Sunteți pe pagina 1din 25

   

 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
LOUISE MAIA ABBEHUSEN ALVES 
LUCAS DE OLIVEIRA FREDIANI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIAS DAS CANTARIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2016 

 
LOUISE MAIA ABBEHUSEN ALVES 
LUCAS DE OLIVEIRA FREDIANI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATOLOGIAS DAS CANTARIAS 
 
 
 
 
 
 
 
Este  relatório,  realizado  através  dos  estudos  em 
Técnicas  Retrospectivas  do  curso de Arquitetura e 
Urbanismo  da  Universidade Federal da Bahia, tem 
o  intuito de apresentar a forma como as patologias 
se  manifestam  em  pedras  de  cantaria  e  como  é 
possível  identificá­las,  segundo  o  ponto  de  vista 
técnico.  
Orientador: Antônio Carlos Barbosa.  
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2016 


SUMÁRIO 
  
  
  
1   INTRODUÇÃO 4 
2   OBJETIVO 4 
3   A CANTARIA 4 
4 TIPOS DE ROCHA 5 
4.1 CALCÁRIO 5 
4.2 PEDRA LIOZ 5 
4.3 MÁRMORE 6 
4.4 PEDRA­SABÃO 6 
4.5 GNAISSE 6 
4.6 GRANITO 7 
4.7 ARENITO 7 
5 TIPOS DE FIXAÇÃO 7 
5.1 ARGAMASSA 7 
5.2 SECA 7 
5.3 GRAMPOS METÁLICOS 8 
6 ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS 8 
6.1 COLUNAS E PILARES 8 
6.2 CUNHAIS 8 
6.3 ARCOS 9 
6.4 CIMALHAS 9 
6.5 CERCADURAS 9 
6.6 CACHORROS 10 
6.7 ESCADAS E DEGRAUS 11 
6.8 MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS URBANOS 11 
7 PATOLOGIAS 11 
7.1 ESTRESSES EXTERNOS 11 
7.1.1 Carga 12 
7.1.2 Expansão térmica 12 
7.1.3 Expansão devido umidade 12 
7.2 ESTRESSES INTERNOS 13 
7.2.1 Congelamento 13 
7.2.2 Cristalização de sais 13 
7.2.3 Erosão alveolar 14 


7.2.4 Eflorescência 14 
7.2.5 Corrosão de grampos de ferro 15 
7.3 AGENTES FÍSICOS INTERNOS 15 
7.3.1 Capilaridade 15 
7.3.2 Condensação 16 
7.3.3 Ataque da chuva 16 
7.3.4 Poluição atmosférica 17 
7.4 ATAQUE BIOLÓGICO 17 
7.4.1 Bactérias e fungos 17 
7.4.2 Algas 17 
7.4.3 Líquenes 18 
7.4.4 Plantas 18 
8 RECONHECIMENTO DAS PATOLOGIAS 19 
9 CONCLUSÃO 21 
REFERÊNCIAS 22 
ANEXOS 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


1 INTRODUÇÃO 
 
 
Na  medida  em  que  os  povoados  brasileiros  foram  se  consolidando,  as 
construções  em  madeira,  mais  frágeis  e  versáteis,  foram  sendo  substituídas  por 
estruturas  feitas  de  materiais  mais  sólidos,  como  a  pedra.  Devido  a  sua  firmeza, 
este  material  também  foi  muito  utilizado  para  o  reforço  das  alvenarias  dos  fortes 
marítimos, anteriormente feitas em terra. 
Seguindo  o  padrão  europeu,  além  de  ser  empregada  nas  alvenarias  e  nos 
elementos  estruturais,  a  pedra  também  passou  a  ser  utilizada  na  decoração  das 
fachadas  e  de  interiores, dando início ao trabalho de cantaria. Esta técnica alcançou 
tal  prestígio,  que  quanto  maior  era  a  riqueza  ornamental em pedra, mais importante 
e majestoso se tornava o edifício. 
  
 
 
2 OBJETIVO 
 
 
A  intenção  primordial  deste  trabalho  é  apresentar  e  explicar  as  patologias 
encontradas  nas  cantarias.  Para  a  compreensão  do  processo  de  degradação  na 
pedra  trabalhada,  é  essencial,  primeiramente,  conhecer  as  rochas  mais  utilizadas 
neste  ofício,  de  que  forma  se  comportam  e  suas  características  físicas.  E,  a  fim  de 
saber  identificar  e  localizar  as  patologias  em  um  edifício,  é  importante  conhecer  as 
diversas formas arquitetônicas onde a cantaria é empregada. 
 
