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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física

Campus Sorocaba

TEORIAS DA ORIGEM DO UNIVERSO EM QUADRINHOS

Uma abordagem para o Ensino Médio

TEORIAS DA ORIGEM DO UNIVERSO

Trabalho a ser apresentado na disciplina de Física


Contemporânea sob responsabilidade do Prof. Dr.
Airton Natanael Coelho Dias no Mestrado Nacional
Profissional em Ensino de Física da Universidade
Federal de São Carlos, campus Sorocaba, como parte
dos requisitos para obtenção da nota final da disciplina

Sorocaba

Junho de 2018
1. INTRODUÇÃO
Desde os primórdios do estágio atual da humanidade, do homem racional, capaz de se
expressar pela escrita, busca-se explicações para os fenômenos observados e também
informações que permitam à humanidade entender suas origens, bem como de todo o
universo.
Diversas teorias sobre a origem do Universo foram formuladas ao longo desses quase seis
mil anos do homo sapiens, na forma como hoje nos apresentamos.
Diversas civilizações criaram teorias que englobam o que chamamos de “criacionismo”,
na qual tudo veio a existir por meio da ação de um Criador, sendo o universo e o homem
entidades totalmente passivas nesse processo. Esses ensinamentos sempre foram
dominados pelas religiões e se mantiveram distantes das descobertas científicas.
Uma teoria pouco conhecida cuja descrição e escrita se atribui a Abraão, que por sinal é
um personagem bíblico que deu origem ao povo judeu, é o Livro da Formação (Sefer
Yestzirah), escrito em aramaico e que descreve a criação da Terra a partir de energias
ligadas aos astros, sete. Interessante que embora se mencionem ali o princípio masculino e
feminino, não descreve a criação nos mesmos termos que a Bíblia ao mencionar Adão e
Eva. Fala de várias dimensões e portais que podem muito bem relacionarem-se com os
conceitos em estudo das teorias modernas. O próprio relato bíblico da criação pode ser
entendido como um código, que de modo alguns contraria a Ciência, podendo até mesmo
complementá-la. Mas essa teoria não é escopo deste trabalho. Está sendo mencionada
apenas para ilustrar o grande leque de conceitos e ideias existentes, mas que podem vir a
convergir no futuro para um mesmo conhecimento, quando o homem entender melhor seus
objetivos e o objetivo de tudo que existe.
Os gregos, mais abertos sobre as deidades, não se restringindo a apenas uma, propuseram
teorias de formação do universo a partir de quatro elementos: água, terra, fogo e ar. Foi
deles também a ideia de uma partícula mínima que comporia toda a matéria do universo, a
qual chamaram de átomo. Suas ideias tinham um alto valor filosófico, mas necessitavam
do embasamento teórico para serem consideradas científicas.
A Ciência como pesquisa, elaboração de conceitos, experimentação e organizadora de
conhecimentos, passou a criar forma a partir do século XVI, com Nicolau Copérnico e sua
teoria heliocêntrica, Brahe, medindo as posições dos planetas no céu, século XVII com
Galilleu, que começou a observar os céus usando um telescópio, fabricado por ele mesmo.
Também nesse século outros nomes despontaram, como Kepler e suas leis sobre os
movimentos planetários e Newton com sua Lei da Gravitação Universal. Nos séculos
seguintes houve grande evolução do entendimento de funcionamento do Universo, quando
Einstein propõe no início do século XX, sua teoria da Relatividade Geral, que lançou a
base para as teorias mais modernas da origem do Universo, como a do Big Bang. Conforme
veremos, diversas descobertas posteriores deram corpo a essa teoria, tornando-a hoje uma
das mais aceitas. Paralelamente às descobertas cosmológicas durante o século XX, a física
das partículas, que investigava a composição da matéria, também evoluiu no que
identificamos como Mecânica Quântica. (HEWITT, 2002).
A teoria quântica não conversa com a Teoria da Relatividade Geral de Einstein no que diz
respeito à natureza e comportamento da força gravitacional e, isso, incentivou a elaboração
de novas teorias que venham a unificar esses conhecimentos, mas que ainda não puderam
ser comprovadas. Entre elas estão as teorias das cordas, das supercordas e a teoria M, entre
outras (HAWKING, 2001).
Nos itens a seguir, vamos apresentar os aspectos teóricos da Física envolvida nas Teorias
de Origem do Universo, descrevendo as teorias do Universo Eterno (estado estacionário),
a Teoria da Cosmologia do Plasma, o Modelo de Eddington, a Cosmologia Cíclica e,
finalmente, a Teoria do Big-Bang, nos atendo mais a ela, face ao seu desenvolvimento com
agregações importantes à sua comprovação.
2. ENUNCIADO DOS CONCEITOS FÍSICOS E MATEMÁTICOS
Falar deste assunto do ponto de vista científico não é tão simples, pois, apesar de toda
evolução e descobertas nessa área nos últimos 150 anos, ainda não se tem uma teoria que
possa se chamar de conclusiva sobre a origem do universo.
Alguns cientistas defendem a ideia de que o universo é eterno, ou seja, não teve inicio e
nem terá fim. Outros acreditam que houve um início, mas ainda não conseguem descrever
cientificamente como ele se deu. Abordaremos a seguir algumas teorias e sempre que
possível indicaremos os pontos comuns e divergentes entre elas.

