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NOTICIAS SOBRE ALGUNS POETAS DO SÉCULO XVII patrono da Academia Esplrito-Santtnsf de I«tras.
LUIZ CANELO DE NORONHA
João de Brito Lima Nasceu na Bahia em 1689, e exercitou-se na poesia
Escreveu:
GMza á oitava 50.° dos Luziadas <'< Camões.
c na filosofia. Em sua terra natal serviu como CapitSo Cinco «meios, sendo um deles só dt versos dos Lu-
Nasceu na Bahia, a. 22 de outubro de 1671. e era de estudantes e Vereador do Senado da Câmara. In- ziadas.
limo do alcalde-mór, Tenente General de Artilharia forma Blake que ele deixou uma colecáo de poesias A Gloza e o soneto em versas ac Camões vera
"Horllegie
StbastiSo de Araújo Uma e D. Ana Maria da Silva. inéditas e mais as seguintes: reproduzidos no apêndice ao 3.c toiro do
Foi Capitão de Infantaria da Bahia, Vereador do Se- Oitenta e seis loas «os anos das Magestades Per- da poesia brasileira", de VamhagcB, ot pág. 21 a 24.
nado da Câmara. Foi um dos fundadores da Academia . tugiMos, despesMos dos Príncipes do Brasil e Astu- Quatorze emblosas com seus cpigrammm porta*
BrasMcaV, dos Esquecidos. Faleceu a 25 de novembro rias e entres «Mantos heróicos e Brioss. . gueses. .
tle 17«, Pompas funerárias que a cidade 4* Mu» e leu Estfto no "Bwve oenapendío ou it*sa»«çao t» Itt,
Deixou .numerosas produções poéticas, conforme se Recôncavo dedkanm ás ««idosas Bemérlsa de D. Mav nebre espetáculo que na inslgne ciúit.<& ila Ba»la,cabe-
vê ida rtl&ção levantada por Sacramento Blake <voJ. riam de Lencastre, mie *> Exmo Conde de Sabugos», ça da América Portuguesa, se viu na r-iortecj-el-rei
D.
- IJsMs, 170»;
3.° pãg. 3J8K Vasco Fernandes César de M«kms, vice-Ret da Estado Pedro", por Sebastião de Rocha Pitta
Barbuda, Júlio —Literatura Brasileira, pág. 128. Brasília ou a descoberta do Brasi] — poema épico
Pág'. 164. Várias poesias manuscritas (apud Bento Farinha. com 1800 oitavas — inédito. O primeiro canto fca
Bento, Murila — Antologia Baiana. "Renascença era seu Sumário d» Biblioteca Pertugiiesa.. lido na Academia Brasilica dos Esquecidos.
(Bahia) 3 de Janeiro de 1895. Disstrtaçie da. história, eclesiástica ** Brasil, que
Machado, Barbosa — Biblioteca Lusitana, 2.° vol. ALGUMAS FONTES SOBRE recitou na Acad. Bras. dos Esquecidos, em 172*.
>Mota, Artur — Histeria da Literatura Brasileira. O manuscrito foi oferecido por D- Pedro TL ao ms-
2." tol. pág. 132. LUIZ CANELO DE NORONHA tituto Histórico, a 22 de maio de 1CBE.
Varnhagen — Florilegio, vol. 1.°; Oito dissertações — flue constem Uc códice n.
Varnhagen — Biografia de .. .in "Revista do Ins- 3arbuda, Júlio — Literatura Brasileira, pág. 203. CCCXVin, existente na Bib. Nac. de Lisboa.
Tra-
«itutò Histórico". Blake, Sacramento — Dicionário,.vol. V. tam elas de assuntos exclusivaraeníe brasileiros.
Wolf, P. — Litterature BrésUlenne, pág. 24. Mota, Artur — História to Literatura, 2.° vol.
Garcia. Rodolfo — Nota na reedição do Flonleçic pág. 141. ALGUMAS FONTES SOBRE
tie VarAhaeen, t. 1.» pág. 244 (1946).
GONÇALO SOARES DA FRANCA GONÇALO SOARES DA FRANCA
3.».
BLAKE. SACRAMENTO — DleiMário, vol.