 
 
3 A CANTARIA 
 
 
Cantaria  é  o  nome  que  se  dá  às  pedras  lavradas,  esquadrejadas  e 
aparelhadas,   este  trabalho  é  chamado  de  cantel,  e  refere­se  a  arte  de  esculpir  a 
pedra  e  deixá­la  com  uma  aparência  diferenciada,  demonstrando  o  seu  poder 
estético.  A  etimologia  da  palavra  vem  do  latim   canthus ,  que  significa  arestas .  Tal 
denominação  justifica  o  amplo  uso  das  cantarias  na  elaboração  dos  cunhais,  que 
são os encontros entre duas fachadas, formando assim as  esquinas  de um edifício.  
Uma  das  técnicas  mais  utilizadas  neste  ofício  é  a  estereotomia.  Refere­se  a 
um  estudo  cuidadoso  do  formato  da  pedra  e  as  possibilidades  de  entalhes  a serem 
trabalhados. 
 
 


4 TIPOS DE ROCHA 
 
 
Conhecendo  os  tipos  de  rocha  é  possível  entender  de  que  forma  as  suas 
características  físicas  (ANEXO  1)  estão  relacionadas  ao  comportamento  das 
patologias e, consequentemente, saber como identificá­las e tratá­las. 
A  escolha  do  tipo  de  rocha  a  ser  empregada  depende  das  suas 
características,  da  intenção  do  uso  e  do  local  onde  será  feito  o  trabalho, sendo que 
a demanda da pedra e o clima naquela região são contribuintes significativos. 
 
 
4.1 CALCÁRIO 
 
Devido  a  sua  alta  porosidade,  baixa  dureza  e,  consequentemente,  pouca 
resistência  aos  fenômenos  físicos,  o  calcário  não  é  muito  utilizado  nas  cantarias 
presentes  em  fachadas.  A  maciez  deste  tipo de rocha é o principal facilitador para o 
trabalho  de  corte,  entalhe  e  esquadrejamento,  sendo  a  sua  maior  aplicação  nos 
elementos decorativos e esculturais. 
 

  
Fig. 01 Igreja Nossa Senhora da Guia, Paraíba. Fachada em calcário. 
 
 
4.2 PEDRA LIOZ 
 
Apesar  de  existir  rocha  em  abundância  no Brasil, a pedra lioz é exportada de 
Portugal.  Muito  encontrada,  principalmente  em Recife, nos revestimentos de pisos e 
paredes e em elementos decorativos. 

  
Fig. 02 Igreja Boa Vista, Recife. Pilares em pedra lioz. 
 
 
4.3 MÁRMORE 
 
Graças  a  influência  italiana,  o  mármore  decorativo  passou  a  ser  utilizado  no 
Brasil.  Mesmo  seu  uso  não  sendo  tão  frequente,  o  mármore  é  aplicado  em  muitos 
monumentos, em pinturas marmorizadas e em toda arte decorativa no geral. 
 
 
4.4 PEDRA­SABÃO 
 
Por  ser  um  material  macio  de  textura  lisa  e  polida,  a  pedra­sabão  é 
empregada  na  cantaria  decorativa  e  em  esculturas. Sendo a matéria prima principal 
das obras de  Aleijadinho , o seu auge foi durante o estilo barroco. 
 

            
              Fig. 03 Esculturas de  Aleijadinho . Bom Jesus de Matosinhos.   
 
4.5 GNAISSE 
 
A  Gnaisse  é  caracterizada  como  uma  pedra  semigranítica.  É  empregada  em 
sua forma natural nas alvenarias ordinárias. 
 
 


4.6 GRANITO 
 
Semelhante  a  gnaisse,  o  granito  possui  características  físicas  parecidas, 
portanto,  também  é  muito  aplicado  em  alvenarias  ordinárias.  Seu  diferencial  é  que 
pode ser encontrado com mica e em tons de cinza brilhante. 
 