2.1. TEORIA DO UNIVERSO ETERNO (ESTADO ESTACIONÁRIO)


Isaac Newton foi o primeiro a criar um modelo matemático para descrever o tempo e o
espaço. Nesse modelo, o tempo e o espaço não são afetados por eventos que ocorrem
no cenário que os tem como pano de fundo. O tempo é eterno, absoluto e infinito em
ambas as direções de uma linha. Alguns filósofos, como Immanuel Kant, consideravam
sem sentido a ideia de um momento no qual o universo foi criado. A ideia dessa criação
era de que tudo veio a existir no estado que observamos hoje. Para ele, o universo era
eterno. (HAWKING, 2001)
Einstein era um dos que defendiam a ideia de universo estacionário, embora tenha
questionado e contrariado as ideias de Newton sobre o caráter absoluto, do espaço-
tempo, frente aos eventos nos quais estão envolvidos. Sua Teoria Geral da Relatividade,
definia um espaço-tempo relativo, que é curvado por corpos celestes com grande massa
e consequentemente grande atração gravitacional. Essa teoria ganhou confiabilidade e
notoriedade quando,
“em 1919, uma expedição britânica à África Ocidental observou uma pequena deflexão
da luz ao passar perto do Sol, durante um eclipse. Foi uma evidência direta de que o
espaço-tempo são deformáveis, e isso provocou a maior mudança em nossa percepção
do universo.” (HAWKING, 2001)

A Figura 1 ilustra um evento atual onde o telescópio Hubble detectou a luz proveniente
de uma estrela sofrendo a ação da deformação do espaço-tempo, conforme proposto
por Einstein.
Figura 1: Ilustração que mostra como a gravidade de uma anã branca deforma o espaço-tempo e curva a luz de uma estrela
localizada atrás dela. Imagem obtida da página: https://veja.abril.com.br/ciencia/einstein-estava-certo-cientistas-pesam-
estrela-usando-gravidade, consultado em 26/06/2018.

Quando formulou sua Teoria Geral da Relatividade, Einstein deu corpo à ideia de que
o universo não é estático, pois, ao se deformar o que ele chamou de espaço-tempo, os
corpos se aproximam ou se afastam. Sua crença no universo estacionário era tão intensa
que ele modificou suas equações iniciais para incluir um efeito compensador da
gravidade, que ele chamou de constante cosmológica.
A equação formulada por Einstein pode ser escrita como:

onde Rik é o tensor espaço-tempo, gik são as componentes do tensor métrico e dependem
do sistema de coordenadas usado e da unidade da coordenada temporal, Tik é o tensor
momentum-energia, que depende da distribuição e movimento das massas e do campo
eletromagnético,  é a constante cosmológica, que pode ser nula, e  é a constante
gravitacional de Einstein (OLIVEIRA F, 2018).
A ideia de universo estacionário foi deixada de lado, quando se verificou com grande
precisão que as galáxias estão em movimento de afastamento umas das outras. Essa
expansão do universo será descrita com maiores detalhes no item 2.5. O próprio
Einstein considerou um erro precipitado descrever uma constante cosmológica para
justificar um Universo estático, pois suas equações originais ajustavam-se
perfeitamente ao universo em expansão então observado. Entretanto, pesquisas atuais
Mostram um retorno da constante cosmológica associada à energia escura, a qual ainda
está em estudo e que é considerada como uma energia negativa que contrabalança a
energia positiva da matéria que curva o espaço-tempo, de modo a manter o balanço
energético no nível cosmológico. (NEVES, O Eterno Retorno, 2013)

