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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUÍZADO

ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE __________/UF.

Processo nº xxxxxxxxxxxxxxx

XISTO S/A, sociedade empresária já qualificada nos autos


da Ação Penal em epígrafe, por seus advogados in fine assinados, vem, respeitosamente,
na qualidade de Assistente de Acusação nos autos da ação movida pelo Ministério
Público Estadual em face de FULANO DE TAL, apresentar suas ALEGAÇÕES
FINAIS em forma de MEMORIAIS, nos termos do art. 404, parágrafo único, do
Código de Processo Penal.

1. DA SÍNTESE DO PROCESSO

Trata-se de denúncia oferecida pelo Ministério Público em


desfavor do réu, pela prática da conduta descrita no artigo 29, caput c/c §4º, III, ambos
da Lei n° 9.650/98.

Em síntese, narra que, no dia 31 (trinta e um) de agosto de


2011 (dois mil e onze), o acusado foi encontrado por policiais ambientais nas

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dependências da Reserva Biológica portando 01 (uma) espingarda, 01 (um) facão e
espoletas, foram encontrados também 02 (duas) lanternas, 05 (cinco) pilhas, 01 (um)
canivete e 01 (um) animal abatido, sendo este animal pertencente a espécime da fauna
silvestre, aparentando ser uma paca..

Às fls. 003 foi proferida decisão de recebimento da denúncia.

O Laudo de Exame de Arma de Fogo e Material encontra-se


acostado aos autos às fls. 65/67, o qual atesta a eficiência da arma apreendida.

O acusado, por meio de sua Defensora Dativa, apresentou


Resposta à Acusação alegando, em suma, que não seriam verdadeiros os fatos narrados
na exordial acusatória, uma vez que não haveria prova da autoria e a conduta praticada
seria atípica. Requereu, assim, a rejeição da denúncia.

Em sede de Alegações Finais, o Órgão Ministerial postulou


pela condenação do acusado nos exatos termos da denúncia.

Ao compulsar os autos, denota-se, sem margem de dúvida,


que a conduta delituosa perpetrada pelo acusado corresponde ao tipo penal descrito
pelo Douto representante do Ministério Público Estadual na inicial acusatória, pelos
fundamentos a seguir expostos.

2. DAS PROVAS

As provas colhidas nos autos demonstram que o acusado


efetivamente praticou a conduta imputada na denúncia. A materialidade restou

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amplamente comprovada pela juntada do laudo de exame de arma de fogo e material de
fls. 65/67.

Quanto à autoria, esta também restou comprovada através da


confissão do denunciado perante a autoridade policial e, posteriormente, em juízo, sob
o crivo do contraditório e da ampla defesa.

Nesse tocante, ainda que se entenda por valorizar a confissão


de forma relativa, ainda que a rainha das provas não possa ser, nos dias de hoje,
considerada de forma incontestável, tampouco se pode concebê-la como meio de prova
imprestável.

Relativizou-se, sim, seu valor probatório, porém imperioso


que seja plenamente admitida, quando corrobora, como no caso dos autos, a prova
colhida e o alegado pelas testemunhas, sem exceção, e principalmente, quando não há
provas de os fatos terem ocorrido de forma diversa do que se alegou.

Verifica-se que nos autos há total e plena compatibilidade


entre a confissão e as provas carreadas, razão pela qual, não deve subsistir qualquer
dúvida acerca da valoração da prova em comento. A precisão com que foi colhida a
confissão fornece claramente os meios de verificar que seu conteúdo, com o auxílio das
demais provas é inconteste.

É o que segue:

Declarações de FULANO DE TAL, perante autoridade


policial:

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“Que na tarde de ontem, por um ato impensado, resolveu entrar
na mata com intuito de caçar; Que aproximadamente 10 (dez) minutos após
adentrar a reserva, foi abordado pelos agentes de fiscalização ambiental da referida
reserva; Que não chegou a matar e nem sequer tentar matar animal algum, tendo em
vista não ter tido tempo hábil para isso; Que possui registro da arma
utilizada na prática delitiva; Que não possui autorização legal
para portar tal armamento e nem para caçar; Que não é reincidente em
caça, pois da outra vez que se envolveu com a policia, foi em um mandado de busca e
apreensão, que teve em sua residência, local onde apreenderam algumas armas; [...]”
(Folha 29).

Interrogatório do denunciado:
“Que é verdadeira a acusação descrita na denúncia; que lido
depoimento prestado na esfera policial de fls. 07, o qual fica fazendo parte integrante
deste, o confirma integralmente; [...] Que tinha registro da arma,
mas não tinha autorização para portar arma, principalmente em área
ambiental de proteção; Que seu genitor e seu irmão já foram presos pelo mesmo crime;
[...] Que foi a primeira vez que saiu com a arma para caçar.” (Folha 93).

