da ira de Deus caiu sobre o
nosso Senhor.

Então, Cristo, a Rocha dos séculos, nesse momento foi partida. Do lado do Senhor Jesus
brotou sangue e água. Tal como Adão quando estava dormido, Deus tirou algo do seu lado, e
Eva foi edificada. É a mesma história. Quando o nosso Senhor Jesus morreu por nós na cruz, a
igreja foi tirada do seu lado.

Se realmente vemos a igreja, nunca poderemos separar a Cristo da cruz. Pedro disse ao
Senhor: “Não o faça”. O que Pedro queria? Ele queria a Cristo, mas sem a cruz. Ele confessou
a Jesus como o Cristo. A sua mentalidade era uma mentalidade judia. Cristo deveria estar na
glória; mas não ir para a cruz. O que ele queria era Cristo, mas sem a cruz. Isso é impossível.
O Senhor disse: “Sobre esta rocha edificarei a minha igreja”. Entendem agora? Cristo sempre
está com a cruz. Sempre é através da cruz. A partir daí é que nasce a igreja, e é edificada. Não
só Cristo, mas também a igreja e a cruz.

A cruz e o reino

Por essa razão, não podemos pregar somente a Cristo, ou não podemos apenas falar da igreja
de Cristo. Como é que Deus vai cumprir o seu propósito? O segredo, o caminho, é a cruz. Se
não houver cruz, não há colheita. Se não houver cruz, não há edificação da igreja. Hoje
podemos ter uma congregação de dez mil pessoas, mas a realidade da igreja não está aí. O
que é a igreja de Cristo? Não simplesmente Cristo em ti; não somente a bênção de Cristo. Não
somente isso: é o trabalho da cruz. Não é somente Cristo em ti e Cristo em mim, mas também
a cruz vai tocar a ti e a mim. Isso é Cristo. Alguns somente conhecem as adições, mas não
conhecem as subtrações. Isto é o que hoje em dia faz a cruz. Se realmente formos zelosos
pelo Senhor, se a igreja vai ser edificada desta forma, descobriremos o trabalho da cruz.
Trabalhará muito profundamente em cada um de nós. Finalmente descobriremos que a igreja
está sendo edificada.

Devido ao trabalho da cruz, você já não está no trono. Algumas vezes temos a tendência,
quando a igreja se reúne, de nós sentarmos no trono, em vez de deixar Cristo ali. O trabalho da
cruz sempre nos destrona, com um propósito: que Cristo esteja no trono. Quando vemos que
Cristo está em seu trono, esse é o reino dos céus que está mencionado neste capítulo. Se
realmente vivermos a vida de igreja de acordo ao propósito de Deus, todos nós, inclusive os
líderes, irão ser destronados, para que somente Cristo fique no trono. Então vemos o reino de
Deus.

Agora vemos a conexão destas quatro verdades: Cristo, a igreja, a cruz, e o Reino. Finalmente,
o propósito de Deus vai poder levar-se a cabo. Hoje em dia devemos ser levados a fonte da
sua revelação. Retornemos ao começo, à fonte do rio. Então veremos que a revelação é muito
clara para nós. Não somente Cristo, mas também a igreja, a cruz e o Reino.
A segunda geração
Como assumir o legado e enfrentar os novos desafios.

Christian Chen (USA)

Leituras: Esdras 1:1-3, 5; 2:1-2; 7:1, 6-7.

Estas são algumas importantes porções do livro de Esdras, e sabemos que, na história de
Israel, isso ocorreu 500 ou 600 anos antes de Cristo. O povo de Israel tinha sido levado cativo
para a Babilônia, e segundo a profecia de Jeremias, eles permaneceriam na Babilônia por
setenta anos, e em seguida retornariam a Jerusalém.

Quando lemos Esdras capítulo 1 vemos que, depois de setenta anos, o espírito do povo de
Israel foi despertado, e muitos quiseram retornar a Jerusalém e reconstruir o templo de Deus.
Durante setenta anos, o templo esteve em ruínas, e Jerusalém era uma cidade vazia. Então,
umas cinqüenta mil pessoas, sob a condução de Zorobabel, retornaram a Jerusalém, e
edificaram primeiro o altar, sobre o fundamento original, e em seguida reconstruíram o templo.
Este é o contexto quando lemos os capítulos 1, 2 e 3.

Quando Israel foi levado cativo para a Babilônia, Nabucodonosor sitiou a cidade de Jerusalém
e a queimou, e no templo não deixou pedra sobre pedra. Este fato deu origem ao maravilhoso
livro de Lamentações. Quando o rei Nabucodonosor tomou a cidade e lhe pôs fogo, segundo a
tradição dos judeus, Jeremias estava escondido em algum lugar perto do Gólgota –onde mais
tarde Jesus morreu na cruz– de onde podia ver a porta de Damasco. E quando toda a cidade
estava em chamas, o fogo celestial estava nos ossos de Jeremias, e então o profeta chorou, e
escreveu o livro de Lamentações. Jeremias chorou sobre Jerusalém.

Qual é o significado de Jerusalém? Na Bíblia, sempre Jerusalém fala do testemunho de Deus,


porque dentro da cidade estava o templo, que representa a presença de Deus. A razão pela
qual Jerusalém é uma cidade única é porque ali está o templo de Deus. A cidade de Jerusalém
representa o testemunho de Deus, e o templo representa a presença de Deus. Então, o
testemunho de Deus é derivado da presença de Deus. Este é um princípio muito importante.

Agora, no princípio, no tempo de Salomão, quando o templo e a cidade estavam nos dias de
glória, a presença de Deus estava ali, o testemunho de Deus estava ali. Essa era a visão do
povo de Israel. Mas, por desgraça, eles falharam para com Deus e adoraram aos ídolos, e
Deus permitiu então que Nabucodonosor sitiasse a cidade, e fossem levados cativos para a
Babilônia.

Do templo não ficou pedra sobre pedra. O povo de Israel foi como uma árvore desarraigada e
levada a um lugar muito remoto: Babilônia. Conforme profetizou Jeremias, eles permaneceriam
ali durante setenta anos, e depois retornariam a Jerusalém.

A igreja cativa na Babilônia

Por que falamos a respeito disto? Porque, se estudarmos a história da igreja, veremos
claramente que a igreja também esteve cativa na Babilônia. Babilônia significa confusão.
Quando os judeus estavam cativos e viviam na Babilônia, Jerusalém estava vazia, e a casa de
Deus em ruínas. Foi o tempo mais trágico na história de Israel. O testemunho de Deus estava
em desolação.

Mas Deus tinha lhes prometido que, depois de setenta anos, eles retornariam a Jerusalém.
Então, o testemunho de Deus seria restaurado. E antes que isso ocorresse, a casa de Deus
deveria ser reconstruída. Isto indica que devemos ter primeiro a presença de Deus, e em
seguida teremos o testemunho.

Faz muitos anos atrás na história, a igreja esteve cativa na Babilônia. Mas hoje, onde está o
testemunho? Onde está o testemunho coletivo? Primeiro, quando nos reunimos como igreja,
experimentamos a presença de Deus, e à partir dessa presença, será manifestada a glória e a
formosura de Cristo. Então o mundo saberá que há um candeeiro ali.

A igreja no começo era assim. Quando os santos se reúnem, essa é a casa de Deus; ali está a
presença do Senhor, ali o nome de Jesus é exaltado. Naquele lugar, quando a glória e a
formosura de Cristo se manifestam, as pessoas dirão: ‘Esse é o testemunho de Deus’. Por isso,
em Apocalipse, vemos sete igrejas na Ásia Menor, representadas por sete candeeiros.

Quando a igreja está em uma condição de normalidade, deveria ser assim. Em cada
localidade, em todo lugar, deveria ver-se o testemunho de Deus – o testemunho do Senhor em
Taipei, em Tóquio, em Seul, em São Paulo, em Santiago, em todo lugar. Esse é o propósito de
Deus. Mas se conhecermos a história da igreja, e observarmos ao redor o que ocorre em
nossos dias, veremos que a igreja foi de novo levada cativa para a Babilônia.

Babilônia significa confusão. Hoje em dia as pessoas estão confundidas a respeito da verdade
da igreja. Muitos dizem: ‘Deixei meu guarda-chuva na igreja’. Em sua mente, a igreja é um
edifício. Isto é uma confusão. Na Bíblia, a igreja é o corpo de Cristo. Como pode deixar seu
guarda-chuva no corpo? Alguns médicos incompetentes fazem isso: quando operam alguém,
deixam umas tesouras em seu interior. Isso é possível. Mas é impossível que você possa
deixar seu guarda-chuva no corpo de Cristo.

Agora sabemos por que muitos estão confundidos. As pessoas pensam que a igreja é uma
instituição. Quando chega à igreja, você sabe como se comportar, tem um programa, sabe
como cantar, sabe como orar, sabe que haverá uma mensagem. É um lugar de adoração, um
tipo de instituição. Alguém vai compartilhar a Palavra, alguém muito espiritual vai ler a Bíblia
para todos. Só tem que ir no domingo e escutar, e isso é tudo. Irmãos, tudo isso é confusão.

O que é a igreja? Sabemos que é o corpo de Cristo. Se for o corpo, cada membro deveria estar
funcionando. Entretanto, por que hoje, quando olhamos ao redor, descobrimos que só há um
ou dois membros ativos? De novo, isto é confusão. E muitas pessoas pensam que a igreja não
é nada mais que uma congregação. Agora, em essência, isso é verdade. Mas, quando todos
nos reunimos, devemos fazer algo. Se olharmos ao redor, vemos que há confusão. Outra vez,
a igreja foi levada cativa para a Babilônia.

Movimentos de restauração

Quando a igreja esteve na Idade Escura, foi assim. Mas, graças a Deus, porque Martin Lutero,
João Calvino, Zwinglio, aqueles grandes reformadores, realmente conduziram o povo de Deus
de volta a Jerusalém. Não mais confusão. Nos dias anteriores à Reforma, as pessoas vendiam
indulgências, não conheciam nem sequer a salvação, a Bíblia estava encadeada. Não é de
surpreender que a condição da igreja naquele tempo fosse de absoluta confusão.

Graças a Deus, por meio de Martin Lutero e esses maravilhosos servos de Deus, a igreja foi
conduzida de volta para Jerusalém, ao fundamento original. Eles reedificaram o altar e também
edificaram a casa. Graças a Deus, dessa forma, vemos que alguns retornaram para Jerusalém.
Agora estava novamente na presença do Senhor, e também no testemunho do Senhor.

Irmãos, na primeira geração, tudo estava muito bem, cheio de vida. Mas, na segunda geração,
perdeu-se gradualmente a visão. Agora guardavam a tradição. Na primeira geração, a taça de
bênção estava cheia; mas na segunda geração, só estava pela metade. Na terceira geração,
quase toda a bênção se foi: somente ficou a taça.

Mas o Senhor levantou outras pessoas, houve outro avivamento, outra primeira geração. Outra
vez retornaram a Jerusalém. Entretanto, quando a bênção se foi, a confusão chegou de novo.
Assim, o povo estava outra vez na Babilônia. Então, houve outro despertar – surgiu o grande
avivamento na Inglaterra.

Por meio de Martin Lutero, veio à justificação pela fé; por meio de John Wesley, a santificação
pela fé. Grandes avivamentos. Graças ao Senhor por tudo aquilo. Outra vez, por meio da
liderança de John Wesley, fomos conduzidos de volta para Jerusalém. Agora conhecemos
muito melhor a vontade de Deus. Não só conhecemos a posição da justificação pela fé.
Segundo essa posição, agora podemos viver uma vida de santificação. Agora produzimos os
frutos da santificação.

Irmãos, graças ao Senhor, devemos muito hoje a Martin Lutero, a John Wesley e muitos outros.
Graças a Deus, a primeira geração foi maravilhosa. A taça estava cheia. Mas quando
chegamos à segunda geração, só vemos a metade da taça. E na terceira geração, toda a
bênção já se foi.

Então, na Inglaterra, o Senhor levantou a John Nelson Darby e a George Müller. Graças a
Deus, outra vez retornamos a Jerusalém.

A primeira geração durou somente vinte anos, de 1828 a 1848. Aquele foi um maravilhoso
mover do Espírito Santo. Segundo um erudito chamado D.M. Panton, o movimento dos Irmãos
foi muito maior que o da Reforma. A Reforma foi possível não só devido à obra do Espírito
Santo, mas também com a ajuda dos príncipes e nobres alemães. Martin Lutero foi protegido
pelas armas carnais. Por isso houve tanto êxito. Mas se vermos o que o Senhor fez na
Inglaterra, este outro movimento foi maior; a sua influência é muito maior do que nós
imaginamos.

Deus fez uma obra maravilhosa, e assim outra vez o povo retornou para Jerusalém. Os
primeiros vinte anos foram anos de ouro, cheios de bênçãos. Os estudantes eram mestres dos
demais.

Isto ocorreu na primeira geração. Mas na segunda geração, foi só pela metade, e já estavam
guardando a tradição. No começo, há revelação direta de Deus. Tudo é vivo. Você percebe a
presença de Deus, e tem o testemunho. Mas ao chegar à terceira geração, a taça está vazia, e
agora vemos uma taça, duas taças, três taças. Hoje, se olhar ao seu redor, verá mais de mil
taças.
No princípio, cada taça tinha razão para gloriar-se, porque estava cheia de bênção. Mas
quando a presença de Deus se foi, o que eles tinham? Agora comparam as suas taças: ‘A
minha taça é melhor que a sua’. Agora estamos todos divididos. Irmãos, só há um corpo de
Cristo. No entanto, hoje, por que nós temos diferentes doutrinas, diferentes experiências;
diferenças culturais, diferenças de classes, tudo isso nos divide.

Lembre do nosso Senhor Jesus naquele ambiente alto. Ele orou três vezes. A primeira vez
orou por seus doze discípulos. «Pai ... que sejam um, como nós» (João 17:11). Em seguida,
ele orou pela igreja, «...para que sejam um, assim como nós somos um» (João 17:22). Por
quê? Nosso Senhor sabia muito bem. Ele é o Profeta; ele podia ver o futuro longínquo.

A solidão do Senhor

Antes de orar, o que o nosso Senhor disse aos seus discípulos? «Virá o dia em que todos
serão espalhados; cada um retornará para a sua própria casa, e eu ficarei só». O que significa
isso? Quando o nosso Senhor Jesus foi detido, os discípulos fugiram para salvar as suas vidas.
Pensa que o Senhor estava se referindo somente ao momento do Getsemani? Se for assim,
como explicar que cada um tinha ido para a sua própria casa?

Entre os doze discípulos, sabemos que só João tinha uma casa em Jerusalém. Por isso é que
Jesus encarregou a sua mãe, Maria, a João. O que significa isso então? Significa que aquela
profecia não só era aplicável ao primeiro século, não só aos doze discípulos. Segundo o nosso
Senhor, a igreja de Deus estaria espalhada: ‘Cada um de vocês tem a sua própria casa. Nessa
igreja se sente confortável, ou vai à outra igreja porque lá se sente mais confortável. Você tem
a sua casa, ele tem a sua casa, cada um tem a sua casa. Mas eu fui deixado só’.

Irmãos, hoje, quando vemos tantas divisões, quando vemos todos os filhos de Deus
espalhados, quem é o mais solitário? O Senhor disse ao povo de Israel quando chorou sobre
Jerusalém: «A sua própria casa». Quando o Senhor era um adolescente, aos doze anos de
idade, ele disse: «Eu não deveria estar na casa de meu Pai?».

Ele chamou o templo de Deus, a casa de seu Pai. Mais tarde, quando o Senhor chorou sobre
Jerusalém, ele disse: «Jerusalém, Jerusalém…». Ele se lembrou do pranto de Jeremias, e o
que disse? «Eu deixarei a sua casa deserta». Não disse «a casa de meu Pai». Irmãos, essa é
a confusão.

Hoje em dia, quando estamos todos divididos e espalhados, perguntamo-nos: O Pai celestial
responderá a oração do nosso Senhor: «Que eles sejam um, como nós somos um»?

Algumas vezes as nossas orações não são respondidas, e há alguma razão para isso. Mas,
pensa que é impossível para o Pai celestial negar a súplica que nosso Senhor fez antes de ser
crucificado. Ele orou por seus doze discípulos, e orou pela igreja em geral. Ele sabia que um
dia todos estariam espalhados. ‘Você tem a sua taça; eu tenho outra taça. Vejam a minha taça’.

Irmão, o que está mostrando a outros? Uma taça vazia? Uma instituição? Nada mais que uma
taça? Nada mais que uma organização? Nada mais que um programa? Nada mais que uma
prática? ‘Irmãos e irmãs, venham a nossa casa. Venham aqui, vão lá’. Agora estão todos
espalhados. Entretanto, o nosso Senhor Jesus disse: «Deixaram-me completamente sozinho».
Irmão e irmã, se seriamente ouvir o pranto do verdadeiro Jeremias, o seu coração terá que ser
comovido. Desejará retornar para Jerusalém. Eu penso que isso é o que o Senhor está fazendo
hoje em dia no Chile. Graças ao Senhor por esta terra. Este é o país mais comprido do mundo,
e quando vamos ao Chile quase chegamos ao fim do mundo, porque está longe da plataforma
do centro do mundo, e até longe do centro do mundo religioso, longe do centro do assim
chamado mundo cristão.

Uma obra original do Espírito Santo

O Espírito Santo pode fazer uma obra única, não influenciada pelos missionários americanos
ou europeus. Há muitos anos atrás, os jovens foram capazes de receber a direção do Espírito
Santo, e foram tocados pelo Senhor. Como Zorobabel, como Josué, retornaram para
Jerusalém, retornaram à vontade de Deus. Graças a Deus!

Que maravilhosa obra do Senhor: a reedificação do altar, a reconstrução do templo, e


finalmente a reconstrução da cidade. No altar vemos a nossa consagração; na casa de Deus,
encontramos a presença de Deus.

Agora, quando ouvimos a voz do pranto do nosso verdadeiro Profeta, e quando respondemos à
chamada do nosso Mestre, e nos reunimos como um, o que significa isso? Significa que, de
algum modo, Deus está respondendo a oração de nosso Senhor Jesus, ao menos em Temuco,
ao menos em Santiago, ao menos em algum outro lugar. Podem notar? De alguma forma,
aquela oração está sendo maravilhosamente cumprida.

O que vocês desejam, irmãos e irmãs? Naturalmente, vocês desejam a vontade de Deus,
querem satisfazer o coração do nosso Senhor. O coração do Senhor está representado por
Sua oração: «...para que sejam um, assim como nós somos um».

Esta é a primeira geração, cheia de bênção, cheia da água viva. Eu sempre digo a muitas
pessoas nos Estados Unidos e em muitos outros lugares: ‘Se você for ao Chile, atravessar os
Andes é uma experiência maravilhosa; mas se visitar os santos dali, achará uma coisa que é
única, algo que é original’.

Toda obra do Espírito Santo deve ser algo original, deve ser algo novo. Não é algo que se tirou
dos Estados Unidos, da Alemanha ou de outra parte. A obra neste lugar não é uma extensão
da obra nos Estados Unidos; é a obra do Espírito Santo nesta localidade. É por isso que o
testemunho foi preservado de uma forma maravilhosa. Mas é necessário esperar… esperar… e
esperar, para ver se isto é só para a primeira geração.

Aprendendo as lições da história

Se leres a sua Bíblia ou a história da igreja, aprenderá todas as lições a partir da história.
Temos uma primeira geração, cheia de bênçãos, de revelação. Mas quando chegamos à
segunda geração, eles não vêem muito, mas ouviram muito. São sustentados pelos mais
antigos.

Naquela geração, tudo tinha sido dirigido pelo Espírito Santo. Mas agora sabem como reunir-
se, sabem como fazer isto ou aquilo. Como há muitos frutos, eles passam o método à geração
mais jovem.

Quando a geração mais jovem conhece o método, ah, que maravilhoso! Ah, funciona! Então,
eles têm o método, e já não é necessário ir mais à presença do Senhor. Já não vão receber
revelação; a tradição é boa e suficiente.

A primeira geração tem revelação e bênção. A segunda tem tradição e tradição. Tudo chega a
ser fácil; não precisa estudar a Bíblia, nem precisa orar. Já conhece a vontade de Deus. Qual é
a vontade de Deus? ‘É o que os anciões me falaram, o que a primeira geração me contou’.

Irmãos vejam o perigo aqui. Na segunda geração, a taça está pela metade, e ao chegar à
terceira geração, quase tudo é tradição; só está a taça. É por isso que na história da igreja de
hoje há tantas taças – milhares de taças.

Agora, irmãos, vamos aprender algumas lições da história da igreja, de como este testemunho
maravilhoso deve ser preservado. Saberemos que será preservado, se na primeira geração a
taça está cheia e na segunda geração a taça permanece cheia. O que significa isso? Que na
primeira geração, eles tinham um contato vivo com a fonte de vida. A geração mais jovem,
novamente, tem que ter uma experiência de primeira mão.

Irmão, você que pertence à primeira geração, seja cuidadoso. A sua responsabilidade é trazer
para a geração mais jovem à presença do Senhor. O Espírito Santo saberá como vos ensinar.
A unção está neles. Nós não devemos usurpar o lugar do Espírito Santo. Só assim vamos
manter cada geração com vida. Isso é muito importante.

Esdras e a segunda geração

Quando estudamos o livro de Esdras, e chegamos ao capítulo 7, vemos algo muito


interessante. No capítulo 1, a primeira geração retornou para Jerusalém, conduzida por
Zorobabel e Josué. Mas, em seguida, no capítulo 7, temos a geração mais jovem, a segunda
geração, conduzida por Esdras. E Esdras era um escriba que tinha nascido na Babilônia.

Para Zorobabel, o retorno para Jerusalém tinha uma motivação. Ele tinha deixado Jerusalém
quando era jovem, e ao retornar estava com cerca de noventa anos de idade. Tinha saudades
da sua casa; seu lar era Jerusalém. Por comoção, desejava retornar. Mas Esdras tinha nascido
na Babilônia. E todos os jovens nascidos na Babilônia tinham o seu futuro na Babilônia. Eles
nunca tinham visto Jerusalém. Jerusalém era uma cidade vazia, uma cidade morta. Por outro
lado, olhem para a Babilônia!

Esdras tinha nascido na Babilônia. Todo o seu brilhante futuro estava lá. No entanto, de alguma
forma, Deus estava operando na Babilônia, no meio da confusão. Se você viver em Jerusalém,
tudo está claro; se viver neste outro mundo, tudo é confuso. Esdras nasceu e cresceu naquele
ambiente onde se adoravam ídolos, mas de alguma forma ele procurou a palavra de Deus, e
tomou uma determinação: ele queria conhecer a palavra de Deus.

Esdras não tinha um motivo para ir para Jerusalém. No entanto, graças a Deus, a palavra de
Deus o cativou, e Esdras chegou a ser o grande escriba. Por meio dele foram reunidos os 39
livros do Antigo Testamento. Quando chegamos ao tempo de Esdras, pela primeira vez temos
a revelação do Antigo Testamento completa.

Irmãos, o Senhor pode fazer algo além da nossa imaginação. A primeira geração nunca
pensou que o Espírito de Deus tinha um maravilhoso depósito ainda na Babilônia. E então este
jovem, embora tivesse um futuro brilhante na Babilônia, voltou às costas a esse mundo e
chegou a Jerusalém. O que significa isso? Que embora a segunda geração tivesse nascido
com revelação de primeira mão, a segunda geração pode chegar a ser mais rica que a
primeira.

Vocês, os pais, deveriam estar muito orgulhosos de que os seus filhos e filhas sejam muito
melhores que vocês, mais bem-sucedidos e mais inteligentes que vocês. Esse é o êxito desta
maravilhosa família. Não me diga que seus filhos têm só a metade de sua habilidade, e seus
netos a metade da habilidade de seus filhos. Se for assim, sua família está indo cada vez mais
para baixo. Como sabemos que uma família está indo para cima, para cima e para cima? Em
que seus filhos são melhores que você, tem mais êxito que você, e você não têm ciúmes deles;
você está contente com eles. E quando chega a ver os netos, muito melhores ainda. Assim
deve ser uma família que foi abençoada por Deus.

O mesmo se aplica à família de Deus. Se o testemunho tiver sido preservado, temos que
estudar o livro de Esdras. Não só a primeira geração, mas também a segunda geração.

Agora, para a primeira geração está a tarefa do fundamento. Eles retornam ao fundamento;
edificam o altar e em seguida a casa. Por vinte anos, a sua obra é uma obra de fundação.

A contribuição de Esdras

Então, qual é a contribuição de Esdras? Ao estudar este livro cuidadosamente, vemos que ele
teve duas contribuições. Primeiro, ele tentou embelezar o templo. Se traduzirmos isto para a
linguagem do Novo Testamento, significa que a igreja deve crescer para a maturidade. Na
primeira geração, o fundamento está seguro. Mas agora, na segunda geração, Esdras não
construiu outro templo. Não. Ele está fazendo algo sobre o fundamento original; ele vai
embelezar o templo. É a igreja como segunda geração.

Relembrem, a igreja não é só algo exato, algo ‘correto’ de acordo ao entendimento da verdade.
Tudo isto é maravilhoso. Mas a igreja, o corpo de Cristo, deveria crescer. Então, o que significa
embelezar o templo? Muito simples. Através da segunda geração, a igreja chega a ser muito
mais bela, mais amadurecida, sem mancha, apresentada a Cristo como uma igreja gloriosa.

Por que Esdras retornou? Ele sabia, pela palavra profética do Antigo Testamento, que quando
o Messias viesse, entraria no templo. Então, Jerusalém tinha que ser reedificada e o templo
embelezado. Esdras retornou porque ele sabia que o Messias viria logo. Esdras retornou por
amor ao Messias. Inconscientemente, ele retornou a Jerusalém, para que Jesus pudesse
nascer em Belém. E no oitavo dia, Ele pudesse entrar no templo.

Irmãos e irmãs, vemo-lo agora? A geração mais jovem está, sem dúvida, mais próxima da volta
do Senhor que a primeira, e supõe-se que eles devem receber a volta de seu Mestre.
Naturalmente, a igreja tem que amadurecer. É claro que o templo tem que ser belo. Essa é a
primeira contribuição.
A segunda contribuição de Esdras é a restauração da autoridade da palavra de Deus.
Recordem que quando Esdras leu a Palavra, muitas pessoas choraram, foram tocadas pela
Palavra. Então, a geração mais jovem deveria ter uma Palavra muito mais rica que a primeira
geração.

Irmãos e irmãs, como pode a igreja ser gloriosa, sem mancha e sem ruga? A Bíblia diz: Pela
Palavra, pela água da Palavra. Essa «palavra», no original grego, é Rhema, a palavra de vida.

Quando nossos jovens, nestes dias, estudam as Escrituras, eles estudam o Logos, estão
aplicando o seu coração ao estudo do Logos. Eles contam com melhores condições que os da
primeira geração, manejam o inglês, conhecem os computadores, sabem como utilizar livros de
referências. Então, estão preparados para a Palavra. Mas também vivem na presença do
Senhor, e o Espírito Santo falará outra vez a esta geração mais jovem, e aquele Logos se
tornará então uma palavra viva. Esta é a contribuição de Esdras, esta é a contribuição da
geração mais jovem.

A responsabilidade da primeira geração

Então, irmãos, se o Senhor for misericordioso conosco, se ele demorar a retornar, a nossa
história não se reduzirá só aos primeiros capítulos do livro de Esdras, mas deveríamos
alcançar, além disso, a experiência do capítulo 7 do livro de Esdras.

Agora, irmão, como sabe se o Senhor não levantará aqui mesmo a alguns como Esdras ou
como Neemias? Portanto, não se desanimem. Mesmo que eles estivessem cativos na
Babilônia, embora ali tudo fosse confusão, havia esperança. Pensem isto: Quando o povo de
Israel estava cativo na Babilônia, esta era uma super potencia naquele época. Parecia
impossível que algum dia eles pudessem ser libertados do poder da Babilônia. Mas ainda
assim, Deus pôde fazer uma obra maravilhosa.

Então, a primeira geração tem uma grande responsabilidade. Não pode ficar sem fazer nada.
Sua melhor contribuição é orar por eles.

Você conhece o poder da oração dos pais. Vocês conhecem muito bem a Santo Agostinho. Ele
foi um dos maiores pecadores da história; mas chegou a ser também um dos grandes filósofos,
um dos grandes pensadores do mundo.

Como se pode combinar um grande pensador com um grande pecador? Era um grande
pecador, porque era um grande pensador. Ele era um jovem professor naquele tempo. Era
muito promissor, mas estava longe de Deus. Sua mãe, Mônica, orava fervorosamente pela
salvação de seu filho. Em si mesma, ela não podia imaginar que seu filho seria salvo. Mas,
para a sua surpresa, por causa da sua oração, aquele grande pecador chegou a ser um dos
maiores santos na história. Não importa em que condição estão os seus filhos, a sua oração é
a contribuição mais importante.

Graças a Deus, você pertence à primeira geração, conheceu ao Senhor em uma experiência
de primeira mão. A sua taça está cheia, mas, o que dizer da geração mais jovem? O que dizer
dos próximos dez anos, se o Senhor se demorar? Irmãos, essa é a responsabilidade da
primeira geração.
O segundo ponto: «Não provoqueis a ira aos vossos filhos…». Segundo a Bíblia, o que
significa isso? Que não deveria frustrar ou debilitar sua ambição diante do Senhor. Que sua
família seja uma atmosfera cheia de amor, estimulando-os. Os jovens podem facilmente ser
estimulados. Quando são jovens, gostam de competir, querem ser o número 1, querem ser
superiores. Assim são os jovens. Então, irmão, tenta ajudá-los, animá-los sempre a ser
superiores e melhores no reino dos céus.

Finalmente, há uma lição muito importante que devemos aprender.

Ontem à noite empregamos três horas estudando o livro de Ester. É um drama. Naquele drama
havia um homem chamado Amã. O rei tinha posto a Amã em uma posição elevada, por causa
disso, todos deviam honrar a Amã. Mas havia também outro personagem chamado
Mardoqueu. Como judeu, ele se negou a ajoelhar-se diante de Amã. Amã estava tão furioso,
que não só queria matar a Mardoqueu, mas também a todo o povo ao qual este pertencia.

Conhecemos esse drama. Se Amã realmente tivesse obtido o seu objetivo, não só Mardoqueu
teria morrido, mas também o seu povo teria sido exterminado. Naquele livro, vemos que no
princípio Mardoqueu, o homem correto, estava fora, e Amã, o homem incorreto, estava dentro.
Amã representa a nossa carne, e Mardoqueu representa o Espírito Santo.

O Espírito Santo tem que lutar contra a nossa carne; essa é a história do livro de Ester. Mas,
escutem cuidadosamente: Aparentemente, Amã só tentava matar a Mardoqueu e o seu povo.
Mas ao estudar com cuidado a cronologia do livro de Ester e do livro de Esdras, descobrimos
que o drama de Ester ocorreu entre o retorno da primeira geração e o da segunda geração a
Jerusalém, entre Zorobabel e Esdras.

Se Amã tivesse obtido o seu objetivo, quer dizer, se a nossa carne obtivesse o seu propósito,
não só nós sofreríamos a perda, e não só o testemunho de Deus estaria em perigo. Mais ainda,
se Amã obtivesse o seu objetivo, não haveria Esdras; teria sido impossível que Esdras
nascesse na Babilônia. O inimigo de Deus sabia muito bem que embora ele não tivesse podido
impedir que a primeira geração voltasse para Jerusalém, teria uma forma de deter a segunda
geração.

Agora, a primeira geração estava cheia de bênçãos; a segunda teria só a metade. Somente
quando a segunda geração, como Esdras, retornasse a Jerusalém, só então se manteria a
mesma bênção em plenitude. Então, o inimigo trata de frustrar a obra de Deus – e isso
conhecemos muito bem. Então, irmão e irmã, por essa razão, você que pertence à primeira
geração, ore pelos mais jovens.

Toda vez que nosso Amã está no trono, toda vez que permitimos que a carne seja exaltada, o
resultado é muito simples: é impossível o nascimento de Esdras. Não haverá segunda geração.

Vocês recordam que Amã era agageo, descendente do rei Agague. Quem é Agague?
Recordem a história de Saul. Deus pediu a Saul que tratasse com os amalequitas, que os
exterminassem, e que não tomasse nada deles, nem animais nem homens. Mas Saul
desobedeceu a Deus; ele guardou os bois e as ovelhas, e disse: ‘Guardei isto para sacrificá-lo
a Deus’. Por isso, Samuel lhe disse: «A obediência é melhor que os sacrifícios». E mais ainda,
Saul não matou a Agague.

Na Bíblia, os amalequitas representam a carne. Se não matares a Agague, um dia o agageo


vai matar a ti. Se hoje não matares a carne, um dia a carne não te dará nenhuma oportunidade:
matar-te-á. E, finalmente, a carne exterminará à geração mais jovem. Irmãos, essa é a
tragédia. Que o Senhor fale com os nossos corações.

Hoje não é o método, nem alguma doutrina, nem alguma luz a respeito da igreja. Irmãos, não.
Tudo depende de que aprendamos nossa lição diante do Senhor. Nossa alma deve descobrir
que o adversário, o inimigo, é este perverso Amã. Quando ao nosso espírito é revelado pelo
Espírito Santo a verdadeira cara da nossa carne, então a nossa carne estará na cruz.

Quando isso ocorre, e também quando Mardoqueu está no trono, toda a igreja é controlada
pelo Espírito Santo. Cristo é a nossa cabeça. O final maravilhoso do drama do livro de Ester é
quando o homem correto está dentro e o homem errado está fora. Desta maneira, então, a
geração mais jovem será preservada; todo o povo de Israel será preservado. Não se
esqueçam.

De fato, aqui temos duas vidas. Segundo a lei do pecado e da morte, todo o povo de Israel
deveria ser exterminado. Isso é certo. Mas, como vamos mudar toda a situação? A atitude de
Ester é muito importante, quando ela diz: «Se perecer, que pereça». Ela sabia que se fosse à
presença do rei, a conseqüência seria a morte. Há duas mortes aqui: a morte de Ester e a
morte do povo –a morte do testemunho de Deus–, ou a morte da segunda geração, a morte de
Esdras.

Para que Esdras pudesse ser preservado, Ester tem uma oração maravilhosa: «Se eu perecer,
que pereça». Irmão, quando perder a sua vida, salvará a sua vida. Mas quando guardas a sua
vida, perdê-la-á. Esta é uma lição que devemos aprender.

Agora falo especialmente com a geração mais antiga: Recordem, se querem preservar o
testemunho de Deus, se de alguma forma a vida de Esdras deve ser preservada, andemos no
Espírito. Tome a sua cruz, e siga ao Senhor. Não eleve a sua carne ao trono; esse não é o seu
lugar. Nossa carne deve estar na cruz. Permitamos que Cristo seja tudo e em tudo; que o
Espírito Santo tenha o controle total; que toda a igreja seja cheia do Espírito Santo. Então, uma
coisa é certa: Quando perder a sua vida, ganhá-la-á. Perderás a sua vida, mas Esdras será
maravilhosamente preservado.

Que o Senhor fale aos nossos corações.


(Mensagem ministrada em Temuco, em setembro de 2008).
| A Verdadeira Consagração |

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Deixe-me fazer uma pergunta: Tudo o que se reduz a cinzas não tem mais utilidade? Aos olhos
dos homens é um desperdício, mas a Bíblia diz que o doce aroma dessa consagração sobe ao
céu, e Deus sente o aroma dessa oferta queimada. Para o mundo é um grande desperdício.
Somente Deus sente o aroma dessa maravilhosa consagração.

Consagração significa ser trabalhado por Deus. Consagração não é trabalhar para Deus.
Consagração não é ir para o Amazonas pregar o evangelho. Consagração significa ser
trabalhado por Deus. Somente depois que somos trabalhados por Deus podemos
verdadeiramente trabalhar para Deus. Depois de Deus haver operado em nós já não somos mais
um "boi vivo", fomos reduzidos a cinzas. Somos transformados a nada, assim poderemos ser
enviados para o Amazonas.

Hoje vemos muitos "bois vivos" indo para o Amazonas e damos graças a Deus por eles, pois já
que muitos estão indo, nossa consciência não nos incomoda. Mas esse não é o caminho de
Deus. Isso não é consagração. O significado de consagração não é trabalhar para Deus. Antes
de podermos trabalhar para Ele, nós mesmos precisamos ser trabalhados por Deus, precisamos
ser transformados.

Que transformação é essa que acontece no altar? A transformação no altar é apenas uma: aos
olhos das pessoas, somos reduzidos a zero. Antes éramos úteis para o mundo. Agora já não
temos utilidade alguma para ele. Com relação ao mundo, estou crucificado. Com relação a mim
mesmo, o mundo também está crucificado, não há qualquer esperança em mim. Isso é
consagração!

Então irão dizer: "Mas que desperdício! Por que você resolveu fazer isso? Você poderia ser um
grande diretor da IBM, General Motors ou da Volkswagen. Mas agora você se consagrou ao
Senhor. Que desperdício!”.

Foi exatamente isso o que os discípulos de Jesus disseram: "Mas que desperdício! Por que foi
derramado esse óleo de alabastro sobre Jesus?" Dentre aqueles discípulos estava Judas. Judas
nunca chamou Jesus de Senhor. Já observou que durante toda a vida de Judas, ele sempre
chamava o Senhor de Rabi? Ele nunca chamou o Senhor Jesus de Senhor. Judas quis dizer:
"Ah, não derrame óleo sobre a cabeça dEle -- é um desperdício!". Ainda que alguém derramasse
água sobre a cabeça de Jesus, Judas diria que era um desperdício.

Se conhecermos a preciosidade do nosso Senhor, nunca será um sacrifício consagrar-nos a Ele.


É a nossa honra sermos reduzidos a cinzas. As pessoas não vêem, mas Deus sente esse aroma
suave. Que coisa maravilhosa! Você está disposto a ser reduzido a cinzas? Poderá dizer: "mas
não terei utilidade alguma, serei uma pessoa inútil". Não, de forma alguma! Lembre-se que nós
também somos pó, areia. Não somos nada mais do que barro. Não temos nada a oferecer ao
Senhor. Mas, de alguma forma, esse sacrifício está agora sobre o altar -- fomos reduzidos a
cinzas.

Os Vasos Transparentes
Somente Deus pode usar a cinza. Ele sabe como usá-la. Somos simplesmente barro,
simplesmente areia. Mas agora estamos no altar, fomos reduzidos a cinzas. Todavia, quando se
mistura areia e cinza e depois coloca-se fogo nessa mistura, qual é o resultado? O resultado é o
vidro. Da mistura do barro com a cinza surge um material transparente.

Na Nova Jerusalém tudo é transparente e a Bíblia diz que em frente ao trono há um mar de vidro
-- uma linda água marinha . Você já viu uma água marinha? Se visitar Minas Gerais, procure ver
uma água marinha. Aquela pequena pedra preciosa é como o mar. No Brasil não se encontram
grandes rochas de água marinha mas, diante do trono de Deus sim! Diante de Seu trono nada é
opaco, tudo é transparente.