2.2. TEORIA DA COSMOLOGIA DO PLASMA


O plasma é o quarto estado da matéria. Estima-se que 99% da matéria no Universo está no
estado de plasma. A importância do plasma foi salientada na pesquisa de Hannes Alfvén,
que lhe rendeu um prêmio Nobel em 2010. Nesse trabalho foi cunhado o termo “Universo
de Plasma”. A figura 2 mostra a importância do plasma nos dias atuais. Ele está presente
desde uma lâmpada fluorescente, nos raios e descargas atmosféricas, na aurora boreal, no
Sol, nas estrelas, nas nebulosas e galáxias.

Figura 2: Tipos de Plasma no Universo Retirada do site: http://www.plasma-


universe.com/Plasma-Universe.com acessado em 27/06/2018

O plasma é um gás ionizado, ou seja, contém partículas eletricamente carregadas, diferente


de um gás composto por moléculas, que é eletricamente neutro. Ele se forma a partir de
gases submetidos a temperaturas elevadas capazes de arrancar os elétrons dos átomos. Esse
estado também é encontrado nos metais na temperatura ambiente. Só que neste caso, os
elétrons livres passeiam na estrutura metálica cristalina dos íons do metal. O plasma é um
ótimo condutor de eletricidade devido à sua natureza iônica. O plasma foi assim batizado
pelo químico Irwing Langmuir em 1923, quando ganhou o prêmio Nobel em química. Ele
emprestou esse nome do plasma da medicina, pois, encantado com o efeito das descargas
elétricas em gases, considerou que se assemelhava com o comportamento instável do fluido
da vida nos materiais ionizados que experimentou. Enquanto toda a matéria está sujeita à
força gravitacional, esses íons são afetados por forças elétricas e magnéticas, que são 1036
vezes mais intensas. Embora numa lâmpada ou num relâmpago o plasma é momentâneo,
no universo ele tem vida longa e muitos cientistas estão sendo atraídos a investigar melhor
as características e potencialidades dessa matéria. Quase que a totalidade da matéria
observável no universo é plasma, as estrelas são plasmas ligados gravitacionalmente e o
espaço interestrelar e intergaláctico, também é plasma. (PERATT, 1992)
Logo no começo do século XX, um cientista chamado Christian Birkeland pesquisou a
formação das auroras boreais a partir de “raios corpusculares” (plasma) provenientes do
Sol. Na década de 1950, um cientista chamado Hannes Alfvén propôs que essas correntes
que ficaram conhecidas como “correntes de Birkeland” aconteciam em todo universo e não
apenas no limite do campo magnético da Terra e dos ventos solares. Isso daria ao universo
uma estrutura celular e de filamentos formada por feixes de elétrons de alta energia, com
velocidades próximas à velocidade da luz. Os astrônomos não aceitaram essa ideia de
universo filamentar, até que em 1979, a sonda Voyager registrou enormes correntes de
Birkeland entre Jupiter e sua lua Io. Mais tarde, tais correntes foram também observadas
numa escala intergaláctica dentro da Via Láctea. (PERATT, 1992).
A matemática para descrever a cosmologia de plasma é extremamente complexa e hoje se
faz uso de poderosos computadores para desenvolvê-la. Tais computadores simulam os
movimentos e interações entre galáxias usando modelos com numerosas partículas e as leis
que regem o eletromagnetismo e as radiações sincrotron. Estima-se que apenas na Via
Láctea existam 1065 elétrons livres e íons. As correntes de Birkeland são filamentos
espiralados em torno das linhas de um campo magnético e isso cria correntes circulares. A
lei de Ampere mostra que a interação entre dois desses elementos tem relação com a
distância entre eles e é mais potente que a força gravitacional que cai com o quadrado da
distância. Dois desses filamentos se repelindo desprendem energia na forma de radiação
sincrotron. A Figura 3 a seguir ilustra essas interações

