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Avaliação psicológica no contexto jurídico: demandas e práticas no direito de família

Julho/2018

Avaliação psicológica no contexto jurídico: demandas e práticas no


direito de família

Kaylla Maria Castro Tavares – kayllatavares@gmail.com

Avaliação Psicológica
Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Vitória-ES, 19 de Dezembro de 2017

Resumo
Dados históricos revelam que a aproximação entre Psicologia e Direito deu-se, inicialmente,
no campo penal. Com o tempo, identificou-se outros espaços do contexto jurídico que
também demandavam o trabalho do psicólogo, como as áreas Trabalhista e Cível, com
destaque para o Direito de Família. Este artigo objetivou descrever um panorama das práticas
e instrumentos utilizados por psicólogos atuantes no Direito de Família, focando
características do trabalho e desafios interpostos à práxis. Identificou-se que as práticas
adotadas para proceder à avaliação psicológica precisam respeitar as características de
complexidade e alta individualização dos casos, não sendo possível apontar um padrão único
de instrumentos e técnicas a serem adotados ainda que alguns se destaquem, como entrevistas,
visitas, observações e testes projetivos. A qualidade dos vínculos pais-filhos destaca-se como
o principal objetivo das avaliações, sendo, principalmente, avaliada por meio de entrevistas e
observações clínicas e não tanto por testagens. Enfatiza-se a importância do conhecimento
técnico e da habilidade profissional para uma avaliação de qualidade, atenta aos limites de
atuação e à importância que este trabalho assume dentro dos processos judiciais. Embora seja
uma área consolidada, a Psicologia Jurídica ainda enfrenta desafios provenientes de uma
formação acadêmica deficitária, com reflexos na qualidade do trabalho ofertado.
Palavras-Chave: Avaliação Psicológica Forense. Perícia Psicológica. Psicologia Jurídica.
Disputa de Guarda. Direito de Família.

1. Introdução
A Psicologia Jurídica surgiu da necessidade de assessorar magistrados em suas tarefas de
julgamento (ROVINSKI, 2000; LAGO; BANDEIRA, 2009; COSTA et al., 2009 JUNG,
2014;) e os psicodiagnósticos, com base no uso de instrumentos psicológicos, ofertavam
dados confiáveis e matematicamente comprováveis para orientação dos operadores do Direito
(BRITO, 2005, apud LAGO, 2009).
Direito e Psicologia se aproximaram em razão da preocupação com a conduta e o
comportamento humano, sendo o momento histórico que caracterizava a prática profissional
fator preponderante para que essa aproximação se desse por meio da realização de
psicodiagnósticos cujos resultados passaram a subsidiar sentenças judiciais (LAGO et al.,
2009; BRITO, 2005, apud LAGO et al., 2009).

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
Avaliação psicológica no contexto jurídico: demandas e práticas no direito de família
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Estudiosos ponderam que a atividade do psicólogo na esfera jurídica é considerada,


relativamente, recente se comparada à atuação em áreas mais consolidadas, como a Escolar, a
Organizacional e a Clínica (FRANÇA, 2004; PIZZOL, 2009; SILVA; FONTANA, 2011;
FREITAS, 2013). Por outro lado, dados sobre a história de inserção de psicólogos no meio
jurídico datam de períodos anteriores ao próprio reconhecimento da profissão na década de 60
(FRANÇA, 2004).
Freitas (2013), em estudo que buscou analisar aproximações e distinções entre as áreas
Psicologia Jurídica e Psicologia Forense, apresenta relatos históricos que fazem referência a
atividades desenvolvidas por alguns profissionais, já no início do século XX, num cenário em
que a prática profissional ainda estava reduzida a testagens com fins diagnósticos
(comparativos). Nesse sentido também apontam os estudos de Cunha (2000); Gromth-Marnat
(1999, apud LAGO et al., 2009) e Lago e Bandeira (2009).
Lago e Bandeira (2009) referem não existir um único marco histórico que possa delimitar o
início da Psicologia Jurídica no Brasil, sendo possível discutir alguns referenciais
documentados para relatar como a Psicologia e o Direito ganharam proximidade.
Essas mesmas autoras expõem que a história da própria Avaliação Psicológica, de maneira
geral, também experimentou (e ainda experimenta!) uma série de mudanças ao longo dos
tempos. No século IX, a prática caracterizava-se por descrições mais generalizadas do
comportamento humano, mais focadas em uniformidades e não nas diferenças. O início do
século XX, destacou-se por uma posição meramente psicométrica e enfoque quantitativista. A
intervenção do psicólogo se restringia à aplicação dos instrumentos que utilizava (os testes),
sendo o profissional identificado como testólogo. Esse período, segundo as autoras, fora
marcado pela introdução de estudos sobre inteligência e crescente interesse pelas diferenças
entre os indivíduos. A partir de 1920, emergira uma concepção mais subjetivista, influenciada
por estudos da fenomenologia e teorias psicodinâmicas. As avaliações passaram a atribuir
maior valor às conclusões baseadas em juízos subjetivos, prevalecendo a questão da qualidade
em detrimento dos números. Deu-se mais ênfase ao sujeito, e as influências do meio sobre o
mesmo adquiriram maior importância (CATÃO; COUTINHO; JACQUEMIN, 1997;
CUNHA, 2000; LAGO; BANDEIRA, 2009).
Em início da década de 60, após período de ascensão da Avaliação Psicológica, teria se
sucedido um período de crise
Problemas éticos, questionamento sistemático quanto à fidedignidade e validade dos
testes, interpretações malfeitas dos resultados e concepções erradas de sua natureza e
de seu objetivo foram aspectos que levaram a reflexões acerca do uso dos
instrumentos psicológicos (CATÃO; COUTINHO; JACQUEMIN, 1997;
PASQUALI; ALCHIERI, 2001; HUTZ; BANDEIRA, 2003, apud LAGO;
BANDEIRA, 2009, p. 56).
Rovinski (2009, p. 18), discorre sobre críticas que, comumente, ainda são dirigidas às
avaliações psicológicas no contexto jurídico com o objetivo de desqualificar o valor das
perícias realizadas nos diferentes espaços. As argumentações, segundo ela, sempre fazem
referência ao histórico de testagem psicométrica, que se propunha descolada de uma análise
sobre as possíveis influências do meio, servindo como instrumento de segregação e exclusão
da população mais vulnerável.

