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Comentário sobre Koselleck.

Uma das marcas da Torre são as profecias com data marcada para o fim do mundo. Isto,
porém, não é uma novidade na história das religiões cristãs.
Gostaria de propor aqui um estudo sobre os efeitos da escatologia (estudo da consumação
dos tempos, ou fim do mundo) para o cristão em geral, e o TJ em específico, num momento
posterior. Afinal, se há mesmo livre arbítrio (oi, Johannes), e se somos inteligentes, e se
ninguém quer ficar do lado do perdedor, e se ninguém quer morrer, e se só há um caminho
(estreito, segundo o Novo Testamento), essa faculdade de escolha limita-se a uma.
Mas não é sobre livre-arbítrio que eu quero tratar aqui. Comecei a leitura de um novo livro
para a minha pós-graduação em Teoria e História Literária. O nome do livro é "Futuro
Passado", de Reinhart Koselleck. Trata, basicamente, das mudanças dos conceitos de futuro
e passado na Europa cristã.
O autor principia analisando as várias profecias para o fim do mundo desde o Medievo, e
como o não cumprimento destas profecias tem afetado o cristianismo.
Ele demonstra que a perspectiva de um fim do mundo como algo certo, mas num tempo
indeterminado, agregou os cristãos em torno do grupo hegemônico (Igreja Católica). Por isso
a Igreja Católica sempre controlou os visionários e "novos profetas", pois que aplicar a
escatologia, especialmente do Apocalipse, a fatos históricos concretos (como fez e faz a
Torre), gera expectativa e, devido ao não cumprimento do fim do mundo na data marcada,
frustração e desagregação.
Em outras palavras: o cristianismo aprendeu, a duras penas, a não profetizar. A Torre tem
sistematicamente desobedecido a essa prudência. Fico pensando: existirão Testemunhas de
Jeová daqui a uns 500 anos, por exemplo? Como elas explicarão a aplicação de profecias
simbólicas e genéricas do Apocalipse a fatos concretos, como tem feito a Torre com os
toques de trombetas do Apocalipse e os congressos do começo do século XX?
A saída que vejo para a Torre é reatualizar o Apocalipse. É o único jeito de sobreviver. Mas e
a arrogância do Corpo Governante? Sabemos que os velhinhos morrerão sem reconhecer que
erraram, e feio. Ou acontece um golpe, uma tomada do poder de decisão religiosa no
Brooklyn, ou a Torre, conforme conhecemos, ruirá. Ela terá que mudar sua arquitetura.
Infelizmente não estarei aqui daqui a 500 anos pra conferir. Mas dá o que pensar.
Gostaria de propor um estudo coletivo sobre os efeitos do Apocalipse na história do
cristianismo. Na verdade o estudo poderia ser até mais amplo, mas quero neste momento
verticalizar, focalizar na seita de Jesus. Porque, sabemos, o fim do mundo estava próximo no
século I, mas também no II, no III... na Idade Média... só na Idade Moderna é que o
Apocalipse será adiado, e continua em suspenso até hoje. Pelo menos nos grupos
hegemônicos do Estado. Apocalipse continua em pauta em algumas religiões, mas que não
mais detêm o poder político.
Acho que dá pra tirarmos algumas lições sobre isso. O que acham?

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"E comecei, a sós comigo, a fazer barcos de papel com a mentira que me haviam dado." -
Bernardo Soares

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