Figura 3: Correntes de Birkeland: forças complexas entre duas correntes de Birkeland, as


quais são correntes elétricas alinhadas ao longo e em torno das linhas de um campo
magnético, criadas por elétrons que se movem em trajetórias helicoidais. Essas correntes
tem uma componente paralela que criam atração de longo alcance e componentes
circulares que causam repulsão de curto alcance. À esquerda observa-se o modelo usado
nas simulações computacionais. UM elétron movendo-se próximo à velocidade da luz,
emite radiação sincrotron ao longo de sua trajetória e desse modo a radiação espelha o
padrão do campo magnético. À direita observa-se as forças entre duas correntes de
Birkeland quanto às suas componentes circulares e paralelas.

Modelos computacionais simularam a interação entre dois filamentos intergalácticos e


chegaram ao resultado apresentado na

Figura 4: Ilustração de dois filamentos de plasma de dimensões galácticas interagindo e emitindo um pulso de radiação
sincrotron que dura 4 milhões de anos ou mais
O Universo de Plasma pode ser eterno e infinito, o que contradiz a Teoria do Big Bang, que
abordaremos no capítulo 2.5, que é a mais aceita atualmente. A beleza dessa teoria é que
ela elimina os paradoxos e os nós existentes em outros modelos como a energia escura que
até o momento ainda não se consegue definir e, que no universo de plasma é desnecessária,
pois as forças eletromagnéticas de atração e repulsão que atuam no plasma são muito mais
intensas que a força gravitacional. Há ainda outras questões antigas que não fazem sentido
num universo de plasma, e que remontam à época de Newton, conhecida como paradoxo
de Olbers ou paradoxo da noite escura. Esse paradoxo questiona a impossibilidade de noites
escuras caso o universo fosse infinito e estático. Qualquer linha de visão encontraria uma
estrela e o céu brilharia constantemente. No modelo de plasma, esse paradoxo desaparece,
pois, as radiações abrangem todo o espectro eletromagnético associado a um corpo negro
e ao nascimento, vida e morte de uma estrela e não apenas à faixa da luz visível. (PERATT,
1992)
Um dos problemas dessa teoria é que as simulações e experimentos realizados em
laboratórios são ambientes controlados e haveria paredes no universo? Talvez sim, mas
muito ainda precisa ser investigado. (PERATT, 1992).

2.3. MODELO DE EDDINGTON


Foi formulado em 1930 e veio a ser conhecido como “Modelo de Lemaitre-Eddington”.
Ele constitui uma transição entre o Universo estático de Einstein e o Universo de De Sitter
de densidade nula ou sem matéria, vazio. O modelo proposto é um universo eterno, mas
que está em expansão. Ele parte da investigação da estabilidade do universo esférico de
Einstein e chega à conclusão que a constante cosmológica é necessária para garantir essa
estabilidade. Além dessa constante, a forma e dimensão do espaço depende da quantidade
de matéria nele contida e da maneira como ela está distribuída e conclui que, para atender
a geometria das equações de Einstein de um universo esférico, ela precisaria estar
uniformemente distribuída, consistindo de galáxias com distribuição razoavelmente
regular. Com base nas equações de Lemaitre que extraíram os valores de densidade e
pressão da matéria no espaço, ele considera o universo em expansão e, para continuar
uniforme, as galáxias deveriam se afastar com o tempo. O raio do universo passa a ser
então uma função do tempo, utilizando o termo “inflação” e comparando com o inflar de
um balão de borracha. Ele considera a expansão, mas as equações matemáticas onde o
tempo é reversível, para cada expansão há uma solução de contração correspondente. Nesse
modelo, à medida que o universo expande, o movimento das galáxias individuais decresce
até uma situação de repouso. Embora reconheça que deve haver alteração ou na massa total
do universo ou na massa relativa, ele considera essa variação insignificante e assume que
ela é constante. Ele então observa que o universo de Einstein é instável e, por isso, deve
estar em expansão e calcula a taxa de expansão do universo com base no deslocamento
para o vermelho, como sendo 500Km/s por megaparsec ou dois milésimos da velocidade
da luz para uma distância de um milhão de anos-luz. Ele chega então à conclusão que o
raio do universo dobrou com o tempo geológico ordinário e chega ao valor de 2.109 anos-
luz para o raio do universo e massa de 2.1055gm e densidade de 3.10-28gm/cm3. Nas
conclusões ele estima que o raio inicial do universo era de 1200 milhões de anos-luz e que
apresentava uma taxa de expansão de 1% em 20 milhões de anos e que continuaria a
expandir-se indefinidamente. (EDDIGNTON, 1930)

