RENASCIMENTO Antecedentes; Contexto Histórico; Contexto Artístico e Literário Características Antecedentes do Renascimento O Renascimento surgiu a partir de uma reviravolta artística e cultural depois de ter amadurecido no seio do chamado Humanismo, entre os séculos XIV e XV; Através da ótica diacrônica, vemos os seguintes antecedentes: Idade Média (entre os séculos V a. C. e XV a. C.): época de intenso poder da Igreja Católica no qual reverberou na arte os conceitos religiosos teocêntricos e dogmáticos da religião católica; além disso, o regime feudal, as narrativas de cavalaria e as cantigas trovadorescas davam o tom para a arte e a política da época. Humanismo (por volta dos séculos XIV e XV): o livre pensar como a sugerir uma nova visibilidade e possibilidade para o mundo da arte e da ciência. Na arte, convenções religiosas eram postas em cheque a partir da prerrogativa antropocêntrica, isto é, o homem seria a medida de todas as coisas (pegando referência da filosofia de Protágoras de Abdera, pensador pré-socrático). Contexto Histórico (séculos XV e XVI) O declínio do poderio da Igreja Católico no período do Humanismo abriu possibilidades de desenvolvimento artístico e científico ainda nos século XIII e XIV; O feudalismo medieval dá lugar aos burgos (povoados reunidos em torno de uma nova classe em ascensão: a burguesia, ou seja, comerciantes) Com a classe burguesa, veio o mecenato para as artes e desenvolvimento da ciência (esta última reservada a expansão do conhecimento em astronomia e matemática); A economia feudal fechada no agronegócio começou a se expandir para mercantilismo e com a curiosidade superando a superstição, os primeiros navegadores cruzaram os oceanos em busca de novos mercados e terras, podemos destacar: O descobrimento da América, por Cristovão Colombo, em 1492; A chegada às Índias, por Vasco da Gama, em 1498; O descobrimento do Brasil, por Pedro Álvares de Cabral, em 1500. Outros pontos de contexto histórico A invenção da imprensa (1430); O fim do Império Romano do Oriente (1453); O fortalecimento e ascensão da burguesia. As grandes navegações; O desenvolvimento da ciência; A ampliação das universidades e escolas de arte e ciência; O mecenato; A reforma protestante (1515) e a Contrarreforma (1535); Contexto Artístico e Literário O mesmo período ficou marcado pela retomada do pensamento clássico greco-latino que era considerado mais livre e especulativo, além de fazer alusão a perspectiva da beleza estética e a perfeição formal proporcional; As representações artísticas da época visavam uma maior frieza e racionalidade, diferente da profundidade espiritual da Idade Média; começam-se a reler os poetas gregos e latinos e construir uma literatura baseada nas suas formas fixas; Nas artes plásticas, destacou-se o estilo do Renascimento, com a retomada da proporção clássica, fria e racional; na literatura, surge o Classicismo que imitava a escrita dos grandes autores clássicos como Homero e Virgílio e no qual se destacou o nome na língua portuguesa de Luís Vaz de Camões. Características (Artes Plásticas) Racionalismo e proporção; Sfumatto (pintura com caráter mais embaçado); Busca de uma perfeição formal; Imitação da arte clássica greco-romana; Sobriedade na descrição mediante a racionalidade; Valorização do nu artístico e da perfeição corporal; Mistura de temas religiosos cristãos com figuras mitológicas pagãs; Valorização da pintura e da escultura, principalmente. David Michelangelo Buonarotti (1501 – 1504) La Gioconda (Monalisa) Leonardo Da Vinci (1503) Estátua de Gattamelata (em homenagem ao general mercenário Erasmo Narni, em Pádua) Donatello (1443) A escola de Atenas Rafael Sânzio (1509 – 1511) Renascimento (Literatura) Dá-se o nome de Classicismo a literatura da renascença; Retomada dos valores clássicos como formas fixas e em verso; Valorização dos três gêneros clássicos: épico, lírico e dramático; Valorização do racional e do sóbrio, sem o apego ao emocional; Bucolismo e vida pastoril em detrimento a cidade; Presença de paradoxos e antíteses; Apego a temas mitológicos ou estes somados ao ideário cristão. Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Camões. As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando, Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte. (...)