ANTONIO DE OLIVEIRA MOTA, ARTUR - História da ISunin» Brasílei-
Nasceu na Bahia, ou talvez no" Espírito Santo, em
1632 Pertenceu à Academia Brasilica dos Esquecidos
e ra ' vol 2 °
tomo
Deste poeta sabe-se apenas que pertenceu ft Acü-
à Academia Real da História Portuguesa. Vestiu o ha- VARNHAGEN — Florilesio, apêndice ro 3.»
tania dos Esquecidos. Joáo Ribeiro dedicou-lhe um fios E (pág. 265 da edição Rodolfo Garcia>.
capítulos de suas interessantíssimas Cartas devolvidas. Mto de S. Pedro. Faleceu, parece, depois de 1724.
Página 112 AUTORES E LIVROS Julho de 1949 — Vol X, n". 10
COMPENDK)
cinco anos cada um. E a cada
acadêmico que desejasse cola- São Paulo, como um estudante Em seguida ao ' republicano
borar caberia um destes perio- de excelentes qualidades espl- Roquette Pinto vem o monar-
dos. As "Memórias de Antônio rituais (o que aliás motivará quista Afonso Celso. E fas a de-
Ipiranga" constituem, assim, uma carta graciosa de Cons- fesa do Imperador: "Os diri-
um romance ¦•steeple-chase", a tncio Alves); Alfredo Pujol gentes brasileiros ¦ portaram-se,
feição do famoso "A Casa da continuará a história dos estu- ] no caso, com dignidade e ener-
NARRAÇAM Caneleira", escrito, há quase
um século, pelos literatos ma-
dos em São Paulo e aproveita-
rá a ocasião para evocar figu- .
ras de mestres e de alunos da
J gia. Romperam relações com a
.'
" Inglaterra e submetida a quês-
tão ao Rei dos Belgas, resol-
ranhenses, e de outras do mes-
pO V V NíBR r E S F£CT \ cai. o. mo gênero, como "O Embro-
"Os Mistérios da Prai-
época em que Antônio Ipiran-
ga cursava a Faculdade paulls-
veu-a é.e a nosso favor...".
Uma circunstância digna de
glio",
ouí naínfigf.í Ciâiit Az Bahia , eãtwça áa Ami* nha', "O Mistério", árduos ta; terá margem, assim, para nota: Goulart de Andrade dei-
' xará o personagem casado —
.rica P''i'ti'.i,v.v i.ic *k> as martçòe lilKcy l). testes, em que se têm exercita- ressuscitar figuras que ficaram
casado com a prima Inezinha. a
do grupos de plumltivos de boa na tradição da grande cidade,
jPedro ií. âs gloriou memória, S.'¦ IS. vontade. figuras cujo esplendor Pujol viuva do militar, e já pai de
ainda foi encontrar por assim dois filhos. Os colaboradores do
OFFSRMÇIDA Das "Memórias de Antônio dizer vivo, quando ali fez o seu romance, mie se seguiram ao
Ipiranga" acham-se até hoje tirocínio jurídico. Continuando autor de "Assunção". er:quece-
a narração de Alfredo Pujol, ram uma dessas duas crianças.