2.4. COSMOLOGIA CÍCLICA


Essa teoria, valendo-se dos conceitos filosóficos de força de Nietzsche, tenta resgatar a
importância da atuação da força na construção do Universo, em contrapartida com as
teorias da física quântica, de campos e da relatividade geral. (NEVES, Cosmologia
Dionisíaca, 2015).
É uma cosmologia das forças e da disputa. Forças essas que se conservam e que sempre
retornam. O universo expande-se e contrai-se eternamente, ciclicamente, passando por
transições.
Num universo cíclico a matéria, a radiação e a energia escura se alternam no domínio
indefinidamente. O motivo dessa alternância é atribuído à uma disputa entre a matéria e a
energia. O mundo se cria e se destrói pela vontade da potência. (NEVES, Cosmologia
Dionisíaca, 2015)
As equações que regem esse universo são as mesmas definidas por Friedman que serão
descritas no próximo capítulo, apenas com uma interpretação diferente para cada um dos
termos dessa equação como que numa constante disputa pela dominação e poder.
2.5. TEORIA DO BIG BANG
Conforme vimos, a Teoria da Relatividade Geral de Einstein apresentou um tecido espaço-
tempo deformável pela matéria, que preenche o universo, causando a atração entre os
corpos. Einstein acreditava num universo estático e, suas equações não condiziam com essa
ideia. Ele criou então uma constante cosmológica que deformava o espaço no sentido
oposto, fazendo os corpos se afastarem uns dos outros. Mal sabia ele que essa teoria levaria
à elaboração de uma outra teoria, de que o universo se iniciou numa singularidade de onde
se expandiu.
Conforme será descrito no item 2.5.1, essa descoberta da expansão do universo fez surgir
uma nova teoria, que foi batizada posteriormente de Teoria do Big-Bang.
Foi proposta pelo sacerdote e físico belga George Lemaitre em 1927 (HALLIDAY,
RESNICK, & WALKER, 2012). Ele propôs a ideia de um universo que se expandiu a partir
de um átomo primordial. Esse ponto de início é chamado de singularidade com densidade
infinita, sendo impossível de se determinar o que existia antes dela. Conforme Stephen
Hawking explica, o tempo e o espaço vieram a existir com o Big Bang e, portanto, não faz
sentido questionar o antes, porque em termos de universo físico, nada existia (HAWKING,
2001).
A Figura 5 mostra uma ilustração do universo desde as primeiras flutuações quânticas até
a expansão acelerada, 13,7 bilhões de anos depois, que representa o momento atual. Essa
ilustração, publicada pela NASA, é hipotética pois, do ponto de vista físico, não é possível
observar o universo nessa perspectiva. (HALLIDAY, RESNICK, & WALKER, 2012).
Estima-se que o tempo e espaço que regem o nosso universo vieram a existir no instante
de 10-43s. O tamanho do universo era menor que um próton e sua temperatura era de 1032K.
Cerca de 10 nano-segundos depois, o universo infla rapidamente, multiplicando seu
tamanho por um fator de 1030, formando um caldo primordial composto de quarks, fótons
e leptons, à temperatura da ordem de 1027K. No instante aproximado de 10-4s começam a
surgir os prótons e nêutrons e as antipartículas correspondentes. Ocorre aniquilação mútua
das partículas de matéria e antimatéria, mas uma parte das partículas de matéria sobrevivem
para formar o universo físico que conhecemos. Aproximadamente 1 minuto após o início,
os prótons e nêutrons começam a formar nuclídeos leves 2H, 3He, 4He+ e 7Li numa
concentração similar à encontrada hoje em dia. O plasma permeia esse universo, tornando-
Figura 5: Expansão do universo a partir do Big-Bang

