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ARGUELLO

ADVOGADOS

EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL


DA COMARCA DE FOZ DO IGUAÇU - PARANÁ.

NEUZA WINKERT, brasileira, casada, comerciante,


portador do RG sob o nº 447464-0, devidamente inscrito no CPF nº
530.606.759-00, residente e domiciliada na Rua Campo Grande, nº 40, Vila
“C”, nesta Cidade e Comarca de Foz do Iguaçu/PR. por intermédio de seus
procuradores que esta ao final assina, com endereço constante no rodapé
desta, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com supedâneo na lei
9.009/05 (Juizado Especial), propor a presente

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO


Em face de
BANCO AYMORÉ FINANCIAMENTO S/A., pessoa
jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ/MF
33.066.408/0001-15, com sede na Rua Paulista, nº 1374, Bela Vista, na
Cidade de São Paulo/SP, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
delineados:

Avenida José Maria de Brito, nº 1763 – Jd. Central (CEP 85863-790) 1


Foz do Iguaçu – Estado do Paraná
Fone (045) 3027-3137
ARGUELLO
ADVOGADOS

DOS FATOS
A parte celebrou contrato de financiamento para aquisição
de bem móvel, na condição de avalista. Ocorre que após aprovarem o
financiamento, a parte assinou um contrato o qual foi preenchido
posteriormente pela financeira.

Acontece que, não foi repassado a segunda via do referido


instrumento negocial, sendo necessário utilizar o atendimento da empresa
para requerer o contrato.

Em análise ao instrumento negocial a parte demandante


verificou que ao valor do empréstimo foi acrescido o imposto para as
operações financeiras (não oportunizando o pagamento antecipado), taxa para
a realização do contrato e taxa para emissão de cobrança.

Do reflexo das taxas ilegais sobre o contrato:

Primeiramente convém indentificar e demonstrar quais os


reflexos que as taxas cobradas tem sobre as parcelas, porquanto, em simplista
análise parecem insignificantes, mas quando utilizamos os juros capitalizados
para remunerar essas taxas ilegais, tendo como supedâneo o número de
parcelas, verificamos um valor considerável cobrado em demasia.

Em análise ao instrumento negocial, vislumbramos a


cobrança de taxa para a celebração do contrato, caracterizada pela sigla TAC,
e a taxa de emissão de boleto por cada documento confeccionado.

A tabela abaixo demonstra qual o exato valor cobrado


através dessas taxas abusivas, tendo sido os referidos cálculos realizados
através do site da Associação Brasileira do Consumidor1, apresentando os
seguintes valores:

TAXA PRINCIPAL JUROS PRAZO VALOR VALOR


a.a. MENSAL TOTAL
Tarifa de Cad. R$ 500,00 29,85% 48 R$ 17,96 R$ 862.08
TEC 48 R$ 3,90 R$ 234,00
Serv. 3 R$ 384,00 29,85% 48 R$ 13,79 R$ 661,92

TOTAL DOS VALORES COBRADOS R$ 36,62 R$ 1.758,00

1
https://www.ongabc.org.br
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ADVOGADOS

DA REVISÃO CONTRATUAL
E ILEGALIDADE DAS TAXAS

Da tarifa de cadastro e emissão de boleto:

Segundo o Banco Central do Brasil, os bancos não podem


mais cobrar uma taxa para a abertura de crédito ou celebração do contrato,
conhecida pela sigla TAC, que está embutida no presente contrato de
financiamento com a nomenclatura de tarifa de cadastro.

A extinção da TAC é conseqüência da entrada em vigor


da regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN) para as tarifas
bancárias. As novas regras padronizam cobranças feitas pelos diferentes
bancos e financeiras, determinando quais tarifas poderão ser cobradas.

A TAC não está entre elas, e, sendo assim, o Banco


Central entendeu por extingui-la, em razão da ausência de fundamentação
legal para a referida cobrança.

Ocorre que, antes da proibição feita pelo Banco Central do


Brasil, o Poder Judiciário já vinha considerado ilegal a cobrança da TAC,
determinando a devolução do valor cobrado, inclusive em dobro, para os
consumidores que contestaram na Justiça esta ilegalidade.