 
4.7 ARENITO 
 
Extraído  de  arrecifes  marinhos  ou  de  rios,  o  arenito  é  usado  nos  elementos 
arquitetônicos  e  decorativos  das  fachadas  das  edificações.  Por  oferecer  maior 
resistência, foi substituindo o calcário neste uso. 
 
 
 
5 TIPOS DE FIXAÇÃO 
 
 
5.1 ARGAMASSA 
 
A  cal  aérea  é  usada  nesse  tipo  de  alvenaria  como  ligante,  recorrendo­se  a 
argila  quando  a cal não está disponível. Por vezes, eram utilizados também aditivos, 
como  sebo,  sangue  de  animais,  pozolanas  naturais,  ou  tijolo  cerâmico  moído  para 
melhorar as características das argamassas, obtendo resultados variáveis. 
 
 
5.2 SECA 
 
Quando  não  há  necessidade  de  utilização  da  argamassa,  as  pedras  são 
assentadas  umas  sobre  as  outras,  intercalando  com  pedras  menores  para  melhor 
acomodação e estabilidade da construção. 
 

 
Fig. 04 Alvenaria ordinária. 
 


5.3 GRAMPOS METÁLICOS 
 
Pode­se  utilizar  também  grampos  metálicos  entre as pedras. Às vezes o óleo 
de baleia é usado como adesivo para auxiliar na vedação. 
 
 
 
6 ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS 
 
 
A  cantaria  é  empregada  em  diversos  tipos  de  elementos  estruturais  e 
decorativos.  Normalmente,  funcionam  como  ornamento  e  acabamento, 
proporcionando uma integração harmônica de elementos ao edifício.   
 
 
6.1 COLUNAS E PILARES 
 
A  pedra  era  o  material  mais  utilizado  na  execução  dessas  estruturas. 
Utilizavam­se  as  rochas  de  melhor  qualidade,  aliando  textura,  cor  e  forma  ao 
produto final, esculpido ao gosto e ao estilo arquitetônico da época. 
 
 
6.2 CUNHAIS 
 
Elemento  estrutural  fundamental  na  construção  das  antigas  edificações.  São 
constituídos  por  blocos  regulares  e  aparelhados  para  permanecer  aparente.  As 
faces  das  pedras  podem  apresentar  decoração  pontual  de  trabalho  de   cantel ,  em 
baixo ou alto relevo. 
 

 
Fig. 05 Fachada com símbolos maçônicos. Cunhais de  
cantaria, Paraty. 


6.3 ARCOS 
 
Possibilitaram  a  criação  de  vãos  maiores.  Quando  em pedra, as aduelas que 
constituem  são  cortadas  em  cunha,  que  juntamente  com  o  fecho,  geralmente, 
apresentam decoração em relevo. 
 
 
6.4 CIMALHAS 
 
Elementos  decorativos  de  acabamento.  Ornamentam  o  topo  das  paredes, 
e/ou  o  beiral.  Quando  são  feitas  em  pedra,  os  blocos  são  engastados  nas paredes, 
ficando  uma  parte  em  balaço.  As  cimalhas  são  bem  trabalhadas  em  cantaria, 
criando uma sensação de recortes em continuidade. 
 

 
Fig. 06 Beirais de Olinda. Foto: Frederico Almeida. 
 
 
6.5 CERCADURAS 
 
Elementos  de  moldura  das  portas  e  janelas.  Suas  partes  são  feitas 
separadamente  e  recebem  um  refinado  tratamento  de   cantel .  Preparadas  para 


ficarem  aparentes,  as  cercaduras  são  elaboradas para causar um efeito de cheios e 
vazios, enriquecendo e valorizando a leitura arquitetônica. 
 

 
 Fig. 07 Igreja de Mucugê.  
 Foto: Lucas Frediani, arquivo pessoal. 
 
 
6.6 CACHORROS 
 
Os   cachorros  são  estruturas  de  sustentação  para  balanço.  Feitos  a  partir  de 
blocos  regulares,  a  sua  face  aparente  recebe  o  trabalho  da  cantaria,  aparecendo 
recortado  conforme  o  desejado.  Quando  colocados  lado  a  lado,  seu  conjunto  é 
chamado de  cachorrada . 
 

 
Fig. 08  Cachorrada  sustentando sacada. Foto: Frederico Almeida. 

