Sunteți pe pagina 1din 102

PANORAMA DO MERCADO ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA SETEMBRO

SEGURADOR 2014 / 2015 DE SEGURADORES 2015

PANORAMA
DO MERCADO
SEGURADOR
Panorama
DO MERCADO
SEGURADOR
ÍNDICE
ÍNDICE 07

EDITORIAL /08

O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS /11


EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE EM 2014 E PERSPETIVAS PARA 2015 /12
01
SEGUROS E SOCIEDADE /24
RECURSOS HUMANOS /29

COMUNICAÇÃO E IMAGEM /33


PROTOCOLO ENTRE ASSOCIAÇÕES DO SETOR FINANCEIRO /34 02
COMUNICAÇÃO /35
LITERACIA FINANCEIRA /38
IMAGEM DO SETOR /40

03
ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO /43
TRANSPOSIÇÃO DA DIRETIVA SOLVÊNCIA II /44
SOLVÊNCIA II /46
REFORMA DO IRS /48
CONTRIBUIÇÃO PARA O INEM /49
FOREIGN ACCOUNTS TAX COMPLIANCE ACT (FATCA) /50
REQUISITOS DE FATURAÇÃO DAS SEGURADORAS PARA EFEITOS FISCAIS /51
COMBATE AO BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS /53

DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS /55


FNM - NSA - FSFA (FICHEIROS DE AUTOMÓVEL) /57 04
FATURAÇÃO HOSPITALAR ÀS SEGURADORAS /58
PARTICIPAÇÃO ELETRÓNICA DE SINISTROS /60
COMBATE À FRAUDE NOS SEGUROS /61
MATURIDADE DIGITAL DO SETOR SEGURADOR /62

POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS /65


PLANOS DE POUPANÇA REFORMA /66 05
SEGUROS DE ACIDENTES DE TRABALHO /70
SEGUROS DE SAÚDE /74
SEGUROS DE DADORES DE SANGUE E DE ÓRGÃOS /76
SINISTRALIDADE GRAVE E ACOMPANHAMENTO DAS VÍTIMAS /77

SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES /79


SEGUROS PATRIMONIAIS /80 06
SEGUROS AGRÍCOLAS E AQUÍCOLA /84
SEGUROS DE AUTOMÓVEL /89
SEGUROS DE RESPONSABILIDADE CIVIL GERAL /92

FORMAÇÃO - ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS /95


QUALIFICAÇÃO DE PERITOS DE SEGUROS /97 07
OFERTA DE FORMAÇÃO /98
FORMAÇÃO DA ACADEMIA EM NÚMEROS /101
ÍNDICE EDITORIAL 08

Em 2014, o ritmo de crescimento mundial manteve-se mo-


derado refletindo, em certa medida, a perda de vigor dos
mercados emergentes e os níveis de crescimento débil nas
economias desenvolvidas, em especial nas da zona do euro.

Na verdade, nos países membros da União Europeia, ape-


sar da queda das taxas de juro para níveis nunca antes
registados, da acentuada depreciação do euro e da si-
multânea valorização generalizada dos ativos financeiros
europeus, o crédito e o investimento não apresentaram
os níveis de desenvolvimento esperados. Por outro lado,
o consumo privado praticamente estagnou e o desem-
prego manteve-se em níveis elevados. Apesar destas
circunstâncias, o baixo crescimento dos países da União
Europeia, em 2014, constitui, ainda assim, uma melhoria
face à contração registada no ano anterior.

EDITORIAL A economia portuguesa cresceu 0,9% em 2014, após três


anos de recessão. Esta evolução, ainda que ténue, foi im-
pulsionada pela melhoria do consumo privado e do in-
vestimento, e, paralelamente, pela evolução positiva das
exportações.

A tendência de recuperação da atividade tem-se mantido


em 2015, suportada em grande parte pela procura inter-
na, apesar dos riscos inerentes, de alguma indefinição da
política económica europeia e de, internamente, ser ano
de eleições.

O volume de negócios do setor segurador, em concreto,


e o seu desempenho económico e financeiro, foi natural-
mente influenciado por estas circunstâncias.

A produção total de seguro direto cresceu novamente a


um ritmo elevado em 2014, para 14,3 mil milhões de eu-
ros, em grande medida por um impulso positivo do ramo
Vida, recuperando, deste modo, uma boa parte do volu-
me perdido no período mais complexo da crise financeira.
ÍNDICE EDITORIAL 09

Este crescimento foi sustentado, essencialmente, pela O setor foi também afetado por alterações de fundo na
expansão dos produtos de poupança do ramo Vida, com propriedade de dois dos seus maiores operadores, sendo
destaque para os PPR (+58,5%), que beneficiaram de um que com estas duas operações, um conjunto significativo
quadro de reforço global das poupanças individuais e, si- e representativo de entidades reforçou o universo de se-
multaneamente, de grande instabilidade e incerteza dos guradoras sob controlo acionista estrangeiro, que é agora
mercados financeiros. No segmento Não Vida, muito de- claramente predominante no nosso mercado.
pendente da atividade económica, ao contrário, foi muito
ligeiro o decréscimo do volume de prémios, cerca 0,2%, Todavia, julgo poder afirmar que estas condições adver-
tendo a sua evolução sido até marginalmente positiva em sas encontraram um setor preparado, dado que as mani-
termos reais, o que acontece pela primeira vez nos últi- festações de crise nos anos transatos tinham já suscitado
mos 10 anos e parece anunciar uma inversão desta longa algumas alterações orgânicas no negócio e inspirado ou-
fase descendente do seu ciclo da produção. tras que, entretanto, foram implementadas.

Simultaneamente, a referida conjuntura impulsionou a si- É, assim, essencial que o setor não se desvie da aposta na
nistralidade nalguns ramos mais expostos à dinâmica da eficiência e modernização das suas organizações, quer
atividade económica, entre os quais o de Acidentes de no que respeita à gestão dos riscos, quer à gestão ope-
Trabalho e o de Automóvel, que enfrentaram agravamen- racional e administrativa, que é um indispensável suporte
tos muito expressivos da taxa de sinistralidade e do rácio a essa atividade principal. Sobretudo, deve estar atento
combinado, afetando no mesmo sentido o conjunto do às necessidades dos cidadãos em matéria de segurança
segmento Não Vida, e sem eventos climatéricos com a pessoal e patrimonial, oferecendo soluções inovadoras,
gravidade dos testemunhados no ano anterior. credíveis e a preços equilibrados.

De um modo geral, esta conjuntura terá ditado uma re- As circunstâncias atuais são, pois, muito sensíveis, mas
dução significativa do resultado líquido do setor em 2014. o setor segurador está empenhado em contribuir ativa-
No segmento Vida, o resultado terá caído para cerca de mente para a construção conjunta do futuro, para o vigor
metade do verificado no ano anterior, enquanto no seg- e sustentabilidade da economia e o progresso do nosso
mento Não Vida se manteve em níveis manifestamente país, com o compromisso e a missão de proteger os bens,
insuficientes, penalizado pelo reconhecido desequilíbrio a saúde, a família e os negócios.
das condições de exploração dos seguros de Acidentes
de Trabalho e, em menor escala, de Automóvel. Esta exigente conjuntura vai resultar, por certo, em novas
preocupações e novos desafios, que a APS, pela sua parte,
No plano legislativo, a Autoridade de Supervisão de Se- não deixará de acompanhar.
guros e Fundos de Pensões divulgou publicamente em
2014, o seu projeto de transposição da Diretiva Solvência
II (de nível 1), que veio alterar profundamente, e muito
para além dos requisitos de solvência, o regime de acesso
e exercício da atividade seguradora. Foi um projeto segui- Pedro Seixas Vale
do com especial atenção e preocupação. Presidente do Conselho de Direção
ÍNDICE 10
ÍNDICE 11

O SETOR SEGURADOR
EM GRANDES NÚMEROS
EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE EM 2014 E PERSPETIVAS PARA 2015 /12
SEGUROS E SOCIEDADE /24
RECURSOS HUMANOS /29
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 12

EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE EM 2014


E PERSPETIVAS PARA 2015
/ Perspetiva Global
No contexto da gestão da crise orçamental e financeira pois de 3 anos de contração) e a redução das yields da
portuguesa iniciado em 2011, 2014 foi um ano marcante. dívida pública nacional. Por outro, com o eclodir da crise
Por um lado, com o fim do programa de assistência finan- do Banco Espírito Santo que, por intervenção do Banco
ceira das instituições financeiras internacionais (em maio) de Portugal, conduziu à sua profunda reestruturação, mas
e o surgimento dos primeiros sinais claros de recuperação que teve repercussões bem mais amplas no setor financei-
da economia, nomeadamente o crescimento do PIB (de- ro e na imagem do país.

/ GRANDES AGREGADOS
2012 2013 2014 +13/12 +14/13

Nº de Companhias 79 77 79 -2,5% 2,6%


Nº de Empregados 11.180 11.135 11.168 -0,4% 0,3%

Nº de Mediadores 24.624 24.351 24.207 -1,1% -0,6%

Ativo Líquido 55.198 55.637 57.576 0,8% 3,5%

Ativos de Investimento 52.705 52.989 54.951 0,5% 3,7%

Capitais Próprios (S.Líq.) 5.181 5.097 4.926 -1,6% -3,4%

Prémios de Seguro Direto 10.911 13.105 14.292 20,1% 9,1%

Ramo Vida 6.924 9.247 10.439 33,5% 12,9%

Ramos Não Vida 3.987 3.858 3.852 -3,2% -0,2%

Resultados do Exercício 540 692 12 28,1% -98,3%

Conta Técnica Vida 742 842 404 13,5% -52,0%

Conta Técnica Não Vida 100 25 11 -75,1% -56,9%

Conta Não Técnica -302 -175 -403 -42,0% 130,3%

Capitais Próprios / Ativo Líquido 9,4% 9,2% 8,6% -0,2 p.p. -0,6 p.p.

Resultados / Capitais Próprios 10,4% 13,6% 0,2% 3,1 p.p. -13,3 p.p.
U: Milhões de Euros | Fontes: APS - Associação Portuguesa de Seguradores | ASF - Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões | BdP - Banco de Portugal | INE - Instituto Nacional de Estatística
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 13

Reforçou-se o universo
de seguradoras sob controlo
acionista estrangeiro,
que é agora claramente
predominante no nosso
mercado.

O setor segurador foi diretamente envolvido neste processo, desde logo com alterações de
fundo na propriedade (prevalecente) de dois dos seus maiores operadores, transferida de ins-
tituições bancárias nacionais para grandes investidores estrangeiros: o grupo Caixa Seguros e
Saúde, que o Estado, através da Caixa Geral de Depósitos, alienou à empresa chinesa Fosun
(numa operação concluída em maio de 2014); e a Tranquilidade, que o Novo Banco (decorren-
te da reestruturação do BES) alienou à empresa norte-americana Apollo (num acordo concluí-
do já em janeiro de 2015). Com estas duas operações, reforçou-se o universo de seguradoras
sob controlo acionista estrangeiro, que é agora claramente predominante no nosso mercado.
Juntamente com outra operação de dimensão mais pequena e de sentido inverso (a segurado-
ra Macif, adquirida por um grupo português), houve assim uma mudança de controlo acionista
de mais de 30% do mercado segurador português.

Mas o impacto daquela conjuntura estendeu-se também ao volume de negócios do setor e


ao seu desempenho económico e financeiro, ainda que registando evoluções de sentidos di-
versos.

Com mais um impulso positivo do ramo Vida (+12,9%), a produção total de seguro direto cres-
ceu novamente a um ritmo elevado em 2014 (+9,1%, para 14,3 mil milhões de euros), recupe-
rando, assim, uma boa parte do volume perdido no período mais complexo da crise financeira
(2011 e 2012). Ora, tal como em 2013, este crescimento foi alimentado pela expansão dos
produtos de poupança do ramo Vida, com destaque para os PPR (+58,5%), que beneficiaram
de um quadro de reforço global das poupanças individuais mas, simultaneamente, de grande
instabilidade e incerteza dos mercados financeiros. E no segmento Não Vida, muito dependen-
te da atividade económica, foi já muito ligeiro o decréscimo do volume de prémios em 2014
(-0,2%), tendo a sua evolução sido até marginalmente positiva em termos reais (deflacionados),
o que aconteceu pela primeira vez nos últimos 10 anos e anunciou a inversão da longa fase
descendente do seu ciclo da produção.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 14

No plano legislativo, o destaque vai para projeto de transposição


da Diretiva Solvência II (de nível 1), que alterará profundamente, e
muito para além dos requisitos de solvência, o regime de acesso
e exercício da atividade seguradora.

Simultaneamente, contudo, a referida conjuntura impul- Já em 2015, os dados do primeiro semestre confirmam as
sionou também a sinistralidade nalguns ramos mais ex- referidas tendências no segmento Não Vida, mas apontam
postos à dinâmica da atividade económica, entre os quais para uma inversão do perfil de crescimento do segmento
o de Acidentes de Trabalho e o de Automóvel. Ambos Vida. No Não Vida, com fortes impulsos dos seguros de
enfrentaram agravamentos muito expressivos da taxa de Acidentes de Trabalho (7,3%) e Doença (6,3%), o volume
sinistralidade e do rácio combinado, afetando no mesmo de prémios assumia já uma trajetória crescente (2,7%),
sentido o conjunto do segmento Não Vida, mesmo sem ainda que acompanhada por uma evolução semelhante
eventos climatéricos com a gravidade dos testemunhados dos custos com sinistros (2,1%). No Vida, foi interrompi-
no ano anterior. do o crescimento do volume de prémios e contribuições
(-6,5%), o que se prenderá com uma natural adequação
Numa perspetiva financeira, a tendência de contenção das das garantias oferecidas ao atual contexto de baixas taxas
yields da dívida pública portuguesa (e não só), ao valorizar de juro de longo prazo e às exigências regulatórias que se
a carteira existente, influenciou positivamente os resulta- avolumam, que tende a privilegiar a comercialização de
dos e os capitais próprios do setor. Em sentido contrário, seguros ligados a fundos de investimento, onde a concor-
porém, a crise do BES determinou o registo de imparidades rência é naturalmente maior.
nas contas de algumas seguradoras que, sem abalar a so-
lidez financeira do setor, não deixaram de condicionar os No plano legislativo, não se registaram alterações relevan-
seus resultados. tes na área seguradora, mesmo no seguro de Acidentes
de Trabalho onde se justificaria e é até premente, pelo que
No cômputo geral, esta conjuntura ditou uma redução sig- o destaque vai naturalmente para projeto de transposição
nificativa do resultado líquido do setor em 2014. No seg- da Diretiva Solvência II (de nível 1), que alterará profunda-
mento Vida, o resultado terá caído para cerca de metade mente, e muito para além dos requisitos de solvência, o
do do ano anterior, enquanto no segmento Não Vida se regime de acesso e exercício da atividade seguradora (en-
manteve em níveis manifestamente insuficientes, pena- tre outros diplomas). Foi um projeto seguido com especial
lizado pelo reconhecido desequilíbrio das condições de atenção e preocupação, não só pela relevância estrutural
exploração dos seguros de Acidentes de Trabalho e, em que terá quando adotado, mas também porque assume
menor escala, de Automóvel. soluções que mereceriam melhor ponderação, algumas
delas em áreas críticas. Embora ainda não publicado, o di-
São, aliás, sobre estes dois ramos que incidem as maiores ploma foi aprovado na Assembleia da República no início
preocupações atuais do setor segurador no segmento Não do segundo semestre de 2015, já quase no final da presen-
Vida. Ramos onde predominam seguros obrigatórios alta- te legislativa.
mente regulados, mas de forma manifestamente desajustada
e desequilibrada nalgumas matérias. E ramos de massa de No processo de implementação do Solvência II em con-
grande penetração no mercado, onde a concorrência con- creto, o realce em 2014 vai para o desenvolvimento de um
duziu a uma erosão expressiva das tarifas médias, que ficaram novo estudo de impacto quantitativo para o mercado por-
ainda mais exposta com o relançamento da atividade econó- tuguês (o QIS 2014), com resultados que justificam a maior
mica e o consequente agravamento da sinistralidade. atenção do setor segurador. Além de conduzirem a um rá-
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 15

cio de solvência bem inferior ao atual e pouco superior aos


100%, revelaram a enorme dependência da futura carga de
capital face ao risco de mercado da carteira de investimen-
tos, com especial enfoque no risco de concentração, de
um modo geral muito penalizados pela condição creditícia
genérica do nosso país. Assim como ajudou a clarificar os
níveis de capital que algumas linhas de negócio, sobretu-
do com responsabilidades de longo prazo, irão exigir num
futuro muito próximo e que devem ser atentamente tidos
em consideração na sua gestão por todas as companhias
de seguros. Já em 2015, afinam-se os preparativos para
a transição do regime no início de 2016, o que envolveu,
em especial, contactos com a Autoridade de Supervisão
de Seguros e Fundos de Pensões no domínio do repor-
te prudencial e da aprovação de medidas transitórias e de
longo prazo.

A conjuntura ditou uma


redução significativa do
resultado líquido do setor
em 2014. No segmento
Vida, o resultado terá caído
para cerca de metade do
do ano anterior, enquanto
no segmento Não Vida
se manteve em níveis
manifestamente insuficientes.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 16

Evoluiu favoravelmente o nível de penetração dos seguros na


economia, seja ele medido pela relação entre os prémios e o PIB
seja medido pelo volume de prémios per capita.

/ PRODUÇÃO

Com mais um impulso positivo do ramo Vida, a produção total Num quadro de reforço global das poupanças individuais
de seguro direto cresceu novamente a um ritmo elevado em mas, simultaneamente, de grande instabilidade e incer-
2014 (+9,1%), ascendendo a 14,3 mil milhões de euros. Desta teza dos mercados financeiros (sobretudo em Portugal),
forma, evoluiu também favoravelmente o nível de penetração destacou-se, acima da de qualquer outro produto, a ex-
dos seguros na economia, seja ele medido pela relação entre pansão dos PPR. Cresceram 58,5%, depois de, no ano an-
os prémios e o PIB (que cresceu de 7,7%, em 2013, para 8,3%), terior, terem já crescido 37,9%, o que elevou o volume de
seja medido pelo volume de prémios per capita (que passou contribuições em 2014 para 2,5 mil milhões de euros (um
de 1.257€ para 1.379€). acréscimo de cerca de 900 milhões de euros face a 2013).

Pelo segundo ano consecutivo, o setor segurador português Num segundo plano surgem os restantes seguros de ca-
recuperou, assim, uma boa parte do nível de produção anual pitalização (nesta estatística agrupados com os produtos
que perdeu no período mais complexo da crise financeira
(2011 e 2012) e aproximou-se dos volumes que alcançou no
final da década passada.
Tal como em 2013, este
crescimento foi alimentado
Tal como em 2013, este crescimento foi alimentado pela ex-
pansão dos produtos de poupança do ramo Vida, que perma-
pela expansão dos produtos
necem no topo das preferências dos aforradores individuais. de poupança do ramo Vida,
De tal forma que o volume total de prémios e contribuições
captados no ramo Vida voltou a superar, em 2014, os 10 mil
que permanecem no topo das
milhões de euros (10,4 mil milhões, um crescimento de 12,9% preferências dos aforradores
face a 2013), sendo, para este segmento, o terceiro melhor
ano de sempre em volume absoluto de produção.
individuais.

