Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
grau:........................................
São Paulo,____de______________de______ .
______________________________
Membro
______________________________
Membro
ii
Dedico este trabalho ao meu filho,
João Francisco.
iii
Agradecimentos
iv
Sonhar o sonho impossível;
Lutar o inimigo insuperável;
Ser paciente com a tristeza insuportá-
vel;
Correr para onde não ouse ir;
Corrigir erros incorrigíveis;
Amar, puro e ingênuo,
de longe;
Tentar, quando seus braços estiverem
muito cansados,
alcançar a estrela inalcançável.”
Don Quijote de La Mancha
Miguel de Cervantes
v
Resumo
um método que utilize drogas anestésicas em doses suficientes para produzir a perda
A eutanásia deve ser segura e irreversível. O método escolhido deve minimizar o medo
dor. Pode ser realizada por métodos físicos e químicos. O metabolismo das drogas é
basicamente o mesmo nas diferentes espécies, porém, os efeitos podem ser completa-
mente distintos para cada organismo, em função das doses, da fisiologia, do porte e do
temperamento animal.
vi
Abstract
Euthanasia is the human death of an animal executed by the means or a method that
agony; a method that makes the use of anesthetic drugs in doses highly sufficient to
The methods to be used must adapt the following criteria: ability to induce loss of con-
scious and death without causing pain, agony, anxiety or distress; time required to in-
species, age and health state. It can be realized by chemical and/or physical methods.
The metabolism of the drugs is basically the same on different species, but its effects on
the animal’s body can completely distinct from one another, because of the different
dosages, the animal’s physiology, size and behavior, amongst other reasons.
It is recommended that the registry of the euthanasia’ methods are correctly done, to
ensure the compatibility with the acceptable guidelines of use on animals and humanita-
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................12
2. FISIOLOGIA DA EUTANÁSIA .................................................................................................14
3. CRITÉRIOS PARA EUTANÁSIA HUMANITÁRIA .................................................................16
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS ......................................................................................................17
4.1 CFMV - RESOLUÇÕES ....................................................................................................18
4.2 EUTANÁSIA: NOVAS DIRETRIZES ..............................................................................18
4.3 O QUE DIZ A ATUAL RESOLUÇÃO DO CFMV ...........................................................19
4.4 CONSIDERAÇÕES ANIMAIS .........................................................................................19
4.5 O SOFRIMENTO ANIMAL ..............................................................................................21
5. AS CINCO LIBERDADES ..........................................................................................................22
6. MINIMIZANDO A DOR E A ANGÚSTIA ................................................................................22
7. COMPORTAMENTO ANIMAL .................................................................................................23
8. COMPORTAMENTO HUMANO ...............................................................................................23
9. MÉTODOS DE EUTANÁSIA .....................................................................................................25
9.1 MÉTODOS FÍSICOS .........................................................................................................25
9.2 CONCUSSÃO CEREBRAL ..............................................................................................26
9.3 DECAPITAÇÃO ...............................................................................................................26
9.4 TIRO ..................................................................................................................................27
9.5 MÉTODOS QUÍMICOS ....................................................................................................28
9.6 ANESTESIA GERAL ........................................................................................................29
9.7 BARBITÚRICOS ..............................................................................................................30
9.8 CLORETO DE POTÁSSIO ...............................................................................................30
9.9 T-61 ....................................................................................................................................30
9 . 10 HIDRATO DE CLORAL ...................................................................................................31
9 . 11 CO2 ....................................................................................................................................32
9 . 12 ÉTER E O CLOROFÓRMIO .............................................................................................32
9 . 13 CCH ...................................................................................................................................33
9 . 14 MONÓXIDO DE CARBONO (CO) ..................................................................................33
10 . ATENÇÃO REDOBRADA .........................................................................................................34
11 . ESCOLHA DO MÉTODO ...........................................................................................................34
12 . FAUNA E REGULAMENTOS....................................................................................................38
13 . ANIMAIS DE VIDA LIVRE .......................................................................................................41
14 . AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS DE EUTANÁSIA ...................................................................42
15 . REFLEXÕES SOBRE ANESTESIA E EUTANÁSIA ................................................................42
16 . PEIXES.........................................................................................................................................43
16 . 1 PROTOCOLOS E ORIENTAÇÕES ..................................................................................43
16 . 2 MÉTODOS PRIMÁRIOS DE EUTANÁSIA EM PEIXES ...............................................44
Tricaino-metano-sulfonato (MS-222, TMS, Finquei®, Tricaine-S®) ..........................................44
Benzocaína (etil-p-aminobenzoal) ................................................................................................46
viii
Etomidato e Metomidato ..............................................................................................................46
Antibióticos ..................................................................................................................................47
Dióxido de Carbono (gás).............................................................................................................47
16 . 3 MÉTODOS SECUNDÁRIOS DE EUTANÁSIA PARA PEIXES ....................................48
Pentobarbital Sódico .....................................................................................................................48
Etanol ...........................................................................................................................................49
Formalina......................................................................................................................................50
Anestesia Química e Congelamento Profundo .............................................................................50
Anestesia Química e Atordoamento .............................................................................................50
Inalação (Gás) ...............................................................................................................................51
16 . 4 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANASIA ...........................................................................51
Decapitação e Transfixação da medula espinhal na região occipital ............................................51
Atordoamento (Concussão Craniana) e Decapitação ...................................................................52
Atordoamento (Eletrocussão) e Decapitação ................................................................................52
Deslocamento Cervical .................................................................................................................53
Decapitação e Congelamento Rápido ...........................................................................................53
Sangria ..........................................................................................................................................54
16 . 5 MÉTODOS ACEITÁVEIS PARA EUTANASIAR PEIXES ............................................54
Congelamento (Morte Gelada) .....................................................................................................54
Asfixia ..........................................................................................................................................54
17 . ANFÍBIOS ....................................................................................................................................55
17 . 1 AGENTES INALATÓRIOS E DIÓXIDO DE CARBONO ...............................................55
17 . 2 AGENTES INJETÁVEIS ..................................................................................................55
17 . 3 MÉTODOS TÓPICOS .......................................................................................................56
17 . 4 MÉTODOS FÍSICOS .........................................................................................................57
Esfriamento ..................................................................................................................................57
18 . RÉPTEIS ......................................................................................................................................58
18 . 1 MÉTODOS QUÍMICOS ....................................................................................................58
Agentes Inalatórios e Dióxido de Carbono ...................................................................................58
Agentes Injetáveis ........................................................................................................................58
Procedimentos de Eutanásia com dois Estágios ...........................................................................60
18 . 2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...........................................................................61
Resfriamento e Congelamento......................................................................................................62
19 . AVES ............................................................................................................................................63
19 . 1 MÉTODOS QUÍMICOS DE EUTANÁSIA ......................................................................63
Barbitúricos ..................................................................................................................................63
19 . 2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...........................................................................64
Deslocamento Cervical .................................................................................................................64
20 . MARSUPIAIS ..............................................................................................................................65
20 . 1 DIPROTODONTIA ...........................................................................................................65
20.1.1 COALAS ..............................................................................................................65
20.1.2 POSSUMS ...........................................................................................................66
21 . ROEDORES, LAGOMORFOS E OUTROS PEQUENOS MAMÍFEROS .................................67
21 . 1 AGENTES ADMINISTRADOS POR VIA PARENTERAL .............................................68
22 . PARA PEQUENOS MAMÍFEROS .............................................................................................70
CO2 e Eutanásia ...........................................................................................................................70
ix
Eutanásia por Isoflurano ...............................................................................................................72
22 . 1 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...........................................................................72
22 . 2 MÉTODOS FÍSICOS PARA COELHOS ..........................................................................73
22 . 3 CASOS ESPECIAIS ..........................................................................................................74
22 . 4 MÉTODOS INACEITÁVEIS DE EUTANÁSIA ..............................................................74
23 . PRIMATAS NÃO-HUMANOS ...................................................................................................75
23 . 1 MÉTODOS QUÍMICOS DE EUTANÁSIA ......................................................................75
23 . 2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...........................................................................76
24 . CARNÍVOROS ............................................................................................................................76
24 . 1 MÉTODOS QUÍMICOS DE EUTANÁSIA ......................................................................76
24 . 2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...........................................................................78
24 . 3 OUTRAS CONSIDERAÇÕES ..........................................................................................80
25 . MEGA-VERTEBRADOS ............................................................................................................81
25 . 1 MÉTODOS QUÍMICOS DE EUTANÁSIA ......................................................................82
Barbitúricos ..................................................................................................................................82
KCl (Cloreto de Potássio) .............................................................................................................83
25 . 2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...........................................................................83
Tiro ...............................................................................................................................................83
Sangria ..........................................................................................................................................84
25 . 3 MÉTODOS ADJUNTIVOS PARA EUTANÁSIA ............................................................84
26 . UNGULADOS .............................................................................................................................85
26 . 1 MÉTODOS QUÍMICOS DE EUTANÁSIA ......................................................................86
KCl (Cloreto de Potássio) .............................................................................................................88
Cloreto de Succinilcolina..............................................................................................................88
26 . 2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...........................................................................89
Arma de Penetração Cranial .........................................................................................................90
Tiro ...............................................................................................................................................91
26 . 3 OUTROS MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ..........................................................93
27 . ELEFANTES ................................................................................................................................93
27.1.1 MÉTODOS QUÍMICOS PARA EUTANÁSIA ......................................................93
27.1.2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...............................................................94
28 . RINOCERONTE ..........................................................................................................................95
28.1.1 MÉTODOS QUÍMICOS DE EUTANÁSIA ..........................................................95
28.1.2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...............................................................95
29 . HIPOPÓTAMO ............................................................................................................................96
29.1.1 MÉTODOS QUÍMICOS DE EUTANÁSIA ..........................................................97
29.1.2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA ...............................................................98
30 . CONCLUSÃO ..............................................................................................................................99
31 . BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................100
32 . ANEXO I ....................................................................................................................................102
33 . ANEXO II ..................................................................................................................................103
x
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
WCS Wildlife Euthanasia Chamber - Método autorizado e regulamentado pela AVMA. ......... 38
xi
1. INTRODUÇÃO
derivado do grego: eu (bom) e thanatos (morte); “boa morte” ou “morte apropriada”. Enten-
de-se por eutanásia o ato de uma pessoa causar deliberadamente a morte de outra que está
em sofrimento. Neste último caso, a eutanásia seria justificada como forma de evitar o so-
frimento prolongado de uma doença (ROCHA, 2007). Sendo este ato uma associação de
processos e ações. O termo não se adéqua ao processo de abate de animais com a finalidade
devem ser considerados pelo veterinário ou pessoa responsável antes da escolha do método.
das espécies apresentam peculiaridades que podem requerer rapidez e eficiência na morte
para prevenir tensão, trauma auto-induzido, dano para outros animais ou o público, e outros
resultados indesejáveis.
xecutado por meio de um método que produza inconsciência rápida e subseqüente morte
sem evidência de dor ou agonia, ou um método que utilize drogas anestésicas em doses sufi-
(INSTITUTIONAL..., 2002).
1
Antônimo = Distanásia – Morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento (Ver Dic. Aurélio).
12
Outros critérios usados para avaliar um determinado método, de conformidade com os
para as pessoas que executam a eutanásia e segurança para estas últimas (INSTITUTIO-
NAL..., 2002).
mormente as motivadas por razões humanitárias, a morte do animal não é contestada, assim
como nos casos em que isso represente a obtenção de alimentos de origem animal. Em am-
bos os casos, os procedimentos a serem seguidos devem obedecer a critérios que suprimam
o sofrimento animal.
Médicos veterinários, biólogos e profissionais afins lidam com situações que reque-
rem a eutanásia de animais trazidos por terceiros ou de animais sob a sua guarda e responsa-
meios clínico-cirúrgicos ou que, por outro lado, representam gastos injustificáveis, diante do
O Journal of the American Veterinary Medical Association foi um dos primeiros pe-
sobre os procedimentos a serem adotados com relação ao bem-estar animal; que servem
13
como referência às universidades, países e continentes de modelo sobre os procedimentos a
serem adotados com relação à eutanásia (REPORT...., 2001 apud OLIVEIRA, ALVES e
REZENDE, 2008).