10 
6.7 ESCADAS E DEGRAUS 
 
Segundo Almeida (2005, p. 39): 
 
As  ecadas,  quando  em  pedra, são feitas de modo a cada degrau formar um 
batente  biapoiado  nas  alvenarias  de  fechamento  da  caixa  de  escada.  Os 
patamares  são  lajes  de  pedra  com  face  lisa  para  cima  que  constituem  o 
piso.  Os  bocéis  são  geralmente  recortados,  formam  perfis  decorativos  que 
dão  leveza  e  elegância  à  escada.  Os  guarda­corpos,  com  suas 
balaustradas  de  pedra  eram  utilizados,  geralmente,  em  entradas  principais 
de  prédios  públicos  e  residências.  Quanto  mais  ricos  em  detalhes  os 
elementos em pedra, mais importante era a escada. 
 
 
6.8 MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS URBANOS 
 
A  cantaria  também  foi  muito  utilizada  nos mobiliários e ornamentos, trazendo 
consigo  um  uso  misto,  com  funcionalidade  e  estética  agregadas.  As  peças  eram 
elaboradas de acordo com o desejo do escultor da época.  
 
 
7 PATOLOGIAS 
 
 
O  processo de identificação e mapeamento das patologias é o primeiro passo 
em  um  trabalho  de  conservação.  Após  mapeá­las,  requer  um  estudo  visual,  e 
através  deste  verifica­se  a  inevitabilidade  de  um  estudo  mais  aprofundado  do  tipo 
químico e mineralógico da rocha empregada.  
Durante  a  designação  dos  materiais  utilizados  na  obra,  deve­se  investigar 
dados  arquivísticos  e  históricos,  e  ações  antecedentes  no  edifício,  como  reforma, 
limpeza,  etc.  Através  da  coleta  do  material  e  análise laboratorial, é possível ter uma 
investigação mais apurada e completa. 
Para  facilitar  o  trabalho  de  conservação,  é  válida  uma  avaliação  das 
condições  ambientais  onde  o  edifício  está  inserido.  Nesta  análise  considera­se:  a 
orientação  geográfica  do  edifício,  temperatura,  umidade  relativa  do  ar,  radiação 
solar,  fontes  internas  de  calor  e  luz,  fontes  de  ventilação,  frequência  de  uso  do 
edifício e a poluição do ar em seu entorno. 
 
 
7.1 ESTRESSES EXTERNOS 
 
O  sistema  estrutural  de  um  edifício  está  vulnerável  a  solicitações  externas 
que  não  estavam  previstas  no  projeto.  Este  tipo  de  estresse  apresenta­se  de 
maneira clara durante a degradação do material. 

11 
  7.1.1 Carga 
 
Esta  patologia  acontece  quando  as  estruturas de cantaria (vigas, pilares, etc) 
recebem  maiores  ou  menores  tensões  solicitantes,  causando  uma  deformação  no 
material. Posteriormente, surgem fissuras que facilitam o processo de degradação. 
 

 
Fig. 09 Croquis. Exemplos de tensões causadas nas cantarias. 
 
7.1.2 Expansão térmica 
 
A  expansão  térmica  é  ocasionada  por  variações  diárias  de  temperatura. 
Devido a contração e expansão térmica surgem estresses estruturais na cantaria. 
 

 
Fig. 10 Processo de expansão térmica. 
 
7.1.3 Expansão devido à umidade 
 
Segundo Almeida (2005, p.47): 
 
Em  pedras  que  contêm  argilas,  como  alguns  arenitos,  a  expansão  por 
absorção  de  água  e  a  contração  provocada pela sua liberação podem causar 
importante  estresse,  principalmente  entre  a  superfície  da  pedra  e  sua  parte 
interna, quando a superfície está molhada.  
 

12 
7.2 ESTRESSES INTERNOS 
 
Os  estresses  internos  são  processos  que  acontecem  dentro  das  cantarias 
produzidas  em  rochas  porosas,  causando,  posteriormente,  indícios  de  degradação 
na superfície da estrutura. 
 
7.2.1 Congelamento 
 
Fenômeno  decorrente  em  locais  de  clima glacial e temperado, corresponde a 
solidificação  das  moléculas  de  água  que  se  acumulam  nos  poros  das  cantarias, 
formando  cristais  de  gelo,  causando  esforços  internos  e,  posteriormente,  estresse 
estrutural. 
 