publicados 11 capítulos. E não
DOM^JOAM V me parece destituído dR inte- Rodrigo Otávio transporta o ra- Só tomaram conhecimento de
rêsse o conhecimento deies. paz. já; bacharel, para o Rio. uma dela?, um menino para o
Coube a Xavier Marques ini- Advogado e jornalista nos ini- qual Roquette Pinto arranjou
ciar o complexo romance. Apa- cios de sua vida pública, Ro- o nome de Epaminondas. Mais
á EY DF POR TV CAL nhou êle o primfeiro período drigo Otávio fará de Antônio tarde, Afonso Celso enriquecerá
da vida do personagem — o Ipiranga um advogado e um o lar de Antônio Ipiranga com
. .CB.U-VQ$'Z jornalista; leva-o de dia a tra- uma nova filhinha, a pequena
qüinqüênio 1822-1826. (Revista
da Academia, n. 74). O escri- balhar no escritório de Monte- Bénvinda, que apenaa viveu seis
Por SEBASTIAM DA tor baiano fez o menino Ipi- zuma. de noite a ser redator do meses... Veja-se, ai também, o
F«J»'êt>J»Cíf»,2e3«iríii»r«i!' , C ranga nascer no Rio ae Janei- "Correio do Brasil"', de Justi- süb-conscféhte trabalhando: o
"Anjo Enfermo'' ex-
r isit.iliiílo,&CoH,<icl a„Ka . m ro, em 7 de setembro de 1822 niano José da Rocha. O rapaz poeta de
Gí'ÍS.k-,rri — conforme o esquema Medei- ama então a vida dos teatros, perimentou o coração do perso-
ros e Albuquerque. Deu-lhe, po- reparte-se entre três ou quatro nagem, dando-lhe aquilo que
rém, um lar modesto, um pai noivas — uma real, deixada sempre íòra uma preocupação
que a princípio era alfaiate e em São Paulo, as outras hipo- para o seu pobre coração de
passou depois a soldado da mi- tética», palpites de sua mâe, pai amargurado, o horror de ver
J !>i.p.t8i-íi!c!'
A.";» I"
ltcia da terra (será ainda, no
futuro, empregado de faeznda).
Esse menino é semelhante aos
demais garotos de sua idade,
com o único característico de
do sré grande amigo, o gene-
ral Peixoto, ou então a doce
Inezinha, já agora viuva de um
militar que fôra morrer nas
sofrer uma criança, horror de
perder uma filhinha...
Ai está, em síntese, o que jé.
a Academia tem publicado do
lutas da Cisplatlna...
gostar extremamente de ma- * seu romance. Será bom? Sírá,
No capítulo tíe Goulart de mau? E' difícil, em uma obra
mar; isso será, provavelmente, Andrade (que foi o seguinte),
a explicação da longevidade que dessa natureza, sair alguma coi-
Página de titulo do "Breve Compêndio", de Rocha vemos pela primeira vez entrar sa perfeita, Que saía alguma.:
êle conseguiu. E tem também no romance, até então casto
Pitta — (edição de 1709) uma priminha, delícia de crian- coisa razoável, pelo menos apta
e mesmo virginal, uma figura a ser lida, é uma bei» recom-
nas férteis produções, que em mais formosas que cursam os ça meiga, a loura e doce Ine- de mulher, não direi impúdlca,
opulência da monarquia e bene- navegantes; pois em toda ela. zinha. pensa.. Mesmo que Antônio
mas adormecida e semt-nua... Ipiranga nao esteja «amihhan-
ffeio do mundo, apura a arte, e em qualquer tempo estão as O segundo capítulo (Revista
O capítulo de Dantas Barreto do para tornar-se um» obra
brotando as suas canas exprl- suas elevadas montanhas e ai- da Academia n. 75) coube a
merece atenção especial. Sem
mldo netar, e dando a suas tos arvoredos cobertos, e vesti- Gustavo Barroso; o terceiro, nos dizei! porque, o personagem prima, não hi razão ijara dei-
(idem, n. 76); coube a Augus- xar interrompida em meio a sua
frutas sazonada ambrozia. de dos de roupas, e tapeçarias ver- do romance delibera ir, certo
to de Lima: o quarto a Cons- iealização. Faltam-lhe, no mo-
que foram mentida sombra o des. por onde correm inúmera- dia, à Escola Militar da Praia mento c;;.e passa, apenas nove
licor e a vlanda, que a seus veis caudalosos rios, que em tancio Alves; o quinto a Fer-
nando Magalhães; o sexto, a Vermelha, ver diversos amigos. capítulos. Acredito que a Aca-
falsos deuses atribuiu a culta copiosas e diàfanas correntes Que amigos? Onde os tinha
Alfredo Pujol; o sétimo, a Ro- demiti deveria retomar o traba-
gentilidade. precipitam cristais nas suas ri- drigo Otávio; o oitavo a Gou-
feito? Quando? Nada nos expli- lho, e levar por diante o plano
Em nenhuma outra região se beiras ou levam tributo aos ca o general. Conta, porém, que
mostra o céu mais sereno, nem seus mares, em qué" hã grandes Iart de Andrade, que retirou de Medeiros o Albuquerque, o
Ipiranga, em sua visita a Praia
madruga mais bela a aurora; o enseadas, muitos e continuados Vermelha, vira José de Alen- qual dá maigcrr. a um eurio-
síssímo exercício Ca Agilidade
sol em nenhum outro hemisfe- portos capacíssimos dos maiores fertil&simo. algumas Inúteis: car. "Passando pela praia da mental, de fantasia, cie .icder de
rio tem os raios mais dourados, baixeis, e das mais numerosas umas de arvoredos nuas. expôs Saudade, dei com o José de criação literária. Pelo menos
nem os reflexos noturnos mais armadas. às luzes do sol, outras cobertas Alencar, assentado num bloco
brilhantes; as estrelas são as A '¦ua latitude pelo interior isso...