2 . FISIOLOGIA DA EUTANÁSIA
sos dos nociceptores periféricos alcançam um córtex cerebral funcional associado a estrutu-
gênio, íons de potássio, purinas, histamina, bradicinina, e os leucotrienos, assim como cor-
rentes elétricas.
Impulsos nociceptivos gerados por estimulação nociva são conduzidos por fibras pri-
márias de nociceptores referentes tanto à medula espinhal quanto ao sistema cerebral, e duas
ceptivos são medidos em nível medular, enquanto vias nociceptivos ascendentes transportam
medula. Por exemplo, é de conhecimento clinicamente geral que nocicepções reflexivas me-
diadas pela medula podem se manter intactas devido a lesão espinhal compressiva ou com-
14
Em todos os casos, estimulações nocivas não são tidas como dor em animais ou hu-
manos conscientes, porque a atividade nesses caminhos ascendentes dando acesso a centros
corticais mais elevados é suprimida ou bloqueada. É, por isso, incorreto substituir o termo
‘dor’ por estimulação nociva, receptores, reflexos, ou caminhos, porque o termo inclui pro-
cessos sensoriais mais intensos associados com percepção consciente. A dor é subjetiva no
sentido de que indivíduos podem diferenciar suas percepções de intensidade de dor assim
Dor pode ser amplamente categorizada como sensorialmente discriminativa, onde sua
origem e estímulo causadores são determinados como motivacionais e afetivos e que a seve-
mos similares aos usados para processar outras conexões sensorialmente discriminativas e
pertar comportamental, e cortical, assim como conexão talâmica para o cérebro frontal e
sistema límbico, para a percepção de desconforto, medo, ansiedade e depressão. Redes neu-
rais motivacionais afetivas também lideram conexões fortes com o sistema límbico, hipotá-
lamo e sistema nervoso autônomo para a ativação reflexiva dos sistemas cardiovascular,
claro se as estruturas anatômicas necessárias estão presentes para que essas criaturas sintam
a dor como nós, mamíferos. Cérebros de peixes são dominados por componentes cerebrais e
peixe tem respostas físicas e psicológicas a estimulações nocivas, e em muitos casos possui
nente da percepção da dor e neuropeptídeos podem ter apenas funções não-analgésicas. Indi-
ferentemente da incerteza científica da capacidade desse animal de sentir dor, a ética racio-
nal dita que é melhor errar para o lado da precaução e assume que esses animais sentem dor,
xões nociceptivas ascendentes e bloqueio de processo cerebral cortical devem ser aplicados a
cia e morte, que requeiram o mínimo de contenção, que evitem a excitação dos animais e
lho Federal de Medicina Veterinária), estabelecem critérios para a prática da Eutanásia Hu-
que sofreram graves injúrias e em animais de zoológico. A eutanásia para fins de controle
16
populacional sofre pressões da opinião pública, no sentido de salvar ao invés de destruir os
animais. Uma vez que a eutanásia de animais de zoológicos pode chamar a atenção pública,
as atitudes e as respostas devem ser consideradas em qualquer tempo que seja realizada
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS
(1) habilidade para induzir perda de consciência e morte sem causar dor,
(3) confiança;
(5) irreversibilidade;
carcaça.
17
4.1 CFMV - RESOLUÇÕES
apóia a mudança está descrito nas considerações da própria norma, que considera a “cres-
tanásia em todas as pesquisas que envolvam animais. No que tange ao abate de animais para
(ANEXO I), publicada no DOU em 25/02/2008 (verificar tabela no ANEXO III), que cons-
em várias espécies animais. Esta resolução acabou por modificar a já conhecida Resolução
CFMV 714/2002 (ANEXO II), que dispunha sobre os procedimentos de eutanásia em ani-
18
mais. A alteração é louvável, pois demonstra a constante preocupação e sensibilidade do
A prioridade deve ser em executar uma morte indolor e, se possível, livre de angústia.
As Técnicas de eutanásia devem resultar em perda rápida de consciência seguida por apreen-
19
são cardíaca e respiratória. A técnica deve minimizar angústia e ansiedade do animal antes
se), ser confiável, reprodutível, simples de administrar, seguro para o operador e, na medida
REZENDE, 2008).
Conforme Oliveira, Alves e Rezende (2008), a eutanásia pode ser vista sob várias
perspectivas:
e morte rápida;
ques emocionais;
esperados do ensaio;
• Para a saúde pública o método não deve deixar resíduos dos produ-
(CFMV, 2008), enfocou basicamente os mesmos critérios e conceitos aqui referidos. Acres-
20
centou que, a eutanásia é uma das práticas mais delicadas e difíceis com a qual se depara o
médico veterinário e que não é dada a relevância que merece, delegando-se a responsabili-
dade a auxiliares não preparados. Há divergência de opinião no meio científico e fora dele
considerados podem causar sofrimento quando são praticados por indivíduos nervosos e não
2008).
que estão por trás da dor animal – dor esta que varia em sua percepção e expressão de espé-
cie para espécie – porém ela é uma realidade biológica. Por sua vez, o sofrimento constitui
nimal possa comunicar-se (vocalizações, atitudes posturais e faciais, sinais químicos) se pe-
de algo mais objetivo, como uma experiência do tipo emocional. Frente a este dilema prático
surge a proposta ética de Bem Estar Animal, em que os profissionais das ciências veteriná-
21
rias, em conjunto com governos e ONG's, tem concordado desde a década de sessenta com a
implantação de protocolos de medição e controle para obter o dito ‘bem estar’ nas áreas de
5 . AS CINCO LIBERDADES
que serão confinadas, permitindo, mediante o desenho arquitetônico das instalações, o equi-
pamento e o manejo que suas necessidades biológicas, teológicas e psicológicas possam ser
Deve-se dar atenção especial aos modos para minimizar fontes de angústia, que inclu-
em: redução da exposição à presença humana e a outros animais que poderiam ser percebi-
dos como predadores; vocalizações de tensão; odores de sangue e ferormônios e outras se-
creções corporais que podem servir como fontes de ansiedade e apreensão a animais que
22
7 . COMPORTAMENTO ANIMAL
A expressão facial e a postura corporal que sinalizam vários estados emocionais dos
tais e fisiológicas a estímulos nocivos incluem os seguintes sinais: vocalização que denota
angústia, tentativa de fuga, agressão defensiva, salivação, emissão de urina, de fezes e esva-
esquelética traduzidas por tremores, calafrios e espasmos musculares. Algumas dessas rea-
ções podem ocorrer em animais conscientes e inconscientes. O medo pode causar imobilida-
de em algumas espécies, particularmente coelhos e galinhas, o que não deve ser interpretado
como inconsciência, quando o animal está de fato consciente. Sempre que possível, outros
animais da mesma espécie não devem estar presentes durante a eutanásia, uma vez que a
8 . COMPORTAMENTO HUMANO
tiva de animais, devem ser consoantes com a prática aceitável. Segundo Thurmon et al.
23
a segunda, as pessoas envolvidas na eutanásia coletiva, como por exemplo para
a terceira, que diz respeito às pessoas que lidam com a eutanásia de animais de
laboratório.
ou forte insatisfação em trabalhar, que podem ser expressas por habitual falta ao trabalho,
DE, 2008).
Não são raros os casos em que pesquisadores, técnicos e estudantes, desenvolvem afe-
tividade por um determinado animal ou grupo de animais que haverão de ser submetidos à
eutanásia ao final do experimento, para a avaliação precisa dos resultados. O rodízio das
24
9 . MÉTODOS DE EUTANÁSIA
Pode ser realizada por métodos físicos e químicos. As técnicas devem ser seguidas da
pelo menos nos primeiros momentos, uma vez que algumas drogas podem provocar apnéia
antes da parada cardíaca. Em geral, este fato ocorre nas anestesias profundas, principalmen-
NESOTA, 2008).
Métodos físicos nas mãos de um operador qualificado são rápidos e assim uma opção
humanitária (AVMA, 2001). O benefício principal para uso deste método de eutanásia é que
Demandam
Contenção
Precisao na execução
Tipos Usuais
Concussão
Deslocamento Cervical
Decaptação
25
Eletrocussão
Armas de fogo
jeto contundente na região frontal da cabeça. Tem sido praticada na eutanásia de ruminantes,
como bovinos, caprinos e ovinos, e de suínos e coelhos. Quando executada com eficiência,
por pessoas treinadas, produz a inconsciência imediata, minimizando o sofrimento dos ani-
mais. Pode ser seguida de secção medular na região atlanto-occipital, antes da sangria. É um
método que exige ambiente adequado, sem a presença de pessoas simplesmente motivadas
9.3 DECAPITAÇÃO
pessoal é crítico, não somente por esses aspectos, mas porque demanda adequada contenção
dos animais.
A decapitação, deve ser sempre substituída por outros procedimentos, por se tratar de
um recurso condenável por muitas pessoas. O deslocamento cervical é utilizado para as aves
passeriformes e camundongos e produz efeito imediato, sem aparente sofrimento dos ani-
26
mais. A eletrocussão produz depressão direta do cérebro e morte por parada respiratória e
sas. Pode ser aceitável, se realizada sob sedação profunda ou mesmo anestesia geral. É um
9.4 TIRO
Tiro é um dos meios aceitáveis de eutanásia para animais selvagens. Isto requer que o
operador seja especialista em tiro, utilizando arma de fogo e munição apropriadas para de-
terminada espécie. O projétil deve necessariamente atingir o cérebro para que a morte ocorra
de imediato. Um animal pode ser fatalmente atingido depois de ser física ou quimicamente
capturado. Na captura de animal selvagem livre, são utilizados dardos para longas distâncias
O procedimento deve ser conduzido por pessoal adequadamente treinado, que siga um
método indicado para cada espécie. Em procedimentos sucessivos, quando se tratar de gru-
pos de animais a serem submetidos a eutanásia ao mesmo tempo, torna-se difícil minimizar
estresse generalizado e crescente, com danos para cada um deles, inclusive podendo afetar
27
A arma de fogo é o método mais provável para causa de acidentes. Atiradores devem
mirado, em respeito ao protocolo de segurança. Os locais indicados para atingir o animal são
o pulmão e a região de coração, já que poucas pessoas têm capacidade de atingir um animal
na cabeça a uma distância maior que 25 metros, enquanto que, apontando para o coração ou
pulmão a probabilidade de êxito é maior. É melhor atirar de dorsal para ventral, do que de
uma posição lateral, e identificar as vértebras por meio de palpação. A meta é cortar a coluna
vertebral e espinha dorsal tão perto do crânio quanto possível para causar decapitação. A
arma pode ser encostada ou colocada nas vértebras do pescoço para assegurar a precisão do
tiro. Evite mirar a traquéia ou vasos sanguíneos principais, pois só resultaria em sufocamen-
evitar, as agulhas devem permanecer encapsuladas até o momento da sua aplicação. Além da
necessidade de antecipar movimento súbito do animal que fica mais propenso a reação ines-
Quando KCl (Cloreto de Potássio) for administrado para eutanásia de animais selva-
gens livres, deve se preocupar em retirar as carcaças contaminadas, pois há risco de toxici-
28
Demandam
Contenção
Equipamentos especiais
Conhecimentos específicos
Uma anestesia geral inadequada e sem o pleno conhecimento dos efeitos no animal
gem anestésica constitui um dos métodos mais aceitos para a eutanásia de animais, indepen-
dente da espécie e do porte, quando realizadas por pessoas treinadas e conscientes do ato a
para a eutanásia. A pesquisa que exigir procedimentos anestésicos para a sua execução, sem
comprometer os resultados, quase sempre contará com informações suficientes para orientar
o pesquisador na escolha da droga mais recomendável para cada caso. É praticamente im-
29
9.7 BARBITÚRICOS
sido utilizados em nosso meio para a eutanásia de eqüinos e de caninos. O tiopental é a dro-
ga de escolha para induzir ou para complementar a eutanásia, por sua rápida ação e por não
provocar excitação. Uma vez alcançado o estado de inconsciência, o processo pode ser fina-
Na espécie eqüina a pré-medicação pode ser substituída pela administração intravenosa rápi-
quando a dose alcança cerca de 100mg/kg de peso vivo. O tiopental é administrado até a
cessação dos batimentos cardíacos. A apnéia, geralmente, antecede a parada cardíaca e não
deve ser o parâmetro único a ser considerado (OLIVEIRA, ALVES e REZENDE, 2008).