Recurso Inominado nº 2009.10389-9 oriundo do 1º Juizado Especial


Cível da Comarca de Ponta Grossa.
Recorrente : BV Financeira S/A - Crédito, Financiamento e
Investimento.
Recorrido : Ari Souza Machado.
Relator : Juiz Telmo Zaions Zainko.
EMENTA: REVISÃO CONTRATUAL - FINANCIAMENTO
BANCÁRIO - TARIFAS DE ABERTURA DE CRÉDITO (TAC)
E DE EMISSÃO DE CARNÊ (TEC) - CUSTOS
OPERACIONAIS INERENTES A PRÓPRIA ATIVIDADE DA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - CLÁUSULAS ABUSIVAS
NULAS DE PLENO DIREITO - INTELIGÊNCIA DO ART. 51,
IV, DO CDC - PRECEDENTES DESTA TRU - SENTENÇA
MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS E JURÍDICOS
FUNDAMENTOS. 1. Esta Turma Recursal já firmou
posicionamento no sentido de que é ilegal a cobrança da taxa de
emissão de carnê ou boleto, sendo devida a sua devolução, conforme
determinado na sentença. 2. Neste sentido inclusive o julgado de
minha relatoria, nos autos de RI nº 2007.0010880-1, j. em
28.03.2008. Ainda nesta linha é o posicionamento do TJRS:
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Apelação cível. Ação revisional de contrato de financiamento, com


pacto adjeto de alienação fiduciária. Aplicabilidade do CDC. Juros
remuneratórios limitados. Capitalização anual. Disposições de ofício.
Ilegalidade da cobrança de comissão de permanência. Tarifa de
operações ativas, tarifa de emissão de boleto, IOC financiado.
Relação de consumo. Cabimento. Apelo provido. Com disposições
de ofício. (Apelação Cível Nº 70021081005, Décima Terceira
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Breno Pereira da
Costa Vasconcellos, Julgado em 25/10/2007). 3. Desta modo,
inexistem razões para a modificação do julgado. Recurso conhecido
e desprovido. I. Relatório oral em Sessão. II. Passo ao
voto. Satisfeitos os pressupostos processuais viabilizadores da
admissibilidade deste recurso, tanto os objetivos quanto os
subjetivos, deve ser ele conhecido. Quanto ao mérito, não merece
provimento o recurso, conforme razões expostas acima, devendo ser
conservada a decisão singular por seus próprios fundamentos (artigo
46 da LJE) e, com base no art. 55 da Lei nº 9.099/95, deve ser a parte
recorrente condenada ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios que arbitro em 20% sobre o valor da
condenação. É este o voto que proponho. III. Do dispositivo. Diante
do exposto, resolve esta Turma Recursal, por unanimidade de votos,
conhecer do recurso e, no mérito, negar-lhe provimento, nos exatos
termos do voto. O julgamento foi presidido pelo Senhor Juiz Horácio
Ribas Teixeira, com voto, e dele participaram os Senhores Juízes
Telmo Zaions Zainko e Luiz Cláudio Costa. Curitiba, 30 de outubro
de 2009. Telmo Zaions Zainko Juiz Relator.

Segundo observamos alhures, a taxa de abertura de crédito


possui um peso considerável no contrato, e se tivermos como parâmetro a
quantidade de financiamentos que são realizados em todo o país, e o número
pequeno de consumidores que reclamam em juízo, constatamos que a
ilegalidade gera um lucro de milhões para as financeiras.

Além da TAC, nos financiamentos de veículos, os bancos


também costumam cobrar a chamada taxa de boleto ou de folha de carnê, que
não ultrapassa o valor de R$ 5,00 por folha.

Da mesma forma que no caso da TAC, o Poder Judiciário


tem considerado ilegal esta cobrança, e também tem determinado a devolução
em dobro, para os consumidores que buscam tal direito na Justiça.

Portanto, faz jus a parte demandante a devolução dos


valores pagos a título de abertura de crédito e emissão de boleto.

Da cobrança do “serviços de terceiros”:

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Na atual conjectura, em um ambiente de grande


concorrência, na área de atuação que visa a concessão de empréstimos para os
consumidores aquirirem os bens almejados, um dos grandes beneficiados –
além do financiador – é o agenciador ou o garagista.