o opaco e impedindo que a luz brilhe. Cerca de 379 mil anos depois, a temperatura cai para
2970K, os íons combinam-se com os elétrons formando os átomos e os fótons podem agora
viajar longas distância sem interagir com a matéria. A radiação de fundo que será descrita
mais à frente, refere-se a esse período. Os átomos de hidrogênio e hélio começam a se
aglomerar formando as nuvens cósmicas de gases que darão início às estrelas e galáxias.
(HALLIDAY, RESNICK, & WALKER, 2012).
Quando foi proposta inicialmente, essa teoria não ganhou grande aceitação entre os físicos.
Entretanto, atualmente ela é bastante aceita em função principalmente de duas descobertas
que se mostram incontestáveis entre os físicos: a expansão do universo e o ruído cósmico
de fundo.
2.5.1. Expansão do Universo
Em 1912, ao observar galáxias, os físicos Slipher e Pease, perceberam um desvio das
linhas espectrais para o vermelho (z), em relação à emissão espectral de comprimento
de onda padrão (variação é positiva, indicando aumento do comprimento
de onda medidoEntão:
∆𝜆
𝑧=
𝜆𝑜
(INSTITUTO ASTRONÔMICO E GEOFISICO, 1991)
No final da década de 1920, o físico Edwin P. Hubble, afirmou que o universo estava
em expansão, contrariando a ideia de Einstein de um universo estático. As pesquisas de
Hubble evoluíram nos anos seguintes e confirmaram o afastamento das galáxias com
velocidades (v) que podiam ser calculadas por uma lei, chamada Lei de Hubble, na qual:
𝑣 = 𝐻𝑅
Onde R é a distância da galáxia até nós e H é a constante de Hubble e vale
aproximadamente 71km/s.Mpc = 21,8mm/s.anos-luz17x10-3m/s.anos-luz. Utilizando
essa constante na equação acima, podemos calcular a idade do Universo (T)
(HALLIDAY, RESNICK, & WALKER, 2012).
𝑅 𝑅 1
𝑇= = = = 13,8. 109
𝜐 𝐻𝑅 𝐻

Ou seja, o universo teve início há 13,8 bilhões de anos. Posteriormente, cálculos mais
precisos chegaram ao valor de 13,7 bilhões de anos.
A expansão do Universo é detectada a partir da observação de um desvio da luz emitida
pelas galáxias para o vermelho, o que é chamado em inglês de “redshift”. A relação
entre esse desvio e a conclusão de que o universo está em expansão pode ser explicada
pelo efeito doppler. Embora estejamos tratando de ondas eletromagnéticas, esse efeito
pode ser muito bem percebido também para ondas sonoras. Por exemplo quando uma
ambulância com a sirene acionada se aproxima de nós, percebemos seu sinal mais
agudo, ou seja, frequências mais altas e consequentemente, comprimentos de onda
menores. Quando ela começa a se afastar, o som fica mais grave, o que indica
comprimentos de onda maiores. Observe a Figura 6.

Figura 6: Efeito doppler para uma onda sonora ff é a frequência da fonte e fo é a frequência do observador.
(extraída do site https://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/efeito-doppler-calcule-a-frequencia-sonora-
percebida-pelo-observador.htm acesso em 26/06/2018)

É exatamente isso que é observado em relação ao movimento das galáxias. O desvio


para o vermelho, que é o maior comprimento de onda da luz visível, indica que elas
estão se afastando de modo semelhante aos pontos em uma bexiga que vai se
expandindo.
Conforme comentado anteriormente, devido à sua crença no Universo estático, Einstein
definiu uma constante cosmológica que tinha uma ação de gravidade negativa, mas,
após as evidências da expansão do universo, ele reconheceu que se precipitou em definir
essa constante cosmológica, uma vez que suas equações já condiziam com um universo
em expansão ou contração. Einstein rejeitou sua constante cosmológica, admitindo ter
cometido um erro. Entretanto, pesquisas posteriores sobre a energia do vácuo, mostram
que ela é oposta à energia da matéria e se comporta exatamente como a constante
cosmológica, promovendo seu retorno às teorias, porém com outra conotação
(HAWKING, 2001, p.96).
Essa descoberta de Hubble, deu força à teoria do Big-Bang, pois, se as galáxias estão se
afastando, deve ter havido um instante em que elas estavam sobrepostas, que é
exatamente o átomo primordial ou a singularidade prevista por Lemaitre.