As provas testemunhais também atestam a prática do delito


pelo acusado. É o que se verifica nas declarações de Celecanto Tiberíades , técnico de
segurança ambiental:

“[...] que não foi encontrado nenhum animal morto com o acusado, no momento de
sua prisão, porém, o mesmo já havia preparado uma “puleira” para facilitar sua
atitude ilícita”.

Outra testemunha, a Policial Militar Jussara, confirmou a


pratica delitiva por parte do acusado, se não, vejamos:

“DECLARÇÕES (Folha 06).

Diante das declarações prestadas pelo acusado e pela


testemunha, não restam dúvidas acerca da autoria e da materialidade delitiva imputada a
FULANO DE TAL.

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Nesse sentido, demonstram as jurisprudências abaixo
colacionadas que o delito capitulado no artigo 14 da lei 10.826/03 caracteriza-se pelo
simples fato do agente portar a arma de fogo, uma vez que o crime é de perigo abstrato:

PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL.


PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ART. 14 LEI 10826/03.
PRISÃO EM FLAGRANTE. DESCLASSIFICAÇÃO PARA POSSE
ILEGAL DE ARMA DE FOGO. IMPOSSIBILIDADE.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA EM TODOS OS SEUS
TERMOS. IMPROVIMENTO DO RECURSO. DECISÃO
UNÂNIME. 1.Para a caracterização do crime de porte ilegal de
arma de fogo tipificado no art. 14 da Lei nº 10.826/03, basta a
prática de uma das condutas descritas no tipo penal para
configuração do delito. [...] (TJ-PE - APL: 181981 PE 05000261,
Relator: Mauro Alencar De Barros, Data de Julgamento: 13/10/2009, 2ª
Câmara Criminal, Data de Publicação: 101) (grifo nosso)

“É inquestionável que o porte ilegal de arma de fogo é crime de perigo


abstrato, vez que o bem jurídico protegido pelo dispositivo legal é a
segurança coletiva, e abrange bens individuais como a vida, a
incolumidade física e a saúde. Por isso, apenas a conduta de portar a
arma já implica em reconhecimento de perigo à ordem pública e a
própria arma já traz consigo o potencial lesivo.” (TJ-PR - ACR:
6486119 PR 0648611-9, Relator: Carlos Augusto A de Mello, Data de
Julgamento: 30/06/2011, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação: DJ:
673) (grifo nosso)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ARTIGO


14, CAPUT, DA LEI N. 10.826/03. PORTE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO E MUNIÇÕES. ATIPICIDADE DA CONDUTA. CRIMES
DE MERA CONDUTA. PERIGO ABSTRATO. DISSÍDIO
PRETORIANO. NÃO COMPROVAÇÃO. [...] 2. De qualquer forma,
o Superior Tribunal de Justiça pacificou entendimento no sentido de
que o delito previsto no artigo 14 da Lei n. 10.826/2003 é de perigo
abstrato, ou seja, o simples fato de portar a arma e/ou munição,
sem a devida autorização, tipifica a conduta. [...]. (STJ - AgRg no
REsp: 1154430 SP 2009/0174123-0, Relator: Ministro OG
FERNANDES, Data de Julgamento: 28/05/2013, T6 - SEXTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 04/06/2013) (grifo nosso)

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No caso em análise, o acusado foi encontrando portando
arma de fogo, apetrechos para caça e uma paca que é um espécime da fauna silvestre
local, nas dependências da Reserva Biológica da empresa Xisto S/A, o que configura o
crime a ele imputado na denúncia, devendo a sentença acolher a cota ministerial, qual
seja: a condenação de FULANO DE TAL.

Isto posto, é evidente que a conduta perpetrada pelo acusado


se subsume perfeitamente àquela tipificada no artigo 29, caput c/c §4º, III, ambos da
Lei n° 9.650/98..

3. DA FIXAÇÃO DA PENA BASE ACIMA DO MÍNIMO.

Ressalta-se que diante da forma que foi conduzida a


empreitada criminosa, impossível não vislumbrar que todos os atos de execução
implicaram em total desprezo à norma vigente.

Sendo assim, resta claro que, quando da dosimetria, as


consequências e circunstâncias do crime devem influir diretamente sobre a fixação da
pena base.
O acusado possui antecedentes maculados, conforme já
comprovado nos autos, e sua conduta social é reprovável, em razão de se tratar de
pessoa contumaz na prática de crimes ambientais.

Portanto, tendo em vista a presença de circunstância


desfavorável, imperiosa a fixação da pena base acima do mínimo.

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4. DO PEDIDO

Diante do exposto, requer o Assistente de Acusação seja


julgada procedente a pretensão punitiva estatal para condenar o réu FULANO DE
TAL, nos exatos termos da exordial acusatória, por estarem presentes todos os
elementos do crime e não existir causa de exclusão de culpabilidade ou de
antijuridicidade.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local , data.

ADVOGADO
OAB/UF nº.

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