7.2.2 Cristalização de sais 
 
Ocorre  quando  sais  solúveis  instalam­se  nos  poros  das  cantarias  e  ao 
cristalizarem pelo processo de evaporação expandem­se causando tensões internas 
na  estrutura.  Quanto  mais  poros  de  menor  dimensão,  maiores  são  os  estresses 
causados no interior da pedra. 
 

 
 Fig. 11 Cristalização de halite (H) ao longo de fissuras intragranulares em cristais de plagióclase 
(P). Imagens obtidas por MEV. Fonte: BEGONHA, Arlindo. Patologia da Pedra. Casos de Obra. 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

13 
7.2.3 Erosão alveolar 
 
A  erosão  alveolar  é  uma  patologia  causada pela rápida cristalização dos sais 
solúveis,  principalmente  na  superfície  da  cantaria,  que  surgem  a  partir  da  interação 
dos  ventos  e  de  temperaturas  elevadas  com  a  umidade.  Tal  ação  favorece  a 
formação  de  alvéolos  na  camada  exterior  da  pedra,  o  que  favorece  o  processo  de 
degradação. 
 

  
Fig. 12 Cantaria degradada por erosão alveolar. 
Presença de alvéolos. 
 
 
7.2.4 Eflorescência 
 
É  quando  ocorre  a  formação  de  sais  solúveis  cristalizados  na  superfície  de 
rochas  porosas.  Por  acontecer  no  exterior  do  material,  os  danos  provocados  pela 
eflorescência  são menores, porém, esta patologia pode ser um sinal de formação de 
sais solúveis, também, no interior da cantaria. 
 

 
Fig.13 Superfície da cantaria com alta 
concentração de sais. 
 
 
 

14 
7.2.5 Corrosão de grampos de ferro 
 
Este  tipo  de  deterioração  é  causado  pela  oxidação  de  metais  ferrosos 
cravados  nas  cantarias.  Os  metais  aumentam  de  tamanho  causando  fissuras  na 
pedra, o que possibilita  a entrada de água, favorecendo o processo de corrosão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 12 Dobradiça enferrujada 
contaminando  a cercadura e 
causando fissuras na estrutura.  
 
 
 
7.3 AGENTES FÍSICOS EXTERNOS 
 
Refere­se às reações químicas da água com outros compostos, como o ácido 
sulfúrico e o ácido carbônico, provocando corrosões na cantaria. 
 
7.3.1 Capilaridade 
 
Acontece quando a estrutura absorve água provocando umidade nas paredes 
de  uma  cantaria.  Quanto  menor  são  os  poros  da  rocha,  maior  a  capacidade  de 
sucção  de  água.  Os  sais  solúveis  são  absorvidos  junto  com  a  água,  causando 
estresses internos prejudiciais à cantaria. 
 

 
Fig. 13 Processo de capilaridade.  

15 
7.3.2 Condensação 
 
A  condensação  é  outro  processo  de  absorção  de  água  pela cantaria. A água 
presente  no  ar  em  seu  estado  gasoso  instala­se  na  superfície da pedra causando o 
seu  resfriamento.  Sendo  assim,  a  cantaria,  estando  resfriada,  possibilita  a 
liquefação  da  água,  que  é  absorvida.  As  impurezas  presentes  no  ar  atmosférico 
também  penetram  na  superfície  da  estrutura  e,  ao  reagir  com  a  água,  aceleram  o 
processo de corrosão. 
 

 
Fig. 14 Processo de condensação e como esta 
patologia causa fissuras na cantaria.  
 
 
7.3.3 Ataque da chuva 
 
A  água  presente  na  chuva  reage  com  o dióxido de carbono do ar formando o 
ácido  carbônico,  que  é  danoso  aos calcários e mármores, podendo transformá­los e 
gradativamente  dissolvê­los.  E  nas  rochas  mais  porosas,  como  o  arenito,  sua 
capacidade de penetração é mais profunda. 
 

         
Fig. 15 Danos causados na cantaria devido ao ataque da chuva, provocando 
alterações cromáticas na superfície.  