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Nessa mesma linha, aponta o estudo de Almeida e Almeida (2003) em que os autores refletem
que, embora úteis e necessários, a qualidade dos instrumentos disponíveis no mercado
profissional não estava condizente com a expectativa que sobre eles se tinha. Segundo
descrevem, um movimento de crítica à qualidade dos testes utilizados teria ganhado força
através de publicações de estudos, no final da década de 70, sendo que alguns autores já
defendiam a necessidade de aperfeiçoamento da construção, revisão e padronização dos
instrumentos de avaliação psicológica.
A problemática tem sido minimizada a partir da criação do Sistema de Avaliação de Testes
Psicológicos (SATEPSI), desenvolvido em 2003, pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP),
com intuito de divulgar informações sobre os testes psicológicos à comunidade e aos
profissionais de Psicologia (CFP, 2003). Ademais, o Conselho também publicou a Resolução
n° 005/2012 1 que tratou de regulamentar o uso, elaboração e comercialização dos testes,
definindo requisitos mínimos para o efetivo reconhecimento dos instrumentos como sendo
testes psicológicos; além da elaboração de Notas Técnicas para orientar a Classe sobre
especificidades no uso destes (CFP, 2012).
Ressalta-se que, atualmente, o psicólogo se utiliza de estratégias psicológicas, cujo processo
pode incluir o uso de testes, mas não se limita a eles (CUNHA, 2000; LAGO et al., 2009).
Dados históricos revelam que a aproximação entre Psicologia e Direito se deu, inicialmente,
no campo penal, com os primeiros trabalhos enfocando estudos com adultos criminosos e
adolescentes infratores da lei (ROVINSKI, 2002, apud LAGO et al., 2009). Aos poucos,
porém, foi-se identificando outros espaços do contexto jurídico que também demandavam o
trabalho do psicólogo, como as áreas Cível e Trabalhista (ROVINSKI, 2000; FRANÇA,
2004; LAGO et al., 2009; LAGO; BANDEIRA, 2009).
Com a previsão do trabalho do perito como auxiliar da justiça desde o antigo Código de
Processo Civil de 1973, houve um incremento dos serviços de Psicologia nas instituições
jurídicas, tanto pelo aumento no número de profissionais quanto pela legalização dos cargos
por meio de concurso público: São Paulo (1985), Minas Gerais (1992), Rio Grande do Sul
(1993), Rio de Janeiro (1998), Santa Catarina (2008) (SHINE, 1998, apud LAGO et al., 2009;
SHAINE; RAMOS, 1994, apud NERY; BRITO, 1999; ROVINSKI, 2009; LAGO et al.,
2009) e, mais recentemente, o Espírito Santo (TJES, 2010)
Altoé (1999, apud FREITAS, 2013), ademais, afirma terem ocorrido grandes transformações
no campo da Psicologia Jurídica a partir da década de 1980. O psicólogo que atua nesse
contexto, aos poucos, teria deixado de ser apenas um perito para investigações de cunho
técnico, passando a atuar em outras esferas judiciais a partir de novos enfoques (SILVA;
FONTANA, 2011). Conforme Lago e outros (2009), perícia e atividades de intervenção
(acompanhamento e orientação) possuem objetivos distintos, atendem a propósitos
diferenciados, porém são práticas que devem coexistir, posto que são complementares.
Nesse sentido, novas apostas de atuação têm sido delineadas, procurando salientar a
importância de que os psicólogos jurídicos ultrapassem a prática pericial e busquem abordar
questões da subjetividade humana por meio de Estudos Psicossociais que possibilitem uma

1 Essa Resolução revogou outras duas que haviam sido publicadas, em 2003 e
2004, em concomitância com o desenvolvimento dos trabalhos do Satepsi.