de espessas matas, ocultou aos de pedreira, pensando certa-
mais benignas e se mostram da terra é largulssima: mais de seus |alos; umas creou com Mucio ledo
mente no desenvolvimento do
sempre alegres; os horizontes, quatrocentas léguas se acham disposições, em que as influên- novo romance" — eis o qué nos
ou nasça o sol, ou se sepulte, já cultivadas com as nossas cias dos astros acham qualida- diz o autor da "Condessa Her- EDIÇÕES
estão sempre claros; as águas provações, sendo muitas as que des proporcionadas à composi- minia". Era natural que Dan- MELHORAMENTOS
ou se tomem nas fontes pelos estão por descobrir. Este famoso ção dos mixtos, outras deixou tas Barreto — soldado do Pa-
campos, ou flentro das povoa- continente é tão digno das sus- menos capazes dos benefícios raguai — levasse o herói até ao Em homenagem ao centena-
ções nos aquedutos. são as mais pensões humanas, pelas distân- das estrelas. Formou dilatadls- teatro da luta. Foi o que êle rio do nascimento do^ Goethe.
puras; é enfim o Brasil terreal cias qúe compreende, pelas ri- simos campos: uns partidos fez, Arranjou para Ipiranga um que transcorrerá a 23 de Agôs-
Paraíso descoberto, onde tèm quezas que contém, como pelas brandamente por arroios pe- lugar de auditor de guerra, e o to próximo, as "Edições Melho-
nascimento e curso os maiores perspectivas que mostra; porque quenos, outros utllmente tlranl- fez partir para o Sul. Mas de- ramentos", em colaboração cons
rios; domina salutífero clima; até em algumas partes, em que sados por caudalosos rios. pois tirou-o de sua auditoria, o Instituto Hans Stadcn, de S.
influem benignos astros, e res- por áspero parece impenetrá- Fez portentosas lagoas, umas arraniou-lhe uma secretaria de Paulo, publicarão duas das
piram auras suavíssimas, que o vel, aquela mesma rudeza, que doces e outras salgadas, nave- Iegação... e mandou-o para o mais celebradas tragédias do
fazem fértil, e povoado de inu- o representa horrível, o faz gáveis de embarcações e abun- Império do Sol Nascente. Em grande noetà alemão; Clavigo
meráveis habitadores, posto que admirável, dantes de peixe-s: estupendas Tóquio deu-lhe uma aventura e Stelia, *
por ficar debaixo da torrida A formosa variedade de suas grutas, ásperos domicílios de de amor com uma dama que Ainda H\e ano, as "Edições
zona o desacreditassem e des- fôrmas na desconcertada pro- feras; densos bosques, confusas tinha o estranhíssimo nome de Melhoramentos" lançarão en-
sem por inhabitável Aristóteles, porção dos montes, na confor- congregações de caças, sendo Amaltea. Escreveu um livro sô- tre muitas outras obras famo*
Cícero e Plínio, e com gentios me desunião das praias, com- também deste gênero abun- bre o Japão, livro que resolveu sas da literatura .universal, as
os padres da igreja Santo Agos- põem uma tão igual harmo- dantíssimo este terreno; no dedicar a Rio Branco... Foi, por seguintes:
tinho e Beda, que a terem es- nia de objetos, que não sabem qual a natureza por várias par- essa mesma época, eleito depu- Oliver Twlst. e Conto de
periência deste feliz orbe. seria os olhos onde melhor possam tes depositou os seus maiores tado federal... Natal, de Charles Dickehs. •
famoso assunto das suas eleva- empregar a vista. — Com in- tesouros de finos metais e pe- Tendo ficado revogado, por César e Cleópafa», de Ber-
das penas, onde a minha receia ventos notáveis saiu a. natureza dras preciosas, e deixou em todo qualquer motivo, o capitulo de nard Shaw.