Hoje não entendemos muitas das coisas que nos estão acontecendo. Perguntamos: "Mas por
que eu? Por que isso está acontecendo comigo?" Você não entende. Muitas vezes a vontade de
Deus é bastante opaca para nós, mas quando chegarmos diante do trono de Deus, quando
formos arrebatados, quando estiver na presença de Deus, naquela hora entenderá porque você
passou por determinadas dificuldades, porque passou por aqueles vales escuros. Naquela hora
você entenderá porque diante do Trono de Deus tudo é transparente. Naquele momento
conheceremos e entenderemos a vontade de Deus. "Oh, felizmente Deus nos fez sofrer daquela
forma para que sofrimentos maiores pudessem ser evitados. Deus nunca cometeu um erro em
nossa vida".

Hoje reclamamos muito, nos queixamos tanto porque nada é transparente para nós. Estamos às
escuras, não conhecemos a vontade de Deus. Choramos, derramamos lágrimas, lágrimas de
autopiedade. Mas tudo o que Deus tem feito conosco é sempre com o melhor propósito. É a
nossa glória. Mas como nós sabemos disto? Quando chegamos no Trono de Deus, tudo vai
estar claro. Se estamos debaixo do senhorio de Cristo, vamos descobrir que, diante do Trono de
Deus, há um mar de vidro. Tudo é transparente.

Entende agora de que maneira a vontade de Deus pode ser transparente para nós? Significa que
precisamos da obra de transformação. Com Deus, da mistura de cinzas e areia, surge algo
transparente. É dessa forma que obtemos o vidro. Sempre que olhar para um pedaço de vidro,
lembre-se de onde veio; uma parte é barro, outra de cinza.

Queremos conhecer a vontade de Deus, no entanto, apresentamos somente o barro, não temos
nenhuma cinza no altar. Queremos ser vidro transparente, mas sem cinzas é impossível. Esse é
o caminho da cruz. Passamos por essa transformação com um único propósito: para que essa
mesma vontade se torne agradável e doce para nós; para que a vontade de Deus seja aceitável,
não somente tolerável. Para algumas pessoas, às vezes, a vontade de Deus é tolerável. Mas a
Bíblia diz que a vontade de Deus é agradável e perfeita .

Somente pela obra da cruz em nossas vidas as pessoas poderão ver a beleza que há dentro de
nós. Paulo disse: Nós temos esse tesouro em vaso de barro . Você pode ver o tesouro em um
vaso de barro? Não, só pode ver o vaso de barro, um vaso de barro é muito opaco. Como esse
vaso pode ser tornar transparente? Apresente sua vida a Deus e deixe o Senhor transformá-la
em cinzas. Então, misturando as cinzas com o barro, Deus vai nos transformar em um vidro
transparente. A partir daí as pessoas começam a ver a beleza, começam a ver o tesouro que
está em nós. Essa é a maravilhosa obra de Deus em nossa vida.

Vamos louvar ao Senhor por isso.

Autor: Christian Chen


Extraído do livro "Pedras Preciosas" do irmão Christian Chen da Edições Tesouro Aberto
A Verdadeira Consagração

Christian Chen Publicação: 22/07/2012 Deixe-me fazer uma pergunta: Tudo o que se reduz a
cinzas não tem mais utilidade? Aos olhos dos homens é um desperdício, mas a Bíblia diz que o
doce aroma dessa consagração sobe ao céu, e Deus sente o aroma dessa oferta queimada.
Para o mundo é um grande desperdício. Somente Deus sente o aroma dessa maravilhosa
consagração. Consagração significa ser trabalhado por Deus. Consagração não é trabalhar
para Deus. Consagração não é ir para o Amazonas pregar o evangelho. Consagração significa
ser trabalhado por Deus. Somente depois que somos trabalhados por Deus podemos
verdadeiramente trabalhar para Deus. Depois de Deus haver operado em nós já não somos
mais um "boi vivo", fomos reduzidos a cinzas. Somos transformados a nada, assim poderemos
ser enviados para o Amazonas. Hoje vemos muitos "bois vivos" indo para o Amazonas e
damos graças a Deus por eles, pois já que muitos estão indo, nossa consciência não nos
incomoda. Mas esse não é o caminho de Deus. Isso não é consagração. O significado de
consagração não é trabalhar para Deus. Antes de podermos trabalhar para Ele, nós mesmos
precisamos ser trabalhados por Deus, precisamos ser transformados. Que transformação é
essa que acontece no altar? A transformação no altar é apenas uma: aos olhos das pessoas,
somos reduzidos a zero. Antes éramos úteis para o mundo. Agora já não temos utilidade
alguma para ele. Com relação ao mundo, estou crucificado. Com relação a mim mesmo, o
mundo também está crucificado, não há qualquer esperança em mim. Isso é consagração!
Então irão dizer: "Mas que desperdício! Por que você resolveu fazer isso? Você poderia ser um
grande diretor da IBM, General Motors ou da Volkswagen. Mas agora você se consagrou ao
Senhor. Que desperdício!”. Foi exatamente isso o que os discípulos de Jesus disseram: "Mas
que desperdício! Por que foi derramado esse óleo de alabastro sobre Jesus?" Dentre aqueles
discípulos estava Judas. Judas nunca chamou Jesus de Senhor. Já observou que durante toda
a vida de Judas, ele sempre chamava o Senhor de Rabi? Ele nunca chamou o Senhor Jesus
de Senhor. Judas quis dizer: "Ah, não derrame óleo sobre a cabeça dEle -- é um desperdício!".
Ainda que alguém derramasse água sobre a cabeça de Jesus, Judas diria que era um
desperdício. Se conhecermos a preciosidade do nosso Senhor, nunca será um sacrifício
consagrar-nos a Ele. É a nossa honra sermos reduzidos a cinzas. As pessoas não veem, mas
Deus sente esse aroma suave. Que coisa maravilhosa! Você está disposto a ser reduzido a
cinzas? Poderá dizer: "mas não terei utilidade alguma, serei uma pessoa inútil". Não, de forma
alguma! Lembre-se que nós também somos pó, areia. Não somos nada mais do que barro.
Não temos nada a oferecer ao Senhor. Mas, de alguma forma, esse sacrifício está agora sobre
o altar -- fomos reduzidos a cinzas. Os Vasos Transparentes Somente Deus pode usar a cinza.
Ele sabe como usá-la. Somos simplesmente barro, simplesmente areia. Mas agora estamos no
altar, fomos reduzidos a cinzas. Todavia, quando se mistura areia e cinza e depois coloca-se
fogo nessa mistura, qual é o resultado? O resultado é o vidro. Da mistura do barro com a cinza
surge um material transparente. Na Nova Jerusalém tudo é transparente e a Bíblia diz que em
frente ao trono há um mar de vidro -- uma linda água marinha . Você já viu uma água marinha?
Se visitar Minas Gerais, procure ver uma água marinha. Aquela pequena pedra preciosa é
como o mar. No Brasil não se encontram grandes rochas de água marinha mas, diante do trono
de Deus sim! Diante de Seu trono nada é opaco, tudo é transparente. Hoje não entendemos
muitas das coisas que nos estão acontecendo. Perguntamos: "Mas por que eu? Por que isso
está acontecendo comigo?" Você não entende. Muitas vezes a vontade de Deus é bastante
opaca para nós, mas quando chegarmos diante do trono de Deus, quando formos arrebatados,
quando estiver na presença de Deus, naquela hora entenderá porque você passou por
determinadas dificuldades, porque passou por aqueles vales escuros. Naquela hora você
entenderá porque diante do Trono de Deus tudo é transparente. Naquele momento
conheceremos e entenderemos a vontade de Deus. "Oh, felizmente Deus nos fez sofrer
daquela forma para que sofrimentos maiores pudessem ser evitados. Deus nunca cometeu um
erro em nossa vida". Hoje reclamamos muito, nos queixamos tanto porque nada é transparente
para nós. Estamos às escuras, não conhecemos a vontade de Deus. Choramos, derramamos
lágrimas, lágrimas de autopiedade. Mas tudo o que Deus tem feito conosco é sempre com o
melhor propósito. É a nossa glória. Mas como nós sabemos disto? Quando chegamos no Trono
de Deus, tudo vai estar claro. Se estamos debaixo do senhorio de Cristo, vamos descobrir que,
diante do Trono de Deus, há um mar de vidro. Tudo é transparente. Entende agora de que
maneira a vontade de Deus pode ser transparente para nós? Significa que precisamos da obra
de transformação. Com Deus, da mistura de cinzas e areia, surge algo transparente. É dessa
forma que obtemos o vidro. Sempre que olhar para um pedaço de vidro, lembre-se de onde
veio; uma parte é barro, outra de cinza. Queremos conhecer a vontade de Deus, no entanto,
apresentamos somente o barro, não temos nenhuma cinza no altar. Queremos ser vidro
transparente, mas sem cinzas é impossível. Esse é o caminho da cruz. Passamos por essa
transformação com um único propósito: para que essa mesma vontade se torne agradável e
doce para nós; para que a vontade de Deus seja aceitável, não somente tolerável. Para
algumas pessoas, às vezes, a vontade de Deus é tolerável. Mas a Bíblia diz que a vontade de
Deus é agradável e perfeita. Somente pela obra da cruz em nossas vidas as pessoas poderão
ver a beleza que há dentro de nós. Paulo disse: Nós temos esse tesouro em vaso de barro.
Você pode ver o tesouro em um vaso de barro? Não, só pode ver o vaso de barro, um vaso de
barro é muito opaco. Como esse vaso pode ser tornar transparente? Apresente sua vida a
Deus e deixe o Senhor transformá-la em cinzas. Então, misturando as cinzas com o barro,
Deus vai nos transformar em um vidro transparente. A partir daí as pessoas começam a ver a
beleza, começam a ver o tesouro que está em nós. Essa é a maravilhosa obra de Deus em
nossa vida. Vamos louvar ao Senhor por isso. Fonte:Extraído do site –
www.preciosasemente.com.br Extraído do livro "Pedras Preciosas" do irmão Christian Chen da
Edições Tesouro Aberto É permitido baixar este arquivo, copiar, imprimir e distribuir este
material, desde que explicite a autoria do mesmo.
| A Vida Centrada no Eu |

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No texto original do livro de Ester, a palavra 'rei' aparece cento e sessenta e nove vezes, o nome 'Assuero' é citado
vinte e nove vezes e a palavra 'reino' aparece em onze ocasiões. O nome de Deus, no entanto, não é citado uma única
vez. Pode-se concluir que a história é centrada em Assuero e que ele é o personagem principal da narrativa. Caso
contrário, como explicar a sua presença em todo o livro? O rei Assuero representa o 'eu', conseqüentemente, sua
personagem representa a vida centrada no 'eu'. Uma vez que o livro de Ester está repleto de sombras do 'eu', é
possível perceber por que o nome de Deus tenha desaparecido da narrativa.

Sempre que o 'eu' rouba a cena, Deus afasta-se silenciosamente. Nesse aspecto, o livro de Ester assemelha-se muito
a Romanos 7, também repleto da palavra 'eu' - ao todo quarenta e oito citações - em contraste com a palavra Espírito
Santo, que aparece uma única vez. No entanto, há uma grande mudança no capítulo 8, o número de menções da
palavra 'eu' diminui, aumentando as menções ao Espírito Santo - pelo menos dezenove. O livro de Ester aparenta ser
como o capítulo 7 do livro de Romanos, no entanto, é ao capítulo 8 que o seu desenrolar se assemelha. Podemos
então afirmar que Romanos 7 e 8 são chaves para o livro de Ester.

O fato de Paulo mencionar muitas vezes a palavra 'eu' em Romanos 7, e as constantes menções ao rei Assuero no
livro de Ester lembra-nos de um pássaro dos Estados Unidos, chamado 'Me'. Ele canta uma única melodia o dia
inteiro, não para de entoar 'Me', de seu interior flui somente a palavra 'Me', nunca muda, é sempre 'Me'. Por isso
recebeu o nome 'Me'. Na língua inglesa, a palavra 'Me' é o pronome objeto para 'eu'. Esse pássaro não canta 'piu-piu',
mas entoa 'eu-eu' todos os dias. O que o pássaro 'Me' cantarola é exatamente a 'canção' que Paulo entoa no capítulo
7 de Romanos. É também a música de Assuero no livro de Ester. Na realidade, não é essa também a canção do
homem natural, todos os dias? Ele pensa constantemente em seu 'eu', sua preocupação é 'eu', o que ama é 'eu', por
conseguinte, o que expressa é 'eu'. Para muitos de nós é 'eu' em tudo e tudo é 'eu'. Ao acordar sou 'eu', o meu sonho
é 'eu'.

Certa vez, na cidade de São Paulo, um grupo de irmãos chineses reunido lia o livro de Ester. Ao chegar no trecho
referido, eles tomaram emprestado a melodia do Disney - "Um pequeno mundo" - para cantar a música do pássaro
'Me'. Em português a palavra 'Me' é o pronome 'eu', mas na congregação havia irmãos que somente conheciam a
língua chinesa e a pronúncia de 'eu' em chinês é 'fã'. Assim, eles trocaram o 'eu' por 'fã'. Quando todos cantaram
simultaneamente a música do pássaro 'Me', uns cantavam 'eu', outros cantavam 'fã'. Unindo as duas palavras, obtém-
se a expressão 'eu-fã'. O resultado dessa união sino-brasileira não foi somente cômico, mas muito ilustrativo.
Coincidentemente essa combinação alertou que verdadeiramente somos 'eu-fãs', ou seja, todos fãs do 'eu'. Hoje
temos fãs de futebol, fãs do xadrez, fãs do cinema, mas acima de tudo, o homem é fã de si mesmo, inclusive o cristão.

Os cristãos devem pedir misericórdia ao Senhor, pois muitas vezes dizem amá-lO, mas na verdade, o que ainda amam
mais neste mundo é o seu próprio eu. Seus pensamentos estão repletos de si próprios, são um verdadeiro rei
Assuero. Se não tivessem riqueza alguma, não hesitariam em deixar o Senhor reinar! Mas o homem natural acredita
que tem algo de bom em si mesmo, o que o faz pensar constantemente ao seu respeito: "Se sou o centro, ao formar
uma família, serei o centro. Também sou o centro na congregação. Cristo morreu por mim na cruz. Cristo me ama por
minha causa". É bom sabermos que Cristo nos ama, o problema é quando nos tornamos o centro! Desse modo,
apesar de amar ao Senhor, o resultado é semelhante ao livro de Ester, a presença de Deus e Seu nome não são
vistos claramente enquanto a expressão do homem natural e o seu nome ficam em destaque. Isso leva ao louvor dos
homens e faz com que o nome de Deus não seja louvado, nem a Sua glória reconhecida.

A Forte Luz do Eu
Quantas vezes o cristão permite que Cristo ocupe o primeiro lugar em todas as coisas, decide que Ele será o centro de
sua vida, e submete-se a Ele? Quando a luz por trás é muito forte, ainda que Deus seja o personagem principal, só é
possível ver a Sua sombra, ter uma vaga impressão daquilo que Ele é. É isso o que percebemos no livro de Ester, é
possível ver a obra de Deus, todavia é impossível ver o Seu nome.

Ao olharmos, de dentro para fora, para uma pessoa diante de uma janela no sol do meio-dia, percebemos apenas a
sua silhueta. O seu rosto não pode ser visto porque a luz que está no fundo é muito forte. Isso explica porque não se
lê o nome de Deus no livro de Ester. A luz de Assuero destacou-se muito e só podia-se ver a sombra de Deus por
meio de Suas obras. Isso é um alerta para todos os que amam e servem ao Senhor. Quantas vezes o nosso Cristo
deveria estar na posição de liderança, mas a vida do nosso 'eu' é tão forte, nossa alma tão vívida e nossos
pensamentos tão grandiosos que, o que os outros claramente vêem é a nós mesmos, ao invés da Sua beleza e da
Sua glória, as quais perdemos no processo. As pessoas podem ver alguém que ama ao Senhor, mas não conseguem
tocá-lO.

Autor: Christian Chen


Extraído do livro "Um Vislumbre do Livro de Ester - O Gozo no Espírito Santo" do irmão Christian Chen da
Edições Tesouro Aberto
ALGUNS SEGREDOS DE MATEUS

Alguns segredos de Mateus - Christian Chen


Um homem de poucas palavras. De fato, nunca lhe ouvimos falar de si mesmo. Algumas vezes
na Bíblia diz: Os discípulos disseram.... Talvez Mateus seja um deles; entretanto, a Bíblia
nunca o menciona claramente dizendo alguma coisa. Então, a impressão é evidente: este
homem não tem palavras, é como se nunca tivesse falado nada. Entretanto, quando abre sua
boca, ele fala a Palavra de Deus. Este é seu evangelho. Por si mesmo, Mateus não tem nada
que dizer; entretanto, quando registra as palavras do Senhor, seu evangelho é o mais extenso
dos quatro.
Algumas vezes, seu computador se torna muito lento. Por quê? Porque há muito lixo que é
necessário tirar. Se quiser que seu equipamento seja mais eficiente, deve eliminar muitas
coisas. Do mesmo modo, não atendemos à Palavra, porque falamos demasiadamente. Há
muito lixo em nós; então o Espírito Santo tem que apagar aquilo. Eis aqui o segredo de
Mateus.
Conheceu o dom de Deus. Seu nome original não era Mateus; este é o nome que lhe deu
nosso Senhor. Mateus significa "O dom de Deus". O que é o dom de Deus? Um dom não se
adquire por dinheiro; é algo dado gratuitamente.
Ninguém conhecia mais do poder do dinheiro que Mateus. Com seu dinheiro, ele era capaz de
comprar todo o mundo. Às vezes somos ricos porque trabalhamos muito; e depois de muito
trabalhar obtemos um ganho. Mateus trabalhava duro. Queria ganhar todo o mundo, e para
fazê-lo empregava qualquer método. Entretanto, o Senhor lhe ensinou a conhecer o dom de
Deus.
Mateus pôs toda a Palavra de Deus em ordem. Por quê? Porque se esvaziou de si mesmo.
Somente o dom de Deus, todos os dias, vai passar o apagador em nossa memória e eliminar o
lixo. Mateus aprendeu a lição. Só reconhecendo o dom de Deus permitiremos que a obra da
cruz elimine tudo o que não é necessário, e teremos todo o espaço para o Senhor.
O homem da Palavra. No coração de Mateus sempre está a Palavra em primeiro lugar. Esse é
seu ministério; sua ênfase está no ensino e na palavra do Senhor. Ao revisar seu evangelho, é
evidente que sua carga era a Palavra. Três de cada cinco palavras, quer dizer, 60%, são
palavras diretas de nosso Senhor Jesus Cristo. Indubitavelmente, todo o livro de Mateus é a
Palavra de Deus, mas se desejamos conhecer as palavras diretas de Cristo, em 60% dos 28
capítulos vemos que a ênfase em Mateus é a Palavra.
Também descobrimos uma coisa muito interessante quando ele descreve o mesmo feito que
outro evangelista. Por exemplo, onde Marcos usa três palavras, Mateus usa uma só.
Economizam-se duas palavras. Ele guarda espaço para a Palavra de Cristo. Mateus permite ao
Espírito Santo eliminar tudo o que pertence a ele mesmo. Ele é um homem sem palavras, mas
quando fala, mesmo quando relata da obra de Cristo, o Espírito Santo lhe faz dar mais lugar à
Palavra de Cristo.
Damos graças a Deus por Mateus. Ele nos dá uma maravilhosa lição que podemos aprender.
Christian Chen, "Entrando nas riquezas da Palavra".
Da Desolação à Restauração
Christian Chen

“Manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel” (Sl
103:7). Na história do povo de Deus encontramos duas classes de pessoas: aquelas
que somente conhecem Seus feitos e aquelas que, além disso, conhecem Seus
caminhos.Seus feitos revelam Seu poder, mas Seus caminhos revelam Sua
intimidade. Os feitos de Deus têm como objetivo nos levar a conhecer Seu poder e
soberania, mas Seus caminhos são os meios que Ele utiliza para revelar Seus
segredos e conduzir-nos ao Seu propósito mais elevado. Conhecer apenas Seus
feitos, Suas obras, significa ficar na periferia do Seu chamamento, sem conhecer o
propósito para o qual fomos chamados. O grande perigo jaz em querermos
egoisticamente desfrutar de Seu poder, de Suas bênçãos, não buscando conhecer
Seus caminhos e cooperar com Seu propósito. Palavra aos Leitores.
O DUPLO CHAMAMENTO
A indignação de Deus derramou-se sobre aqueles que “...sempre erram no
coração... e não conheceram os Seus caminhos” (Hb 3.10). No deserto caíram
milhares daqueles que insistiram em andar em seus próprios caminhos, em vez de
se submeterem à direção de Deus rumo à edificação do Seu testemunho; e tudo
isso serviu de exemplo para nós, que já temos chegado ao fim dos tempos (1 Co
10).No entanto, Seus caminhos estão claramente definidos em Sua Palavra e Seu
propósito será cabalmente cumprido. O Senhor ainda chora por Sua Jerusalém
celestial e nos chama de volta para Ele, de volta para Seus caminhos.
DA DESOLAÇÃO À RESTAURAÇÃO
Atrás de todo o chamamento de Deus registrado na Bíblia há sempre uma vontade
de Deus específica. A fim de realizar essa vontade, Deus chamou alguns ou um
grupo de pessoas para participar de Sua obra. Toda e qualquer vontade de Deus
específica é apenas uma fase do plano eterno de Deus para uma pessoa específica
num tempo e espaço específicos. A fim de obtermos uma visão panorâmica do
conselho eterno de Deus, é necessário correlacionar todos os dados mencionados
na Bíblia a respeito do chamamento de Deus, mas descobriremos que esta é uma
tarefa impossível. Contudo, entre os numerosos chamamentos de Deus, há
somente oito chamamentos duplos mencionados na Bíblia. Nessas passagens, Deus
chama o nome de uma pessoa duas vezes, como, por exemplo, “Abraão! Abraão!
ou “Saulo! Saulo!”. Esta impressionante revelação definitivamente chama nossa
atenção e nos convida a estudar este assunto mais cuidadosamente. O esforço
empregado nessa tarefa mostrou-se recompensador.Por meio das revelações
desses duplos chamamentos de Deus nós temos o privilégio de compartilhar com
nossos leitores uma ilustração do que é a “esperança do Seu chamamento” e o
maravilhoso propósito de Deus para todos os santos, tanto individual como
corporativamente. Nossa oração é para que os leitores da língua portuguesa
respondam ao duplo chamamento de Deus e nele caminhem à medida que Deus os
capacita e, com isso, tragam um avivamento espiritual em suas localidades.
Nós agora apresentamos este livro como cinco pães e dois peixes Àquele que
colocou em nossas mãos estas mensagens e o colocamos novamente naquelas
mãos que por amor de nós foram feridas. Se assim for Sua vontade, que Ele
mesmo abençoe esta mensagem e permita que ela alcance um público mais amplo
e chegue àqueles que têm fome espiritual. Amém.
“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram
enviados! Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os
seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos
ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não Me vereis, até que
venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mateus 23.37-39)
“Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou e dizia: Ah! Se conheceras por ti
mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus
olhos. Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e,
por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de
ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade
da tua visitação.” (Lucas 19.41)
PEREGRINAÇÃO E AS FESTAS
Buscando na presença do Senhor o que Ele desejava que eu ministrasse nessa
ocasião, tive um encargo muito forte pelo sentimento expresso nos versículos
citados acima. Ambos trechos têm um impressionante pano de fundo. Nosso
Senhor, na metade de Seu último meio ano na terra, andou do monte Hermom até
o Gólgota; em Sua jornada, Ele disse aos discípulos ser-Lhe necessário subir para
Jerusalém. Esse caminho que Ele fez para Jerusalém era quase exatamente o
mesmo caminho que os filhos de Israel faziam a fim de subir para as três festas
anuais: a Páscoa, o Pentecoste e a Festa dos Tabernáculos. Essa trajetória era bem
complexa. Por exemplo: os israelitas que moravam na Galiléia, que fica no norte de
Israel, tinham de cruzar para o lado leste do rio Jordão a fim de ir para Jerusalém.
O Jordão, que liga duas massas de água: o mar da Galiléia, ao norte, e o mar
Morto, ao sul, é a fronteira leste de Israel. Assim, se os galileus quisessem andar
menos, iam para o sul a fim de cruzar o rio. Desse modo, porém, eles teriam de
passar por Samaria. Então, por eles não se relacionarem com os samaritanos,
antes de chegar a Samaria eles se desviavam, cruzando para o lado leste do rio
Jordão e, então, desciam para o sul. Quase chegando à cidade de Jericó – o lugar
mais baixo do mundo, que se situa a aproximadamente 430 metros abaixo do nível
do mar – é que os israelitas cruzavam o Jordão. Jericó é próxima de Jerusalém e é
o local mais baixo daquela região – o mais elevado é Jerusalém. Portanto, eles
caminhavam do lugar mais baixo para o mais elevado. Imagine uma caminhada de
uma região a 430 metros abaixo do nível do mar até a região mais elevada! Esse
era, sem dúvida, um caminho ascendente, no qual facilmente os peregrinos se
cansavam. Por essa razão, eles cantavam salmos enquanto andavam. Há, no Livro
de Salmos, um grupo de quinze deles que são chamados de “salmos dos degraus”
ou “cânticos de romagem”, que são exatamente os cânticos que usavam para se
encorajar mutuamente em sua jornada para Jerusalém. Esses quinze salmos os
levavam à presença de Deus e os reunia em Sua presença. Todos os anos, os
israelitas se reuniam para comemorar as festas e para estar, juntos, diante da face
de Deus. Eles caminhavam por muitos dias e durante sua peregrinação havia
muitos sofrimentos, muitos perigos. A esse caminho a Bíblia chama de “caminho de
Sião”: é o caminho que leva o homem à presença de Deus. Mas a Bíblia diz
também que esse caminho passa por um vale, o Vale de Baca, que significa “vale
das lágrimas”. Portanto, ir para Jerusalém a fim de buscar a Deus implica pagar um
alto preço. Os israelitas passavam por muitas tribulações, dificuldades e perigos e,
quando viam seus pés dentro das portas de Jerusalém, quando finalmente
chegavam à presença de Deus, naquele momento podiam cantar juntos o salmo
133: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” Por que todos
haviam se disposto a buscar a presença de Deus, eles descobriam, não somente a
presença de Deus, mas também a presença dos irmãos, em um único caminho. Por
isso, cantavam: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” Este é o
auge do cântico dos degraus. O salmo seguinte era o que eles cantavam ao se
despedir. Assim, podemos dizer que o objetivo da ida a Jerusalém era aquele
momento em que eles podiam cantar quão bom e agradável era estarem unidos.
Os peregrinos não podiam conter a alegria quando, ainda ao longe, avistavam os
muros de Jerusalém. Ao ver Jerusalém, eles se esqueciam das dificuldades e dos
sofrimentos do caminho; ao ver Jerusalém, podiam esquecer-se das lágrimas do
vale; por isso, dos que chegavam a Jerusalém, não havia um sequer que não se
rejubilasse e desejasse celebrar a festa. Assim, o preço que eles pagaram durante
os dias de jornada, todas as dificuldades do caminho foram válidas, pois, por fim,
chegavam à presença de Deus.
O TESTEMUNHO DE DEUS
Que há de melhor do que a presença de Deus? O que há de melhor do que ver os
irmãos? Primeiramente, vemos a Deus e, então, os irmãos; nosso relacionamento
espiritual deve ser primeiramente com Deus, o sentido vertical, e depois com os
irmãos, sentido horizontal. Não somos um agrupamento, ou um clube ou um
partido que se reúne apenas por termos crenças iguais. Somos irmãos. E
encontramos nossos irmãos no caminho de Sião. Eu quero andar no caminho de
Sião e outro irmão também quer – é um caminho difícil, pelo qual temos de pagar
um preço, pois ele passa pelo vale das lágrimas; mas, quando estamos juntos,
vemos Jerusalém edificada sobre o monte, na região mais elevada, e ficamos
cheios de alegria e satisfação juntamente com os irmãos que subiram conosco.
Jerusalém edificada alegra a nós e a Deus, pois, na Bíblia, ela representa
eternamente o testemunho de Deus.Por que ela era o testemunho de Deus? Porque
lá estava Seu templo, o qual representa a presença de Deus. Portanto, quando os
filhos de Israel estavam reunidos, o conteúdo de seu ajuntamento era a presença
de Deus. Com a presença Dele, tudo lhes era um paraíso! Bastava-lhes chegar à
presença de Deus para perceber que todo esforço e todas as lágrimas valeram a
pena. Portanto, todos os que percorreram o caminho de Sião, chegando à presença
de Deus, descobriram Deus e também descobriram os irmãos.Por isso, irmãos e
irmãs, temos sempre de lembrar que a presença de Deus se manifesta, de maneira
espontânea, numa expressão concreta, que era representada, no Antigo
Testamento, pela cidade de Jerusalém. Portanto, Jerusalém representa o
testemunho de Deus, e o testemunho de Deus é baseado em Sua presença. Por
isso, pode-se abrir uma fábrica ou uma escola, mas nunca poderemos abrir,
produzir ou fundar o testemunho de Deus. Basta-nos ter interiormente a presença
de Deus para, de forma espontânea, termos exteriormente Seu testemunho
glorioso.
A PRESENÇA DE DEUS E O TEMPLO – O CONTEÚDO E A CASCA
Ao ler o Antigo Testamento, devemos sempre ter em mente que, quando Jerusalém
é mencionada, temos uma referência ao testemunho de Deus, pois a cidade de
Deus e Seu templo são inseparáveis. O templo é a realidade interior e a cidade é o
testemunho exterior – por haver a presença de Deus, o resultado gerado
exteriormente é o testemunho de Deus.Portanto, quando a presença de Deus é
verdadeira, Ele permite que exteriormente se veja um testemunho concreto. No
entanto, quando a realidade interior é perdida, o testemunho exterior é perdido.
Não podemos nos enganar: quando a vida divina se esvai, quando não temos a
presença de Deus, o que vemos é meramente uma organização humana, o
resultado do agir das mãos do homem. Quando a realidade interior já não existe,
Deus não deseja que criemos uma falsificação de Seu testemunho. Havendo Sua
presença, temos o paraíso; por isso, não precisaremos fazer propaganda do
testemunho de Deus, dizendo: “Nós somos a igreja e ninguém mais é” – todos os
que falam assim provam que não são a igreja. Aquele que realmente tem a
presença de Deus pode falar qualquer coisa, menos essas palavras. Não há meio
termo: ter a presença de Deus é ter a presença de Deus; quando a vida vazou ela
vazou; se a água da vida entre nós secou, não temos água da vida. Não nos
enganemos.Precisamos ter clareza de que Deus destrói o que é visível
externamente quando não há mais realidade interiormente – Ele permite que não
permaneça pedra sobre pedra. Quando os israelitas se rebelaram contra Deus,
quando adoravam ídolos em oculto, quando não procediam mais como na época de
Davi – exteriormente tudo ainda estava igual, pois o templo estava lá e o serviço a
Deus ainda era realizado, aparentemente nada havia mudado, mas só Deus sabia
que a realidade interior já não existia. Por isso, o livro de Ezequiel diz que a glória
de Deus se retirou de Seu templo para o oeste do monte das Oliveiras e dali
ascendeu aos céus. Por essa razão, no registro do Antigo Testamento, a partir
desse evento, Deus passou a ser chamado apenas de Deus dos céus, em lugar de
Senhor dos céus e da terra. Em Jerusalém, antes do cativeiro babilônico, havia o
nome de Deus, mas, porque Sua presença fora perdida, Sua glória se retirou para o
céu; por isso, a Jerusalém da terra, o templo da terra, se tornou apenas uma
casca: bela por fora, mas sem vida por dentro. Por isso, Deus permitiu que o
exército babilônico invadisse a Cidade Santa e a incendiasse. E, enquanto
Jerusalém queimava, o profeta Jeremias estava, provavelmente, escondido numa
caverna do monte Gólgota. Ele via a cidade sendo incendiada; o fogo estava
queimando fora de Jeremias, mas a Bíblia nos indica que, na realidade, o fogo ardia
dentro dos ossos de Jeremias, queimando até esgotarem suas lágrimas. Por isso,
ele é conhecido como o profeta que chora (cf. Lm 3.49).
O CHORO DE JEREMIAS
Enquanto Jeremias via Jerusalém, a Cidade Amada, o testemunho de Deus,
ardendo em chamas, o fogo do céu queimava dentro dele e ele chorava pela
cidade. Nessa situação, ele escreveu o livro de Lamentações de Jeremias. Esse livro
registra o choro de Jeremias por Jerusalém, pois ela deveria ser o testemunho de
Deus, mas agora foi destruída, agora não há pedra sobre pedra. Ela não era a
cidade do grande Rei? Ela não fora edificada pelo próprio Deus? O próprio Deus
havia dito que a escolhera e que nela habitaria; Ele disse que escolheu Sião. Ele
desejava morar naquela cidade, queria ter nela Seu lugar de descanso. Mas, por
causa da idolatria dos israelitas, Deus permitiu que Nabucodonosor invadisse
Jerusalém e a incendiasse. E Jeremias chorou ao ver isso. Quão diferente isso era
de quando os israelitas se reuniam em Jerusalém nas festas! Ali não havia ninguém
de mãos vazias, pois cada um deles levava o produto da terra de Canaã, a terra
que manava leite e mel. Aqueles milhares de israelitas, como um só homem,
davam um único testemunho de Deus na terra, cantando: “Oh! Como é bom e
agradável viverem unidos os irmãos!”. Quando havia a realidade interior, Deus
permitia sua manifestação exterior.Jerusalém estava sempre no coração dos filhos
de Israel, mesmo quando estavam no cativeiro babilônico. Toda vez que se
lembravam de Sião, eles choravam. A única coisa que podiam fazer era pendurar as
harpas nos salgueiros junto aos rios de Babilônia, pois não lhes era possível entoar
as belas canções de sua terra (Sl 137.1-4). Onde quer que eles estivessem, jamais
se esqueceriam de Jerusalém, pois ela representava o testemunho de Deus. Por
essa razão, não havia israelita que não rejubilasse ao chegar em Jerusalém, que
não derramasse lágrimas de alegria, pois todas as dores e dificuldades já haviam
passado. Aqueles que realmente conheciam o testemunho de Deus, ao ver
Jerusalém, eram tomados de incontida e espontânea alegria. Mas, ao lermos a
Bíblia, vemos que Alguém teve uma reação diferente ao ver Jerusalém.
O caminho que o Senhor percorreu com os discípulos no último meio ano de Seu
ministério era quase o mesmo que os israelitas andavam para ir a Jerusalém, o
caminho de Sião. Nessa etapa final de Seu ministério, Ele seguia resolutamente
para a Cidade Santa e disse algumas vezes aos discípulos: “Eis que subimos para
Jerusalém” (Mt 16.21; 20.18; Mc 10.32, 33; Lc 9.51, 53; 13.22; 17.11; 18.31;
19.28). Jerusalém era Seu alvo. Em Mateus 16, lemos que Jesus perguntou aos
Seus discípulos quem o povo dizia ser Ele. Alguns personagens foram mencionados,
e havia também quem dissesse ser Ele Jeremias. Isso não é coincidência, mas é a
soberania de Deus! Por que Jesus se parecia com Jeremias? Porque, em toda a
Bíblia, só houve duas pessoas que choraram por Jerusalém: Jeremias e o Senhor
Jesus.
O CHORO DE JESUS
Quando Ele e os discípulos finalmente chegaram a Jerusalém – ao contrário dos
outros israelitas que choravam no caminho por causa das dificuldades, mas
alegravam- se ao ver a Cidade de Deus –, nosso Senhor chorou por ela! Assim
como no Antigo Testamento houve uma pessoa que chorava por Jerusalém, assim
também há Alguém no Novo Testamento. No Antigo Testamento, temos o livro das
Lamentações de Jeremias, um longo poema que expressa todo o sentimento
profundo do profeta. E, lendo atentamente as palavras do Senhor Jesus, vemos que
elas também são um poema. Há vários poemas ditos pelo Senhor e registrados nos
Evangelhos, não temos tempo de vê-los um a um agora, mas há um que é
especial: este que se identifica com as lamentações de Jeremias. A constituição
deste poema é lamentação, a constituição deste poema é dor. Há poemas que, por
meio de suas rimas e estrutura, nos dão um sentimento de alegria, mas tanto
Lamentações quanto esta declaração de Jesus são cheias de lamento e dor. O
poema está registrado em Mateus 23.37: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os
profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis Eu reunir os
teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o
quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde
agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do
Senhor!” Os especialistas em poesia hebraica dizem que esse trecho da palavra do
Senhor Jesus tem uma estrutura de poema igual à de Lamentações de
Jeremias.Quando o Senhor chora por Jerusalém, Ele concentra Seu sentimento
nestas palavras: “Jerusalém, Jerusalém (...) Quantas vezes quis Eu reunir os teus
filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas”.Jerusalém é uma
cidade, é a capital de Israel. É uma cidade que pode ser achada no mapa, que foi
edificada sobre um monte. A história não registra nenhuma cidade do mundo que
tenha passado tantos sofrimentos como esta. Segundo alguns autores, desde o
início dos registros históricos, Jerusalém já foi destruída e reconstruída por pelo
menos vinte vezes.Mas quando o Senhor Jesus chorava por Jerusalém, Ele não
estava chorando por uma cidade material, um amontoado de edifícios e ruas. A
cidade pela qual Ele chorou é uma cidade que pode escolher, pode decidir, pode
optar por ser reunida pelo Senhor sob Suas asas. O Senhor Jesus queria reunir os
filhos de Jerusalém como a galinha ajunta os pintinhos debaixo das asas, mas os
israelitas responderam dizendo: “Crucifica-O! Crucifica-O!” Para os israelitas,
Jerusalém sempre foi uma cidade santa; por isso, todos os que não eram santos
não podiam morrer dentro da cidade. Sem dúvida, o Senhor Jesus é o Santo – Ele é
a encarnação da santidade de Deus –, mas os israelitas consideraram a cidade
muito mais santa que o próprio Senhor. Os judeus jogavam todo o lixo fora da
cidade: eles crucificaram o Senhor fora da cidade e preferiram um salteador. Eles
clamaram:“Crucifica-O! Crucifica-O!”. Veja, amado irmão e irmã: o Senhor Jesus a
queria, mas Jerusalém não queria a Ele. Se Jerusalém fosse, de fato, em sua
realidade interior, uma cidade santa, como poderia não receber o Santo Senhor
Jesus? Portanto, o Senhor Jesus não chorou apenas pela Jerusalém do mapa, a
Jerusalém da história. Aos olhos do Senhor Jesus, Jerusalém era algo muito mais
elevado do que simplesmente uma cidade: ela representava o testemunho de Deus
e, por isso, está relacionada ao eterno propósito de Deus. Ao chorar por Jerusalém,
Jesus disse: “Jerusalém, Jerusalém (...) Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos
(...) e vós não o quisestes!” E, pouco depois, acrescentou: “Eis que a vossa casa
vos ficará deserta.” Quando era apenas um menino, Jesus disse: “Não sabíeis que
me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lc 4.29). O templo de Jerusalém era, no
sentimento do Senhor, a casa do Pai. Mas ao chorar por Jerusalém, Ele disse: “Eis
que a vossa casa vos ficará deserta.” O templo de Deus deveria ser o lugar de
descanso de Deus; se fosse, o Senhor teria dito: “Esta é a casa de Meu Pai”. Mas, a
partir do momento em que a realidade interior da presença de Deus não existe
mais, por estar o templo de Deus em desolação, o Senhor refere-se a ele como “a
vossa casa”. Os israelitas, no Antigo Testamento, já manifestavam essa
indisposição de se arrependerem de seus pecados e se consolavam dizendo que
Jerusalém não seria destruída, pois o templo de Deus estava ali: “Templo do
SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este” (Jr 7.4), eles repetiram
para se entorpecer. Na verdade, a glória de Deus já se havia retirado dali, mas eles
ainda falavam: “Este é o templo de Deus, a cidade de Jerusalém não será
destruída, pois uma vez que haja o templo de Deus, ele será eternamente o templo
de Deus!” É como os que dizem hoje: “Uma vez que somos a igreja de Deus,
seremos eternamente a igreja de Deus.” A Igreja de Deus não é a casa do Pai?
Sim, no princípio, de fato, era assim. Lembrem-se que o Senhor Jesus disse:“Não
sabíeis que Me cumpria estar na casa de Meu Pai?” Mas ao chorar por Jerusalém,
Ele disse: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta.” Em Lucas 19.41, Ele
acrescentou: “Não deixarão em ti pedra sobre pedra”. E a história comprova que
essa palavra foi cabalmente cumprida.
A DESTRUIÇÃO DA CASCA VAZIA
Em Mateus 24.1, 2, o Senhor disse algo com respeito à situação futura do templo
de Deus. Isso foi profetizado quando Ele andava com os discípulos no templo e
estes se maravilharam das pedras com que havia sido edificado. O templo foi
construído com pedras muito grandes colocadas umas sobre as outras, pedras
extremamente pesadas, entre as quais não foi usado nenhum tipo de cimento –
elas ficavam ligadas umas às outras apenas por seu próprio peso. A maneira como
o templo foi edificado indica a maneira como a Igreja deve ser edificada. Edificação
da Igreja não é criar maneiras de fazer com que os irmãos fiquem juntos,
ensinando computação ou cuidando da saúde dos idosos, por exemplo. Se fizermos
isso, é como ter de usar cimento para juntar as pedras. Mas, de acordo com a
tipologia da construção do templo, a edificação da Igreja acontece como
decorrência espontânea do peso espiritual diante do Senhor que cada pedra viva
adquire por meio de muitas lições espirituais preciosas aprendidas em oculto.
Assim, quando nos reunirmos com outros irmãos, teremos o peso espiritual que
adquirimos na presença do Senhor. Somos edificados juntos, pois você tem peso e
eu também tenho peso; nós, por nós mesmos, não temos peso espiritual algum,
pois só Cristo é nosso peso. Quanto mais você experimenta Cristo, mais peso você
tem. Irmãos e irmãs, a Igreja é edificada exclusivamente dessa maneira.Por causa
dessa característica do templo, os discípulos se admiraram: “Mestre! Que pedras,
que construções!” Mas Jesus lhes disse: “Dias virão em que não ficará pedra sobre
pedra que não seja derribada”. Irmãos e irmãs, essa profecia se cumpriu
completamente. No ano 70 d.C., o comandante romano Tito liderou seu exército e
invadiu Jerusalém. Os soldados cortaram todas as oliveiras do Monte das Oliveiras
e usaram a madeira para preparar a invasão. E eles iam atacar Jerusalém
exatamente na época da celebração da páscoa, quando os israelitas, de todos os
lugares, vinham a Jerusalém para comemorar a festa. Era uma cena muito curiosa!
A cidade estava cercada por cavalos e exércitos e, por isso, era tempo de todos se
afastarem da zona de guerra – mas os israelitas vinham em grande número para
Jerusalém. Por que eram tão corajosos? A razão é que eles achavam que Jerusalém
nunca seria destruída. Eles entendiam que, uma vez que Jerusalém era a cidade de
Deus, edificada por Deus, ela jamais seria destruída. Eles supunham serem
especialmente protegidos por Deus por serem judeus, enquanto seus inimigos eram
gentios, povo desprezado por eles e por Deus. Eles diziam que aquela era a cidade
eterna e, por isso, os romanos não a conquistariam. Isso os tornou obcecados, a
ponto de entrar na cidade, em meio ao cerco, para comemorar a festa. Os soldados
romanos não podiam acreditar no que viam! “Eles deveriam correr da cidade; por
que todos vão para ela?” Mas era exatamente esta a situação: os israelitas
obcecados de todas as partes do país seguiam para lá. Então, Tito deu ordem para
que se abrissem todas as portas da muralha, a fim de quem quisesse entrar
entrasse. E, exatamente nesse momento, muitos discípulos, por lembrar da
profecia de Jesus de que haveria uma grande tribulação que não deixaria ficar
pedra sobre pedra, por crer que aquela palavra do Senhor não falharia,
aproveitaram a ocasião em que os judeus entravam na cidade para dela fugir. Entre
esses discípulos estavam João e a mãe de Jesus. Finalmente, as portas da cidade
foram fechadas – e aquela foi a última Páscoa do povo de Israel –, e eles morreram
todos. Os romanos incendiaram a cidade e o templo. Quando metade do templo
estava queimando, eles se lembraram de que lá havia muito ouro e prata que,
agora, derretidos, estavam escorrendo para as fendas das pedras. Então, foi dada
uma ordem para que todo o exército tirasse o ouro e a prata do meio das pedras.
E, por isso, não ficou pedra sobre pedra, sendo, desse modo, cumprida
integralmente a profecia do Senhor Jesus. Daquele dia em diante, a nação de Israel
desapareceu totalmente da terra, até ser restabelecida em 14 de maio de 1948.
Isso foi o cumprimento da palavra do Senhor: “Eis que a vossa casa vos ficará
deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não Me vereis, até que venhais a
dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” No futuro, eles reconhecerão que
Jesus é o Messias e dirão: “Bendito o que vem em nome do Senhor!” Mas, naquela
época, o que eles disseram? “Crucifica- O! Crucifica-O! Elimina-O! Preferimos o
salteador, nós não O queremos.” Quando Pilatos perguntou: “Hei de crucificar o
vosso rei?”, que responderam os judeus? “Não temos rei, senão César!” Os judeus
sempre deveriam dizer que além de Deus não tinham rei. Por isso, os judeus e os
romanos não se misturavam; mas, para eliminar o Senhor Jesus, disseram algo que
era totalmente contra sua consciência e sua lei. JUNTOS!Depois de termos sido
salvos, percebemos que não somos os únicos: há muitos outros cristãos que, como
nós, têm a vida de Cristo. Vemos, então, que estamos na Casa de Deus. Fomos
chamados do mundo por Deus para que estejamos juntos; portanto, ninguém pode
ser um cristão isolado ou solitário. Sem Deus não podemos viver, mas sem os
irmãos e as irmãs também não podemos viver nem amadurecer. Por definição, a
Igreja é, primeiramente, a reunião dos chamados. Todos nós, cristãos, fomos
chamados por Deus para sair do mundo e reunir-nos. E essa reunião dos chamados
é a Igreja, é a Casa de Deus, é o templo de Deus. Assim, o templo do Antigo
Testamento é apenas uma prefiguração da Igreja. Temos de lembrar sempre que a
Igreja não testemunha de si mesma, mas testifica de nosso Senhor. Quando
desfrutamos a presença do Senhor, naturalmente nós O exaltamos e Dele
testemunhamos; desse modo, Sua glória e beleza são espontaneamente
manifestadas por meio de nós. Ninguém consegue expressar sozinho todas as
características de Cristo; mas em um irmão vemos a mansidão de Cristo, em outro
vemos Sua longanimidade, em outro, Sua humildade. E, quando nos reunimos,
vemos uma única personalidade, que é a de Cristo. A personalidade de Cristo é Sua
imagem, à qual estamos sendo conformados a fim de que as pessoas possam ver
Sua glória e beleza. Recentemente, houve um terremoto muito forte em Taiwan, e
muitos irmãos foram ajudar aqueles desabrigados das áreas atingidas. Ali, naquela
situação, foi possível perceber que alguns conhecem de fato a Igreja, mas muitos,
não. O testemunho da Igreja exalta a Cristo. Se vestimos a roupa do evangelho e o
capacete do evangelho, o que mostramos às pessoas é Cristo, nós mesmos não
ficamos visíveis. Você sabe por que nosso corpo necessita ser coberto? Você sabe
por que expor o corpo é vergonha? Cobrir o corpo tem por objetivo fazer com que o
mundo inteiro veja apenas nossa cabeça. Do mesmo modo, o testemunho da Igreja
nunca deve exaltar a ela mesma, mas unicamente a Cristo. É suficiente levarmos
as pessoas a crer em Jesus, não precisamos que as pessoas nos conheçam nem
valorizem o que fizemos. Quando ocorreu o terremoto em Taiwan, muitas áreas
foram severamente atingidas. No entanto, por haver naquelas áreas de calamidade
muitos repórteres e câmeras de televisão de todo o mundo, os cristãos que
ajudavam as pessoas desabrigadas levantavam grandes bandeiras, nas quais
estava escrito que eles eram de tal “igreja” e de tal denominação. Amados irmãos e
irmãs, o que foi mostrado ao mundo todo pela televisão? Esse o testemunho que o
Corpo de Cristo deve dar? O Corpo dá testemunho da Cabeça, não de si mesmo.
Mas o problema está em que, naquela situação, alguns queriam que o mundo
inteiro soubesse que eles estavam socorrendo os afligidos pelo terremoto –
estavam chamando atenção sobre si mesmos. A Bíblia registra que a Igreja
primitiva socorria os pobres segundo o preceito do Senhor, de que a mão esquerda
não deveria saber o que a mão direita fazia (Mt 6.3), nunca com o objetivo de
exaltar o homem. Quão diferente, porém, daquilo que vimos em meio à destruição
em Taiwan! Mas, além da exaltação do homem, ali vimos a manifestação das
divisões entre os filhos de Deus – grupos separados sob bandeiras distintas,
anunciando sua própria obra. O testemunho de Deus, representado por Jerusalém,
não é algo abstrato. Após termos sido salvos, tornamo-nos membros da Igreja, que
é o lugar de desfrute da presença de Deus. Por isso, quando nos reunimos com
outros irmãos, testemunhamos da unidade. Por conhecermos, de fato, o Senhor e
Sua Igreja, não aceitamos que haja qualquer divisão entre Seu povo. Desse modo,
graças ao amor de Cristo em nós, sabemos amar aqueles que não são amáveis,
aqueles que são diferentes de nós, mesmo aqueles que não viram a luz de Deus
sobre a Igreja. O amor nos faz humildes, o amor nunca nos faz sentir especiais.
Esse é o testemunho da Igreja: um testemunho de unidade e de amor.
O MAIS IMPORTANTE É O MAIS BAIXO
Lembro-me da primeira vez que fui a Jerusalém. Eu fiquei muito entusiasmado,
pois havia subido a Sião, ao monte do Senhor. Mas eu estava um pouco
preocupado: eu não tinha certeza se aquele era o verdadeiro monte Sião! Em
Jerusalém – este é um fato curioso –, você vai encontrar dois pináculos, dois
lugares da última ceia, dois Gólgotas, e muitas outras coisas duplas. Então, por
causa de minha dúvida, perguntei a um monge do mosteiro que ficava naquele
lugar: “Este é realmente o monte Sião? ”Ele me respondeu: “Este não é o monte
Sião.” Então, perguntei-lhe onde ficava o monte. Ele respondeu: “Como em redor
de Jerusalém estão os montes, assim o SENHOR, em derredor do Seu povo” (Sl
125.2). O menor desses montes que você vir, este é Sião.” Então, eu olhei para o
leste e também para o oeste, perguntando-me onde estava o monte de Deus. O
monge, que estava me observando, me disse: “Você está procurando de maneira
errada. Não olhe para cima nem para os lados; você tem de olhar para baixo, você
tem de olhar para o vale. Ali há um pequeno monte: aquele é realmente o monte
Sião do tempo de Davi. O monte Sião em que você está agora é o monte assim
designado de acordo com a tradição católica, não é Sião do tempo de Davi, não é o
monte Sião da Bíblia.” A Bíblia diz que os povos dos montes afluirão para Sião (Is
2.2). A palavra “afluirão” no original tem a idéia de fluir como água. Obviamente, a
água nunca corre para cima, mas sempre para baixo; portanto, se todos os montes
fluem para este monte, o monte Sião não apenas é o menor, mas também o mais
humilde. No entanto, o mesmo versículo diz que o monte da Casa do SENHOR será
estabelecido sobre os mais altos montes. Como poderão as águas fluir em direção
ao cume? Isso é um paradoxo! Sim, e ele encerra um princípio espiritual
fundamental: se somos realmente espirituais, se, de fato, andamos com o Senhor,
se somos úteis a Ele e a Sua Casa, devemos ser os mais baixos, os mais humildes,
os que mais servem. Somente a vida de Cristo em nós e o operar profundo de Sua
cruz podem gerar esse caráter em nós.Irmãos e irmãs, isto é o monte Sião, e assim
deve ser o testemunho da Igreja. Se realmente vemos o que é a Igreja, se
realmente vemos o que é o testemunho de Deus, jamais diremos que somente nós
somos a igreja e ninguém mais é. No momento em que falamos assim, já não
somos o mais baixo, mas nos elevamos a nós mesmos e ninguém consegue nos
acompanhar. Isso não é testemunho da Igreja. Por isso, quando nos reunimos,
temos de lavar os pés uns dos outros. O que significa lavar os pés? Humilhar-nos
para servir aos irmãos. Quando nos reunimos, não estamos somente diante dos pés
do Senhor, mas estamos também diante dos pés dos irmãos. Essa é uma vida
humilde. Assim, todo o testemunho da Igreja deveria ser a representação do monte
Sião. Então, ao unirmos o monte Sião ao monte Moriá temos Jerusalém. Isso
prefigura nosso testemunho. Para os judeus, há uma cidade: Jerusalém; nela há
um templo, o templo de Deus. A cidade é material e o templo é material, mas
Deus, por meio dos filhos de Israel, nos dá uma ilustração muito importante, pois,
na verdade, Jerusalém representa algo espiritual: o eterno propósito de Deus. Isso
é trabalho de Deus, não trabalho nosso. Mas se você ama a Deus, naturalmente
tem parte na Sua obra. Portanto, repito: hoje nós estamos reunidos, fomos
chamados para andar juntos, fomos chamados do mundo para exaltar a Cristo,
glorificar a Cristo, dar testemunho por nosso Senhor. Agora por meio de nós há um
testemunho visível: as pessoas não devem nos ver, mas ver apenas a Cristo.
Davi e a casa de Deus