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visão mais contextualizada e compreensiva dos problemas apresentados (BERNARDI, 1999,


apud ROVINSKI, 2009).
Silva (2003) considera a perícia como uma das possibilidades de atuação do psicólogo no
campo jurídico, mas não a única. Outras formas de atuação, segundo a autora, seria atuar com
orientações e acompanhamentos, contribuir para políticas preventivas, estudar os efeitos do
jurídico sobre a subjetividade do indivíduo, entre outras atividades.
Corroborando essas visões, também se posiciona o Conselho Federal de Psicologia, através da
Resolução n° 013/2007 (institui a Consolidação das Resoluções relativas ao Título
Profissional de Especialista em Psicologia e dispõe sobre normas e procedimentos para seu
registro), ao reconhecer a Psicologia Jurídica como uma das especialidades do psicólogo,
apresentando, dentro da área, uma ampla possibilidade de atuação.
IV - Psicólogo especialista em Psicologia Jurídica atua no âmbito da Justiça,
colaborando no planejamento e execução de políticas de cidadania, direitos humanos
e prevenção da violência, centrando sua atuação na orientação do dado psicológico
repassado não só para os juristas como também aos indivíduos que carecem de tal
intervenção, para possibilitar a avaliação das características de personalidade e
fornecer subsídios ao processo judicial, além de contribuir para a formulação,
revisão e interpretação das leis: Avalia as condições intelectuais e emocionais de
crianças, adolescentes e adultos em conexão com processos jurídicos, seja por
deficiência mental e insanidade, testamentos contestados, aceitação em lares
adotivos, posse e guarda de crianças, aplicando métodos e técnicas psicológicas e/ou
de psicometria, para determinar a responsabilidade legal por atos criminosos; atua
como perito judicial nas varas cíveis, criminais, Justiça do Trabalho, da família, da
criança e do adolescente, elaborando laudos, pareceres e perícias, para serem
anexados aos processos, a fim de realizar atendimento e orientação a crianças,
adolescentes, detentos e seus familiares; orienta a administração e os colegiados do
sistema penitenciário sob o ponto de vista psicológico, usando métodos e técnicas
adequados, para estabelecer tarefas educativas e profissionais que os internos
possam exercer nos estabelecimentos penais; realiza atendimento psicológico a
indivíduos que buscam a Vara de Família, fazendo diagnósticos e usando
terapêuticas próprias, para organizar e resolver questões levantadas; participa de
audiência, prestando informações, para esclarecer aspectos técnicos em psicologia a
leigos ou leitores do trabalho pericial psicológico; atua em pesquisas e programas
socioeducativos e de prevenção à violência, construindo ou adaptando instrumentos
de investigação psicológica, para atender às necessidades de crianças e adolescentes
em situação de risco, abandonados ou infratores; elabora petições sempre que
solicitar alguma providência ou haja necessidade de comunicar-se com o juiz
durante a execução de perícias, para serem juntadas aos processos; realiza avaliação
das características da personalidade, através de triagem psicológica, avaliação de
periculosidade e outros exames psicológicos no sistema penitenciário, para os casos
de pedidos de benefícios, tais como transferência para estabelecimento semiaberto,
livramento condicional e/ou outros semelhantes. Assessora a administração penal na
formulação de políticas penais e no treinamento de pessoal para aplicá-las. Realiza
pesquisa visando à construção e ampliação do conhecimento psicológico aplicado ao
campo do direito. Realiza orientação psicológica a casais antes da entrada nupcial da
petição, assim como das audiências de conciliação. Realiza atendimento a crianças
envolvidas em situações que chegam às instituições de direito, visando à
preservação de sua saúde mental. Auxilia juizados na avaliação e assistência
psicológica de menores e seus familiares, bem como busca assessorá-los no
encaminhamento a terapia psicológicas quando necessário. Presta atendimento e
orientação a detentos e seus familiares visando à preservação da saúde. Acompanha

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detentos em liberdade condicional, na internação em hospital penitenciário, bem


como atua no apoio psicológico à sua família. Desenvolve estudos e pesquisas na
área criminal, constituindo ou adaptando os instrumentos de investigação
psicológica (CFP, 2007).
Atualmente, é legítimo afirmar que a atuação do psicólogo na justiça é sustentada por
previsões nos regimentos internos dos Tribunais de Justiça e, em grande parte, determinada
por legislações específicas na área (COSTA et al., 2009).
É o caso da lei n° 7.210/84, que prevê a existência das Comissões Técnicas de Classificação,
em seus artigos 06 e 07, a partir da qual o psicólogo passou a integrar grupos
interdisciplinares de trabalho (BRASIL, 1984; FERNANDES, 1998, apud LAGO et al., 2009;
CARVALHO, 2004, apud LAGO et al., 2009; ROVINSKI, 2009; COSTA et al., 2009).
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que
elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao
condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento,
será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1
(um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de
condenado à pena privativa de liberdade.
Novo marco se estabeleceu, na área da Infância e Juventude, a partir do Estatuto da Criança e
do Adolescente (Lei Federal n° 8069/90). Com a determinação de normas voltadas ao
atendimento psicossocial da criança, o trabalho do psicólogo se tornou essencial e ampliado,
envolvendo atividades de acompanhamento em instituições para internação por medidas de
proteção ou socioeducativas, acrescidas das funções periciais (BRASIL, 1990; ROVINSKI,
2009; LAGO et al., 2009).
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas
de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,
prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar
a Justiça da Infância e da Juventude.
O novo Código de Processo Civil (Lei n° 13.105/15), que, assim como o antigo Código,
refere-se ao perito como auxiliar da justiça (Livro III, Título IV, Capítulo III, art. 149), no
artigo 156 (parágrafo 1°) estabelece os critérios para sua nomeação e habilitação.
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de
secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete,
o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o
contabilista e o regulador de avarias.[grifo nosso]
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.
§ 1° Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os
órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo
tribunal ao qual o juiz está vinculado (BRASIL, 2015).
Silva (2003), que se referia, à época, ao antigo Código de Processo Civil, reflete, entretanto,
que o próprio Código não especificava (e assim se mantém no novo Código) o conceito de
perícia, afirmando apenas se tratar de prova pericial constituída por meio de exame, vistoria