16 
7.3.4 Poluição atmosférica  
 
O  ar  poluído  tem  uma  alta  concentração  de  dióxido  de  enxofre,  quando  este 
interage  com  a  água  e  com o oxigênio presente no ar, forma o ácido sulfúrico, que é 
altamente  danoso  às  cantarias.  Depósito  de  poluentes  também  pode  se  formar  nas 
cantarias  escurecendo­as,  ou  a  depender  do  seu  estado  de  concentração,  formar 
uma  crosta negra . 
“Os  monumentos  inseridos  nos  grandes  centros  urbanos  e  industriais  estão 
mais expostos à ação da poluição atmosférica.” (ALMEIDA, 2005, p.51) 
 

 
Fig.16 Crosta negra formada na cantaria devido a poluição 
atmosférica. 
 
 
7.4 ATAQUE BIOLÓGICO 
 
São ações biológicas que causam danos à cantaria, modificando também sua 
composição interna e provocando alterações bioquímicas. 
 
7.4.1 Bactérias e fungos 
 
Esses  microrganismos  sobrevivem  através  da  energia  absorvida  de  reações 
químicas.  Fazem  parte  dessas  reações,  ácidos  corrosivos  que  são  capazes  de 
danificar a cantaria. 
 
7.4.2 Algas 
 
O  ataque  das  algas  é  muito  comum  em  ambientes  quentes  e  úmidos.  Este 
tipo  de  patologia,  normalmente,  é  superficial,  causando  danos  apenas na superfície 
da cantaria. 
 

17 
7.4.3 Líquenes 
  
Os  líquenes  são  uma  associação  de  algas  e  fungos.  Como  se  desenvolvem 
na  superfície  das  cantarias,  seu  ataque,  geralmente,  é  externo.  Porém  existem 
alguns  tipos  de  líquenes,  capazes  de  produzir  ácidos  orgânicos  e  possuem 
facilidade de penetração, podendo causar maiores danos à cantaria. 
 

 
Fig. 17 Presença de líquenes (camadas esbranquiçadas) 
na cantaria. 
 
 
7.4.4 Plantas 
 
As  plantas  se  desenvolvem  ao  penetrar  na  cantaria,  suas  raízes  e  o  caule 
aumentam  o  tamanho  e  destroem  a  estrutura  do  edifício,  causando  fissuras  e  até 
perdas. São encontradas plantas de pequeno, médio e grande porte. 
 

 
Fig. 18 Desenvolvimento de vegetações 
na sacada da edificação. 

18 
8 RECONHECIMENTO DAS PATOLOGIAS 
 
 
As  cantarias  deterioradas  apresentam  características  comuns,  possíveis  de 
serem  identificadas  visualmente,  o  que  facilita  a  prospecção  de  patologias.  Cada 
tipo  de  deterioração  tem  um  motivo  específico  que  traz  danos  e  modificações  na 
aparência  da  cantaria  (ANEXO  2).  Essas  evidências  permitem  ao  restaurador  um 
embasamento sobre a patologia gerada, e, consequentemente, um desenvolvimento 
mais  rápido do processo de levantamento de dados e de investigações laboratoriais. 
As  evidências  mais  comuns  de  patologias  nas  cantarias  são:  Alteração  cromática, 
alveolização,  crosta  negra,  desagregação,  degradação  diferenciada,  esfoliação, 
presença de vegetação, perdas ou lacuna, fissuras, pitting e grafitismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Fig. 19  Alteração cromática . Provoca escurecimento ou    Fig. 20  Alveolização . Cavidades de dimensões 
clareamento da cantaria, podendo mudar sua cor  variadas na superfície. 
original. 

Fig. 21  Crosta negra.  Depósito de impurezas atmosféricas,   Fig.22  Desagregação.  Perda  de  coesão  do 


formando camada escura na cantaria.    material. 

19 
 

 
Fig.  23  Degradação  diferenciada.  Acontece  por  uma    Fig.  24  Esfoliação .  Destacamento  espesso  de 
heterogeneidade  do  material  que  modifica  sua  textura  camadas da superfície da cantaria. 
original. 

 
 

 
 

Fig. 25  Presença de vegetação.    Fig. 26  Perdas ou lacuna.  Perda de material. 
Impregnação de musgos, lodo ou 
plantas. 

 
 

Fig. 30  Fissura.  Abertura de fendas.    Fig. 31  Pitting . Aparecimento de pequenos 
orifícios. 