9.9 T-61
embutamida é um agente narcótico potente que promove rápida inconsciência pela depres-
são geral do Sistema Nervoso Central; o mebezônio bloqueia a placa motora dos músculos
30
esqueléticos, provocando o relaxamento dos mesmos e paralisia do diafragma, suprimindo
palmente quando o composto é injetado pela via torácica. Nas doses recomendadas, provoca
a morte do animal em poucos minutos. Quando a dose é insuficiente, os animais ficam para-
que a morte foi instantânea e sem sofrimento (OLIVEIRA, ALVES e REZENDE, 2008).
fiscalização que quem detém esse tipo de droga, pela sua potência e perigos que oferece.
porte, pois requer aparelhagem específica e mão de obra muito especializada, além de ser
9 . 10 HIDRATO DE CLORAL
31
9 . 11 CO2
sob condições especiais, quando se dispõe de uma câmara dimensionada e ambiente condi-
Quando se trata de animais maiores, como o coelho, a indução é mais difícil e a ad-
método de baixo custo, relativamente eficaz e dispensa mão de obra especializada (OLI-
9 . 12 ÉTER E O CLOROFÓRMIO
O éter e o clorofórmio não são adequados para a eutanásia de animais de grande porte,
pelo mesmo motivo dos agentes halogenados. Poderiam até mesmo, ser utilizados para a
drogas que agem rápido além de produzirem desconforto e agitação nos animais. Nas condi-
ções em que geralmente são usadas, como em campânulas ou caixas, são prejudiciais para a
32
saúde humana, por serem, principalmente, hepatotóxicas e cardiotóxicas e, no caso do cloro-
fórmio, carcinogênico. São drogas muito irritantes e, com referência ao éter, facilmente in-
flamável e explosivo, além do que as carcaças dos animais devem ser deixadas ao ar livre
para liberar os vapores, antes de serem cremadas (OLIVEIRA, ALVES e REZENDE, 2008).
9 . 13 CCH
pré-carga do gás, abrindo-se um pouco a válvula do cilindro por cerca de 30 segundos e evi-
por cerca de 60 segundos; esperar de 3-5 minutos, para o animal parar de se mover e de res-
pirar. As pupilas devem estar dilatadas e o globo ocular fixo. A morte ocorre devido à parada
aves serão submetidas à eutanásia, pode ser necessário um sistema de circulação para evitar
O monóxido de carbono (CO), apesar de ser relativamente rápido e eficaz para a euta-
násia de aves, por se combinar com a hemoglobina, altas concentrações de CO podem ser
fatais para o homem. Deve ser usado na forma pura e comprimido em cilindros. O uso de
33
CO obtido da exaustão de veículos é inadmissível, inclusive pelo fato de ter temperatura
10 . ATENÇÃO REDOBRADA
ministração intravenosa de ar, éter, clorofórmio, formol e substâncias afins. Do mesmo mo-
Se o animal não estiver morto, deve-se recarregar a câmara e aguardar outros 5 minu-
tos, ou abrir a cavidade torácica para provocar um pneumotórax, tendo certeza de que o a-
11 . ESCOLHA DO MÉTODO
vos, em função dos objetivos pretendidos com a eutanásia. Estes parâmetros podem ser de-
34
pois conjugados para a valorização global, onde os diferentes métodos são classificados or-
denadamente na escala de zero a cinco, segundo a qual a não utilização do método é repre-
sentada pelo valor zero. Os demais valores indicam níveis de aceitação para determinados
DE, 2008).
ções da DG XI, da Comissão das Comunidades Européias, de acordo com Close et al.,
Os valores expressos nas tabelas acima indicam que um método que exija pessoal al-
tamente qualificado tende a não ser o ideal, por comprometer o valor final. Assim, um méto-
do rápido (+1), eficaz (+1), aceitável para a maioria das pessoas (+1) e sem perigo para o
operador (+2) seria ideal se pudesse ser praticado por pessoas com pouca ou nenhuma espe-
35
cialização, para ser altamente recomendado. Isso é, talvez, o que se procura na eutanásia dos
rem, no mínimo, alguma especialização por parte de quem os executa, uma vez que deman-
da algum conhecimento dos efeitos das possíveis drogas utilizadas e contenção mais com-
plexa, com maior risco para o operador, além de exigir ambientes especialmente destinados
método de eutanásia a ser adotado, uma vez que as periculosidades e a não aceitação pela
maioria das pessoas podem gerar discussões, mesmo quando o método é rápido, eficaz e
2008).
tável para a eutanásia, com base em princípios morais e éticos (OLIVEIRA, ALVES e RE-
ZENDE, 2008).
násia para peixes, anfíbios, aves e coelhos, segundo a revisão feita por. Outras espécies ani-
36
mais também foram contempladas e aqui deixam de ser mencionadas (OLIVEIRA, ALVES
e REZENDE, 2008).
Peixes Anfíbios
AGENTE RAP ESP EFI SEG EST VG AGENTE RAP ESP EFI SEG EST VG
Benzocaina +2 -1 4-2 4-2 4-2 5 Benzocaína +2 -1 +2 +2 +2 5
Etomidato 4-2 -1 4-2 4-2 4-2 5 Concussão +2 -1 +2 +2 -1 5
Metomidato +2 -1 4-2 4-2 4-2 5 Pentobarbital Sódico +1 -3 +2 +1 +1 4
Concussão 4-2 -2 4-1 4-2 -1 4 Destruição Medular +2 -3 +2 +2 -1 3
Quinaldina +2 -1 +2 4-1 4-2 4 T-61 +1 -3 +2 +1 +1 1
Pentobarbital Sódico +2 4-2 4-2 4-1 4-2 4 Co 2 +1 -1 +\ +2 +1 \
Destruição Medular +2 -3 4-2 4-2 -1 3 Decapitação -1 -1 -1 +2 -1 0
Halotano +1 -1 4-1 4-2 4-2 2 Hipotermia -1 -1 -1 +2 +1 0
Decapitação -2 4-2 -1 1 Hipertermia -1 +2 +1 0
Retirar a -1 0 4-1 4-2 -1 0 Exanguinação -1 -2 -1 +2 -1 0
Agua
Hipotermia -1 0 -1 4-2 4-1 0
Hipertermia -1 0 -1 4-2 -1 0
Dióxido -1 -1 -1 4-2 -1 0
Aves Coelhos
AGENTE RAP ESP EFI SEG EST VG AGENTE RAP ESP EFI SEG EST VG
Pentobarbital Sódico +2 -2 4-2 4-1 4-2 5 Anestésicos. Halogenados +2 -1 4-2 4-1 4-1 5
Deslocação Cervical +2 -3 +2 4-2 -1 4 Pentobarbital Sódico +2 -2 42 4-1 4-2 5
Dióxido Carbono +2 -1 4-2 4-2 4-1 4 Concussão +2 -3 4-2 4-2 -1 4
Anestésicos. Halogenados +2 -1 4-2 4-1 +2 4 Deslocam. Cervical +2 -3 4-2 4-2 -1 4
T-61 4-2 -3 4-2 4-1 +2 4 T-61 Estilete Cativo 4-2 42 -3 -3 4-2 4-1 4-2 4- 43
Concussão 4-2 -3 4-2 4-2 -1 3 Decapitação 4-1 -2 +2
+1 4-1
4-2 1
-1 3
Óxido Nitroso 4-1 -1 4-1 4-1 4-1 2 Choque Eléctrico Microondas +2 4-2 -1 -3 4-1 -1 -1 + 1 3
Monóxido Carbono 4-1 -1 4-1 -1 4-1 2 Dióxido Carbono 4-1 -1 4-2
4-1 4-2
42 4-1 2
Choque Eléctrico +1 -2 4-1 -1 -1 2 Monóxido de Carbono 4-1 4- -1 -1 4-1 4- -1 -1 4-2 -1 22
Cloreto Potássio 4-1 -1 4-1 -1 -1 2 Cloreto de Potássio
Congelação Rápida 1
4-1 -1 1
4-1 4-2 4-1 1
Esmagamento Nuca -2 4-2 -1 0 Azoto -1 -1 4-1 4-2 -1 0
Decapitação -2 4-2 -1 0 Oxido Nitroso -1 -1 4| 4-1 4-1 0
as: Rapidez - RAP, Especialização - ESP, Eficácia - EFI, Segurança - SEG, Estética - EST e
37
12 . FAUNA E REGULAMENTOS
to profissional e dentro das normas. Dependendo de treinamento especifico para que ocor-
ram apenas em situações especificas cumprindo as normas. É vital o entendimento dos inte-
ção Federal cabe ao poder público, mas também a coletividade. A Constituição Federal, de 5
de Outubro de 1988 em seu Título VIII da Ordem Social, Capítulo VI do Meio Ambiente,
Artigo 225 determina que "Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibra-
do, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
ções. Esta mesma Constituição em seu § 1.º diz que para assegurar a efetividade desse direi-
to, “incumbe ao poder público proteger o Meio Ambiente adotando iniciativas como: prote-
38
ger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
Devido a esta incumbência legal, é que o poder público possui órgãos específicos para
proteção do meio ambiente como o IBAMA e o ICMBio a nível federal, órgãos diretamente
fauna, a lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 dispõe sobre as sanções penais e administra-
fala sobre dos crimes contra a fauna, mencionando que matar, perseguir, a fauna sem a devi-
da autorização pode levar a prisão entre seis meses a um ano. O Art. 32 desta lei fala que
praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais selvagens leva a detenção de três
meses a um ano mais multa. Este artigo, provavelmente, é o mais diretamente relacionado
Outras leis e normas existem para garantir o bem-estar animal e para proteger a fauna
Estabelece medidas de proteção aos animais. Seu art. 3º define quais os atos e situa-
ções que são considerados como maus-tratos. É um decreto com força de lei devido à sua
publicação ter sido feito na época em que o Poder Executivo tomou para si as premissas do
Poder Legislativo.
39
DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941
Lei das Contravenções Penais, que aplica as regras gerais do Código Penal.
"Art 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo; Pena – pri-
§ 1.º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, re-
aliza, em lugar público ou exposto ao público, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.
Estabelece medidas de defesa sanitária animal. Prevê as situações nas quais um ani-
mal deve ser sacrificado para salvaguardar a saúde pública ou por interesse da defesa sanitá-
ria animal.
Declara, entre outras coisas que, todos os animais têm o direito: à proteção do homem
e de não ser explorado por ele; de não ser submetido a maus tratos e crueldades; de viver em
(animais que trabalham para o homem); de não ser usado para o divertimento do homem, o
DE 2002 que dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais. Uma RESO-
Diversos estados também possuem normas e regras próprias para proteção da fauna
como GO, PR, RS, SC, ES e SP além do DF. Ou seja, os estados da federação também po-
panhar a política nacional sobre a fauna, que dispõe sobre o Conselho Nacional de Proteção
a Fauna - CNPF.
livre e espécies exóticas para atividades de pesquisa com animais doentes, feridos ou mori-
vida livre em condições de campo. Sob tais condições, armas de fogo podem ser os meios
41
mais apropriados para matar mamíferos de grande porte, e algumas espécies de aves, de
Eutanásia deve ser considerada para animais individuais que não possam ser reinte-
grados à natureza para que não causem mal a si mesmo e à saúde de qualquer outro ser; ou
se não existir nenhuma alternativa de cura. Eletrocussão é o método apropriado para animais
para aves e pequenos mamíferos, porém a viabilidade de usar tais técnicas sob condição de
campo é difícil.
primários, barbitúricos, T61, cloreto de potássio, ou CO2. A maioria desses agentes são subs-
tâncias controladas que são reguladas de perto e a disponibilidade delas pode ser limitada.