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ou avaliação (art. 464). Sendo assim, o psicólogo tem de adaptar o seu fazer dentro desses
procedimentos a fim de desempenhar o seu trabalho junto às Varas Cíveis, em especial, as
Varas de Família.
Estudos têm apontado quais seriam, atualmente, as principais áreas de atuação do psicólogo
no âmbito jurídico, destacando-se entre as citadas: Direito de Família, Direito da Infância e
Juventude, Direito Civil, Direito Penal e Direito do Trabalho (FRANÇA, 2004; LAGO et al.,
2009; JUNG, 2014; FERMANN et al., 2017).
Em linhas gerais, no Direito de Família, destaca-se a participação de psicólogos em processos
de separação e divórcio, disputa de guarda e regulamentação de visitas; No Direito da Infância
e Juventude, a atuação se dá junto aos processos de adoção e destituição de poder familiar e
também no desenvolvimento e aplicação de medidas socioeducativas de adolescentes autores
de ato infracional; No Direito Civil, o psicólogo atua nos processos em que são requeridas
indenizações por danos psíquicos e em casos de interdição judicial e nomeação de curador;
No Direito Penal, pode ser solicitado a atuar como perito para averiguação de periculosidade,
de condições de discernimento ou sanidade mental das partes em litígio ou em julgamento,
como, por exemplo, no cometimento de um crime; No Direito do Trabalho, as avaliações
realizadas objetivam identificar o nexo causal entre as condições de trabalho e sua
repercussão na saúde mental do indivíduo (LAGO et al., 2009).
Outros campos de atuação menos citados seria a Vitimologia (avaliação do comportamento e
da personalidade da vítima. Busca-se traçar um perfil desta e tentar compreender suas reações
perante a infração penal.); e a Psicologia do Testemunho (avaliação sobre a veracidade dos
depoimentos de testemunhas e suspeitos de forma a colaborar com os operadores do Direito).
Esta última área está atrelada a estudos sobre o fenômeno das Falsas Memórias, dando
também suporte a outra área recente, a do “Depoimento Sem Dano”(LAGO et al., 2009), tema
que enfrenta inúmeras críticas entre os profissionais de Psicologia (e Serviço Social) que
atuam no meio jurídico e respectivos Conselhos de Classe (CFP, 2009; CRESS-SP, 2012;
Brito, 2012; TJES/FASP, 2015).
Lago e outros (2009) expõem que o predomínio do trabalho do psicólogo como avaliador, ao
longo dos anos, vem abrindo espaço para novas demandas às quais o profissional deve estar
aberto e preparado para responder. Conforme França (2004), a interface com o Direito, no
entanto, ainda resulta encontros e desencontros epistemológicos e conceituais os quais
atravessam a atuação do profissional de Psicologia, impondo a necessidade de aprimoramento
constante e melhorias em seu instrumental técnico-operativo. A ampla possibilidade de
atuação dos psicólogos no campo jurídico tem gerado desafios, com crescente diversidade de
questões e maior complexidade para seu entendimento (ROVINSKI; CRUZ, 2009, PIZZOL,
2009).
Tendo em vista a diversidade de contextos, demandas e formas de atuação, este artigo
objetiva descrever um panorama das práticas e instrumentos utilizados por psicólogos na área
do Direito de Família, focando as características do trabalho e também alguns desafios
interpostos à aproximação Direito e Psicologia.

2. O psicólogo e sua atuação no direito de família: demandas e desafios

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Alguns pontos, anteriormente apresentados, sobre o histórico da Avaliação Psicológica e sua