Este, possui um papel importantíssimo para as insituições


financeiras, pois são os responsáveis para apresentar ao consumidor a
financeira que irá concretizar o seu “sonho de consumo”.

Acontece que, a motivação para apresentar esta ou aquela


financeira é a taxa de retorno, expressão utilizada pelos garagistas que
realizam estas operações financeiras:

A taxa de retorno é uma espécie de gratificação que alguns


garagistas e revendedores recebem das instituições financeias por
terem efetivado a venda de um determinado financiamento.

Portanto, a gratificação que deveria ser dada pela


financeira para os seus revendedores e garagistas, é indevidamente cobrada
dos consumidores, que no momento da realização do financiamento não tem
ciência deste fato.

Tal discrepância, não é percebida pois a taxa de retorno


não vem descrita no contrato com essa nomeclatura, estando mascarada com a
denominação de custo com serviços de terceiros, que pode chegar a um
exorbitante patamar, dependendo do valor do financiamento e as condições
que envolvem o contrato.

O fato teve tamanha repercussão, que no Estado de Minas


Gerais, o Ministério Público, pediu a abertura de inquérito para investigar o
caso, dado aos diversos contratos contendo a cobrança dessas taxas, conforme
o noticiado pela Internet.

Desta forma, o consumidor é induzido ao erro pensando


estar financiando uma certa quantia para aquisição do bem, acrescido do
imposto sobre as operações financeiras, enquanto esta pagando um valor
muito superior ao contrato, diluidos mensalmente em parcelas.

Assim, cabe ao consumidor ter a restituição de todos os


encargos cobrados indevidamente pela a instituição bancária, e em especial o
custo com Serviços de Terceiros, que perfazem um valor significativo do total
financiado.

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Da aplicação das normas consumeiristas:

O Código de Defesa do Consumidor em seu art. 51 é


taxativo quando menciona os tipos de cláusulas que são consideradas nulas de
pleno direito, por ferir os princípios e normas consumeiristas, e em especial o
inciso IV que repudia as obrigações consideradas abusivas e sejam
incompatíveis com a boa-fé ou equidade.

Ressalta-se de igual forma, o disposto no §1º do aludido


artigo, por presumir exagerada a vantagem que se mostra excessivamente
onerosa para o consumidor, levando em conta a natureza e o conteúdo do
contrato e o interesse das partes, confome o seu inciso III:
se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando
a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras
circunstâncias peculiares ao caso.

Face os absurdos de alguns contratos, a jurisprudência e


doutrina exaram entendimentos quanto à aplicação do Código de Defesa do
Consumidor a todos os contratos bancários, eis que perfeita a relação de
consumo e/ou prestação de serviços.

Especificamente quanto aos contratos bancários, a doutrina


também conclui ser aplicável o Código de Defesa do Consumidor, eis que
com a obtenção do crédito estabelece-se entre o consumidor e o agente
financeiro uma verdadeira relação de consumo.

Da repetição do indébito:

Em razão da cobrança ilegal, hipossuficiencia do


consumidor e o engano injustificado, faz jus invocar no caso em tela o Código
de Defesa do Consumidor, para a aplicação da sanção escribada no art. 42, §
único, o qual relata que:
O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito á repetição
de indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justificável.

Conforme se pode constatar, existem abusos na relação de


consumo, em especial a cobrança de taxas abusivas embutidas no valor do
financiamento, obrigações que derivam da própria atividade das instituições
financeiras, os quais devem ser estornados.

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Destarte, todos os valores pagos a maior deverão ser


devolvidos devidamente corrigidos pela tabela fornecida pelo Tribunal de
Justiça, e com os juros a partir da propositura da presente demanda.

O Tribunal Paranaense tem reiteradamente se posicionando


favoravelmente aos consumidores lesados pelas práticas abusivas destes
fornecedores, inclusive determinando a devolução em dobro, exarando o
seguinte enunciado:
Enunciado nº 2.3 – Tarifa de emissão de carnê (TEC), tarifa de
abertura de crédito (TAC) e tarifa de liquidação antecipada –
abusividade – devolução em dobro: É abusiva a cobrança de custos
administrativos inerentes à atividade da instituição financeira,
comportando a repetição em dobro do valor pago a tal título.