Christian Chen

Leituras: 2 Samuel 7:1; Salmos 132:1-5; 13.

Dificilmente acharemos no Antigo Testamento um personagem que tenha agradado o


coração de Deus de uma maneira tão profunda como Davi.

Os sofrimentos de Davi

Davi não era perfeito; ele era como você ou como eu. No entanto, a Bíblia diz que ele
foi um homem segundo o coração de Deus. O Salmo 132 nos recorda que Davi teve
aflições: "Lembra-te, OH Senhor, de Davi, e de toda a sua aflição" (V. 1).

Quando Davi tinha quinze anos de idade, foi ungido rei secretamente por Samuel. E por
ter sido ungido rei em segredo, ele sofreu muito nas mãos do rei Saul. Davi correu para
salvar a sua vida, de um deserto a outro, de uma caverna a outra, por cerca de quatorze
anos.

Podem imaginar quantas das suas noites foram noites de insônia? Ele não tinha um
lugar de descanso. O deserto nos fala de carência de repouso. E só uns poucos -
quatrocentas ou seiscentas pessoas- lhe seguiram. Essas foram as aflições de Davi.

Fugindo de Absalão

Davi teve que fugir para salvar a sua vida da perseguição de Saul; mas nunca pensou
que um dia teria que fugir também por causa de seu filho Absalão.

Entre todos os filhos de Davi, provavelmente era Absalão quem tocava no mais íntimo
do coração de Davi. Quando Absalão se rebelou contra o seu pai e procurava matá-lo,
Davi teve que fugir do trono. A Bíblia fala de como Davi cruzou o vale de Cedrom,
como subiu ao monte das Oliveiras, atravessou o cume do monte, e cruzou o rio Jordão.
E, no caminho, muitos lhe desprezaram e alguns lhe amaldiçoavam; no entanto, Davi
sofreu o vitupério, e quando um dos seus assistentes quis matar ao que lhe amaldiçoava,
ele disse: "Deixem-no em paz". Essas eram as aflições de Davi.
E mais ainda, quando os sacerdotes que levavam a arca vieram a ele porque queriam
seguir-lhe, ele lhes disse: "Por favor, retornem, não me sigam; sigam a vontade de Deus.
Se eu for agradável a Deus, então voltarei. Eu sempre posso voltar para a arca; mas a
arca nunca deve me seguir; a arca é sempre o centro de tudo".

Quando esteve sob algum tipo de disciplina, Davi teve um coração muito puro.
Recordamos as duas vezes em que ele peregrinou no deserto, as duas vezes em que ele
fugiu por sua vida. Estas foram as aflições de Davi.

Outra classe de aflição de Davi

Mas no Salmo 132:1, refere-se a uma aflição específica de Davi, a um sofrimento quase
desconhecido para nós.

Ao ver o contexto, encontramos Davi já no trono, e não só isso, Deus já lhe tinha
concedido o repouso. Tinha vencido os seus inimigos, e achado o seu descanso. Esta é a
melhor época em toda a sua vida. Ele não só estava em Jerusalém e tinha tomado a
fortaleza de Sião, mas também tinha sentado no trono de Davi. Agora nos fala a respeito
das aflições de Davi, quando os seus sonhos tinham sido maravilhosamente cumpridos.

Irmão, você conhece este tipo de sofrimento? Quando Deus te abençoa, e te concede
uma linda família, maravilhosos filhos, uma casa preciosa, um trabalho bem-sucedido, e
está sendo muito usado pelo Senhor, as portas se abrem de todo lado. Chegastes ao
ápice da sua vida cristã. É como se estivesse sentado no trono, aquilo que sempre
sonhaste. Quando o seu sonho foi realizado, Davi padeceu por muitas e longas noites.
Estas muitas noites de insônia nos falam das aflições de Davi.

"Aconteceu que quando já o rei habitava em sua casa, depois que o Senhor lhe tinha
dado repouso de todos os seus inimigos em redor, disse o rei ao profeta Natã: Eis que eu
habito numa casa de cedro, e a arca de Deus está entre cortinas" (2 Sam. 7:1).

Ao comparar esta passagem com a passagem no Salmo 132, podemos imaginar que,
depois de muitas noites sem dormir, Davi veio ao profeta Natã e lhe disse: "Eis que eu
habito numa casa de cedro, e a arca de Deus está entre cortinas. Se Deus não tiver
repouso, eu tampouco o terei". Aqui entendemos como o coração de Davi era um com o
coração de Deus.
Então Natã lhe disse: "...faze tudo o que está em seu coração, porque o Senhor está
contigo". Davi não havia dito o que estava em sua mente; só havia expressado que não
teria descanso até que Deus tivesse o seu repouso. No entanto, por causa do seu amor
por seu Deus, intimamente Davi tinha algo em seu coração, e Natã sabia muito bem.
Natã representa o Espírito Santo.

Se amas ao Senhor, se de fato sofres e não por ti mesmo -por ti mesmo não há razão
para que sofras, pois já está sentado no trono, desfrutando do repouso-, por que terias
que torturar-te a ti mesmo? Aqui há alguém que nunca vai desfrutar do seu descanso até
que o seu Deus também obtenha o seu descanso. Há algo na mente de Davi: ele deseja
edificar a casa de Deus. Natã sabe muito bem e lhe diz: "Faze tudo o que está em seu
coração, porque o Senhor está contigo".

A Casa é a Igreja de Deus

A casa de Deus, traduzida para a linguagem do Novo Testamento, é a igreja de Deus. O


nosso Senhor Jesus Cristo disse: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja". Pedro
disse: "Achegando-vos para ele como pedras vivas, sendo edificados juntamente como
uma casa espiritual". E Paulo disse: "Vós sois a casa de Deus, vós sois o templo de
Deus".

Então, se lermos Efésios, ali temos uma chamamento. Paulo fala a respeito da esperança
desse chamamento. O que é um chamamento? Quando fomos salvos, um dia,
respondemos ao seu chamamento. E, depois que fomos salvos, ouvimos outro
chamamento do Senhor: "Vêm e siga-me, e eu te farei pescador de homens".

Agora cada um pode dizer: 'Eu fui chamado pelo Senhor'. Mas se lermos Efésios,
quando Paulo fala a respeito da esperança do seu chamamento, e se lermos também
Colossenses, tal chamamento é único. Ao ler essas duas cartas, vemos que somos
chamados para sermos um Corpo, temos um chamamento para sermos edificados como
a igreja de Cristo.

Antes da volta do Senhor, essa casa tem que estar construída, pois ele vai apresentar a si
mesmo uma igreja gloriosa. Agora entendemos que temos não só um chamamento
individual, mas também compartilhamos o mesmo chamamento. E este chamamento é
para que sejamos um Corpo.
Um sonho de juventude de Davi

De alguma forma, esse desejo de Deus estava impresso no coração de Davi. Nós não
sabemos quando Davi teve aquela visão; se quando ele era jovem, ou quando era um
pastor, não sabemos. Porque naquela época, como pastor, ele dizia: "O Senhor é o meu
pastor, nada me faltará" (Salmo 23:1). No entanto, o último versículo deste Salmo, diz:
"Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida, e
habitarei na casa do Senhor por longos dias" - ou "para sempre".

Deus pôs esse desejo em Davi, mesmo que este fosse muito jovem. Mas, quando Davi
chegou ao ápice ele deveria estar satisfeito, mas por que não podia dormir? Porque a
arca de Deus ainda estava em uma tenda.

Irmãos, conhecer o coração de Deus é uma coisa; satisfazer o coração de Deus é outra
coisa. Por meio dos livros, por meio das revistas, conheces a vontade de Deus, sabe que
o nosso Senhor quer edificar a sua igreja, sabes que antes da sua volta ele vai apresentar
a si mesmo uma igreja gloriosa. Tens todo o conhecimento, mas, onde você está? Está
na casa de cedro, desfrutando do seu repouso? Irmãos, onde está a arca de Deus hoje?

Se nós desejamos ser edificados juntos como a igreja de Deus, temos o coração de
Davi? Esse é o começo de toda verdadeira edificação. De outra maneira, tudo o que
sabes não é mais que um sonho. Somos sonhadores, e somos belos sonhadores. Tudo
está no futuro, tudo é uma teoria. Mas se você morar no palácio de cedro, isso é muito
real; se está dirigindo um automóvel magnífico e olhas para os seus filhos maravilhosos;
isso é muito real. Mas, o que acontece com a casa de Deus? É ainda um sonho, ou sabe
que Deus está cumprindo o que ele deseja fazer?

Como podemos ser edificados juntos? O primeiro passo é a experiência das aflições de
Davi. Se nós não conhecermos nada a respeito desse sofrimento, somos meros
sonhadores. Poderá esperar por mais de dez anos, e nada ocorrerá. Pode estar muito
ocupado, pode haver muitas portas abertas para ti e para mim; mas onde está a arca de
Deus? Ele já obteve o que deseja?

Embora esteja ocupado trabalhando para o Senhor, isso não significa que Deus já tenha
encontrado o seu lugar de repouso. Aqui aprendemos uma lição da história de Davi.
Finalmente, a vontade de Deus foi cumprida, e o templo de Deus foi edificado. Mas
antes, Davi passou por uma série de sofrimentos. A operação da cruz impregnou
profundamente em sua vida.

Tu não és o homem

"Aconteceu naquela noite, que veio a palavra do Senhor a Natã, dizendo: Vai, e dize a
meu servo Davi: Assim diz o Senhor: Tu me hás de edificar casa em que eu more?" (2
Sam. 7:4).

Aquele dia Natã disse a Davi: "Anda, e faze tudo o que está em seu coração, porque o
Senhor está contigo". 'Esse é o seu sonho, tencionas realizar o seu sonho'. Por quê?
'Porque o Senhor está contigo'. Mas, menos de vinte e quatro horas depois, houve uma
surpresa para Davi. Deus havia se agradado do coração de Davi, mas ao seguir lendo
vemos que aquela noite foi a noite mais difícil para Davi. Depois de tantas noites sem
dormir, houve para ele uma noite de maior aflição. Deus lhe disse: "Não serás tu que a
edifique".

Na vida de Davi, Deus usou duas vezes a Natã para falar com ele. Quando Davi
cometeu o pecado de adultério e de homicídio, durante quase um ano ele recusou
confessar o seu pecado. O que lhe disse Natã? "Tu és esse homem".

E em seguida temos esta ocasião. Davi tinha muito zelo pela casa de Deus. E embora o
profeta lhe houvesse dito: "Anda e faz o que quer; o seu sonho se cumprirá"; no entanto,
repentinamente, Natã veio com más notícias: "Tu não és o homem".

Davi tinha milhares de planos; ele tinha uma paixão por Deus; ele tinha muito zelo pelo
Senhor; mas nunca esperava que Deus lançasse água fria nos seus planos. "Tu não és o
homem, porque há muito sangue em suas mãos". Essas são as aflições de Davi. Quando
tens um coração para o Senhor e não é seu irmão o que te diz: "Tu não és o homem";
não é a sua esposa quem te diz: "Tu não és o homem". É o próprio Deus quem lhe diz
isso!

Não somos nós os qualificados para edificar a igreja de Deus. Quantas vezes ferimos os
nossos irmãos e irmãs! Aos olhos de Deus, quanto sangue há em nossas mãos!
Portanto, só porque você conhece alguma teologia, porque conhece algumas verdades
bíblicas, você diz: 'Agora, eu vou edificar a igreja'. Mas quando tenta edificar a igreja,
por causa do seu temperamento, por causa da sua natureza, inconscientemente, você
fere os seus irmãos, e em seguida pensa que Deus vai te usar para edificar a sua igreja?
Se você deseja edificar um muro de cinco metros, tem que trabalhar duro. Mas, se ferir
os seus irmãos e irmãs, se tiver derramado tanto sangue, de fato, consegue destruir três
metros.

Então, se desejamos ser edificados juntos, cedo ou tarde o Senhor terá que nos dizer:
"Tu não és o homem".

Alguém perguntou à senhorita Barber, alguém que ajudou muito a Watchman Nee:
"Qual é o segredo para trabalhar para o Senhor?". A sua resposta foi: "O segredo para
trabalhar para o Senhor é não trabalhar para o Senhor". Essas são as aflições de Davi. Se
tiver consagrado tudo ao Senhor, ele te dirá: "Tu não és o homem, você não está
qualificado". Ouviste?

Este é o começo da edificação da casa, e isso é o que estava ocorrendo com Davi. Mas
pense isto: se Deus te disser: "Tu não és o homem", qual será a sua reação? 'Bem, então,
vou amar ao mundo. Se não é comigo, não tenho nada a ver com isso. A partir de agora,
não vou mais às reuniões, ou me sentarei atrás. Ainda vou sorrir para os irmãos e irmãs,
vou abraçá-los; mas permanecerei muito passivo, porque Deus me tem dito: Tu não és o
homem'.

Freqüentemente, Deus não diz isto diretamente, mas diz por meio de um irmão ou uma
irmã. E quando ouve isso, diz: 'Não contribuirei mais, não vou usar os meus talentos;
nada vai sair de mim'. Mas, isso é o que aconteceu com Davi? Não, irmãos. Quando
Deus nos diz 'Não', é uma prova para saber onde estamos.

Algumas vezes temos uma pretensão, como se fôssemos muito espirituais, até que um
dia esta parte da obra da cruz sobrevém. É a parte mais difícil de aceitar, quando tens
toda a energia, e lançam-lhe um balde de água fria. E isso vem do próprio Deus.

A edificação da própria casa


Por que Deus disse: 'Não és tu o homem'? Para entender isto, você terá que ler toda a
Bíblia. Tem um coração, mas não tem a qualificação. Cedo ou tarde, descobrirá que não
é capaz. Isso é parte da obra da cruz. Tem que ser exercitado na paciência e escutar o
que Deus tem a dizer-te. "Também o Senhor te faz saber que ele te fará casa. Quando
teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois
de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu
reino. Este edificará casa ao meu nome, e confirmarei o trono de seu reino para sempre.
Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho" (2 S. 7:11-14).

Por que não és tu o homem? Antes que você deseje estabelecer casa para Deus, tem que
permitir que Deus mesmo estabeleça a sua própria casa. Em seu coração, você pensa na
casa de Deus; no coração de Deus, ele pensa em sua casa.

É preciso que a sua casa seja estabelecida, para que então a casa de Deus seja
estabelecida. Antes que trabalhe para Deus, tem que permitir que Deus trabalhe em ti.
Contigo não é possível, não está qualificado. Mas, quando estará qualificado? Só
quando a sua casa estiver estabelecida. Então, Deus vai estabelecer a casa de Davi. Davi
tem muitos filhos, um dos seus filhos será escolhido, e este é Salomão.

Aquela noite, Deus prometeu a Davi que ia edificar a sua casa, e que um dos seus filhos
se sentaria no trono de Davi, e aquele filho edificaria a casa de Deus. Isso é muito
interessante. Só quando a casa de Davi foi estabelecida, então Salomão edificou a casa
de Deus. Assim é como Deus edifica a sua própria casa.

Nós somos exatamente como Davi - nenhum de nós está qualificado. Então, o que
faremos? Permitas que Deus trabalhe em ti, que Deus trabalhe em sua casa. Salomão é
parte da edificação de Deus. Quando Deus fez a sua obra, então, por meio de Salomão,
foi edificada a casa. Deus não vai usar a Davi diretamente; mas isso não significa que
ele o tenha recusado. Por um lado, Deus não te usa; mas, por outro lado, ele ainda vai te
usar; mas vai te usar de uma maneira indireta, só quando a sua casa estiver estabelecida.

Em seguida, o caminho para a casa de Deus é que Deus tem que trabalhar em nós e em
nossas casas. Por essa razão, a vida de família está intimamente relacionada com a vida
da igreja. Sem uma vida de família normal, nunca teremos uma vida de igreja normal.
Se não souber como governar a sua casa, como poderá governar a igreja? Isto é muito
importante. Por tal razão, Davi teve que permitir que Deus fizesse a sua obra de uma
maneira muito profunda.

E sabemos como Davi aprendeu a lição, apesar dele ter falhado terrivelmente. Ele
esteve sob a mão disciplinadora de Deus, mas, pela graça do Senhor, nasceu Salomão.
Quando Salomão se converteu no escolhido de Deus, Davi recordou que ele mesmo não
era capaz de edificar a casa de Deus; ele era só um pecador preservado por graça.

O nascimento de Salomão nos faz recordar a história do fracasso de Davi. Davi era um
vaso nas mãos de Deus; no entanto, aquele vaso estava completamente rachado. Pela
misericórdia do Senhor, ele fez um vaso novo. Os caminhos de Deus são sempre mais
elevados que os nossos caminhos, e finalmente, Salomão achou-se no trono.

O lugar da edificação

Em 1 Crônicas 21 descobrimos que Davi pecou mais uma vez, quando fez o censo do
povo. Ele tinha sido restaurado, e isto, de fato, pode ser muito perigoso. Depois de
retornar a Jerusalém, a tentação foi esta: Agora sabes que Deus está contigo, sabes que
ele se agrada da sua vida, e então a carne, gradualmente, levanta-se outra vez, e quer
saber qual é o poder que há em suas mãos. Assim, Davi pecou contra Deus mais uma
vez.

Dois grandes pecados de Davi ficaram registrados na Bíblia: o primeiro, quando


cometeu o adultério; outro, quando fez o censo do povo. Ele sabia que tinha pecado
contra Deus. Quando o anjo quase matou a todos, então ele orou.

Deus enviou o profeta e pediu que Davi fosse à eira no monte Moriá, o lugar onde se
separa a palha do grão. As pessoas se alimentam com o grão, não com a palha. Cristo é
o grão; nossa carne é como a palha. Quando está alimentando às pessoas com Cristo,
inconscientemente, as estás alimentando também de ti mesmo. Por essa razão, Davi
estava muito orgulhoso, e queria recensear o povo, para saber como estava o seu
desempenho, para conhecer os seus lucros.

Davi pecou contra Deus, e por isso teve que passar pela eira. A obra da cruz teve que
cortar profundamente a vida de Davi. Então pôde ser útil nas mãos de Deus. Quando ele
passou pela eira e ofereceu o holocausto, para a sua surpresa, o fogo do céu se derramou
sobre o altar e consumiu o sacrifício. Isso significava que Deus estava satisfeito, Deus
estava em paz.

Quando Davi viu o acontecido, disse: 'Este é o templo de Deus'. O que significa isto?
Antes que o povo de Israel entrasse na terra, Deus disse a Moisés: "Quando entrares na
terra, não siga os costumes dos povos da terra; eles procuram os lugares altos e fazem as
suas oferendas, mas tu não deve fazer isso". Deus escolheria um lugar e todo o povo de
Israel tinha que ir a esse lugar para oferecer os seus sacrifícios. Em outras palavras, se
queres edificar a casa de Deus, ele mesmo já tem o lugar escolhido. Ali é onde deves ir.

No entanto, quatrocentos ou quinhentos anos depois que o povo entrou na terra,


ninguém sabia qual era o lugar. Ninguém sabia, nem Salomão, nem Davi. Tudo o que
sabiam é que um dia havia um lugar escolhido por Deus. Mas, graças a Deus, depois da
sua dolorosa experiência, os seus olhos foram abertos. Naquela eira, onde a palha e o
grão eram separados, estava o lugar para a casa de Deus. Ao mesmo tempo, esse era o
lugar exato onde Abraão ofereceu a Isaque.

Pela primeira vez na história, Davi viu o lugar. Mas Deus teve que edificar primeiro a
Davi. Se a casa de Davi não estivesse estabelecida, Davi não saberia onde estaria a base
da casa de Deus. É uma lição que Davi aprendeu em sua velhice.

"E disse Davi: Aqui estará a casa do Senhor Deus, e aqui o altar do holocausto para
Israel" (1 Crônicas 22:1). Os olhos de Davi foram abertos. Naquele lugar deveria ser
edificada a casa de Deus. Na linguagem do Novo Testamento, qual é a base da vida da
igreja? Há dois elementos importantes: primeiro, alguém como Abraão, que ofereceu o
seu filho Isaque; e segundo, somos nós como Davi, que passou pela eira?

Preparando os materiais

"Depois mandou Davi que se reunissem os estrangeiros que havia na terra de Israel, e
estabeleceu dentre eles pedreiros que lavrassem pedras de cantaria para edificar a casa
de Deus" (1 Cr. 22:2). Quando Davi soube onde deveria lançar as bases, ele se tornou
muito ativo. Apesar de Deus lhe haver dito: "Tu não és o homem que vai edificar", não
significa que ele não estivesse qualificado para preparar os materiais da construção.
O que edifica está em primeiro plano, e o que prepara os materiais está por trás.
Salomão recebeu toda a glória, porque dali em diante o templo foi conhecido como o
templo de Salomão, e Davi estava por trás da cena. Não importa o que ele tenha feito, as
pessoas não veriam a sua glória. Deus lhe diz: 'Não és tu o que irá edificar', mas nem
por isso ele se negou a fazer algo. Falando estritamente, se nós conhecermos a história
dessa edificação, noventa por cento é o esforço de Davi, e só dez por cento pertence a
Salomão. No entanto, Salomão recebeu toda a glória.

Irmão, você está disposto a prosseguir? Se Deus te disser: 'Tu não és o homem que vai
edificar', ele não tem dito que não é o homem que pode preparar os materiais. Você está
disposto a fazer isso? Graças a Deus, ao seguir lendo o capítulo 22, vemos como Davi
fez aquele maravilhoso trabalho.

"E disse Davi: Salomão meu filho é moço e de tenra idade, e a casa que se há de edificar
ao Senhor há de ser magnífica por excelência, para renome e honra em todas as terras;
agora, pois, eu lhe prepararei o necessário. E Davi antes da sua morte fez preparativos
em grande abundância ... Eis aqui, eu com grandes esforços tenho preparado para a casa
do Senhor cem mil talentos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e bronze e ferro
sem medida, porque é muito. Também preparei madeira e pedra, ao qual tu
acrescentarás (1 Cr. 22:5, 14).

Organizando a Casa

Aqui vemos quão positiva era a atitude de Davi. Ao seguir lendo esta passagem, o seu
coração vai ser tocado. Aquele a quem Deus disse 'Não' - como se tivesse sido recusado
por Deus - ainda prossegue, embora já sendo ancião, não abandona tudo nas mãos do
seu filho. Ele não desperdiçou o seu tempo; ele fez muito esforço em preparar tudo para
o templo.

E não só isso, quando avançamos para o capítulo 23, já temos o templo, mas onde estão
os levita e os sacerdotes? Davi reuniu todos os levita e sacerdotes, e os distribuiu em
vinte e quatro grupos. Ele era um bom organizador e, naquela época, Salomão era ainda
muito jovem e inexperiente.

No capítulo 25, Davi organizou os músicos e cantores. Ele sabia que não podia trabalhar
na edificação da casa; no entanto, quando a casa estivesse edificada, teria que haver
sacerdotes, levitas e cantores. Antes da sua morte, Davi organizou tudo. Recordem, em
sua carne, havia uma marca que dizia: 'Tu não és o homem'. Mas ele seguiu, e no
capítulo 26, 27, e especialmente no 28, ele reuniu a todos em Jerusalém.

E diante de todos, Davi disse a Salomão: "Sê forte e faz a obra". Salomão era o homem.
Agora sabemos onde edificar o templo, mas nessa época, Davi mostrou a Salomão em
Jerusalém, o plano da casa de Deus: "Todas estas coisas, disse Davi, foram-me traçadas
pela mão do Senhor..." (V. 19).

Pensem isto: o desenho foi esboçado pela mão do Senhor. Para edificar a casa, é
necessário um plano, um desenho para ver como é a casa. Deus disse 'Não' a Davi; no
entanto, lhe mostrou o plano. E Davi disse: 'Isso foi esboçado pela mão de Deus'. A casa
de Deus deve ser edificada segundo o plano. Quando Salomão edificou o templo, ele
devia seguir aquele plano. Se Davi desistisse e dissesse: 'Eu não tenho nada a ver com
isso', quem haveria de saber qual era o lugar para edificar a casa?

Isto ocorreu no final da vida de Davi. Ele não só preparou o material, mas também o
lugar onde deveriam ser postos os fundamentos, preparou os planos, organizou os
sacerdotes, pôs os cantores na casa do Senhor. Tudo estava quase preparado. Agora só
era necessário o toque de ouro de Deus. Finalmente, quando Salomão esteve no trono de
Davi, Deus realizou o que desejava.

Edificando as famílias

Agora pode ver como a casa de Deus deve ser edificada. A lição é muito clara aqui: Se
você quiser edificar a casa de Deus, comece por sua família, permita que o Senhor opere
nela, ensine aos seus filhos não apenas que sejam bons cidadãos. Neste mundo cheio de
pecado, há muitas tentações; serem puros é quase impossível. Se quiser ajudar que seus
filhos estejam longe das drogas, do adultério, da fornicação, permita que Deus edifique
a sua família, que ele estabeleça a sua casa.