interface com a Justiça, permitem evidenciar a importância do uso de técnicas e instrumentos
como forma de fundamentar a validade dos achados de um processo de avaliação desse tipo.
A expansão da Psicologia Jurídica tem se refletido na constante demanda por avaliações
psicológicas na área forense, especialmente no contexto do Direito de Família em que as
situações de disputa de guarda se impõem como destaque (LAGO; BANDEIRA, 2009).
Brito (1993), em estudo sobre a atuação do psicólogo em Varas de Família, faz uma reflexão
sobre o fato de que a família hierárquica foi, durante muito tempo, considerada a unidade
indissolúvel da sociedade enquanto que, na concepção atual de família, admite-se o divórcio e
a separação. Nesse sentido, complementa Bernal Samper (1995, apud MARTINS, 1999) ao
referir que as leis teriam acompanhado as modificações sociais da família com grande
lentidão e que mudanças nesse contexto somente teriam passado a ser reconhecidas em nosso
país, no ano de 1977, com a introdução do divórcio.
Conforme estatísticas do Registro Civil divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística em 2015 (IBGE, 2015), verifica-se que o número de divórcios aumentou em
161,4% entre os anos 2004 e 2014, embora registre queda na taxa geral de divórcios,
concedidos em primeira instância, entre os anos 2014 e 2015. A pesquisa revela que mais de
44% dos divórcios se deu em famílias com filhos menores de idade, sendo a guarda dos
filhos, em 78,8% dos casos, conferida às mulheres. Entre os anos 2014 e 2015, observou-se
um aumento na proporção de Guarda Compartilhada entre os cônjuges, de 7,5% para 12,9%,
acreditando-se num possível reflexo da Lei n° 13.058/14 que institui como regra essa
modalidade de guarda entre os pais (BRASIL, 2014).
Em artigo publicado na Revista do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM),
Penna (2011) descreve que, a partir da evolução na legislação baseada nos Direitos da
Família, a Psicologia tem ampliado seu campo de atuação, e estudos recentes sobre atuação
multidisciplinar aplicada ao Direito têm trazido novas perspectivas em relação à importância
da Psicologia e da perícia psicológica no âmbito do Direito de Família. Essa realidade parece
encontrar justificativa no aparente enfraquecimento da instituição do casamento e no aumento
do número de separações observadas sistematicamente. A autora ressalta que, apesar de a
separação conjugal ser cada vez mais frequente, tem sido mais comum observar, retratados
nos autos, o conflito familiar e o desgaste emocional de todos os envolvidos.
Afirma-se que, de maneira geral, os processos de separação e divórcio que demandam a
participação do psicólogo são, em sua maioria, litigiosos, ou seja, aqueles em que as partes
não conseguem chegar a um acordo e demandam do judiciário uma solução para o problema.
Isso implica, muitas vezes, que o psicólogo, além de proceder à avaliação pertinente a toda e
qualquer intervenção, atue também como mediador, no intuito de refletir com as partes sobre
possíveis aspectos não liquidados da conjugalidade que estejam interferindo no alcance de um
acordo favorável a ambos. Tais ações, em geral, englobam decisões importantes pertinentes à
organização familiar pós-divórcio, quais seja, partilha de bens, guarda dos filhos,
estabelecimento de pensão alimentícia e regulamentação/direito de visitas (LAGO et al.,
2009).
Estudiosos do tema consideram que a separação (seja ela resultado de consenso ou não),
quase sempre, é vivenciada como processo de luto. Dependendo da forma como é conduzida,
pode acarretar grande sofrimento a todos os envolvidos, com prejuízos emocionais e

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comportamentais, podendo ser os filhos as maiores vítimas (LAGO; BANDEIRA, 2008;


NERY; BRITO, 1999).
Corroborando esta ideia, também se posicionam Bufano, Iglesias e Salgado (1991, apud
NERY; BRITO, 1999) ao considerar que dentre os vários processos evolutivos – casamento,
nascimento dos filhos, entrada na adolescência, etc – também a separação e o divórcio
poderiam ser considerados como uma transição que gera muita tensão. Pessoas, que antes
partilhavam uma rotina em comum, passam a se encarar como oponentes num concurso de
direitos, esquecendo, muitas vezes, que o ex-cônjuge nunca deixará de ser pai ou mãe, e que
nenhum filho poderá apagar um dos genitores de sua história de vida.
Em seu livro Psicologia Jurídica no Processo Civil Brasileiro, Silva (2003) defende a ideia de
que as principais dificuldades que um casal enfrenta em torno das decisões pertinentes a um
processo de separação judicial (divisão de bens, guarda dos filhos, regulamentação da
convivência e pensão alimentícia) derivam da estrutura de personalidade de cada um dos ex-
cônjuges. Lago e Bandeira (2009, p. 60) expõem que, dessa forma, “reforça-se a importância
de avaliar a dinâmica do ex-casal, suas estruturas de personalidade e suas competências
parentais, além de avaliar o nível de desenvolvimento dos filhos”. Na visão das autoras,
através da integração desses dados, torna-se possível esclarecer os conflitos subjacentes à lide
e descrever as habilidades parentais maternas e paternas e as necessidades das crianças,
fornecendo importantes subsídios para a decisão judicial.
Nos processos de separação ou divórcio é preciso definir qual dos ex-cônjuges deterá a posse
dos filhos. Em casos mais graves, não raro ocorrem disputas acirradas em torno dessa decisão
(SILVA, 2003). Nesses casos, o juiz pode solicitar uma perícia psicológica com o objetivo de
se verificar qual dos genitores deteria melhores condições para o exercício da guarda, bem
como as melhores condições para garantir o convívio do filho comum com ambos os pais.
Essa avaliação, entretanto, não teria como objetivo verificar qualidades e defeitos, visando
uma comparação entre melhor e pior, mas as habilidades parentais demonstradas em relação
às necessidades da criança (ROVINSKI, 2000; LAGO; BANDEIRA, 2008; MACIEL; CRUZ,
2009; LAGO; BANDEIRA, 2009).
Lago e outros (2009) ressaltam que, além dos conhecimentos sobre avaliação, psicopatologia,
psicologia do desenvolvimento e psicodinâmica do casal, assuntos atuais, como Guarda
Compartilhada, Falsas Acusações de Abuso Sexual e Síndrome de Alienação Parental, devem
fazer parte do repertório de conhecimento do profissional psicólogo que atua em Varas de
Família, sendo, pois, necessária constante atualização técnica e metodológica que possibilitem
a oferta de serviços de qualidade.
A partir das reflexões acima, impõem-se as perguntas: O que, de fato, se busca avaliar nos
processos de Vara de Família? Quais estratégias (técnicas e instrumentos) são mais utilizadas
nesse contexto? Que outras questões importantes precisam ser abordadas em relação à prática
profissional?
Em pesquisa que investigou as práticas utilizadas por psicólogos de diferentes regiões do país
em processos de disputa de guarda, Lago e Bandeira (2008) apontaram como aspectos
importantes a serem avaliados a dinâmica familiar e a motivação da separação e da disputa em
si. Identificaram ainda, como ponto necessário a ser analisado, a qualidade dos
relacionamentos entre os envolvidos (pai, mãe e filhos) e também com a família extensa. As