Impossível acreditar que, uma empresa financiadora não


tenha conhecimento de que está praticando a taxas ilegais, conforme
escrevinhamos na presente peça.

Obviamente que, estas instituições possuem nos quadros


de funcionários economistas, contadores, administradores e advogados, os
quais são consultados quando da confecção de um contrato, ao contrário do
consumidor que somente possui o seu parco conhecimento quanto a matéria
(hipossuficiente).
Neste momento, ao firmar um contrato, o consumidor
espera que a instituição financeira haja com boa-fé, sem qualquer cobrança de
taxas ilegais que onerem o contrato celebrado.

As instituições (fornecedores), face o seu poder


econômico, possui condições de recrutar os mais gabaritados profissionais
para assessorar nas confecções dos contratos, entre eles advogados e
economistas, que possuem condições de mascarar práticas ilegais e/ou
abusivas.

Desta feita, cláusulas ou práticas ilegais são mantidas em


razão da necessidade do consumidor em estar vinculado a estas instituições,
ou por ignorância quanto aos seus direitos ou por não observar as
ilegalidades.

Face isto, por mais que o departamento jurídico dê parecer


contrário, havendo parecer favorável do departamento econômico, as
ilegalidades são mantidas, pois são as mesmas viáveis financeiramente, em

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razão da inércia dos consumidores, lucratividade da instituição e morosidade


da Justiça.

Por mais que o Poder Judiciário dê um parecer favorável e


determine que o Banco restitua o valor devido, após 5 anos (exemplo),
corrigidos conforme sentença, jamais alcançará a lucratividade auferida pela
instituição financeira quando este valor é emprestado para outros
consumidores, com juros mensal, de forma capitalizada, acrescidos de
“correção” (ou através de índices de remuneração), comissão de permanência
e encargos. Assim sendo, O CRIME COMPENSA!

Portanto, a luta deste causídico não se resume a defesa de


um interesse individual, mas de toda a coletividade, reféns de práticas ilegais
e abusivas pelas instituições financeiras. E convencer os julgadores que existe
má-fé quanto aos itens levados a análise é uma missão à ser alcançada, na
qual jamais desistiremos.

DO PEDIDO

Ex Positis, requer, à Vossa Excelência julgar procedente a


presente ação, com a declaração de ilegalidade da cobrança da taxa de
abertura de crédito, registro e emissão de boleto, por fazer parte da própria
atividade da empresa, tendo como fundamento o enunciado 2.3 anteriormente
citado.

Com supedâneo na declaração de ilegalidade das taxas


discutidas nesta demanda, que sejam condenados a devolver em dobro tudo
que lhes cobrou indevidamente nos questionados encargos, consoantes o
disposto no artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor e o enunciado 2.3,
no valor de R$ 3.516,00.

Face o princípio da vulnerabilidade e da hipossuficiência


do contratante, digne-se a conseqüente facilitação de seus direitos, com a
inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII, do art. 6º da Lei
8.078/90.

Que as cláusulas contratuais sejam interpretadas de


maneira mais favorável ao Requerente, por tratar-se de contrato de adesão
monitorado pelo Governo Federal, com espeque no art. 47, da Lei 8.078/90 e
no Direito Social.

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Requer seja determinada a citação da parte requerida, no


endereço inicialmente declinado, para, querendo, proceder à defesa das
argumentações despendidas na presente, sob pena dos efeitos da revelia.

Protesta pela produção de todos os meios de prova em


direito admitidos, tais como depoimento pessoal, juntada de documento,
oitiva de testemunhas e, principalmente, a realização de perícia.

Dá-se a causa, para efeitos fiscais e de alçada, o valor de


R$ 3.516,00 (três mil e quinhentos e dezesseis reais).

Nestes Termos
Pede Deferimento.

Foz do Iguaçu, 05 de fevereiro de 2010

Egídio Fernando Argüello Junior


OAB/PR nº 30.713

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