/ PRODUÇÃO VIDA E NÃO VIDA


2012 2013 2014 +13/12 +14/13

TOTAL PRODUÇÃO 10.911 13.105 14.292 20,1% 9,1%

TOTAL VIDA 6.924 9.247 10.439 33,5% 12,9%

Seguros de Vida 4.820 7.314 8.401 51,7% 14,9%

Seguros ligados a Fundos Investimento 1.954 1.928 2.031 -1,3% 5,3%

Operações de Capitalização 150 5 7 -97% 59,7%

TOTAL NÃO VIDA 3.987 3.858 3.852 -3,2% -0,2%

Acidentes e Doença 1.262 1.232 1.259 -2,4% 2,2%

Acidentes de Trabalho 556 511 516 -8,0% 0,9%

Doença 553 571 589 3,2% 3,3%

Incêndio e Outros Danos 767 760 751 -0,9% -1,2%

Automóvel 1 569 1.478 1.449 -5,8% -2,0%

Transportes, RC Geral e Diversos 388 387 393 -0,2% 1,6%


U: Milhões de Euros | Fonte: Mapas ASF (Valores Provisórios)
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 17

de risco do ramo Vida), que cresceram em 2014 de forma (+3,3%) mantendo o padrão de crescimento sustentado
relativamente moderada (+4,3%, de acordo com outras que vem revelando há muito anos e que é bem a expres-
fontes estatísticas da APS), bem como as operações de são da crescente implantação deste seguro na sociedade
capitalização, que perderam expressão na carteira a partir portuguesa. E o sub-ramo Acidentes de Trabalho (+0,9%)
de 2013. que viu, pela primeira vez nos últimos 9 anos, o seu vo-
lume de prémios crescer, provavelmente abaixo da evo-
Numa outra perspetiva, refira-se que os produtos não lução da massa salarial global da economia, mas já sem
ligados a fundos de investimento, que normalmente uma erosão expressiva das tarifas médias, como sucedeu
incorporam garantias de capital e/ou rendimento, no passado recente.
evoluíram de forma mais dinâmica do que os denominados
Unit-Linked (14,9% e 5,3%, respetivamente), o que reflete No ramo Incêndio e Outros Danos, em contraste, acen-
uma compreensível preocupação dos aforradores com tuou-se a queda do volume de prémios (-1,2%), com a
a estabilidade dos seus investimentos, num clima algo contração de todos os seus sub-ramos principais. E
conturbado para o sistema financeiro português. aqui inclui-se naturalmente o sub-ramo de Multirriscos
(-0,3%), cujo decréscimo, ainda que relativamente mar-
Ligeiramente negativa foi a evolução dos prémios dos ginal, é um prolongamento não surpreendente de uma
produtos de risco (-0,5%), numa fase em que abrandou a tendência de abrandamento instalada desde 2010. E in-
concessão de crédito às famílias para compra de habita- clui-se também o seguro Agrícola (-13,7%) que, de forma
ção e outros bens duradouros, vulgarmente acompanha- igualmente expectável, vem perdendo volume de receitas
da por um seguro temporário de Vida. com os constrangimentos inerentes ao sistema de seguro
de colheitas.
A julgar pelos dados do primeiro semestre, o ano 2015
trará, no entanto, mudanças significativas neste quadro No ramo Automóvel o volume de prémios permaneceu
evolutivo do ramo Vida, afetando inclusivamente o seu também em contração em 2014 (-2,0%), embora a um
crescimento global (-6,5% face ao primeiro semestre de ritmo mais moderado do que nos dois anos anteriores.
2014). Na área dos seguros de poupança, e não obstante Com o parque automóvel seguro já em recuperação (es-
o crescimento positivo que ainda mantêm os PPR (2,7%), tima-se que tenha crescido perto de 1,5%), esta contra-
os restantes produtos de capitalização entraram numa ção da produção, que foi mais acentuada na cobertura de
fase descendente, num contexto em que se torna mais Responsabilidade Civil (-2,9%), tem subjacente uma nova
difícil a oferta de garantias atrativas de rendimento, um degradação do prémio médio por veículo, numa altura
dos principais atributos dos seguros financeiros tradicio- em que a sinistralidade rodoviária está já a acompanhar
nais. Daí, também, que sejam já os seguros ligados a fun- em alta o relançamento geral da atividade económica.
dos de investimento aqueles que mais crescem em 2015,
mas num campo onde a concorrência externa é maior. Em todos os ramos de Transportes (Marítimo e Trans-
portes, Aéreo e Mercadorias Transportadas) a evolução
O segmento Não Vida, pelo contrário, permaneceu em dos prémios permaneceu fortemente negativa (-10,3%,
decréscimo em 2014 (-0,2%), numa tendência que decor- -18,5% e -4,6%, respetivamente), mais negativa ainda do
re quase ininterruptamente desde o ano 2008 e que con- que em 2013. Estes ramos não estarão, assim, a aproveitar
traiu, desde então, o respetivo volume anual de prémios a recuperação da economia, que tem até um importante
em mais de 500 milhões de euros (para 3,9 mil milhões). polo dinamizador no comércio externo.
Não obstante, importa realçar que o decréscimo foi já
muito ligeiro em 2014 e que, em termos reais, a evolução O primeiro semestre vem confirmar, genericamente, a
foi mesmo marginalmente positiva, pela primeira vez nos tendência de recuperação do segmento Não Vida (2,7%),
últimos 10 anos, anunciando uma inversão desta longa com crescimentos significativos dos sub-ramos Aciden-
fase descendente do ciclo da produção, que estará real- tes de Trabalho (7,3%) e Doença (6,3%) e um crescimento
mente a concretizar-se em 2015. moderado, mas já positivo, do ramo Automóvel (1,2%).

No ramo Acidentes e Doença, aliás, a inversão ocorreu já


em 2014 (+2,2%), com contribuições positivas das suas
duas principais linhas de negócio. O sub-ramo Doença
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 18
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 19

A grande maioria das companhias de seguros


apresenta resultados positivos no exercício de 2014.

/ RESULTADOS

As contas do setor segurador em 2014 apresentam um resultado agregado próximo dos 12


milhões de euros1, valor muito abaixo do observado em 2013 (692 milhões de euros). No entanto,
este resultado em 2014 está fortemente influenciado por fatores conjunturais que conduziram ao
registo excecionalmente elevado de imparidades e outras perdas num número muito limitado de
operadores.

Na realidade, a grande maioria das companhias de seguros da amostra (34 em 42, ou seja,
81%) apresenta resultados positivos no exercício de 2014 e metade das companhias (21 das 42)
apresenta mesmo uma evolução positiva no valor do seu resultado líquido face a 2013.

Detalhando um pouco mais a análise do resultado do setor, rapidamente se constata que a sua
evolução desfavorável é, em termos absolutos, quase integralmente justificada pela substancial
deterioração dos resultados da conta técnica Vida e da conta não técnica que, em 2014 e no seu
conjunto, apresentam uma quebra de mais de 645 milhões de euros.

No caso da conta não técnica, onde se registou uma quebra de mais de 223 milhões de euros,
uma parte significativa desta evolução é devida aos fatores conjunturais anteriormente referidos.

Já na conta técnica Vida foi registada uma quebra de quase 422 milhões de euros. No entanto,
ao contrário do exercício anterior, não foram observadas em 2104 operações extraordinárias de
cedência de carteiras de seguros Vida-Risco, que em 2013 contribuíram em cerca de 240 milhões
de euros para o resultado da conta técnica Vida (e em cerca de 180 milhões de euros para o
resultado líquido do setor). Expurgando o efeito destas operações extraordinárias em 2013, a
quebra homóloga absoluta do resultado da conta técnica Vida seria de cerca de 182 milhões de
euros.

Mesmo assim, esta variação não deixa de ser significativa e é, em grande medida, justificada por
uma inferior performance, embora bastante positiva, da componente financeira desta conta
técnica (740 milhões de euros em 2014, contra os 867 registados em 2013).

Embora com uma variação absoluta menos relevante para o resultado agregado setor, o resultado
da conta técnica Não Vida sofreu nova deterioração significativa (-56,9%), situando-se em valores
muito próximos de zero (cerca de 11 milhões de euros).

Trata-se de um facto particularmente preocupante num ano em que, ao contrário de 2013, não
foram observados fenómenos climáticos extremos que dessem origem a perdas técnicas de
montante materialmente relevante. Neste âmbito, cabe destacar, pela negativa, o resultado técnico
observado no ramo “Incêndio e Outros Danos” que, embora registando um resultado positivo,
apresenta um saldo muito próximo de zero (perto de 4 milhões de euros). Mais preocupantes,
porém, foram os resultados técnicos das modalidades de “Acidentes de Trabalho” (-80 milhões
de euros) e “Veículos Terrestres” (-54 milhões de euros), ambos profundamente desequilibrados e
praticamente inalterados face a 2013.

1
Este valor pode não coincidir exatamente com os divulgados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, por força das metodolo-
gias de extrapolação utilizadas pela APS.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 20

A variação positiva do valor total do balanço pode ser quase


que integralmente atribuída à evolução muito positiva registada
no ramo Vida, fruto não só do novo crescimento da sua
produção (12,9% em 2014) mas também da boa performance
genericamente observada nos mercados financeiros.

/ BALANÇO E SOLVÊNCIA Num contexto em que os elementos disponíveis de capi-


tal evoluíram de forma positiva (1,1%), a quebra no rácio de
O ativo líquido agregado do setor segurador ascendeu, solvência registada em 2014 é justificada por um acréscimo
em dezembro de 2014, a 57,6 mil milhões de euros, o que relativo superior da margem de solvência exigida (4,6%).
representa um crescimento de 3,5% (+1,9 mil milhões de
euros) face a período homólogo de 2013. A evolução das rubricas de capital foi fortemente impulsio-
nada por um ambiente relativamente favorável nos mer-
Por outro lado, registou-se uma evolução ainda mais sig- cados de capitais em geral, que teve um claro reflexo nos
nificativa (+2,1 mil milhões de euros) do valor do passivo, elementos disponíveis de capital das seguradoras através
passando este de pouco mais de 50,5 mil milhões de euros de uma evolução bastante positiva da rubrica “Reservas de
em 2013, para mais de 52,6 mil milhões de euros em finais Reavaliação”. E o crescimento global dos elementos dis-
de 2014. Esta variação positiva do valor total do balanço poníveis de capital apenas não foi mais significativo por
pode ser quase que integralmente atribuída à evolução força de uma forte quebra da rubrica “Resultado Líquido
muito positiva registada no ramo Vida, fruto não só do do Exercício (RLE), deduzido das distribuições efetivas”.
novo crescimento da sua produção (12,9% em 2014) mas
também da boa performance genericamente observada Detalhando a análise por tipo de companhia, observou-se
nos mercados financeiros. uma evolução positiva entre dezembro de 2013 e dezem-
bro de 2014 no valor do rácio de solvência conjunto das
Efetivamente, as responsabilidades técnicas Vida (que en- companhias Vida (3 p.p.) e das companhias Mistas (10 p.p.).
globam Provisões Técnicas e Passivos Financeiros) cresce- Face ao exposto, constata-se, sem surpresa, que a quebra
ram 2,1 mil milhões de euros, ou seja, 4,5% quando com- do rácio de solvência agregado do setor é da exclusiva res-
paradas com os valores registados em final de 2013. Esta ponsabilidade das companhias Não Vida. Em 2014, o valor
evolução não foi, contudo, integralmente acompanhada deste indicador para o conjunto deste tipo de companhias
do lado do ativo, onde os investimentos e disponibilidades desceu 56 p.p., embora permanecendo mais de duas vezes
(Caixa e Depósitos à Ordem) evoluíram apenas 3,7% face superior aos 100% legalmente exigidos (206% no final de
a 2013. 2014, contra 262% em dezembro de 2013).

Por fim, de notar que, face à conjunção das evoluções ob-


servadas do lado do ativo e do lado do passivo, o total do
O rácio de solvência agregado
capital próprio do setor registou, sem surpresa, um decrés- do setor atingiu, no final de
cimo de -171 milhões de euros (-3,4%).
2014, perto de 206%, o que
Entretanto, o rácio de solvência agregado do setor atingiu, corresponde a um decréscimo
no final de 2014, perto de 206%, o que corresponde a um
decréscimo de 7 p.p. face ao nível observado no período
de 7 p.p. face ao nível observado
homólogo de 2013 (213%). no período homólogo de 2013.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 21
021

| 206%
4
201 % 233%
| 213 2 |
201
3 201

| 176%
1
201
%
| 175
0
201

/ RÁCIO DE SOLVÊNCIA
U: Percentagem | Fonte: Mapas ASF (Solvência_ES)
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 22

/ CARTEIRA DE INVESTIMENTOS
Em dezembro de 2014, o valor total da carteira de investi-
mentos do setor observou um assinalável crescimento (2,5
mil milhões de euros) face ao período homólogo de 2013,
ascendendo a cerca de 55,5 mil milhões de euros.

Desde logo, tal evolução muito se deveu à performance po-


sitiva que o segmento Vida registou ao nível das suas variá-
veis técnicas durante 2014, com destaque para o significativo
crescimento da produção (12,1% em termos homólogos),
em particular de PPR (58,5%) e de produtos de capitalização
(4,3%), que contribuiu decisivamente para o aumento das
responsabilidades do segmento (5,4%) e, consequentemente,
para um aumento do volume de ativos afetos às mesmas.

Por outro lado, este crescimento justifica-se também pela


evolução favorável dos mercados financeiros observada du-
rante 2014. Particularmente relevante foi a manutenção da
tendência de queda nas taxas médias da rentabilidade da dí-
vida pública portuguesa que, em dezembro de 2014, se con-
tinuaram a situar em valores comparativamente baixos.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 23

Os montantes investidos em obrigações continuam a assumir a


maior fatia da carteira de investimentos (69,7% do total). O valor
contabilístico total dos investimentos em obrigações no final de
2014 ascendia a perto de 38,5 mil milhões de euros, dos quais 19
mil milhões investidos em dívida pública (portuguesa e outra).

Com isto, a carteira de investimentos afetos ao segmento Vida Por fim, no que respeita ao tipo de ativos, os montantes in-
registou uma significativa variação em termos absolutos (cer- vestidos em obrigações continuam a assumir a maior fatia da
ca de +2,6 mil milhões) face a dezembro de 2013, ou seja, um carteira de investimentos (69,7% do total) tendo mantido pra-
crescimento de 5,9%. À luz das evoluções registadas, quer do ticamente o seu peso global face ao observado no período
lado do ativo, quer do lado do passivo, é sem surpresa que homólogo. Assim, o valor contabilístico total dos investimen-
se constata um ligeiro acréscimo em termos homólogos da tos em obrigações no final de 2014 ascendia a perto de 38,5
taxa de cobertura das responsabilidades do segmento Vida mil milhões de euros, dos quais 19 mil milhões investidos em
(104,3% no final do período em análise, contra 103,8% em de- dívida pública (portuguesa e outra).
zembro de 2013).

Já no segmento Não Vida, observou-se uma ligeira subida no


valor da carteira de ativos afetos (1%) e uma quebra do lado
das responsabilidades (-1,5%). Destes dois efeitos conjugados
resultou também um aumento na taxa de cobertura das res- O valor total da carteira
ponsabilidades do segmento de cerca de 2,8 pontos percen- de investimentos do setor
tuais (117,9% em dezembro de 2014, contra 115,1% em final
de 2013). observou um assinalável
crescimento face ao
Em termos globais (Vida e Não Vida), a taxa de cobertura das
responsabilidades registou uma subida (0,7 p.p.), situando-se, período homólogo de 2013,
em dezembro de 2014, nos 106%. Se adicionarmos os ativos ascendendo a cerca de 55,5
não afetos (que diminuíram 8%), a taxa de cobertura total pas-
sa para os 110,1% (109,9% em 2013). mil milhões de euros.

/ COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA POR TIPO DE ATIVO


2012 2013 2014

Ações 2,2% 2,6% 4,9%

Depósitos (Bancos) 12,2% 12,0% 10,6%

Derivados 0,7% 0,5% 0,4%

Imóveis 1,8% 1,7% 1,6%

Obrigações 71,3% 69,8% 69,7%

Outros Ativos 0,0% 1,3% 1,1%

Produtos Estruturados 3,4% 2,4% 1,8%

Unidades de Participação 8,4% 9,6% 9,8%

TOTAL 100% 100% 100%


Fonte: Mapas ASF (Investimentos_ES)
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 24

SEGUROS E SOCIEDADE
/ Importância do setor
e devolução à sociedade pela sua forte intervenção em áreas de evidente interesse so-
cial, como são a proteção de pessoas e bens e a gestão das
O crescimento da produção de seguro direto em 2014 poupanças dos aforradores. A isto acresce ainda o relevante
gerou uma nova evolução positiva no indicador que mede papel desempenhado pelo setor na promoção do desenvol-
a penetração do setor na economia (rácio de prémios sobre vimento económico, em particular através de financiamen-
Produto Interno Bruto), que ascendeu 8,3% (+0,4 pp do que tos de médio e longo prazo ao Estado e do setor empresarial
em 2013). Uma vez mais, esta evolução é integralmente privado.
alcançada pelo ramo Vida, onde o rácio equivale a 6,1%.
E é graças a uma gestão cuidada e eficiente da sua carteira de
Quanto à importância do setor segurador enquanto investimentos e dos resultados por ela gerados que o sector
investidor institucional, ela pode ser aferida pela dimensão segurador tem a capacidade de devolver anualmente à so-
absoluta e relativa da carteira de investimentos que gere, ciedade a totalidade – ou até mesmo mais – do volume de
nomeadamente em relação a outros intervenientes do setor prémios que recebe dos tomadores de seguros.
financeiro. E daí decorre que os quase 55 mil milhões de
ativos em gestão nas seguradoras representam 32% do PIB Se acrescermos ao valor dos prémios emitidos o montante
e quase 57% da carteira global dos investidos institucionais correspondente ao imposto do selo das apólices e a car-
em Portugal. ga parafiscal associada aos prémios de seguro, chegamos à
conclusão que o custo total suportado pelos tomadores com
No entanto, mais do que a dimensão do negócio, a ativida- contratos de seguro no mercado português, ascendeu, em
de seguradora destaca-se das demais atividades económicas 2014, a cerca de 14,8 mil milhões de euros.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 25

55 mil milhões de ativos


em gestão nas seguradoras
representam 32% do PIB e
quase 57% da carteira global
dos investidores institucionais
em Portugal.

/ INDICADORES
2012 2013 2014 +13/12 +14/13

Ativos de Investimento / PIB 31,9% 32,0% 32,0% 0,1 p.p. 0,0 p.p.
Prémios S.D. / PIB 6,6% 7,9% 8,3% 1,3 p.p. 0,4 p.p.
Ramo Vida 4,2% 5,6% 6,1% 1,4 p.p. 0,5 p.p.
Ramos Não Vida 2,4% 2,3% 2,2% -0,1 p.p. -0,1 p.p.
Prémios S.D. / Nº Habitantes (Euros) 1.030 1.251 1.378 21,5% 10,2%
Ramo Vida 654 883 1.007 35,0% 14,1%
Ramos Não Vida 376 368 372 -2,1% 0,9%
Fonte: APS, BdP, INE

/ CARTEIRA DOS INVESTIDORES INSTITUCIONAIS


2012 2013 2014 2012 2013 2014

FIM - Fundos de invest. mobiliário e merc. monet. 12.295 12.395 11.581 13,5% 13,4% 12,2%
FII - Fundos de investimento imobiliário 11.386 12.299 11.398 12,5% 13,3% 12,0%
Fundos de Pensões 14.388 14.970 17.078 15,9% 16,2% 18,0%
Empresas de seguro 52.705 52.989 54.951 58,1% 57,2% 57,8%

TOTAL 90.774 92.653 95.008 100% 100% 100%


U: Milhões de Euros | Fonte: APS. BdP. ASF. APFIPP e CMVM.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 26

O setor segurador devolveu à


sociedade cerca de 14,9 mil milhões
de euros em 2014, ou seja, um valor
superior à verba global que recebeu
dos tomadores de seguros como
prémios e respetiva carga fiscal e
parafiscal.

14,8
Mil
milhões
de Euros

PRÉMIOS RECEBIDOS

14,9
Mil
DOS TOMADORES milhões
de Euros

DEVOLUÇÃO
À SOCIEDADE
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 27

Uma parte substancial destes prémios - 13,1 mil milhões de o Fundo de Acidentes de Trabalho) um valor da ordem dos
euros - foi, desde logo, devolvida aos segurados e outros 800 milhões de euros correspondente a impostos sobre o
beneficiários através: rendimento, taxas parafiscais a cargo das seguradoras e im-
postos e taxas parafiscais a cargo do segurado.
/ De pagamentos de indemnizações, nomeadamente sob a
forma de pagamentos imediatos de custos com a saúde, de Por outro lado, em custos com os cerca de 11 mil empregados
indemnizações por morte, para recuperação de património e e comissões pagas aos mais de 24 mil mediadores de seguros,
outras compensações por danos materiais e corporais. foram ainda despendidos mais mil milhões de euros, que são a
base ou um importante suporte do rendimento desta parte da
/ Da constituição de provisões para pagamentos futuros população portuguesa.
relacionados com as eventualidades acima referidas.
Em conclusão, o setor segurador acabou por devolver à
/ Da constituição e reforço de responsabilidades associadas às sociedade cerca de 14,9 mil milhões de euros em 2014,
poupanças de longo prazo dos portugueses. ou seja, um valor superior à verba global que recebeu dos
tomadores de seguros como prémios e respetiva carga
Adicionalmente, e ignorando, quer o IVA suportado com fiscal e parafiscal.
bens e serviços, quer o IRS retido nos rendimentos das pou-
panças e nos salários dos empregos, o setor entregou ao Es- Refira-se que aos acionistas, a título de resultados gerados
tado ou a instituições sob a sua tutela (como, por exemplo, pela atividade e como forma de remuneração do capital
a Autoridade Nacional de Proteção Civil, o Instituto Nacional investido, foi alocado em 2014 um valor de pequena
de Emergência Médica, o Fundo de Garantia Automóvel e dimensão, bastante inferior aos padrões habituais.

/ DEVOLUÇÃO À SOCIEDADE U: Mil milhões de Euros

Custos

0,5 2,7 com sinistros


e Provisões
NÃO VIDA 0,5
0,8
0,5 0,0

/// Custos com sinistros e Prov. Não Vida 2,7

3,9
NÃO VIDA
/// Não Vida 3,9
/// Vida 10,4
/// Impostos e taxas 0,5
///
///
///
Custos com sinistros e Prov. Vida 10,4
Valores imputados aos Acionistas 0,0
Custos com pessoal 0,5
/// Impostos e taxas 0,8
/// Comissões a mediadores 0,5

10,4 VIDA
10,4
Custos
com sinistros
e Provisões
VIDA
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 28

Estima-se que o setor segurador seja responsável por cerca de 3% do


total da receita fiscal nacional (impostos diretos e indiretos) e de 10%
da receita do IRC.

