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Artigo de opinião (dissertação subjetiva) | Editorial (dissertação objetiva) | Manifesto (dissertação apelativa)
Muito se tem estudado sobre “gêneros textuais” e toda pesquisa séria tem como escopo teórico o linguista russo Mikhail
Bakhtin, segundo o qual gêneros são “tipos relativamente estáveis de textos”. Como se vê, a definição de gêneros textuais os
considera algo relativamente estável, o que significa dizer que os gêneros NÃO são absolutamente estáveis. Em outras palavras, é
possível afirmar que os artigos de opinião sejam semelhantes entre si, como também é possível dizer que eles NÃO são iguais e
que, portanto, são diferentes entre si. O mesmo se pode falar das cartas argumentativas. Elas têm sim uma estrutura relativamente
estável, o que implica dizer que são diferentes. É importante ao aluno, para que a relativização não o atrapalhe, procurar “modelos”,
isto é, formas socialmente aceitas e realizadas. Diante dessa realidade teórica, o que resta ao professor e ao aluno de redação é
ficar atento às condições enunciativas da proposta de redação em questão: Quem escrever? Quando escrever? Onde escrever?
Para quem escrever? Por que escrever? Para que escrever? O que escrever? Como escrever? Se o aluno se atentar a essas
condições pré-estabelecidas, com certeza ele desenvolverá um bom texto.
QUADRO COMPARATIVO COM A ANÁLISE DOS ELEMENTOS CENTRAIS DOS GÊNEROS DISSERTATIVOS
GÊNEROS ARTIGO EDITORIAL MANIFESTO
Uso mais livre do vocabulário,
incluindo a possibilidade de criar
Uso mais livre do
neologismos, a depender das condições Vocabulário mais formal.
vocabulário, a depender das
VOCABULÁRIO enunciativas. Pleno respeito às normas
condições enunciativas.
NÍVEL DE Nível de linguagem menos preso às gramaticais.
Formas estilísticas e
LINGUAGEM prescrições gramaticais, podendo haver Uso pouco recorrente de formas
metafóricas de fácil
rupturas sintáticas em prol do estilo. estilísticas e metafóricas.
entendimento.
Formas estilísticas e metafóricas mais
livres e frequentes.
Predomina a função
Predomina a função referencial ou Predomina a função referencial
referencial ou denotativa.
denotativa. ou denotativa.
FUNÇÕES DE Uso frequente da função
Uso frequente da função expressiva Uso raro da função expressiva
LINGUAGEM expressiva ou emotiva.
ou emotiva. ou emotiva.
Uso frequente da função
É comum o uso da função poética. Uso raro da função poética.
apelativa ou conativa.
Maior ou menor
Menor formalidade, a depender das
FORMALIDADE Maior formalidade. formalidade, a depender das
condições enunciativas.
condições enunciativas.
Uso predominante de 1ª
Uso recorrente de 1ª pessoa do
Raros usos de 1ª pessoa do plural pessoa do plural.
PESSOAS DO singular e do plural.
e de 2ª pessoa do plural. Uso recorrente de 2ª pessoa
DISCURSO Uso pouco recorrente de 2ª pessoa.
Uso sistemático de 3ª pessoa. (caso se faça interlocução direta).
Uso constante de 3ª pessoa.
Uso recorrente de 3ª pessoa.
Pouco pessoal.
Muito pessoal ou pouco, a
Uso frequente de
depender das condições
indeterminações de sujeito.
Muito pessoal. enunciativas.
GRAU DE Uso frequente da voz passiva.
Uso abundante de adjetivações e de Uso abundante de
PESSOALIDADE Uso frequente de orações
advérbios de modo. adjetivações e de advérbios de
substantivas.
modo, de forma a acentuar a
Pouco uso de adjetivações e de
tenacidade da argumentação.
advérbios de modo.
Argumentação ácida, incisiva, A autorreferenciação.
A argumentação agressiva
irônica. A objetividade e a
que comove, que conclama.
ARGUMENTAÇÃO Predominam o convencimento e a informatividade.
Uso frequente de ad
persuasão. A resolução de conflitos ou de
hominem.
Uso raro de ad hominem. problemas.
A autorreferenciação.
MARCAS A assinatura.
A autorreferenciação. O título.
PRÓPRIAS A autorreferenciação.
A conclamação.
Predominam: Predominam:
Predominam:
a adição; a convicção;
a convicção;
a advertência; a contra-argumentação;
MODALIZADORES a contra-argumentação;
a contra-argumentação; a negação;
a negação;
a comparação; a comparação;
a comparação.
a proposta de solução. proposta de solução.