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Universidade Federal de Pernambuco

Cinema e Audiovisual 2015.2


Fotografia e Cinema: Interseções
Aluna: Débora Lacerda

Primeiramente gostaria de começar falando da dificuldade que tive em


selecionar fotografias que se enquadrem nos conceitos de STUDIUM e
PUNCTUM denominados pelo método de Barthes pois, todas as fotografias
que me vieram a cabeça eram especiais de formas diferentes e eu ainda nunca
tinha parado para pensar em que sentido e porque me eram especiais e, a
partir do momento que me pus a avaliá-las, elas imediatamente adquiriram
outros valores e me causaram outros sentimentos.

Quando comecei a pensar sobre esses conceitos achei logo que a meu ver a
maioria das fotografias que gostei/guardei/contemplei continham o tal do
punctum. Mas, na verdade, acho que todas as fotografias as quais me apeguei
um pouco mais são do conceito “to like” ou seja, me despertam apenas o
studium, ainda que muito forte. Do ponto de vista de Barthes entendo
perfeitamente, mas ao me colocar diante de certas fotografias me pego ainda
muito confusa em definir tais conceitos.

Enfim, creio que ainda estou no caminho para me deparar com fotografias que
despertem o punctum, assim como ele deve ser, ferindo-me marcadamente a
alma, ou talvez esteja pensando que este seja muito mais intenso e profundo
do que realmente é. Bom, mesmo assim, selecionei três imagens como
solicitado.

A primeira que apresento foi tirada por Randy Olson e está entre outras de uma
série do Ethiopia’s Omo River e Kenya’s Lake Turkana para um projeto que
durou seis anos a fim de documentar a cultura e os conflitos na região.
Me deparei com essa foto ontem ao navegar na internet e ela prendeu meu
olhar por um momento e me veio a cabeça algumas vezes durante o dia. Logo
de cara gosto muito das cores contrastantes e sou muito atraída pelo azul da
corrente no pescoço do garoto (talvez este seja um punctum) e, por falar nele,
pelo seu sorriso puro e cativante. Seu sorriso em especial me comove, me faz
sorrir também e logo desejo que o foco estivesse nele. Depois sim, as mãos,
que marcam mais um contraste: a pequenez da infância e a grandeza da vida
adulta ou ainda a leveza da inocência e o peso do compromisso e ainda a
dependência e a carência encontrando um apoio na compaixão e na
experiência. A ação principal da foto é codificada: uma mão que se estende
para outra que corresponde o ato, um ato de amor, de ajuda, de acolhimento,
de felicidade. Acredito que a qualquer um a foto passa alegria pela energia
positiva e pela reação do garoto. Sabemos que este não é um garoto qualquer
e sabemos que o homem não pertence ao universo familiar do garoto, o
homem vem de fora, e está aí por um motivo especifico. Não penso no
fotógrafo nem nas circunstancias em que tirou a fotografia, me prendo em
como é este homem e me pergunto sobre o menino, pois me parece que não
sorri apenas nesta foto e sim que é uma criança feliz e logo penso que gostaria
de conhece-lo. Gosto da foto, ela não me fere mas me mexe de alguma forma
comigo porém, por saber explicar o que sinto ao contempla-la e poder usar
tantas palavras para comentar sobre ela, acredito que faça parte do conceito
de studium. “O que eu posso nomear não me fere˜.

A segunda fotografia que trago e uso para trabalhar o conceito de punctum é a


famosa Le Baiser de l'hôtel de ville, do francês Robert Doisneau. Esta sim está
para mim na categoria do ˜to love˜ e é uma das minhas favoritas, aquela que
sempre vem a cabeça. Ela em si é um detalhe, um segundo exato entre um
borrão de vai-e-vem, um momento específico entre tantos outros. Não me
importa quem são estes na foto e se o beijo fora espontâneo ou não, o que me
importa é que eles me passam uma sensação gostosa de amor, de desejo, de
fuga da realidade fatídica e de desprezo social. Quando os vejo gostaria de
viver esse beijo, esse calor do momento onde suas bocas parecem se encaixar
perfeitamente e qualquer preocupação está muito longe daí. Preocupação e
inquietação muito presente no rosto de alguém que passa logo atrás dele e
ignora ou mesmo despreza o momento, incomodada, irritada ou ansiosa
demais para se ater a pequenos detalhes do dia a dia. Amo o borrão das
pessoas que passam em contraponto com a estabilidade do momento
congelado, do beijo apaixonado em maio a praça de um café qualquer em
alguma rua movimentada. “É um detalhe” “Lança desejo para além daquilo que
ela da a ver” “...mando embora todo saber, toda cultura” “...é esse acaso que
me punge”.

A terceira foto, por fim, é outra de natureza punctiana, para imitar Barthes na
invenção de palavras para melhor se expressar. Esta foi tirada por mim
mesma, durante uma viagem para o sul do país, na praia do Campeche em
Florianópolis. Foi uma foto sem pretensão de nada e em meio a outras
parecidas, nas quais queria apenas registrar a vista que tinha do belo mar
encontrando com o céu ainda mais belo e ao fundo as ilhotas que me
lembravam o Rio de Janeiro. Porém, captei essa criança que brincava na agua
em um momento de algo que nem sei explicar. Essa criança me passa um
sentimento muito bom e não consigo identificar e nem me lembro se era um
menino ou uma menina, se sorria ou se chorava ou estava irritada, se cantava
ou se dançava, se era gringa ou era nata, não me importa. Amo a foto, amo o
momento, amo o sentimento que punge e me leva a outras dimensões e a
outros momentos, abrindo uma porta para um inconsciente consciente, de
lembranças e emoções e no meio disso tudo ao que sim me fere, mas não
saberia explicar porque. “detalhe descentrado” “não ser mais um signo, mas a
coisa mesma” “um selvagem” “pequena mancha, pequeno corte”

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