/ Carga fiscal e parafiscal

A importância do setor segurador para a sociedade também derrama municipal (1,5%) e derrama estadual (5%) – superan-
se afere pela sua capacidade de gerar receitas fiscais para o do inclusivamente, para o conjunto do setor, o seu resultado
Estado, quer através de impostos por si diretamente suporta- agregado antes de impostos. Importa, contudo, referir que,
dos, quer de outros arrecadados no exercício da sua atividade. face à volatilidade observada na taxa efetiva nos últimos anos
e tendo em conta a intensidade dos ciclos económicos na ati-
Considerando apenas o imposto do selo das apólices (supor- vidade seguradora, só mesmo uma análise temporal alargada
tado pelos tomadores), o IRC suportado pelas seguradoras pode produzir uma taxa efetiva de IRC (e derrama) coerente,
e as diversas taxas parafiscais a cargo de tomadores e segu- nomeadamente anulando o efeito do reporte de prejuízos fis-
radoras, a receita fiscal e parafiscal gerada por esta atividade cais acumulados em anos economicamente deficitários.
ascendeu, em 2014, a cerca de 760 milhões de euros. Este
montante é equivalente a quase 7% do total da produção de Para finalizar, referir apenas que face aos números aqui
seguro direto, ou a 19% se considerados apenas os prémios apresentados, e embora não se conheçam ainda os valo-
Não Vida, sobre os quais incide a maior parte desta carga. res agregados da receita fiscal nacional dos últimos anos,
estima-se que setor segurador (incluindo a retenções na
Quanto ao volume do imposto sobre o rendimento suportado fonte de IRS) seja responsável por cerca de 3% do total da
pelas empresas de seguros, ele ficou claramente acima do que receita fiscal nacional (impostos diretos e indiretos) e de
decorreria da aplicação das suas taxas máximas – IRC (25%), 10% da receita do IRC.

/ CARGA FISCAL E PARAFISCAL


2012 2013 2014 (e) +13/12 +14/13

A CARGO DOS TOMADORES

Selo da Apólice 306 296 295 -3,2% -0,3%


Fundo de Garantia Automóvel 23 22 20 -6,2% -6,2%
Fundo de Acidentes de Trabalho 66 64 62 -3,0% -3,0%
Autoridade Nacional de Proteção Civil 32 32 31 -1,8% -1,6%
Instituto Nacional de Emergência Médica 75 73 72 -3,4% -0,2%
Sub-Total 502 486 481 -3,2% -1,0%

A CARGO DAS SEGURADORAS

Certificado RC (apólices de Automóvel) 5 5 5 0,4% 0,4%


Aut. de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões 15 17 17 8,3% 0,0%
Fundo de Acidentes de Trabalho 9 9 9 3,9% -2,6%
IRC e Derrama 266 285 249 7,5% -12,7%
Sub-Total 294 316 279 7,3% -11,6%
TOTAL 796 801 760 0,7% -5,2%

RÁCIOS

Taxa IRC (IRC e Derrama/Result. bruto do ex.) 30,5% 29,8% 112,2% -0,7 p.p. 82,5 p.p.
Carga Fiscal e Parafiscal / Prémios s.d. 4,8% 6,8% 6,9% 2,0 p.p. 0,1 p.p.
Tomadores de seguros 3,1% 4,1% 4,4% 1,1 p.p. 0,2 p.p.
Seguradoras 1,8% 2,7% 2,5% 0,9 p.p. -0,1 p.p.
Carga Fiscal e Paraf. / Prémios s.d. N.V 18,9% 19,2% 18,9% 0,3 p.p. -0,3 p.p.
U: Milhões de Euros | Nota: Estes valores são estimativas da APS, exceto os do FAT (total) e FGA, retirados dos seus relatórios. Não incluem os montantes correspondentes ao IRC, IVA ou IRS retido. | (e) Valores totalmente
estimados pela APS.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 29

De um modo geral, pode dizer-se que o quadro de


pessoal diretamente afeto ao setor segurador tem
mantido um perfil muito estável desde meados da
década anterior, não acompanhando a perda de
emprego que tem afetado a economia portuguesa
desde então.

RECURSOS HUMANOS
De acordo com os dados disponíveis e as estimativas da APS, o número de colaboradores das em-
presas de seguros terá crescido marginalmente em 2014, ascendendo a 11.168. De um modo geral,
pode dizer-se que o quadro de pessoal diretamente afeto ao setor segurador tem mantido um perfil
muito estável desde meados da década anterior, não acompanhando a perda de emprego que tem
afetado a economia portuguesa desde então.

Importa ainda acrescentar que o emprego gerado pela atividade seguradora extravasa largamente
este quadro de pessoal diretamente ligado às seguradoras, havendo que somar-lhe também, inte-
gral ou parcialmente, os colaboradores afetos a atividades afins, como a mediação de seguros, a
consultoria legal e atuarial, a avaliação de riscos, a peritagem de sinistros, a reparação de automóveis
e outros bens, os serviços de assistência, os serviços clínicos, entre muitos outros.

No que respeita à estrutura do quadro de pessoal das seguradoras (relativa a 2013), cabe destacar, em
primeiro lugar, o quase perfeito equilíbrio entre o número de colaboradores do sexo masculino (50,8%)
e do sexo feminino (49,2%), equilíbrio que se tem vindo mesmo a acentuar nos últimos anos.

Na distribuição etária destes trabalhadores existe uma natural prevalência das classes situadas no
pico da vida ativa, representando as que variam entre os 28 e os 54 anos mais de 84% do total de
ativos. Neste contexto, não é, portanto, surpreendente que a média de idades dos trabalhadores
(43,4 anos) se situe dentro deste intervalo etário.

Um destaque merece também a elevada percentagem de colaboradores com habilitações literárias


ao nível do ensino superior, que atinge mais de 47%, um indicador que sobressai face à média geral
da população empregada (21%).

/ ESTRUTURA DE TRABALHADORES POR SEXO E IDADE


Intervalo Sexo Feminino Sexo Masculino ESTRUTURA
de Idade 2013 2013 2013

19-27 1,5% 0,9% 2,4%


28-36 11,5% 8,6% 20,0%
37-45 20,4% 17,7% 38,1%
46-54 11,4% 14,7% 26,1%
55-63 4,3% 8,7% 12,9%
64-72 0,2% 0,3% 0,4%
TOTAL 49,2% 50,8% 100%
Fonte: Mapa APS (Pessoal da Atividade Seguradora)
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 30

Adicionalmente, quase 89% do pessoal da atividade segura- O emprego gerado pela


dora dispõe, no mínimo, de ensino secundário, o que, mais
uma vez, compara muito favoravelmente com a média ge-
atividade seguradora extravasa
ral deste mesmo indicador para a população empregada largamente este quadro de
(45%). Estes dados indiciam claramente as elevadas exigên-
cias técnicas inerentes à atividade seguradora, exigências
pessoal diretamente ligado
que, note-se, abarcam as mais diversas áreas de conheci- às seguradoras, havendo
mento, da gestão às engenharias, da matemática ao direito,
passando pela medicina, entre muitas outras.
que somar-lhe também,
integral ou parcialmente,
Um outro indicador a realçar é a antiguidade média no se-
tor: 17 anos. Este dado, conjugado com a idade média dos
os colaboradores afetos a
trabalhadores, revela que grande parte da vida ativa dos atividades afins.
atuais trabalhadores foi desenvolvida no próprio setor. Tal
facto será, mais uma vez, fruto das exigências técnicas da / DISTRIBUIÇÃO DOS TRABALHADORES POR DISTRITO
atividade, propícias à valorização de trabalhadores com ex- TOTAL %
periência acumulada, mas é também um forte indício da Angra do Heroísmo 22 0,2%
capacidade de retenção de trabalhadores por parte das Aveiro 193 1,7%
seguradoras, o que, em termos genéricos, pode ser sinal Beja 41 0,4%
de um elevado grau de satisfação destes relativamente às Braga 241 2,2%

condições e oportunidades que lhes são oferecidas. Bragança 37 0,3%

Castelo Branco 59 0,5%

Já relativamente à distribuição geográfica, continua a ser dete- Coimbra 174 1,6%

tada uma elevada concentração de trabalhadores nos distritos Évora 120 1,1%

Faro 171 1,5%


de Lisboa (67,8%) e do Porto (13,0%) que, em conjunto, empre-
Funchal 71 0,6%
gam quase 81% do pessoal da atividade. Em terceiro lugar, mas a
Guarda 56 0,5%
uma larga distância, encontra-se o distrito de Braga, seguido por
Horta 11 0,1%
Aveiro, Coimbra, Leiria, Setúbal e Faro. Com isto, a faixa litoral de
Leiria 183 1,6%
Portugal Continental emprega mais de 90% dos ativos do setor.
Lisboa 7.554 67,8%

Ponta Delgada 115 1,0%


A análise da estrutura de trabalhadores por categoria revela 43 0,4%
Portalegre
uma clara preponderância da categoria de “Especialista Ope- 1.446 13,0%
Porto
racional”, com quase 45,7% do total de trabalhadores, seguida 147 1,3%
Santarém
da de “Técnico”, com cerca de 22,1%, e da de “Coordenador Setúbal 168 1,5%
Operacional”, com perto de 16% do total. Estas 3 categorias Viana do Castelo 65 0,6%
representam, portanto, quase 84% do total de ativos. Vila Real 89 0,8%

Viseu 129 1,2%


Já em termos salariais, é de referir que, em finais de 2013, o TOTAL 11.135 100%
valor do ordenado efetivo médio mensal se situava nos 2.129€, Fonte: Mapa APS | Nota: Dados extrapolados a partir da distribuição de uma amostra inferior

tendo registado uma variação positiva de quase 0,8% face ao


valor deste indicador em dezembro de 2012 (2.113€). Por ou- também a ser o recurso das seguradoras a contratos a termo,
tro lado, o valor para este ordenado médio compara de forma sendo que o número de ativos com este tipo de contrato re-
favorável com a remuneração média registada para o total das presenta apenas 3,5% do total dos trabalhadores do setor.
“Atividades financeiras e de seguros” (cerca de 1.579€).
Por fim, apenas uma nota para destacar o dinamismo no-
Neste âmbito, sublinhe-se ainda que apenas 2,7% dos traba- vamente registado em 2013 ao nível das admissões, que
lhadores apresentam ordenados efetivos mensais abaixo do ascenderam às 209 (um crescimento de 12,4% face às 186
1.000€, sendo muito pouco expressivo (0,4%) o número de tra- registadas em 2012), facto não despiciente na conjuntura
balhadores com salários inferiores a 700€. Diminuto continua económica que o país atravessa.
ÍNDICE 01 / O SETOR SEGURADOR EM GRANDES NÚMEROS 31

/ ORDENADO BASE MÉDIO


MENSAL VS ORDENADO
EFETIVO MÉDIO MENSAL
EM 2013 POR CATEGORIA
U: Euros.
Fonte: Mapas APS (Pessoal da Atividade Seguradora).
Nota: Os dados referentes à média do ordenado
efetivo são de periodicidade mensal e incluem
ordenado base, os suplementos e margem livre.

/// Ordenado Base Médio Mensal


/// Ordenado Efetivo Médio Mensal

744€

1.185€ Auxiliar Geral

796€
1.048€ Assistente Operacional

1.020€
1.548€ Especialista Operacional

1.174€
2.079€ Coordenador Operacional

1.232€
2.222€ Técnico

1.604€
3.228€ Gestor Operacional

1.660€
3.607€ Gestor Técnico

1.622€
3.429€ Gestor Comercial

2.209€
6.028€ Diretor

1.260€
2.129€ TOTAL 2013

1.255€
2.113€ TOTAL 2012
ÍNDICE 32
ÍNDICE 33

COMUNICAÇÃO
E IMAGEM
PROTOCOLO ENTRE ASSOCIAÇÕES DO SETOR FINANCEIRO /34
COMUNICAÇÃO /35
LITERACIA FINANCEIRA /38
IMAGEM DO SETOR /40
ÍNDICE 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 34

PROTOCOLO
ENTRE ASSOCIAÇÕES
DO SETOR FINANCEIRO
Ao longo de 2014 a APS manteve um estreito relacionamento com cinco outras associações do setor financeiro
- Associação Portuguesa de Bancos (APB), Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e
Patrimónios (APFIPP), Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado (AEM), Associação
Portuguesa de Analistas Financeiros (APAF) e Associação Portuguesa de Corretores (APC) - com vista a identificar
áreas de possível colaboração.

Esse relacionamento culminou com a elaboração de um Protocolo de cooperação com vista à partilha de
conhecimento e de experiências, e cooperação em diferentes áreas, tais como:

/ Dinamização do investimento e financiamento da Economia.

/ Intervenção junto das autoridades públicas de Regulação e Supervisão do sistema financeiro.

/ Governance e Boas Práticas das instituições e dos agentes que atuam no sistema financeiro.

/ Investigação.

/ Educação Financeira.

/ Promoção e Divulgação de Informação.

/ Interação com Órgãos de Comunicação Social.

/ Cooperação com entidades dos países da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP).


ÍNDICE 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 35

O papel do setor segurador


COMUNICAÇÃO foi notícia, quer como setor de
referência para o emprego, quer
/ Comunicação social
enquanto suporte da sociedade
Os contactos com a Comunicação Social mantêm-se muito
em momentos difíceis, como os
interligados com ações levadas a cabo pela APS e pelo setor,
bem como com o ritmo dos acontecimentos que levam à que se seguiram às inundações
intervenção das seguradoras.
que assolaram o País.
Como habitualmente foram divulgados os indicadores
agregados do setor segurador, com enfoque nos resulta-
dos e no balanço, bem como a evolução dos produtos de
capitalização das seguradoras e as rentabilidades compa-
radas com as de outros instrumentos de poupança indivi- Também na área da Literacia Financeira se comunicou a
dual. Foram ainda objeto de divulgação dados sobre aspe- participação da APS no projeto de preparação de materiais
tos mais técnicos como a sinistralidade de alguns ramos, didático-pedagógicos de apoio ao Referencial de Educa-
nomeadamente laboral e rodoviária. ção Financeira, bem como o lançamento do 2º volume da
Coleção Seguros e Cidadania.
O papel do setor segurador foi também notícia, quer como
setor de referência para o emprego, quer enquanto suporte Foram ainda emitidos comunicados sobre alterações le-
da sociedade em momentos difíceis, como os que se segui- gislativas que tiveram impacto no setor e sobre tomadas
ram às inundações que assolaram o País. O reconhecimento de posição, estudos ou ações em que o setor se envolveu,
do contributo do setor para a sociedade, e do esforço que o com destaque para a apresentação dos resultados do CI-
setor tem feito para melhorar o seu serviço, ficou patente nos RAC, primeiro mapeamento nacional que identifica áreas
resultados do Estudo ECSI European Consumer Satisfaction com maior vulnerabilidade e risco de inundações, um ex-
Index, onde as seguradoras subiram dois lugares e reforçaram celente contributo para o conhecimento de risco e análise
a liderança no setor financeiro. de planeamento e ordenamento do território.

Comunicados de imprensa

2014 / Proposta de Orçamento do Estado para 2015 agrava


/ Seguradoras aprovam Carta de Princípios. peso da parafiscalidade associada a seguros.
/ Setor Segurador cria emprego e remunera acima da média. / Posição da APS sobre Projeto de Lei 682/XII – não dis-
/ Produção seguradora cresce 20% em 2013. criminação em função do sexo.
/ Resultados positivos reforçam contributo do Setor Se- / Protocolo de cooperação para a preparação de mate-
gurador à Sociedade. riais didático-pedagógicos de apoio ao Referencial de
/ CIRAC - Primeiro mapeamento nacional identifica áreas Educação Financeira.
com maior vulnerabilidade e risco de inundações.
/ ECSI 2013.
/ Aumento da Sinistralidade Laboral e Rodoviária. 2015
/ Atividade Seguradora em crescimento. / Lançamento do livro “Catástrofes e Grandes Desastres”.
/ Seguros PPR dominam Rentabilidade e Estabilidade nas / Associações do sistema financeiro unem-se para uma res-
Poupanças Individuais. posta mais eficaz ao desafio do crescimento económico.
/ Taxa de Sinistralidade de Acidentes de Trabalho e Automó- / Poupanças em seguros crescem 1.900 milhões de euros
vel condiciona lucros das Seguradoras no 1º semestre nos últimos 12 meses.
/ Inundações de 21 e 22 de setembro. / Reclamações nas seguradoras descem em 2014.
ÍNDICE 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 36
ÍNDICE 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 37

Com uma dinâmica muito lho: 100 Anos de História”; “Perspetivas da Autoridade de
Supervisão Europeia”; “Perspetivas para o Setor Segurador
específica que privilegia as Europeu”; “Reforma Sistémica dos Sistemas de Pensões:

reuniões bilaterais entre os Sustentabilidade, Equidade e Adequação”; “Perspetivas


Macroeconómicas”; “Ambiente Económico e Baixas Taxas
principais resseguradores de Juro: uma Oportunidade para Vender o Negócio de

internacionais que operam Proteção”; “Long Term Care: uma análise em 30 Minutos”
e ainda “Novas Oportunidades/Tendências no Ramo Vida”.
no mercado e os seguradores
portugueses, o Encontro de Conferências APS
Sob a égide Portugal Seguro, a APS realizou a 31 de
Resseguros procura ter sempre outubro o seu evento anual, comemorativo do 32º

também uma componente Aniversário, com uma conferência subordinada ao tema


“O Papel do Setor Segurador como Investidor Institucional”.
mais expositiva sobre as Com a presença de conceituados oradores nacionais e

principais preocupações e internacionais, foram abordados temas relacionados com


o Enquadramento Legal e Recentes Desenvolvimentos;
temas específicos da atividade Necessidades de Financiamento da Economia Portuguesa

seguradora e resseguradora. e o Papel do Setor Segurador; e Experiências no Mercado


Europeu de Seguros.

Em novembro realizou-se mais uma conferência de cariz


internacional, subordinada ao tema “Distribuição de Seguros
/ Eventos APS e Produtos Financeiros”. Neste evento marcou presença
um representante da Supervisão Europeia (EIOPA) que
O ano de 2014 foi marcado pela organização de três even- abordou as diferentes iniciativas comunitárias nesta área,
tos de cariz internacional que permitiram debater as temá- e um representante do Insurance Europe que apresentou
ticas que se encontram em análise no mercado segurador a visão dos Seguradores sobre a temática da distribuição,
a nível global. nomeadamente sobre a nova Diretiva da Distribuição em
discussão. A perspetiva nacional foi assegurada pelos
Encontro de Resseguros restantes dois oradores, em representação de dois canais
A APS organizou, de 21 a 23 de Maio de 2014, o XV distintos de distribuição: a Banca e a Mediação.
Encontro de Resseguros, evento que contou com cerca
de 250 participantes, que consideram já o Encontro do
Estoril como um dos mais marcantes entre os diversos
eventos de resseguro que se realizam regularmente, em
termos internacionais. Sob a égide Portugal
Com uma dinâmica muito específica que privilegia as
Seguro, a APS realizou a 31
reuniões bilaterais entre os principais resseguradores de outubro o seu evento
internacionais que operam no mercado e os seguradores
portugueses, este encontro procura ter sempre também
anual, comemorativo do
uma componente mais expositiva sobre as principais 32º Aniversário, com uma
preocupações e temas específicos da atividade seguradora
e resseguradora.
conferência subordinada
ao tema “O Papel do Setor
As duas manhãs de trabalho versaram sobre diversos te-
mas tais como: “CIRAC - Cartas de Inundação e Risco em
Segurador como Investidor
Cenários de Alterações Climáticas”; “Acidentes de Traba- Institucional”.
ÍNDICE 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 38

Desde 2011 que a APS


LITERACIA se tem empenhado em
diversas ações a decorrer
FINANCEIRA no âmbito, ou em paralelo,
com o Plano de Literacia
Sendo reconhecida a necessidade de ter consumidores cada
vez mais informados sobre diversos aspetos do setor fi-
Financeira, promovido e
nanceiro e, principalmente sobre as diferentes vertentes dinamizado pelo Conselho
do seguro e da sua penetração e importância na socieda-
de, a literacia financeira tem vindo a ocupar um papel cada
Nacional de Supervisores
vez maior no âmbito da comunicação da APS. Financeiros, para o período
Projeto Seguros e Cidadania
de 2011 a 2015.
No âmbito do seu projeto de literacia financeira, que tem
por base a divulgação da importância do seguro e dos seus Plano Nacional de Formação Financeira
conceitos às gerações mais novas, de forma lúdica e pe- Já desde 2011 que a APS se tem empenhado em diversas
dagógica, a APS lançou o 2º volume da Coleção Seguros ações a decorrer no âmbito, ou em paralelo, com o Pla-
e Cidadania intitulado «Catástrofes e Grandes Desastres», no de Literacia Financeira, promovido e dinamizado pelo
o qual foi distribuído gratuitamente em cerca de 2.300 es- Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, para o
colas de âmbito nacional, através da RBE - Rede de Biblio- período de 2011 a 2015, o qual visa “contribuir para ele-
tecas Escolares. var o nível de conhecimentos financeiros da população e
promover a adoção de comportamentos financeiros sãos
Dirigida a crianças entre os 8 e os 10 anos, a obra “Ca- e adequados, concorrendo para a estabilidade do sistema
tástrofes e Grandes Desastres” descreve a história de 14 financeiro”.
catástrofes naturais e provocadas pela ação humana. Com
esta obra pretendeu-se dar a conhecer a este público mais No âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira, foi
jovem grandes acontecimentos que historicamente con- assinado um “Protocolo de cooperação para a preparação
tribuíram para a adoção de medidas de prevenção e segu- de materiais didático-pedagógicos de apoio ao Referencial
rança dos cidadãos, alertando que não se podendo evitar de Educação Financeira”, entre o Conselho Nacional de
as catástrofes é possível minimizar os seus efeitos, através Supervisores Financeiros (Banco de Portugal, Comissão do
da prevenção e da contratação de seguros. Mercado de Valores Mobiliários e Autoridade de Supervisão
de Seguros e Fundos de Pensões), o Ministério da Educação
A temática das Catástrofes foi o mote para algumas ini- e Ciência e associações do setor financeiro (APB – Associa-
ciativas conjuntas quer com a Câmara Municipal de Lis- ção Portuguesa de Bancos; APS – Associação Portuguesa
boa, onde se fez a sessão de apresentação do livro, quer de Seguradores; APFIPP – Associação Portuguesa de Fun-
com diversas entidades relacionadas com a Proteção Civil dos de Investimento, Pensões e Patrimónios e ASFAC – As-
e com a Comunidade Educativa, tendo-se realizado vá- sociação de Instituições de Crédito Especializado).
rias sessões com as autoras do livro, em diversos locais
do país, sempre com um grande interesse por parte das O protocolo tem como objetivo a elaboração, edição e
diferentes audiências. impressão de materiais didático-pedagógicos que apoiem
ÍNDICE 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 39

professores e alunos na abordagem aos temas de formação financeira previstos no


Referencial de Educação Financeira, começando pelo desenvolvimento de materiais para o
1º ciclo do ensino básico, prevendo-se que estes sejam testados através de uma experiência-
piloto a realizar no ano letivo de 2015/2016 com uma amostra de escolas representativa do
universo educativo.

