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CONCEITO
Princípios administrativos são postulados fundamentais que inspiram a maneira de
agir da Administração Pública. O eminente administrativista Celso Antônio Bandeira de
Mello entende o princípio como um “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro
alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas
compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e
inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo,
no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”.
PRINCÍPIOS EXPRESSOS (ART. 37 DA CF/88)
i) Princípio da Legalidade
Este princípio encontra-se inserido no inciso II do art. 5º da Constituição Federal,
sendo esta sua formulação mais genérica, assim prevendo: “ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Assim, enquanto para
os particulares a regra é a autonomia da vontade, para a administração a única
vontade de que podemos cogitar é a da lei, sendo irrelevante a vontade pessoal do
agente.
No Direito Administrativo a legalidade traduz a idéia de que a Administração, no
exercício de suas funções, somente poderá agir conforme o estabelecido em lei.
Inexistindo previsão legal para uma hipótese, não há possibilidade de atuação
administrativa, pois a vontade da Administração é a vontade expressa na lei, sendo
irrelevantes as opiniões e convicções pessoais de seus agentes.
ii) Princípio da Impessoalidade
Este princípio objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar
aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica (isonomia), como é
o caso, por exemplo, da exigência constitucional do concurso público para o ingresso
em cargo ou emprego público.
Numa outra acepção deste princípio, deve a Administração voltar-se exclusivamente
para o interesse público, e não para o privado, vedando-se que sejam favorecidos
alguns indivíduos em detrimento de outros e prejudicando alguns para favorecimento
de outros (finalidade pública).
Em outro sentido, o princípio da impessoalidade tem por objetivo proibir a vinculação
de atividades da Administração à pessoa dos administradores, evitando que estes
utilizem a propaganda oficial para a sua promoção pessoal.
iii) Princípio da Moralidade
O princípio da moralidade torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da
Administração. Para atuar em respeito à moral administrativa não basta ao agente
cumprir a lei na frieza de sua letra. É necessário que se atenda à letra e ao espírito da
lei, que ao legal junte-se o ético. Este princípio impõe que o administrador público não
dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta.
A Constituição Federal, ao consagrar o princípio da moralidade administrativa como
vetor da atuação da Administração Pública, igualmente consagrou a necessidade de
proteção à moralidade e responsabilização do administrador público.
3 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico
Em sentido formal, conceitua-se como o conjunto de agentes, órgãos e pessoas
jurídicas destinadas à execução das atividades administrativas.
Nessa concepção, a expressão Administração Pública engloba todos os órgãos e
agentes que, em qualquer dos Poderes do Estado (Legislativo, Executivo ou Judiciário),
em qualquer das esferas políticas (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios),
estejam exercendo função administrativa.
Administração Pública em sentido material, objetivo ou funcional
Em sentido objetivo, a Administração Pública” pode ser definida como a atividade
concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses
coletivos.
A administração pública neste sentido abrange as seguintes atividades
administrativas: o fomento, a polícia administrativa, o serviço público e a intervenção
administrativa.
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
Centralização, Descentralização e Desconcentração
Ocorre a chamada centralização administrativa quando o Estado executa suas
tarefas diretamente, por meio dos órgãos e agentes integrantes da Administração
Direta. Nesse caso, os serviços são prestados diretamente pelos órgãos do Estado,
despersonalizados, integrantes de uma mesma pessoa política (União, DF, Estados ou
Municípios).
Ocorre a chamada descentralização administrativa quando a entidade estatal
(União, DF, Estados ou Municípios) desempenha a atividade administrativa, não
diretamente, mas de forma indireta ou descentralizada.
A descentralização será efetivada por meio de outorga (ou por serviço ou funcional)
quando o Estado cria uma entidade administrativa, com personalidade jurídica própria,
e a ela transfere, por lei, determinado serviço público ou atividade para exercer em
caráter específico. A outorga normalmente é conferida por prazo indeterminado. É o
que ocorre relativamente às entidades da Administração Indireta (autarquias,
fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios
públicos).
A descentralização será efetivada por meio de delegação (ou por colaboração)
quando o Estado transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do
serviço, para que o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua
conta e risco, sob fiscalização do Estado. Há delegação, por exemplo, nos contratos de
concessão ou nos atos de permissão de serviços públicos.