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autoras afirmaram ser difícil estabelecer um padrão único de modelo de avaliação de casos
que envolvem essa temática em função da necessidade de se verificar caso a caso, dada a
complexidade e alta individualização dos casos. Entretanto, concluem que alguns
procedimentos e técnicas, e até mesmo instrumentos padronizados, parecem ser mais comuns,
e outros menos, nesse contexto de avaliação.
Os dados da referida pesquisa mostraram que, em geral, os procedimentos mais adotados nas
avaliações em Varas de Família são: entrevistas clínicas individuais, testagem psicológica,
observação da interação pais e filhos, entrevistas conjuntas, informações de terceiros (para
coleta de diferentes fontes ou confrontar divergências) e visitas domiciliares e nas escolas.
Soma-se a isso, a redação de documentos, consulta a advogados e depoimento em audiências
(LAGO; BANDEIRA, 2008).
Rovinski (2007) observa que, de modo geral, poder-se-ia dizer que a metodologia utilizada
nas perícias psicológicas seria a seguinte: a) leitura dos autos (identificação das questões
psicológicas que serão alvo de investigação e quesitos a serem respondidos); b) levantamento
das hipóteses prévias que nortearão a coleta dos dados; c) coleta dos dados junto aos sujeitos
(entrevistas iniciais) e, quando necessário, junto a terceiros ou a instituições; d) planejamento
da bateria de testes/técnicas mais adequada ao caso, quando necessário; e) aplicação da
bateria de testes; f) interpretação dos resultados dos testes à luz dos dados colhidos nos autos
processuais e na(s) entrevista(s); g) redação do laudo psicológico com o objetivo de responder
à demanda jurídica que motivou a avaliação e, quando presentes, responder aos quesitos
constantes no processo judicial.
Para Castro (2005, apud LAGO; BANDEIRA, 2009), o psicólogo precisa ter condições de
avaliar a dinâmica do ex-casal que disputa judicialmente os filhos e também compreender o
desenvolvimento normal e patológico da criança. A partir de uma seleção adequada de
procedimentos e instrumentos, ter condições de verificar como a criança vivencia suas figuras
parentais e o tipo de apego que tem a elas, privilegiando sempre o seu bem-estar e
desenvolvimento psicoemocional satisfatório.
Quanto à utilização de instrumentos, a pesquisa de Lago e Bandeira (2008) destacou o uso de
testes projetivos com adultos e crianças, dentre os quais cita-se o HTP, Rorschach, TAT,
Zulliger (com os pais) e HTP, DFH, Fábulas (com os filhos). Concluiu-se que a utilização de
testes como parte das avaliações objetiva conhecer aspectos da personalidade dos pais. O fator
apontado, no entanto, como de maior importância para a recomendação da guarda seriam os
vínculos estabelecidos entre as crianças e seus genitores, sendo estes avaliados por meio de
entrevistas e observações clínicas e não por testagens.
Rovinski (2000) cita a utilidade do MMPI, do Rorschach e do Inventário Fatorial de
Personalidade (IFP) para avaliação de pais no contexto de disputa de guarda e ressalta que
este último possibilita a investigação de fatores que podem se associar com a temática dos
cuidados parentais, além de possuir escalas de controle (de Validade e de Desejabilidade
Social) que auxiliam na detecção de tentativas de manipulação dos resultados.
Silva (2003) considera que os instrumentos mais indicados para o uso com crianças em
perícias de família são o HTP, o Desenho da Família, o CAT, as Fábulas de Duss e o Teste
das Pirâmides Coloridas de Pfister, além da técnica do ludodiagnóstico. Expõe que esta
técnica se mostra especialmente útil no caso de avaliação com crianças muito pequenas, ou