Tais substâncias podem não ser uma boa opção para executar eutanásia em animais de vida
a escolha da metodologia a ser adotada para a anestesia geral de uma espécie animal, para a
mesmo nas diferentes espécies, mas os efeitos no organismo podem ser completamente dis-
42
tintos, em função das doses, da fisiologia, do porte e do temperamento animal, dentre outros
fatores.
Alguns exemplos podem ser citados: a morfina promove profunda depressão em ratos
e coelhos, mas causa tremores e convulsão em camundongos e gatos; a dose de xilazina para
a sedação de um cão é praticamente igual a do eqüino e dez vezes a dose necessária para
16 . PEIXES
16 . 1 PROTOCOLOS E ORIENTAÇÕES
para alcançar morte humanizada. Métodos secundários utilizam uma combinação de com-
postos ou técnicas para alcançar morte humanizada, como concussão cranial resultante em
decapitação.
veis. Isso não implica que um método seja superior a outro. De fato, os desafios para deter-
minar quando um peixe alcançou paradas respiratória e cardíaca irreversíveis, devem sugerir
que mais de um método de eutanásia deve ser utilizado em qualquer situação prática para
assegurar a morte.
43
Independente se o peixe é capaz de sentir dor, os métodos usados para assegurar mor-
te em peixes devem minimizar estresse e tempo até que a morte seja confirmada. A perspec-
terminologia usada para descrever o método. Por exemplo, o termo eutanásia – significando
morte boa ou fácil – é tipicamente usado por veterinários finalizando a vida de peixes do-
soas leigas matando peixes para consumo humano ou recreação, e o termo matador de pei-
xes é usado para descrever pessoal de campo matando peixes usando peixicida, por exem-
MS-222 tem ação rápida e efetiva quando o peixe é imerso na solução, porém, va-
nação da água. Em águas com salinidade ou densidade mais altas, a eficiência do MS-222
deve diminuir, sendo assim, a dosagem deve ser aumentada. O MS-222 é uma droga tipo
benzocaína, que age depreciando o sistema nervoso central. O uso deste composto é con-
siderado a forma humanizada mais efetiva para matar peixes. MS-222 é solúvel em água
44
tanto salgada quanto doce, mas requer neutralização com agentes de diluição (por exem-
sódio para MS-222 em água fresca para reduzir irritação e dano causado pela acidez de
soluções de MS-222. Em algumas espécies, a eutanásia pode ser alcançada com níveis tão
MS-222 precisam ser >250mg/L para a eutanásia. Peixes devem ser deixados na solução
por pelo menos 10 minutos, mas isso depende da espécie. Para peixes maiores (>6cm),
um concentrado de solução em MS-222 diluído pode ser jorrado com ajuda de seringa
dentro das guelras em concentrações maiores que usuais em soluções para imersão. Inje-
ções de MS-222 devem ser evitadas em peixes, pois é refletivo e rapidamente excretado
pelas guelras. Este produto é caro e pode causar proibição para maiores populações de
peixes. Peixes submetidos a eutanásia por MS-222 não são apropriados para consumo
humano.
o método mais fácil e confiável. Esses animais podem ser difíceis e perigosos para lidar e
requerem níveis maiores de MS-222 do que outras espécies mesmo assim, anestésicos
injetáveis devem ser usados para imobilizar o animal antes do uso de MS-222 para a eu-
tanásia.
Aconselha-se deixar o peixe imerso na solução de MS-222 até que a parada respira-
tória ocorra, seguida por deslocamento cervical, sangria, decapitação ou outros métodos
45
Benzocaína (etil-p-aminobenzoal)
Benzocaína tem ação rápida, efetiva, e tem atividade e estrutura química similares
te, hidroclorido de benzocaína é mais solúvel em água, mas pode reduzir o pH; nesse ca-
so, diluição pode ser requerida com essa formulação. A dose recomendada de benzocaína
para eutanásia é >250mg/L para que o peixe seja mantido pelo menos 10 minutos no a-
quário. Doses mais altas com duração mais longa de exposição podem ser requeridas para
águas de temperatura mais baixas e para peixes maiores. Peixes mortos por benzocaína
não são apropriados para consumo humano, pois esse medicamento não é aprovado pela
Etomidato e Metomidato
Esses agentes hipnóticos não barbitúricos agem depreciando o sistema nervoso cen-
tral. Eles são altamente solúveis em água e agem rapidamente para realizar eutanásia em
0.4mg/L e 10mg/L para anestesiar peixes. O uso mais recomendado é de 10mg/L e o pei-
xe deve ser mantido na solução por, no mínimo, 10 minutos constantes observados a par-
tir do último movimento opercular. Peixes submetidos a eutanásia com ambos compostos
46
Antibióticos
fere na respiração celular. É considerado mais letal, porém menos acessível, economica-
mente, do que o rotenone. A dose varia entre 1 e 120 ppb (ug/L) dependendo da espécie-
alvo. O uso mais comum de antimicina é para erradicar peixes de escama de tanques de
criação de bagres do tipo cat-fish; entretanto doses mais altas de antimicina também ma-
tam os peixes sem escamas. A toxidade da antimicina pode variar dependendo da alcali-
Agency (EPA) como pesticida para erradicar peixes, não podendo ser adquirido ou usado
sem uma licença específica. Comumente utilizada para realizar eutanásia em grandes popu-
concentrações maiores de CO2 podem causar estresse severo. Não é recomendado o uso de
CO2 para a eutanásia de peixes, pois isso incita atividades intensas (por exemplo, nado errático)
sugestão de irritação ou estresse antes da perda de consciência e é de ação lenta. A única fonte
aceitável de CO2 é cilindro de gás comprimido, pois outros métodos de geração de CO2 não são
47
O uso de cilindro de CO2 comprimido é prático para situações de cativeiro; biólogos
Seltzer Gold ® ou produtos genéricos similares (exceto aspirina), que agem como irritante bran-
quial, são apropriados para realizar eutanásia em peixes. Vantagens de métodos químicos de
Gelo seco é outro método alternativo de geração de CO2 para a eutanásia de peixes,
apesar de que a dosagem a temperatura da água onde o peixe se encontra são difíceis de con-
trolar. Como este método é primariamente utilizado em cenários de pesquisa, métodos alter-
nativos são preferíveis. Onde o uso de CO2 é requerido, o uso de suprimento cilíndrico é
recomendado. Peixes devem permanecer na solução por 10 minutos a partir do último mo-
vimento opercular observado. Peixes submetidos a eutanásia por CO2 são seguros para con-
Pentobarbital Sódico
central não seletivo. Para a eutanásia de peixes a dose recomendada varia entre 60-
bital sódico pode ser irritante para tecidos e fonte de desconforto para animais; o tempo pode
sódico têm sido usadas, também, em aquários de peixes cartilaginosos, porém com resulta-
dos variados.
Deve-se anestesiar usando tanto imersão quanto injeção de sedativos para reduzir es-
parenteral das soluções pentobarbital e fenobarbital são alcalinas e, por isso, irritantes ao
tecido, anestesiar o animal antes da aplicação do barbitúrico pode ajudar a diminuir o des-
conforto. Peixes submetidos a eutanásia por pentobarbital sódico não são apropriados para
consumo humano.
o pentobarbital sódico é usado para a eutanásia. A sedação inicial é feita com droga injetá-
vel, a qual deve-se imobilizar elasmobrânquios para uma profundidade onde o estresse é
Etanol
Etanol não é considerado um anestésico aprovado e pode ser irritante aos tecidos. Si-
tuações onde o etanol pode ser apropriado como segundo passo de um procedimento de eu-
tanásia inclui peixes que são primeiro acalmados e depois eletrocutados em casos de campo.
49
Formalina
eutanásia apropriado. Em circunstâncias onde regras de pesquisas pedem que peixes vivos
sejam colocados em formalina, o peixe deve ser anestesiado profundamente com MS-222 ou
outro método aceitado, antes de colocado na solução. Exposição à formalina causa um risco
de saúde para o pessoal que deve ser minimizado ou elminiado de forma prática.
O animal deve ser induzido a um plano antestésico profundo induzido por imersão em agen-
mentos devem estar dentro dos parâmetros requeridos para este método.
método de atordoamento.
50
Inalação (Gás)
Halotano e isoflurano são agentes hidrocarbono fluorados que agem no sistema ner-
voso central.Tipicamente eles tem uma forma líquida pura e requerem um aparato especial
para vaporizar o líquido na hora do uso. O efeito desses compostos inalatórios e a dose se
relacionam ao ataque rápido quando as doses adequadas são alcançadas; contudo, os gases
dose de 4ml/L é recomendada quando usada em água, ou o gás deve ser borbulhado na água
Em adição a morte deve ser certificada por meios secundários (por exemplo: decapi-
meio do uso destes compostos não são apropriados para consumo humano.
ção de objeto como agulha, por exemplo, no cérebro do animal de baixo para cima por meio
xação da medula espinhal na região occipital deve ser realizado imediatamente após o ator-
51
doamento para decapitação, pois o sistema nervoso central do peixe é tolerante a condições
hipóxicas e hipotensivas. Transfixação da medula espinhal na região occipital não pode ser
usado quando avaliação histológica do sistema nervoso central é desejado. Pessoal deve ser
treinado para utilizar este tipo de técnica apropriadamente de forma humanizada, o que pode
Concussão craniana de forma humanizada envolve uma pancada única, direta e certei-
ra à parte de trás da cabeça. A morte deve ser certificada por decapitação, transfixação da
medula espinhal na região occipital ou outro método indicado. Este método deve ser realiza-
Pessoal treinado e qualificado deve usar corrente elétrica como um meio não letal de
atordoamento momentâneo e captura de peixe de água fresca sob condições de campo. Para
a eutanásia seguindo captura do animal por meio de eletrocussão, enquanto o peixe está pro-
ção da medula espinhal na região occipital, eletrocussão posterior ou outro método apropria-
O método de eletrocussão de peixes deve usar Corrente de Pulso Direto (DC) porque
minimiza os danos ao peixe. Corrente Alternada (AC) estimula contração dos músculos e
52
induz tétano, ao invés de anestesiar o animal, e deve ser evitada. Cuidados devem ser toma-
dos para evitar corrente elétrica excessiva que possa ferir ou colocar em risco tanto os opera-
dores quanto o animal. Em particular, a mortalidade de anfíbios e peixes pequenos que não
sejam alvos deve ser minimizada. Maiores discussões garantiram o estabelecimento de re-
minimiza a efetividade do choque elétrico em peixes marinhos. Corrente elétrica não é ge-
Deslocamento Cervical
ximo à cabeça do peixe. A morte deve ser certificada por decapitação e transfixação da me-
dula espinhal na região occipital ou algum outro método. Este método deve ser realizado por
em nitrogênio líquido é aceitável. Pessoal deve ser treinado com procedimentos, cuidados de
53
Sangria
A sangria é a remoção de todo o sangue do animal por meio de punção severa ao co-
ração ou artéria como o pedúnculo caudal em peixes pequenos, ou maiores com um ou mais
arcos de guelras. Sangria é aceitável apenas quando usado como método secundário e reali-
zado em conjunção com outros meios (por exemplo, anestesia profunda ou atordoamento).