Mas não esqueça, a razão pela qual tem muitos filhos é porque um ou dois deles serão
usados por Deus para cumprir a Sua vontade. Por essa razão, como pai, como mãe, não
tem que ensinar os seus filhos para ti mesmo; tem que permitir que Deus trabalhe em
sua família, e então nascerá um Salomão. E tudo isso é por graça. Um dia, ele chegará
ao ápice de sua vida, não por si mesmo - Deus o terá escolhido para fazer a Sua obra.
Nós sabemos que o Senhor virá muito em breve. Mas, se ele não vier tão logo - embora
desejássemos nos reunir com ele hoje - quando a igreja será uma igreja gloriosa? Não
devemos dizer: 'Não deveríamos nos envolver, não conhecemos a vontade de Deus,
ainda não é o tempo'. Mas está preparado para preparar os materiais, não é verdade?
Pode preparar o ouro, a prata e todo o resto. Isso significa que está preparando a sua
família.

Por essa razão, a igreja tem que crescer, a igreja tem que seguir animando os jovens.
Estes são os materiais para a edificação da igreja. Quando eles estão sendo edificados,
converteram-se nas sete colunas da casa de Deus. "A sabedoria edificou a sua casa",
mas antes da edificação é necessário as sete colunas. (Prov. 9:1).

O futuro da igreja está nos jovens. Por essa razão, se a igreja está pelo Senhor, deveria
preparar ouro e prata, e deveria recompensar os jovens quando eles seguem o Senhor,
animá-los e lhes dar recompensa. Os jovens precisam ser incentivados. Se o Senhor não
vier tão logo, quem sabe se o Senhor usará a um dos seus filhos ou suas filhas, assim
como usou a Salomão, para que, finalmente, a vontade de Deus seja cumprida?

Eu penso que hoje temos um problema. Pensamos: 'Deus vai cumprir a sua vontade, e
eu sou indispensável, assim ele tem que me usar'. Não, irmãos. Os caminhos de Deus
são mais altos do que os nossos. O problema é o seguinte: Quantos Davis há aqui? Nós
deveríamos ser como Davi.

Damos graças a Deus. Ele já tem feito uma maravilhosa obra no Chile. Em muitos
lugares, o testemunho do Senhor já foi estabelecido. No entanto, Deus vai fazer algo
mais - ele vai trazer uma geração mais jovem para a sua igreja.

Nós somos pais. Agora, como igreja, precisamos nos levantar e saber o que o Senhor
está fazendo. Animo-os a prosseguir lendo toda a história de Davi, para que os seus
corações sejam tocados, pois essa é a história da edificação da casa de Deus, ainda que
Davi não recebesse a glória, senão que toda a glória tenha pertencido a outro. Vocês
estão dispostos?

Que o Senhor fale aos nossos corações.


Davi e a casa de Deus
CHRISTIAN CHEN
O que fazer quando Deus joga um balde de água fria nos seus sonhos?

Christian Chen

Leituras: 2 Samuel 7:1; Salmos 132:1-5; 13.

Dificilmente acharemos no Antigo Testamento um personagem que tenha agradado o


coração de Deus de uma maneira tão profunda como Davi.

Os sofrimentos de Davi

Davi não era perfeito; ele era como você ou como eu. No entanto, a Bíblia diz que ele foi um
homem segundo o coração de Deus. O Salmo 132 nos recorda que Davi teve aflições:
"Lembra-te, OH Senhor, de Davi, e de toda a sua aflição" (V. 1).

Quando Davi tinha quinze anos de idade, foi ungido rei secretamente por Samuel. E por ter
sido ungido rei em segredo, ele sofreu muito nas mãos do rei Saul. Davi correu para salvar a
sua vida, de um deserto a outro, de uma caverna a outra, por cerca de quatorze anos.

Podem imaginar quantas das suas noites foram noites de insônia? Ele não tinha um lugar de
descanso. O deserto nos fala de carência de repouso. E só uns poucos -quatrocentas ou
seiscentas pessoas- lhe seguiram. Essas foram as aflições de Davi.

Fugindo de Absalão

Davi teve que fugir para salvar a sua vida da perseguição de Saul; mas nunca pensou que
um dia teria que fugir também por causa de seu filho Absalão.

Entre todos os filhos de Davi, provavelmente era Absalão quem tocava no mais íntimo do
coração de Davi. Quando Absalão se rebelou contra o seu pai e procurava matá-lo, Davi teve
que fugir do trono. A Bíblia fala de como Davi cruzou o vale de Cedrom, como subiu ao monte
das Oliveiras, atravessou o cume do monte, e cruzou o rio Jordão. E, no caminho, muitos lhe
desprezaram e alguns lhe amaldiçoavam; no entanto, Davi sofreu o vitupério, e quando um dos
seus assistentes quis matar ao que lhe amaldiçoava, ele disse: "Deixem-no em paz". Essas
eram as aflições de Davi.

E mais ainda, quando os sacerdotes que levavam a arca vieram a ele porque queriam
seguir-lhe, ele lhes disse: "Por favor, retornem, não me sigam; sigam a vontade de Deus. Se eu
for agradável a Deus, então voltarei. Eu sempre posso voltar para a arca; mas a arca nunca
deve me seguir; a arca é sempre o centro de tudo".

Quando esteve sob algum tipo de disciplina, Davi teve um coração muito puro. Recordamos
as duas vezes em que ele peregrinou no deserto, as duas vezes em que ele fugiu por sua vida.
Estas foram as aflições de Davi.

Outra classe de aflição de Davi


Mas no Salmo 132:1, refere-se a uma aflição específica de Davi, a um sofrimento quase
desconhecido para nós.

Ao ver o contexto, encontramos Davi já no trono, e não só isso, Deus já lhe tinha concedido
o repouso. Tinha vencido os seus inimigos, e achado o seu descanso. Esta é a melhor época
em toda a sua vida. Ele não só estava em Jerusalém e tinha tomado a fortaleza de Sião, mas
também tinha sentado no trono de Davi. Agora nos fala a respeito das aflições de Davi, quando
os seus sonhos tinham sido maravilhosamente cumpridos.

Irmão, você conhece este tipo de sofrimento? Quando Deus te abençoa, e te concede uma
linda família, maravilhosos filhos, uma casa preciosa, um trabalho bem-sucedido, e está sendo
muito usado pelo Senhor, as portas se abrem de todo lado. Chegastes ao ápice da sua vida
cristã. É como se estivesse sentado no trono, aquilo que sempre sonhaste. Quando o seu
sonho foi realizado, Davi padeceu por muitas e longas noites. Estas muitas noites de insônia
nos falam das aflições de Davi.

"Aconteceu que quando já o rei habitava em sua casa, depois que o Senhor lhe tinha dado
repouso de todos os seus inimigos em redor, disse o rei ao profeta Natã: Eis que eu habito
numa casa de cedro, e a arca de Deus está entre cortinas" (2 Sam. 7:1).

Ao comparar esta passagem com a passagem no Salmo 132, podemos imaginar que, depois
de muitas noites sem dormir, Davi veio ao profeta Natã e lhe disse: "Eis que eu habito numa
casa de cedro, e a arca de Deus está entre cortinas. Se Deus não tiver repouso, eu tampouco o
terei". Aqui entendemos como o coração de Davi era um com o coração de Deus.

Então Natã lhe disse: "...faze tudo o que está em seu coração, porque o Senhor está
contigo". Davi não havia dito o que estava em sua mente; só havia expressado que não teria
descanso até que Deus tivesse o seu repouso. No entanto, por causa do seu amor por seu
Deus, intimamente Davi tinha algo em seu coração, e Natã sabia muito bem. Natã representa o
Espírito Santo.

Se amas ao Senhor, se de fato sofres e não por ti mesmo -por ti mesmo não há razão para
que sofras, pois já está sentado no trono, desfrutando do repouso-, por que terias que torturar-
te a ti mesmo? Aqui há alguém que nunca vai desfrutar do seu descanso até que o seu Deus
também obtenha o seu descanso. Há algo na mente de Davi: ele deseja edificar a casa de
Deus. Natã sabe muito bem e lhe diz: "Faze tudo o que está em seu coração, porque o Senhor
está contigo".

A Casa é a Igreja de Deus

A casa de Deus, traduzida para a linguagem do Novo Testamento, é a igreja de Deus. O


nosso Senhor Jesus Cristo disse: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja". Pedro disse:
"Achegando-vos para ele como pedras vivas, sendo edificados juntamente como uma casa
espiritual". E Paulo disse: "Vós sois a casa de Deus, vós sois o templo de Deus".

Então, se lermos Efésios, ali temos uma chamamento. Paulo fala a respeito da esperança
desse chamamento. O que é um chamamento? Quando fomos salvos, um dia, respondemos
ao seu chamamento. E, depois que fomos salvos, ouvimos outro chamamento do Senhor:
"Vêm e siga-me, e eu te farei pescador de homens".
Agora cada um pode dizer: 'Eu fui chamado pelo Senhor'. Mas se lermos Efésios, quando
Paulo fala a respeito da esperança do seu chamamento, e se lermos também Colossenses, tal
chamamento é único. Ao ler essas duas cartas, vemos que somos chamados para sermos um
Corpo, temos um chamamento para sermos edificados como a igreja de Cristo.

Antes da volta do Senhor, essa casa tem que estar construída, pois ele vai apresentar a si
mesmo uma igreja gloriosa. Agora entendemos que temos não só um chamamento individual,
mas também compartilhamos o mesmo chamamento. E este chamamento é para que sejamos
um Corpo.

Um sonho de juventude de Davi

De alguma forma, esse desejo de Deus estava impresso no coração de Davi. Nós não
sabemos quando Davi teve aquela visão; se quando ele era jovem, ou quando era um pastor,
não sabemos. Porque naquela época, como pastor, ele dizia: "O Senhor é o meu pastor, nada
me faltará" (Salmo 23:1). No entanto, o último versículo deste Salmo, diz: "Certamente que a
bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias de minha vida, e habitarei na casa do
Senhor por longos dias" - ou "para sempre".

Deus pôs esse desejo em Davi, mesmo que este fosse muito jovem. Mas, quando Davi
chegou ao ápice ele deveria estar satisfeito, mas por que não podia dormir? Porque a arca de
Deus ainda estava em uma tenda.

Irmãos, conhecer o coração de Deus é uma coisa; satisfazer o coração de Deus é outra
coisa. Por meio dos livros, por meio das revistas, conheces a vontade de Deus, sabe que o
nosso Senhor quer edificar a sua igreja, sabes que antes da sua volta ele vai apresentar a si
mesmo uma igreja gloriosa. Tens todo o conhecimento, mas, onde você está? Está na casa de
cedro, desfrutando do seu repouso? Irmãos, onde está a arca de Deus hoje?

Se nós desejamos ser edificados juntos como a igreja de Deus, temos o coração de Davi?
Esse é o começo de toda verdadeira edificação. De outra maneira, tudo o que sabes não é
mais que um sonho. Somos sonhadores, e somos belos sonhadores. Tudo está no futuro, tudo
é uma teoria. Mas se você morar no palácio de cedro, isso é muito real; se está dirigindo um
automóvel magnífico e olhas para os seus filhos maravilhosos; isso é muito real. Mas, o que
acontece com a casa de Deus? É ainda um sonho, ou sabe que Deus está cumprindo o que ele
deseja fazer?

Como podemos ser edificados juntos? O primeiro passo é a experiência das aflições de
Davi. Se nós não conhecermos nada a respeito desse sofrimento, somos meros sonhadores.
Poderá esperar por mais de dez anos, e nada ocorrerá. Pode estar muito ocupado, pode haver
muitas portas abertas para ti e para mim; mas onde está a arca de Deus? Ele já obteve o que
deseja?

Embora esteja ocupado trabalhando para o Senhor, isso não significa que Deus já tenha
encontrado o seu lugar de repouso. Aqui aprendemos uma lição da história de Davi.
Finalmente, a vontade de Deus foi cumprida, e o templo de Deus foi edificado. Mas antes, Davi
passou por uma série de sofrimentos. A operação da cruz impregnou profundamente em sua
vida.

Tu não és o homem
"Aconteceu naquela noite, que veio a palavra do Senhor a Natã, dizendo: Vai, e dize a meu
servo Davi: Assim diz o Senhor: Tu me hás de edificar casa em que eu more?" (2 Sam. 7:4).

Aquele dia Natã disse a Davi: "Anda, e faze tudo o que está em seu coração, porque o
Senhor está contigo". 'Esse é o seu sonho, tencionas realizar o seu sonho'. Por quê? 'Porque o
Senhor está contigo'. Mas, menos de vinte e quatro horas depois, houve uma surpresa para
Davi. Deus havia se agradado do coração de Davi, mas ao seguir lendo vemos que aquela
noite foi a noite mais difícil para Davi. Depois de tantas noites sem dormir, houve para ele uma
noite de maior aflição. Deus lhe disse: "Não serás tu que a edifique".

Na vida de Davi, Deus usou duas vezes a Natã para falar com ele. Quando Davi cometeu o
pecado de adultério e de homicídio, durante quase um ano ele recusou confessar o seu
pecado. O que lhe disse Natã? "Tu és esse homem".

E em seguida temos esta ocasião. Davi tinha muito zelo pela casa de Deus. E embora o
profeta lhe houvesse dito: "Anda e faz o que quer; o seu sonho se cumprirá"; no entanto,
repentinamente, Natã veio com más notícias: "Tu não és o homem".

Davi tinha milhares de planos; ele tinha uma paixão por Deus; ele tinha muito zelo pelo
Senhor; mas nunca esperava que Deus lançasse água fria nos seus planos. "Tu não és o
homem, porque há muito sangue em suas mãos". Essas são as aflições de Davi. Quando tens
um coração para o Senhor e não é seu irmão o que te diz: "Tu não és o homem"; não é a sua
esposa quem te diz: "Tu não és o homem". É o próprio Deus quem lhe diz isso!

Não somos nós os qualificados para edificar a igreja de Deus. Quantas vezes ferimos os
nossos irmãos e irmãs! Aos olhos de Deus, quanto sangue há em nossas mãos!

Portanto, só porque você conhece alguma teologia, porque conhece algumas verdades
bíblicas, você diz: 'Agora, eu vou edificar a igreja'. Mas quando tenta edificar a igreja, por causa
do seu temperamento, por causa da sua natureza, inconscientemente, você fere os seus
irmãos, e em seguida pensa que Deus vai te usar para edificar a sua igreja? Se você deseja
edificar um muro de cinco metros, tem que trabalhar duro. Mas, se ferir os seus irmãos e irmãs,
se tiver derramado tanto sangue, de fato, consegue destruir três metros.

Então, se desejamos ser edificados juntos, cedo ou tarde o Senhor terá que nos dizer: "Tu
não és o homem".

Alguém perguntou à senhorita Barber, alguém que ajudou muito a Watchman Nee: "Qual é o
segredo para trabalhar para o Senhor?". A sua resposta foi: "O segredo para trabalhar para o
Senhor é não trabalhar para o Senhor". Essas são as aflições de Davi. Se tiver consagrado
tudo ao Senhor, ele te dirá: "Tu não és o homem, você não está qualificado". Ouviste?

Este é o começo da edificação da casa, e isso é o que estava ocorrendo com Davi. Mas
pense isto: se Deus te disser: "Tu não és o homem", qual será a sua reação? 'Bem, então, vou
amar ao mundo. Se não é comigo, não tenho nada a ver com isso. A partir de agora, não vou
mais às reuniões, ou me sentarei atrás. Ainda vou sorrir para os irmãos e irmãs, vou abraçá-
los; mas permanecerei muito passivo, porque Deus me tem dito: Tu não és o homem'.

Freqüentemente, Deus não diz isto diretamente, mas diz por meio de um irmão ou uma irmã.
E quando ouve isso, diz: 'Não contribuirei mais, não vou usar os meus talentos; nada vai sair
de mim'. Mas, isso é o que aconteceu com Davi? Não, irmãos. Quando Deus nos diz 'Não', é
uma prova para saber onde estamos.

Algumas vezes temos uma pretensão, como se fôssemos muito espirituais, até que um dia
esta parte da obra da cruz sobrevém. É a parte mais difícil de aceitar, quando tens toda a
energia, e lançam-lhe um balde de água fria. E isso vem do próprio Deus.

A edificação da própria casa

Por que Deus disse: 'Não és tu o homem'? Para entender isto, você terá que ler toda a
Bíblia. Tem um coração, mas não tem a qualificação. Cedo ou tarde, descobrirá que não é
capaz. Isso é parte da obra da cruz. Tem que ser exercitado na paciência e escutar o que Deus
tem a dizer-te. "Também o Senhor te faz saber que ele te fará casa. Quando teus dias forem
completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua
descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará casa
ao meu nome, e confirmarei o trono de seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me
será por filho" (2 S. 7:11-14).

Por que não és tu o homem? Antes que você deseje estabelecer casa para Deus, tem que
permitir que Deus mesmo estabeleça a sua própria casa. Em seu coração, você pensa na casa
de Deus; no coração de Deus, ele pensa em sua casa.

É preciso que a sua casa seja estabelecida, para que então a casa de Deus seja
estabelecida. Antes que trabalhe para Deus, tem que permitir que Deus trabalhe em ti. Contigo
não é possível, não está qualificado. Mas, quando estará qualificado? Só quando a sua casa
estiver estabelecida. Então, Deus vai estabelecer a casa de Davi. Davi tem muitos filhos, um
dos seus filhos será escolhido, e este é Salomão.

Aquela noite, Deus prometeu a Davi que ia edificar a sua casa, e que um dos seus filhos se
sentaria no trono de Davi, e aquele filho edificaria a casa de Deus. Isso é muito interessante.
Só quando a casa de Davi foi estabelecida, então Salomão edificou a casa de Deus. Assim é
como Deus edifica a sua própria casa.

Nós somos exatamente como Davi - nenhum de nós está qualificado. Então, o que faremos?
Permitas que Deus trabalhe em ti, que Deus trabalhe em sua casa. Salomão é parte da
edificação de Deus. Quando Deus fez a sua obra, então, por meio de Salomão, foi edificada a
casa. Deus não vai usar a Davi diretamente; mas isso não significa que ele o tenha recusado.
Por um lado, Deus não te usa; mas, por outro lado, ele ainda vai te usar; mas vai te usar de
uma maneira indireta, só quando a sua casa estiver estabelecida.

Em seguida, o caminho para a casa de Deus é que Deus tem que trabalhar em nós e em
nossas casas. Por essa razão, a vida de família está intimamente relacionada com a vida da
igreja. Sem uma vida de família normal, nunca teremos uma vida de igreja normal. Se não
souber como governar a sua casa, como poderá governar a igreja? Isto é muito importante. Por
tal razão, Davi teve que permitir que Deus fizesse a sua obra de uma maneira muito profunda.

E sabemos como Davi aprendeu a lição, apesar dele ter falhado terrivelmente. Ele esteve
sob a mão disciplinadora de Deus, mas, pela graça do Senhor, nasceu Salomão. Quando
Salomão se converteu no escolhido de Deus, Davi recordou que ele mesmo não era capaz de
edificar a casa de Deus; ele era só um pecador preservado por graça.

O nascimento de Salomão nos faz recordar a história do fracasso de Davi. Davi era um vaso
nas mãos de Deus; no entanto, aquele vaso estava completamente rachado. Pela misericórdia
do Senhor, ele fez um vaso novo. Os caminhos de Deus são sempre mais elevados que os
nossos caminhos, e finalmente, Salomão achou-se no trono.

O lugar da edificação

Em 1 Crônicas 21 descobrimos que Davi pecou mais uma vez, quando fez o censo do povo.
Ele tinha sido restaurado, e isto, de fato, pode ser muito perigoso. Depois de retornar a
Jerusalém, a tentação foi esta: Agora sabes que Deus está contigo, sabes que ele se agrada
da sua vida, e então a carne, gradualmente, levanta-se outra vez, e quer saber qual é o poder
que há em suas mãos. Assim, Davi pecou contra Deus mais uma vez.

Dois grandes pecados de Davi ficaram registrados na Bíblia: o primeiro, quando cometeu o
adultério; outro, quando fez o censo do povo. Ele sabia que tinha pecado contra Deus. Quando
o anjo quase matou a todos, então ele orou.

Deus enviou o profeta e pediu que Davi fosse à eira no monte Moriá, o lugar onde se separa
a palha do grão. As pessoas se alimentam com o grão, não com a palha. Cristo é o grão; nossa
carne é como a palha. Quando está alimentando às pessoas com Cristo, inconscientemente, as
estás alimentando também de ti mesmo. Por essa razão, Davi estava muito orgulhoso, e queria
recensear o povo, para saber como estava o seu desempenho, para conhecer os seus lucros.

Davi pecou contra Deus, e por isso teve que passar pela eira. A obra da cruz teve que cortar
profundamente a vida de Davi. Então pôde ser útil nas mãos de Deus. Quando ele passou pela
eira e ofereceu o holocausto, para a sua surpresa, o fogo do céu se derramou sobre o altar e
consumiu o sacrifício. Isso significava que Deus estava satisfeito, Deus estava em paz.

Quando Davi viu o acontecido, disse: 'Este é o templo de Deus'. O que significa isto? Antes
que o povo de Israel entrasse na terra, Deus disse a Moisés: "Quando entrares na terra, não
siga os costumes dos povos da terra; eles procuram os lugares altos e fazem as suas
oferendas, mas tu não deve fazer isso". Deus escolheria um lugar e todo o povo de Israel tinha
que ir a esse lugar para oferecer os seus sacrifícios. Em outras palavras, se queres edificar a
casa de Deus, ele mesmo já tem o lugar escolhido. Ali é onde deves ir.

No entanto, quatrocentos ou quinhentos anos depois que o povo entrou na terra, ninguém
sabia qual era o lugar. Ninguém sabia, nem Salomão, nem Davi. Tudo o que sabiam é que um
dia havia um lugar escolhido por Deus. Mas, graças a Deus, depois da sua dolorosa
experiência, os seus olhos foram abertos. Naquela eira, onde a palha e o grão eram separados,
estava o lugar para a casa de Deus. Ao mesmo tempo, esse era o lugar exato onde Abraão
ofereceu a Isaque.

Pela primeira vez na história, Davi viu o lugar. Mas Deus teve que edificar primeiro a Davi.
Se a casa de Davi não estivesse estabelecida, Davi não saberia onde estaria a base da casa
de Deus. É uma lição que Davi aprendeu em sua velhice.

"E disse Davi: Aqui estará a casa do Senhor Deus, e aqui o altar do holocausto para Israel"
(1 Crônicas 22:1). Os olhos de Davi foram abertos. Naquele lugar deveria ser edificada a casa
de Deus. Na linguagem do Novo Testamento, qual é a base da vida da igreja? Há dois
elementos importantes: primeiro, alguém como Abraão, que ofereceu o seu filho Isaque; e
segundo, somos nós como Davi, que passou pela eira?
Preparando os materiais

"Depois mandou Davi que se reunissem os estrangeiros que havia na terra de Israel, e
estabeleceu dentre eles pedreiros que lavrassem pedras de cantaria para edificar a casa de
Deus" (1 Cr. 22:2). Quando Davi soube onde deveria lançar as bases, ele se tornou muito ativo.
Apesar de Deus lhe haver dito: "Tu não és o homem que vai edificar", não significa que ele não
estivesse qualificado para preparar os materiais da construção.

O que edifica está em primeiro plano, e o que prepara os materiais está por trás. Salomão
recebeu toda a glória, porque dali em diante o templo foi conhecido como o templo de
Salomão, e Davi estava por trás da cena. Não importa o que ele tenha feito, as pessoas não
veriam a sua glória. Deus lhe diz: 'Não és tu o que irá edificar', mas nem por isso ele se negou
a fazer algo. Falando estritamente, se nós conhecermos a história dessa edificação, noventa
por cento é o esforço de Davi, e só dez por cento pertence a Salomão. No entanto, Salomão
recebeu toda a glória.

Irmão, você está disposto a prosseguir? Se Deus te disser: 'Tu não és o homem que vai
edificar', ele não tem dito que não é o homem que pode preparar os materiais. Você está
disposto a fazer isso? Graças a Deus, ao seguir lendo o capítulo 22, vemos como Davi fez
aquele maravilhoso trabalho.

"E disse Davi: Salomão meu filho é moço e de tenra idade, e a casa que se há de edificar ao
Senhor há de ser magnífica por excelência, para renome e honra em todas as terras; agora,
pois, eu lhe prepararei o necessário. E Davi antes da sua morte fez preparativos em grande
abundância ... Eis aqui, eu com grandes esforços tenho preparado para a casa do Senhor cem
mil talentos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e bronze e ferro sem medida, porque é
muito. Também preparei madeira e pedra, ao qual tu acrescentarás (1 Cr. 22:5, 14).

Organizando a Casa

Aqui vemos quão positiva era a atitude de Davi. Ao seguir lendo esta passagem, o seu
coração vai ser tocado. Aquele a quem Deus disse 'Não' - como se tivesse sido recusado por
Deus - ainda prossegue, embora já sendo ancião, não abandona tudo nas mãos do seu filho.
Ele não desperdiçou o seu tempo; ele fez muito esforço em preparar tudo para o templo.

E não só isso, quando avançamos para o capítulo 23, já temos o templo, mas onde estão os
levita e os sacerdotes? Davi reuniu todos os levita e sacerdotes, e os distribuiu em vinte e
quatro grupos. Ele era um bom organizador e, naquela época, Salomão era ainda muito jovem
e inexperiente.

No capítulo 25, Davi organizou os músicos e cantores. Ele sabia que não podia trabalhar na
edificação da casa; no entanto, quando a casa estivesse edificada, teria que haver sacerdotes,
levitas e cantores. Antes da sua morte, Davi organizou tudo. Recordem, em sua carne, havia
uma marca que dizia: 'Tu não és o homem'. Mas ele seguiu, e no capítulo 26, 27, e
especialmente no 28, ele reuniu a todos em Jerusalém.

E diante de todos, Davi disse a Salomão: "Sê forte e faz a obra". Salomão era o homem.
Agora sabemos onde edificar o templo, mas nessa época, Davi mostrou a Salomão em
Jerusalém, o plano da casa de Deus: "Todas estas coisas, disse Davi, foram-me traçadas pela
mão do Senhor..." (V. 19).
Pensem isto: o desenho foi esboçado pela mão do Senhor. Para edificar a casa, é
necessário um plano, um desenho para ver como é a casa. Deus disse 'Não' a Davi; no
entanto, lhe mostrou o plano. E Davi disse: 'Isso foi esboçado pela mão de Deus'. A casa de
Deus deve ser edificada segundo o plano. Quando Salomão edificou o templo, ele devia seguir
aquele plano. Se Davi desistisse e dissesse: 'Eu não tenho nada a ver com isso', quem haveria
de saber qual era o lugar para edificar a casa?

Isto ocorreu no final da vida de Davi. Ele não só preparou o material, mas também o lugar
onde deveriam ser postos os fundamentos, preparou os planos, organizou os sacerdotes, pôs
os cantores na casa do Senhor. Tudo estava quase preparado. Agora só era necessário o
toque de ouro de Deus. Finalmente, quando Salomão esteve no trono de Davi, Deus realizou o
que desejava.

Edificando as famílias

Agora pode ver como a casa de Deus deve ser edificada. A lição é muito clara aqui: Se você
quiser edificar a casa de Deus, comece por sua família, permita que o Senhor opere nela,
ensine aos seus filhos não apenas que sejam bons cidadãos. Neste mundo cheio de pecado,
há muitas tentações; serem puros é quase impossível. Se quiser ajudar que seus filhos estejam
longe das drogas, do adultério, da fornicação, permita que Deus edifique a sua família, que ele
estabeleça a sua casa.

Mas não esqueça, a razão pela qual tem muitos filhos é porque um ou dois deles serão
usados por Deus para cumprir a Sua vontade. Por essa razão, como pai, como mãe, não tem
que ensinar os seus filhos para ti mesmo; tem que permitir que Deus trabalhe em sua família, e
então nascerá um Salomão. E tudo isso é por graça. Um dia, ele chegará ao ápice de sua vida,
não por si mesmo - Deus o terá escolhido para fazer a Sua obra.

Nós sabemos que o Senhor virá muito em breve. Mas, se ele não vier tão logo - embora
desejássemos nos reunir com ele hoje - quando a igreja será uma igreja gloriosa? Não
devemos dizer: 'Não deveríamos nos envolver, não conhecemos a vontade de Deus, ainda não
é o tempo'. Mas está preparado para preparar os materiais, não é verdade? Pode preparar o
ouro, a prata e todo o resto. Isso significa que está preparando a sua família.

Por essa razão, a igreja tem que crescer, a igreja tem que seguir animando os jovens. Estes
são os materiais para a edificação da igreja. Quando eles estão sendo edificados, converteram-
se nas sete colunas da casa de Deus. "A sabedoria edificou a sua casa", mas antes da
edificação é necessário as sete colunas. (Prov. 9:1).

O futuro da igreja está nos jovens. Por essa razão, se a igreja está pelo Senhor, deveria
preparar ouro e prata, e deveria recompensar os jovens quando eles seguem o Senhor, animá-
los e lhes dar recompensa. Os jovens precisam ser incentivados. Se o Senhor não vier tão
logo, quem sabe se o Senhor usará a um dos seus filhos ou suas filhas, assim como usou a
Salomão, para que, finalmente, a vontade de Deus seja cumprida?

Eu penso que hoje temos um problema. Pensamos: 'Deus vai cumprir a sua vontade, e eu
sou indispensável, assim ele tem que me usar'. Não, irmãos. Os caminhos de Deus são mais
altos do que os nossos. O problema é o seguinte: Quantos Davis há aqui? Nós deveríamos ser
como Davi.

Damos graças a Deus. Ele já tem feito uma maravilhosa obra no Chile. Em muitos lugares, o
testemunho do Senhor já foi estabelecido. No entanto, Deus vai fazer algo mais - ele vai trazer
uma geração mais jovem para a sua igreja.

Nós somos pais. Agora, como igreja, precisamos nos levantar e saber o que o Senhor está
fazendo. Animo-os a prosseguir lendo toda a história de Davi, para que os seus corações
sejam tocados, pois essa é a história da edificação da casa de Deus, ainda que Davi não
recebesse a glória, senão que toda a glória tenha pertencido a outro. Vocês estão dispostos?

Que o Senhor fale aos nossos corações.


| Do Monte da Transfiguração até o Gólgota |
++
Reprodução: 4m 37s tamanho do texto: A- A+
Precisamos entender a história do Monte da Transfiguração especialmente à luz do Evangelho de Lucas. Em certa
ocasião, Campbell Morgan afirmou: "A natureza humana, depois da queda do homem, tornou-se cada vez mais
vazia. Porque fomos destituídos da glória de Deus, por causa do pecado, a natureza humana nunca conseguiu
florescer". Todavia, no Monte da Transfiguração, o Filho de Deus, como o Filho do Homem, era o Homem Perfeito
aos olhos de Deus. Essa foi a primeira vez na história da humanidade em que a verdadeira humanidade floresceu.
Ali vemos a manifestação dessa glória. É por isso que Campbell Morgan sugeriu: "Se Adão nunca tivesse caído e
tivesse tomado do fruto da árvore da vida, ele iria crescer continuamente. E, um dia, ele partiria deste mundo. Mas
ele não partiria deste mundo através da morte. Então o que aconteceria? Ao receber do fruto da árvore da vida, ele
estaria sendo transformado à imagem do Senhor Jesus. O sinal de que aquela vida estava madura seria algo
semelhante ao que aconteceu no Monte da Transfiguração".

É por isso que precisamos entender a beleza da cena do Monte da Transfiguração. No que concerne ao nosso
Senhor, Ele já chegara ao final de Sua jornada na Terra, Ele já havia atingido o ápice da vida, Daquele monte, Ele
poderia ter ascendido aos céus, Ele já havia cumprido todo o propósito de Deus para Sua vida. Ele tinha vivido uma
vida maravilhosa. Mas o nosso Senhor não partiu dali. Ele ainda não podia subir ao céu dali. Ele teve, antes, que
descer do Monte Hermon até o Monte do Gólgota e ali morrer por nós na cruz.

Aqui nos é dada uma definição do caminho da cruz. O caminho da cruz é o caminho que leva do Monte da
Transfiguração ao Monte Gólgota. O nosso Senhor não precisava passar por esse caminho. Mas, para nos salvar,
Ele não salvou a Si próprio. Para nos salvar, Ele precisava morrer por nós na cruz. Qual é o caminho da cruz? Por
que teve ele que passar por esse caminho? Quando Pedro estava no Monte da Transfiguração, disse: "Façamos
três tendas". Por que Pedro fez aquela afirmação? Devemos lembrar que naquela época a Festa dos Tabernáculos
estava próxima. Pedro, então, estava no espírito da Festa dos Tabernáculos. Façamos três tendas (tabernáculos),
uma para o Senhor, outra para Elias e outra para Moisés. Qual o significado dessa afirmação de
Pedro? A Festa dos Tabernáculos é a época da colheita de uvas e azeitonas. Nessa época, as uvas estavam
maduras, por essa razão havia maravilhosos frutos na vide. Na Festa dos Tabernáculos, aqueles frutos atingiram a
sua maturidade; há lindos cachos pendurados sob as parreiras. Mas aquelas uvas não permanecem ali, intactas;
todas as famílias judaicas dirigem-se para as parreiras e colhem aquelas uvas, e as depositam no lagar para serem
pisadas. Há dois lagares, um menor e outro maior e, entre esses dois lagares, há um pequeno tubo. Ao pisarem
aquelas uvas maravilhosas, elas se desfiguram, tornam-se em fragmentos, perdem a beleza anterior. Mas, ao
serem desfiguradas, o maravilhoso suco da uva é extraído. O suco começa a fluir do lagar superior para o inferior.
Ali, então, é produzido o vinho para o mundo. Quando chega o inverno, mesmo as pessoas humildes e pobres
podem ser aquecidas por esse vinho. No inverno, dentro de seus lares, as pessoas se regozijam, mas os ramos das
vinhas estão na neve. A vinha deu tudo de si para que os homens pudessem encontrar regozijo.

Esse é o caminho do Monte Hermon até o Monte Calvário. Esse não é um sofrimento merecido. É um sofrimento
imerecido. Não é o sofrimento de um Jacó e sim o sofrimento de um Jó. Jó sofreu porque era perfeito e porque era
maduro. O Senhor amadureceu com um propósito: outorgar graça para outras pessoas. O sofrimento das uvas tem
um propósito: dar vida para outros. A vide se derrama para os outros, para que outras pessoas possam receber
vida.

Esse é o terceiro estágio da vida do Senhor. Esse é o caminho da cruz: do Monte da Transfiguração até o Monte do
Gólgota. Através desse maravilhoso quadro, somos relembrados por Pedro do poder do Senhor Jesus. Esse é o
poder transformador das nossas vidas. Porque Ele nos deu esse divino poder, pela graça do Senhor podemos ser
transformados à Sua imagem. Essa é a nossa história. Essa é a história do nosso Senhor e, por
causa disso, vamos tomar a história dEle como a nossa história.

Autor: Christian Chen


Extraído do livro "Grandes Profecias da Bíblia" do irmão Christian Chen da Edições Tesouro Aberto
Do Monte da Transfiguração até o Gólgota
Autor: Christian Chen
Precisamos entender a história do Monte da Transfiguração especialmente à luz do Evangelho
de Lucas. Em certa ocasião, Campbell Morgan afirmou: "A natureza humana, depois da queda
do homem, tornou-se cada vez mais vazia. Porque fomos destituídos da glória de Deus, por
causa do pecado, a natureza humana nunca conseguiu florescer". Todavia, no Monte da
Transfiguração, o Filho de Deus, como o Filho do Homem, era o Homem Perfeito aos olhos de
Deus. Essa foi a primeira vez na história da humanidade em que a verdadeira humanidade
floresceu. Ali vemos a manifestação dessa glória. É por isso que Campbell Morgan sugeriu: "Se
Adão nunca tivesse caído e tivesse tomado do fruto da árvore da vida, ele iria crescer
continuamente. E, um dia, ele partiria deste mundo. Mas ele não partiria deste mundo através
da morte. Então o que aconteceria? Ao receber do fruto da árvore da vida, ele estaria sendo
transformado à imagem do Senhor Jesus. O sinal de que aquela vida estava madura seria algo
semelhante ao que aconteceu no Monte da Transfiguração".

É por isso que precisamos entender a beleza da cena do Monte da Transfiguração. No que
concerne ao nosso Senhor, Ele já chegara ao final de Sua jornada na Terra, Ele já havia
atingido o ápice da vida, Daquele monte, Ele poderia ter ascendido aos céus, Ele já havia
cumprido todo o propósito de Deus para Sua vida. Ele tinha vivido uma vida maravilhosa. Mas
o nosso Senhor não partiu dali. Ele ainda não podia subir ao céu dali. Ele teve, antes, que
descer do Monte Hermon até o Monte do Gólgota e ali morrer por nós na cruz.

Aqui nos é dada uma definição do caminho da cruz. O caminho da cruz é o caminho que leva
do Monte da Transfiguração ao Monte Gólgota. O nosso Senhor não precisava passar por esse
caminho. Mas, para nos salvar, Ele não salvou a Si próprio. Para nos salvar, Ele precisava
morrer por nós na cruz. Qual é o caminho da cruz? Por que teve ele que passar por esse
caminho? Quando Pedro estava no Monte da Transfiguração, disse: "Façamos três tendas".
Por que Pedro fez aquela afirmação? Devemos lembrar que naquela época a Festa dos
Tabernáculos estava próxima. Pedro, então, estava no espírito da Festa dos Tabernáculos.
Façamos três tendas (tabernáculos), uma para o Senhor, outra para Elias e outra para Moisés.
Qual o significado dessa afirmação de
Pedro? A Festa dos Tabernáculos é a época da colheita de uvas e azeitonas. Nessa época, as
uvas estavam maduras, por essa razão havia maravilhosos frutos na vide. Na Festa dos
Tabernáculos, aqueles frutos atingiram a sua maturidade; há lindos cachos pendurados sob as
parreiras. Mas aquelas uvas não permanecem ali, intactas; todas as famílias judaicas dirigem-
se para as parreiras e colhem aquelas uvas, e as depositam no lagar para serem pisadas. Há
dois lagares, um menor e outro maior e, entre esses dois lagares, há um pequeno tubo. Ao
pisarem aquelas uvas maravilhosas, elas se desfiguram, tornam-se em fragmentos, perdem a
beleza anterior. Mas, ao serem desfiguradas, o maravilhoso suco da uva é extraído. O suco
começa a fluir do lagar superior para o inferior. Ali, então, é produzido o vinho para o mundo.
Quando chega o inverno, mesmo as pessoas humildes e pobres podem ser aquecidas por esse
vinho. No inverno, dentro de seus lares, as pessoas se regozijam, mas os ramos das vinhas
estão na neve. A vinha deu tudo de si para que os homens pudessem encontrar regozijo.

Esse é o caminho do Monte Hermon até o Monte Calvário. Esse não é um sofrimento
merecido. É um sofrimento imerecido. Não é o sofrimento de um Jacó e sim o sofrimento de um
Jó. Jó sofreu porque era perfeito e porque era maduro. O Senhor amadureceu com um
propósito: outorgar graça para outras pessoas. O sofrimento das uvas tem um propósito: dar
vida para outros. A vide se derrama para os outros, para que outras pessoas possam receber
vida.