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muito comprometidas emocionalmente, ou ainda com aquelas que simplesmente se recusam a


responder às atividades propostas.
Silva (1999), em estudo que trata sobre o uso de testes psicológicos no trabalho de perícia em
Varas de Família, defende a importância do uso de testes projetivos em processos de mudança
de guarda e regulamentação de visitas em que o componente do litígio apresenta-se
fortemente destacado. Nos casos em que não há uma queixa grave e a integridade física e
mental da criança não está sendo questionada, dentre outras técnicas, a autora expõe que
costumam ser utilizados os testes HTP e Desenho da Família, Teste Desiderativo e TAT (com
os pais) e HTP e Desenho da Família, CAT, Fábula de Duss e Pfister (com as crianças). Em
casos com queixas mais graves, em que se faz necessária uma análise mais profunda sobre a
personalidade das partes, utiliza-se o Rorschach e o TAT. A autora destaca o fato de que os
laudos periciais sempre seriam passíveis de contestação dentro do trâmite processual, de onde
vem a importância de privilegiar métodos de coleta e análise de dados com embasamento
teórico e metodológico consistentes que permitam um bom desempenho. Nesse sentido
também apontam os estudos de Silva (1999), Rovinski (2000), França (2004), Lago e
Bandeira (2008), Brito (2011) e Silva e Fontana (2011).
Em pesquisa recente (FERMANN et al., 2017) que objetivou investigar os procedimentos
comumente adotados nas perícias para a avaliação de suspeita de Alienação Parental, bem
como a adequação dos laudos psicológicos emitidos, os resultados encontrados indicaram o
uso de entrevistas e testes projetivos como procedimentos predominantes no desempenho das
avaliações. Como ponto negativo, concluiu-se pela completa inadequação dos laudos emitidos
às exigências do Conselho Federal de Psicologia, sob o risco de advertência por infração
ética, conforme Resolução 007/2003 (CFP, 2003).
Rovinski (1999; 2000; 2007) reflete sobre a necessidade de adaptação de instrumentos
clínicos em função de não haver instrumentos específicos para o contexto jurídico. Por outro
lado, embora haja estudos que mencionem a existência, em âmbito internacional, de
instrumentos específicos de avaliação forense (FAIs – Forensic Assessment Instruments):
Bricklin Perceptual Scales (Escala de Percepção de Bricklin), o Perception of Relationships
Test (Teste de Percepção das Relações) e o Ackerman-Schoendorf Scales for Parent
Evaluation of Custody (Escala Ackerman-Schoendorf para Avaliação Parental de Custódia),
verifica-se que esses encontram significativas limitações e carecem de publicações científicas
de estudos que investiguem suas propriedades psicométricas (EMERY e col., 2005, apud
LAGO; BANDEIRA, 2009). Estudos questionam a possibilidade de existir instrumentos
capazes de contemplar todos os fatores relevantes para a definição da guarda de filhos e
destaca-se que os critérios para definir o melhor interesse dos filhos não estão claros e
precisos, o que tornaria contestável a validade dos instrumentos (SCHUMAN, 2002, apud
LAGO; BANDEIRA, 2009; EMERY e col., 2005, apud LAGO; BANDEIRA, 2009).
Sobre os desafios da prática profissional, Silva (2003) chama a atenção para o cuidado que o
psicólogo deve ter para não cometer extrapolações ao concluir sobre algum aspecto avaliado a
partir da testagem. A autora faz a importante ressalva de que, por mais que sejam válidos, os
instrumentos psicológicos nem sempre são capazes de responder de modo preciso e objetivo
as questões jurídicas. Por isso, há que se ter cuidado no momento de interpretar os resultados
e deles extrair conclusões, evitando emitir opiniões técnicas que vão muito além daquelas que
o instrumento pode oferecer.

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Em complemento à ideia, estudiosos (NERY; BRITO, 1999; ROVINSKI, 2009; LAGO;


BANDEIRA, 2009; COSTA et al., 2009; FERMANN et al., 2017) também chamam a atenção
para a importância e consequências que os laudos psicológicos assumem dentro dos processos
em Varas de Família.
Nas palavras de Maciel e Cruz (2009, p.46)
As informações fornecidas por meio do laudo pericial têm um valor diferente de
qualquer outro informe psicológico e, nesse sentido, cabe ao psicólogo avaliar a
dimensão do impacto que seus resultados trarão à vida das pessoas que foram objeto
da sua avaliação. Conhecer essas dimensões implica em selecionar o tipo de
informação dada, bem como os limites de seu uso.
Silva (1999, p. 144) aponta para questionamentos importantes os quais o profissional deve se
fazer ao atuar no contexto da justiça, quais sejam, “qual verdade estamos buscando fornecer
em nossos laudos? [...] Há que se ter claro que o judiciário busca um culpado a ser punido.
Busca uma definição do tipo - qual genitor é o melhor para a criança?"
Nesses casos, é necessário cuidado para não cair na armadilha de encontrar um culpado, o
melhor e o pior, o mais preparado e o menos preparado, contribuindo ainda mais para a
propagação do modelo adversarial do Direito tão maléfico ao Direito de Família ( BRITO,
1993; SILVA, 1999).
Martins (1999, p. 356) assim expõe sobre o risco de adentrar na dinâmica do modelo
adversarial
A permanência de concepções próprias de ideais antigos na lei contribui para a
manutenção da necessidade de culpabilização das pessoas que desejam se separar
dos seus cônjuges e, portanto, estimulam posturas contenciosas nesses
procedimentos, ao atribuírem aos pais posições antagônicas de vencedor ou
perdedor, através da sentença judicial, que possivelmente irá interferir, não apenas
na relação pós-separação do antigo casal, mas também sobre a continuidade do
exercício da coparentalidade dos pais. [...] [O] que poderia ser apenas um processo
de luto inicial da separação, acaba sendo agravado pelo posicionamento contencioso
e pelo acúmulo das mágoas, fruto das acusações recíprocas, durante a tramitação do
processo judicial litigioso.
Brito (2011, p. 85) ressalta outra tipo de cautela a que o psicólogo deve estar atento e que diz
respeito à importância da análise da demanda e suas implicações no meio jurídico. Em suas
palavras
Considera-se fundamental, todavia, que se preste atenção às particularidades da área
em que atua o psicólogo, questionando-se, em primeiro lugar, em quais condições os
sujeitos são encaminhados para as avaliações psicológicas, como pensam que as
conclusões apontadas irão repercutir em suas vidas, como o profissional, entre tantas
outras perguntas que devem guiar os psicólogos. Portanto, é a partir de uma análise
sobre a complexidade que envolve a avaliação psicológica no contexto em que será
produzida e da clareza do lugar que o profissional irá ocupar ao aceitar tal
atribuição, que se deve dar início ao exame dos instrumentos mais pertinentes à
tarefa em questão.
No que tange aos limites em torno da prática profissional, Rovinski e Elgues (1999) observam
que, no contexto jurídico, os psicólogos se utilizam dos mesmos métodos de investigação
usados na clínica, quais sejam, entrevistas, testes, recuperação de dados de arquivo
(protocolos) e informações de familiares e terceiros. Alguns autores mencionam a falta de
adequação dos instrumentos ao contexto forense e a grupos específicos, de maneira geral, o