Dia da Formação Financeira


A APS esteve representada no Dia da Formação Financeira, que o Conselho Nacional de
Supervisores Financeiros promoveu, no passado dia 31 de outubro, em Évora, dando conti-
nuidade às edições anteriores desta iniciativa que assinala o Dia Mundial da Poupança.

A APS participou nesta comemoração com um conjunto de iniciativas que visam sensibilizar
os jovens e a população em geral para a importância da celebração do seguro como forma
de antecipar, minorar ou compensar as situações de risco a que os seres humanos sempre
se encontram sujeitos bem como proporcionar às escolas e às famílias um instrumento
adequado à compreensão do valor social do seguro e da sua importância para os indivíduos
e para os grupos.

Foi assim mais uma oportunidade de apresentar os materiais que tem vindo a desenvolver
no âmbito do projeto Seguros e Cidadania.

A APS desenvolveu um conjunto de iniciativas que


visam sensibilizar os jovens e a população em geral
para a importância da celebração do seguro como
forma de antecipar, minorar ou compensar as
situações de risco a que os seres humanos sempre
se encontram sujeitos.
PANORAMA DO MERCADO ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA
040ÍNDICE
SEGURADOR 2013 / 2014 DE SEGURADORES 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 40

IMAGEM
DO SETOR
2014 continuou a ser um ano difícil para o setor financeiro na- Estudo de Perceção da População
cional e internacional, o que não poderia deixar de ter reper- Portuguesa relativa ao mercado de seguros
cussões ao nível da atividade seguradora e da sua perceção Na sequência do Diagnóstico de Reputação, baseado na
pelo público em geral. avaliação das notícias da comunicação social e na perceção
desses conteúdos por parte da opinião pública, levado a cabo
Nesse ano foram conhecidos os resultados de mais uma edi- no ano anterior, foi decidido realizar um estudo de mercado
ção do ECSI - European Costumer Satisfaction Index, onde se junto do público em geral, com vista a identificar e caracteri-
avaliou o índice de satisfação referente ao ano de 2013, sendo zar a perceção que a população portuguesa tem relativamente
de assinalar, com grande satisfação, que, mesmo numa con- ao mercado de seguros, sendo os seus objetivos: analisar se
juntura adversa, as seguradoras lideraram, pelo sexto ano con- a população tem a perceção de que os seguros existem para
secutivo, o Índice Nacional de Satisfação do Cliente no setor proteger; identificar quais as necessidades de proteção dos
financeiro. portugueses, ao nível de reforma, saúde, bens, filhos, entre
outros; fazer um diagnóstico das necessidades de seguros de
No posicionamento nacional da satisfação, o setor dos Segu- cada pessoa, caracterizar quanto estariam dispostos a pagar
ros encontra-se na 3ª posição, apresentando um índice médio para terem essa proteção e compreender se têm condições
de satisfação de 7,61 pontos, sendo apenas ultrapassado pelo financeiras para pagar e o que estariam dispostos a pagar.
Gás em Garrafa e pelas Telecomunicações Móveis. O setor dos
Seguros melhorou o seu posicionamento relativo no ranking No caso de seguros que já possuem pretendia-se identificar
em duas posições, passando, assim, da 5ª posição em 2012 quais os fatores mais valorizados, tais como: preço; serviço;
para a 3ª posição em 2013, entre 16 setores estudados. confiança; atendimento; facilidade de comunicação; proximi-

/ POSICIONAMENTO NACIONAL DO SETOR DOS SEGUROS NA SATISFAÇÃO EM 2013

0 0 +2 +7 -2 -1 +4 0 -3 -2 +1 -
7,86 7,72 +1 +2
7,61 7,55 7,45 7,45 -5 -1
7,45 7,38 7,35
7,35 7,27 7,23 7,15 6,82 6,79 6,78
Comunicações
Gás em garrafa

Internet móvel
TV subscrição
Combustíveis

Internet fixa

Eletricidade
Gás natural
Seguros

Banca

Águas

Dual

AMP
AML
STM

STF

Fonte: Estudo ECSI | Nota: Os valores numéricos sobre as barras indicam mudanças de posicionamento no ranking. Por exemplo de 2012 para 2013, o setor dos Seguros, subiu 2 posições no ranking dos
setores. | Mais informações: http://www.ecsiportugal.pt/Apres_ECSI_2013_5-junho-2014#Apres_ECSI_2013_5-junho-2014
ÍNDICE 02 / COMUNICAÇÃO E IMAGEM 41
041

Mesmo numa conjuntura adversa, as seguradoras lideraram,


pelo sexto ano consecutivo, o Índice Nacional de Satisfação
do Cliente no setor financeiro.

dade, etc; assim como identificar possibilidades de melhoria. dos inquiridos não possui um Seguro de Saúde, sendo que 27%
destes refere que necessitava de melhores condições econó-
Pretendia-se ainda compreender qual a perceção dos portu- micas para o fazer.
gueses sobre o papel das seguradoras em áreas ligadas com
a Saúde, Trabalho e Segurança Social, nomeadamente se as / Em relação às Soluções de Poupança Reforma: 37% consi-
reconhecem como alternativa ou complemento e se conside- dera que é muito importante ter uma Solução de Poupança
ram que estão a cumprir bem essa função. Reforma e 35% é da opinião que esta é um bom comple-
mento à reforma da Segurança Social. A principal razão para
Após uma primeira fase qualitativa com diversos Focus Groups, aderir a uma Solução de Poupança Reforma é garantir um
foi efetuado um trabalho de campo junto de um universo re- rendimento extra quando se reformar sendo que a média
presentativo da população portuguesa, de cerca de 1.000 in- de idade apontada para início da poupança é de 39 anos;
divíduos, com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos. 96% dos inquiridos não possui uma Solução de Poupança
Reforma, sendo que 26% destes refere que necessitava de
Algumas conclusões retiradas do estudo foram: melhores condições económicas para o fazer.

/ Os seguros de Automóvel, Vida, Saúde, Habitação e Aciden- Foram ainda analisados diversos tipos de seguros que não
tes Pessoais, são os seguros com maior notoriedade, sendo os sendo habituais, são considerados bastante interessantes;
que, à exceção do seguro de Acidentes Pessoais, apresentam
maior número de segurados, com o Automóvel como líder / 36% considera importante ter um Seguro de Apoio à 3ª
neste indicador. Idade, sendo apontado como principal razão para aderir
a este tipo de seguro a garantia de um apoio à habitação
/ Os seguros que geram maior grau de satisfação são as Solu- (acesso a residências seniores que garantam serviços e co-
ções Poupança Reforma, os seguros de Responsabilidade Civil modidade).
e os seguros de Bens.
/ 42% considera importante ter uma Solução de Poupança
/ De um modo global, a segurança, a proteção e o preço são para a Educação, sendo a possibilidade de garantir os custos
as 3 principais associações aos seguros, sendo que a seguran- futuros de um curso superior para os filhos apontado como
ça e o preço são os que mais frequentemente aparecem como principal razão para aderir a uma solução destas.
primeira escolha nessa associação.
/ 46% considera que é muito importante ter um Seguro de De-
/ Assim, os seguros têm de uma forma geral um posiciona- semprego e 42% que este é um bom complemento ao Estado.
mento bastante ambíguo na vida das pessoas. Por um lado
são mais associados a Segurança e Proteção, mas também / A pouca penetração deste tipo de seguros está relacionada
são considerados Caros e Obrigatórios. Quando questionados com a falta de condições económicas para a sua subscrição.
sobre o quanto estes facilitam a vida das pessoas, apenas 20%
consideram que facilita muito a vida das pessoas. Na avaliação da imagem do setor e das seguradoras, de um
modo geral, todos os aspetos são importantes na escolha de
/ Em relação ao Seguro de Saúde: 49% considera que é muito uma companhia de seguros, mas uma boa relação cobertu-
importante ter este tipo de seguro e 43% tem a opinião que este ras-preço, a clareza e o pagamento atempado das indemni-
é um bom complemento ao Serviço Nacional de Saúde; 80% zações são os mais importantes.
ÍNDICE 42
ÍNDICE 43

ENQUADRAMENTO
INSTITUCIONAL
E FINANCEIRO
TRANSPOSIÇÃO DA DIRETIVA SOLVÊNCIA II /44
SOLVÊNCIA II /46
REFORMA DO IRS /48
CONTRIBUIÇÃO PARA O INEM /49
FOREIGN ACCOUNTS TAX COMPLIANCE ACT (FATCA) /50
REQUISITOS DE FATURAÇÃO DAS SEGURADORAS PARA EFEITOS FISCAIS /51
COMBATE AO BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS /53
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 44

TRANSPOSIÇÃO
DA DIRETIVA SOLVÊNCIA II
A transposição para o direito interno da Diretiva “Solvência / A alterações ao Regime Jurídico do Contrato de Seguro,
II” (de nível 1) representa uma evolução estrutural no enqua- que carecem de oportunidade.
dramento legislativo da atividade seguradora em Portugal, já
que, além de contemplar o novo regime de solvência para as / Ao regime da supervisão de contratos, a respeito da ve-
empresas do setor segurador, consolida um conjunto de 13 rificação do conteúdo concreto dos seus elementos, que
diretivas dispersas sobre a atividade seguradora. parece decorrer de uma transposição incorreta da Diretiva.

Acresce que esta iniciativa legislativa não implicou apenas / Às regras de conduta de mercado, como definidas, que
uma alteração profunda do regime de acesso e exercício suscitam preocupações de fundo.
da atividade, tendo sido também aproveitada para rever o
regime jurídico dos fundos de pensões, aprovar o regime / À criação de um novo conceito de atuário responsável,
processual aplicável aos crimes especiais do setor segurador que não tem enquadramento na Diretiva e que trará custos
e dos fundos de pensões e às contraordenações da compe- acrescidos às seguradoras.
tência da ASF e conferir base legal às orientações da EIOPA
relativas à fase de preparação do regime. / À exigência de exclusividade da função de provedor do
Cliente, que desaproveita a experiência acumulada, não exis-
Ao longo de todo este processo, o setor segurador identifi- tindo qualquer justificação para a alteração do atual modelo.
cou e reportou um conjunto de disposições que mereciam
ser reponderadas e revistas, apontando críticas, por exemplo: / À ausência de disposições habilitantes para que as segu-
radoras possam tratar dados pessoais e implementar me-
/ Ao alargamento dos tipos contraordenacionais e amplitu- canismos eficazes de prevenção, deteção e repressão da
de das molduras sancionatórias, que não tem cabimento ou fraude aos seguros, ao contrário do que sucedeu noutros
fundamento plausível na Diretiva Solvência II. mercados.
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 45

A transposição para o direito


interno da diretiva da Solvência
não implicou apenas uma
alteração profunda do regime
de acesso e exercício da
atividade, tendo sido também
aproveitada para rever o
regime jurídico dos fundos
de pensões, aprovar o regime
processual aplicável aos crimes
especiais do setor segurador
e dos fundos de pensões
e às contraordenações da
competência da ASF e conferir
base legal às orientações
da EIOPA relativas à fase de
preparação do regime.

No final, foram poucas as sugestões que tiveram acolhimen-


to na versão final do diploma aprovado na Assembleia da
República.

Um conjunto alargado dos comentários do setor prendia-se


com uma diferente perspetiva do que deve ser a supervisão
de seguros e, quanto a esses pontos, haverá que respeitar
as opções legislativas, mesmo não tendo respaldo direto na
Diretiva, nem paralelo noutros mercados da União Europeia.

Relativamente a outros, porém, porque pressupunham ajus-


tamentos com reflexo relevante na produtividade, eficácia e
desempenho das empresas do setor - como os três últimos
referenciados - causou desilusão a decisão de não os aco-
modar, mesmo tendo sido enfatizados na audição da APS
na Assembleia da República, que precedeu à votação deste
diploma.
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 46

SOLVÊNCIA II
/ PROCESSO LEGISLATIVO Um primeiro conjunto de Normas Técnicas relacionadas
com os processos de aprovação por parte da entidade de
E CALENDÁRIO supervisão (para utilização, por exemplo, de modelos in-
ternos, de parâmetros específicos das companhias ou do
Foram vários os desenvolvimentos do processo legislativo ajustamento compensatório aplicável às provisões técni-
e regulamentar do regime Solvência II que o setor segura- cas) foi apresentado em consulta publicamente durante o
dor teve que acompanhar em 2014 e início de 2015. primeiro semestre, tendo a versão final do texto proposto
pela EIOPA sido submetida à Comissão Europeia em finais
Desde logo, é de realçar a publicação, em finais de maio de outubro. E uma segunda vaga de consultas públicas foi
2014, da diretiva Omnibus II, que alterou a diretiva base do lançada pela EIOPA em dezembro, abrangendo matérias
novo regime (Framework Directive) e encerrou um impor- relacionadas com todos os pilares do regime Solvência II,
tante capítulo no projeto Solvência II, abrindo, em definiti- mas com particular destaque para as questões associadas
vo, as portas à aplicação efetiva do novo regime a partir de ao Pilar III (reporte ao supervisor e divulgações públicas).
1 de janeiro de 2016.
Por fim, decorreu também em 2014 o processo de con-
Entretanto, foram sendo preparados os Atos Delegados sulta da primeira vaga de Orientações da EIOPA para o
para o novo regime (legislação comunitária de nível 2), Solvência II, abrangendo temáticas como a avaliação de
tendo a Comissão Europeia apresentado em outubro a provisões técnicas, a classificação de fundos próprios e os
respetiva proposta legislativa, e que acabaram publicados parâmetros específicos das companhias, tendo esta pri-
em janeiro de 2015, uma vez que o Parlamento Europeu meira vaga sido publicada em fevereiro de 2015 em todos
não exerceu a faculdade de alargar por mais 3 meses o os idiomas da União Europeia.
período de análise desta proposta.
Entretanto, em paralelo com a segunda vaga de consultas
O nível seguinte de legislação comunitária (Normas Téc- sobre Normas Técnicas que se iniciou em dezembro de
nicas) conheceu também desenvolvimentos relevantes. 2014, foram lançadas consultas para um novo conjunto

A publicação, da diretiva Omnibus II, alterou a diretiva base


do novo regime e encerrou um importante capítulo no projeto
Solvência II, abrindo as portas à aplicação efetiva do novo regime
a partir de 1 de janeiro de 2016.
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 47

O exercício QIS 2014 foi


uma análise essencial, para
conhecer a situação global
do mercado português em
relação ao novo regime, as
suas maiores vulnerabilidades
ou as áreas onde se podem
antecipar ajustamentos
a curto ou médio prazo.

de Orientações, desta vez associadas a temáticas como a cesso de preparação para o regime Solvência II.
avaliação de outros ativos e passivos e o reporte para as
entidades de supervisão. As conclusões essenciais deste novo estudo de impacto
quantitativo do regime Solvência II apontaram para um
No plano nacional, cabe realçar, já em 2015, o esforço rácio de solvência bem inferior ao verificado em Solvên-
da ASF de simplificação de reportes das seguradoras em cia I e muito próximo dos 100%. Foi uma análise essencial
Solvência I, face aos já exigíveis no âmbito da Solvência II, para compreender fundamentadamente os fatores que
bem como a definição de requisitos a que deveriam obe- influenciaram o resultado do estudo, mas também, numa
decer os pedidos preliminares de aprovação de medidas perspetiva mais ampla, para conhecer a situação global do
transitórias e de longo prazo a aplicar, no início de 2016, mercado português em relação ao novo regime, as suas
na transição para o novo regime. maiores vulnerabilidades ou as áreas onde se podem ante-
cipar ajustamentos a curto ou médio prazo.

Ainda no âmbito do projeto Solvência II, importa destacar


a conclusão dos stress tests conduzidos a nível europeu
/ Exercícios de avaliação
pela EIOPA, envolvendo as seguradoras de maior dimen-
de impactos (QIS 2014 e stress tests) são, entre as quais algumas a operar em Portugal. Como
seria de esperar, os seus resultados, no que ao mercado
Os resultados do exercício QIS 2014, exigido pelo ex-ISP português respeita, apontam para conclusões similares às
(atual ASF) a todas as empresas sujeitas à sua supervisão e do QIS 2014, embora mais desfavoráveis por não acomo-
que decorreu entre os meses de maio e julho daquele ano, darem alguns ajustamentos subsequentes ao reporte ini-
foram divulgados ao mercado no final de novembro de cial e, naturalmente, por ensaiarem choques adicionais em
2014 e agregam informação de enorme valor neste pro- relação aos do próprio regime Solvência II.
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 48

Na reforma do IRS, acabou por ser adotado um


pacote de propostas dos partidos da coligação
maioritária, reassumindo as deduções à coleta
de contribuições para PPR e prémios de
seguros de saúde, que a proposta de lei inicial
pretendia extinguir.

REFORMA DO IRS
A reforma do IRS foi encarada com grande expetativa pelo setor e uma boa oportunidade para
reforçar algumas das propostas apresentadas para o Orçamento do Estado para 2015 (OE 2015),
sobretudo no âmbito da poupança para a reforma e do financiamento dos cuidados de saúde.
E foi aí que incidiram as sugestões da APS para este projeto, com natural enfoque nas soluções
seguradoras.

Assim que conhecidas, as propostas do Governo para o OE 2015 e para a Reforma do IRS não
deixaram grandes expectativas quanto ao sucesso destas iniciativas, o que, no final, com a publi-
cação dos respetivos diplomas, se veio a confirmar.

No entanto, quanto à Reforma do IRS, acabou por ser adotado um pacote de propostas dos
partidos da coligação maioritária, reassumindo as deduções à coleta de contribuições para PPR e
prémios de seguros de saúde, que a proposta de lei inicial pretendia extinguir.
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 49

CONTRIBUIÇÃO
PARA O INEM
O setor segurador empenhou-se fortemente em demonstrar
a incoerência e injustiça do aumento da taxa do INEM (de 2%
para 2,5%) que incide sobre prémios de seguros com com-
ponentes de danos pessoais, como os de Vida (em caso de
morte), Saúde, Acidentes e Automóvel, aumento esse que viria
a ser assumido no Orçamento do Estado para 2015.

Com esta medida, o Governo veio, sem qualquer justificação,


agravar aquela taxa em 25%, fazendo recair sobre as famílias e
empresas uma fatura adicional de 20 milhões de euros. E este
agravamento é tanto mais incompreensível, quanto as contas
do INEM têm apresentado resultados transitados, pelo menos
desde 2008.

Adicionalmente, foi questionada a opção de se financiar a


atividade do INEM exclusivamente através de contribuições
pagas pelos consumidores titulares de contratos de seguro,
que têm todas as características de um verdadeiro imposto
encapotado e não de uma taxa.

Não obstante, estas diligências acabaram por não ter sucesso


e o diploma foi mesmo publicado com a taxa para o INEM
fixada em 2,5%. Foi apenas esclarecida uma questão pragmá-
tica quanto à sua (não) aplicação aos contratos cujo aviso de
pagamento seja emitido antes da entrada em vigor da lei e o
início do respetivo período cobertura ocorra posteriormente.

Com o aumento da taxa do


INEM em 25%, o Governo
fez recair sobre as famílias e
empresas uma fatura adicional
de 20 milhões de euros.
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 50

Mesmo sem o acordo FATCA formalmente


assinado, foi intenção do legislador legitimar
a recolha da informação necessária, com a
aprovação de um regime especial que acabou
por constar no Orçamento do Estado para 2015.

FOREIGN ACCOUNTS TAX


COMPLIANCE ACT (FATCA)
O longo processo de negociação do acordo intergovernamental (IGA) entre Portugal e os EUA
não conheceu desenlace até meados de 2015.

Sem o acordo IGA assinado e legislação nacional que legitime a recolha e transmissão da
informação exigida, as instituições viram-se na eminência de serem confrontadas com as
penalizações inerentes ao seu estatuto de não conformes com o regime (entre as quais
a retenção de 30% sobre todos os fluxos financeiros com origem nos EUA) ou de serem
confrontadas com questões legais associadas à quebra do segredo profissional a que estão
obrigadas e/ou à quebra de disposições relacionadas com a proteção de dados pessoais.
Adicionalmente, no caso de instituições pertencentes a grupos financeiros internacionais,
poderiam mesmo ser responsáveis pela contaminação a todo o grupo do estatuto de não
conformidade com o regime FATCA.