Esta técnica de combinação pode ser usada em peixes de qualquer tamanho. Peixes que so-
freram este tipo de eutanásia são apropriados para consumo humano se CO2 ou outro método
é acreditado que o congelamento lento não diminui a habilidade do peixe de sentir dor e isso
prolonga o período de consciência. Sendo assim, errando para o lado de diminuição do des-
Asfixia
54
17 . ANFÍBIOS
Agentes inalatórios não são recomendados para uso em anfíbios terrestres, devido à
de gases anestésicos absorvidos são insuficientes para induzir anestesia ou morte. Exposição
exposição requerido para a eutanásia é prolongado. Dióxido de carbono pode irritar tecidos
17 . 2 AGENTES INJETÁVEIS
anfíbios. Babitúricos podem ser administrados via intra-cardíaca ou via intravenosa, causan-
causar a morte dentro de 30 minutos. Barbitúricos podem irritar tecidos, causar desconforto
55
Administração de pentobarbital dentro do espaço linfático subcutâneo pode demorar
até 30 minutos para causar a morte. A taxa de distribuição por essa via pode ser afetada pela
função do coração, e pode não ser aconselhável no caso de falha ou mal funcionamento des-
ses órgãos ou onde apresente acumulação de fluidos subcutâneos. Barbitúricos não devem
ser usados onde carcaças podem ser consumidas por outros animais ou humanos subseqüen-
cialmente.
celomática (>200mg/Kg) ou por imersão. Soluções tricainas são ácidas e devem ser neutrali-
zadas com bicarbonato de sódio para prevenir irritação cutânea. Administração intra-
mortem. Seguida por parada respiratória, a remoção do coração é recomendada para confir-
mar a morte quando é feito o uso de MS-222. Esse método pode ser prático em condições de
17 . 3 MÉTODOS TÓPICOS
água, enquanto benzocaína deve ser dissolvida em acetona ou etanol (100mg/L). Benzocaína
é cara, pode não ser fácil de encontrar, e não é usada comumente. Imersão em etanol tem
56
sido documentada como um tipo de eutanásia para anfíbios. Aplicação ventral de gel com
20% de benzocaína (Oragel, Del Pharmaceuticals, Uniondale, New York) é um meio aceitá-
vel de eutanásia. Como etanol não é considerado um anestésico aprovado e pode ser irritante
para tecidos, anfíbios devem ser submetidos a eutanásia por meios alternativos a menos que
anfíbios é necessário para eliminar o potencial de toxidade secundária para outros animais.
17 . 4 MÉTODOS FÍSICOS
só devem ser usados após agentes anestésicos apropriados. Atordoamento feito por pessoal
bem treinado e com habilidades, é seguido por decapitação ou arremesso, tem sido conside-
rado aceitável com exceções, e é um método prático quando outras opções estão indisponí-
veis.
Esfriamento
tecidos que podem ser dolorosos e é também conhecido por diminuir a dor inicial desses
anfíbios. Congelar pequenos (<40g) espécimes conscientes de maneira bem rápida, como
completa imersão em nitrogênio líquido, tem sido sugerido como método aceitável de reali-
57
zar eutanásia em anfíbios. Como esse método deve resultar em morte instantânea ou quase
18 . RÉPTEIS
18 . 1 MÉTODOS QUÍMICOS
O uso de anestésicos voláteis, dióxido de carbono ou óxido de nitrogênio não são re-
comendados para a eutanásia de répteis, pois essa classe de animais possui taxas respirató-
rias relativamente baixas. A presença de substâncias diferentes no gás inspirado pode levar o
um ponto em que a inspiração do gás anestésico não seja adequada para induzir estado anes-
tésico, fazendo com que este método de eutanásia seja ainda mais difícil de se completar. O
para quelônios devido à habilidade deste grupo de prender a respiração e resistência genérica
Agentes Injetáveis
zado de eutanásia para répteis. Seu uso tem sido registrado para tartaruga gopher (Gopherus
58
e Lampropeltís zonata multifasciata. O método de administração e a espécie afetarão o tem-
e intra-cardíaca fornecerão distribuição mais rápida, mas o local da injeção intravenosa pode
causar efeito na rapidez da distribuição. Injeções no aspecto caudal do corpo não distribuirão
tão rápido quanto à injeção feita usando as veias de aspecto cranial do corpo, a via intra-
cardíaca ou seno occipital venoso. Rapidez de distribuição também pode ser afetada pelo
sistema nervoso central ou remoção do coração podem ser necessárias para prevenir possível
recuperação do metabolismo quando barbitúricos são usados como método primário para
liadas. Estes métodos devem ser considerados apenas se o acesso vascular for imprático,
adição, essas vias de administração atrasarão o período de tempo até que a eutanásia seja
de doença como colemite. Resultados de exames post-mortem podem ser afetados por admi-
Barbitúricos não devem ser usados onde carcaças possam ser consumidas subseqüen-
cialmente por humanos ou animais, e são substâncias controladas que não estão universal-
mente disponíveis. Esses dois fatores podem limitar o uso de barbitúricos para realizar euta-
ria para certificar a segurança do pessoal (por exemplo quando trabalhando com animais
perigosos ou venenosos). Propofol tem sido recomendado para a indução da anestesia antes
maioria dos métodos físicos de eutanásia. Resíduos de tecidos que poderiam servir como
fonte secundária de toxicidade e a disponibilidades limitada destas drogas para algum pesso-
al servem como restrições que devem ser levadas em consideração quando empregando es-
derado aceitável como método único de eutanásia; porém, tais agentes podem ser usados
como compostos seguros para restrição de algumas espécies, como crocodilos, para proce-
dimentos médicos de rotina. Onde a segurança humana ou outros fatores ditam o uso de blo-
queador neuromuscular para a restrição de répteis, o estresse psicológico deve ser minimiza-
risco de saúde ao pessoal, deve ser utilizado apenas se ocorrer risco de acidente e só deve ser
60
O uso de uma dose alta de agente cardioplégico como a lignocaína – ou lidocaína –
hidroclorídica, e sais K+, ou Mg+ têm sido recomendados seguindo o uso de barbitúricos em
quelônios. Pode ser necessário para prevenir a recuperação do metabolismo do agente, pois a
apnéia sozinha não é suficiente para causar morte. Utilização desta combinação tem sido
Métodos físicos para realizar eutanásia em répteis, como atordoamento elétrico, des-
fogo, e devem geralmente ser usados como parte de eutanásia de dois estágios e são melho-
res reservados para situações emergenciais, ou o uso em animais que serão utilizados para
Métodos físicos também requerem equipamento que seja totalmente operacional e pessoal
mal.
Decapitação tem sido condenada inaceitável como método único de eutanásia para
quelônios e só é aceitável quando os répteis são rendidos inconscientes por outros métodos
por até uma hora após a decapitação. Similarmente, o cérebro de crocodilos podem funcio-
nar com níveis de oxigênio baixos e foi provado que se mantém funcional após sangrias por
61
mais de uma hora. Como conseqüência, armas de fogo ou penetração de armas pontudas
Métodos físicos de eutanásia podem ter efeitos remanescentes em animais usados para
consumo humano. Quando usado de forma imprópria ou em alguns casos quando usado de
forma correta, estes métodos podem levar a estresse, resultando em contagem bactericida
alta na carne, mesmo com altos padrões de higiene pós-abate. Se munição guiada for utiliza-
da, medidas devem ser tomadas para assegurar que toxidade secundária causada por consu-
rebro, assim como tiro de arma de fogo ou uso de pistola pneumática de abate para crocodi-
los, é considerado método aceitável, com exceções. Essas exceções são baseadas na segu-
alvos devem ser consultadas quando esses métodos forem usados em répteis. Estes métodos
devem oferecer os melhores meios de realizar eutanásia em répteis sob condições de campo,
Resfriamento e Congelamento
dos espécimes, mas não tem mostrado nenhuma redução de dor. Congelamento é considera-
do doloroso devido à formação de cristais de gelos na pele e nos tecidos. Existem também
evidências de que o congelamento pode induzir dano ocular e cerebral dolorosos. Conse-
62
qüentemente, hipotermia não é considerada um meio aceitável de realizar eutanásia em rép-
teis.
19 . AVES
Muitos protocolos podem ser usados, mesmo quando o proprietário de uma ave doen-
Agentes inalatórios podem ser usados como pré-medicações para. Anestesia inalatória
permite imobilização e um plano suave de anestesi, pois o uso de barbitúricos como agente
único para eutanásia pode resultar em bater de asas, outros movimentos desfavoráveis ou
Barbitúricos
Uma gama de barbitúricos está disponível para realizar eutanásia. Doses de barbitúri-
cos variam para espécies, idade, e estado de saúde da ave. Barbitúricos podem precipitar
cessário para causar morte podem causar efeitos adversos em patologia post-mortem.
dos para administração parenteral estão disponíveis como sais de sódio que são alcalinos e
63
podem irritar tecidos, sendo assim, causando dor. Administração de barbitúricos via intrave-
co não for experiente na prática, e pode ser ofensiva a um dono que assista o procedimento,
sendo que as aves devem ser profundamente anestesiadas antes da injeção intracardíaca ou
escolha irá variar dependendo da ave (exemplo, canário ou avestruz), mas a contenção deve
ser realizada por uma pessoa informada para evitar angústia ou ferimentos tanto à ave quan-
to ao pessoal. A ave deve ser monitorizada durante a eutanásia para controlar o processo e
certificar sua administração correta. É também essencial que a morte seja verificada depois
da eutanásia para evitar descarte inadvertido de uma ave vivo que esteja em narcose profun-
da.
Deslocamento Cervical
Para pequenas aves não-domesticadas (<100g), deslocamento cervical pode ser usado
como um método de eutanásia. Pessoal deve ser treinado e eficiente com a técnica.
64
20 . MARSUPIAIS
20 . 1 DIPROTODONTIA
20.1.1 COALAS
Coalas de espécies selvagens requerem manuseio e cuidado restritos, pois eles têm
garras muito afiadas e mordida traiçoeira que pode facilmente atravessar a palma de uma
mão humana. Coalas podem ser incentivados a descer de uma árvore balançando uma ban-
deira com uma longa vara bem acima da cabeça deles. Se estiver em uma altura alcançável,
as patas de trás ficam cravadas na vara. O coala é removido da árvore e baixado até o chão,
onde as pernas são desgarradas da vara. O Coala agora é amarrado pelos pulsos e tornoze-
los, tomando o cuidado de manter a mão de quem estiver realizando o procedimento fora do
alcance da boca do animal. A maioria dos coalas de cativeiro fica tranquilamente nesta po-
sição sem relutar, e o acesso intravenoso é viável pela veia cefálica. Coalas selvagens po-
dem requerer uma forma alternativa de contenção, devido a sua natureza hostil. Agarrar o
coala pela nuca com uma mão e dorsalmente próximo à pélvis com a outra, permite a re-
moção do mesmo de uma árvore sem riscos de lesão causada nem pelas garras e nem pelos
dentes. O animal pode ser então colocado em um saco de estopa onde a administração in-
(0.25 mg/Kg intra venoso ou 0.5 mg/Kg IM) pode ser usado para reduzir estresse e relutân-
nada com cetamina (10-15mg/Kg) IM. Pode ser usado tanto em coalas cativos quanto nos
65
selvagens. Para a eutanásia, podem ser usadas as veias cefálica, safena lateral ou jugular
20.1.2 POSSUMS
Eutanásia para animais pequenos como Cercartetur lepidus e Tarsipes rostratus, en-
tre outros, pode ser realizada de maneira similar à de ratos e camundongos domésticos. Ina-
lação de CO2 ou injeção intra-peritoneal de barbitúricos podem ser usados, contanto que
evitar dor associada à irritação do peritônio pela alta alcalinidade do barbitúrico concentra-
do.