Esse é o terceiro estágio da vida do Senhor. Esse é o caminho da cruz: do Monte da


Transfiguração até o Monte do Gólgota. Através desse maravilhoso quadro, somos
relembrados por Pedro do poder do Senhor Jesus. Esse é o poder transformador das nossas
vidas. Porque Ele nos deu esse divino poder, pela graça do Senhor podemos ser
transformados à Sua imagem. Essa é a nossa história. Essa é a história do nosso Senhor e,
por
causa disso, vamos tomar a história dEle como a nossa história.

Autor: Christian Chen


Extraído do livro "Grandes Profecias da Bíblia" do irmão Christian Chen da Edições
Tesouro Aberto
Do Monte da Transfiguração até o Gólgota
Autor: Christian Chen
Precisamos entender a história do Monte da Transfiguração especialmente à luz do Evangelho
de Lucas. Em certa ocasião, Campbell Morgan afirmou: "A natureza humana, depois da queda
do homem, tornou-se cada vez mais vazia. Porque fomos destituídos da glória de Deus, por
causa do pecado, a natureza humana nunca conseguiu florescer". Todavia, no Monte da
Transfiguração, o Filho de Deus, como o Filho do Homem, era o Homem Perfeito aos olhos de
Deus. Essa foi a primeira vez na história da humanidade em que a verdadeira humanidade
floresceu. Ali vemos a manifestação dessa glória. É por isso que Campbell Morgan sugeriu: "Se
Adão nunca tivesse caído e tivesse tomado do fruto da árvore da vida, ele iria crescer
continuamente. E, um dia, ele partiria deste mundo. Mas ele não partiria deste mundo através
da morte. Então o que aconteceria? Ao receber do fruto da árvore da vida, ele estaria sendo
transformado à imagem do Senhor Jesus. O sinal de que aquela vida estava madura seria algo
semelhante ao que aconteceu no Monte da Transfiguração".

É por isso que precisamos entender a beleza da cena do Monte da Transfiguração. No que
concerne ao nosso Senhor, Ele já chegara ao final de Sua jornada na Terra, Ele já havia
atingido o ápice da vida, Daquele monte, Ele poderia ter ascendido aos céus, Ele já havia
cumprido todo o propósito de Deus para Sua vida. Ele tinha vivido uma vida maravilhosa. Mas
o nosso Senhor não partiu dali. Ele ainda não podia subir ao céu dali. Ele teve, antes, que
descer do Monte Hermon até o Monte do Gólgota e ali morrer por nós na cruz.

Aqui nos é dada uma definição do caminho da cruz. O caminho da cruz é o caminho que leva
do Monte da Transfiguração ao Monte Gólgota. O nosso Senhor não precisava passar por esse
caminho. Mas, para nos salvar, Ele não salvou a Si próprio. Para nos salvar, Ele precisava
morrer por nós na cruz. Qual é o caminho da cruz? Por que teve ele que passar por esse
caminho? Quando Pedro estava no Monte da Transfiguração, disse: "Façamos três tendas".
Por que Pedro fez aquela afirmação? Devemos lembrar que naquela época a Festa dos
Tabernáculos estava próxima. Pedro, então, estava no espírito da Festa dos Tabernáculos.
Façamos três tendas (tabernáculos), uma para o Senhor, outra para Elias e outra para Moisés.
Qual o significado dessa afirmação de
Pedro? A Festa dos Tabernáculos é a época da colheita de uvas e azeitonas. Nessa época, as
uvas estavam maduras, por essa razão havia maravilhosos frutos na vide. Na Festa dos
Tabernáculos, aqueles frutos atingiram a sua maturidade; há lindos cachos pendurados sob as
parreiras. Mas aquelas uvas não permanecem ali, intactas; todas as famílias judaicas dirigem-
se para as parreiras e colhem aquelas uvas, e as depositam no lagar para serem pisadas. Há
dois lagares, um menor e outro maior e, entre esses dois lagares, há um pequeno tubo. Ao
pisarem aquelas uvas maravilhosas, elas se desfiguram, tornam-se em fragmentos, perdem a
beleza anterior. Mas, ao serem desfiguradas, o maravilhoso suco da uva é extraído. O suco
começa a fluir do lagar superior para o inferior. Ali, então, é produzido o vinho para o mundo.
Quando chega o inverno, mesmo as pessoas humildes e pobres podem ser aquecidas por esse
vinho. No inverno, dentro de seus lares, as pessoas se regozijam, mas os ramos das vinhas
estão na neve. A vinha deu tudo de si para que os homens pudessem encontrar regozijo.

Esse é o caminho do Monte Hermon até o Monte Calvário. Esse não é um sofrimento
merecido. É um sofrimento imerecido. Não é o sofrimento de um Jacó e sim o sofrimento de um
Jó. Jó sofreu porque era perfeito e porque era maduro. O Senhor amadureceu com um
propósito: outorgar graça para outras pessoas. O sofrimento das uvas tem um propósito: dar
vida para outros. A vide se derrama para os outros, para que outras pessoas possam receber
vida.

Esse é o terceiro estágio da vida do Senhor. Esse é o caminho da cruz: do Monte da


Transfiguração até o Monte do Gólgota. Através desse maravilhoso quadro, somos
relembrados por Pedro do poder do Senhor Jesus. Esse é o poder transformador das nossas
vidas. Porque Ele nos deu esse divino poder, pela graça do Senhor podemos ser
transformados à Sua imagem. Essa é a nossa história. Essa é a história do nosso Senhor e,
por
causa disso, vamos tomar a história dEle como a nossa história.

Autor: Christian Chen


Extraído do livro "Grandes Profecias da Bíblia" do irmão Christian Chen da Edições
Tesouro Aberto
Estevão – A Comunhão do Espírito Santo
Christian Chen :
Publicação: 27/02/2012
Se você quer ser cheio do Espírito Santo, prepare-se bem, pois ficará cheio de pedras.

Em Atos 6.8, lemos que Estevão estava cheio de graça e poder, mas não somente isso,
pois o versículo 10 nos diz que “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele
falava”. Estevão era ministro da Palavra? Sabemos que ele era judeu helenista, vindo de outro
país, não de Israel. Os ministros da Palavra eram judeus hebraicos. Mas havia muitas
sinagogas onde se falava a língua de Estevão, também havia muitas sinagogas onde falavam a
língua de Paulo, e provavelmente Paulo ia até aqueles sinagogas para adorar.

Quem era Estevão? Tudo que sabemos é que ele apenas servia as mesas e era cheio do
Espírito Santo. Quem era Saulo? Um grande erudito, um Rabino que fora treinado aos pés de
Gamaliel, um homem que abraçou três mundos. Não há duvida que Saulo era cheio de
sabedoria, um grande rabino, estava cheio da palavra do Antigo Testamento. Saulo
provavelmente entrou naquela sinagoga onde Estevão estava e deve ter discutido com
Estevão, mas a Bíblia diz: “E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele
falava”.

Estevão tinha essa sabedoria porque o Espírito Santo é o Espírito de sabedoria. Ele não
dependia de si mesmo, mas do Espírito Santo. Ainda que estivesse servindo as mesas,
fazendo muitas coisas pequenas, até mesmo desprezíveis, mas estava cheio do Espírito Santo.
Quando um homem está cheio do Espírito Santo, qualquer lugar lhe é agradável. A qualquer
instante Estevão poderia ter uma comunhão maravilhosa com o Senhor, o Espírito Santo
estava em seu espírito. Ele poderia adorar o Senhor em qualquer instante, quando lavava os
pratos, poderia ter uma comunhão maravilhosa com o Senhor. Por causa daquela experiência
maravilhosa, ele foi cheio do Espírito Santo e dependia dEle para que o Senhor pudesse
realmente usá-lo.

As pessoas que estavam na sinagoga encheram-se de inveja e o acusaram. Mas Atos 6:15 diz:
“Todos os que estavam assentados no Sinédrio, fitando os olhos em Estevão, viram o seu rosto
como se fosse rosto de anjo”. Estevão estava no Sinédrio, estava sendo julgado, muitos o
acusaram e queriam ouvir a sua defesa. Mas, antes de falar, sua face ficou como a face de um
anjo. Não foi Lucas, o escritor de Atos, quem presenciou essa cena, mas Paulo. Lucas
escreveu o livro de Atos, mas foi Paulo que lhe passou essas informações. Paulo ficou
impressionado! Se aquele homem fosse um criminoso, se realmente queria destruir o templo,
como pôde seu rosto tornar-se como rosto de um anjo? Ele estava na boca dos leões, seria
rasgado em pedaços em poucas horas. Mas Estevão pregou sua mensagem com aquela face
de anjo. “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao
Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis” (At 7:51). “Ouvindo eles
isto, enfureciam-se no seu coração e rilhavam os dentes contra ele” (At 7.54).

Esse foi um momento especial, mas, para Estevão, era seu estado normal. Aquele que está
cheio do Espírito Santo pode tornar-se mártir, não precisara de mais nada. Estevão não
precisou de um enchimento especial, ele já estava cheio do Espírito Santo; por causa disso,
fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus, e o Senhor Jesus a Sua direita. De acordo com a
Palavra de Deus, de acordo com Pedro, o Senhor esta assentado à destra de Deus, como
Estevão o viu em pé? Estevão tornou-se mártir, ele estava cheio do Espírito Santo, mas sendo
transformado à imagem do Filho de Deus. Quando o Senhor descobre algo semelhante ao que
aconteceu com Ele mesmo aqui na terra, Ele não pode ficar assentado, nosso Senhor
levantou-se e deu as boas-vindas para Estevão. A maneira como Estevão orou quando foi
martirizado faz lembrar o Senhor Jesus. Isso é resultado do Pentecostes.

Qual a sua impressão ao estudar o livro de Atos? É o vento impetuoso ou as línguas de fogo,
ou o falar em línguas que lhe impressionam? Quando nosso Senhor viu alguém sobre a terra
cheio do Espírito Santo, com a visão da glória de Deus, Ele não pode resistir, mas ficou em pé
e deu as boas-vindas a Estevão. Se você quer ser cheio do Espírito Santo, prepare-se bem,
pois ficará cheio de pedras. Muitas pessoas desejam ficar cheio do Espírito Santo, mas não
querem estar cheios de pedras, elas querem o Espírito Santo sem cruz. O Espírito Santo
sempre nos dá a cruz, e a cruz sempre nos leva de volta ao Espírito Santo. Foi isso o que
aconteceu depois de Pentecostes. Estevão não era um dos Apóstolos, não era um dos
ministros da Palavra, apenas servia as mesas, era apenas alguém que queria servir a Deus
sem reclamação nem murmuração. Essa é a comunhão do Espírito Santo
Fascinados pelo Senhor Jesus Cristo
Christian Chen

No Evangelho de Lucas 19:47-48, lemos: “E todos os dias ensinava no templo; mas os principais
sacerdotes, os escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo; mas não achavam meio de
o fazer; porque todo o povo ficava enlevado ao ouvi-lo.” (RA 1ª ed.)
RA 2ª ed.– “Todo povo ao ouví-lo ficava dominado por Ele”
NTLH – “... todos o escutava com muita atenção”
NVI – “Todo o povo estava fascinado pelas suas palavras”
Nos dias que antecederam a sua morte, Jesus ia todos os dias no templo ensinando ao povo, suas
palavras eram como aquelas aos discípulos no caminho para Emaús – Ardia o coração de todos
que a ouviam; suas palavras para a multidão eram Espirito e Vida, seu ensino representava sua
AUTORIDADE, suas palavras não eram apenas VERDADE mais também PRÁTICA, ou seja,
REALIDADE ou seja, suas palavras representavam a ELE PRÓPRIO, Seu CARÁTER;
podemos entender que o povo que ouvia JESUS estava FASCINADO pelo próprio JESUS, Ele
pelo seu comportamento, distinção e autoridade, exercia fascínio a todos os quais o ouviam.
A palavra para “Fascinado”, no grego, expressa a idéia de Dominado, Pendido, Inclinado - o
substantivo Fascínio expressa muito bem esta idéia. Todos estavam fascinados por Jesus, Jesus
exercia um fascínio sobre todo o povo.
Convido a todos a refletir sobre a seguinte pergunta: “O que é SER fascinado pelo Senhor
Jesus Cristo?”
1. Antes, porém devemos considerar: “O que mais FASCINA você?“; ou ainda “quem ou o que é
o alvo do seu Fascínio?”
A. Alguns podem dizer: o que mais me fascina são pessoas famosas por que são poderosas:
como políticos, militares, personalídades históricas, pessoas carismáticas, pessoas talentosas.
B. Outros talvez dissessem: O que mais me fascina são coisas como: Casa, Carro, Livros,
Conhecimento/Estudo, Televisão, Filmes, Novelas, Dinheiro, Profissão.
C. E outros ainda: o Que me fascina no secreto são os prazeres como: a Luxúria (ou sexo)
Comida/bebidas, meu Orgulho pessoal, minha própria capacidade.
Pergunte a si mesmo com sinceridade: O que realmente fascina voce?
2. Em Lc 19:48, o Povo viu algo em Jesus, e creio que foi a Sua REALIDADE e a Sua
AUTORIDADE que fizeram aquela multidão ficar fascinada pelo Senhor, eles viram algo
diferente que eles não encontravam nos líderes religiosos de sua época, destes líderes eles
ouviam apenas palavras históricas, mortas, uma religiosidade de aparência e sem qualquer
Realidade, Talvez parecido com o que vemos hoje, mas Jesus veio e quebrou isto, ELE mostrou
o que é VIVER o que SE PREGA, o que é FALAR e Acontecer, ELE PERDOU, CUROU,
SALVOU, trouxe à VIDA a MORTOS, enfrentou o Diabo e suas hostes... JESUS fez um
REBOLIÇO em sua época, mas eu pergunto: Jesus mudou na atualidade? Ele ainda pode
provocar um reboliço em nós? – Heb 13:8, diz: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e
eternamente”, se Ele não mudou, é o mesmo, é bem possível que o problema esteja em nós
mesmos, perdemos o fascínio por Ele.
Como podemos ver o Senhor Jesus hoje?
A Biblia diz: No Antigo Testamento o “EU SOU” se manifestou a Moisés; No Novo
Testamento o “EU SOU” se manifestou ao mundo (João cap 1 e 3:16,17)
O SENHOR JESUS veio se mostrar o que significa o EU SOU, ELE É TUDO o que
precisamos, vamos ver alguns destes aspectos dos quais ELE se declara SER e de fato é no Novo
Testamento:
1. Em Filipenses 2, O Apóstolo Paulo diz que Jesus: É o Messias, o Cristo, o
Salvador, o Senhor de toda a humanidade: Ele é o Deus que se esvaziou da sua divindade
tomou a forma de homem/servo, se humilhou, e foi obediente até a morte e morte de
cruz; - Isto Fascína voce?
2. Em Joao 11, Jesus É a ressurreição e a vida e todo aquele que estiver nELE, ainda
que esteja morto viverá - O Senhor nos dá uma esperança ETERNA, e isto? Exerce um
fascínio sobre voce?
3. Em Joao 1, é dito que Jesus É o verbo de Deus, o Pai, Ele É a atitude, a ação de
Deus - Se voce quiser ter atitudes certas é só buscá-Lo, e Isto, Te fascína?
4. Em Joao 10, Jesus É a Porta das Ovelhas: e quem entra por ELE encontrará
pastagens, segurança - NELE há um lugar inigualável de habitação e cuidado; e isto, te
faz ser fascinado por ELE?
5. Em Joao 10, Jesus É o BOM PASTOR: é quem deu a vida pelas ovelhas, É aquele
que conhece as ovelhas e é conhecido pelas ovelhas - Ele se relaciona com os seus,
alguém nesta Terra pode se comparar a este tipo de Líder?
6. Em Joao 6, Jesus É o PÃO da VIDA e a ÁGUA da VIDA - Se alguém se
alimentar dele, nunca, jamais, voltará a ter fome e sede de coisas desta Terra, há algo
nesta Terra que se iguala a esta realidade?
7. Em Joao 14 e 16 Jesus diz que ELE É quem dá o Espirito Santo para habitar em
nós - Agora ELE não está mais do lado de FORA, mas DENTRO de nós; e isto, é
fascinante?
8. Em Joao 14, ELE É a nossa PAZ - Não temos a necessidade de estarmos
preocupados, ansiosos, nem temerosos, Aleluia! Isto como me fascina.
9. Em Joao 8: Jesus diz que ELE É a LUZ do MUNDO - nELE podemos também
sermos SAL e LUZ do Mundo; Ele tem capacidade para nos transformar, isto também É
fascinante!
10. Em Joao 14:6: Ele diz EU SOU o CAMINHO, A VERDADE (ou REALIDADE)
e a VIDA – ELE é o único ACESSO ao PAI; E a nossa única fonte de VIDA Verdadeira
e Real
11. Jo 15 diz: “EU SOU a videira verdadeira”- nELE podemos ter vida, amor, e DAR
FRUTO, Mais FRUTO e MUITO FRUTO; ou seja, ELE nos fascina pois ainda quer nos
usar.
12. Apoc 1:8 Diz que ELE é o SENHOR DEUS, o ALFA e o OMEGA, o inicio e o
fim, aquele que É, que ERA e que HÁ de vir – O TODO PODEROSO, o grande
Fascínio!
13. Jesus ainda é muito mais; mas quero dizer que JESUS é o nosso EXEMPLO, ou
melhor, O nosso MODELO –
1. Logo JESUS É o alvo da nossa FASCINAÇÃO, por que ELE é TUDO em
TODOS. – Paulo mostra isso em Fil 3:9-11
2. Se necessitamos de algo, Jesus É Tudo o que precisamos (o EU SOU), e
isso é definitivamente fascinante; Ele é alguém por quem podemos nos fascinar,
deixar dominar, nos inclinar totalmente.
3. Volto então à pergunta original deste texto: “O que é SER Fascinado pelo Senhor Jesus
Cristo?”
Na minha vida tenho encontrado algumas respostas:
• SER FASCINADO por Jesus É Reconhecê-lo: Jo 1:12: “Mas a todos que o receberam
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus aos que crêem no Seu nome” – Somos Filhos de
Deus, Deus é nosso Pai, Jesus é o primogênito dentre muitos irmãos – E eu reconheço isso!
• SER FASCINADO por Jesus É OUVI-LO em TUDO, como aquele povo, ouvia a Jesus e
estava fascinado com suas palavras.
1. Vemos no monte da Transfiguração que o Pai disse a Pedro, Tiago e Joao: “Este é
o meu filho amado a ELE ouví” (Mc 9:7)
2. Em Heb 1:2 diz que “Nestes últimos dias o Pai falou pelo filho...”
Há muitas formas de OUVIR ao Senhor Jesus, seja através da PALAVRA de DEUS, a Biblia, ou
através das circunstâncias por piores que sejam, ou mesmo na vida de pessoas próximas e de
longe; na busca pessoal do dia a dia – a VOZ do Senhor está dentro de nós e sempre está pronta
para se manifestar em nós! Sejamos fascinados por Ouvir ao Senhor!
• SER FASCINADO por Jesus É permitir que ELE cresça em MIM e EU (EGO) diminua,
Rom 8, nos diz que O Senhor Jesus apesar de nos tratar como filhinhos, Ele deseja que sejamos
FILHOS MADUROS. A vida que Ele nos dá no novo nascimento, Cresce!
E o resultado de sermos filhos Maduros está em Rom 8:29 “Porque os que dantes conheceu,
também os predestinou para serem conformes àimagem de seu Filho, a fim de que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos;”
Ele só cresce se eu diminuo, devo aprender a levar a MINHA CRUZ, ou seja, fazer escolhas que
agradem ao SENHOR a cada dia e para isso preciso aprender a OUVÍ-LO, e assim OBEDECER.
Isso se chama CARÁTER de CRISTO formado em nós!
• SER FASCINADO por Jesus É SERVÍ-LO:
É ter um comprometimento pessoal com o REINO de DEUS em primeiro lugar e a sua justiça –
sabendo que assim as demais coisas serão acrescentadas (Mat 6:33)
É estar atendo às situações que exijam o meu serviço, onde o meu EU não apareça, mas sim
CRISTO em MIM!
É a prática habitual do serviço sincero, Rom 12:11-16
“não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor; alegrai-vos

na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; acudi aos santos nas suas
necessidades, exercei a hospitalidade; abençoai aos que vos perseguem; abençoai, e não
amaldiçoeis; alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram; sede unânimes
entre vós; não ambicioneis coisas altivas mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios aos
vossos olhos;”
Que o SENHOR gere em nós este FASCÍNIO e DEVOÇÃO de forma que em nós seja
encontrada a SUA VIDA, e que a nossa VIDA seja um IMPACTO naqueles com quem nos
relacionamos, e que no nosso ajuntamento, celebremos com amor e paixão o nosso SENHOR
pelo qual vivemos fascinados.
“Se conhecermos a preciosidade do nosso Senhor, nunca será um sacrifício consagrar-nos a
Ele.”- Christian Chen
Texto de Nelson Cardoso de Carvalho – Abril/2009
Qual é o testemunho dos cristãos no mundo?

Luminares no mundo
(1ª Parte)

Christian Chen

"Fazei tudo sem murmurações e contendas, para que sejam irrepreensíveis e singelos, filhos de Deus
imaculados no meio de uma geração maligna e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo;
retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo eu possa me gloriar de que não corri em vão, nem em vão
tenho trabalhado" (Filipenses 2:14-16).

O tema desta Conferência é a restauração do testemunho do Senhor. Queria tocar este tema
considerando especialmente o versículo já citado.

Vamos enfatizar especialmente a última frase do verso 15: "...resplandeceis como luminares no
mundo". Outras versões dizem: "...resplandeceis como estrelas no universo". A palavra
"luminares" aparece só duas vezes no Novo Testamento. Os luminares não tem luz em si
mesmos, são portadores da luz.

Deus é luz, e nós somos os que levamos a luz. Recordem, vocês resplandecem como
luminares no mundo, ou como estrelas no universo. A ilustração aqui não é como a luz de uma
vela ou de uma luminária. Nós pertencemos à esfera celestial, somos um povo celestial, por
isso brilhamos como estrelas no universo. Esse é o nosso testemunho.

Quando falamos do testemunho, referimo-nos ao testemunho de Deus, ao testemunho de


Cristo, e também do nosso testemunho. Qual é o nosso testemunho? Que somos os
portadores da luz.

O exemplo da criação

Para entendermos este pensamento tão importante, regressemos a Gênese 1. Tentaremos


entender o que significa a palavra "luminares".

Quando Deus criou os céus e a terra, ele criou os luminares deste universo, e os colocou como
uma maravilhosa ilustração de como nós somos o testemunho de Cristo.

Ao ler Gênese 1, chegamos à origem do universo, à origem da humanidade, à origem de tudo.


Aqui há algo relacionado com a vontade eterna de Deus, algo que já estava na mente de Deus
na eternidade passada. "No princípio criou Deus os céus e a terra". Este é só um versículo no
capítulo 1, que fala da criação original do universo. "Criou Deus os céus", significa que ele criou
o sol, a lua e também as estrelas, todos os luminares, todos os corpos celestes. A isso, a Bíblia
chama "os céus".

No verso 1 temos todo o universo; mas, no verso 2, o foco da câmara está na terra. E assim,
desde Gênesis 1:2 até o final do capítulo, registra-se a história desta terra.

Mas algo ocorreu aqui. O verso 2 diz: "E a terra estava desordenada e vazia". De acordo com
outras passagens da Bíblia, quando Deus criou a terra, preparou-a para ser morada dos seres
humanos. Não foi sua intenção criá-la para que estivesse desordenada e vazia. No versículo 1,
a terra era perfeita, formosa, cheia de harmonia, de acordo com o desenho de Deus - a terra ia
mostrar a grandeza de Deus como engenheiro e matemático.

Entretanto, no versículo 2, algo aconteceu. A expressão hebraica para estava tem duas
traduções: Pode ser estava ou se tornou. É a mesma palavra que descreve a esposa de Ló,
quando esta se tornou uma estátua de sal. Então, podemos traduzir o versículo 2 como: "E a
terra se tornou desordenada e vazia".
Algo ocorreu. E nós sabemos o que ocorreu. O registro bíblico diz que um dia, no passado
longínquo, houve uma grande rebelião no universo, encabeçada por Satanás, e um terço dos
anjos seguiu os seus passos. Por essa causa, Satanás e seus seguidores foram arremessados
para fora da presença de Deus, até chegar às cercanias de nosso planeta. Então, a terra e o
espaço exterior, nosso sistema solar e nossa galáxia, foram ocupados por Satanás e seus
seguidores, e o juízo de Deus veio sobre este planeta. Desta maneira, a terra se tornou
desordenada e vazia, e as trevas estavam sobre a face do abismo.

Satanás é o autor das trevas. Deus é o autor da luz - Deus é luz. Quando Jesus esteve na
terra, ele disse: "Eu sou a luz do mundo; o que me segue, não andará em trevas".

Onde se originaram as trevas? Depois da grande rebelião no universo. Por isso diz que as
trevas estavam sobre a face do abismo. O abismo, em hebraico, indica a profundidade do
oceano. Não só a água cobria o nosso planeta, mas sim o oceano tornou-se muito denso. Por
isso a Bíblia diz abismo, para referir-se a algo tão profundo que não se pode medir. Todo o
planeta foi envolto em uma densa capa de água.

Por muitos anos, os cientistas tentaram descobrir porque existe o oceano. Ao olhar para o
sistema solar, não há como explicar a existência do oceano. Ao olharmos para o sistema solar,
não há como explicar a existência do oceano. No entanto, hoje, os investigadores sabem de
onde surgiram os oceanos e a água dos mares.

Vocês conhecem a história dos cometas. Todo cometa tem uma cauda, e os cientistas
descobriram que ali há uma grande quantidade de água congelada. Ao fazer uma análise
química da água, acharam os mesmos componentes da água do mar que há em nosso
planeta. Gradualmente, os cientistas começaram a entender que há muito, muito tempo atrás,
não só um cometa, mas sim muitos, bombardearam nosso planeta, e assim chegou essa
quantidade de água do mar à terra. Essa seria a origem de nosso oceano.

Este é um descobrimento muito recente que nos ajuda a entender nosso planeta e a existência
do oceano. Agora, de acordo com a Palavra de Deus, sabemos que Satanás era Lúcifer, a
estrela da manhã. E quando um terço dos anjos lhe seguiram, de acordo com o registro bíblico,
um terço das estrelas caíram sobre a terra.

É claro que os anjos são espíritos, mas houve uma manifestação no mundo físico. O que se viu
foi a estrela da manhã, e um terço das estrelas bombardeando a terra. Por isso, diz a Escritura
que "as trevas estavam sobre a face do abismo".

Em seguida diz que "o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas". A água era tão
densa que, embora o sol e a lua tinham sido criados, sua luz não podia penetrar até o nosso
planeta. Foi a conseqüência do juízo de Deus.

Até que Deus disse: "Haja luz". E houve luz. O que aconteceu? Quando Deus julgou a terra,
podemos imaginar que por causa do juízo nosso planeta tinha uma temperatura muito elevada.
Então, Deus esperou que este se esfriasse, e quando a temperatura baixou, algumas
moléculas de água começaram a evaporar, e a capa de água se fez cada vez mais fina. Assim,
quando Deus disse: "Haja luz", a luz do sol e da lua puderam penetrar até a terra.

No segundo dia, Deus separa as águas de cima das águas de baixo. Não só a capa de água
se tornou cada vez mais fina, mas também agora havia águas acima e águas abaixo; as águas
de cima eram invisíveis e as de baixo visíveis. Em seguida, formou um espaço entre as duas
águas. No segundo dia, foi muito mais fácil para a luz do sol e da lua brilhar sobre este planeta.
Entretanto, só no quarto dia tudo se tornou mais claro.

E ainda mais, então vemos os luminares no firmamento, criados para sinais, para as estações,
para dias e anos. Agora não é só uma impressão, pois é tal a claridade, que podem servir de
sinais para distinguir as estações, os dias e os anos.
Por meio de sua criação, por meio da restauração de nosso planeta, Deus deseja nos dar uma
importante lição. Qual é o testemunho? Que Deus é luz. Há luz no dia e também na noite.
Como ocorre isso?

Prossigamos: "E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro". Não só temos a tarde, temos também a
manhã. Por que? Não só há noite, mas também há dia. Entretanto, como chamamos o primeiro
dia? A tarde e a manhã, foi o primeiro dia. Em seguida vieram a tarde e a manhã, o segundo
dia; a tarde e a manhã, o terceiro dia.

Ao estudar a história dos seis dias, em cada um deles a Bíblia diz: "E foi a tarde e a manhã, o
dia primeiro". E então começamos a nossa vida. Nós nascemos à meia-noite. Recordam a
história da páscoa? Aquela foi chamada a noite do Senhor. Nela, o cordeiro da páscoa foi
imolado, e isso representa a morte de nosso Senhor Jesus Cristo na cruz. Quando morreu na
cruz, ele disse: "Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes?". Ele tinha estado sempre
na presença do seu Pai, em uma maravilhosa comunhão. Na eternidade passada, nunca houve
uma nuvem escura entre o Pai e o Filho. Por amor de ti e por amor de mim, Jesus tomou os
seus pecados e os meus sobre si mesmo, e quando Deus pôs nossos pecados sobre seu
Filho, quão escura foi aquela cena!

Quando o Pai viu os pecados de todo o mundo sobre o seu Filho, tirou seus olhos dele. Tudo
isso por causa de ti e de mim. Porque nessa hora nosso Senhor estava realizando sua obra de
salvação. O custo desta obra, a causa do pecado da humanidade, foi que Deus tirou seus
olhos do seu Filho. Não é de surpreender que o Filho tenha dito: "Deus meu, Deus meu,
porque me desamparastes?".

No momento em que Deus tirou os olhos do seu Filho, é chamado "a noite escura do Senhor",
porque Deus nunca se separou do Filho. Agora, por causa dos nossos pecados, algumas
vezes temos que dizer adeus a nossos amigos, a nossos pais ou a nossos seres amados. Mas
nem por um segundo sequer na Divindade, Deus o Pai e Deus o Filho tinham estado
separados. Aquela foi a noite escura do Senhor.

Agora, quando nós cremos em Jesus Cristo como nosso Salvador, quando aplicamos o sangue
do Cordeiro sobre a verga de nossas portas, a ira de Deus passa por cima e nós somos salvos.
Todos nós nascemos a meia-noite.

Esta é a vida cristã: vida que sai da morte. A vida que começa com morte e ressurreição,
começa com a noite, e logo vem a manhã. Primeiro dia e segundo dia. Qual é o significado do
primeiro e do segundo dia? O primeiro dia, a luz está lá; o segundo dia, a luz também está
presente. O terceiro dia, também. Sim, temos a tarde, temos a noite; temos passado por uma
noite longa e escura, entretanto, verás a luz. De acordo com o propósito do Senhor, ainda
durante a noite verás a luz.

Seguimos lendo, e temos seis dias. O primeiro dia, a luz. O quarto, os luminares. Os primeiros
três dias, os segundos três, e em seguida o sétimo dia. Sete dias no total. Os primeiros e os
segundos três dias são paralelos. Nos primeiros três dias tudo é abstrato; nos segundos três
dias tudo se torna muito concreto, muito claro.

No primeiro grupo de três dias é a separação da luz das trevas; no segundo dia a separação
das coisas de cima das coisas de baixo; o terceiro, a separação da vida e da morte. Em
seguida, nos segundos três dias, Deus repete de novo.

Comparemos estes dois conjuntos de três dias. No começo dos primeiros três dias, Deus diz:
"Haja luz". E houve luz. E quando chegamos ao primeiro dia do segundo grupo: "Haja
luminares na expansão dos céus". Aqui, novamente, temos luz; mas é distinto. Quando Deus
disse: "Haja luz", era a luz em geral. Entretanto, ao chegar no quarto dia, no segundo grupo de
três dias: "Haja luminares na expansão dos céus para separar o dia da noite; e sirvam de sinais
para as estações, para dias e anos, e sejam por luminares na expansão dos céus para alumiar
a terra".
Agora entendemos as luzes nos céus. E então vemos corpos celestes que brilham. Não
somente luz, vemos agora luminares, algo que leva a luz.

"E fez Deus os dois grandes luminares...". Estes dois grandes luminares são os que sustentam
a luz, o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite. E estão também as
estrelas.

Agora, na sabedoria de Deus, temos os luminares nos céus: as estrelas, a lua e o sol; de
maneira que mediante as estrelas, a lua e o sol nós começamos a entender todos os aspectos
a respeito da luz. Deus é luz, e Cristo é o Sol da justiça. Quando nós vemos a Cristo, vemos
Deus, porque Cristo é o luminar de Deus. Então, não é surpresa para nós que um dos dois
grandes luminares representa a Cristo.

Quando o Verbo se fez carne e andou na terra, ele era o luminar, e por meio dele começamos
a descobrir e a conhecer o Pai. Este é o testemunho de Deus: Cristo. Ele quer dizer ao mundo,
mostrar ao mundo, que Deus é luz. Então, essa grande luz é Cristo, o Sol da justiça. E mais
ainda, o outro luminar é a lua.

De acordo com Filipenses 2, nós resplandecemos como luminares no mundo. Cristo é o Sol de
justiça, e nós somos luminares. O que são os luminares? As estrelas, ou a lua. Quando
falamos de cristãos individuais, nós brilhamos como estrelas, e quando falamos dos cristãos no
sentido coletivo, da igreja como o corpo de Cristo, brilhamos como a lua no universo. Então, na
Palavra de Deus, o sol tipifica a Cristo, a lua tipifica à igreja, e todas as estrelas tipificam os
santos.

Não é de admirar que Abraão tenha dois tipos de descendência: a descendência celestial e a
terrestre. A descendência celestial será tão numerosa como as estrelas, e a terrestre, como as
areias do mar. Irmãos e irmãs, nós somos do céu, temos uma chamada celestial, de modo que
deveríamos brilhar como estrelas. Este é o nosso testemunho. É por isso que nosso Senhor
Jesus disse: "Vós sois a luz do mundo".

Então, qual é a nossa missão? Depois que fomos salvos, todos nós temos uma vida cristã para
viver, e esta vida vai crescendo. Nossa missão é ser sal da terra e luz do mundo. Por essa
razão, brilhemos! Brilhemos como estrelas, individualmente, e brilhemos juntos, como a lua.

De acordo com Filipenses 2, já sabemos quem somos: filhos de Deus irrepreensíveis, no meio
de uma geração maligna e perversa, no meio da qual resplandecemos como estrelas no
mundo, individualmente, e como a lua, coletivamente. É o que Paulo deseja que entendamos:
que somos luminares no universo.

Esta é a nossa missão. No que concerne a nossa missão, como se descreve à igreja? Quando
lemos Apocalipse, diz que os sete candeeiros são as sete Igrejas. O Espírito Santo compara à
igreja com candeeiros. Os candeeiros são portadores da luz, que não têm luz própria. A luz se
mostra por meio de lâmpadas ou candeeiros, porque o azeite está neles e então a luz começa
a brilhar.

Quando em Apocalipse 1 o Espírito Santo compara às Igrejas com candeeiros, está nos
dizendo que somos um testemunho para Cristo e para Deus. Não temos luz própria. Tudo o
que podemos fazer é sustentar a luz, e esse é o nosso testemunho. Quando falamos a respeito
da restauração do testemunho do Senhor, recordemos que a igreja é comparada com um
candeeiro. No que concerne a nossa missão, somos candeeiros. Entretanto, nós não
entendemos isso, e necessitamos que a Palavra de Deus nos explique as coisas.

O exemplo de Apocalipse

Já mencionei que há só duas passagens no Novo Testamento onde encontramos a palavra


'luminares'. Uma está em Filipenses 2. Agora, vejamos a outra passagem.
"E me levou no Espírito a um grande e alto monte, e me mostrou a grande cidade santa de
Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, tendo a glória de Deus. E seu brilho era
semelhante ao de uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe, transparente como o cristal"
(Ap. 21:10-11). No grego, a palavra 'brilho' é a mesma de Filipenses 2. 'Seu brilho' é o mesmo
dos 'luminares'. E era semelhante ao de uma pedra preciosíssima, assim é que toda a nova
Jerusalém é como um luminar, como estrelas, ou como a lua no universo.

Esta nova Jerusalém é uma Jerusalém celestial, e ao ser celestial, tem a glória de Deus; toda a
cidade é como um luminar, como a lua. A pedra de jaspe hoje é uma pedra semipreciosa; não
é uma pedra preciosíssima. O jaspe é semitransparente; nunca é transparente como o cristal.
Nos novos céus e nova terra, embora o nome seja o mesmo -jaspe- é diferente, porque os
novos céus e a nova terra são céus e terra glorificados. Assim pois, a pedra de jaspe se
converterá em preciosíssima, transparente como o cristal. Em outras palavras, toda a nova
Jerusalém será como um diamante. É o que o Espírito Santo trata de nos ensinar.

O que é um diamante? Nós vemos um fogo no diamante, porque o diamante foi talhado de tal
forma que quando a luz penetra nele há uma reflexão total, a luz não pode sair e se reflete de
uma a outra face, ficando presa em seu interior. Quando você tem um diamante em suas
mãos, pode dizer: "A luz está presa em seu interior, e quando olho o diamante, posso ver nele
o arco íris, e quando vejo o arco íris, vejo a glória".

A luz é uma coisa muito abstrata. Quem pode capturar a luz? Quem pode torná-la concreta? O
diamante pode torná-lo, embora ele não tenha luz própria, e é como qualquer outra pedra.
Quando apagamos a luz, o diamante é como qualquer outra pedra.

Como podemos entender a luz? É quase impossível, pois a luz é invisível. Mas, como pode
tornar-se visível? Como é possível ver sua glória e formosura? Ao ver o diamante, descobre-se
que é só um portador de luz, para mostrar a luz e contar às pessoas a história da luz. Assim é
a nova Jerusalém: toda a cidade é como um diamante. A luz é abstrata; entretanto, nesse
diamante que é a nova Jerusalém tudo é muito transparente.

Então sabemos o que ocorre com a nova Jerusalém. Em outras palavras, quando chegamos a
Apocalipse 21, há um grande e único luminar. A nova Jerusalém não é mais que um grande
candeeiro. Nos primeiros capítulos de Apocalipse, as sete Igrejas são sete candeeiros. Quando
ainda estamos no tempo, há sete candeeiros; mas na eternidade há um só candeeiro. Todos
aqueles sete candeeiros são a manifestação desse grande candeeiro.

Quem é o luminar? "A cidade não necessita nem de sol nem da lua que brilhem nela; porque a
glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é o seu luminar" (Apoc. 21:23). A Bíblia começa com o
sol e a lua em Gênese 1, e termina com o sol e a lua em Apocalipse 21. Em Gênesis 1,
necessitava-se do sol e da lua; na nova Jerusalém, não há necessidade do sol nem da lua. O
sol e a lua só são sombras; agora chegou a realidade.