No entanto, mesmo sem o acordo FATCA formalmente assinado, foi intenção do legislador
legitimar a recolha da informação necessária, com a aprovação de um regime especial para
o efeito (“Regime de Comunicação de Informações Financeiras”), o que acabou por constar
no Orçamento do Estado para 2015, ainda que remetendo o detalhe para regulamentação
posterior.

De notar que o anteprojeto da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, que esteve na origem
do regime aprovado pelo OE 2015, foi fruto de quase dois anos de trabalho de um grupo que
envolveu, para além da APS, instituições como a Autoridade Tributária (AT), o BdP, a ASF, a APB e
a APFIPP.

No final de julho de 2015, foi publicado um Despacho do Secretário de Estado dos Assuntos
Fiscais, ao abrigo do qual foi prorrogado para o último dia de novembro o prazo inicialmente
estabelecido (31 de julho de 2015) para efeitos de reporte a efetuar pelas instituições financeiras
em Portugal à Autoridade Tributária ao abrigo do FATCA.

O Inter Governmental Agreement (IGA) entre Portugal e os EUA acabou por ser formalmente ce-
lebrado em agosto de 2015, não obstante as negociações estarem já concluídas anteriormente.
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 51

REQUISITOS DE FATURAÇÃO DAS


SEGURADORAS PARA EFEITOS FISCAIS
No contexto dos requisitos que vêm sendo exigidos às segu- contexto em que muitos tomadores, quando não pretendem
radoras, como ao tecido empresarial em geral, no domínio renovar os seus contratos, optam simplesmente por não pa-
da faturação, afigurou-se recomendável negociar com a AT gar o respetivo prémio.
uma solução setorial minimamente homogénea e ágil, sendo
conveniente fazê-lo antes que as seguradoras desenhassem o De notar que, por dificuldades operativas da AT, o prazo para
seu próprio modelo de ajustamento. certificação dos softwares de faturação foi sendo sucessiva-
mente adiado por Despacho do Senhor Secretário de Estado
Foram, por isso, desenvolvidas diligências junto da AT sobre dos Assuntos Fiscais, o último dos quais prorrogando a obri-
a aplicabilidade dos requisitos de faturação e certificação de gação para 31 de dezembro de 2014.
software ao setor segurador, de que resultaram duas soluções
aceitáveis pela AT – Faturação pela Cobrança e Faturação pela
Emissão dos Avisos – embora com diferentes implicações ao Foram desenvolvidas
nível da certificação e numeração, da informação ao tomador
e da informação e reporte fiscal. diligências junto da
Autoridade Tributária sobre a
Segundo as informações recolhidas, a maioria das segurado-
ras acabou por optar pela solução da faturação pela cobran- aplicabilidade dos requisitos
ça, i.e, pela emissão de faturas apenas quando confirmada a de faturação e certificação de
cobrança do devido prémio, solução que será mais ágil num
software ao setor segurador,
de que resultaram duas
soluções aceitáveis pela AT
- Faturação pela Cobrança e
Faturação pela Emissão dos
Avisos.
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 52
ÍNDICE 03 / ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL E FINANCEIRO 53

COMBATE AO
/ Prevê a diligência reforçada quanto à clientela se os be-
neficiários de uma apólice de seguro de vida ou de outro
seguro relacionado com investimentos forem pessoas po-

BRANQUEAMENTO liticamente expostas.

DE CAPITAIS / Inclui uma disposição para proteger os denunciantes.

/ Estabelece uma lista não exaustiva dos fatores e tipos in-


dicativos de risco potencialmente mais baixo, mencionan-
Foi publicada em maio de 2015 uma nova Diretiva, a 4ª, do expressamente as “apólices de seguros de vida em que
relativa à prevenção da utilização do sistema financeiro para o prémio é reduzido” e as “apólices de seguros de reforma,
efeitos de branqueamento de capitais ou de financiamento se não houver cláusula de resgate e se a apólice não puder
do terrorismo. Entre outras disposições: ser dada em garantia”.

/ Exige aos países da UE que mantenham um registo cen- Esta Diretiva terá de ser agora transposta para o direito
tral com informação sobre os beneficiários efetivos de interno até 26 de junho de 2017, do que resultarão cer-
sociedades, fundações e outras estruturas para identificar tamente novas adaptações operacionais e processuais nas
pessoas que se encontram por trás dessas entidades. empresas de seguros.

/ Reforça o dever de vigilância e a obrigação dos bancos e


outras instituições financeiras, nomeadamente segurado-
A Diretiva de Branqueamento
ras, comunicarem transações suspeitas dos clientes. de Capitais terá de ser
/ Obriga as entidades a conservar, durante pelo menos cin-
transposta para o direito
co anos, as informações necessárias obtidas através das interno até 26 de junho
medidas de diligência quanto à clientela e os registos das
transações efetuadas.
de 2017, daí resultando
certamente novas adaptações
/ Define com mais detalhe as medidas de diligência quanto
à clientela no que respeita a atividades de seguro de vida
operacionais e processuais nas
ou outros seguros relacionados com investimentos. empresas de seguros.
ÍNDICE 54
ÍNDICE 55

DESENVOLVIMENTOS
OPERATIVOS
FNM - NSA - FSFA (FICHEIROS DE AUTOMÓVEL) /57
FATURAÇÃO HOSPITALAR ÀS SEGURADORAS /58
PARTICIPAÇÃO ELETRÓNICA DE SINISTROS /60
COMBATE À FRAUDE NOS SEGUROS /61
MATURIDADE DIGITAL DO SETOR SEGURADOR /62
ÍNDICE 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 56
ÍNDICE 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 57

A introdução do Nº Segurnet Automóvel (NSA) e informação mais


detalhada a nível das coberturas afetadas no Ficheiro de Sinistros e
Fraude Automóvel (FSFA), foi um projeto estruturante e ambicioso
a nível da autorregulação.

FNM - NSA - FSFA


(FICHEIROS DE AUTOMÓVEL)
A evolução do Ficheiro Nacional de Matrículas (FNM) com a automóvel, permitindo assim o controlo da existência de
introdução do Nº Segurnet Automóvel (NSA) e informação seguro em tempo real, logo no momento da sua emissão.
mais detalhada a nível das coberturas afetadas no Ficheiro
de Sinistros e Fraude Automóvel (FSFA), foi um projeto que Na sequência desta evolução e das alterações introduzi-
permitiu a consolidação da informação necessária no mo- das, foi emitida uma nova Autorização da Comissão Na-
mento da subscrição e na fase de análise de sinistralidade. cional de Proteção de Dados, a 1/2015, bem como as au-
torizações relativas aos Protocolos de acesso das forças de
Este projeto estruturante e ambicioso a nível da autorregu- segurança à informação em sistema.
lação - que tem como um dos seus principais objetivos a
criação de condições que permitam, num futuro próximo, Em meados de 2015 integravam o sistema 24 seguradoras,
avançar no sentido da eliminação da emissão sistemática representativas da quase totalidade do mercado automó-
da Carta Verde - foi muito bem aceite pelas forças policiais vel, sendo que, após o carregamento das carteiras, o siste-
que acedem à Segurnet no âmbito da sua missão de con- ma contava com mais de 7 milhões de NSA – Nº Segurnet
trolo de existência de seguro válido, dado que o sistema Automóvel ativos, e referência a mais de 17 milhões de si-
assenta num registo imediato de todo e qualquer seguro nistros automóvel.
ÍNDICE 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 58

FATURAÇÃO
HOSPITALAR ÀS
SEGURADORAS
O Sistema de Faturação Hospitalar às Seguradoras é um
exemplo de como se pode operacionalizar e melhorar as re-
lações e os processos entre o setor segurador e alguns dos
seus parceiros.

Criado para agilizar e disciplinar o relacionamento prévio à fa-


turação, entre hospitais e seguradoras, assenta numa aplica-
ção informática, residente no Ministério da Saúde, que resul-
tou de um trabalho conjunto entre a APS e a SPMS - Serviços
Partilhados do Ministério da Saúde.

O sistema foi, desde finais de 2012, adotado por todos os es-


tabelecimentos e serviços do SNS, estando neste momento a
ser alargado a instituições hospitalares privadas e EPE.

Integra 43 hospitais e 23 seguradoras, tendo transitado, desde


o seu início até finais de maio de 2015, 223.348 processos que
deram origem a faturação na ordem dos 49 milhões de euros.
O prazo médio de aceitação dos processos pelas seguradoras
ronda os 3 dias úteis, resolvendo-se 59% dos processos em 2
dias e 85% em 5 dias. Nos processos em que há necessidade
de averiguar responsabilidades (22% dos casos), esse prazo
médio é de cerca de 9 dias.

O Sistema de Faturação
Hospitalar às Seguradoras é
um exemplo de como se pode
operacionalizar e melhorar as
relações e os processos entre
o setor segurador e alguns dos
seus parceiros.
ÍNDICE 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 59

/ PROCESSOS VALIDADOS
DE 1 DE JANEIRO A 29
DE MAIO DE 2015 (54.990)
8.828 Fonte: APS - Segurnet
16%
7.540
14%
2.949
5%
/// 0 dias / Reaberturas:28
1.099 / 2% /// 1 dia / Reaberturas:173
/// 2 dias / Reaberturas:153
1.726 / 3% /// 3 dias / Reaberturas:70
/// 4 dias / Reaberturas:55
/// 5 dias / Reaberturas:71
/ DIAS PARA ACEITAÇÃO
///
///
6 a 10 dias / Reaberturas:375
11 a 15 dias / Reaberturas:381
9.932
18%
6.979 ///
///
Entre 16 a 20 dias / Reaberturas:222
Entre 21 a 30 dias / Reaberturas:420
13% /// Mais de 30 dias / Reaberturas:1.918

2.690 5.528
5%
3.326 4.393 10%

6%
8%

893 /2%
582 /1%
2.334
4% 1.382 51 /0%
4%

13.475
24%

/// Acidente de Trabalho


/// Acidente de Viação / POR TIPO DE ACIDENTE
/// Acidente Escolar
/// Em branco
/// Acidente Pessoal
/// Acidente Desportivo
/// Acidente de Aviação

36.273
66%
ÍNDICE 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 60

PARTICIPAÇÃO
ELETRÓNICA
Sendo a DAAA um
DE SINISTROS instrumento utilizado para
a participação de sinistro,
O atual panorama da gestão de sinistros automóveis beneficia
de uma já extensa fatia de sinistros que são regularizados por
foi uma preocupação das
via convencional, seja através do IDS – Indemnização Direta seguradoras automóvel e da
ao Segurado, seja do CIDS, a Condição Especial ao IDS para
sinistros em que não há DAAA – Declaração Amigável de Aci-
APS que esse instrumento
dente Automóvel assinada pelos dois intervenientes. em papel não pudesse ser
Este processo convencional, que tem por base protocolos
posto em causa pela rápida
assumidos em autorregulação entre as seguradoras, tem per- e crescente evolução da
mitido uma maior celeridade na tramitação de informação
referente à gestão dos processos de sinistro, o que se reflete
utilização de plataformas
numa redução significativa dos prazos de regularização, con- mobile, tendo sido decidido
tribuindo, sem dúvida, para a melhoria de imagem verificada
no ramo Automóvel.
desenvolver um projeto de
mercado, aceite por todas
Sendo a DAAA um instrumento utilizado para a participação
de sinistro, quer a nível internacional quer a nível nacional,
as seguradoras ao nível das
que está na base das convenções, foi uma preocupação das convenções.
seguradoras automóvel e da APS que esse instrumento em
papel não pudesse ser posto em causa pela rápida e crescente
evolução da utilização de plataformas mobile, tendo sido de- pós-sinistro, os condutores só tenham que se preocupar com
cidido desenvolver um projeto de mercado, aceite por todas a descrição do acidente em si.
as seguradoras ao nível das convenções.
Embora o projeto tenha sido iniciado com a ideia de imple-
Na reflexão efetuada foram ainda identificados alguns outros mentar uma participação de sinistros automóvel, o seu âm-
aspetos fundamentais, com vista a facilitar o preenchimento bito evoluiu para um projeto que, a prazo, poderá também
da participação de sinistro, nomeadamente através da pos- disponibilizar participações de outros tipos de sinistros como,
sibilidade de armazenar previamente os dados do veículo, do por exemplo, multirriscos, pelo que a app irá ser construída já
seguro e do condutor, possibilitando assim que, na fase de de forma abrangente.
ÍNDICE 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 61

COMBATE À FRAUDE
NOS SEGUROS
Os seguros protegem pessoas e empresas contra o risco de detalhe a perceção deste fenómeno pela sociedade em geral.
eventos imprevisíveis. São um mecanismo baseado na mutua-
lização, ou partilha, de risco. As perdas de poucos são pagas De relevar é também o trabalho em conjunto que tem sido le-
pelos prémios de muitos, calculados a partir do risco de cada vado a cabo pelas seguradoras e as autoridades policiais, o qual
indivíduo ou entidade. tem registado uma evolução muito positiva, com as duas partes
a reforçar modelos de cooperação, quer na prevenção, quer na
A fraude aos seguros mina estes pressupostos. Seja qual for a averiguação de situações fora do normal.
sua forma (no momento da subscrição com falsas declarações
ou no momento do sinistro, real ou fictício), o resultado de O número de casos que as autoridades policiais têm consegui-
fraude é o mesmo: um custo desleal para o tomador do seguro do detetar e que têm tido bastante eco na Comunicação Social,
honesto que, devido à desonestidade de poucos, suporta pré- tem contribuído para uma maior consciencialização do público
mios de seguros mais elevados. em geral para um fenómeno que é urgente combater.

Portanto, a fraude aos seguros não é um crime sem vítimas ou


insignificante. Tem impacto não apenas nas seguradoras, mas A fraude aos seguros não
também nos seus clientes. E tem ainda impacto na sociedade
em geral, porque a fraude aos seguros está muitas vezes ligada
é um crime sem vítimas ou
e pode ser usada para financiar atividades criminosas. insignificante. Tem impacto
É por isso que o setor segurador está determinado a fazer tudo
não apenas nas seguradoras,
o que for possível para reduzir o problema, nomeadamente mas também nos seus
pela definição de procedimentos na prevenção e combate à
fraude aos seguros.
clientes. E tem ainda impacto
na sociedade em geral, porque
Dado que, para combater, é necessário conhecer os contor-
nos do problema, está a ser levado a cabo um estudo intitulado
a fraude aos seguros está
“Fraude aos Seguros em Portugal”, realizado em parceria com o muitas vezes ligada e pode ser
OBEGEF - Observatório de Economia e Gestão da Fraude, ten-
do como finalidade a obtenção e recolha de informação sobre
usada para financiar atividades
um conjunto de vetores que permitirão conhecer com maior criminosas.
ÍNDICE 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 62

Durante o ano de 2014 foi levado a cabo pela Capgemini

MATURIDADE Portugal, em parceria com a APS, um estudo com vista a


avaliar a maturidade digital no setor segurador em Portugal,

DIGITAL
tendo-se obtido a participação de 27 seguradoras.

DO SETOR
Desse estudo, realizado com uma metodologia proprietária
da Capgemini, desenvolvida em parceria com o MIT Center
for Digital Business, ressalta que, apesar da heterogeneidade

SEGURADOR verificada entre as diferentes empresas, o setor segurador a


nível global apresenta uma maturidade digital elevada e re-
gista, em média, uma maior propensão à implementação de
iniciativas digitais e à gestão da transformação.

O setor segurador a nível global Destaca-se também que as seguradoras em Portugal são

apresenta uma maturidade “tech savy”, apresentando propensão à introdução de novas


ferramentas que melhorem as operações e o modelo de ne-
digital elevada e regista, gócios, posicionamento que permite às seguradoras a obten-

em média, uma maior ção de uma vantagem competitiva e de efetividade de vendas.

propensão à implementação O estudo conclui que o setor desenvolve iniciativas no sentido

de iniciativas digitais e à gestão de estabelecer uma visão e governance para um futuro mais
digital, alinhando uma cultura digital com investimentos na
da transformação. inovação tecnológica.
ÍNDICE 04 / DESENVOLVIMENTOS OPERATIVOS 63

/ ANÁLISE DA MATURIDADE
DIGITAL POR SETOR
DE ATIVIDADE

/// Digital Master


/// Conservadores
/// Fashionistas
/// Principiantes

Alta tecnologia 38% 25% 21% 17%

Banca 35% 23% 38% 19%

Seguros 33% 33% 13% 21%

Turismo e Hotelaria 31% 19% 50%

Telecomunicações 30% 17% 48% 4%

Retalho 26% 30% 17% 26%

Bens de consumo 24% 16% 28% 32%

Utilities 20% 40% 20% 20%

Produção 17% 26% 17% 45%

Farmacêutica 7% 17% 43% 33%


ÍNDICE 64
ÍNDICE 65

POUPANÇA E SEGUROS
DE PESSOAS
PLANOS DE POUPANÇA REFORMA /66
SEGUROS DE ACIDENTES DE TRABALHO /70
SEGUROS DE SAÚDE /74
SEGUROS DE DADORES DE SANGUE E DE ÓRGÃOS /76
SINISTRALIDADE GRAVE E ACOMPANHAMENTO DAS VÍTIMAS /77
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 66

PLANOS
DE POUPANÇA
REFORMA
/ EVOLUÇÃO

Depois de um período de acentuada contração, que de-


correu na fase mais intensa da crise financeira (2011 e tando as duplicações que decorrem da acumulação de
2012), o volume de contribuições para os PPR das segu- mais do que um produto por alguns cidadãos, o certo é
radoras tem crescido a um ritmo elevado (37,9% em 2013 que uma parcela próxima dos 20% da população portu-
e 58,5% em 2014), recuperando já boa parte da perda de guesa terá esta fonte de aforro complementar para a sua
contribuições anuais face ao final da década anterior. idade da reforma, numa altura em que as pensões do sis-
tema público de segurança social se encontram sob forte
Neste tipo de produtos, que visa a poupança para a idade da pressão financeira e orçamental.
reforma, a preferência dos aforradores recai claramente nos
seguros não ligados a fundos de investimento, que incorpo- Em média, cada um dos aforradores em PPR acumulará,
ram tipicamente uma garantia de rendimento ou capital e nesta altura, uma poupança superior a 6 mil euros, do que
participação nos resultados do respetivo fundo autónomo. resulta um montante global de poupanças sob gestão do
Foram estes, aliás os PPR que mais cresceram nestes dois setor segurador da ordem dos 13,2 mil milhões de eu-
anos, representando perto de 98% das contribuições totais. ros no final de 2014. Refira-se que este montante global
tem crescido também positivamente nestes últimos anos,
No total, estimam-se em mais de 2 milhões os participan- estimando-se que ultrapassasse já os 13,7 mil milhões de
tes em seguros PPR existentes em 2014. Mesmo descon- euros no final do primeiro semestre de 2015.

/ PPR | GRANDES AGREGADOS


2012 2013 (e) 2014 (e) +13/12 +14/13

Contribuições anuais 1.122 508 1.548.481 2.453.925 37,9% 58,5%


Não ligados a fundos de investimento 1.064.989 1 500 982 2.404.641 40,9% 60,2%

Ligados a fundos de investimentos 57.519 47.499 49.284 -17,4% 3,8%

% Ramo Vida 16,2% 16,7% 23,5% 0,5 p.p. 6,8 p.p.

% Total da Atividade 10,3% 11,8% 17,2% 1,5 p.p. 5,4 p.p.

Número de pessoas seguras 2.267.596 2.085.591 2.046.179 -8,0% -1,9%

Contribuições /pessoa segura (em euros) 495 742 1.198 50,0% 61,4%

Provisão matemática 12.019.641 12.167.595 13.250.511 1,2% 8,9%

% Ramo Vida 30,8% 29,9% 31,1% -0,9 p.p. 1,2 p.p.

Prov. Matemática / pessoa segura (em euros) 5.301 5.834 6.476 10,1% 11,0%
U: Milhares, de euros exceto os assinalados no quadro | Fonte: APS (estimativas para 2013 e 2014, excepto nas Contribuições anuais) | (e) Valores totalmente estimados pela APS
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 67

Uma parcela próxima dos 20% da população


portuguesa terá um PPR como fonte de
aforro complementar para a sua reforma,
numa altura em que as pensões do sistema
público de segurança social se encontram
sob forte pressão financeira e orçamental.