censis (190-300gr) podem morder e o deve-se tomar cuidado restringindo o animal pren-
dendo sua cabeça entre o polegar e o anular, com o indicador no topo da cabeça. O corpo
do animal deve estar então espalmado. Sedação é mais facilmente alcançada usando aneste-
sia inalatória e uma máscara fácil de tamanho médio como câmara de indução. cetamina
(20mg/Kg) ou tiletamina + zolazepam (10mg/Kg) IM têm sido usados para induzir aneste-
técnica é recomendada para evitar dor associada a irritação do peritônio causada pela alta
Kg) e outros, podem ser muito agressivos, principalmente os selvagens. Eles são melhor
capturados com o saco de estopa e uso de luvas grossas. Administração de tiletamina + zo-
66
lazepam (10mg/Kg) ou xilazina (5-6mg/Kg) em conjunto com cetamina (15-30mg/Kg) IM
por meio do saco de estopa, fornecerá boa sedação. Também tem sido recomendada a ad-
ministração de cianeto de potássio via oral por meio de iscas de pasta de glicose e canela ou
em comprimido, porém medidas devem ser tomadas para evitar a ingestão acidental por
Este capítulo considera espécies nas seguintes ordens: Roedores, ratos e camundon-
gos; Lagomorfos, coelhos e lebres; e outros mamíferos de tamanho corporal similar. Quando
• Administração de CO2;
• Sangria;
67
bilidade respiratória física.
pode ser difícil de alcançar para animais conscientes, e a restrição física requerida pode ser
das anteriormente neste documento; porém existe uma necessidade maior de discussão para
experiência, a administração de solução diluída com base em barbitúrico 1:1 sem água para
mamíferos pequenos <500g, usando uma 25-gauge ou agulha menor inserida por meio do
minutos. Uma única inserção da agulha usando este método resulta em angústia, relutância
como halotano ou isoflurano possa ser usado para induzir anestesia. Este procedimento re-
preso em um recipiente sem pressões como armadilha ou amarras, oxigênio pode ser forne-
cido por meio de uma máquina anestésica e o recipiente colocado dentro de um saco plástico
para manter o ar preso. Um anestésico gasoso pode então ser introduzido em alta concentra-
68
ção e taxas de fluxo de oxigênio resultando em rápida perda de consciência do animal. Mi-
nimizando o tempo até a morte diminui o tempo de indução. O processo de câmara de indu-
ção produz grandes quantidades de vapor anestésico e é melhor realizado em áreas de exce-
zador anestésico e transporte para tal equipamento, resultaria em estresse aumentado para o
animal, o método open drop – colocação do animal em um receptáculo fechado com materi-
al absorvente embebido com anestésico – pode ser utilizado para administrar o vapor anesté-
sico. Em ordem de reduzir a exposição do operador ao vapor anestésico, esta técnica deve
ser realizada ao ar livre, sob teto, ou em áreas com excelente ventilação. Com o método open
drop, um recipiente transparente – para permitir observação do animal –, sólido com apro-
ximadamente 2-4 vezes o volume do animal é necessário. O volume deve ser grande o sufi-
ciente para providenciar concentrações adequadas de oxigênio para que o animal não sofra
hipóxia antes da perda de consciência, é melhor que o volume extra seja vertical do que ho-
rizontal, para diminuir a exposição do operador ao vapor anestésico e para assegurar que o
animal recobre consciência antes de consumir uma porção significante de oxigênio no reci-
piente, o máximo de massa corporal recomendada para esta técnica é de 1,0 Kg.
sem angústia prolongada ou indevida, injeção anestésica apropriada para a espécie pode ser
administrada por via parenteral e o animal solto em um recipiente de segurança até que fique
inconsciente.
69
22 . PARA PEQUENOS MAMÍFEROS
sumido, a anestesia pré-eutanásia não é possível sem adulterar o alimento. Existem duas
categorias básicas para eutanásia que são usadas para animais que serão mortos para fins
com contato humano, assim apenas procedimentos que causem mínima perda de consciência
são aceitáveis.
CO2 e Eutanásia
tiver prática em executar este procedimento. Em geral, a administração de CO2 nas mãos de
um operados qualificado é tido como uma opção humanizada. Ainda existe controvérsia
sobre o uso de CO2 como agente único para eutanásia, pois existem evidências sobre roedo-
res pequenos que apresentaram aversão à entrada em ambientes com CO2 elevado, sendo
assim, são mais prováveis de sofrer estresse quando submetidos a eutanásia usando este mé-
todo.
O uso de argônio resulta em menos aversão, porém existe um receio de que animais
possam sofrer estresse, pois a perda de consciência é precedida por hipoxemia e estimulação
ventilatória. Quando for usado CO2 como método de eutanásia, a carcaça é segura para con-
sumo. Quando realizado de forma correta, o método é considerado um meio aceitável e efe-
70
tivo para realizar eutanásia em um grande número de mamíferos pequenos para serem usa-
Os detalhes a seguir devem ser considerados quando CO2 for usado para realizar euta-
násia:
• Quando CO2 é administrado para alcançar alta concentração, deve produzir perda
cosas podem ser associadas à dor. Para perda rápida de consciência sem hipóxia,
recomenda-se uma concentração de 70% de CO2. Para que o operador possa obser-
var se o animal perde consciência antes de sofrer hipóxia ou estresse deve-se preen-
mortos. Isso pode ser alcançado documentando paradas respiratória e cardíaca por
71
• Recuperação indesejada da eutanásia do animal é informada ao Office of Labora-
tory Animal Welfare (OLAW) para laboratórios de pesquisas custeados pelo go-
ções tomadas.
As considerações acima para a realização de eutanásia com CO2 podem ser difíceis de
Algumas instituições zoológicas têm usado isoflurano para induzir anestesia profunda
em mamíferos pequenos que serão usados como alimento, seguido pela administração de
cloreto de potássio administrado por via intravenosa ou intra-cardíaca como segunda fase da
eutanásia. Estes animais são congelados subseqüentemente por pelo menos um mês antes do
consumo. Este processo é utilizado para matar parasitas encasulados e assim prevenir trans-
missão para espécies em cativeiro quando consumidos. Este período de tempo também apa-
renta permitir que o isoflurano se dissipe, baseado na ausência de sinais clínicos de toxidade
de animais alimentados com essas carcaças. Mesmo assim, pesquisas sobre a dissipação e
ausência de seus efeitos em longo prazo nos animais alimentados devem ser realizadas.
Métodos físicos são aceitáveis apenas se o operador for habilitado em realização pro-
fissional do método a ser usado, e equipamento empregado deve estar limpo e em excelente
72
estado. Sendo assim, métodos físicos são consideráveis humanizados e swift. O maior bene-
fício deste método é que a carcaça é segura para consumo. Em adição, o método quando
realizado corretamente é uma forma humanizada e de custo efetivo para realizar eutanásia
em grandes números de pequenos mamíferos para serem usados como comida. O método
minimizado eliminando a platéia, pistas visuais ou olfativas fazem o animal saber que outros
animais foram submetidos a eutanásia naquele local. A melhor forma é manter os animais
em uma área separada e familiar antes da eutanásia. Limpar muito bem a área da eutanásia e
do equipamento entre um animal e outro é essencial para remover odores e sangue que po-
a morte;
• Armadilhas mortais. Isso talvez não se encaixe nas definições específicas de euta-
násia ou termos alternativos para morte humanizada, mas pode ser aplicável.
73
• Deslocamento cervical ou decapitação
elétrica e que ela passe diretamente por meio do cérebro. O operador deve ser alta-
mente treinado para que esta técnica seja humanizada e segura para o operador. Este
22 . 3 CASOS ESPECIAIS
Existem casos onde mamíferos selvagens podem ficar presos em locais que não seja
acessível para resgate humano. Se estes animais estiverem sofrendo e não houver esperança
para resgate ou fuga, a opção mais humanizada será que um profissional especializado atire
no animal na cabeça ou outro local que resulte em morte rápida. Risco de lesão ao operador
que são considerados pestes, têm sido debatidos. Entre esses métodos que não encontram
74
mento; afogamento; ou outros meios mecânicos de asfixia; e embolia pulmonar (AAZV,
2006).
23 . PRIMATAS NÃO-HUMANOS
veis como sais sódicos que são alcalinos e podem irritar tecidos perivasculares, resultando
em dor. Sendo assim, administração intravenosa é preferível, quando possível. Se a via intra-
cardíaca for escolhida, o animal deve ser anestesiado profundamente ou estar inconsciente.
ver adequadamente contido fisicamente ou treinado para aceitar injeção intravenosa para que
75
Com equipamento apropriado, uma super-dose de agentes inalatórios é um método
sevoflurano (em ordem de preferência). Óxido nitroso pode ser usado combinado a agentes
de indução rápida, porém não produz efeito anestésico quando usado sozinho. O custo e a
um método físico. Imobilização química por meio do uso de cetamina ou combinação alfa2-
são métodos anestésicos aceitáveis para a realização da eutanásia. Com níveis profundos de
sedação, eutanásia humana pode ser alcançada com o uso de pneumotórax ou sangria bilate-
ral.
24 . CARNÍVOROS
alizar eutanásia na maioria dos carnívoros sob quase todas as circunstâncias. Individuais
menores podem ser presos em redes ou armadilhas e transferidos para uma câmara onde
entendimento da farmacologia dos agentes e do sistema empregado para o uso de tais com-
postos.
Animais que não podem ser presos em jaulas com um estresse mínimo, sem risco para
o animal ou pessoas envolvidas com a captura, devem ser tranqüilizados por meio de dardos
ou captura anestésica, contenção e eutanásia eventual. Existem formalidades que citam re-
gimes de imobilização física para uma grande variedade de espécies. Quando o uso dessas
para a droga que for utilizada, pois doses eficazes podem variar entre diferentes situações de
imobilização (por exemplo, em cativeiro contra vida livre, diferenças de temperatura ou tipo
mas resulta também um processo desnecessariamente longo e caro. O método mais comum é
um processo de dois estágios para sedar o animal com dardo intra-muscular seguido de solu-
recomendadas no rótulo devem ser seguidas pela quantidade mínima por peso, e a hora da
morte determinada por auscultação ou monitorização dos sinais vitais deve ser confirmada e
super-dose pode causar a administração do agente eutanástico extremamente difícil por co-
lapso das veias com um tranqüilizante alfa2-agonista. Algumas vezes, o estado debilitado do
animal, assim como os efeitos de drogas tranqüilizantes necessárias para a captura do ani-
mal, tornam difícil ou impossível a aplicação intravenosa de outras drogas. Enquanto houver
77
anestesia, sedação profunda ou inconsciência, a eutanásia pode ser alcançada por injeção
eutanásia podem ser usados para completar o processo. Angústia e desconforto ao animal
põem dificultar o controle com métodos aprovados sob condições de campo. Sendo assim,
drogas que normalmente não seriam aprovadas para uso como succilcolina intramuscular,
podem ser consideradas para uso onde o bem estar do animal pode ser melhorado. Experts
em veterinária e drogas agendadas podem não estar prontamente disponíveis ao pessoal li-
dando com a eutanásia em locais remotos de vida livre. É essencial que o pessoal esteja trei-
nado e conheça a diferença entre tranqüilizante e anestésico, para ter conhecimento das dro-
gas que induzem cada estado e para reconhecer os diferentes níveis de profundidade relacio-
nados à anestesia. Este fator é crítico se agentes químicos ou físicos secundários adjuntivos
forem empregados, e que não sejam considerados um método primário aceitável de eutaná-
sia.
dois estágios após agentes químicos que tenham sido administrados para captura e retenção,
de animais anestesiados; todos aprovados para animais domésticos e aceitáveis quando feitos
locamento cervical não deve ser feito em animais de peso >200g – 1Kg, dependendo da es-
78
pécie. Estes métodos e outros, incluindo sangria, são considerados métodos adjuntos quando
feitos seguindo anestesia química. Armadilhas mortais de tamanho apropriado são métodos
eficazes de captura e morte de carnívoros de vida livre, mas não estão incluídos na definição
literal de eutanásia, pois não há controle direto do animal no processo de morte. Métodos
físicos, ou uma combinação de químico e físico, são usados para realizar eutanásia em ani-
mais presos em armadilhas que prendem o pé. Tamanho inapropriado ou equipamento mal
localizado podem levar a uma morte estressante e prolongada; sendo assim, armadilhas não-
letais seguidas de outros métodos de eutanásia podem ser preferíveis. Algumas situações
apresentam o uso de armadilhas não-letais mais estressantes para o animal e menos seguras
para o operador, fazendo com que o método apropriado possa variar. Armadilhas devem ser
lização da armadilha deve ser feita de forma estratégica para minimizar o impacto em outras
em que um carnívoro perigoso tenha escapado de cativeiro. Se possível, este carnívoro deve
ser sedado por meio de dardo e ser posteriormente submetido a eutanásia por meio de méto-
do químico ou físico adicional. Quando o tempo é um fator importante, o tiro pode ser a
única opção prática. Tais esforços devem ser feitos por pessoal habilitado, treinado e experi-
ente, e com a coragem de se colocar à frente do animal com a arma de tamanho e munição
apropriadas para aquela espécie, com rapidez e eficiência. Para tiros de curta distância, como
ursos e leões atacando, uma arma de repetição calibre 12 com uma carga magnum de cartu-
79
cho ou carga .00 é preferível. Um rifle de grande calibre também é aceitável, mas é usado
com mais freqüência em situações de campo para tiros de longa distância e podem ser bas-
tante precisos se realizado pela pessoa certa. Pistola de calibre grande pode ser útil, porém
para precisão e tiro que impeça ataque, rifles ou armas de mão são preferíveis; arma de barril
pequeno pode ser mais facilmente manuseada em uma situação onde o animal possa atacar.