2.5.2. Radiação Cósmica de Fundo


Conforme descrevemos no item 2.5, após cerca de 379mil anos do início do universo, a
radiação já podia viajar longas distâncias sem interagir com a matéria e chegaria até
nós.
Ela foi prevista na década 1940 por Ralph Alpher, George Gamow e George Hermann
em seu modelo estrutural de universo, como estando presente em nossos dias, com
distribuição de comprimento de onda consistente com um corpo negro e temperatura de
alguns Kelvins. (SERWAY, 2005).
Em 1965, dois radio-astrônomos, Arno Penzias e Robert Wilson, que trabalhavam para
os Laboratórios Bell Telephone, testavam uma antena de micro-ondas muito sensível e
detectaram uma interferência cuja intensidade não variava ao mudarem a direção para
onde a antena estava apontada. Esse sinal parecia vir de todas as direções e, após
descartarem várias outras hipóteses, se convenceram que estavam detectando uma
radiação cósmica de fundo produzida num passado remoto. Essa radiação, com
comprimento de onda de 1,1mm, na região do espectro de micro-ondas, tem a mesma
distribuição de comprimentos de ondas emitidos por um corpo negro à temperatura de
2,7K. Neste caso, a cavidade é o universo inteiro. (HALLIDAY, RESNICK, &
WALKER, 2012)
Em 1992, novas medições da radiação cósmica de fundo realizadas por um satélite da
NASA conhecido como COBE – Cosmic Background Explorer, revelaram que ela não
é perfeitamente uniforme. Posteriormente, em 2003, outro satélite, também da NASA
realizou medições mais precisas, que resultou numa imagem muito difundida, que
corresponde a uma fotografia do nosso universo há13,7 bilhões de anos atrás. Observe
a Figura 7. Essa imagem se adequa à teoria de que a inflação se deu a 10-34s do início,
como descrito no item 2.5.

Figura 7: Fotografia do universo nos primordios de sua existência mapeada pela radiação cósmica de fundo. Essa
seria a visão de um observador que olhasse em todas as direções. As manchas luminnosas são aglomerados de
átomos, mas galáxias e estrelas ainda não se formaram. (imagem divulgada pela WMAP Science Team/NASA)

2.5.3. A Expansão Acelerada do Universo e a Matéria Escura


A equação de Einstein E=mc2 mostra que massa é energia e portanto a energia também
pode causar a curvatura do espaço, como por exemplo nas vizinhanças de um corpo
negro. Entretanto, os ângulos de curvatura das irradiações observadas na Figura 7, são
de aproximadamente 1⁰, o que indica um universo plano. Isso permite aos cientistas
calcularem a quantidade de energia necessária para tornar o universo plano. Os valores
calculados, considerando toda a matéria existente e até mesmo a matéria escura, atingem
1/3 da energia necessária. Existe, portanto, uma forma de energia que é desconhecida e
foi batizada de energia escura. Medições mais atuais da distância de supernovas e de seu
desvio para o vermelho, mostram que a expansão do universo está acelerada, conforme
previsto nessa teoria da energia escura. (HALLIDAY, RESNICK, & WALKER, 2012)
Existem várias propostas sobre a natureza dessa energia escura. Falam-se em partículas
exóticas como áxions, fotinos e supercordas. Outros atribuem essa massa faltante a
neutrinos presentes nas galáxias. Os neutrinos são, de fato, muito abundantes no
universo e poderiam facilmente fechar essa conta. Mas, ainda resta essa confirmação.

2.5.4. O Modelo Padrão de Partículas


HALLIDAY, D., RESNICK, R., & WALKER, J. (2012). Fundamentos de Física, volume 4. Rio de Janeiro:
LTC.

HAWKING, S. (2001). O UNIVERSO NUMA CASCA DE NOZ. São Paulo: Arx.

HEWITT, P. G. (2002). Física Conceitual 9a. Edição. (M. H. Gravina, Trad.) Porto Alegre: Bookman.

WEINBERG, S. (1980). Os Três Primeiros Minutos, uma discussão moderna sobre a origem do universo.
(A. Macedo, Trad.) Rio de Janeiro: Guanabara Dois S.A.

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