20 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Fig.32  Grafitismo.  “Camada  de  tinta  sobre  a 


superfície  da  cantaria  por  vandalismo  ou 
intervenção inadequada” (ALMEIDA, 2005) 
 
 
 
9 CONCLUSÃO 
 
 
O  trabalho  de  restauração  e  conservação  é  feito  através  de uma observação 
cuidadosa  e  de  estudos aprofundados. O conhecimento adquirido sobre cantaria, os 
tipos  de  rocha  empregados  e  onde  esta  arte  é  aplicada,  contribui  de  maneira direta 
para  o  processo  de  investigação  e  identificação  das  patologias.  Devido  a  este 
trabalho  foi  possível  conhecer  todos  os  tipo  de  manifestações  patológicas  nas 
cantarias,  de  que  maneira  e  porquê  elas  ocorrem,  facilitando  a  compreensão  de 
como  funciona  o  trabalho  de  restauro  e  como  os  elementos  da  natureza  agem  no 
desgaste  de  uma  estrutura  e  o  que  as  ações  humanas  inconscientes  e 
descomedidas podem causar.  
Durante  o  processo  de  conservação,  é  muito  importante  ter  domínio  técnico 
sobre  o  material  estudado  e  criar  uma  linha  de  raciocínio  durante  processo  de 
identificação  das  patologias,  para  que  assim  a  restauração  seja  desenvolvida  de 
forma objetiva, precisa e com excelência.   
 
 
 
 
 
 
 
 

21 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
D’OSSAT,  Gugliemo  De  Angelis.   Estudo  de  Monumentos  do  Ponto  de  Vista 
Histórico  Artístico  e  Técnico.  Faculty  of  Architecture  University  of  Rome. 
ICCROM. Rome, 1982. 
 
ALMEIDA, Frederico Faria Neves. Manual.  Conservação de Cantarias.  IPHAN, 
Salvador, 2005. 

TINOCO, Jorge. ARAÚJO, Roberto.  Principais danos e patologias.  Centro de 
Estudos Avançados da Conservação Integrada. Disponível em: < http://www.ct.ceci­ 
br.org/ceci/en/o­convento­franciscano/principais­danos­e­patologias.html> 

TINOCO, Jorge. ARAÚJO, Roberto.  Ofício da Cantaria.  Centro de Estudos 
Avançados da Conservação Integrada. Disponível em: < http://www.ceci­br.org/ceci/ 
restauro/noticias/96­oficio­cantaria.html > 

TINOCO, Jorge. ARAÚJO, Roberto.  Ofício do Canteiro ou Cantel.  Centro de 
Estudos Avançados da Conservação Integrada. Disponível em: < http://www.ct.ceci­ 
br. org/ceci/en/pesquisa­ceci/estudos/oficios­tradicionais/cantaria.html > 

BEGONHA, Arlindo.  Patologia da Pedra.  Casos de Obra. FEUP. Portugal, 2011. 
Disponível em: < http://paginas.fe.up.pt/~jmc2011/wp­content/uploads/2011/03/ 
Arlindo_Begonha . pdf> 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

22 
 
ANEXOS 
 
 
1 TIPOS DE ROCHA E SUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 
 
 
ROCHA  Calcário  Pedra Lioz  Mármore  Pedra­sabão  Gnaisse  Granito  Arenito 

Origem  Sedimentar  Metamórfica  Metamórfica  Sedimentar  Magmática  Magmática  Sedimentar 


geológica 

Cor  Branco,  Bege claro,  Branco, rosa  Variada  cinza,  Variada  Bege, cinza 


Bege  cinza, rosa  preto, verde  bege 
marrom 

Textura  Compacta,  Polida, lisa  Polida, lisa  Polida, lisa  Fosca,  Fosca, in  Rugosa, 


terrosa,  rugosa,   natura  áspera, 
granulada,  in natura  terrosa, 
fosca  granulada 

Dureza  Muito macia  Média  Média  Macia,  Alta  Alta  Alta 


talcosa 

Porosidade  Alta  Média  Alta  Alta  Baixa  Baixa  Alta 

Local onde  Paraíba e  Portugal e  Minas Gerais  Minas Gerais,  Nordeste,  Minas  Costa 


encontrar  Sergipe  França  e Bahia  sertão  sudeste  Gerais,  brasileira, 
Bahia  Pernambuco 

  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
2 PATOLOGIAS E SUAS RESPECTIVAS CARACTERÍSTICAS 

24 

S-ar putea să vă placă și