Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
MÓDULO 5
Campinas/SP
Agosto / 2018
..............................................................................................................................
1) Refletir e escrever:
Muitas vezes não ouvimos a voz do self, a voz maior. Buscamos manter
a consciência adormecida sem cumprirmos com nossa missão. Algo vem nos
despertar, um chamamento, uma forte intuição.
Mas mentimos para nós mesmos. Vivendo nossas tempestades
exteriores, que nada mais são do que reflexos de nossas tempestades interiores.
A recusa do desejo do SER gera tempestade, pois ele grita por socorro. A
tempestade da não aceitação do inconsciente.
Jonas tem que ser responsável pelos seus próprios atos; sua consciência
tem que acordar e nós, temos que ir em direção ao desconhecido, enfrentar
nossos medos para nos tornarmos nós mesmos, sairmos de nossas zonas de
conforto e ampliarmos nossa consciência, enfrentando as sombras, descer
conscientemente para a morte, para nosso Ser mortal.
Entrar com consciência na profundeza no infortúnio, no fundo do mar da
alma. Neste momento, Jonas é engolido pela baleia, fica sem saída para
enfrentar o medo, e é obrigado a encontrar uma saída, renascer em si mesmo.
Tomando consciência de seu processo, entrando em contato com o medo de ser
diferente e vivenciando cada um de seus medos.
Surge ali um recurso aliado de ampliação da consciência, a prece. A
conexão com o divino traz a transformação. “Em teu Ser que passa, lembra-te
do Ser que é”. No momento do desespero, recorda-se de quem você é. O Ser
que habita nele, é forte, vence barreiras e escuta a voz interior. Ali se dá a
conexão e a profunda gratidão, pois Jonas se reconecta com sua essência e
dimensão do self. Essencial é saber quem somos, o que podemos fazer por nós
e pelo outro. É a bussola do coração que fala mais alto. E a indagação principal
da alma é: O que pulsa em meu Ser?
Para mim, a grande experiência com o este arquétipo é o pensar sobre o
amor ao inimigo, como aprender sobre este amor? Ter essa bondade maior,
aprender a amar essa parte em mim que ainda não consigo aceitar. Aprender a
olhar para nossa própria sombra, enfrentando a Ninevi interior. A sombra é algo
que pesa, que nos incomoda na verdade. A sombra é o amor que não podemos
dar. Quando há sombra, é sinal de que não permitimos que a luz entre naquele
local. Se sou LUZ, por que não permitir que ela domine tudo que há em mim?
Por que não iluminar tudo que ainda habita em mim de escuridão?
Complexo de Jonas é a revisão de todos os medos que existe em nossa
natureza. Medo do sucesso, da grandeza, do amor, de ir além do ego, medo da
bondade que tudo pode compreender. E tudo isso aprisiona nossa luz e nos
impede de nos reconectar com a dimensão superior sagrada.
Me fez lembrar muito do filme “A Cabana”, que reflete brilhantemente
sobre a importância que a fé pode ter na vida de um ser humano. Conta a história
de um homem envolto numa tenebrosa confusão e tristeza interna após sua filha
mais nova ser assassinada em uma cabana nas montanhas e seu corpo nunca
ter sido encontrado.
Depressão, tristeza profunda e a dor da culpa são problemas que o
acompanham depois da morte de sua filha. Até então pai e marido amoroso, ele
passa a sofrer demais, fica traumatizado, incrédulo em Deus e perde a fé nos
relacionamentos. Complexo de Jonas fortemente enraizado nesse pai, que se
torna atormentado e paralisado pelos seus medos e temores.
Com o desenrolar da história, o pai recebe uma carta de Deus, lhe
convidando para um encontro na cabana, juntamente com Jesus e o espírito
santo. E a partir desse relacionamento, o homem depressivo passa a perceber
como Deus age em sua vida, sem evitar o mal inevitável, mas amando-o em
todos os momentos. A tristeza, a mágoa e a dor podem não ser nunca apagadas,
porém podem gerar novos e inesperados frutos no tempo certo. A Cabana
mostra o quanto os julgamentos alheios nos aprisionam, quando ele convive de
perto com a personagem da Sabedoria, que lhe ensina a superar-se e curar-se
emocionalmente. Cura essa que possibilita à esse pai, abrir os olhos para a
relevância do perdão, de olhar para sua sombra interna e resignar-se com seus
erros trazendo alívio, libertação da alma e compreensão da vida maior.