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que comprometeria a validade e fidedignidade do teste e suas conclusões (ROVINSKI;


ELGUES, 1999; ROVINSKI, 2000; 2007; LAGO; BANDEIRA, 2009; JUNG, 2014).
Outra questão pertinente, observada em vários estudos (ROVINSKI; ELGUES, 1999; LAGO;
BANDEIRA, 2008; LAGO et al., 2009; ROVINSKI, 2009; MACIEL; CRUZ, 2009;
TREVISAN, 2011; FERMANN et al., 2017), refere-se à inadequação do ensino em relação à
prática da avaliação psicológica como um todo, e em especial no contexto forense, e à falta de
conhecimento e despreparo profissional para o uso adequado dos instrumentos disponíveis.
Os autores ressaltam a necessidade de investimento na formação profissional para melhor
qualificação da prática.
Em estudo realizado por Lago e Bandeira (2009) com 50 psicólogos de diferentes regiões
brasileiras, objetivando investigar a formação extracurricular, conhecimento e opinião desses
profissionais que atuam em casos de Direito de Família, identificou-se que apenas 16%
cursaram alguma disciplina relacionada à Psicologia Jurídica durante a graduação; 80%
sentiram necessidade de buscar aperfeiçoamento e cursos de extensão para exercer suas
atividades; sendo que 92% afirmaram ainda sentir necessidade cursos, encontros e congressos
na área.
Nesse mesmo estudo, as autoras expõem que com base na análise de currículos dos principais
cursos de Psicologia no Brasil, verificou-se serem raros os cursos que oferecem a disciplina
de Psicologia Jurídica, sendo em geral, matéria opcional, com carga horária reduzida. A
formação acadêmica voltada para a área clínica estaria gerando profissionais pouco
preparados para atuar no âmbito jurídico, contexto onde a atuação pressupõe habilidade, uma
vez que seu produto gera consequências legais (LAGO; BANDEIRA, 2009).

3. Conclusão
O artigo apresentou um breve histórico sobre o início da atuação profissional do psicólogo no
contexto jurídico, demonstrando que, ao longo dos anos, sua prática tem se expandido em
função dos variados contextos em que se mostra inserido, destacando-se, em especial, o
trabalho junto ao Direito de Família.
Verifica-se que as práticas adotadas para proceder à avaliação psicológica nesta área do
Direito necessitam respeitar as características de complexidade e alta individualização dos
casos. Ainda que técnicas e instrumentos padronizados, como entrevistas, observação da
interação pais e filhos, visitas domiciliares e na escola e uso de testes projetivos, alcancem
grande destaque, não é possível identificar um padrão único de avaliação a ser adotado. A
qualidade dos vínculos e do relacionamento entre os envolvidos destaca-se como o principal
objetivo das avaliações realizadas, sendo, principalmente, analisada por meio de entrevistas e
observações clínicas e não por testagens.
Destaca-se que, ao longo deste artigo foram citados alguns testes que não se encontram
aprovados para uso pelo SATEPSI, no momento, mas que, na ocasião das pesquisas citadas,
tinham seu uso regulamentado.
Enfatiza-se a importância do conhecimento técnico e da habilidade do profissional que atua na
área, de modo a subsidiar a decisão judicial a partir de uma avaliação técnica de qualidade,
atentando-se sempre para os limites de sua atuação e importância e consequências que seu
trabalho assume nos processos judicias.

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Os estudos apresentados confirmam a Psicologia Jurídica como área consolidada de atuação


do psicólogo brasileiro, embora ainda enfrente desafios provenientes de uma formação
acadêmica deficitária, com reflexos na qualidade do trabalho ofertado.

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