Regulamentações locais de posse e uso de armas de fogo devem ser aderidas a todos os pro-
tocolos, e devem também tentar maximizar o bem estar do animal. Dito isto, a segurança
humana deve ser sempre uma prioridade. Bom planejamento e treinamento com profissio-
nais e a cooperação de agências local, estadual e federal devem ajudar a eliminar problemas
para espécies domésticas podem ser usados para desenvolver protocolos que sejam apropri-
ados para ambas as situações – tanto animais em cativeiro quando os de vida livre.
24 . 3 OUTRAS CONSIDERAÇÕES
desenvolvidos entre membros de uma unidade, tanto os de cativeiro quando os de vida livre.
A estrutura social do grupo pode ser afetada pela remoção de um indivíduo e isso deve ser
80
carnívoros lactantes de vida livre deve ser conduzida apenas após consideração da sobrevi-
vência do filhote.
público e seus tratadores. Todos os esforços devem ser feitos para que os planos de eutanásia
25 . MEGA-VERTEBRADOS
animais em massa corporal, e inclui mamíferos herbívoros terrestres que tipicamente atin-
gem massa corporal acima de um megagrama (1.000Kg). Este critério de marcação geral-
mente inclui elefantes (Elephas maximus, Loxodonta africana, Loxodonta cyclotis), rinoce-
(Giraffa camelopardis) não se classificar de tal forma por pouco, a eutanásia neste animal
cia rápida, paradas respiratória e cardíaca e perda de função cerebral subseqüente podem ser
difíceis de alcançar neste grupo de mamíferos por fatores como o tamanho excessivo, natu-
será determinada pela espécie, exposição pública potencial e riscos à segurança humana, o
81
considerações. Métodos aceitáveis incluem físicos, químicos e adjuntivos ou uma combina-
Barbitúricos
Barbitúricos podem ser administrados via intravenosa por meio de cateter. Em algu-
mas espécies, principalmente os hipopótamos, veias superficiais podem ser de difícil acesso.
Em adição, como resultado de volumes extremamente grandes onde seja necessário realizar
meio de dardo ou seringa com longo cabo facilitam contenção induzindo, geralmente, rápida
opióides potentes para assegurar a sedação profunda antes da realização da eutanásia. Deve
ser mencionado que vários profissionais têm tentado esta técnica, porém apenas alguns obti-
veram o sucesso desejado. Doses recomendadas em livros são geralmente adequadas para
imobilizar o animal antes da eutanásia, por isso a super-dose não é necessária. Este procedi-
82
KCl (Cloreto de Potássio)
KCl pode ter injetado via intravenoso apenas em animais que já estejam sob anestesia
geral. Em um zoológico, recomenda-se o uso de KCl ao invés de barbitúrico por ter efeitos
de terem custo mais baixo e maior facilidade de obtenção. Após administração intravenosa
rápida de 44-66mg KCl/Kg pode acontecer parada cardíaca. É necessário mais pesquisas
para determinar a dosagem específica de algumas espécies. A menos que seja administrado
no animal sob anestesia geral combinada à um barbitúrico o KCl pode causar espasmos
Tiro
restres. Para alcançar perda instantânea de consciência por meio de tiro, é essencial que a
arma esteja posicionada de forma que o projétil perfure o cérebro. Para conseguir isso, deve-
se levar em consideração que existem diferenças anatômicas entre as espécies, como formato
do crânio e localização do cérebro no crânio. Assim como, a força que o tiro tem que ter para
que a bala perfure o osso do crânio e ocorra uma perfuração sinuosa. Alvos precisos são
descritos para diferentes espécies. Deve-se saber que em animais que estejam plenamente
conscientes esta técnica só se aplica em caso de risco iminente à vida humana e o animal
83
deve ser morto. Esta técnica requer habilidade e experiência significantes (principalmente a
nea (isso se a maior parte do cérebro for destruída). Este deve ser o único método prático
do tecido cerebral.
ter .458 magnum ou o calibre .416 Rigby. Armas de calibre menor podem usadas para matar
poder de parada imediata for necessário, os calibres menores não são apropriados para tal
uso.
Sangria
Para assegurar a morte, a Sangria pode ser usada como técnica secundária e só deve
Em muitos casos o uso de armas letais não é uma opção viável e pode ser difícil con-
ter um animal perigoso ou relutante para injeção intravenosa. Por causa de seu tamanho,
mega-vertebrados podem causar lesões sérias a pessoas à sua volta antes do efeito do sedati-
84
vo do agente paralisante. Em certos casos onde métodos físicos não podem ser empregados,
nistrado tendo em vista que o animal será submetido à eutanásia assim que o controle for
segunda técnica que resulte em inconsciência imediata e morte rápida deve ser administrada
assim que possível, para fazer da eutanásia um método o mais humano possível. O veteriná-
rio que fizer a aplicação dessas drogas deve estar consciente do perigo potencial envolvido,
pois não existe antídoto para o suxametônio, e a auto-aplicação incidental resultará em mor-
te.
26 . UNGULADOS
espécies restantes variam de tamanho entre trágulo malaio (Tragulus javaniculus) de 1Kg
Métodos de eutanásia para ungulados não domésticos são, geralmente, baseados nos
mesmo métodos usados nos domesticados, principalmente para animais em cativeiro. Con-
sideração especial é necessária para minimizar medo e estresse visual, auditivo e tátil em
85
ungulados não domésticos, assim como deve=se reconhecer as circunstâncias situacionais.
outros humanos e animais nas redondezas; bem estar do animal; praticidade; habilidade e
treinamento do realizador do método; estética (fator dependente dos que estão assistindo ao
procedimento); necessidade de diagnóstico (por exemplo, tiro em certas áreas que possam
danificar diagnósticos por destruição de algum tipo de tecido); descarte da carcaça em acor-
do com todos os regulamentos, incluindo federal, estadual e local, principalmente com pre-
venindo o consumo ou risco de contaminação tóxica a humanos e outros animais por meio
de método secundário com drogas residuais. O tamanho de muitas espécies pode apresentar
dificuldade para muitas das considerações mencionadas. Sendo assim, alguns métodos não
discutidos neste documento que resultem em eutanásia de ungulados não domésticos da ma-
neira mais rápida e humanizada possíveis são aceitáveis sob um conjunto de circunstâncias.
mente preferidos, porém opções podem ser limitadas devido a restrições físicas ou legais.
métodos químicos, métodos físicos e uma combinação das duas categorias anteriores.
Precauções apropriadas devem ser usadas para a contenção dos animais não domésti-
cos, assim como as preocupações de segurança para o operador. Para ungulados de vida livre
86
ou cativeiro, ambos não domésticos, sedativos e analgésicos devem ser administrados prima-
riamente para minimizar relutância, dor ou ansiedade. Esse processo é seguido por outro
método, químico ou físico – eutanásia de dois estágios. Os modos mais práticos para a ad-
cias. Se uma medicação não irritante for administrada, a aplicação intra-peritoneal pode ser
coma. O tamanho da maioria dos artiodátilos e perissodátilos pode tornar o uso de medica-
mentos inalatórios um meio prático de eutanásia, pois o custo desses agentes ou do transpor-
te apropriado dos equipamentos necessários para o local onde será realizado o processo.
ções para o primeiro estágio de um procedimento. Barbitúricos de ação rápida, como pento-
toína, são freqüentemente administrados via intravenosa para o segundo estágio do procedi-
mento. O uso de dois ou mais agentes geralmente minimiza convulsões ou atividade exces-
siva do animal durante ou após a eutanásia. Infelizmente, a maioria das drogas usadas para
reter este tipo de animal (como opióides, alfa2-agonistas, cilohexaminas e outros) podem
produzir toxidade para outros humanos ou predadores. O uso desses agentes não é apropria-
87
do quando a carcaça for reaproveitada para consumo humano. A falha ao descartar a carcaça
KCl é um agente de eutanásia não controlado e pode ser administrado sem que fiquem
carcaça por outros animais seja uma preocupação. Este agente só deve ser administrado se o
animal estiver me nível cirurgico de anestesia, sem resposta à estimulação nociva e sem
reflexos. É notável que planos anestésicos a nível sirúrgico requerem doses de drogas
imobilizantes altas que acabam se tornando tóxicas para o caso de consumo da carcaça. KCl
deve ser administrado rapidamente vias intravenosa ou intra-cardíaca para ser efetivo. Uma
domésticos. KCl também pode ser usado em combinação com pentobarbitúrico ou fenitoína
Cloreto de Succinilcolina
muscular geral sem perda de consciência. Animais que tomam essas substâncias não têm
perda de sensação, podem passar por estresse psicogênico devido a inabilidade de reagir à
estimulação, e morrer de asfixia por paralisa dos músculos respiratórios. Por isso esses agen-
88
tes usados sozinhos não são normalmente considerados como método aceitável, por isso
provado de eutanásia o mais rápido possível depois que a paralisia ocorrer e antes que a pa-
ralisia respiratória ocorra para que este método seja aceitável. Se método físico for usado
assim que o animal for imobilizado, o procedimento pode, em alguns casos, ser terminado
de forma mais rápida e com estresse menos aparente do que com a administração das drogas
eliminadas para controle de vida selvagem, uma super-dose de cloreto de succinilcolina pode
ser administrada se for imediatamente seguida de meio físico para finalizar o processo de
eutanásia, como tiro ou arma de perfuração cerebral. Isso pode ser prático quando existem
devem ser considerados como parte do bem estar geral do animal, e devem ser discutidos e
ser sempre a prioridade, e existe a possibilidade de morte acidental por exposição às drogas
imobilizadoras.