Ter fé, ser grato por tudo o que temos, não julgar o próximo, entender que
o amor move qualquer relacionamento e que devemos valorizar pessoas que
nos amam são grandes lições de vida que mostram o enfrentamento do
complexo de Jonas. Além de mostrar que problemas, tristezas e decepções
fazem parte da caminhada, mas não podem ser mais importantes que o todo que
habita em nós.
c) Escolha uma das técnicas realizadas no módulo e relate como
compreende a dinâmica das sete etapas integrativas ocorridas na
experiência escolhida nesse relato.
As Sete Etapas:
Esta nova qualidade de uma evolução cultural, muito além da biológica, através
de um intento consciente e responsável, característica ímpar do ser humano, é
sustentada por significativas cartografias da consciência contemporâneas, em
ressonância com as tradições iniciáticas milenares. É o que encontramos nas
pesquisas de Abraham Maslow[5], de Carl Rogers[6], de Stanislav Grof[7] e de
Ken Wilber[8], citando apenas alguns poucos marcantes representantes do
movimento humanista e transpessoal da ciência psíquica. Também são muito
significativas as pesquisas de Teilhard de Chardin sobre a evolução do
Fenômeno Humano, juntamente com as obras do Sri Aurobindo, de Gurdjieff e
de Graf-Dürckheim, criador da terapia iniciática.
O terceiro fundamento é o paradigmático, tal como concebido num sentido mais
vasto, por Thomas Kuhn[14]. Neste caso, a normose surge quando o paradigma
que ainda prevalece encontra-se esgotado no seu potencial criativo e, até certo
ponto, esclerosado, sendo que o paradigma emergente é postulado por um
grupo minoritário. Como afirmava Max Planck, segundo Kuhn, uma nova
verdade científica não triunfa pelo convencimento dos seus oponentes,
facilitando que vejam as novas luzes, mas porque, simplesmente, eles morrem.
Assim, de enterro a enterro e de nascimento a nascimento uma nova geração se
desenvolve, aberta e receptiva ao novo aprender a aprender. Encontra-se aqui
em jogo a nobreza indicada por esta paradoxal e feliz expressão de Henry
Thoreau[15], a maioria de um.
O Complexo de Jonas
A dimensão emancipadora decorre, naturalmente, do processo da
autoconstrução rumo a uma diferenciação e a consciência de alteridade.
Entretanto, o desafio da pessoa vir-a-ser artesã da própria existência é uma
verdadeira tarefa maior, que implica em superar certo número de obstáculos,
como o medo de caminhar rumo ao desconhecido, com a perda dos referenciais
habituais. Tornar-se pleno implica sempre a necessidade de lutar contra as
resistências do mundo intrapsíquico, a autoridade interior que zela pelo status
quo em cumplicidade com o universo relacional, construído segundo os padrões
introjetados.
Por outro lado, falando do problema de Jonas com relação à tensão entre o
trágico e o trivial, Arthur Koestler[20] afirma que o simples mortal passa
praticamente toda a sua existência no plano banal, exceto em algumas ocasiões
excepcionais, como durante as turbulências da puberdade ou numa aventura
passional ou no confronto com a morte, quando acontece a súbita queda no
abismo do trágico. Para Koestler, a força dos hábitos e das convenções nos
aprisiona nas correntes quase imperceptíveis do fator trivial, esta dinâmica
transcorrendo no nível subconsciente. “São as normas coletivas, os códigos de
conduta, as matrizes axiomáticas que determinam as regras do jogo e nos fazem
avançar quase todos, quase sempre, nos traços do hábito, reduzindo-nos ao
estado de autômatos bem vestidos, que os behavioristas apresentam como a
verdadeira condição do ser humano”, sustenta o autor, esboçando um resumo
muito perspicaz da normose.
[1] Le Blanc G., Les maladies de l’homme normal, VRIN Matière Étrangère, Paris,
Librairie