/ TAXAS DE RENTABILIDADE MÉDIAS ANUAIS 2006/2013 (8ANOS)

PPR - Seguros Não Ligados a FI 3,4%


Seguros Ligados a FI 3,1%
Dep. a Prazo | Novas Operações 2,9%
Dep. a Prazo até 2 anos 2,6%
Dep. Prazo mais de 2 anos 2,6%
Cerificados de Aforro 2,4%
FIM Obrigações 2,4%
PPR | Seguros Ligados a FI 2,1%
Fundos de Pensões abertos 1,9%
FPA Ligados a FI | Outros 1,4%
FIM Poupança 0,9%
FPA Ligados a FI | PPR 0,8%
Responsabilidades à vista 0,1%
FIM outros 0,1%
-0,3% FIM ações

-0,5% Fundos de Investimento Imobiliário

1,9% inflação
Nota sobre a metodologia: As rentabilidades aqui apresentadas não são rigorosamente comparáveis. Entre os fatores /// Bancos /// Estado /// Seguradores /// SGFI /// SGFP /// Inflação
que inviabilizam uma comparabilidade perfeita estão o método de apuramento das taxas médias, a fiscalidade aplicável
e as comissões cobradas.
PANORAMA DO MERCADO ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA
68ÍNDICE
SEGURADOR 2014 / 2015 DE SEGURADORES 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 68

/ rentabilidade comparada
dos produtos de poupança

Não sendo necessariamente prejudicial a todos os investidores,


a volatilidade não é certamente o melhor dos atributos para
o investimento de um aforrador individual tradicional, muito
menos quando o objetivo é a acumulação de recursos para
consumo na idade da reforma. Daí que a análise da rentabili-
dade histórica dos produtos de poupança individual seja espe-
Neste conturbado cialmente interessante no contexto de grande volatilidade que

período, que inclui duas os mercados de capitais têm vivido; e daí, também, que seja
especialmente apropriado assentar esta análise num período
crises financeiras, os temporal suficientemente alargado para englobar ciclos de

produtos que melhor contração e expansão dos mercados.

remuneraram as A análise dos 8 anos que mediaram entre o início de 2006

poupanças individuais e o final de 2013 (o período mais alargado com informa-


ção disponível) serve este propósito e produz resultados
foram aqueles que elucidativos.

conferem garantias de A conclusão é clara: neste conturbado período, que inclui


rendimento, incluindo duas crises financeiras (em 2008 e em 2011) e respetivos

certificados de aforro, processos de recuperação, os produtos que melhor re-


muneraram as poupanças individuais foram aqueles que
depósitos a prazo e, conferem garantias de rendimento, incluindo certificados

sobretudo, os tradicionais de aforro, depósitos a prazo e, sobretudo, os tradicionais


seguros PPR (não ligados a fundos de investimento).
seguros PPR (não ligados
a fundos de investimento). Ou seja, mesmo num ambiente de contenção das taxas de
juro de referência, foram exatamente os produtos com um
perfil de risco mais moderado os que maior rentabilidade
geraram, enquanto os mais expostos ao risco de mercado
tiveram genericamente performances inferiores, muitos
deles inferiores mesmo à inflação, e alguns até negativas.

As poupanças investidas Neste quadro, o destaque vai claramente para os PPR não
ligados a fundos de investimento, que tipicamente com-
no início de 2006 nos binam garantias de capital e rendimento com uma com-

tradicionais seguros ponente de participação nos resultados, uma combinação


que tem demonstrado ser a mais eficaz numa perspetiva
PPR tiveram uma de médio e longo prazo e no clima de acentuada volati-

rentabilidade anual lidade que tem prevalecido nos mercados e, tudo indica,
prevalecerá ainda pelos próximos anos.
de 3,4% até 2013, um
prémio real de 1,5 Em média, as poupanças investidas no início de 2006 nos
tradicionais seguros PPR tiveram uma rentabilidade anual
pontos percentuais de 3,4% até 2013, um prémio real de 1,5 pontos percen-

sobre a taxa de inflação. tuais sobre a taxa de inflação (que, em condições normais,
será apenas ligeiramente atenuado com a sua tributação
em sede de IRS, dado o regime de que beneficiam).
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 69

Acresce que, por força das garantias de rendimento exis- Embora sem este mesmo nível de proteção face às oscila-
tentes, o nível de rentabilidade destes produtos assumiu um ções de mercado, merece também referência a performan-
perfil de grande estabilidade ao longo do período analisado ce dos seguros ligados a fundos de investimento (que não
(com um desvio padrão de apenas 0,2%), estando, portanto, PPR), igualmente muito acima da taxa de inflação. A sua taxa
permanentemente protegido das oscilações do mercado. E de rentabilidade média anual atingiu 3,1% neste período, su-
este é um atributo fundamental na gestão do aforro indivi- plantando as dos depósitos a prazos, certificados de aforro
dual, onde as necessidades de reembolso das poupanças e todas as grandes classes de fundos de investimento aqui
podem surgir a qualquer momento e em qualquer ponto do consideradas.
ciclo, sendo até mais frequentes em situações de depressão
dos mercados, quando os produtos mais expostos ao risco Note-se que esta análise incorpora já a recuperação dos
estão normalmente em fase de perda. mercados em 2012 e 2013, que projetou a rentabilidade da
larga maioria dos produtos de poupança individual mas, nes-
te caso, com especial incidência nos que incorporam maior
risco. Em 2013, esta conjuntura beneficiou sobretudo os
fundos de investimento com maior componente acionista
(que formam as classes de FIM ações e FIM poupança) e, em
menor escala, os seguros ligados a fundos de investimento,
com taxas médias de rentabilidade em torno dos 10%. Neste
ano de 2013, e embora com rentabilidades reais ainda bem
positivas, ficaram naturalmente abaixo os produtos com um
perfil de risco mais moderado, nomeadamente os que apre-
sentam garantias de rendimento, como os depósitos a prazo
e os seguros PPR não ligados a fundos de investimento.

/ RENTABILIDADE MÉDIA nos últimos 8 ANOS

4,0%

3,5% PPR Não ligados


Seguros Ligados

3,0% Dep. Prazo Novas operações


FPA Dep. Prazo até 2 anos
PPR Ligados
2,5%
Média da rentabilidade média anual >

Certificados de Aforro Dep. Prazo +2 anos

2,0%
FIM Poupança

1,5% FIM Obrigações


FPA Ligados PPR
1,0%

FIM outros
0,5% FII
FPA Ligados outros

0,0% Resp. Vista

FIM Ações
20,9% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0%
desvio padrão >
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 70

SEGUROS Depois de vários anos em


declínio, quer o volume de
DE ACIDENTES prémios, quer o de salários
DE TRABALHO anuais seguros em Acidentes
de Trabalho, regressaram ao
/ EVOLUÇÃO DO RAMO
crescimento em 2014.

Depois de vários anos em declínio, quer o volume de pré- Em matéria de pensões, cabe realçar o decréscimo do
mios, quer o de salários anuais seguros em Acidentes de Tra- número de pensionistas existentes no fim do exercício (para
balho regressaram ao crescimento em 2014. cerca de 43 mil), que representa também uma inversão da
tendência dos últimos anos, ainda que o agravamento da
Foi, em ambos os agregados, uma evolução moderada (em pensão média tenha suplantado o seu efeito positivo no
torno de 1%), alinhada com a recuperação da atividade eco- volume global de pensões anuais em pagamento (que atinge
nómica e do rendimento, mas que revela, ainda assim, a in- quase 120 milhões de euros).
versão de uma tendência de contração que há muito vinha
afetando este ramo. Neste quadro, a taxa de sinistralidade de Acidentes de
Trabalho degradou-se fortemente em 2014 (quase 9
Mais acelerado foi, porém, o agravamento da sinistralidade pontos percentuais). Mesmo ajustada pela rentabilidade das
neste mesmo ano, ao que não terá sido também alheia a provisões matemáticas, esta taxa superou os 97%, deixando
recuperação da atividade económica, mas que se revelou, muito pouca margem para as restantes cargas de exploração
não apenas no aumento do número de sinistros (próximo de do ramo, como despesas de aquisição e administrativa.
4%), como dos respetivos custos (acima de 9%), estes muito
impulsionados pelo reforço das provisões para sinistros. Daí que o resultado da conta técnica tenha sido, novamente,
muito deficitário (-92 milhões de euros, embora com base
No balanço, as provisões matemáticas, referentes a responsa- numa estimativa por extrapolação), mesmo contando com
bilidades com pensões, aumentaram quase 90 milhões de eu- um contributo largamente positivo da sua componente
ros (quase 7%), ascendendo a perto de 1,6 mil milhões de euros. financeira.
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 71

A taxa de sinistralidade de Acidentes de Trabalho degradou-se


fortemente em 2014. Mesmo ajustada pela rentabilidade das provisões
matemáticas, esta taxa superou os 97%, deixando muito pouca margem
para as restantes cargas de exploração do ramo, como despesas de
aquisição e administrativa.

/ TOTAL DO RAMO ACIDENTES DE TRABALHO


2013 2014 Var.%

Nº de apólices no fim do exercício 678.636 707.524 4,3%

Salários anuais seguros 42 975.242 43.431.705 1,1%

Prémios emitidos 511.158 515.942 0,9%

Resultado da conta técnica -85.544 -91.650 7,1%

Prémio emitido médio por apólice (em €) 753 729 -3,2%

Prémios emitidos / Salários seguros 1,19% 1,19% 0,00 pp

Resultado / Prémios emitidos -16,74% -17,76% -1,03 pp

Nº de sinistros ocorridos e abertos até ao final do ano seguinte 220.542

Nº de sinistros ocorridos e abertos no ano 205.255 212.932 3,7%

Custos com sinistros (da conta técnica) 537.176 588.874 9,6%

Montantes Pagos 522.961 514.377 -1,6%

Provisões para sinistros de Balanço 2.040.505 2.125.908 4,2%

Nº de pensionistas no fim do exercício 44.826 43.260 -3,5%

Pensões anuais em pagamento 116.111 119.779 3,2%

Taxa frequência p/ apólice c/ sinistros abertos no ano 30,2% 30,1% -0,15 p.p.

Taxa de sinistralidade (s/ prémios emitidos) 105,1% 114,1% 9,05 p.p.

Taxa de sinistralidade ajustada (s/ prémios emitidos) (a) 89,1% 97,7% 8,53 p.p.

U: Milhares, de Euros | Fonte: APS (estimativas para 2013 e 2014, exceto nas Contribuições anuais) | (a) Este indicador visa refletir a rentabilidade das Provisões Matemáticas, deduzindo-a ao habitual
numerador (custos com sinistros) .Para o presente exercício foi considerada uma taxa de rentabilidade de 4%.
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 72

No documento “Regime de Reparação de Acidentes de Trabalho -


- propostas de revisão” acentua-se a necessidade de se rever
este regime em alguns dos seus parâmetros, no sentido de corrigir
injustiças e reequilibrar as condições de exploração dos respetivos
seguros obrigatórios, que o setor segurador gere há mais de 100 anos.

/ Regime de reparação ma não for reconvertível em relação ao posto de trabalho


de Acidentes de Trabalho ou tiver 50 anos ou mais. O problema é que, comparadas
as disposições da TNI anterior e da redação atual, a atribui-
O seguro de acidentes de trabalho suscita apreensão ao ção do fator 1,5 deixou de estar dependente da verificação
setor segurador pelos desequilíbrios revelados nos últimos de um pressuposto básico anterior: “…perda ou diminuição
anos e por algumas tendências que vem revelando, no- de função inerente ou imprescindível ao desempenho do
meadamente económicas, legais e jurisprudenciais. posto de trabalho que ocupava com caráter permanente”.

Em 2014 a APS apresentou às autoridades legislativas e No documento acima mencionado, a APS elaborou uma pro-
regulamentares o documento “Regime de Reparação de posta concreta de ajustamento desta incoerência legislativa,
Acidentes de Trabalho – Propostas Pontuais de Revisão”, tendo sido um dos aspetos mais evidenciados nas diversas
no qual se acentua a necessidade de se rever este regime diligências desenvolvidas sobre os problemas do regime dos
em alguns dos seus parâmetros, no sentido de corrigir in- Acidentes de Trabalho. Neste contexto, solicitou um pare-
justiças e reequilibrar as condições de exploração dos res- cer ao Professor Rui Moura Ramos – Professor Catedrático
petivos seguros obrigatórios, que o setor segurador gere da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Vice-
há mais de 100 anos. -Presidente (2003-2007) e Presidente (2007-2012) do Tribu-
nal Constitucional de Portugal, que conclui, nomeadamente,
Em concreto, estas propostas, infelizmente ainda sem aco- que a disposição “consagra uma solução manifestamente
lhimento, visam os seguintes parâmetros do regime ou nor- infundada (…), que não se encontra justificada por qualquer
mas complementares: valor constitucionalmente relevante” e que “a diferenciação
assim estabelecida entre aqueles trabalhadores e os demais
/ Indemnizações diárias por incapacidades temporárias. (os que não tenham atingido 50 anos) é arbitrária, sendo por
/ Reparação de incapacidades permanentes e remição de isso inconstitucional, por violação do princípio da igualdade
pensões. consagrado no artigo 13º da Constituição da República”.
/ Revisão das incapacidades permanentes.
/ Limites dos custos de intermediação. Referência ainda a um outro tema dependente de alterações
/Competências e funções do Fundo de Acidentes de Traba- legislativas, em concreto o regime jurídico do Fundo de Aci-
lho (FAT). dentes de Trabalho (FAT). A questão é bem explícita em dois
/ Procedimento simplificado (optativo) de tramitação de sinistro. acórdãos do Tribunal Constitucional de 2014 a declarar a in-
/ Regime de majoração automático das incapacidades per- constitucionalidade com força obrigatória geral de normas
manentes dos incapacitados com 50 anos, ou idade superior. da Lei de Acidentes de Trabalho e do regime jurídico do FAT,
/ Simplificação/agilização de comunicações sobre remune- pelo facto de este Fundo não estar habilitado a reembolsar as
rações e sinistros. seguradoras pelas atualizações de pensões por incapacidade
permanente inferior a 30% com valor superior a 6 vezes a re-
Especificamente no que respeita ao regime de majoração tribuição mínima garantida por acidente de trabalho.
automático das incapacidades permanentes dos incapa-
citados com 50 anos, o problema reside, não exatamente Os dois acórdãos deram razão aos argumentos do setor, e
do regime jurídico dos Acidentes de Trabalho, mas antes na o Governo produziu já um anteprojeto de diploma a alterar
Tabela Nacional de Incapacidades (TNI), que prevê nas suas o regime do FAT no sentido defendido (e com efeitos re-
Instruções Gerais que os coeficientes de incapacidade são troativos a 1 de janeiro de 2010), mas que não se encontrava
bonificados com uma multiplicação pelo fator 1,5 se a víti- publicado até ao final do 1º semestre de 2015.
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 73

/ ATUALIZAÇÃO DE PENSÕES

Em meados de junho de 2015, foi publicado o Decreto-Lei nº107/2015, suspendendo o re-


gime de atualização anual do valor das pensões por incapacidade permanente e por morte
resultantes de acidente de trabalho. O diploma tem efeitos retroativos, vigorando a referida
suspensão de 1 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2015.

Esta suspensão extraordinária do regime evita que as pensões de acidentes de trabalho sejam
reduzidas, tendo em conta que os indicadores de referência legalmente definidos para a sua
atualização (crescimento real do PIB e a variação média dos últimos 12 meses do IPC, sem
habitação) concorreriam para um ajustamento negativo no ano de 2015.

Mas o setor segurador não pode concordar com este tipo de alterações extemporâneas do re-
gime, aliás como em 2010, quando um contexto semelhante ocorreu. Porque, ao contrário de
outros subsistemas de Segurança Social, que viram neste período as suas prestações reduzidas
de forma significativa, as pensões de Acidentes de Trabalho foram aumentadas, sem qualquer
justificação de ordem económica.

Ao contrário de outros subsistemas de


Segurança Social, que viram neste período
as suas prestações reduzidas de forma
significativa, as pensões de Acidentes de
Trabalho foram aumentadas, sem qualquer
justificação de ordem económica.
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 74

SEGUROS O desenvolvimento dos


seguros de saúde em Portugal
DE SAÚDE tem prosseguido uma
trajetória sólida e consistente
/ EVOLUÇÃO DO RAMO
desde a sua criação, tendo o
O desenvolvimento dos seguros de saúde em Portugal
tem prosseguido uma trajetória sólida e consistente desde
respetivo volume de prémios
a sua criação, tendo o respetivo volume de prémios emiti- emitidos aumentado mais
dos aumentado mais de 300 vezes nas 3 últimas décadas.
de 300 vezes nas 3 últimas
Em 2014, este volume de prémios cresceu novamente décadas.
acima dos 3%, atingindo cerca de 600 milhões de euros
e reforçando a posição deste ramo entre os maiores do cerca de 20% da população portuguesa beneficia já desta
segmento Não Vida, já acima do de Acidentes de Trabalho. proteção, o que espelha bem a crescente preocupação
das famílias em precaver o financiamento dos seus cui-
Mais ilustrativo da crescente importância destes seguros dados de saúde e o reconhecimento dos seguros como
para a sociedade é o número de pessoas seguras que, instrumento privilegiado para tal fim.
depois de crescer quase 5% em 2014, superava já os 2,2
milhões. Mesmo considerando que há cidadãos que acu- Acresce que é uma proteção a que as pessoas recorrem
mulam mais do que um contrato deste tipo, estima-se que com frequência, como se comprova pelo facto de metade

/ EVOLUÇÃO DOS PRÉMIOS EMITIDOS DE SEGURO DIRETO DO RAMO SAÚDE U:Milhões de euros
600
500
400
300
200
100

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014
0
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 75

das pessoas seguras, ou seja, 1,1 milhões, terem acionado as suas coberturas em 2014 (iden-
tificadas aqui como pessoas com sinistros).

Em matéria de utilização do seguro de saúde, registe-se ainda que a taxa de comparticipa-


ção (i.e. a parcela das despesas apresentadas que é suportada pela seguradora) equivaleu a
65% em 2014 e que o pagamento médio por pessoa com sinistro ascendeu, nesse mesmo
ano, a 375 euros.

Em resultado, o volume total dos montantes pagos pelo setor segurador ao abrigo dos se-
guros de saúde superou os 418 milhões de euros, tendo crescido cerca de 1% face a 2013.

/ AGREGADOS DOS SEGUROS DE SAÚDE 2013 2014 Var.%

Prémios adquiridos 591.653 610.344 3,2%


Pessoas seguras 2.107 2.203 4,6%

Pessoas seguras com sinistros 1.114 1.117 0,2%

Despesas Incorridas 613.770 643.489 4,8%

Montantes pagos pela seguradora 414.734 418.408 0,9%

/ INDICADORES 2013 2014 Var.%

Incidência de utilizadores 52,9% 50,7% -2,2 p.p.

Taxa de comparticipação 67,6% 65,0% -2,55 p.p.

Pagamento médio por pessoa com sinistros (euros) 372.15 374.63 0,7%

Montantes pagos / Prémios adquiridos 70,1% 68,6% -1,54 p.p.


U: Pessoas seguras em milhares de unidades; montantes em milhares de euros, exceto os assinalados
Fonte: “Estatística do Seguro de Saúde - 2103 e 2014” da APS, com extrapolação dos dados da amostra (85,7% em 2013 e 85,5% em 2014).

Estima-se que cerca de 20% da população


portuguesa beneficia já desta proteção, o que
espelha bem a crescente preocupação das famílias
em precaver o financiamento dos seus cuidados
de saúde e o reconhecimento dos seguros como
instrumento privilegiado para tal fim.
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 76

A APS, o IPST e a ASF acabaram por consensualizar


que o seguro mais adequado e que melhor proteção
poderá dar ao dador de órgãos seria um seguro
de vida, com cobertura de invalidez (funcional) e
morte.

SEGUROS DE DADORES
DE SANGUE E DE ÓRGÃOS
A Lei 12/93, de 22 de abril, alterada e republicada pela Lei 22/2007, de 29 de junho, relativa à
colheita e transplante de órgãos, tecidos e células de origem humana, confere ao dador vivo de
órgãos o direito a ser indemnizado pelos danos sofridos no decurso do processo de dádiva e
colheita, independentemente de culpa, devendo os estabelecimentos hospitalares celebrar um
contrato de seguro a favor do dador e suportar os respetivos encargos.

Tal como aconteceu com a regulamentação do seguro do dador de sangue, a APS foi convidada
pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) para colaborar na elaboração da
regulamentação do seguro obrigatório do Dador de Órgãos.

Atendendo a que a disposição que estabelece a obrigatoriedade de celebração do seguro não


define o tipo de seguro pretendido pelo legislador, a APS, o IPST e a ASF acabaram por consen-
sualizar que o seguro mais adequado e que melhor proteção poderá dar ao dador de órgãos seria
um seguro de vida, com cobertura de invalidez (funcional) e morte.

No decurso dos trabalhos que foram levados a cabo, e tendo como principal objetivo a proteção
do dador vivo de órgãos, foi considerado que, sem prejuízo do ressarcimento do dador em caso
de danos decorrentes do processo de dádiva e colheita, independentemente de culpa, e das
demais prestações a que tenha direito nos termos da legislação aplicável, deveria garantir-se ao
dador um conjunto de prestações em caso de morte, invalidez definitiva ou de internamento
hospitalar decorrente de complicações do processo de dádiva e colheita, criando-se, ainda o
seguro de vida obrigatório do dador vivo de órgãos, que os estabelecimentos hospitalares res-
ponsáveis por assegurar as referidas prestações devem celebrar para garantia das mesmas.

O projeto de diploma que foi elaborado e apresentado ao Ministério da Saúde em meados de


2015 reflete esta preocupação, prevendo as condições de atribuição das prestações por morte e
invalidez definitiva bem como de um subsídio diário por internamento hospitalar.

Este regime jurídico foi já aprovado em Conselho de Ministros e pela primeira vez garantir-se-á
uma compensação àqueles que, em consequência de um ato altruísta como é o de doar um
órgão a quem dele necessita, possam vir a sofrer um dano irreversível.
ÍNDICE 05 / POUPANÇA E SEGUROS DE PESSOAS 77

Com a caracterização do universo de pessoas acidentadas com


alteração grave na funcionalidade, as várias entidades que integram
o OBSGAV terão melhores condições para avaliar as políticas e
procedimentos atuais do setor segurador neste domínio, mas também,
e sobretudo, para refletir conjuntamente sobre eventuais melhorias
a propor com vista a incrementar a eficácia deste acompanhamento
até à reintegração final destes sinistrados graves.