O que é o luminar? A última frase diz: "O Cordeiro é o seu luminar". Nós não temos luz, só
Cristo tem a luz. Então, quem é a luz? "A cidade não tem necessidade de sol nem de lua que
brilhem nela; porque a glória de Deus a ilumina...". O que significa isso? Deus é luz, Cristo é o
luminar, e a igreja é o candeeiro. Então, na eternidade, veremos todo o corpo de Cristo, do
primeiro renascido até o último. Um grande corpo de Cristo.

Um dia, quando vier o reino milenar, quando olharmos para os compartimentos celestiais,
veremos muitas estrelas brilhando, muitos justos brilhando como o sol, transformados na
imagem de Cristo. Esse é o significado do reino milenar.

Entretanto, quando chegamos à eternidade, a nova Jerusalém representa o produto final da


obra de Deus. Finalmente, a vontade de Deus será obtida. E no capítulo final, vemos a nova
Jerusalém descendo dos céus, tendo a glória de Deus, e o seu brilho era semelhante ao de
uma pedra preciosíssima, um grande candeeiro celestial. Em si mesmo, não encontramos luz;
a luz está sempre com o Luminar -Cristo-, e Deus é a luz.
Creio que agora entendemos melhor o que é o testemunho do Senhor.

A lua reflete a glória do sol

Agora, por que falamos da restauração do testemunho do Senhor? Recordemos que a lua em
si mesmo não tem luz. Sempre que vemos a luz da lua, de fato, não é a luz da lua, mas sim o
reflexo da luz do sol. Quando a lua mostra a sua face em direção ao sol, absorve a luz do sol.

A lua não tem luz própria, a igreja em si mesmo não tem luz. Não importa quanto se esforce,
quanto trabalhe, quanto jejue, não importa quanto faça, nunca criará nem um pouco de luz,
nem como a luz de uma vela. Essa é a natureza da lua. Na natureza do testemunho do Senhor,
nós somos só a lua.

Entretanto, quando olhamos para o Sol com o rosto descoberto, quando absorvemos a luz,
começamos a refletir essa luz. E quando refletirmos essa luz, o mundo verá a luz do Sol. Na
noite, quando todo mundo está em trevas, a vontade de Deus é: "Haja luz". E isto é assim tanto
no dia como na noite.

O mundo não pode andar nas trevas. Agora, quem se levantará para brilhar? Nós não somos
capazes de fazer nada. Mas se absorvermos a luz do sol e a refletirmos, começaremos a ver a
luz. Se eles tiverem um pouco de conhecimento científico, saberão que não é a luz da lua, mas
sim a luz do Sol. Quando as pessoas vêem a igreja, não só deveriam ver a igreja, mas também
a Cristo na igreja.

Como sabemos que temos êxito no testemunho de Deus? Podemos dizer: "Reunimos em duas
mil pessoas, somos uma mega-igreja". Pode haver muita gente, pode haver magníficos
edifícios; e quando as pessoas olham para a lua, elas verão a lua; mas, onde está Cristo?
Então, qual é o testemunho da lua? Deve ser este: "Não mais eu, mas sim o Sol, que comunica
a luz". Essa luz é o testemunho da igreja.

Nós nunca nos levantamos para brilhar. Graças a Deus, só Cristo se levanta e brilha.
Entretanto, ele já retornou para o seu Pai; ele subiu aos céus. Agora há uma noite longa e
escura. Irmãos, só quando a igreja é fiel, embora seja de noite, poderemos descobrir o Sol;
eles poderão ver a Cristo na igreja. E essa é a única missão da igreja.

Quando a igreja deixa de funcionar como tal, quando já não funciona mais como candeeiro,
sabe o que o Senhor fará? Removerá esse candeeiro. Recordem que é por sua graça que
podemos estar em pé e brilhar, para que o mundo não veja nada mais, a não ser a Cristo. Esta
é a nossa razão de ser.

Quando falamos sobre a restauração do testemunho do Senhor, estamos falando da


restauração da ordem da igreja, ou estamos pensando nos reformadores? Você deseja ser um
reformador? Quando olha ao seu redor, todos estão equivocados e você tem a razão? É isso a
restauração do testemunho do Senhor?

Embora seja uma noite longa e escura, o mundo deveria ver a luz. Se permitirmos que a lua
testifique acerca do Sol, ela dirá: "Eu me levanto com o único propósito de que, durante as
horas de ausência de nosso amado Senhor, o mundo possa ver a luz do Sol". Este é o nosso
testemunho.

As fases da lua

Agora, da posição da lua depende como ela brilha sobre o nosso planeta. Se ela estiver
exatamente entre o sol e a terra, então a terra não pode ver a luz da lua. Assim, de alguma
forma, o Senhor tem que fazer algo com a lua. Quando troca a posição, gradualmente, as
pessoas começam a ver a luz da lua crescente, que vai crescendo pouco a pouco, e depois de
15 dias, a terra está entre o sol e a lua, e esta já não é um impedimento para a luz do sol.
Quando temos lua nova é como se não houvesse lua, tudo está às escuras. A lua está ali, a
igreja está ali. Recorda-nos a Idade Escura da igreja. Onde estava a igreja na Europa?
Sabemos que havia igreja nesta terra, mas, por que houve essa Idade? A igreja estava ali, mas
a lua nunca brilhou. Ela se pôs a si mesmo em tal posição, tão poderosa em si mesma, que se
tornou um obstáculo para a luz. Não é de surpreender que não houvesse luz.

Entretanto, no século XVI, quando Deus levantou a Lutero, a Zwinglio e a Calvino, as pessoas
começaram a ver a lua crescente. Agora tinham a Bíblia aberta, e começaram a entender a
justificação pela fé. Foi como se a luz da lua começasse a crescer. Isso é o que o Senhor está
fazendo do século XVI ao século XXI. Vemos que a luz da lua vai se tornando mais e mais
plena. É obvio, o desejo de Deus é a lua cheia.

Na lua crescente, vêmos a luz do sol parcialmente. Todos os indivíduos deveriam ser luz do
mundo, todas as Igrejas deveriam ser testemunho de Cristo. Ninguém pode dizer que tem o
testemunho exclusivo de Cristo. Mas, onde está o problema? Que tipo de testemunho tem
você? Se for a lua nova, ninguém verá a Cristo. Você é cem por cento cristão, a igreja é cem
por cento igreja, e todos são salvos, mas, onde está o testemunho?

Graças a Deus por Martín Lutero, por João Calvino, no século XVI, através deles o mundo
começou a ver alguma luz. Nós chamamos a isso restauração do testemunho do Senhor. Mas
o verdadeiro testemunho do Senhor consiste na plenitude desse testemunho. Quando a lua
está crescente, é testemunho; entretanto, não é a plenitude do testemunho. Quando falamos
de restauração, a lua crescente é parte da restauração, que vai desde nenhum testemunho a
algum testemunho, de nenhuma luz a alguma luz. Entretanto, não é disso que estamos
falando. Quando nos referimos à restauração do testemunho do Senhor, pensamos na vontade
eterna de Deus. Deus nunca estará satisfeito até que ele veja a lua cheia.

Isto é muito interessante. Sabemos que a lua também ascende e também se põe. Na fase de
lua nova, quando o sol se eleva, a lua se eleva; quando o sol se põe, a lua também se põe. É
como a igreja na Idade Escura. Ali há presunção, há pretensões; há alguém que disse
representar a Cristo sobre a terra.

Mas, na fase da lua cheia, quando o sol se põe, a lua cheia sai. Quando a lua fica, começa a
ascender o sol. O que significa isso? Quando o sol reina todo o dia, então a lua começa a
subir, e começa a reinar na noite. Exatamente o mesmo modelo. O sol sai do leste e se põe no
oeste. Na noite, a lua sai do leste e também se põe no oeste. Isso significa que a lua é
exatamente como o sol.

Quando falamos da lua cheia, em linguagem espiritual, significa ser transformados na imagem
de Cristo. Assim, quando a igreja é madura, no dia o Sol sobe e o Sol se põe; e na noite, a lua
sobe e logo se põe. Sempre é o mesmo modelo. O que significa isso? A lua é a representante
do Sol, ela pode declarar tudo acerca do Sol. Esse é o testemunho do Senhor.

Queria reiterá-lo: Quando falamos da restauração do testemunho do Senhor, estamos falando


da lua cheia. Algo menos que a lua cheia não satisfará o coração de Deus. Nós necessitamos
a ajuda do Senhor para que possamos ver a restauração do seu testemunho. Começando da
lua nova, gradualmente, o Senhor está fazendo algo. Finalmente, devemos ser capazes de ver
a lua cheia; isso significaria que a igreja realmente alcançou a sua maturidade, e isso é o que o
Senhor deseja.

Irmão, o que você pensa a respeito da restauração do testemunho do Senhor? Somente a


recuperação da igreja de acordo com a Bíblia? A igreja deveria ser desta forma ou de outra?
Pode-se pôr tudo em ordem, mas aquela luz se obtém da vida, e a menos que a vida cresça
até a maturidade, nossa vida sempre estará como na crescente, e talvez como a lua nova.
Embora seja o melhor reformador, poderá ajudar a igreja a ser um pouco mais que crescente.
Mas o que Deus quer é a lua cheia.
Nós não temos luz própria; em nós mesmos não há bem algum. Mas, graças a Deus, não só
somos como estrelas no universo, mas sim também brilhamos como a lua no universo. Você
está satisfeito ao ver a igreja recuperada, ou a ver tudo de acordo à Bíblia? Deus só pode estar
satisfeito quando vê o Sol na igreja, quando a igreja está sendo transformada na imagem de
Cristo.

Deus ainda está avançando, está trabalhando em nosso meio, e ele deseja que nós
alcancemos a meta, porque só a lua cheia satisfará o Seu coração. Só a lua cheia significa que
estamos sendo transformados à imagem de Cristo. Nós poderemos estar satisfeitos somente
quando Deus estiver satisfeito.

Que o Senhor fale constantemente aos nossos corações.

(Resumo de uma mensagem ministrada na 2ª Conferência Internacional, Santiago do Chile, Setembro 2005).
Qual é o testemunho dos cristãos no mundo?

Luminares no mundo
(2ª Parte)

Christian Chen

O patrão de crescimento da igreja

Ao estudar a história do primeiro século depois que o Verbo se fez carne, vemos que os
primeiros cem anos podem ser divididos em três seções de 33 anos cada uma. Nos primeiros
33 anos, somos testemunhas de como o Verbo se fez carne e como ele veio a esta terra. Nos
primeiros 33 anos vemos a Cabeça da igreja, como ele nasceu em uma manjedoura e logo
cresceu verticalmente até a presença de Deus.

Do berço até o trono, este é o patrão de crescimento da vida de Cristo. Sempre começa no
berço, e conclui na coroa, o trono. Este processo de crescimento começa horizontalmente, e
logo sobe verticalmente até a presença do Senhor. No entanto, este processo passa pelo
caminho da cruz. Sem cruz, não há coroa. Desta maneira a Cabeça da igreja nos mostra o
modelo da vida de Cristo do berço até o trono. Se este foi o caminho para a Cabeça, é também
o caminho para a igreja.

O capítulo 2 do livro de Atos nos dá testemunho do nascimento da igreja. Nos primeiros 12


capítulos, a figura mais destacada é Pedro, e nos capítulos restantes, é Paulo.

Quando Pedro foi chamado por nosso Senhor, ele estava lançando as redes, e essa ação se
converteu em sua missão. No dia de Pentecostes, ele lançou a rede, e três mil peixes entraram
nela. Quando a lançou uma vez mais, entraram cinco mil peixes. Pedro tinha recebido as
chaves. No dia do Pentecostes, ele abriu as portas do reino dos céus para o povo judeu, e na
casa de Cornélio, ele a abriu para os gentios. O seu ministério sempre está relacionado com a
fundação da igreja.

Em seguida temos a Paulo. Ele sempre está envolvido com a superestrutura da igreja, porque
Paulo era construtor de tendas. Depois que Paulo foi chamado por Deus, foi usado para a
edificação da igreja. Ao estudar as suas epístolas, quando escreve aos Tessalonicenses, a
igreja estava na etapa da infância. Quando Paulo escreve Romanos, Gálatas e 1ª e 2ª aos
Coríntios, a igreja já tinha entrado em seu período de adolescência.

Agora, quando chegamos ao último capítulo do livro de Atos, Paulo estava na prisão. No
entanto, da prisão em Roma, ele enviou quatro epístolas: Efésios, Colossenses, Filipenses e
Filemom. Estas três igrejas já tinham alcançado a sua idade adulta; estavam preparadas para
receber a revelação mais alta em toda a Bíblia.

Em Atos capítulo 2, vemos o nascimento da igreja; em seguida o seu crescimento, e ao chegar


no último capítulo, vemos a maturidade da igreja. Se quisermos conhecer os dias mais
gloriosos da igreja, sem dúvida, estes correspondem ao segundo grupo de 33 anos.

Recordem, do nascimento até a maturidade, como a Bíblia diz: "O caminho dos justos é como
a luz da aurora, que vai aumentando até que o dia seja perfeito" (Prov. 4:18). O dia perfeito é o
meio-dia, quando o brilho do sol alcançou a sua plenitude. Em outras palavras, os justos só
vêem o sol nascente, mas nunca vêem o sol no ocaso; para eles não há pôr-do-sol. O mesmo
acontece com a igreja: Todo o livro de Atos nos diz que para a igreja nos seus dias mais
gloriosos, do nascimento até a maturidade, do nascimento do sol até o meio-dia, não houve
pôr-do-sol.

No livro de Atos, podemos encontrar a Pedro e a João juntos. No entanto, vocês ouvem falar
de João? O Espírito Santo fez algo muito interessante. Quando Pedro se levanta, João também
se levanta. No entanto, João está sempre calado. O Espírito Santo desejava preservá-lo,
porque ele ia falar em outra ocasião.

Assim, chegamos aos últimos 33 anos do primeiro século, e ali constatamos que João chega a
ser a figura mais proeminente. Quando João foi chamado por nosso Senhor Jesus, ele estava
remendando as redes. Isso significa que as redes se romperam, e é João quem as repara. Este
é o seu ministério.

Quando João escreve o seu Evangelho, sabemos que as redes do evangelho estavam
esburacadas, e é João quem vai remendá-las. Ele vai declarar que Jesus Cristo é o Filho de
Deus. E não somente isso. Por meio das suas epístolas e também por meio de Apocalipse,
começamos a descobrir que a igreja já não estava na sua glória de lua cheia.

João tinha envelhecido, tinha rugas. Isso não era uma surpresa, porque nosso homem exterior
definitivamente vai se desgastando. Mas João estava muito surpreso ao ver que na igreja, o
corpo de Cristo, que deveria estar cheio da vida de Cristo, que deveria viver sempre jovem,
agora tinha rugas e manchas.

A igreja no livro de Atos é como se nunca envelhecesse nem tivesse manchas. Se tratarmos de
entender com base em Filipenses capítulo 2 o que significa isso, o testemunho da igreja
naquela época é como a lua cheia, e se desejamos retornar ao princípio, o que Deus deseja é
ver a lua cheia, porque só nela vemos a imagem exata do Sol. Quando a igreja alcança a sua
maturidade, significa que está sendo transformada na imagem de Cristo.

Agora, nós podemos dizer que nos três grupos de 33 anos, os primeiros 33 anos foram os dias,
os segundos 33 foram a noite e os terceiros 33 também são a noite. Mas ouçam atentamente:
no segundo grupo vimos a lua cheia. Entretanto, quando chegamos às sete igrejas de
Apocalipse, estas já estavam no terceiro grupo de 33 anos.

As sete igrejas

Depois de estudar as sete cartas em Apocalipse 2 e 3, vemos que a cinco dessas igrejas o
Senhor Jesus lhes diz: "Arrepende-te". A palavra 'arrepender' é usada normalmente para os
incrédulos. Mas por que a igreja precisava arrepender-se? Porque estava envelhecendo,
estava sendo contaminada. Gradualmente, tinha se convertido em parte do mundo.

Ao estudar as sete igrejas, isto nos surpreende. Por esse motivo, João tinha uma carga por
elas. No dia do Senhor, embora ele estivesse longe, o seu coração estava com as sete igrejas;
ele conhecia a condição delas. Ele tinha tido o privilégio de ver o nascimento e o crescimento
da igreja, e o privilégio maior ainda de ver a maturidade dela. A igreja em Éfeso foi a mais
espiritual e a mais madura em sua época, e quando Paulo já tinha entrado na glória, João teve
o privilégio de trabalhar nesta que era a mais madura e mais espiritual de todas.

A primeira igreja a qual o Senhor Jesus se dirige é a igreja em Éfeso. À igreja que estava em
seu ápice, agora o Senhor lhe diz: "arrepende-te e faz as primeiras obras". Quais são as
primeiras obras? São as coisas registradas em todo o livro de Atos. Por quê? Porque naqueles
33 anos o testemunho da igreja tinha sido como o da lua cheia.

Qual foi o erro da igreja? É que estava muito próximo do mundo; por isso não é de surpreender
que tivesse tantas manchas. E quando a igreja está próximo da nossa carne, não é estranho
que ela envelheça.

João sentia grande admiração por Pedro e Paulo. Quando Paulo morreu como um mártir pelo
Senhor, a igreja estava em sua maturidade. Que gozo devia haver em seu coração! Antes da
sua partida, chegou a ver que aquele maravilhoso bebê em Cristo havia crescido até a
maturidade. Essa igreja se converteu em sua coroa.
João tinha noventa ou cem anos de idade. Tinha visto o nascimento da igreja e foi testemunha
da maturidade dela. E embora ele tivesse vivido uma longa vida e tivesse tantas experiências,
suportou todo tipo de provações e passou por toda classe de aflições, nenhum sofrimento foi
maior do que ver a igreja envelhecendo.

Ainda havia sete igrejas, sete candeeiros. Esses candeeiros não são desta terra, mas sim dos
céus; não só são de ouro, mas também celestiais. Até a igreja em Tiatira é chamada candeeiro,
é chamada igreja. Cada igreja é de verdade uma igreja. Ela está ali. No entanto, o que
aconteceu com elas? Eram como distintas fases da lua. Se olharmos à igreja em Tiatira, o que
vemos? Vemos a lua nova. Ainda é a igreja; a igreja ainda está ali. No entanto, embora
houvesse candeeiro em Tiatira, ninguém podia ver a luz nela.

Lembro que uma vez, estando na Alemanha, visitei Frankfurt, a cidade mais corrompida da
Alemanha. Encontrei ali um grupo de irmãos. No princípio, eles tinham o encargo de pregar o
evangelho em Frankfurt, mas quando estava chegando a essa cidade, os irmãos queriam sair
de Frankfurt e mudar-se para Stuttgart.

Então, perguntei-lhes: "Irmãos, pensem que Frankfurt é o rincão mais escuro em todo o país.
Agora, se supusermos que a igreja deve ser o candeeiro, este é o lugar onde mais se necessita
de um". Eles disseram: "É que este é um lugar muito perverso, por isso queremos mover nosso
candeeiro para Stuttgart". O testemunho não era exclusivo deles. Eles pensavam que eles
eram o testemunho de Deus, mas se transladassem o candeeiro para Stuttgart, o que seria de
Frankfurt?

Vocês percebem a missão da igreja? Sim, a igreja é o corpo de Cristo, e ela deve abraçar a
todos aqueles que crêem no Senhor. As sete igrejas são na verdade sete igrejas. Elas são sete
candeeiros de ouro, e são celestiais. Com relação à realidade, no que se refere à luz, elas
ainda são igrejas. No entanto o problema é este: O que acontece com o testemunho de Deus?

Deixem-me dizê-lo desta maneira, na história dos primeiros 33 anos temos a plenitude do sol;
nos segundos 33 anos, a plenitude da lua, mas quando chegamos aos últimos 33 anos,
descobrimos sete igrejas representando sete fases distintas da lua, e em alguns casos na fase
da lua nova.

Entre essas sete igrejas, Esmirna e Filadélfia eram como a lua cheia; e Tiatira, a lua nova. Isso
é somente no primeiro século? Sim, quando olhamos no final do primeiro século, vemos igrejas
em todas as partes. No entanto, Deus deseja, antes do retorno do seu Filho, apresentar-se a si
mesmo uma igreja gloriosa. Isso significa a igreja em sua fase de lua cheia, a imagem exata do
Sol; transformada na imagem de Cristo.

No entanto, ao estudar esses dois capítulos, podemos ver que essas sete igrejas não só
pertencem ao primeiro século. Nosso Senhor Jesus falou com João como se estivesse
dizendo-lhe: "Você viveu uma longa vida, suficiente para ser testemunha da decadência da
igreja". Mas nosso Senhor viu muito, muito mais. Por quê? Porque entre essas sete igrejas, nas
últimas quatro - Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia - sempre é mencionada a vinda do
Senhor. Em outras palavras, estas quatro igrejas permaneceriam até a volta do nosso Senhor.

No primeiro século, o Senhor não retornou. Então, quando a Bíblia fala a respeito de sua vinda,
isto significa que de fato essas quatro igrejas permanecerão até a sua segunda vinda. Agora,
quando o Senhor se dirige a Filadélfia, fala a respeito da grande tribulação; mas a grande
tribulação não ocorreu ainda. Então, de uma coisa estamos muito seguros: a igreja em
Filadélfia permanecerá até a vinda do Senhor, até antes da tribulação. E eles serão
arrebatados.

A história da igreja
O que vimos antes significa que estas sete igrejas representam às igrejas do primeiro século,
mas também representam às igrejas através destes dois mil anos que antecedem o retorno do
Senhor.

Deste modo, sabemos de maneira aproximada que a igreja em Éfeso representa à igreja no
primeiro século; Esmirna, os séculos II e III, quando a igreja passou por grandes perseguições.
A partir do século IV temos a igreja em Pérgamo (cujo nome significa 'bodas'). Recordemos
que o imperador Constantino abraçou o cristianismo como religião oficial, e dali em adiante foi
produzida uma união entre o mundo e a igreja. Então descobrimos que em Pérgamo está o
trono de Satanás, assim como o Senhor disse naquela parábola da grande árvore onde devem
aninhar as aves do céu.

Quando chegamos a Tiatira, vemos que a igreja entra na Idade Escura. Esperava-se que o
mundo visse a sua luz, mas todo o mundo entrou em trevas. A igreja foi levada cativa a Roma.
A promessa para os vencedores naquela igreja é a estrela da manhã como galardão. Agora,
quando se vê a estrela da manhã? Quando a noite está em sua hora mais escura. Que fase
temos aqui? Sem dúvida, a lua nova.

Mas, graças a Deus, começando deste ponto, ele está trabalhando na igreja pela restauração
do seu próprio testemunho. Desde esse momento até a vinda do Senhor, ele está fazendo uma
obra maravilhosa. Deus vai reedificar a sua igreja. Essa é a restauração do testemunho do
Senhor.

Recordo-me de uma história real. Um dia, o irmão Austin-Sparks fez uma pergunta ao irmão
Watchman Nee: "Na Bíblia há muitas profecias. Agora, me diga, qual delas, de acordo com o
seu entendimento, é a mais difícil de todas de ser cumprida?". O irmão Nee respondeu: "A que
diz que o Senhor apresentará a si mesmo uma igreja gloriosa".

Não importa quão escuro seja este dia, não importa quão baixo estejamos na fase da lua nova,
Deus nunca desiste da sua obra. Por esta razão, ele está chamando os vencedores; não só
vencedores individuais, mas também corporativos, para pôr o peso do Seu testemunho sobre
os ombros deles. E se eles forem fiéis ao Senhor, embora sejam poucas pessoas, se forem
suficientemente maduros e alcançarem essa fase da lua cheia, quando eles alcançarem a
maturidade, Deus dirá que toda a igreja alcançou a maturidade.

Depois de Tiatira temos a igreja em Sardes. Sardes significa 'remanescente'. Do século XVI,
passando por Lutero, Calvino e Zwinglio, vamos vendo gradualmente a luz da lua, já não mais
na fase da lua nova.

Ao estudar a mensagem a Filadélfia, comprovamos que esta é a única que não faz
recriminações, a única a qual o Senhor diz: "Eu te tenho amado". E não só isso, mas também
ela sabe que já tem a coroa. Se alguém tiver coroa, isto significa que é um vencedor. Então, há
dois tipos de vencedores nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. Há vencedores individuais; no
entanto, toda a igreja em Filadélfia está constituída de vencedores, e eles já têm a sua coroa.

Na Bíblia, só Paulo sabia que já tinha a coroa. E nós sabemos que há uma só igreja que tem a
sua coroa: Filadélfia. Então, irmãos, podemos nos assegurar que a igreja em Filadélfia
representa a lua cheia.

No entanto, quando chegamos a Laodicéia, temos decadência novamente, antes do retorno do


Senhor. Por que houve essa decadência? Esta é uma grande advertência para todos nós. Se
não houvesse um declínio depois de Filadélfia, todos diriam: "Nós somos Filadélfia". Por isso,
descobrimos que há uma igreja em Laodicéia, e outra vez, não é mais lua cheia.

E assim vemos a igreja em Tiatira, a igreja em Sardes, a igreja em Laodicéia, e também um


pouco da igreja em Filadélfia. Estas quatro igrejas permanecerão até a volta do Senhor. Isto
significa que, antes da volta do Senhor, alguém estará ligado a Tiatira, ou permanece em
Sardes, ou vai com Laodicéia.
Então, qual é o significado de Filadélfia? Ela representa a lua cheia. Portanto, sabemos que é a
igreja de acordo com o coração de Deus. Entre as quatro igrejas, ela é a vencedora. Nosso
coração deseja essa igreja.

Recordem, Filadélfia é o nosso caminho, mas nunca deve ser nossa etiqueta. Quando usamos
o letreiro de Filadélfia, é porque já nos convertemos em Laodicéia. Agora, qual é a
característica de Laodicéia? Eles sabem que são ricos, estão orgulhosos, estão satisfeitos com
a Filadélfia como a sua etiqueta. Sempre que usam o nome de Filadélfia como a sua
identificação, já não é mais Filadélfia, mas sim Laodicéia.

Esta é uma grande advertência: depois da lua cheia, há de novo uma queda antes da volta do
Senhor. Como deveríamos tremer diante da Sua presença! É tão claro, e é por isso que nos é
mostrada as sete igrejas. Descobrimo-las no primeiro século, e ao longo dos dois mil anos.

Esta é a chamada aos vencedores. Antes da Sua vinda, qual é o caminho da restauração do
testemunho do Senhor? Ele está chamando os vencedores. Até em Tiatira, você pode ser um
vencedor. Madame Guyon viveu na época de Tiatira, e foi uma vencedora; o irmão Lourenço
estava em Tiatira e também foi um vencedor. E embora eles só tivessem uma visão muito
limitada, permaneceram ali; mas Deus os considerou vencedores.

No entanto, se você vê a luz, saberá que temos que brilhar como a lua no universo. Nós temos
que resplandecer. Mas agora o problema é este: Estamos brilhando como a lua cheia? Este é o
chamamento aos vencedores. Você está disposto a brilhar como a lua cheia?

Este é o nosso caminho, e queremos percorrê-lo com temor e tremor, porque desejamos ser
fiéis até o final. Estamos esperando a volta do Senhor, passando através de muitas aflições,
muitas incompreensões.

Deixa que outros tenham suas mega-igrejas, que outros procurem a prosperidade. Você está
disposto a seguir o seu Mestre, passo a passo? Então seremos transformados à imagem de
Cristo, tudo por sua misericórdia. Não seja orgulhoso, porque tudo é por graça. Nunca diga:
"Quão ricos somos!". Nem diga: "Quão pobres são os outros!". Se vir quão pobres são os
outros, essa é a sua responsabilidade, porque você deveria enriquecê-los. Por que você
também permanece pobre? Deveria comprar colírio para os seus olhos, para que possa ver.

Este é o caminho para a restauração do testemunho do Senhor, e isso é o que o Senhor está
fazendo hoje. Então, o método, de acordo com o apóstolo João, é o seguinte: quando a igreja
está entrando em decadência, quando a lua já não está na sua fase de lua cheia, Deus chama
os vencedores. Então, se ouvir a sua palavra, se viu a luz, não há razão para que permaneça
em Tiatira.

Hoje em dia, pela graça do Senhor, nós podemos andar no caminho de Filadélfia. Mas,
lembrem-se, se não formos cuidadosos, se dermos lugar à carne, se houver orgulho, amanhã
estaremos em Laodicéia.

Um ministério completo

A razão pela qual a igreja começou a envelhecer foi por causa da carne. A igreja começou a
manchar-se por causa do mundo. Então, a cruz tem que operar profundamente na vida da
igreja. A obra da cruz vai tratar conosco, de maneira que algo que não esteja de acordo com a
Palavra seja eliminada. E desta maneira não haverá mais rugas nem manchas, a ordem da
igreja terá sido restaurada.

Mas isso não é o fim. Por quê? Quando o Senhor diz à igreja em Éfeso: "Arrepende-te e faz as
primeiras obras", isso significa voltar para o livro de Atos. Fomos restaurados; já não há rugas
nem manchas. Mas, estamos maduros? Na obra de restauração, o ministério de João é só uma
parte; mas isso não significa que deveríamos desprezar o que Paulo fez. Depois que
retornamos, temos que crescer. E não só crescer. Freqüentemente, somos tão 'espirituais' que
já não queremos pregar o evangelho. Não! Naqueles segundos 33 anos, Paulo abriu a porta, e
o evangelho foi maravilhosamente pregado.

Então, o que significa a lua cheia? Primeiro que não há mais rugas, não há mais manchas,
tudo está de acordo com a ordem bíblica. Mas, isso é tudo? Se isso for tudo, cada um de nós
está qualificado como reformador. Mas não é assim; necessitamos retornar àqueles 33 anos.
Por um lado temos que crescer até a maturidade, e por outro lado, temos que pregar o
evangelho a todos os confins do mundo.

Nós estamos muito felizes, porque hoje já não estamos em trevas; a Palavra de Deus é muito
clara. Que o Senhor possa efetivamente falar com os nossos corações, para que sejamos
capazes de entender o coração de Deus, a vontade de Deus para os tempos finais que hoje
estamos vivendo.

A palavra da vida

Voltemos para o Filipenses 2:15, No final do versículo: "...resplandeceis como luminares no


mundo". Mas não podemos nos deter aqui; se o fizermos, não saberemos nada a respeito da
restauração do testemunho do Senhor. Versículo 16: "...retendo a palavra da vida". Estas duas
coisas andam juntas.

Como saber que uma igreja está na fase da lua cheia? Esta pergunta tem a ver com a forma
em que estamos tratando com a palavra da vida. Por quê? Porque podemos perder a palavra
da vida.

Em outras palavras, se resplandecermos como luminares no universo, não só temos a lua


cheia, mas também a palavra da vida será plena. Por isso Paulo diz: "...retendo a palavra da
vida", porque se não o fizermos, a palavra da vida pode diminuir, assim como a lua cheia volta
a ser lua minguante. Estas duas coisas vão sempre unidas.

Nós pensamos que, quando Paulo tinha escrito Romanos e Gálatas, sua revelação já tinha
alcançado o ápice, e que ele já não subiria mais alto. No entanto, para a nossa surpresa, do
cárcere em Roma, em Efésios e Colossenses descobrimos uma maior revelação, e a mais
profunda revelação é apresentada aos Filipenses. Isso é o que aconteceu. Paulo pôde
escrever tais cartas. Nós nunca imaginamos que ele poderia ir mais e mais alto.

Como Paulo resume Romanos, Gálatas, 1ª e 2ª Coríntios? A palavra da cruz. E, como resume
ele o que escreveu na prisão? A palavra da vida. A palavra da vida foi edificada tendo a palavra
da cruz como fundamento. Agora temos quatro conjuntos das cartas de Paulo. As primeiras
duas são as cartas aos Tessalonicenses, que são como um prefácio às epístolas; em seguida
as três cartas que começam com a letra T: 1ª e 2ª Timóteo, e Tito, são como um epílogo às
epístolas de Paulo. Então, há um segundo e um terceiro grupo: a palavra da cruz, e a palavra
da vida.

Se usarmos uma palavra para descrever ambos os grupos, temos: o segundo, a cruz, e o
terceiro, o Cristo. Então Paulo diz: "Não conheço nada, a não ser a Cristo, e este crucificado".
Quando ele escreveu a carta aos Filipenses, a palavra de Deus em Paulo tinha alcançado a
sua plenitude. Aqui vemos que a palavra da vida é plena.

Agora nós sabemos como é o crescimento, porque a obra de Deus é completa. Anteriormente,
Paulo experimentou o crescimento em sua vida, por isso chegou a ser uma pessoa espiritual.
Mas ele não podia ajudar a outros a serem espirituais. Se quisesse ajudar a outros, ele devia
receber a palavra. Só quando recebeu a palavra foi capaz de explicar a sua experiência.

Tudo o que está relacionado com a vida, constitui a palavra da vida. Com essa palavra da vida,
nós saberemos como crescer da infância, passando pela adolescência, até chegar à idade
adulta. Agora não só Paulo pode ser espiritual. Graças à palavra da vida, você e eu também
podemos sê-lo. Quando crescemos até a maturidade, somos transformados à imagem de
Cristo. A palavra da vida nos assinala como a vida de Cristo pode crescer em nossas vidas
individuais e também na vida corporativa.

Agora, há uma possibilidade de que percamos a palavra da vida, em alguma forma. Esta
palavra da vida é plena, entretanto se perder uma parte dela, é como a lua em seu quarto
crescente. Estas duas coisas devem andar juntas. Por isso Paulo diz: "...retendo a palavra da
vida, para que no dia de Cristo eu possa me gloriar de que não corri em vão, nem trabalhei em
vão".

Aqui há um perigo. A igreja em Filipos, ou a igreja em Éfeso, tinham ouvido tanto, tinham visto
quase a plenitude da palavra da vida; mas não eram cuidadosos, não estavam retendo a
palavra da vida, Paulo tinha corrido em vão ou trabalhado em vão.

Embora a igreja permaneça na etapa de infância, sempre na fase da lua nova, a igreja é igreja.
Eles nasceram de Cristo, nasceram do alto. Mas, de alguma forma, Paulo tem uma insatisfação
- a insatisfação do coração de Deus. Mas, quando a igreja está na fase da lua cheia, a palavra
da vida também é plena. Quando vemos a palavra da vida em sua plenitude, vemos todo o
plano do caminho do crescimento da igreja. Assim, no final, Cristo apresentará a si mesmo
uma igreja gloriosa.

Quando olhamos para as sete igrejas, há uma regra muito importante para medir em que fase
do testemunho da igreja nos encontramos, quanto da palavra da vida foi guardada. Isso quase
pode determinar em que fase da lua estamos.

O exemplo de Romanos

Quando chegamos à palavra da vida, eu penso que necessitamos de toda a Bíblia. Mas, na
realidade, não precisamos ir tão longe. A fim de entender a restauração do testemunho do
Senhor, simplesmente tentaremos revisar a palavra de uma maneira muito simples.

Por exemplo, se alguém lê Romanos e se limita aos primeiros oito capítulos, ali encontra a
palavra da vida, como essa vida nasce de novo, como cresce e qual é a meta desse
crescimento. Nesses oito capítulos, temos primeiro a justificação por fé, logo a santificação por
fé e ao final a glorificação por fé.

Quando nascemos de novo, nós recebemos uma nova posição, para que possamos estar
firmes na presença de Deus. Até sendo pecadores, podemos estar em sua presença, por meio
do precioso sangue de nosso Senhor Jesus. Nós somos justificados por fé. No Lugar
Santíssimo, estamos aos seus pés. Essa é nossa posição, esse é o céu na terra.

Agora, depois que fomos salvos, experimentamos a justificação pela fé. Por causa desta
posição, nós sempre podemos permanecer em sua presença, e obtemos toda a energia do
próprio Deus. Essa energia e esse poder nos sustentam para podermos viver uma vida santa.
Essa é a santificação pela fé.

Se estamos firmes diante de Deus, é graças à justificação pela fé. Isso significa que estamos
livres da ira de Deus. Mas, graças a Deus, quando vivemos uma vida santa, significa que
fomos libertos do poder do pecado. Mais do que isso, um dia, a presença do pecado
desaparecerá para sempre. Quando o Senhor voltar, os nossos corpos serão transfigurados, e
nós seremos libertos também da presença do pecado.

Primeiro, somos libertos do juízo do pecado; segundo, libertos do poder do pecado, e


finalmente, a glorificação, a transformação do nosso corpo, significa sermos libertos da
presença do pecado. Quando falamos da justificação por fé, isso significa regeneração; quando
falamos de santificação por fé, significa transformação. E quando falamos de glorificação,
referimos a transfiguração.
A justificação significa que fomos salvos; isto já foi feito. Mas quando falamos de
transformação, nos referimos à salvação das nossas almas - nós vamos sendo transformados
dia a dia. Isso significa que estamos sendo salvos hoje. Mas seremos salvos aquele dia,
quando o Senhor retornar. De modo que o processo completo compreende a justificação por
fé, a santificação por fé, e a glorificação por fé.

E mais ainda, quando falamos da glorificação por fé, pensamos no dia do retorno do Senhor.
Nós seremos como ele é, seremos transfigurados. Isto é a glorificação. E mais ainda, o que
Paulo tenta nos dizer é que entre hoje e aquele dia, se nós olharmos para o nosso Senhor com
a cara limpa, vamos sendo transformados a sua semelhança, de glória em glória.

Paulo nos diz que Deus tem um propósito: que nós sejamos transformados à imagem de
Cristo. Então, não só haverá glorificação naquele dia, mas também hoje em dia.

O que é a glorificação? De acordo com a definição de Paulo, significa ser transformados à


imagem de Cristo. Então, irmãos, temos a justificação pela fé - a infância -, a santificação pela
fé - a adolescência - e a glorificação pela fé - a idade adulta. Nós crescemos dia a dia, até
chegarmos à vida madura. E isso não só se aplica aos crentes individuais, mas também à
igreja em geral.

A plenitude da palavra

Essa é a plenitude da palavra da vida. No entanto, Paulo nos adverte: "...retendo a palavra da
vida". Se não formos cuidadosos, não alcançaremos a plenitude da palavra da vida.
Provavelmente conhece a justificação pela fé, e isso é tudo. Só conhece a salvação inicial, e
nada mais. E outras pessoas aprenderam como viver uma vida santa, entretanto não sabem
que ainda têm que crescer mais e permitir que a formosura e a glória de Cristo sejam
manifestadas em nós.

Existe o perigo de que só tenhamos uma parte da palavra da vida. Graças a Deus, algumas
pessoas crêem firmemente na justificação pela fé, outras experimentam a santidade. Mas a
palavra de Deus é esta: justificação por fé, santificação por fé, e glorificação por fé.

Agora, nossa luz será obtida da nossa vida. Nossa vida depende da palavra da vida. Então, se
não formos diligentes e não chegarmos à plenitude da palavra da vida, cedo ou tarde, isso irá
refletir em nosso testemunho. Você pode ver muitas pessoas que conhecem muito bem a
salvação; mas nosso Deus nunca estará satisfeito até que veja todos os seus filhos crescendo
até a maturidade.

Agora, como sabemos que uma igreja está na fase da lua nova? Toda igreja, como seu nome o
indica, é uma igreja. Mas no que se refere à salvação, é possível que eles não conheçam a
justificação, nem a santificação, nem a glorificação, e isso explica tudo. Se usarmos esta regra
para medir ao longo da história da igreja, vamos aprender lições maravilhosas.