voar. posto que o amor da pa- na composição do Brasil; jã em êle o retrato mais vivo e o mais Dantas Barreto, recebeu Ro- Mistérios do Fiimament»>
trta mé dé as asas, e a sua altas continuadas serranias. Jft constante testemunho daquela quette Pinto a Incumbência da- de Domingos Marchetli.
grandeza me dilate a esfera. em sucessivos dilatados vales: estupenda e agradável varieda- quelè qüinqüênio. He conduziu Eça. de Queiroz, !i)è Mar-
Vaz o opulento império ao as maiores proporções dele íez de, que a faz mais bela. a história de maneira inteira- quês da •Cnà.
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7.-L-.,^.t.;.i->r5&.-i.íU
Páfin. 114 AUTORES E LIVROS JuMlo de 1949 — Vt* X, ri* 10
A desgraça, qup imnorta? é caminhar, sofrer. O seu amor, às vezes, cego e aflito,
Há em mính'alma sombras, claridades Mas, o violão consola, e os dedo.[ maltratados Tremulo, tímido, um gemido espalha,
De outras almas que estão a renascer; Ferem-lhe as cordas gemedoras. Olhando a rua. Mas
"
se contém, sereno no seu rito.
ti -
Reminiscéncias lúcidas, saudades Improviza versos, canta a tristeza que o trespassa,
De países que vi, talvez sem ver. Em trovas de gênio, os mais belos soluços da raça, Um dia, sob o triunfo que o amortalha,
Que nenhum poeta doutor saberia escrever... Bolará, em revolta, como um grito,
Desenrolam-se, nela, imensidades, Como um incêndio, como uma batalha.
Panoramas de roseo alvoricer; (••Sagitário") (Horizonte)
Cóleras flamejantes e piedades
De quem quer pobrezinhos acolher.
Luar
Em mlnha'alma ha um rumor de primavera;
Outras -vezes, um sol que crepuscula;
A BELA VISÃO O luar nunca fez bem
Aos que tem u'a mãe
as almas. Entristece,
para sempre perdida,
\
(
Nostalgias de um céu, de um grande mar. Quem pincelou, de tanto verde, esta manhã? A saudade compunge e a palpebra humedect. i
Quero molhar as mãos em todo o orvalho. E uma saudade, quem nunca teve na vida? i
Sim! e um gigante que se dilacera. Encostar a cabeça as grandes árvores.
Hlim rugido revolto, impreca, ulula, Sentir que sobe, nos meus pensamentos, Ao teu efluvio, — luar — toda a terra adormece, j
B chora, chora nâo poder amar. Uma aurora paga. Branca, de uma fluidez luminosa vestida,
IHorizontc) Sem um murmúrio, sem um som, sem uma prece, '
Lembrar, ante uma luz que, assim, toma os espaços, Como si em teu» clarão sonhasse ser diluída.
Tive teu corpo nos meus braços.
Entre vagas e espumas, desusando
A um Poeta morto A vida ardente do mar cheirando,
Plenilúnio sereno, esfinge dolorosa,
Relembras ilusões... revolvia cicatrizes... .,.
Com as primaveras do arrebol, Juramentos de amor numa noite ditosa...
Tu, que cantaste a vida, o amor, a natureza, Enquanto esses lábios, úmidos tremiam,
• Conhecendo, de perto, o irrisório, o mesquinho, E os teus olhos grandes, pestanudos, riam, Quando fulges no céu, — ó luar que me bcimUzr^
A quem, torva a maldade, um dia. de surpresa, Claros, claros, A terra fica mais silente, mais piedosa,
Quis deter no sagrado e rutilo caminho; De tanto sol. r8Htt*rlO E aa almas sem amor ficam mais infelizes.....-; |
. . (Mori-jalat ¦ ¦' !