SINISTRALIDADE GRAVE
E ACOMPANHAMENTO DAS VÍTIMAS
Na sequência da publicação do Relatório “Pessoas Aciden- volvidos nas dinâmicas de intervenção e acompanhamento
tadas com Alteração Grave na Funcionalidade” elaborado na das pessoas acidentadas, nomeadamente responsáveis da
APS por um grupo de trabalho que estudou a forma como as Associação Portuguesa do Dano Corporal (APADAC), do Cen-
seguradoras poderiam participar mais ativamente na reinte- tro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG) e do Centro de
gração profissional, familiar e social de sinistrados com gran- Estudos Judiciários (CEJ).
des incapacidades, considerou-se relevante a constituição do
Observatório da Sinistralidade Grave e do Acompanhamento Os objetivos do OBSGAV passarão, numa primeira fase, pela
de Vítimas (OBSGAV), tal como previsto no Relatório. recolha de dados junto do setor segurador, que permitam
a caracterização do universo de pessoas acidentadas com
O grupo do OBSGAV iniciou a sua atividade, ainda em 2014, alteração grave na funcionalidade que estão nestas condi-
sob coordenação da APS, integrando representantes das se- ções e do acompanhamento típico que lhes é assegurado,
guradoras mas também especialistas dos vários domínios en- desde a fase da assistência médico-hospitalar às fases de
reabilitação médico-funcional e de reintegração social e
profissional.

Com esta informação sistematizada, as várias entidades que


integram o OBSGAV terão então melhores condições para
avaliar as políticas e procedimentos atuais do setor segura-
dor neste domínio, mas também, e sobretudo, para refletir
conjuntamente sobre eventuais melhorias a propor com
vista a incrementar a eficácia deste acompanhamento até à
reintegração final destes sinistrados graves.
ÍNDICE 78
ÍNDICE 79

SEGUROS DE DANOS
E RESPONSABILIDADES
SEGUROS PATRIMONIAIS /80
SEGUROS AGRÍCOLAS E AQUÍCOLA /84
SEGUROS DE AUTOMÓVEL /89
SEGUROS DE RESPONSABILIDADE CIVIL GERAL /92
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 80

Impera um esforço de reforçar a divulgação do estudo CIRAC junto


do setor segurador e ressegurador, com o objetivo de fornecer uma
visão mais aprofundada do projeto e das suas potencialidades, de
demonstrar a utilização prática da ferramenta de mapas disponível
no site e de debater a aplicabilidade (atual e futura) da informação
disponibilizada na gestão das companhias.

SEGUROS longo de três anos, tendo sido concluído no primeiro semes-


tre de 2014. Teve por objetivo avaliar o risco de inundação e a

PATRIMONIAIS vulnerabilidade em Portugal Continental nas condições pre-


sentes e futuras, de acordo com vários cenários de alterações
climáticas, tendo sido convidadas para participar e avaliar os
/ Risco de inundações resultados diversas entidades ligadas ao mercado segurador,
projeto CIRAC aos responsáveis governamentais pelo ambiente, à proteção
civil e às autarquias.
A APS tem vindo a promover a divulgação do projeto Cartas
de Inundações e de Risco em Cenários de Alterações Cli- O projeto seguiu duas linhas de abordagem: a primeira con-
máticas (CIRAC) junto dos seguradores seus associados e sistiu numa perspetiva qualitativa de avaliação da vulnerabi-
de outras entidades envolvidas na problemática do risco de lidade ao risco de inundação, à escala nacional; enquanto a
inundações em Portugal Continental. Exemplo recente foi segunda se traduziu numa análise de risco de alta resolução,
a apresentação realizada na Câmara Municipal do Porto no com vista a determinar os potenciais impactos e danos em
mês de maio, onde naturalmente se privilegiou a análise na quatro zonas específicas.
vulnerabilidade específica daquela cidade a este risco.
Para permitir cumprir o objetivo de cartografar a vulnerabili-
Este projeto CIRAC foi desenvolvido pela Associação e pela dade de Portugal Continental às inundações, foram elabora-
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) ao dos três índices, mais concretamente:
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 81

/ “Índice Básico de Vulnerabilidade” (combina a Exposição com a Suscetibilidade Física).

/ “Índice de Vulnerabilidade” (Exposição, Suscetibilidade Física e Suscetibilidade Social).

/ “Índice Combinado de Vulnerabilidade” (Exposição, Suscetibilidade Física e Precipitação).

Foi assim possível produzir (e disponibilizar no site http://cirac.apseguradores.pt/) as correspon-


dentes cartas de vulnerabilidade para o continente português, com possibilidade de análise até à
escala da freguesia ou do código postal.

Para a obtenção da cartografia do risco de inundação de alta resolução foram determinados os im-
pactos em quatro áreas, selecionadas de acordo com o grande número de inundações registadas,
correspondendo à bacia da Baixa de Lisboa, à Baixa de Algés, à Baixa e zona sul de Coimbra e à zona
ribeirinha do Porto e Vila Nova de Gaia. Foram avaliados tanto a estrutura dos edifícios como os seus
conteúdos, tendo sido considerados vários cenários socioeconómicos, em conjugação com pro-
jeções baseadas em modelos climáticos que apontam para significativas alterações na frequência e
intensidade da precipitação em Portugal Continental no século XXI.

No site do CIRAC é possível descarregar, além das referidas cartas de vulnerabilidade, um conjunto
de informação técnica, entre a qual a “Brochura” (documento síntese que aborda os diversos aspe-
tos do projeto), o “Guia metodológico para a produção de cartografia de risco de inundações”, bem
como os relatórios “Cenários climáticos de extremos”, “Modelação hidrodinâmica”, “Suscetibilidade
física”, “Suscetibilidade social” e “Índice de vulnerabilidade”.

Após a conclusão do trabalho, e para além da disponibilidade para o partilhar externamente com
as entidades interessadas, impera agora um esforço de reforçar a sua divulgação junto do próprio
setor segurador e ressegurador, com o objetivo de fornecer uma visão mais aprofundada do projeto
e das suas potencialidades, de demonstrar a utilização prática da ferramenta de mapas disponível
no site e de debater a aplicabilidade (atual e futura) da informação disponibilizada na gestão das
suas companhias.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 82

/ Preço de construção Embora o âmbito destas


da habitação por metro Portarias não abrangesse
quadrado
especificamente a atividade
A Lei nº 80/2014, de 19 de dezembro, que estabelece seguradora, os valores da
o regime de renda condicionada dos contratos de
arrendamento para fim habitacional, revogou o Decreto-
habitação por metro quadrado
Lei nº 329-A/2000, de 22 de dezembro, e não transportou eram muitas vezes utilizados
consigo a fórmula do valor atualizado dos fogos naquele
regime que, por sua vez, fundamentava a publicação anual
como referencial de base
de uma Portaria do Ministério do Ambiente, Ordenamento para o cálculo do capital de
do Território e Energia que fixava o preço de construção
da habitação por metro quadrado a vigorar no ano
edifícios a segurar nas apólices
seguinte (a última das quais a Portaria nº 353/2013, de 4 de seguros de Incêndio
de dezembro).
e Elementos da Natureza
Muito embora o âmbito destas Portarias não abrangesse ou de Multirriscos.
especificamente a atividade seguradora, os valores
da habitação por metro quadrado eram muitas vezes
utilizados como referencial de base para o cálculo do da construção e/ou do estado de conservação da
capital de edifícios a segurar nas apólices de seguros de habitação, facilidade essa que se perdeu com a revogação
Incêndio e Elementos da Natureza ou de Multirriscos. do Decreto-Lei nº 329-A/2000.

De facto, atendendo a que a determinação do capital Face a este constrangimento, o setor segurador procura
seguro é da responsabilidade do tomador do seguro e agora encontrar uma forma alternativa de cálculo deste
a que, no caso dos edifícios, este deve corresponder ao referencial, para o que foram encetados contactos com
custo de mercado da respetiva reconstrução, a utilização entidades de alguma forma envolvidas na fixação de
do preço/m2 das portarias anuais aplicado à área útil preços de construção da habitação. Até lá, resta o conforto
da propriedade a segurar permitia ao tomador calcular de que, num contexto de inflação praticamente nula (em
facilmente um valor base do capital, sujeito naturalmente 2014), não seria de esperar um ajustamento significativo
a majorantes ou minorantes em função das características destes valores em 2015.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 83

O Protocolo para a
Regularização de Sinistros
de Danos por Água visa
implementar nos seguros
de multirriscos em edifícios
em propriedade horizontal,
um modelo de simplificação
de procedimentos na
regularização de sinistros
/ PROTOCOLO para regularização que está já conceptualmente
de sinistros de danos por água experimentado (embora com
A iniciativa de criar um Protocolo para Regularização de muitas diferenças) no ramo
Sinistros de Danos por Água em Propriedade Horizontal
surgiu da necessidade manifestada pelos seguradores de
Automóvel, e com evidentes
agilizar o tratamento destes processos por forma a eli- vantagens para a qualidade
minar argumentos de insatisfação dos clientes quanto à
qualidade e celeridade do serviço prestado. Um grupo de
do serviço prestado e para
trabalho da APS, envolvendo um conjunto amplamente re- imagem do setor segurador.
presentativo de seguradoras, preparou então um projeto
de protocolo, que mereceu já o acordo genérico do setor
e que se prevê vir a ser implementado a curto prazo. gularizando os sinistros de danos por água no menor prazo
possível e transmitindo assim aos segurados e à sociedade
Em concreto, este novo Protocolo, aplicável aos seguros em geral uma imagem setorial moderna, ágil, eficaz e com-
de multirriscos em edifícios em propriedade horizontal prometida com a melhoria da qualidade do seu serviço.
prevê que, nas condições abrangidas, seja a seguradora
da fração lesada a assegurar a regularização do sinistro / Estabelecer métodos administrativos simples e uniformes
diretamente com o seu cliente, reclamando depois que melhorem o entendimento e a colaboração entre os
os correspondentes encargos à seguradora da fração seguradores aderentes.
responsável, a quem competiria, em condições normais,
toda a gestão do processo de sinistro. / Reduzir o nível de conflitualidade entre todos os inter-
venientes.
Para o setor segurador, os principais objetivos deste
projeto são: Em resumo, este projeto visa implementar nos seguros
de multirriscos em edifícios em propriedade horizontal,
/ Promover a uniformização de critérios de gestão de sinistros um modelo de simplificação de procedimentos na
de danos por água em edifícios em regime de propriedade regularização de sinistros que está já conceptualmente
horizontal quando acionada apólice de seguro multirriscos. experimentado (embora com muitas diferenças) no ramo
Automóvel, e com evidentes vantagens para a qualidade
/ Melhorar os níveis de serviço a prestar aos clientes, re- do serviço prestado e para imagem do setor segurador.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 84

SEGUROS de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP). Foi nesta


linha, reforçando estes princípios fundamentais, que a

AGRÍCOLAS APS comentou um projeto de Decreto-Lei que recebeu já


perto do final de 2014, visando instituir um novo Sistema

E AQUÍCOLA de Seguros Agrícolas (SSA) para o território continental


português, substituindo definitivamente o atual Sistema
Integrado de Proteção contra as Aleatoriedades Climáticas
(SIPAC), diploma que só no segundo semestre de 2015 viria
/ Sistema de seguro a ser publicado.
de colheitas
Entretanto, largos meses decorridos após final de 2014,
O processo legislativo e regulamentar do Seguro de o limite do prazo previsto para a aplicação transitória do
Colheitas para a campanha de 2014 ocorreu de forma Regulamento do Seguro de Colheitas e da Compensação
muito deficiente, com grande desfasamento em relação ao de Sinistralidade, implementado pela Portaria nº 65/2014,
calendário habitual, e mais ainda ao calendário desejável, de 12 de março, vivia-se ainda uma situação de indefinição
sobretudo considerando as alterações introduzidas no legislativa quanto às regras a aplicar na campanha agrícola
sistema. de 2015.

No entanto, a maior preocupação foi acompanhar o De facto, em julho de 2015 ainda se aguardava a publica-
desenho do futuro modelo do seguro de colheitas ção do novo Regulamento do Seguro de Colheitas e da
em Portugal, relativamente ao qual se tem frisado a Compensação de Sinistralidade, apesar de ter sido publi-
importância de princípios estruturais, como garantir uma cada a Portaria nº 18/2015, de 2 de fevereiro, que estabe-
participação efetiva do setor nas estruturas de governance lece o regime da ação 6.1, “Seguros”, da medida 6 “Gestão
do sistema, instituir uma rigorosa disciplina financeira do Risco e Restabelecimento do Potencial Produtivo” do
no pagamento dos apoios, reforçar a transparência no Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (no-
cálculo das tarifas de referência e agilizar o processo de meadamente o regime de concessão de apoios aos segu-
tramitação administrativa entre as seguradoras e o Instituto ros de colheitas para garantir previsibilidade e estabilidade

O processo legislativo e regulamentar dos Seguro de Colheitas


para a campanha de 2014 ocorreu de forma muito deficiente, com
grande desfasamento em relação ao calendário habitual, e mais
ainda ao calendário desejável, sobretudo considerando as alterações
introduzidas no sistema.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 85

No domínio dos seguros de colheitas,


uma nota é devida para realçar o
esforço da Secretaria de Estado da
Agricultura no pagamento das dívidas
do Estado às seguradoras, formadas
ainda no âmbito do SIPAC.

financeira às explorações agrícolas) e de, consequentemente, o IFAP ter emitido a Circular


NSP-001/2015, de 27 de fevereiro, definindo novos procedimentos a observar pelos toma-
dores e pelas empresas de seguros, bem como os dados técnicos e estatísticos a fornecer
por estas.

Para este atraso na publicação do regulamento não contribuíram nem os seguradores nem
a Associação que os representa, a qual colaborou intensivamente com a Secretaria de Esta-
do da Agricultura, apresentando sempre atempadamente os seus pareceres sobre as várias
versões de proposta de alteração da Portaria nº 65/2014 que lhe foram sendo apresentadas,
chamando a atenção do legislador para algumas inexatidões e transmitindo várias sugestões
de melhoria do texto.

Acresce que permaneciam igualmente por conhecer, em julho de 2015, a nova apólice uni-
forme, as novas tarifas de referência e as alterações a introduzir nos sistemas informáticos
e nos procedimentos operacionais dos seguradores em função da reformulação ou criação
dos novos produtos previstos no projeto de alteração da Portaria nº 65/2014.

No domínio dos seguros de colheitas, uma nota é devida para realçar o esforço da Secreta-
ria de Estado da Agricultura no pagamento das dívidas do Estado às seguradoras, formadas
ainda no âmbito do SIPAC. Embora subsista um montante significativo de dívidas por regula-
rizar, a realidade é que foram progressos relevantes nesta matéria em 2014 e início de 2015,
tanto mais louváveis quanto são conhecidas as dificuldades orçamentais do Estado.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 86

Os seguradores portugueses depararam-se com


a publicação inesperada de uma portaria cujo
teor não corresponde totalmente aquele a que
tinham dado o seu aval em termos gerais, pelo
que necessitarão de avaliar a exequibilidade do
novo sistema de seguro aquícola AQUISEGURO,
nomeadamente verificar a existência de oferta de
resseguro e respetivas condições
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 87

pedidos de parecer às autoridades da União Europeia,


/ Sistema de seguro visando confirmar o cumprimento das regras comunitárias
AQUÍCOLA - Aquiseguro dos auxílios do Estado, ao mesmo tempo que se sondava o
mercado ressegurador internacional especializado na área
Em 25 de maio de 2015, o setor segurador foi surpreendido da aquicultura para aferir da sua opinião sobre o modelo
pela publicação da Portaria nº 146/2015, que estabelece e da existência de capacidade de proteção de resseguro.
as especificidades técnicas, riscos cobertos, forma de
cobertura, espécies abrangidas, valor seguro, forma de Os resseguradores contactados manifestaram uma opinião
indemnização e os termos e condições da bonificação do em geral positiva, reservando contudo o seu parecer final à
seguro aquícola, designado por AQUISEGURO, instituído obtenção de um conjunto completo de dados estatísticos
pelo Decreto-Lei nº 21/2011, de 9 de fevereiro. A surpresa relativos à exploração da aquicultura em Portugal, que
resultou não só do desconhecimento prévio da publicação foram solicitados às entidades responsáveis pelo setor,
do diploma, mas também das diferenças verificadas entre sem que a informação facultada tenha correspondido às
o texto da portaria e o da última versão do projeto, da qual necessidades manifestadas.
a APS teve conhecimento exatamente um ano antes.
A situação manteve-se sem evolução até à realização de
Fazendo uma retrospetiva, foi em fevereiro de 2010 que, uma reunião promovida pela Direção Geral dos Recursos
através de um Despacho do Senhor Ministro da Agricultura, Marítimos em maio de 2014, na qual ficou decidido retomar
do Desenvolvimento Rural e das Pescas, foi criado um o processo e a partir da qual se ficou à espera de uma
grupo de trabalho com a missão de apresentar conclusões proposta de alteração ao projeto de Portaria integrando
que se traduzissem em propostas quanto à arquitetura e as sugestões apresentadas na reunião, proposta essa que
funcionamento de um novo sistema de seguros agrícolas, nunca chegou ao conhecimento da APS.
tendo então sido criados diversos subgrupos, consoante
a natureza das matérias tratadas, de entre os quais o Assim, os seguradores portugueses depararam-se com
subgrupo do seguro aquícola, no qual participaram a publicação inesperada de uma portaria cujo teor não
representantes de diversas entidades, nomeadamente corresponde totalmente àquela a que tinham dado o seu
a APS. E deste trabalho resultaram duas propostas de aval em termos gerais, pelo que necessitarão de avaliar
legislação, concretamente os projetos do decreto-lei que a exequibilidade do novo sistema de seguro aquícola
viria a instituir o sistema de seguro aquícola AQUISEGURO AQUISEGURO, nomeadamente verificar a existência de
e o da portaria que o deveria regulamentar. oferta de resseguro e respetivas condições, correndo-se
assim o risco de poder defraudar as expetativas criadas
Enquanto que a primeira proposta foi rapidamente nos produtores interessados em contratar um produto que
convertida em legislação (o referido Decreto-Lei nº provavelmente julgam ter merecido a total concordância
21/2011, de 9 de fevereiro), a segunda foi objeto de dos seguradores.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 88

O número de veículos cresceu aproximadamente


1% em 2014 (para quase 7 milhões), enquanto o
volume de prémios decresceu 2% (para 1,4 mil
milhões de euros). O correspondente prémio
médio diminuiu, por conseguinte, quase 3%
neste último ano (quedando-se pelos 208€) e,
relativamente a 2004, perdeu já mais de 1/3 do
seu valor em termos absolutos.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 89

SEGUROS Quanto à sinistralidade, registou-se também um aumento


do número de processos abertos nas seguradoras (ocor-

DE AUTOMÓVEL ridos e abertos no mesmo ano, para que sejam compará-


veis), e de dimensão semelhante à do ano anterior (3,2%).
Estará também assim ultrapassada uma fase de contenção
/ EVOLUÇÃO DO RAMO da sinistralidade rodoviária que acompanhou o período
mais crítico da crise económica (2011 e 2102), em que a
Embora o parque automóvel seguro tenha crescido nova- circulação rodoviária também diminuiu. Ao todo, foram
mente em 2014 (recorde-se que ele chegou a diminuir em mais de 830 mil os processos de sinistro ocorridos e aber-
2012, por efeito da crise financeira), o volume de prémios tos em 2014, sendo que o número final dos ocorridos em
de seguro direto permaneceu em queda, o que revela uma 2014 deverá subir acima dos 870 mil quando lhe forem
nova contração do prémio médio por veículo, como aliás acrescentados todos os abertos nos exercícios posteriores.
sucedeu sistematicamente nos últimos 10 anos.
O aumento do número de ocorrências não impediu uma
Em concreto, o número de veículos cresceu aproxima- redução do custos com sinistros do ramo Automóvel (pró-
damente 1% em 2014 (para quase 7 milhões), enquanto xima de 2%), que se presume decorrer assim de uma que-
o volume de prémios decresceu 2% (para 1,4 mil milhões da da gravidade média dos acidentes. O volume de custos
de euros). O correspondente prémio médio diminuiu, por com sinistros superou os 1,1 mil milhões de euros em 2014,
conseguinte, quase 3% neste último ano (quedando-se do que resultou uma taxa de sinistralidade de quase 76%
pelos 208€) e, relativamente a 2004, perdeu já mais de 1/3 (se medida sobre os prémios adquiridos), mais de 1 ponto
do seu valor em termos absolutos. percentual acima da do ano anterior.