Do século XVI até o século XXI, Deus esteve trabalhando na restauração do testemunho do
Senhor. Agora vemos que não se trata só de restaurar a ordem na igreja. Sim, nós temos feito
algum tipo de contribuição; no entanto, isso nunca vai encher a medida de Deus. Que o Senhor
tenha misericórdia de nós. Isto é muito importante se nos reunimos juntos como igreja e
estamos esperando o retorno do Senhor.

Irmãos, como nós podemos crescer juntos? Isto depende se tivermos ou não essa revelação
da palavra da vida. Graças a esta palavra, nós poderemos contemplar como isto se reflete em
nosso testemunho. Que o Senhor abra os nossos olhos para que realmente possamos ver a
restauração do seu testemunho.

(Resumo de uma mensagem ministrada na 2ª Conferência Internacional, Santiago do Chile, Setembro 2005).
O Choro por Jerusalém:
Jeremias e Jesus

Por: Christian Chen


A Presença de Deus e o Templo – O Conteúdo e a Casca
Ao ler o Antigo Testamento, devemos sempre ter em mente que quando
Jerusalém é mencionada temos uma referência ao testemunho de Deus, pois
a cidade de Deus e seu templo são inseparáveis. O templo é a realidade
interior, e a cidade é o testemunho exterior – quando Deus está presente, o
resultado gerado exteriormente é o seu testemunho na Terra. Da mesma
forma, quando a realidade interior é perdida, o testemunho exterior não pode
ser mantido.

Não podemos nos enganar: quando a vida divina se esvai, o que vemos é
meramente uma organização humana, o resultado do agir das mãos do
homem. Por isso não devemos fazer propaganda do testemunho de Deus,
dizendo: “Nós somos a igreja, e ninguém mais é”; todos os que falam assim
provam que não são a igreja. Aquele que realmente tem a presença de Deus
pode falar qualquer coisa, menos essas palavras.

Sem a realidade interior, o homem cria uma falsificação do testemunho de


Deus. Chega um ponto em que Deus destrói essa farsa – não deixando pedra
sobre pedra. Foi assim logo antes do cativeiro, quando os israelitas adoravam
a ídolos em oculto e ainda continuavam exteriormente com o serviço no
templo, como se nada estivesse errado. Para Deus, porém, a realidade
interior já não existia. Por isso o livro de Ezequiel diz que a glória de Deus se
retirou de seu templo para o oeste do monte das Oliveiras e dali ascendeu
aos céus (Ez 11.23).

O Choro de Jeremias
A partir daí, a Jerusalém da terra, o templo da terra, se tornou apenas uma
casca: bela por fora, mas sem vida por dentro. Por isso Deus permitiu que o
exército babilônico invadisse a Cidade Santa e a incendiasse. E, enquanto
Jerusalém queimava, o profeta Jeremias estava, provavelmente, escondido
numa caverna do monte Gólgota. Ele via a cidade sendo incendiada; o fogo
estava queimando fora de Jeremias, mas a Bíblia nos indica que, na realidade,
o fogo ardia dentro de seus ossos, queimando até esgotarem suas lágrimas.
Passou a ser conhecido como o profeta que chorava (cf. Lm 3.49).

O livro de Lamentações registra o choro de Jeremias por Jerusalém. Ela não


era a cidade do grande Rei? O próprio Deus havia dito que a escolhera e que
nela habitaria. Ele desejava morar em Sião, queria ter nela seu lugar de
descanso. Mas, por causa da idolatria dos israelitas, Deus permitiu que
Nabucodonosor invadisse Jerusalém e a incendiasse. E Jeremias chorou ao
ver a consumação de todo esse processo.

Que contraste com a época em que os israelitas se reuniam em Jerusalém nas


festas! Ali não havia ninguém de mãos vazias, pois cada um levava o produto
da terra de Canaã, a terra que manava leite e mel. Aqueles milhares de
israelitas, como um só homem, davam um único testemunho de Deus na
Terra, cantando: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”.
Quando havia a realidade interior, Deus permitia sua manifestação exterior.

Jerusalém estava sempre no coração dos filhos de Israel, mesmo quando


estavam no cativeiro babilônico. Toda vez que se lembravam de Sião, eles
choravam. A única coisa que podiam fazer era pendurar as harpas nos
salgueiros junto aos rios de Babilônia, pois não lhes era possível entoar as
belas canções de sua terra (Sl 137.1-4). Onde quer que eles estivessem,
jamais se esqueceriam de Jerusalém, pois ela representava o testemunho de
Deus. Por essa razão não havia israelita que não rejubilasse ao chegar em
Jerusalém, que não derramasse lágrimas de alegria, pois todas as dores e
dificuldades da jornada já haviam passado. Aqueles que realmente conheciam
o testemunho de Deus, ao ver Jerusalém, eram tomados de incontida e
espontânea alegria.
O Choro de Jesus
Mas, ao lermos a Bíblia, encontramos alguém que teve uma reação diferente
ao ver Jerusalém. O caminho que o Senhor percorreu com os discípulos no
último meio ano de seu ministério era quase o mesmo que os israelitas
usavam para ir a Jerusalém na época das festas, era o caminho de Sião.
Nessa etapa final de seu ministério, Jesus seguiu resolutamente para a Cidade
Santa e disse algumas vezes aos discípulos: “Eis que subimos para
Jerusalém” (Mt 16.21; 20.18; Mc 10.32, 33; Lc 9.51, 53; 13.22; 17.11; 18.31;
19.28). Jerusalém era seu alvo.
Em Mateus 16, lemos que Jesus perguntou aos seus discípulos quem o povo
dizia ser ele. Alguns personagens foram mencionados, e havia também quem
dissesse ser ele Jeremias. Por que Jesus se parecia com Jeremias? Por que
citaram o nome desse profeta e não o de Isaías ou Ezequiel? Porque, em toda
a Bíblia, só houve duas pessoas que choraram por Jerusalém: Jeremias e o
Senhor Jesus.

Quando ele e os discípulos finalmente chegaram a Jerusalém – ao contrário


dos outros israelitas que choravam no caminho por causa das dificuldades,
mas alegravam-se ao ver a Cidade de Deus –, nosso Senhor chorou ao
contemplar a cidade! No Antigo Testamento, o livro das Lamentações de
Jeremias é um longo poema que expressa todo o sentimento profundo do
profeta. Agora, lendo atentamente as palavras do Senhor Jesus, vemos que
elas também são um poema. Há vários poemas ditos pelo Senhor e
registrados nos Evangelhos, mas há um que é especial: este que se identifica
com as lamentações de Jeremias. A constituição desse poema é lamentação,
é dor. Há poemas que, por meio de suas rimas e estrutura, nos dão um
sentimento de alegria, mas tanto Lamentações quanto essa declaração de
Jesus são cheias de lamento e dor.

O poema está registrado em Mateus 23.37:

Jerusalém, Jerusalém,
que matas os profetas
e apedrejas os que te foram enviados!
Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos,
como a galinha ajunta os seus pintinhos
debaixo das asas,
e vós não o quisestes!
Eis que a vossa casa vos ficará deserta.
Declaro-vos, pois, que, desde agora,
já não me vereis, até que venhais a dizer:
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Os especialistas em poesia hebraica dizem que esse trecho da palavra do
Senhor Jesus tem uma estrutura de poema igual à de Lamentações de
Jeremias.

Quando o Senhor chora por Jerusalém, ele concentra seu sentimento nestas
palavras: “Jerusalém, Jerusalém (…) Quantas vezes quis eu reunir os teus
filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas“. Jerusalém
é uma cidade, é a capital de Israel. É uma cidade que pode ser achada no
mapa, que foi edificada sobre um monte. A história não registra nenhuma
cidade do mundo que tenha passado tantos sofrimentos como essa. Segundo
alguns autores, desde o início dos registros históricos, Jerusalém já foi
destruída e reconstruída por pelo menos vinte vezes.
Mas quando o Senhor Jesus chorou por Jerusalém, ele não estava chorando
por uma cidade material, um amontoado de edifícios e ruas. A cidade pela
qual ele chorou era uma cidade que podia escolher, podia decidir, podia optar
por ser reunida pelo Senhor sob suas asas. O Senhor Jesus queria reunir os
filhos de Jerusalém como a galinha ajunta os pintinhos debaixo das asas, mas
os israelitas responderam dizendo: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. Crucificaram o
Senhor fora da cidade, como lixo que não podia permanecer dentro da Cidade
Santa. Preferiram um salteador.

Se Jerusalém fosse, de fato, em sua realidade interior, uma cidade santa,


como poderia não receber o Santo Senhor Jesus? Portanto o Senhor Jesus
não chorou apenas pela Jerusalém do mapa, a Jerusalém da história. Aos
olhos do Senhor Jesus, Jerusalém era algo muito mais elevado do que
simplesmente uma cidade: ela representava o testemunho de Deus e, por
isso, estava relacionada ao eterno propósito de Deus.
Quando era apenas um menino, Jesus disse: “Não sabíeis que me cumpria
estar na casa de meu Pai?” (Lc 4.29). O templo de Jerusalém era, no
sentimento do Senhor, a casa do Pai. Mas ao chorar por Jerusalém, ele disse:
“Eis que a vossa casa vos ficará deserta”. O templo de Deus deveria ser o
lugar de descanso de Deus; se, de fato, fosse, o Senhor teria dito: “Esta é a
casa de meu Pai”. Mas, a partir do momento em que a realidade interior da
presença de Deus não existe mais, por estar o verdadeiro templo de Deus em
desolação, o Senhor referiu-se a ele como “a vossa casa”. Os israelitas, no
Antigo Testamento, já manifestavam essa indisposição de se arrependerem
de seus pecados enquanto se consolavam dizendo que Jerusalém não seria
destruída, pois o templo de Deus estava ali: “Templo do Senhor, templo do
Senhor, templo do Senhor é este” (Jr 7.4), eles repetiam para se entorpecer.
Na verdade, a glória de Deus já se havia retirado dali, contudo eles ainda
falavam: “Este é o templo de Deus, a cidade de Jerusalém não será destruída,
pois uma vez que tenhamos o templo de Deus, ele será eternamente o
templo de Deus!”. É como os que dizem hoje: “Uma vez que somos a Igreja
de Deus, seremos eternamente a Igreja de Deus”. A Igreja de Deus não é a
casa do Pai? Sim, no princípio, de fato, era assim. Mas ao chorar por
Jerusalém, ele disse: “Eis que a vossa casa vos ficará deserta”. Em Lucas
19.41, ele acrescentou: “Não deixarão em ti pedra sobre pedra”. E a história
comprova que essa palavra foi cabalmente cumprida.

O Clamor do Senhor
Portanto, irmãos e irmãs, o choro do Senhor por Jerusalém manifesta a
tristeza dele pelo fato de o testemunho de Deus estar em desolação. Por que
está em desolação? Porque hoje não vemos nele a face de Deus. Ao ver a
situação da Igreja de Deus, sentimo-nos muito envergonhados, porque temos
de reconhecer que os filhos de Deus estão, de fato, se dividindo e
subdividindo. Por isso precisamos hoje de arrependimento; precisamos ouvir
hoje o choro do Senhor: “Jerusalém, Jerusalém…”.

A Igreja somos nós, chamados por Deus para fora do mundo, para sermos
testemunhas dele. Quando a Igreja está em desolação, indicada pelo fato de
o Senhor Jesus chorar por Jerusalém, ele não chama Jerusalém apenas uma
vez, mas clama: “Jerusalém, Jerusalém”. Hoje ele não chora apenas por uma
cidade, mas pelo que a cidade representa. Será que estamos ouvindo esse
choro? Estamos ouvindo quando ele clama?

Este texto foi extraído e adaptado do livro “O Duplo Chamamento: O Declínio


e a Restauração do Testemunho de Deus”, por Christian Chen, Editora dos
Clássicos, 2003. Nesse livro, o autor usa as sete ocasiões em que Deus fez
um duplo chamamento a alguém (como: “Abraão, Abraão!”) para mostrar o
caminho de restauração do testemunho de Deus na Terra. Você pode adquirir
este livro através do telefone (19) 3462 9893, pelo e-mail
revistaimpacto@revistaimpacto.com ou pelo site www.revistaimpacto.com.
Christian Chen, ex-professor de Física Nuclear na Universidade de São Paulo
(USP) e em Taiwan Chung Yuan University, é autor e conferencista, profundo
estudioso da Bíblia e das riquezas espirituais acumuladas pelos santos do
passado. Reside atualmente em Nova York, EUA. Maiores informações no site
www.editoradosclassicos.com/autores.php
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Experimente Chorar
Leonard Ravenhill
Bem-aventurados aqueles que de coração quebrantado
Com profundo sentimento choram seu pecado.
Nessas linhas estão contidos três elementos vitais: coração quebrantado,
choro e pecado. Primeiro, “coração compungido e contrito não o
desprezarás, ó Deus”. Aliás, ele só usa vasos quebrados. Quando Jesus
multiplicou o pão, primeiro pegou os pães do menino e partiu-os. E só então
pôde alimentar a multidão. O vaso de alabastro é outro exemplo. Só depois
que ele foi quebrado, o aroma encheu o aposento – e o resto do mundo. E
Jesus também disse: “Isto é o meu corpo, que é partido por vós”. E se para o
Senhor foi assim, não deverá ser também para o servo? Pois quando
procuramos salvar nossa vida, não apenas a perdemos, mas também
destruímos a de outros.
Em seguida, chorar pelo pecado. Jeremias clamou: “Oxalá a minha cabeça
se transformasse em águas”; e o salmista diz: “Torrentes de águas nascem
dos meus olhos”. Irmãos, nossos olhos estão secos porque nosso coração
também está. Em nossos dias, é possível ver-se uma religiosidade despida de
compaixão. Que coisa mais estranha!
Certa vez, alguns oficiais do Exército da Salvação escreveram a William Booth
dizendo que haviam empregado todos os métodos possíveis para levar
pessoas a Cristo; e nada. Sugeriram que se fechasse a pequena missão.
Booth respondeu através de um telegrama, com apenas duas palavras:
“Experimentem chorar”. Foi o que fizeram, e Deus mandou um avivamento.

As escolas bíblicas e seminários não ensinam seus alunos a chorar, e é claro


que nem o poderiam. Essa lição só se aprende com o Espírito Santo. Qualquer
pregador, por mais títulos e doutorados que possua, não conseguirá muita
coisa enquanto não experimentar uma profunda amargura de alma por causa
dos pecados que se cometem hoje. David Livingstone costumava orar assim:
“Senhor, quando irá cicatrizar-se a chaga do pecado deste mundo?”. E nós,
acaso sentimos o peso da perdição da humanidade quando oramos? Será que
ensopamos de lágrimas o travesseiro com uma agonizante intercessão como
fazia John Welch?

Conta-se que quando Andrew Bonar, deitado em seu leito, ouvia as pessoas
caminhando pela rua nos sábados à noite, dirigindo-se para bares ou teatros,
sentia o coração pesado e clamava: “Eles estão perdidos, estão perdidos!”.

Infelizmente, irmãos, não possuímos esse peso pelos perdidos. A maioria dos
crentes conhece apenas uma longa seqüência de pregações – eloqüentes, sim
–, mas sem alma, sem lágrimas, sem ardor espiritual. É tudo que os
pregadores têm para oferecer hoje.

E, em terceiro lugar, o que dizer do pecado? Diz a Bíblia que “os loucos
zombam do pecado” (e quem zomba do pecado é louco mesmo). Os sábios
da igreja apontaram “sete pecados capitais”. É claro que sabemos que eles
estavam muito enganados; todos os pecados são capitais. Mas esses sete são
o ventre do qual nasceram mais setenta vezes sete milhões de outros
pecados. São as sete cabeças de um mesmo monstro que está devorando
esta geração a um ritmo aterrador. Estamos vendo uma juventude amante de
prazeres, que não liga a mínima para Deus. Enfatuados com seu pseudo-
intelectualismo, totalmente indiferentes às coisas espirituais, eles rejeitam os
padrões de moralidade vigentes.
Caiamos de joelhos, irmãos. Abandonemos a louca idéia de borrifar perfumes
na impiedade individual e internacional com nossas colônias teológicas.
Lancemos para toda essa putrefação rios de lágrimas, de oração e de
pregações ungidas, para que seja purificada.

Extraído do livro: “Por Que Tarda o Pleno Avivamento?”, de Leonard


Ravenhill, Editora Betânia.
| O Espírito Santo e os Samaritanos |

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Certa vez Pedro e João ouviram que as portas do Evangelho estavam se abrindo em Samaria e foram para lá. Houve
um grande avivamento naquela cidade por meio de Filipe. Filipe foi um grande evangelista. Deus o usou e toda a
cidade foi virada de cabeça para baixo. Os samaritanos receberam a Palavra de Deus, ali estava um corpo de cristãos,
não apenas um ou dois indivíduos. Todavia, aquelas pessoas haviam sido batizadas em nome do Senhor, mas não
haviam recebido o Espírito Santo ainda.

A questão central nesse caso é a seguinte: por muitos anos, judeus e samaritanos eram inimigos. Os judeus
ortodoxos, por exemplo, quando viajavam, nunca passariam por Samaria, tomariam um rota alternativa, mesmo que
mais longa. Mas, um dia, nosso Senhor, intencionalmente, passou por Samaria, Ele queria encontrar com aquela
mulher samaritana. Então temos o capítulo 4 do Evangelho de João. Muitas vezes nosso Senhor passou por aquela
vila, mas, em determinada ocasião, nosso Senhor não foi aceito pelos samaritanos. Tiago e João ficaram muito irados
com aquela atitude. Sempre achamos que João era uma pessoa muito tranqüila e mansa, afinal ele era o apóstolo do
amor, também foi aquele que se reclinou no seio de nosso Senhor. Os artistas sempre retrataram o apóstolo João
muito delicado. Mas o Senhor nos conhece muito bem e chamou Tiago e João de "filhos do trovão". Você sabe quanto
TNT tem naqueles filhos do trovão? Porque os samaritanos naquele dia não receberam o Senhor Jesus, ele ficaram
"trovejando": "Vamos orar como Elias, para que desça fogo dos céus e consuma a todos!".

O apóstolo do amor, aquele que escreveu as cartas de João e o Evangelho, agindo dessa forma! Graças a Deus, eles
foram salvos e, por causa do dia de Pentecostes, tornaram-se membros do Corpo de Cristo. Então Pedro e João foram
à igreja em Samaria. Naquela cidade, naturalmente judeus e samaritanos não se comunicavam, nada tinham a ver uns
com os outros. Mas agora Pedro e João não podiam mais agir assim, haviam sido batizados em um só corpo, Pedro e
João precisavam agir de acordo com essa verdade. No dia de Pentecostes e na casa de Cornélio, o Espírito Santo
desceu sem imposição de mãos. Isso demonstra que foi o Cabeça da igreja quem derramou o Espírito Santo. Mas,
agora, porque o batismo já havia acontecido e não podemos fazer com que se repita, Pedro não poderia pedir ao
Senhor Jesus que derramasse Seu Espírito novamente. Então eles foram a Samaria, oraram por aqueles cristãos e
impuseram as mãos sobre eles. Imposição de mãos significa comunhão.

Pedro e João representam o Cabeça. Então aqueles samaritanos apropriaram-se daquilo que o Cabeça fez no dia de
Pentecostes e receberam o Espírito (Atos 8:14-17). Isso significa que eles são um com todos os santos.
Historicamente, eram inimigos, mas agora são irmãos; em Cristo, não há judeu nem samaritano, apenas a igreja. Que
tremendo! Por isso foi muito importante o fato de Pedro e João terem ido a Samaria e pedido que o Espírito Santo
descesse. Para João em particular esse evento foi muito importante, pois ele lembrava muito bem que há algum tempo
havia pedido ao Senhor que lhes permitissem fazer descer fogo do céu. Eles odiavam aqueles samaritanos, mas
agora ele haviam sido salvos e batizados em um corpo. Em vez de enviar fogo, aquele filho do trovão foi levado pelo
Senhor para a mesma região e orar por aqueles samaritanos. Para João deve ter sido uma experiência muito
significativa, então eles oraram. Algum tempo atrás, ele queria orar para que descesse fogo, mas agora existe este
amor maravilhoso. Apenas o amor pode unir João e os samaritanos. João queria destruir aqueles samaritanos, mas
agora eles eram um em Cristo. Que quadro maravilhoso!

Quando estudamos o livro de Atos, não vemos somente fogo e vento, há muito mais do que isso. Aconteceu com a
igreja de Deus algo que este mundo nunca poderá fazer. O que aconteceu em Pentecostes é muito maior do que falar
em línguas, muito maior que a cura divina. Nós cremos na cura divina, cremos que todas essas coisas podem
acontecer ainda hoje, mas devemos lembrar que, depois do dia de Pentecostes, após o Espírito Santo ter fixado
residência sobre a terra, após o Pai e o Filho fazerem Sua morada sobre a terra, algo aconteceu nesta terra que nunca
havia acontecido antes.

Autor: Christian Chen


Extraído do livro, Andai no Espírito – Christian Chen – Edições Tesouro Aberto
O Fruto do Trigo e da Figueira

Você já observou a diferença entre o fruto do trigo e o da figueira? A Bíblia usa a figueira para
representar Israel e, o trigo para descrever os cristãos. A figueira tem raízes muito profundas. O
povo de Israel recebeu a bênção divina, mas toda essa bênção está relacionada com esta
Terra; é como suas raízes estivessem muito presas a esta Terra; a Terra é a porção deles. Mas
como é a raiz do trigo? O trigo é uma planta anual; é uma planta muito frágil, a qualquer
momento pode ser arrancada. Essa planta está sempre pronta para ser separada da terra.
Os descendentes celestiais de Abraão receberam as bênçãos celestiais. Eles são como a
figueira. Nós, porém, nada temos além do Senhor, nós recebemos as bênçãos celestiais
porque somos como o trigo. O trigo não tem raízes profundas, a qualquer momento pode ser
arrebatado. O arrebatamento é o futuro do trigo. Quando o trigo será arrancado? Quando
estiver maduro. Outra característica interessante sobre a vida do trigo é que ele morre da
espiga para baixo. Quando está maduro, o caule e a raiz morrem. Quando o fruto está maduro,
ou seja, quanto mais você amadurece diante do Senhor, mais e mais você vai se
desprendendo deste mundo.
Essa é a natureza do arrebatamento. Então, não provoque desavenças com os pré-
tribulacionistas nem com os pós-tribulacionistas. O importante é que fomos criados para o
arrebatamento. E o trigo possui uma vida tal que faz com que mais e mais morramos para o
mundo. Quanto mais mortos para o mundo, mais vivos para o céu. Quando o trigo cresce e
chega à maturidade, quanto mais ele amadurece, mais ele reclina a cabeça. O joio, entretanto,
é diferente. À medida que o tempo passa, o joio fica cada vez mais rijo. É por isso que o
Senhor disse para deixá-los crescer juntos. O Senhor nos semeou neste mundo. O trigo cresce
sob a luz intensa do sol; sol após sol. E, ao absorver a luz que vem do sol, pouco a pouco o
trigo vai amadurecendo. Então, quando o fruto está maduro, imediatamente a foice vai fazer o
seu trabalho. O momento da ceifa chegou, o arrebatamento vai acontecer.
Esse é o futuro da vida cristã. E, por essa razão, a Bíblia diz que a ceifa é a consumação do
século. Nós, cristãos, temos uma história um futuro. Quando chegamos à última página da
história deste mundo, nos deparamos com o futuro do mundo. Mas, o Senhor realmente
semeou a Sua semente neste mundo e deixou o trigo crescer. E esse trigo também tem a sua
própria história. Ele vai crescer junto com o joio. Quanto mais o trigo amadurece, mais ele
morre para o mundo. Quanto mais os cristãos caminham para a maturidade, mais eles se
tornam humildes.
Autor: Christian Chen
Extraído do livro Grandes Profecias da Bíblia – Edições Tesouro Aberto
O Homem Interior e o Homem Exterior
Autor: Christian Chen
O que significa eu interior e eu exterior ? " Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo
que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia
em dia " (2 Co 4:16). Aqui há duas frases maravilhosas. Nosso homem exterior corrompe-se
dia após dia, contudo nosso homem interior renova-se dia a dia. Isso significa que o homem
interior corresponde ao nosso eu interior e o homem exterior corresponde ao eu exterior. O
corpo e a alma são o homem exterior. Quando alguém toma decisões neste homem exterior de
amar ou de odiar, essa decisão está relacionada ao eu exterior. Mas o espírito do homem com
o próprio Espírito, ou Espírito Santo e o espírito do homem, são o novo homem.

A Característica do Novo Testamento - o Homem Interior Segundo a Palavra de Deus, o


cristão tem o homem interior e o homem exterior. Na época do Novo Testamento, a
característica é o homem interior, porque esta é a época do Espírito Santo. Isso é algo
completamente novo, diferente da época do Antigo Testamento. No Novo Testamento, o
Espírito Santo foi dado a cada cristão e fez habitação em cada um; se seguirmos Sua
liderança, se andarmos no espírito, este homem interior será renovado dia a dia. Que o homem
exterior se corrompa a cada dia. Eu fui crucificado, que ele cresça e eu diminua. Esse é o
segredo de nosso viver hoje!

Você pode afirmar que faz alguma coisa, que ama seus inimigos, mas você não é você quem
ama, ninguém pode amar em seu homem exterior, em seu homem natural; a antiga natureza é
incapaz de amar. No entanto, amamos e vivemos, mas esse viver é segundo o Espírito Santo.
Demos graças ao Senhor por isso. Os cristãos são como um paradoxo. O cristão tem de viver
essa vida o tempo todo. Se seu homem interior estiver sendo renovado dia após dia, ele se
tornará cada dia mais forte e crescerá até a maturidade. Maturidade não significa ter uma
mente brilhante e conhecer a Bíblia muito bem. Alguém pode até tornar-se professor de
Teologia, pode ter uma alma grandiosa, seu homem exterior pode ser grandioso. Mas e seu
homem interior? Ele está sendo renovado a cada dia? Isso é muito importante!

Para que Sejais Fortalecidos no Homem Interior " Para que, segundo a riqueza da sua
glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem
interior " (Ef 3:16). Esse versículo mostra-nos que o homem interior precisa ser fortalecido. A
maior parte do tempo nosso homem interior é fraco, mas Paulo ora para que Deus nos conceda
que sejamos fortalecidos mediante seu Espírito. Na realidade, Paulo ora para que nosso
homem interior seja fortalecido mediante seu Espírito. Nosso homem interior precisa ser
fortalecido com poder, e esse poder é um poder interior. Como sabemos disso? Se
continuarmos lendo, imediatamente veremos: " Sejais fortalecidos com poder mediante seu
Espírito ". Então o Espírito Santo que habita em nós nos fortalecerá.

O Capítulo 1 de Efésios fala-nos sobre o poder da ressurreição, o poder da ascensão. Esse


poder é maior que o poder da criação, é o poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos. E
esse mesmo poder fez com que Cristo subisse aos céus. Esse é o poder do qual Paulo fala
aqui. Os cristãos precisam desse poder, então o Espírito Santo os fortalece com o poder da
ressurreição e da ascensão. Que privilégio nós temos! Que poder habita em nós! Possa nosso
homem interior, não o homem exterior, ser fortalecido. Algumas pessoas costumam exibir-se
quando tem algum dom, parecem maravilhosas, mas somos todos fracos em nosso homem
interior.
A Vida Vitoriosa Qual será o resultado se o homem interior for fortalecido com o poder da
ressurreição e da ascensão por meio do Espírito Santo? Essa pessoa estará sempre na
realidade daquele poder, daquela ressurreição; em outras palavras, a vida tragará toda a
morte. Mesmo quando tiver problemas físicos, esse poder vivificará seu corpo.

Algumas vezes, por exemplo, quando nos preparamos para ir à reunião de oração, o inimigo
nos ataca, então ficamos cansados, não temos desejo de orar. No entanto, se resistirmos ao
inimigo, o poder da ressurreição fortalecerá nosso homem interior, a morte será tragada e
experimentamos o poder da ascensão, e iremos orar com nossos irmãos. Descobriremos que
estamos assentados com Cristo nas regiões celestiais, que todos os problemas estão debaixo
de nossos pés. É assim que vivemos uma vida vitoriosa.

A Bíblia diz que seremos arraigados e alicerçados em amor. "Habite Cristo em vosso coração".
Cristo habita no espírito do homem, porque Paulo disse: "O Senhor seja com o teu espírito".
Não há dúvida que Cristo e o Espírito Santo habitam no espírito do homem. Quando o homem
interior é fortalecido, a vida dentro do espírito começa a expandir-se. A alma humana é muito
forte, é como uma grande muralha para o Espírito Santo no espírito do homem. É como se o
Espírito Santo estivesse dentro de uma prisão, entre paredes. A vida de Cristo deseja sair,
deseja alcançar nossa mente, nossa vontade e emoções, mas aquela parede é muito forte.
Nosso homem exterior é muito forte, ele recusa ser quebrantado. Mas, graças a Deus, quando
nosso homem interior é fortalecido, a vida de Cristo não estará mais aprisionada, poderá ser
liberada, e descobriremos que Cristo habita em nosso coração.

Habitação de Cristo no Homem Leia sua Bíblia com o auxílio de uma concordância e procure
o significado da palavra "coração". Coração inclui mente, emoção e vontade e também a
consciência do espírito do homem. É no coração que se estabelece a comunicação entre
espírito e alma. Quando o homem interior é fortalecido, Cristo não apenas habita no espírito do
homem, Ele expande Sua esfera de atuação até a alma. Ele não apenas habita no espírito do
homem, mas começa a governar sua alma; em outras palavras, Ele passa habitar em seu
coração, faz de seu coração Sua morada. Nosso Senhor não deseja apenas visitar nosso
coração, Ele deseja fazer habitação ali. Quando Ele habita em nossos corações, Ele governa
nossa mente, emoção e vontade. Dessa forma, nossa alma será transformada, pensaremos,
então, como Cristo pensa, amaremos como Cristo ama. Estaremos sendo transformados de
glória em glória, transformados à imagem de Cristo.

O Espírito Santo forma Cristo em nós, não apenas no espírito, mas também em nosso coração.
Então Ele encontra Seu lugar de habitação e, ao mesmo tempo, nós encontramos nosso lugar
de habitação, porque estaremos arraigados e alicerçados em amor. O amor é nosso
fundamento. Não apenas Cristo encontrou Seu lar, nós também encontramos o nosso. O
fundamento de nossa vida é o amor de Cristo. Esse amor é amplo, profundo e alto. Isso é
maturidade.

Hoje é como se Cristo estivesse sem lar; Ele está no espírito do homem, mas está aprisionado
porque nossa vontade é muito forte.

Quando dizemos não ao Senhor, é como se Ele estivesse aprisionado por nossa alma, porém
se nosso homem interior for fortalecido pelo Espírito, então Cristo expandirá Sua esfera de
atuação até nossos corações, transformará nossos corações em Sua moradia. Sabemos que o
espírito do homem é o lugar de habitação de nosso Senhor. Será que seu homem interior está
suficientemente forte a ponto de o Espírito poder penetrar sua alma e Cristo fazer Sua
habitação ali?
Quando Cristo faz Sua habitação ali, nós também encontramos nosso lar. Então encontramos
nosso descanso. Descobrimos que nossa casa está arraigada em amor. O amor é o
fundamento dessa casa. Essa casa é a casa de Deus, a própria igreja. Com isso, podemos
entender quão importante é o homem interior, ele precisa ser renovado dia após dia.
Precisamos tomar a nossa cruz a cada dia, esse é o processo de crescimento diário, é assim
que crescemos. Nosso crescimento no Senhor é gradual, e nosso homem interior precisa ser
fortalecido.

Cristo não apenas estará em nosso espírito, mas poderá habitar em nossos coração para que
estejamos alicerçados em amor, um amor que excede todo entendimento. Precisamos
conhecer esse amor juntamente com todos os santos, por isso o espírito do homem é muito
importante. O homem interior pode crescer até a maturidade e, quando isso acontece,
descobrimos que estamos cheios de Cristo, e não encontramos nada de nós mesmos. Isso é
maturidade. Que o Senhor fale ao nosso coração.

Autor: Christian Chen Extraído do livro, Andai no Espírito – Christian Chen – Edições
Tesouro Aberto
O segredo do crescimento espiritual - Os milagres de
Cristo 2
27 de janeiro de 2009

Poços de caldas
06/01/2009 – 3ª feira manhã

Jo 2:11 – Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Cana da Galiléia; manifestou a sua
glória, e os seus discípulos creram nele.

Jo 21:1 – Depois disto, tornou Jesus a manifestar-se aos discípulos junto do mar de
Tiberíades; e foi assim que ele se manifestou:

A palavra manifestar-se no grego significa revelar-se novamente. No capítulo 2 temos o 1º milagre


do Senhor Jesus que está registrado no evangelho de João. E naquele capítulo o Senhor revela a
Sua glória. O último milagre do Senhor Jesus registrado no evangelho de João está registrado no
capítulo 21 e neste milagre o Senhor revelou-se a si mesmo.

Então, no total nós temos registrado no evangelho de João oito milagres do nosso Senhor. Você se
lembra que no ano passado nós compartilhamos a respeito de quatro deles e neste ano pela graça
do Senhor nós estaremos compartilhando os demais. Talvez depois de um ano inteiro, vocês não se
lembrem do que compartilhei no ano passado. Mas também sei que muitos de vocês estão aqui pela
primeira vez. Para que então possamos dar uma continuidade às mensagens vamos gastar esta
primeira para revisar aquelas quatro mensagens.

Como nós sabemos o Senhor Jesus realizou muitos milagres, muito mais do que oito. Mas o
evangelho de João registra apenas oito. E no grego a palavra ali é de fato, sinal. Não é apenas um
milagre, mas na realidade é ummilagre com uma lição. E estes milagres devem nos mostrar algo.
Então, pela graça do Senhor o Espírito Santo selecionou oito entre tantos milagres para ficarem
registrados no evangelho de João. Para que possamos compreendê-los nós temos que entender
qual foi o contexto.

Vocês se lembram daquelas duas chaves que abrem todo o evangelho de João? Para que você
possa compreender todo o evangelho de João a palavra de Deus nos dá duas chaves. Na realidade,
estas duas chaves estão nestas duas palavras gregas, neste evangelho. Na realidade é a mesma
palavra, mas que parece duas vezes apenas. A palavra é: seio. No capítulo 1 o Filho que estava no
seio do Pai e no capítulo 13 João estava no peito, no seio do Senhor. Não venha reclamar comigo
se você não encontrar estas palavras nesta tradução da NBI, no grego ela aparece nestes dois
capítulos citados. No capítulo 1:18 o nosso Senhor Jesus está no seio do Pai. Era assim que Cristo
habitava em Seu Pai. E no capítulo 13:23 e 25 o apóstolo João que representava aqui a igreja
estava aconchegado no peito do Senhor. Era assim que João permanecia em Cristo.Então, se você
observar todo o evangelho de João, por um lado é uma grande revelação e nos diz que Jesus Cristo
é o Filho de Deus que sempre esteve no seio do Seu Pai.

Nós sabemos que o evangelho de João foi o último dos quatro evangelhos a ser escrito. Vocês se
lembram, quando Jesus chamou João para ser seu discípulo ele estava ali consertando as redes.
Então, após aquele momento ele seguiu o Senhor e a ele foi confiado um ministério muito
importante. Então, em toda a bíblia você vai encontrar não só o ministério de Paulo, de Pedro, mas
também você encontra o ministério de João. Todos são ministérios maravilhosos. Quando Pedro foi
chamado pelo nosso Senhor Jesus ele estava lançando as redes. Então nós sabemos e vemos mais
tarde que o ministério de Pedro era lançar as redes. No dia de pentecostes ele lançou a sua rede e
pescou três mil peixes, uma outra rede que lançou: cinco mil peixes. Porque o Senhor Jesus havia
lhe dito: eu te farei pescador de homens. Então quando Pedro foi chamado ele estava lançando as
redes e isto se tornou a característica do seu ministério. A mesma coisa se aplica ao apóstolo João.
Ele estava ali consertando as redes quando ele foi chamado. E quando ele escreveu o evangelho de
João, e isto foi quase no final do primeiro século, de alguma forma é como que aquela rede do
evangelho tivesse partido.
De fato nós sabemos que o Senhor Jesus é o nosso salvador e Ele é o Rei. Como é que nós
sabemos? Por meio do evangelho de Mateus. E o senhor Jesus Cristo como o Filho do Homem.
Como é que nós sabemos disso? É por meio do evangelho de Lucas. E o nosso Senhor Jesus é
aquele Servo fiel de Deus. Como é que nós sabemos? Por meio do evangelho de Marcos. Quase
depois de um século, ou seja, cerca de 60 a 70 anos após a ascensão de Cristo de alguma forma,
aquela rede do evangelho havia se partido. Então agora, João pode consertar as redes ainda que
ele tivesse quase 100 anos de idade. Graças a Deus a sua memória não lhe faltou. Ele se lembrava
de tudo desde aquele seu primeiro encontro com o seu mestre. Ele se lembrou que aquele primeiro
encontro aconteceu cerca de quatro horas da tarde e se lembrou que aquele lugar era Betânia
dalém do Jordão. Nos outros três evangelhos nunca é mencionado Betânia dalém do Jordão. Então
João procurou consertar as redes, e não apenas isso, quando ele escreveu esse evangelho ele nos
disse: Jesus não é apenas o Filho de Homem o nosso salvador, não é apenas o Servo de Deus o
nosso salvador, não apenas também o Rei dos Reis que é o nosso salvador, Ele também é o Filho
de Deus. E observa como ele descreve o Filho de Deus. Aquele que estava no seio do Seu Pai. O
trono então é o centro da autoridade neste universo. É por isso que o nosso universo pode ser
mantido. É por isso que o nosso universo não entra em colapso e nem se desintegra. É porque o
trono de Deus é o centro dessa autoridade e ali você encontra o nosso Deus, o Pai do nosso senhor
Jesus Cristo, mas ao mesmo tempo, o nosso Senhor Jesus sempre esteve no seio do Seu
Pai.Então, por meio desse quadro tão maravilhoso, João não só nos diz de maneira tão objetiva que
Jesus é o Filho de Deus, mas também nos descreve aquela comunhão tão maravilhosa que Jesus
tinha com Seu Pai. No princípio Deus criou os céus e a terra. Mas muito antes disso, aquela história
maravilhosa de amor e aquela história maravilhosa da união entre o pai celestial e Seu Filho
unigênito. É apenas João que, por meio da revelação, consegue penetrar naquele ambiente tão
maravilhoso. Então agora ele quer nos apresentar este Filho de Deus. Não apenas Ele é o Filho de
Deus, mas também Ele é capaz de dizer: meu pai e Eu somos um. Você sabe quantas vezes no
evangelho de João a palavra grega Pai, aparece? 120 vezes. E quantas vezes Jesus dizendo Eu?
120 vezes. O meu Pai e Eu. Como é que você consegue descrever isso? Porque o Seu Pai habita
Nele e Ele também habita no Seu Pai. Essa é uma união maravilhosa: O Filho que está no seio do
Seu Pai. Essa é uma grande revelação. Vocês conseguem ver isso? Não é apenas Deus ou apenas
o Filho de Deus. Sim essa é uma teologia correta e precisa, mas é muito mais profundo do que isso.
E João quer nos descrever essa maravilhosa história de união que existia desde o princípio. No
princípio era a palavra e a palavra estava com Deus e a palavra era Deus. Então o verbo se fez
carne. Como é que nós podemos compreender isso? Porque o Filho de Deus estava no seio de
Deus. Então, se você puder me dizer sobre o que é este evangelho? É muito claro. Por meio deste
evangelho Cristo nos foi apresentado como o Filho de Deus. Não apenas Filho de Deus, mas Ele
está no seio do Seu Pai. É por isso que Ele nos declara o Senhor em grandes detalhes. Quando
você vê o nosso Senhor, você vê o Pai. Então isso tudo é o evangelho de João.