Tu, *postolo d'alma, ermit&o da beleza,
Santo, mártir, herói, a refletir, soslnho,
Sem^balsamlc* flor, sorrindo-te ft tristeza.
A quem multa mulher recusou um carinho:
MAR, LUZ, MULHER... Ufa
Dormes,-após sonhar tudo o que nío existe. Na manhã clara, que faísca, ardente.
Par» que ardeste tanto — a vlsío merencorea — No mar, no céu. qual uma grande Jóia,
Pelo Ideal que te fez imensamente triste? O teu corpo dourado, mansamente,
Braços abertos, sobre as ondas bola...
lí««« Ueitsl. p»VJ» n«~ l*.Jk"SM-,^Os\
. Déikaeté o coração, em pedaços, vibrando,
M«,teU sonho de dor, de desejo, de gloria. A noite, quando minha btTca, ansiosa,
•Pica»»-— terra -e céu, palpitando, sangrando! Morder a tua como um' fruto fresco.
(HorHonte> Passará nos meus olhos, pitoresco, UX. .CHrf- .waCt»» a^e^MG»»,
O painel da manhã maravilhosa: ¦¦Aitfysl-djç;
\^L&ÍÍ, jefatTtMiS* <&i.
A alegria da luz límpida e alada,
JUSTIÇA Gaivotas lentas, em continuas rondas,
"õát
1 y^.j%^%\j*e&. H^ÁtÇS, jfAtulum,
Véus a se desfazer, de espumarada,
Si quiserem dizer que sou Intolerante, E esse corpo moreno sôbre as ondas...
Um modelo de ingratidão com os meus amigos,
Embora parecendo homem-íidelidade. E, no teu colo ariante. nos cabelos y^lC» -««,«1* **«-1 «X^ÔwMfi.tííwtii
Alardeiem sem demora! tímidos, onde os dedos tremerão.
Sentirei sem poder quasi contê-los, «) \jíu^t<SefC,eV^eç</e\l(*M^v....
Si entendem que desvio o olhar das chagas A vaga,' o céu azul. todo o verão!
("Sagitário")
Dos mendigos, da baba do epUetteo,
E fui sempre Incapaz de aceitar a pobreza,
Nâo me poupem nem um minuto!
• As Velos \f {W^*'»?É^».~<.aic **t.*e~6 i
Si acham, sombrio ou intratável, meu orgulho, I
Porque fico, fechado e triste, ante as criaturas Ao mar que amanheceu, belo e claro, sem bruma.
Humanas e sorrio, as vezes, cétlco, fará a Cólchlda. para as solidoes de Ofír!
Gritem-no! E-nlunadas ao vento, oscilando, uma a uma.
A frescura aurorai, as velas vão partir.
Que nao tenho a menor coerência com minhalma,
Pela minha suprema e terrível fraqueza
à praia is ondas vêm, torvelinhando espuma
Be nao lhe obedecer, para. sozinho,
Avançar em estradas e montanhas. Uma vela menor que as outras, a fremlr.
Sendo bordão de cego. alegria ou consolo Segue... é um'asa, depois, uma nevoa... se esfuma...
De humildes, preferindo a inércia comodista. Depois, é um ponto branco, ao longe, a se sumir.
Acusem-me!
Á hora do entardecer, quando a violeta aberta
Que, na terra, nao deixarei uma lembrança, Do crepúsculo faz mais triste o oceano lmoto,
Porque nada construi de nobre e eterno,
E que meus poemas sâo, apenas, poeira leve. Começam no horizonte as velas a apontar.
Proclamem-no aos quatro ventos! AUTÓGRAFO DE OLIVEIRA E SIM A
Mas, por favor, nâo neguem o que guardo Sonho de velos... vaga aspiração incerta:
ARMAZÉNS PRÓPRIOS PARA RECOLHER: ÀS RUAS DO BRUM N.° 248 E GUARARAPES N.° 113
O ano passado registrou a Cooperativa dos Usineirosde Pernambuco uma produção total de quasi 8 milhões de
sacas de açúcar, a maior saíra ainda verificada em qualquer zona açucareira do país.