Métodos físicos para eutanásia ungulados de vida livre podem ser usados quando
qualquer meio químico for impróprio. Tais circunstâncias incluem erradicação de doenças
89
quando existirem preocupações com o bem estar do animal como quando animais de vida
livre devem ser aliviados imediatamente de dor e sofrimento por lesão séria. Métodos físicos
Este tipo de arma causa morte pela destruição direta do tecido cerebral, e deve ser u-
sado para a eutanásia de ungulados não domésticos apenas se existir contenção apropriada
segura que o uso de arma de fogo. Em adição à contenção apropriada, o operador deve ser
propriamente treinado e habilitado, e a munição necessária deve ser usada para o tamanho e
para penetrar o crânio do indivíduo sendo eliminado. Isso é especialmente importante para
machos grandes com crânios grossos nas famílias Bovidae e Cervidae. A penetração deve
linhas imaginárias entre as duas orelhas e os olhos laterais. Mesmo sendo potencialmente
com chifres, é na linha caudal no osso entre os dois chifres, direcionado para a parte de trás
do queixo. Sangria deve ser seguida deste método. O equipamento deve ter manutenção fre-
qüente e se não for capaz de penetrar o crânio, não é aceitável para a eutanásia de animais
90
Tiro
O tiro que é atinge o cérebro de forma anatomicamente precisa pode resultar em mor-
te imediata, e pode ser também um método prático de realizar eutanásia em ungulados não
de resíduos tóxicos na carcaça que deve ser deixada em campo, porém toxidade secundária
pelo consumo do projétil também deve ser uma consideração em potencial. Este método de
provável ricochete da bala, estados onde o uso de armas de fogo seja legal, e o cumprimento
de todas as leis federais e locais de seu uso. É geralmente apropriado apenas para animais de
rentes ao uso de armas de fogo geralmente fazem desta técnica inapropriada para a maioria
dos cenários de cativeiro. Nesse caso, os animais e pessoas em volta podem criar um ambi-
ente seguro e tranqüilo para o uso de outro método de eutanásia, evitando o uso de arma de
fogo. É crucial que referências sejam consultadas para a seleção da munição e tipo de arma
que será usada levando em consideração o tamanho e a distância do animal; também se deve
O tiro pode ser mirado na cabeça, coração e pulmões, ou coluna cervical de ungulados
tecido cerebral sem emergência subseqüente são os métodos preferíveis quando a arma de
fogo for considerada a melhor opção. Onde há contenção adequada do animal e um tiro a
91
curta distância é possível, aplicam-se as instruções usadas para animais domesticados: deve-
se mirar no centro do crânio, entre os dois olhos, assim como no uso de arma de perfuração
de crânio; a arma deve ser colocada entre 10 e 25 cm do ponto de entrada no crânio; o ângu-
deve ser posicionada para que a bala viaje por meio do cérebro por meio da região cervical
sem reação do corpo. Sob condições de campo, mirar o cérebro de ângulo lateral ao animal
pode ser mais apropriado para a destruição do tecido cerebral e assegurando uma morte mais
rápida.
ser difícil mirar a cabeça com precisão, e em outras circunstâncias, a destruição do tecido
cerebral impede a coleta de material encefálico para necessária para diagnóstico. Sob tais
circunstâncias, tiro torácico ou cervical precisos são métodos mais justificáveis. Tiro cervical
é aceitável apenas se dano severo à coluna vertebral for feito, deve ser mirado o mais perto
do crânio possível para ter efeito similar ao da decapitação. É realizado a curta distância com
contenção adequada e, se possível, é direcionado do dorsal para o ventral (ao invés de late-
ral). Se for possível, é recomendado apalpar a vértebra para determinar a localização, para
que o tiro seja mais preciso. Como o tiro cervical ou torácico podem não ser métodos de
morte instantânea, deve ser considerado o bem estar do animal, e esse tipo de situação deve
ser devidamente registrada e discutida com outros profissionais da veterinária ou outras par-
tes interessadas.
92
26 . 3 OUTROS MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA
sendo ele químico ou físico. Laceração bilateral das artérias carótida e jugular é o método
mais comum das sangrias. Eletrocução requer equipamento especializado e operadores habi-
litados, tem perigo inerente e é visualmente desagradável. Sendo assim, havendo disponibi-
lidade de melhor alternativa, a eletrocução não pode ser justificável para realizar eutanásia
27 . ELEFANTES
Elefantes são os maiores mamíferos terrestres vivos. O elefante africano pode chegar
a uma altura de 4,0m e peso de 7.000Kg, e o asiático pode chegar a 3,5m de altura e
5.000Kg.
tesia geral assim como o uso de carfentanil ou agentes de efeito sedativo e hipnótico como
alternativas para a realização da eutanásia são o uso de barbitúricos ou tiro. As veias superfi-
ciais utilizadas para aplicação intravenosa são a auricular, cefálica (parte interna da coxa) ou
93
safena. Como existe grande dificuldade para auscultar a pulsação do coração de um elefante,
a monitorização cardíaca e a determinação da morte podem ser realizados por meio de pal-
pação ou ultra-som da artéria. Durante uma fuga ou em outra situação onde o existem risco
para humanos, a contenção do animal pode ser feito por tiro de dardos com opióides (etorfi-
na ou carfetanina).
apresentando riscos a vidas humanas. Nesse tipo de situação arriscada, o animal deve ser
parado imediatamente e o uso de arma de fogo deve ser feito para imobilizar o animal. O
cérebro fica em uma linha desenhada entre os dois meatos auditivos externos e é difícil acer-
favos de mel, e em um adulto pode ter até 300-400 mm de espessura na região frontal. A
cavidade cerebral é pequena e situada na parte baixa detrás do crânio. Apenas um tiro frontal
que destrua o cérebro é suficiente para matar um elefante agitado. Para aumentar as chances
de sucesso, o animal deve estar a, no máximo, 25m de distância do atirador e um tiro direto
no cérebro depois que o animal está caído é essencial. A precisão do local pode ser determi-
nada pela reação do animal seguida do tiro: um tiro bem sucedido é caracterizado pela parte
traseira do corpo caindo primeiro, seguido pela cabeça. No caso de a cabeça cair primeiro, o
resto do corpo cai ao mesmo tempo, e isso pode significar que a bala não atingiu o cérebro,
fazendo com que seja necessário um segundo tiro. Um tiro grande que atinja a cabeça de um
94
elefante que não mate atingindo o cérebro, garante 20-30 minutos de paralisação; tempo
28 . RINOCERONTE
pode ser >3.000Kg. Eles têm membros curtos e fortes para suportar seu peso massivo e são
tranqüilizante total pré-eutanásia, apesar de que alguns livros indicam a combinação de ou-
de KCl intravenoso. Alternativamente, a eutanásia pode ser alcançada com o uso de super-
um animal em movimento, durante uma fuga ou outro tipo de situação ameaçadora, a imobi-
gurada – o tiro pode ser a melhor opção para derrubar o animal. O cérebro do rinoceronte é
95
pequeno e, quando o animal é visto frontalmente, é geralmente protegido pelo chifre. Um
animal enraivecido é praticamente impossível de ser morto por tiro no cérebro, e o tiro no
ombro é uma das únicas chances de derrubar o animal. O tiro fatal pode então ser realizado
com mais precisão. Se o animal não apresentar risco imediato à observadores, o uso de um
opióide agonista potente deve ser realizado antes da administração de KCl ou barbitúrico
intravenoso.
Se o animal tem que ser destruído durante o transporte em uma jaula, ele deve levar
fazendo uma linha imaginária de cada orelha ao olho oposto. A interseção dessas linhas é o
local exato do cérebro. Se o tiro não for possível, for indesejável ou perigoso, 1 g de suxa-
metônio pode ser administrado por injeção intra-muscular à mão ou com dardo, antes da
realização da eutanásia.
29 . HIPOPÓTAMO
membros relativamente curtos e leves. O animal adulto pode chegar até 1,4m de altura e
variar entre 1.000 e 3.200Kg. Eles são de difícil contenção por conta de seu tamanho e força,
e se for emboscado, pode morder, pisotear ou esmagar o inimigo. A pele grossa e com se-
creções escorregadias e o formato de seu corpo tornam o manuseio ou transporte deste ani-
mal imobilizado extremamente difícil. O crânio tem formato de pêra e as órbitas são altas na
96
parte posterior do crânio. A mandíbula é desproporcionalmente grande e possui dentes cani-
quando se sentem ameaçados de alguma forma, por isso a aplicação da anestesia deve ser
feita de tal forma que o afogamento acidental seja evitado. Em um ambiente controlado, um
bastante sensíveis aos efeitos de opióides potentes, e complicações fatais relacionadas à su-
per dosagem de etorfina (até 12mg) são freqüentes. Alguns profissionais preferem o uso de
doses bem altas de etorfina (>20mg) para assegurar a rapidez da tranquilização e sedação
A eutanásia pode também ser alcançada por meio da super-dose de barbitúricos. Veias
superficiais para acesso incluem a auricular ou cefálica (parte interna da coxa). Ultrassom
pode ser utilizado para a localização dessas veias, porém a cateterização pode ser problemá-
tica devido a artérias de parede naturalmente fina e a probabilidade de colapso dessas veias.
97
29.1.2 MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA
Um tiro de emergência na cabeça deve ser realizado apenas se for feito baixo entre os
olhos direcionado pela cavidade nasal ou base da orelha. Como a auscultação de batimentos
98
30 . CONCLUSÃO
para a realização de diferentes técnicas, assim como o custo. Soluções parenterais para a
eutanásia são drogas controladas, por isso devem ser utilizadas apenas sob supervisão se um
veterinário com uma licença DEA atual. Existem custos adicionais associados ao veterinário,
não são a prioridade quando trabalhando com pequenos mamíferos, a anestesia pré-eutanásia
pode ser preferível para diminuir a angústia animal e o estresse emocional para criadores,
99
31 . BIBLIOGRAFIA
(5):669-696.
http://www.cfmv.org.br/portal/legislacao_resolucoes.php? mn=cfmv>.
HADDAD, K.K.; KLEIN, P.N. Regulatory oversight. In: C.K. Baer (Editor), Guide-
cessado em 02/07/2008.
Disponível em <
100
http://www.homeopatiaveterinaria.com.br/Reflexoes_de_uma_etica_ani
abril. 2008.
24/04/2008.
101
32 . ANEXO I
102
33 . ANEXO II
R E S O L V E:
Art. 1º Instituir normas reguladoras de procedimentos relativos à eutanásia em
animais.
CAPÍTULO I
Art. 2º A eutanásia deve ser indicada quando o bem-estar do animal estiver ame-
açado, sendo um meio de eliminar a dor, o distresse ou o sofrimento dos animais, os
quais não podem ser aliviados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros trata-
mentos, ou, ainda, quando o animal constituir ameaça à saúde pública ou animal, ou for
objeto de ensino ou pesquisa.
Parágrafo único. É obrigatória a participação do médico veterinário como res-
ponsável pela eutanásia em todas as pesquisas que envolvam animais.
Art. 3º O médico veterinário responsável pela eutanásia deverá:
103
I – possuir prontuário com o(s) métodos(s) e técnica(s) empregados, mantendo
estas informações disponíveis para utilização dos CRMVs;
II – atentar para os riscos inerentes ao método escolhido para a eutanásia;
III – pressupor a necessidade de um rodízio profissional, quando houver rotina de
procedimentos de eutanásia, com a finalidade de evitar o desgaste emocional decorrente
destes procedimentos;
IV – permitir que o proprietário do animal assista à eutanásia, sempre que este
assim o desejar.
Art. 4º Os animais deverão ser submetidos à eutanásia em ambiente tranqüilo e
adequado, longe de outros animais e do alojamento dos mesmos.
Art. 5º A eutanásia deverá ser realizada segundo legislação municipal, estadual e
federal, no que se refere à compra e armazenamento de drogas, saúde ocupacional e a
eliminação de cadáveres e carcaças.
Art. 6º Quando forem utilizadas substâncias químicas que deixem ou possam
deixar resíduos é terminantemente proibida a utilização da carcaça para alimentação.
Art. 7º Os procedimentos de eutanásia, se mal empregados, estão sujeitos à legis-
lação federal de crimes ambientais.
CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS
104
Art. 10. Os procedimentos de eutanásia são de exclusiva responsabilidade do
médico veterinário.
Art. 11. Nas situações em que o objeto da eutanásia for o ovo embrionado, a
morte do embrião deverá ser comprovada antes da manipulação ou eliminação do mes-
mo.
CAPÍTULO III
106
1. ANEXO III2
2
O ANEXO III está com a redação dada pelo art. 6º da Resolução nº 876, de 15-02-2008, publicada no
DOU de 25-02-2008, Seção 1, pág. 100.
107
no, sevofluorano
108