Já a desconcentração é simples técnica administrativa, e é utilizada, tanto na
Administração Direta, quanto na Indireta. Ocorre a chama da desconcentração quando
a entidade da Administração, encarregada de executar um ou mais serviços, distribui
competências, no âmbito de sua própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente
9 Prof. Robson Carvalho – prof.rcarvalho@yahoo.com.br
a prestação dos serviços. A desconcentração pressupõe, obrigatoriamente, a
existência de uma só pessoa jurídica.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
A administração Direta ou Centralizada é aquela constituída a partir de um conjunto
de órgãos públicos, através dos quais o Estado desempenha diretamente a atividade
administrativa.
Segundo o art. 4º, inciso I, do Decreto-Lei nº 200/67, a Administração Direta da União
se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da
República e dos Ministérios.
Órgãos Públicos
i) Conceito de órgão público
Hely Lopes Meirelles define órgãos públicos como “centros de competência instituídos
para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é
imputada à pessoa jurídica a que pertencem”.
Na Administração Direta Federal somente a União possui personalidade jurídica. Os
Ministérios, por exemplo, órgãos da Administração Direta Federal, são centros de
competência despersonalizados, cuja atuação é imputada à União.
A Lei Federal nº 9.784/99, que dispõe sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, conceitua órgão público como “a unidade de atuação
integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta”.
ii) Teoria do Órgão
Para doutrina e jurisprudência, presume-se que a pessoa jurídica manifesta sua
vontade por meio dos órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da
pessoa jurídica, de tal modo que, quando os agentes que atuam nestes órgãos
manifestam sua vontade, considera-se que esta foi manifestada pelo próprio Estado.
Neste caso, fala-se em imputação da atuação do agente, pessoa natural, à pessoa
jurídica. Cuida-se da denominada Teoria do Órgão. Assim, para que possa haver a
imputação, a pessoa que pratica o ato administrativo deve fazê-lo em situação tal que
leve o cidadão comum a presumir regular sua atenção. Entretanto, outras teorias
tentaram, sem êxito, explicar essa relação, tais como a Teoria do Mandato e a Teoria
da Representação.
iii) Características dos órgãos públicos
De modo geral, os autores apontam como características dos órgãos (algumas não
presentes em todos):
a) integram a estrutura de uma pessoa jurídica;
b) não possuem personalidade jurídica;
c) são resultado da desconcentração;
d) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira;
e) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gestão com
outros órgãos ou com pessoas jurídicas (CF, art. 37, § 8º);
f) não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que integram;
6 – SERVIDORES PÚBLICOS
CONCEITO
Considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.
A expressão “agente público” tem sentido amplo, alcançando todas as pessoas que, a
qualquer título, exercem uma função pública, remunerada ou gratuita, definitiva ou
transitória, política ou jurídica, como preposto do Estado. O agente público é a pessoa
natural mediante a qual o Estado se faz presente.
Espécies de Agentes Públicos
AGENTES POLÍTICOS – Que são os componentes do Governo nos primeiros escalões,
investidos em cargos, funções, mandatos e comissões, por nomeação, eleição,
designação para o exercício de atribuições constitucionais. Ex.: Presidente, Prefeito,
Deputado, Senador, Membros do Tribunal de Contas, membros do Ministério Público.
Existe ainda o agente político especial que é o chefe da representação diplomática no
exterior, que é nomeado pelo Presidente da República.
AGENTES ADMINISTRATIVOS – Que são todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às
suas entidades autárquicas e fundacionais por relações profissionais, sujeitos à
hierarquia funcional e ao regime jurídico da entidade estatal a que servem. Ex.:
servidores públicos efetivos, em comissão e os contratados temporariamente; e os
dirigentes das entidades paraestatais.
AGENTES HONORÍFICOS – São cidadãos convocados, designados ou nomeados para
prestar, transitoriamente determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição
cívica, honorabilidade ou notória capacidade profissional. É um múnus (dever) público.
Ex: mesário, jurado. Não são servidores públicos, mas momentaneamente exercem
função pública, sem problema de acumulação de cargo.
Seção II-A
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou
Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que
dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de
2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios
da Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
FERNANDO COLLOR
Célio Borja
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