A nova Diretoria da Cooperativa dos Usineiros de P.ornambuco está assim constituída:
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: — José Pessoa de Queiroz, Presidente; Armando de Queiroz Monteiro,
Secretário; Luis Inácio Pessoa de Melo, Tesoureiro; Manuel Caetano de Brito, Diretor; Manuel Maroja, Diretor.
CONSELHO FISCAL — Membros efetivos; Júlio Queiroz, Leõncio Araújo e Romero Cabral da Costa; Suplen.
tes; José Lopes de Siqueira Santos, Afonso Freire e Enock Maranhão.
de 1949 — Vol. X, n°. 10 AUTORES E LIVROS Pégma 117
julho
Casimiro José Marques de Abreu Folguei saber que gosava boa saúde e sinceramen.
te desejo a sua continuação; eu Igualmente, vou bem.
Rogo-lhe queira recomendar-me a meus Tios e
Rio de Janeiro, 2 de novembro de 1857 primos c lançar a benção sobre
Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1857 Seu filho
Presado Pai. amante
Presado Pai.
Desejo que ao receber (Testa continue a gosar Casimiro José Marque!) de Abreu
.túde. a qual estimo seja sempre inalterável. Estimarei que ao receber d'esta continue a gosar
perfeita saúde. O primo Antonio remeteu-me do Brejo ¦
A carta do Tio Joaquim. Que a casa lhe remete, 2ÜÍ
nâo pôde ir pelo correio passado em razão de ser en- a carta inclusa para enviá-la com brevidade. Rogo-lhe
Rio de Janeiro, 22 de maio de 1859 .
tregue um pouco depois dele sair. queira recomendar-me a todos e lançar a benção sobre ¦•rc
Conforme me recomenda, escrevo agora para os Seu filho Presado Pai.
Tios e mLisbôa e o farei sempre todos os meses. Con-
amante
tinuo..com saúde, e a respeito (^escritório (sem ser Estimarei saber que se acha no goso de perfeita
vaidoso) parece-me que tenho aproveitado mais nestes Casimiro José Marques de Abreu saúde, cuja continua-ção sinceramente ambiciono. Eu
2 meses do que nos 2 anos que estive em Lisboa. A
rasão é simples; lá nada mais fazia do que copiar
cartas.. Espero que chegue o mês de Janeiro para en-
trar no Instituto Comercial c julgo que em breve hei
de adquirir os conhecimentos precisos.
Sem nunca perder a minha paixão pelo estudo,
assinei agora o Gabinete de leitura portugês, e nas
horas vagas (que poucas são) entrego-me aos livros.
Um nome tradicional
Rogo-lhe queira recomendar.-me ao pr,imo Manoel,
)
Tio Manoel Joaquim e primos, Sebastião, Justino &
Cia. e lançar a benção sobre
irgTy Seu
filho
amante
em todos os lares
Casimiro José Marques de Abreu
ALBERT CAMUS
do Brasil!
Albert Camus, o famoso ra, e fará uma conferência
"Ro-
escritor francês contempo- subordinada ao titulo:
raneo ora no Rio, iniciou n man et Revolte". Nas grandes capitais como nas pequenas cidades de todos os
20 de julho, no Ministério
aa Educação, uma sene ose CURSO RUI BARBOSA Estados do Brasil, a marca PEIXE representa, em todos os lares —
conferências que pronun-
ciará no Brasil-
O Instituto Histórico e Geo-
grafico Brasileiro, após o en*
há 50 anos —a máxima garantia de alta qualidade, pureza e sabor
O autor de "La Peste" cerramento do "Curso Joaquim
está também sendo aguar- Nabuco, fará realizar, em co- em doces, compotas, conservas, cxttato de tomate, etc. Utilizando
dado em Recife, onde seri memoração do I centenário de
recebido por Hermllio Bor-
nascimento de outro grande
brasileiro, o "Curso Ruy Bar-
os mais modernos e aperfeiçoadas métodos de fabrico, dispondo
ba Filho e Newton Sucupi- .bosa". ., íl de plantações próprias onde são cientificamente cultivados e rígo-
rosamente selecionados os fjatos que empregam nos seus proáu-
tos, as fabricas PEIXE esfoEçanwe continuamente por retribuir à
"SÂO PAULO"
pre%ência dos seusconsumldoreSiOferecendo-lhes «tmpr» a*«wis
; COMPANHIA NACIONAL saborosas sobremesas e os alimentos do mais alto valor nutritivo!