Mas ainda é muito mais do que isso. Esse evangelho não é apenas teologia. Ele não apenas nos dá
uma impressão correta de tudo a respeito de Deus. Porque esse evangelho é muito diferente dos
outros três evangelhos. Esse evangelho foi descrito como sendo o evangelho espiritual algo muito
mais profundo, totalmente espiritual. Se você fala de revelação nós estamos querendo dizer de algo
objetivo. Mas ainda mais do que isso, não apenas revelação, não apenas aquilo que você vê, mas
algo que agora você pode experimentar. Então, neste evangelho tudo aquilo que é objetivo pode ser
tornado em subjetivo. Não apenas o filho está no seio do Seu Pai, mas também nós descobrimos
que João está no seio do seu mestre e ali ele representa toda a igreja. Então irmãos, quando João
estava no seio do seu mestre isso procura nos dizer exatamente como João permanecia, habitava
em Cristo. O Senhor disse: eu sou a videira verdadeira e Ele prosseguiu dizendo que nós temos que
permanecer Nele e Ele também permanecerá em nós. Em outras ocasiões Ele falou como Ele
mesmo habitava em Seu Pai e com Seu pai habitava Nele. Então irmãos e irmãs, vocês vêem isso?
Jesus não era apenas a videira verdadeira, mas nós somos os ramos, nós estamos no Seu seio. É
por isso que quando você conclui todo este evangelho, por um lado ele mostra o Filho no seio do
Seu Pai, mas por outro lado nos mostra João no seio do seu mestre. Então, se você se aprofundar
em todo este livro você vai descobrir que João sempre procura nos apresentar algo que por um lado
é objetivo mas também por outro lado é subjetivo.

Então, neste evangelho há pelo menos três palavras muito importantes. Na realidade são mais do
que três, mas estas três palavras permeiam todo este evangelho. Quando você observa como estas
palavras estão ali distribuídas, aí nós chegamos a uma conclusão muito interessante. Em primeiro
lugar quais são estas três palavras importantes? A primeira é Vida e depois Luz e depois Amor (em
inglês as três começam com a letra maiúscula L). Na verdade, estas três palavras aparecem em
todo lugar no evangelho mas é muito interessante que nos primeiros 7 capítulos a palavra Vida é
muito predominante. E do capítulo 8 ao 12 a palavra Luz sobressai. E quando você lê do capítulo 13
até o capítulo 21 a palavra Amor é muito proeminente.

Nos primeiros 7 capítulos, no princípio, a bíblia diz: a Vida estava Nele. No capítulo 7 diz que do
interior daqueles que cressem fluiriam rios de água viva. Então, estes primeiros 7 capítulos
começam e terminam com Vida. Então, quando ele chega na última sessão no capítulo 8 o Senhor
Jesus disse: Eu sou a Luz do mundo, começa com Luz e quando chega no capítulo 12 o Senhor nos
fala dos Filhos da Luz. No início e no final: Luz. Quando chegamos ao capítulo 13 então, ali é dito
que o Senhor Jesus amava os seus e Ele os amou até o fim. Observe que esta sessão também
inicia com amor. E no último capítulo o Senhor Jesus pergunta a Pedro: amas-me mais do que a
esses? Três vezes. Então observe que esta sessão inicia e conclui com Amor. Irmãos, vocês
percebem? Se você ler todo o evangelho de João: Vida, Luz e Amor.

Na realidade, você sabe que João teve uma grande revelação. Toda vez que nós falamos de
revelação sempre lembramos de Paulo e não há dúvida a respeito disso. Realmente a revelação
que Paulo recebeu foi realmente grandiosa. Mas se você conhecer o ministério de João você vai
descobrir que a revelação que ele recebeu de nenhuma maneira é inferior àquela que Paulo
recebeu. Porque ao longo de toda a sua vida ele de fato, recebeu três grandes revelações: Deus é
Espírito, Deus é Luz e Deus é Amor. Irmãos e irmãs estas descobertas são muito maiores do que
aquelas de Einsten ou Newton. Ninguém sabia quem era Deus. Quando você fala dos atributos de
Deus, os teólogos utilizam muitas palavras para poder descrever a Deus. João teve condição de
resumir tudo em três sentenças: Deus é Espírito, Deus é Luz e Deus é Amor.

A palavra é algo um pouco abstrato mas graças a Deus a palavra ou verbo se fez carne e quando o
verbo se fez carne, agora se torna algo muito prático, muito concreto é como se você pudesse
sentir. Então, quando o verbo se fez carne simplesmente significa que o amor se fez carne. Antes
disso todos conheciam a palavra amor, mas não sabiam como definir amor. Porque nesta terra você
só pode encontrar um segmento do arco, você nunca encontra um círculo inteiro. Por exemplo, na
terra você só consegue contemplar a metade do arco íris. De fato, você só vai encontrar o arco-íris
como uma circunferência completa em apocalipse ao redor do trono de Deus.Ninguém teve
condição de definir o que era o amor, sempre permanecera um mistério. É como se fosse algo tão
abstrato. Mas graças a Deus, quando o verbo se fez carne, o Amor se fez carne especialmente
naquele momento quando João se encontrava à sombra da cruz. Ele foi a única testemunha entre
os 12 discípulos. Ele viu todos os detalhes daquela cena. Observe que aquela cena da cruz o
impressionou tão profundamente de forma que ele nunca, nunca se esqueceu. Agora você tem esse
quadro aqui, mas você não tem a palavra!! Você precisa das palavras para descrever aquele
quadro! Você pode imaginar que João tentou duramente encontrar as palavras para descrever
aquela cena! E agora quando ele estava se tornando velho, idoso, mas aquele quadro nunca
envelheceu. Finalmente ele descobre! Há uma palavra que consegue descrever aquilo que
aconteceu no calvário, então ele diz: Deus é Amor! Não apenas uma vez mas duas vezes. Irmãos e
irmãs ele era um homem idoso, ele está envelhecendo já estava com quase 100 anos de idade.
Você pode imaginar que um homem tão idoso possa nos dar uma revelação tão maravilhosa? Hoje
você não pode imaginar que um homem idoso vai te fornecer alguma coisa nova. Isso não é
verdadeiro irmãos. João disse, e na idade que João disse e na realidade foi o Espírito Santo que
falou: Deus é Amor. Você pode imaginar ele já estava com quase 100 anos de idade. Um outro
grande homem no antigo testamento, Daniel, ele já tinha quase 90 anos e ele pode então nos
mencionar aqueles 70 x 7. E aquilo então representava o grande programa de Deus. Se olhasse
adiante dele não apenas 7 anos mas 70 x 7 anos. Nenhum homem idoso gosta de olhar para frente
porque quantos anos ele tem diante de si? Mas quando Daniel olhou adiante de si, 7 anos ou talvez
mais 10 anos, talvez depois deste tempo Daniel já estivesse jazendo em algum lugar, mas ele
estava olhando para muito além. Talvez depois de 7 anos não houvesse mais Daniel, mas depois de
69 x 7 anos não apenas um ungido, mas também o próprio ungido já havia sido retirado. Se você
olhar com mais detalhes na profecia. Para aquele programa de Deus isto significa Cristo e Ele
crucificado. Então irmãos, observem que há outro homem idoso na bíblia e graças ao Senhor por
meio da sua fidelidade nós podemos então conhecer o propósito eterno de Deus.

Quando nós retornamos ao evangelho de João nós podemos perceber que ali está a visão de João
e ele tenta compartilha-la conosco. Então, quando ele fala a respeito do Filho que estava no seio do
Pai, inicialmente ele menciona que Deus é Espírito e então que Deus é Luz e então que Deus é
Amor. Irmãos e irmãs vocês vêem isso?

Nos primeiros 7 capítulos a palavra dominante é Vida e Deus é Espírito. É por isso que nós temos
que caminhar, andar em Espírito como o apóstolo Paulo nos dizia. Quando você ouve dizer que
Deus é Espírito é como se fosse algo muito abstrato mas é exatamente aquele Filho que estava no
seio do pai quem declara isto. Então quando o verbo se fez carne e Ele mesmo pode dizer: Eu sou a
Vida. Ele desafiou aqueles eruditos, aqueles rabinos. Ele disse: buscai as escrituras e julgais ter
nelas a vida eterna, mas vocês não querem vir a mim para terem vida (Jo 5:39-40). Eu sou a fonte
da Vida. Então quando Deus está no trono tudo é como se estivesse muito distante muito abstrato.
Não só no princípio era o verbo e o verbo se fez carne. Mas mais do que isso, a palavra que vos
tenho dito são Espírito e são Vida. Então irmãos e irmãs graças a Deus esse evangelho maravilhoso
serve para nos declarar aquela graça maravilhosa. Esses são os primeiros 7 capítulos.

Então quando chegamos na sessão central João procura nos dizer que Deus é Luz. Então desde o
capítulo 8 até o 12, então de novo, esta Luz é muito abstrata e Deus habita naquela Luz que é
inatingível, é basicamente impossível alcançar aquela Luz. Mas quando Jesus esteve sobre a
terra Ele disse: Eu sou a Luz do mundo, todo aquele que me segue não mais andará em trevas,
mas receberá a Luz da Vida (Jo 8:12). Vocês vêem isso? Então, essa Luz está conectada com a
Vida. Vocês percebem isso? Tudo se torna tão concreto por causa de Jesus Cristo. Mas pelo fato de
Deus ser Luz e pelo fato de nós seguirmos o nosso mestre não mais permaneceremos em trevas,
mas receberemos a Luz da Vida. Não a luz mecânica ou elétrica como essa, mas a Luz de Cristo
habita em você e em mim. Mas esta Luz vai produzir a Vida. De forma que nós vamos poder andar
nessa Luz. Graças ao Senhor, a unção já está em você e em mim. Se nos seguirmos o ensinamento
dessa unção nós estaremos permanecendo em Cristo. Então permanecer em Cristo não é apenas
um slogan, permanecer em Cristo é uma realidade. Se você chegar à sessão central do evangelho
de João, Deus não é apenas Luz mas nós temos que andar nessa Luz. Exatamente como João
mencionou nas suas epístolas: se você vê algo você também tem que andar de acordo com aquilo
que você vê. A razão pela qual você vê é porque aquela visão te conduzirá a um caminho. Quando
você prossegue naquele caminho não é apenas algo objetivo, mas é algo subjetivo. Isto deve
realmente ser a realidade da sua vida. A nossa vida diária tem que ser de andar no Espírito porque
Deus é Espírito então nós temos que andar na Luz, Deus é Luz. Vocês vêem isso? Esse é o
caminhar cristão, essa é a vida cristã. Nós não temos condições de viver uma vida cristã a não ser
que nós tenhamos a vida de Cristo pra viver. Então me diga o que é a vida cristã? Se você ler o
evangelho de João a vida cristã é derivada de uma revelação maravilhosa. A razão pela qual você
caminha dessa maneira é porque Deus é Luz é por isso que você anda na Luz. A razão pela qual
você anda no Espírito é porque Deus é Espírito. Então Deus busca aqueles adoradores verdadeiros,
aqueles que O adoram em Espírito e em verdade. Esse é o adorador verdadeiro. No grego há duas
palavras diferentes para verdadeiro: a palavra verdadeiro que é o (oposto) antônimo de falso. Aqui
não é nesse sentido, mas sim aquela que é antônimo daquilo que não é realidade. Quando o Senhor
Jesus disse que Ele é a videira verdadeira não significava com isso que as outras videiras eram
falsas. Mas simplesmente estava dizendo que Ele é a realidade. Isto é, que todas as demais videiras
foram criadas segundo aquela videira verdadeira. E agora nós compreendemos: por um lado nós
vemos algo, mas por outro lado o Espírito Santo vai nos colocar num caminho. Então agora nós
andamos no espírito. E nós podemos agora adora-Lo como aqueles verdadeiros
adoradores. Quando o Senhor falou com a mulher samaritana, aqueles samaritanos também
adoravam a deus mas eles adoravam o falso deus. Então aquilo era uma adoração falsa. Mas
mesmo no AT aquela adoração não era uma adoração verdadeira. Não no sentido de que ela era
falsa. É por isso que Jesus disse o tempo virá quando depois do Senhor Jesus ter morrido por nós
na cruz, então após o pentecostes quando o Espírito Santo desceu, então o Espírito Santo revivifica
o nosso espírito e então nós podemos adorar a Deus em Espírito. Então esta adoração é em
realidade ela é verdadeira. É dessa maneira que o Senhor disse que Deus busca os verdadeiros
adoradores. Quando nós andamos em Espírito, o que nós estamos fazendo? Estamos adorando a
Deus em Espírito e em verdade. Então esse é o nosso andar, o nosso caminhar cristão.

Deus não é apenas Espírito, Deus não é apenas Luz, mas Deus é Amor. É por isso que nós também
devemos andar em amor. É exatamente como Paulo menciona no capítulo 5 de efésios: a razão
pela qual nós caminhamos em amor é porque nós temos uma base, um fundamento maravilhoso: é
que Deus é Amor. Como nós podemos saber que Deus é Amor? Quando O Senhor Jesus morreu
por nós na cruz, o amor se fez carne, se tornou tão real. Quando somos tocados por aquele amor
que nunca termina, que nunca vai nos deixar partir, o que podemos fazer? Podemos dizer como
Pedro, sabemos que somos cheios de falhas sabemos que nunca teremos condições de amar o
Senhor. E Pedro disse: Tu sabes que eu te amo. Anteriormente quando Pedro dizia alguma coisa
ele sempre começava a frase com eu. Depois de ter aprendido aquela lição tão amarga, ele
conhecia agora a sua própria natureza, não há qualquer fidelidade em mim, não há amor, nada ,
mas graças a Deus, quando Jesus morreu na cruz Paulo estava lá é por isso que ele disse eu estou
crucificado com Cristo, Pedro também estava lá. Mas graças a Deus, depois da ressurreição do
nosso Senhor, Paulo disse: mas eu também ressuscitei com Ele, a mesma coisa com Pedro. Então
após a ressurreição não mais Pedro, mas Cristo que vive em Pedro. Por causa dessa vida
maravilhosa ele pôde dizer pela graça Senhor: Tu sabes que eu te amo eu não ouso dizer EU mais.
Eu tenho que dizer algo assim, mas eu caí terrivelmente. Sem Cristo nós não podemos fazer nada.
Sem Cristo nós não podemos produzir qualquer fruto, nenhum fruto de amor, nenhum fruto de
humildade, nada. Então irmãos, lembrem-se porque o amor de Cristo foi derramado em nossos
corações, quando nós somos tocados pelo seu amor, nós não podemos fazer qualquer outra coisa
senão nos oferecermos como um sacrifício vivo. Aí então nós temos este caminho do amor. Nós
podemos caminhar em amor.

O que é a vida cristã? A vida cristã é o andar cristão. Como nós podemos compreender o caminhar
cristão? O apóstolo João explica para você e para mim qual é o caminho cristão: é da vida para a
Luz e para o amor. É por isso que desde o princípio o Senhor Jesus já disse para os seus
discípulos: sigam-me. E no último capítulo o Senhor Jesus disse: sigam-me. A mesma palavra. De
acordo com Campbell Morgan no grego significa vem juntamente comigo. Você não tem qualquer
caminho, mas eu tenho um caminho, vem junto comigo. Irmãos e irmãs do capitulo 1 ao 21 há um
caminho. Na primeira sessão o caminho da Vida, depois o caminho da Luz e depois finalmente o
caminho do Amor. Vocês vêem isso? Há um caminho, é por isso que desde o início até o final Ele
diz segue-me. E é assim que nós seguimos nosso Senhor Jesus. Há um caminho, mas na realidade
não é só um caminho, mas um caminho de crescimento de um estágio a outro estágio. Do estágio
da Vida ao estágio da Luz. Quando você está cheio de vida, significa estar cheio de Luz então você
pode caminhar na Luz, você vê isso? Por meio da palavra da Deus, na bíblia, então, aquela Luz
começa então a brilhar e a brilhar e então você sabe agora como prosseguir.

E esse é o segundo estágio, a Vida é uma coisa um tanto abstrata, mas quando a Vida realmente
está madura, quando você chega ao estágio do amor, essa palavra no grego é ágape. Aquele Amor
nada tem a ver com a nossa emoção. De fato aquela palavra tem algo a ver com a nossa vontade.
Ama os teus inimigos! Você nunca se apaixona pelos seus inimigos, porque o mandamento do
nosso Senhor é ama aos teus inimigos. Lembre-se, nós não temos Amor. Nós nunca tentamos
amar, mas quando você obedece ao Senhor, quando você diz sim ao Senhor agora você ama ao
seu inimigo, Você vê? Isso não toca a sua emoção. Para os jovens: você não precisa ensinar para
eles o que é amor. Quando eles dizem me apaixonei significa que eles não puderam nem resistir,
tem algo a ver com as emoções, as emoções tomam conta de tudo. Mas o Amor cristão mencionado
nos evangelhos é um amor com princípio, é um amor com ação. Lembre-se quando a vida
realmente cresce e ela realmente produz fruto, isso é amor.

Aí você vê o nosso crescimento cristão, o caminho do crescimento que veio do caminho da Vida,
passando pelo caminho da Luz e o caminho do Amor. É assim que nós crescemos em direção à
maturidade. É por isso queJesus disse: fruto, muito fruto e mais fruto. É assim que João também
nos escreve: na igreja você tem as criancinhas, tem os jovens e tem os pais. Se você ler a bíblia
cuidadosamente, a vida cristã não é estática, essa é uma vida que cresce e cresce em direção à
maturidade. Na historia da igreja muitas pessoas querem crescer. Como nós podemos crescer à
maturidade? Há muitas sugestões, mas irmãos, se vocês realmente querem viver uma vida assim:
andem no Espírito, andem na Luz e andem em amor. Até o ponto que você vai descobrir que não
tem condição. Você está desejando fazer, seguir o Senhor realmente é o seu desejo, mas depois de
tentar tanto você vai descobrir que falha terrivelmente. Então, quando nós compreendemos que este
é o caminho do crescimento nós queremos fazer alguma coisa. É por isso que alguns irmãos na
historia da igreja falam dos exercícios espirituais. Você tem que fazer algo! Você vai ter que se
enclausurar num alto de uma torre. Muitas pessoas querem crescer em Cristo e então muitos
concebem métodos para que possamos crescer dessa maneira. Mas qual é o segredo para que
possamos ter um crescimento espiritual? Neste contexto nós temos então esses oito milagres de
Cristo, é por isso que eles nos são relatados, não é apenas um estudo bíblico. Em todo este
conjunto você vai descobrir qual é o segredo do crescimento espiritual. Os milagres de Cristo são as
obras de Cristo. Quando nós vivemos a vida cristã, não é que nós que trabalhamos, mas sempre
Cristo é quem trabalha. É por isso que temos oito milagres.

O que é milagre na bíblia? Você tem que buscar essa definição na própria bíblia. No AT quando eles
viam aqueles milagres que Moises realizou há algo comum ali. Este foi o dedo de Deus (Ex 8:19).
Então irmãos e irmãs, como nós podemos viver uma vida cristã? Como nós podemos crescer em
Cristo? Do estágio da Vida para o estágio da Luz para o estágio do Amor. Da infância para a
adolescência até a vida adulta. Isso só pode acontecer quando Deus virar o Seu dedo. Foi por isso
que intencionalmente o Espírito Santo selecionou estes 8 milagres. Apenas quando Cristo opera em
você e em mim, não mais eu, mas Cristo que vive em mim. Se você permitir que essa vida viva por
meio de você, lembrem-se irmãos e irmãs cada dia Cristo vai mover o seu dedo.Nós cremos em
milagres hoje. Mas cada um desses milagres é porque Cristo moveu o seu dedo em nossas vidas.
Quando alguém é miraculosamente curado isto é um milagre, mas quando o cristão ouve a voz do
seu mestre e ele volta a outra face, quando ele anda uma outra milha lembre-se isto é um milagre.
Nós damos graças a Deus, muitas pessoas são curadas de maneira maravilhosa, mas muitas vezes
nós vivemos numa condição muito amarga, nós somos amargos contra todos. Mas agora quando
alguém faz algo contra você, você está desejoso de dar a outra face? O seu inimigo nunca espera
que você dê a outra face. Se você não der a outra face você não vai estar ofendendo o seu inimigo
mas você vai estar ofendendo outra pessoa porque foi o nosso mestre que disse para darmos a
outra face. Então vocês vêem irmãos? Quando você der a outra face um milagre acontecerá na sua
vida. É assim que nós vivemos a nossa vida cristã, é assim que nós crescemos juntos. Foi assim
que aquelas águas de Mara se tornaram doces. Somente aquele madeiro que está entre a cruz e a
nossa vida, quando aquele madeiro opera aí então ele produz doçura. Então nós não mais teremos
a doença dos egípcios. Você sabe qual é a doença deste mundo? É a amargura pra todo lado. É por
isso que você vê o pessoal amaldiçoando pra todo lado. Quando você liga a televisão tem maldição,
quando você anda na rua tem maldição. Por quê? Porque há amargura em todo lugar. Essa é a
doença dos egípcios, mas há uma coisa maravilhosa nós podemos ser libertos da doença dos
egípcios. Sempre doçura. Vocês se lembram da historia daquele reavivamento no país de Gales.
Havia aqueles mineiros trabalhando lá no profundo, todo lugar estava completamente em trevas.
Então, o temperamento deles sempre era muito quente, eles amaldiçoavam o tempo todo. E quando
amaldiçoavam, aí então, o burrinho começava a andar. E aquele burrinho ficou acostumado com
aquelas maldiçoes. Mas após o reavivamento, pense nisso, um milagre aconteceu naquelas vidas.
Muitas vezes nós falamos a respeito de um reavivamento mundial Você vai pensar em quantas
pessoas serão salvas. Quando você considera o número de pessoas que foram salvas no
reavivamento do país de Gales, alguns dizem que foi o mesmo número de almas que foram salvas
durante todo o ministério de John Wesley. Este é um milagre maravilhoso, grandioso. Mas após
aqueles mineiros serem salvos eles não maldiziam mais. Eles foram libertados da doença dos
egípcios. E agora, quando eles precisavam fazer com que os burrinhos andassem, eles não
amaldiçoavam mais, eles falavam: por favor! Olhe só! Por favor! O burrinho não estava entendendo
mais nada. Isso é reavivamento! Isto é milagre! Nós queremos reavivamento em todo lugar, mas
você se esquece que é o Senhor Jesus que opera o milagre a cada dia na sua vida, na minha vida
quando nós permitimos que Cristo viva por meio de nós. Nós realmente continuamos a orar por um
reavivamento nesta terra e o reavivamento virá. Você se lembra daquela oração maravilhosa de E.
Hopkins. Ele disse: Senhor curva a tua igreja, dobra. Irmãos nós precisamos que o espírito Santo
venha nos quebrar, venha nos dobrar. O nosso pescoço sempre é muito duro. Nós precisamos ser
quebrantados, dobrados. Como? Uma pessoa tão orgulhosa como eu sou, como posso aprender a
lição da humildade? Graças a Deus, quando Jesus Cristo move o Seu dedo, um milagre vai
acontecer. E o marido vai observar: um milagre aconteceu nesta casa. Quando a sua esposa volta a
outra face, anda a outra milha, isto é um milagre! Então o milagre ou reavivamento começa em cada
família. Agora você entende é por isso que nós falamos de milagres.

Nós sabemos então que há oito milagres. No ano passado mencionamos que estes 8 milagres têm
uma estrutura especial. 1, 2, 3, 4, até chegar em 8. Você observa, então, que há uma simetria
central nestes 8 milagres. Essa simetria central também é conhecida por simetria especular. Vamos
supor que você coloque um espelho na parte central do nosso irmão, vocês estão vendo? Tem um
olho aqui e vai ter um olho do lado de lá. É como um espelho, você vê? Tem um ouvido aqui e outro
lá, uma mão aqui e outra lá, tem um pé aqui e outro lá. Se você estudar os 8 milagres de Cristo é
assim. É por isso que o ser humano é a obra prima de Deus. Então, essa simetria é chamada de
simetria especular. Deixe-me utilizar uma frase apenas para lhes explicar o que é simetria
especular. Vamos supor que você escreva uma frase horizontalmente. Ouça cuidadosamente:

Isaque ama Rebeca da mesma forma que Rebeca ama Isaque. Você observa esta frase? Você vai
ter Isaque no princípio e no final, amor, amor, Rebeca e Rebeca. Essa é uma simetria central,
especular. Quando você lê toda a sentença você pode ler da esquerda para a direita ou da direita
para a esquerda. Então essa simetria especular, a mesma coisa se aplica aos 8 milagres. Porque o
1º milagre corresponde ao último milagre. Você descobre quando estuda estes dois milagres que é
muito interessante.

No primeiro milagre não há mais vinho e no último não há mais peixe. Você vê? No início não há
vinho, depois há abundância de vinho. Também no outro, no início não havia peixe mas depois 153
peixes. Você vê? Desta forma nós temos o primeiro grupo, o 1º e o último. Estou repetindo isto para
refrescar a sua memória.

Agora chegamos ao 2º milagre. Vocês se lembram como o filho daquele homem nobre estava para
morrer. E como o pai daquele menino viajou desde Cafarnaum até chegar em Caná da Galiléia. De
200 metros abaixo do nível do mar até chegar ao nível do mar. Ele então teve que subir, subir e
subir. Mas por causa do seu filho o pai estava disposto a fazer qualquer coisa. Finalmente ele se
encontra com Jesus e então ele ora: ele pede que o Senhor Jesus desça para curar o seu filho. E o
penúltimo milagre, na realidade o 7º milagre é o milagre de Lázaro vocês se lembram? Quando
aquela notícia chegou aos ouvidos do nosso Senhor: aquele a quem amas está doente. Quando
Marta e Maria enviaram aquela mensagem, elas tinham a certeza de que aquilo era suficiente não
precisavam dizer mais nada. Se você conhece nosso mestre, ele definitivamente virá
imediatamente. A gente nem precisa dizer: Senhor venha rapidamente, não precisa. Mas que
tristeza, que desapontamento! E o Senhor intencionalmente permanece ali por mais alguns dias. De
forma que quando Ele chega em Betânia, Lázaro já estava no túmulo. Marta reclamou e até mesmo
Maria reclamou. Se o Senhor tivesse chegado mais cedo o meu irmão não teria morrido. Então
nestes dois milagres você descobre que há lago desesperador acontecendo. Vocês percebem? O
meu filho está para morrer e aquele a quem Tu amas está doente. Em ambos os casos eles oraram,
mas é muito interessante. Neste conjunto de 2 milagres agora você descobre que, por um lado o
Senhor Jesus respondeu aquela oração, mas por outro lado Ele não respondeu aquela oração. É
um paradoxo maravilhoso! Isso é parte da vida cristã. É assim que nós aprendemos a lição da
oração. A lição da oração é tão simples. Qualquer cristão, até aquele que foi recém salvo pode fazer
isso. Mas esta lição é profunda o suficiente. Ainda que você tenha sido salvo por muitos anos, nós
ainda estamos aprendendo esta lição. Porque por detrás de cada oração nós esperamos que um
milagre aconteça, mas o Senhor Jesus espera que um outro milagre diferente daquele
aconteça. Você ora para o Senhor para que a doença seja curada e o senhor vai ouvir a sua oração,
mas o Senhor vai te ensinar uma lição, Ele tem em mente um outro milagre. Ele quer mover o Seu
dedo para que nós sejamos transformados de glória em glória. Algumas vezes quando nós oramos
queremos que Deus mude alguma coisa, que mude o nosso ambiente, isso é um milagre, mas nós
nunca saberemos se de fato é aquele momento é o momento que Ele quer me mudar. Nós oramos,
oramos e oramos e ainda permanecemos os mesmos. Nós vemos tantas maravilhas e milagres em
nossas vidas, mas há um milagre na mente de Cristo: que nós sejamos transformados à Sua
imagem. Então por esta razão, nós temos muito que aprender. Este é o 2º par de milagres.

Então nós chegamos ao 3º par de milagres. Nós encontramos aquele paralítico e aquele que era um
cego de nascença. Há uma outra simetria, há uma outra correspondência aqui e nós não
entraremos em detalhes desta vez. E finalmente nos vemos aquela multiplicação dos peixes e o
Senhor caminhando sobre o mar e este é o outro par. Então estes são os 8 milagres.

Mas há algo muito interessante. Se você iniciar do 1º par, for para o 2º par, for para o 3º par e for até
o último par você vai observar que há um avanço, um progresso aí. Somente quando nós entrarmos
nos detalhes que vocês vão perceber este progresso.

Então vamos rever rapidamente o 1º par. Este é sempre o fundamento da vida cristã. Nós já
mencionamos, aos olhos de Deus de acordo como Isaías nós não somos nada, nós somos menos
do que nada. Ou seja, antes de sermos salvos nós éramos iguaizinhos ao mar morto, isto é, 400
metros abaixo do nível do mar. Mas graças ao Senhor por uma salvação tão maravilhosa, a cruz
sem dúvida é um sinal de soma , ela sempre adiciona algo a nós. Então, de fato, antes de crer no
Senhor Jesus nós éramos exatamente como o mar Morto, mas a cruz sempre nos eleva. Aí não
será mais 400 negativos, mas a cruz nos eleva a tal ponto e este ponto é zero. Todo cristão começa
com zero. Nós estávamos abaixo de zero, mas pela graça de Deus, aquilo que sou é por causa da
graça de Deus. Então, lembre-se, nós éramos menos do que nada, mas finalmente por causa da
sua salvação maravilhosa nós nos tornamos nada então nós começamos com zero. Você vê isso?
Somente quando chegamos a zero aí Cristo começa a Sua obra. Somente quando somos reduzidos
a zero Cristo vai mover o Seu dedo aí um milagre vai acontecer. Esta é uma coisa maravilhosa.
Quando você compara um recém nascido humano com um bezerrinho, de acordo com a ciência, o
QI de um recém nascido é zero, mas o do bezerrinho não. No 1º dia do seu nascimento o bezerrinho
já consegue ficar em pé e consegue mamar. Se você vir um recém nascido ficando em pé de
repente você vai desmaiar na hora. Nós começamos do zero. Vamos comparar agora como tubarão,
quando o tubarãozinho nasce ele está cheio de dentes. Imagine um recém nascido abrindo a boca e
cheio de dentes! Não! nós começamos do zero. Você vê isso? E pelo fato de nós começarmos do
zero Cristo pode usar a Sua pena e a Sua tinta para escrever nesta página em branco que somos
nós. E daí pra frente nós crescemos. Então, lembre-se o 1º milagre é zero e o último milagre é zero.
De zero a zero. Este é o princípio da vida cristã. A vida cristã é aquele vida de não eu, mas Cristo.
Lembre-se na última vez nós falamos do nº 153 na base binária. È muito interessante e é claro que
eu fiz isso para poder encorajar os jovens. Todos os jovens conhecem o computador muito bem e o
computador é tão estúpido e tão burro que só sabe 1 e 0 (zero). Quando está ligado ali, significa 1 e
quando está desligado significa 0 (zero). Na linguagem do computador ele só conhece 0 (zero) e 1,
nada mais. Se você tentar converter o nº 153 para base binária. O nosso sistema que usamos é
decimal porque temos 10 dedos. Mas agora quando nós falarmos do sistema binário porque diante
de Deus só há 2 homens: ou Adão ou Cristo. Então esta matemática celestial é muito interessante.
Então como é que você pode converter o nº 153 do sistema decimal para o sistema binário? vai ser
10011001. Acho que vocês se lembram disso. Qual é a mensagem por detrás disso? 1 significa
ligado, e ligado significa Cristo e o desligado significa eu (0). Ligado Cristo desligado sou eu. Não
eu, mas Cristo: esta é a mensagem. De zero a 153. De nada até a abundância. Esta é uma história
maravilhosa. Então nós começamos em zero e chegamos em zero. Então o bebezinho começa de
zero, de nada. Aquela é uma vida de dependência. Sem os seus pais aquele bebezinho não
consegue viver. Que significa isso? Isso representa a árvore da Vida que significa uma vida de
dependência, uma vida que sempre depende da Vida de Cristo. E aquela árvore do conhecimento
do bem e do mal exatamente como dos animais que assim que nascem tem um QI muito alto. Ele
sabe viver por si só. Mas o Senhor Jesus disse: sem mim nada podeis fazer. Então, lembre-se, esta
é uma vida de dependência. Mas este é o nosso fundamento. E como nós podemos prosseguir
nesta vida?

Qual é o segredo para que o bebê viva? Como você sabe que o bebê está com fome? Quando ele
começa a chorar. E quando faz isso ele está dizendo: eu me rendo, não foi da minha vontade que
vim para este mundo eu não sei como lidar com este mundo. Eu não tenho qualquer saída, não
tenho esperança. Eu preciso de ajuda! Então a mamãe ouve aquele choro e então a comida será
suprida. É assim que o bebê cresce. Se o bebê nunca chorar é muito perigoso. É por isso que os
doutores observam se o bebê não chora no princípio ele vai virar o bebê de cabeça para baixo e vai
dar uma palmada nele e ele vai começar a chorar. Aí o médico fica aliviado. Ah! Este bebê vai
crescer e vai ter um futuro maravilhoso. Sabe como nós podemos viver hoje? Nós começamos de
zero. A única coisa que podemos fazer é chorar, ou seja, orar é o nosso choro. É assim que
começamos a nossa vida cristã. E é assim que nós chegamos a este 2º par de milagres. Por um
lado o nosso Senhor responde a nossa oração. O filho daquele homem nobre foi curado. Por outro
lado, o Senhor não respondeu a sua oração. Porque de acordo com a oração dele: por favor desça
até Cafarnaum, eu não tenho qualquer dúvida quanto ao Seu poder, mas de acordo com a minha
própria sabedoria talvez seja muito melhor se você descer até Cafarnaum e quando você impuser a
mão sobre o meu filho ele será curado. Mas irmãos, para a nossa surpresa o nosso Senhor não
desceu com ele. Neste aspecto o Senhor não respondeu a sua oração. Mas apenas uma palavra,
graças Senhor, por meio daquela palavra viva, o caminho entre Cafarnaum e Caná se tornou um
caminho de fé. O que é fé? Deus disse e eu creio. Isso é fé. Essa foi uma experiência maravilhosa.
Antes daquele milagre acontecer, não há dúvida, de fato, Cristo moveu o Seu dedo e é por isso que
o filho daquele homem foi curado. Mas, ao mesmo tempo Cristo estava movendo o Seu dedo na
vida daquele homem. A sua oração foi negada. Agora aquele homem está sendo transformado,
agora ele sabe o que é fé. Então irmãos e irmãs lembrem-se: é muito mais fácil para o nosso
ambiente mudar, é muito mais fácil que a nossa doença seja curada, mas a parte mais difícil é nós
não permanecermos os mesmos. Exatamente como Jonas. Na sua história, aquele navio ouviu o
Senhor, aquele peixe ouviu o Senhor, as plantas ouviram o Senhor, tudo ouviu o Senhor menos
Jonas! Quando o Senhor falou: vai para leste Jonas foi para oeste. e ele era tão duro nem mesmo o
peixe conseguiu suportar Jonas. Depois de 3 dias o peixe disse: chega! Vou ter que vomitar este
cara! Nós somos exatamente como Jonas. Lembre-se quando nós falamos do milagre de Jonas. O
fato dele ter ficado 3 dias e 3 noites no ventre daquele peixe, isto é um milagre, sem dúvida. Mas
depois o próprio Jonas se torna um milagre. Porque aqueles ninivitas adoravam o deus peixe. Então
quando eles viram alguém que saiu do ventre do peixe, utilizando a linguagem do NT, a operação da
cruz na vida de Jonas e agora ele se torna o milagre. Jonas foi maravilhosamente transformado. Os
milagres estão sempre em pares. A sua doença foi curada, mas você foi transformado. Vocês
obteve um novo emprego, mas ao mesmo tempo nós somos transformados. Então estes 8 milagres
formam estes 4 pares de zero até zero. Nós aprendemos os milagres da oração. Por meio da nossa
oração muitos milagres acontecem, mas também ao mesmo tempo nós estamos sendo
transformados. E aí este é o caminho que nós crescemos. Creio que após esta revisão poderemos
prosseguir para o próximo par nas outras manhãs. Temos ainda 3 sessões.
O Testemunho de Filipe
Autor: Christian Chen
Filipe é também outro irmão que a Bíblia descreve como cheio do Espírito Santo. Ele servia as
mesas, mas, graças ao Senhor, foi para Samaria e toda a cidade foi virada de cabeça para
baixo. Ele foi para o norte pregar o Evangelho, mas o Espírito Santo lhe disse: "Vá para o sul
(At 8:26), então ele foi. Filipe encontrou um eunuco que estava em uma carruagem no caminho
para a Etiópia na África, e o Espírito lhe disse: "Aproxima-te desse carro e acompanha-o" (At
8:29). A intuição de Filipe estava funcionando, se dissesse que não queria fazer o que o
Espírito estava lhe dizendo, então apagaria o Espírito e nada aconteceria. Mas ele obedeceu
àquela orientação, aproximou-se da carruagem e aquele eunuco foi batizado porque Filipe lhe
ensinou a respeito da Palavra.

A Bíblia diz que o Espírito Santo arrebatou Filipe. Se ele prosseguisse, provavelmente aquele
eunuco o convidaria para ir para a Etiópia e se tornaria dependente de Filipe.

Provavelmente a igreja da Etiópia transformaria Filipe em bispo e todos dependeriam dele.

Mas o Espírito Santo arrebatou Filipe, e o eunuco pôde crescer no Senhor, pois ele havido sido
salvo pelo Senhor. A Bíblia diz que o eunuco seguiu seu caminho cheio de júbilo. ele não teve
Filipe a seu lado, mas o Espírito Santo não o deixou órfão. O Consolador estava nele e lhe
ensinaria todas as coisas. Dessa forma o Evangelho chegou até a África por mio de Filipe.

Quando falamos a respeito do Espírito Santo, falamos apenas o poder do alto. O Evangelho
pôde ser pregado na África por meio de duas ações do Espírito Santo. Primeiro, orientação
imediata: "Aproxima-te do carro". Em segundo lugar, o Espírito Santo preparou as
circunstâncias: arrebatou Filipe. Com isso, aquele eunuco não poderia depender de Filipe, mas
somente do Espírito Santo. Hoje, sabemos, de acordo com história, que muitas pessoas foram
salvas naquela região. Felizmente o Espírito Santo arrebatou Filipe.

Autor: Christian Chen Extraído do livro, Andai no Espírito – Christian Chen – Edições
Tesouro Aberto

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