/ AGREGADOS E INDICADORES (EXTRAPOLADOS) DE PRODUÇÃO DO RAMO AUTOMÓVEL


2013 2014 +13/12 +14/13

Nº de apólices no fim do exercício 6.453.302 6.509.253 0,3% 0,9%


Nº de veículos no fim do exercício 6.938.006 6.987.548 1,0% 0,7%

Capitais seguros (milhões €) 115.757.687 116.828.192 2,7% 0,9%

Prémios emitidos 1.478.230 1.448.547 -5,8% -2,0%

Prémio emitido médio por veículo(a) 214,1 208,0 -6,0% -2,9%

Capital médio por veículo(a) 16.769,0 16.779,0 2,5% 0,1%

/ AGREGADOS E INDICADORES (EXTRAPOLADOS) DA SINISTRALIDADE DO RAMO AUTOMÓVEL


2013 2013 +13/12 +14/13

Nº de sinistros ocorridos e abertos no exercício 805.046 832.876 3,2% 3,5%

Custos com sinistros 1.132.106 1.112.819 -4,3% -1,7%

Custo médio por sinistro(€) 1.349,4 1.336,1 -6,5% -1,0%

Taxa de sinistralidade (c/ prémios adquiridos) 74,5% 75,8% 0,9 p.p. 1,3 p.p.

Taxa de frequência por veículo 12,1% 11,9% 0,2 p.p. -0,2 p.p.

Representatividade da amostra 85,1% 85,3%


U: Milhares, de euros exceto os assinalados no quadro | Fonte: “Analise Técnica Automóvel - 2014” da APS, com extrapolação para 100% do mercado a partir dos valores da amostra.
(a) Considerando a semi-soma das apólices, veículos ou capitais existentes no final do exercício e no final do exercício anterior.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 90

/ CARTAS VERDES Pretende-se conseguir


Constatada que foi a falta de iniciativa do lado do ASF de
a alteração da legislação
acabar com o regime de emissão de cartas verdes e rever ou um entendimento comum
o Decreto-Lei nº 291/2007, e face à indicação de que num
futuro Ficheiro de Matrículas, a desenvolver pela ASF, a
sobre a dispensabilidade
informação sobre as cartas verdes continuaria a aparecer de emissão das cartas verdes,
como requisito essencial, a APS decidiu promover uma
consulta jurídica sobre a legalidade de vários aspetos
à imagem do que sucede
ligados à emissão de cartas verdes. na generalidade dos restantes
Foi, assim, consultado o Professor Rui Moura Ramos, que
países europeus, com
emitiu opinião inequívoca sobre a ilegalidade da norma vantagens significativas
que prevê a emissão das cartas verdes, por contrariar o
direito internacional, e sobre a inconstitucionalidade
em matéria de custos
da taxa cobrada pela emissão dessas mesmas cartas administrativos e de segurança
verdes, concluindo que a emissão de cartas verdes não
é obrigatória à luz do direito nacional nem internacional,
em relação a fraudes no ramo
salvo se for requerida pelo tomador. Automóvel.
Na sequência deste parecer, o setor ponderou as várias
possibilidades de atuação, tendo concluído que se deveria à imagem do que sucede na generalidade dos restantes
desencadear contatos junto do Governo, em particular do países europeus, e com vantagens significativas em matéria
Ministério da Administração Interna, dando conhecimento de custos administrativos e de segurança em relação a
das conclusões do parecer e solicitando diligências vista a fraudes no ramo Automóvel.
se encontrar uma solução para o problema.
É um objetivo que, embora ainda não alcançado, o setor
O objetivo fundamental é conseguir a alteração da segurador continuará a perseguir com afinco, até porque
legislação neste domínio ou um entendimento comum dispõe já de mecanismos alternativos mais eficientes para
sobre a dispensabilidade de emissão das cartas verdes, o necessário controlo da validade do seguro automóvel.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 91

O estabelecimentode Protocolos e Acordos com


entidades terceiras é um modelo que, dentro
de determinadas condições, o setor valoriza,
porque simplifica e racionaliza o seu esforço
administrativo e, simultaneamente, concorre para
a satisfação dos seus clientes e terceiros lesados.

/ Acordos e protocolos

O setor segurador português, através da sua Associação, tem celebrado com diversas en-
tidades terceiras Protocolos e Acordos visando a agilização da gestão de sinistros do ramo
Automóvel por parte das seguradoras. É um modelo que, dentro de determinadas condi-
ções, o setor valoriza, porque simplifica e racionaliza o seu esforço administrativo e, simul-
taneamente, concorre para a satisfação dos seus clientes e terceiros lesados.

No âmbito deste tipo de relacionamento há a destacar as seguintes iniciativas recentes:

Protocolo APS/Brisa:
Dando continuidade ao relacionamento existente, a APS e a Brisa assinaram em abril de 2014
um novo Protocolo de regras e procedimentos a adotar no caso de acidentes de viação dos
quais resultem danos materiais nas infraestruturas desta concessionária. O novo Protocolo
procura dar resposta a questões suscitadas pelas seguradoras e pela Brisa, nomeadamente
no que respeita ao desfasamento temporal entre a ocorrência do acidente e a sua comuni-
cação à seguradora, aos auto de notícia, à peritagem dos danos e ao acompanhamento do
respetivo processo de reparação e de auditoria aos processos.

Protocolo APS/Estradas de Portugal (EP)


A APS e a EP concluíram em meados de 2015 um projeto de Protocolo de regras e pro-
cedimentos que permitirão simplificar a regularização dos sinistros e agilizar a gestão dos
processos relacionados com, por um lado, o pagamento, pelas seguradoras, dos danos ao
património rodoviário sob administração da EP e, por outro, o reembolso, pela EP, dos mon-
tantes pagos pelas seguradoras nas situações em que aquela, em consequência de acidente
de viação, deve responder pelos prejuízos causados a terceiros. Baseado no Protocolo APS/
Brisa, este projeto apresenta aspetos inovadores, como a consagração deste princípio de
reciprocidade e a criação de um sistema eletrónico de transmissão de dados, assente na
Segurnet.

AcordoS de Paralisação
Os acordos de paralisação que APS tem estalecidos com diversas associações setoriais liga-
das ao transporte rodoviário – ANTRAL, FPT, ANTRAM, AITRAM, ANTROP, ARAC e CTT – de-
finindo condições homogéneas para a indemnização de perdas decorrentes da paralisação
dos veículos dos respetivos Associados, carecem de um acompanhamento regular na atua-
lização de valores, bem como na adequação dos clausulados à dinâmica natural das várias
atividades em causa. Muito salutarmente, esta aproximação real com estas Associações e
setores tem decorrido de forma harmoniosa, incluindo na difícil conjuntura económica por
que todos eles passaram recentemente.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 92

SEGUROS
DE RESPONSABILIDADE
CIVIL GERAL
/ Seguros obrigatórios de RC

É já uma preocupação recorrente do setor a quantidade e diversidade de seguros obrigató-


rios de Responsabilidade Civil que consta e que vai sendo acrescida à legislação portuguesa,
mas não tem resposta no mercado. Na realidade, uma boa parte destes seguros não está
sequer regulamentada ou tem uma regulamentação deficitária, desrespeitando frontalmen-
te as especificidades técnicas da atividade seguradora, o que obviamente condiciona a ce-
lebração destes contratos.

Consciente da necessidade de serem garantidas condições adequadas para a exploração


dos seguros obrigatórios de responsabilidade civil, a APS desencadeou uma reflexão técnica
sobre um conjunto de pressupostos e conceitos que idealmente devem ser tidos em consi-
deração no respetivo processo legislativo e regulamentar.

Para suportar tecnicamente esta reflexão, a APS solicitou a emissão de um parecer jurídico
a um destacado especialista em direito dos seguros – Professor Pedro Romano Martinez –
onde se destaca a necessidade de salvaguardar o devido enquadramento e fundamento de
um seguro obrigatório, para o que devem ser tidos em consideração aspetos como:

/ A qualificação, o justificativo para a criação legal e o modo de constituição.

/ O âmbito, delimitação e cobertura.

/ O processo de regulamentação.

As suas conclusões, bem como outras considerações sobre o tema, têm sido partilhadas
com o mercado, nomeadamente num seminário no âmbito Jornadas sobre Seguros de Res-
ponsabilidade Civil, e com a ASF, mas a intenção é fazê-las chegar de forma mais intensa às
autoridades legislativas, a quem se dirigem fundamentalmente.

Uma boa parte dos seguros obrigatórios


de Responsabilidade Civil não está sequer
regulamentada ou tem uma regulamentação
deficitária, desrespeitando frontalmente
as especificidades técnicas da atividade
seguradora, o que obviamente condiciona
a celebração destes contratos.
ÍNDICE 06 / SEGUROS DE DANOS E RESPONSABILIDADES 93

/ Seguro de RC das Empresas / Seguro de RC das ATIVIDADES


de Segurança Privada INDUSTRIAIS

Em julho de 2014 foi publicada na 2ª Série do Diário da Re- O Decreto-Lei nº 169/2012, de 1 de agosto, que aprova
pública a Portaria nº 552/2014, a regulamentar os seguros o Sistema da Indústria Responsável (SIR), estabeleceu a
de responsabilidade civil e o seguro contra furto e roubo obrigatoriedade de celebração de um seguro de respon-
previstos no regime do exercício da atividade de segurança sabilidade civil extracontratual para garantia dos danos
privada. decorrentes do exercício das atividades das atividades de-
senvolvidos pelos industriais, pelas sociedades gestores de
O facto de a Portaria ter sido publicada na 2ª Série do Diá- Zona Empresarial Responsável (ZER) e as pelas Entidades
rio da República torna-a, do ponto de vista da APS, inefi- Acreditadas, em termos a regulamentar.
caz. Acresce que a Portaria estabelece, relativamente aos
contratos de seguro contra roubo e furto, a possibilidade Em 2013, estando já a ser preparada a revisão do referido
de serem incluídos limites de indemnização aplicáveis a diploma, a da Direção Geral das Atividades Económicas
sinistros que ocorram nalgumas circunstâncias. Como tal (DGAE) solicitou a colaboração da APS no sentido de ser
possibilidade não está prevista na respetiva lei habilitante encontrada uma solução para o correto enquadramento,
- Lei nº 34/2013, de 16 de maio - a Portaria estará a extra- em sede de Decreto-Lei, dos aspetos que a portaria deve
vasar o âmbito da habilitação concedida. regulamentar no que respeita ao seguro.

Por estes motivos, as seguradoras podem correr riscos Com este contributo do setor, foi alterado e republicado
caso ao celebrem seguros com limitações de indemniza- então, através do Decreto-Lei 73/2015, de 11 de maio, o
ção como os previstos na Portaria, uma vez que, em caso anterior diploma, introduzindo, entre diversas alterações,
de litígio, os tribunais poderão considerar como inexisten- uma nova redação no artigo 4º do Decreto-Lei que esta-
tes, por restringirem o âmbito previsto na Lei, os limites do belece o regime jurídico do SIR.
contrato, podendo obrigá-las a assumir a responsabilidade
pela totalidade do capital seguro. Esta nova redação do artigo 4.º delimita os contornos
da futura portaria regulamentar dos seguros obrigatórios
Estes aspetos, pelas implicações que podem trazer à de responsabilidade civil no que toca à definição de, de-
atuação das seguradoras na celebração dos seguros signadamente, capitais mínimos dos seguros, respetivos
obrigatórios no âmbito da atividade de segurança priva- âmbitos de cobertura, delimitações temporal e territorial,
da, foram objeto de uma exposição que a APS remeteu exclusões aplicáveis, possibilidade de estabelecimento de
ao Governo, no final de 2014, solicitando a reapreciação franquias, condições do exercício do direito de regresso e
do tema. de sub-rogação e pluralidade de seguros.
ÍNDICE 94
ÍNDICE 95

FORMAÇÃO
ACADEMIA PORTUGUESA
DE SEGUROS
QUALIFICAÇÃO DE PERITOS DE SEGUROS /97
OFERTA DE FORMAÇÃO /98
FORMAÇÃO DA ACADEMIA EM NÚMEROS /101
ÍNDICE 07 / FORMAÇÃO | ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS 96
ÍNDICE 07 / FORMAÇÃO | ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS 97

QUALIFICAÇÃO
DE PERITOS DE SEGUROS
A regulação de condições fundamentais da atividade de Ficam, assim, reunidas as condições essenciais para a promo-
peritagem de seguros, reforçando a sua profissionalização, ção regular deste curso, que terá uma importância estratégica
credibilidade e transparência, está no topo das prioridades para o referido objetivo estrutural de reforço da qualificação
do setor segurador, e numa primeira linha deste processo destes fundamentais parceiros da atividade seguradora.
vem a preocupação com a qualificação profissional dos
peritos de seguros, que exige uma formação especializada Enquanto aquele decorria, foi preparado e divulgado pelo
devidamente reconhecida pelas seguradoras. mercado o Curso de Qualificação de Peritos Averiguado-
res de Seguros de Automóvel, com uma duração idêntica
Para responder a esta necessidade explícita das suas associa- de 160 horas e para decorrer a partir de outubro de 2015.
das, a APS começou por lançar a 1ª edição do Curso de Destina-se a peritos averiguadores de seguros de automó-
Qualificação de Peritos de Seguros Patrimoniais que, com vel com experiência profissional que queiram ver os seus
uma duração de 160 horas e um programa alargado e de conhecimentos e competências reforçados e alinhados
forte incidência prática, visa formar profissionais com capa- com as expectativas das seguradoras e que queiram ver
cidade para, de forma idónea e eficiente, exercer a sua ati- reconhecida esta sua qualificação, bem como a candida-
vidade em linha com as exigências do setor segurador nes- tos a peritos que demonstrem possuir condições básicas
ta área de negócio, quer na perspetiva da avaliação, quer da para o futuro exercício desta atividade profissional.
averiguação. Com um grande envolvimento do setor segu-
rador, quer na preparação, quer na constituição do corpo O próximo curso alinhado neste grande objetivo de quali-
de formadores, esta ação especializada de longa duração ficação da peritagem de seguros incidirá sobre a área dos
mereceu uma excelente recetividade por parte do setor da acidentes de trabalho e pessoais.
peritagem, arrancando com um grupo de 26 formandos.

A regulação de condições fundamentais da atividade de peritagem


de seguros, reforçando a sua profissionalização, credibilidade e
transparência, está no topo das prioridades do setor segurador,
e numa primeira linha deste processo vem a preocupação com
a qualificação profissional dos peritos de seguros, que exige
uma formação especializada devidamente reconhecida pelas
seguradoras.
ÍNDICE 07 / FORMAÇÃO | ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS 98

OFERTA
DE FORMAÇÃO
O setor segurador português atravessa um período de
profunda mudança. Num horizonte próximo terão mudado
significativamente algumas das suas características
estruturais, quer regulatórias, quer de mercado. As
alterações na propriedade acionista de grandes operadores,
a introdução de um regime prudencial substancialmente
diferente, a reconfiguração de produtos para ajustamento
às condições macroeconómicas e prudenciais ou a
acrescida preocupação com a proteção do consumidor
são já marcas evidentes desta transformação em curso.

À Academia Portuguesa de Seguros compete, não


só acompanhar esta evolução, como nela participar
ativamente. É, aliás, nestas alturas que o setor mais precisa
da formação, em especial de uma oferta dinâmica e
inovadora que o ajude a percorrer todo este trajeto de
adaptação.

De alguma forma, o ano de 2014 refletiu já este contexto,


por exemplo com a realização de todo o ciclo de formação
especializada em Solvência II ou com a maior incidência
de programas dirigidos à inovação e novos mercados, e
normalmente com uma participação elevada do setor.

A oferta de Formação
Presencial para 2015 continua
a procurar responder de forma
abrangente às necessidades
do setor, combinando ações
de curta e de média duração,
programas em áreas técnicas
e em áreas comportamentais
e formatos interempresas e
intraempresa.
ÍNDICE 07 / FORMAÇÃO | ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS 99

É nestas alturas que o setor mais precisa da formação,


em especial de uma oferta dinâmica e inovadora que o ajude
a percorrer todo este trajeto de adaptação.
O desafio passa, pois, por aprofundar a oferta da e comercialização de programas à medida.
Academia nestas áreas em especial progresso, onde se
revelam as maiores necessidades de desenvolvimento Ao nível da qualidade, a Academia Portuguesa de Seguros,
de competências. Não é um desafio pequeno, porque enquanto Entidade Acreditada, está a assegurar os
são, tipicamente, áreas com uma experiência menos necessários procedimentos para dar resposta aos requisitos
consolidada, o que dificulta o desenho de programas e a do Sistema de Certificação das Entidades Formadores em
seleção de formadores. Mas a aposta passará mesmo por vigor, alinhando o seu sistema de gestão da formação
aqui, até porque dificilmente outras entidades, que não a com as melhores práticas na matéria, nomeadamente
APS, conseguirão preencher cabalmente um espaço de a Norma NP 4512:2012, de modo a preparar o processo
formação com este nível de especialização e atualidade. para obtenção de Certificação na referida Norma após
obtenção da Certificação por parte da DGERT.
Para tal, continua a contar com a proximidade e o
envolvimento das Comissões Técnicas e restantes órgãos Uma nota final para sublinhar o empenho da APS no
de trabalho da Associação, que representam uma mais valia reforço das relações de afinidade com os mercados da
ímpar da atividade da Academia Portuguesa de Seguros. CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa),
alguns dos quais têm revelado um extraordinário esforço
A oferta de Formação Presencial para 2015 continua a de qualificação dos seus quadros. E é com enorme
procurar responder de forma abrangente às necessidades satisfação que a Academia vem participando no processo
do setor, combinando ações de curta e de média duração, de desenvolvimento destes mercados, respondendo com
programas em áreas técnicas e em áreas comportamentais toda a dedicação às necessidades de formação que lhe
e formatos interempresas e intraempresa. vão sendo apresentadas.

Mas é dedicado um esforço acrescido ao desenvolvimento


de programas que explorem novos mercados, novos
riscos e novos produtos, bem como de programas que
abordem áreas em transformação, como a Solvência II, a
distribuição, a conduta de mercado e a fraude, para além
de outras que dependem de avanços legislativos.

No que respeita à Formação a Distância (elearning e


No que respeita à Formação
blearning), a APS conserva o seu objetivo de manter uma a Distância (elearning e
oferta de cursos de elevada qualidade com as mais recentes
alterações legislativas e técnicas. Neste sentido, em 2015
blearning), a APS conserva o
está a ser efetuado mais um conjunto de atualizações dos seu objetivo de manter uma
conteúdos pedagógicos dos cursos em formato elearning.
oferta de cursos de elevada
Ainda no que diz respeito à formação em elearning, qualidade com as mais recentes
permanece a aposta na oferta de serviços de alojamento
na plataforma da APS e de consultoria para customização e
alterações legislativas e
conceção de conteúdos online, assim como na promoção técnicas.
ÍNDICE 07 / FORMAÇÃO | ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS 100
ÍNDICE 07 / FORMAÇÃO | ACADEMIA PORTUGUESA DE SEGUROS 101

Em 2014, a área de formação


elearning da Academia
Portuguesa de Seguros
organizou 123 ações de
formação e ministrou
formação a 1.736 eformandos.
FORMAÇÃO
DA ACADEMIA contrário do ano anterior, não se realizaram em 2014
cursos de longa duração, que influenciam decisivamente

EM NÚMEROS este indicador.

Neste contexto, o volume de receitas diretas da formação


Em 2014, a Academia Portuguesa de Seguros ministrou presencial aumentou 17% em 2014, depois de ter
formação a mais de 3.000 participantes no conjunto das aumentado também 17% em 2013.
190 ações que organizou.
Em 2014, a área de formação elearning da Academia
Na formação presencial, 2014 foi um ano de significativo Portuguesa de Seguros organizou 123 ações de formação
crescimento, tal como já sucedera em 2013. Este e ministrou formação a 1.736 eformandos.
crescimento teve ainda a virtude de ocorrer nas áreas
de formação de maior perfil técnico e no modelo Tal como em anos anteriores, os Cursos para Qualificação
interempresas. de Mediadores são os mais representativos da oferta
formativa, registando o maior número de formandos
O número de cursos desenvolvidos (grande parte deles inscritos - de 1.575, entre os quais 1.328 eformandos
desdobrados em módulos) ascendeu a 67, mais 16% do que obtiveram a Certificação enquanto Mediador de Seguros.
em 2013. Este número distribui-se de forma relativamente
homogénea entre cursos de Ramos de Seguros (19), de Os restantes Cursos promovidos - Curso Geral de Seguros,
Outras Áreas Técnicas (22) e de Competências Transversais Gestão Técnica do Ramo Vida e Gestão Técnica do Ramo
(26), refletindo um incremento substancial das duas Acidentes de Trabalho, contaram com a participação de
primeiras classes. 116 eformandos, ao longo de 29 ações de formação.

Mais significativa ainda foi a expansão do número de No ano de 2014, foi ainda lançado o Curso Contabilidade
formandos, que atingiu 45% (para 1.297). Não obstante, o Técnica de Seguros - Plano de Contas para as Empresas
volume de formação (somatório global da carga horária de Seguros, que foi frequentado por 45 formandos nas
de todos os formandos) diminuiu 15%, uma vez que, ao modalidades elearning, blearning e Workshop Presencial.

Na formação presencial, 2014 foi um ano de significativo


crescimento, tal como já sucedera em 2013. Este crescimento teve
ainda a virtude de ocorrer nas áreas de formação de maior perfil
técnico e no modelo interempresas.
APS / Associação Portuguesa de Seguradores

Rua Rodrigo da Fonseca, 41


1250-190 Lisboa | Portugal

T. 213 848 100


F. 213 831 422

aps@apseguradores.pt
www.apseguradores.pt

Conceção e paginação /Zincodesign


Impressão e acabamentos /Ondagrafe
Depósito Legal nº /283097/08
Nº de exemplares /500

SETEMBRO 2015

S-ar putea să vă placă și