• DE SEGUROS DE VIDA
DE CASIMIRO DE ABREU
recomendar-me a meus
asonttouo sempre bom. Queira Júnior; veio com alguns erros tipográficos que vão neira um homem estar se matando a estudar par»
tj06 o primos bem como lançar a benção sobre emendados com pena". (81 de maio de 1868). , acontecer-lhe destas". (24 de maio de 1858).
Seu filho "Finalmente meu amigo saiu o meu livro de
*
amante poesias e Ja dei ao Tomas 2 volumes: um pana tle ./ * *
Casimiro José Marques de Abreu outro para o editor e peço-lhe que aceitem pois a oferta
c sincera". (7 de setembro de 18591.
W*ís usp
11 novembro 58.
"Náo sei se te zangarás por eu ter metido no
livro aquela poesia — Clara — que tu me pediste uma Caro amigo:
vez para ti e que talvez já a tivesse, mostrado como
tua á Sinhazinha. Se assim for perdoa-me meu amigo De certo has de pensar que eu sou doido; iludida
Trechos de cartas publica- c crê que bem longe estava do meu pensamento ma-
goar-te". (7 de setembro de 1859).
por mim o Tomaz anunciou-te a minha.ida aí e agora
talvez me estejas esperando! Eu te explico o negocio.
dias por Sousa da Silveira "No paquete inglês entrado ontem k noite pa-
Zangado cá com a minha vida estive ha dias resol-
vido ou a matar-me ou a Ir a fazenda, dizer - decidi-
rece-me que veio o nosso primeiro poeta Gonçalves damente a meu Pai que não queria mais escritório!
_. "Vivo muito triste e padeço mesmo um pouco Dias. Talvez que eu lhe peça um — Juízo Crítico — Depois veio a reflexa oe não fui; o melhor é levar
do tísico; a minha saúde vai-se estragando e eu des- para o meu volume de poesias, com a publicação do esta cruz ao calvário, e esperar até fins de dezembro
confio que o canastro não dura muito tempo. Adeus; qual julgo poder principiar em fins de agosto ou se- que é quando meu Pai ficou de mandar-me buscar.
estima-me sempre e lamenta o teu velho amigo Casi-, tembro". (7 de julho de 1858).
— Lê o Mercantil de hoje, lá verás um reflexo dás idOU
miro". (17 de maio de: 1859). g; 11 y j ¦» | *¦ sinistras que me andam cá na cabeça. Nada me .acalma
"Não me fales mais em Primaveras, maldita a esta mágoa, esta dôr que me mate. Certamente, há
— "Talvez julgues caçoada, mas olha que é ver- hora em que eu comecei a fazer versos! Parece que por ti e os outros que vivem perfeitamente, felizes ou con-
ciada Eu desejo uma doença grave, perigosa, longa uma fatalidade todos og que tem essa mania hão-de tentes não sabem que coragem nio é preciso para me
mesmo, pois que já me cansa esta monotonia de bôa sofer constantemente! Bem sabes o desgosto que me conservar ainda tanta ilusão necessária e Dão «fcscrer
.saúde. ¦;..*..¦ acompanha e que me tem mudado o genio para uma de tudo e de todos. Ora eu estou te massando sempre
Mas queria a tísica com todas as suas peripécias, tristeza que nada consola; bem sabes a luta constante com as minhas lamúrias; não faças caso. Estou a es-
queria ir definhando liricamente, soltando sempre os em que tenho vivido, porque Infelizmente n&o tenho pera duma carta do Tomaz para ti, para eu mandaria
últimos cantos de vida e depois expirar no meio de um Pai, como os outros que auxiliam e protegem a junto com este. O portador é onmeu prima Antônio.
¦perfumes "debaixo de céu azulado da Itália, ou no meio vocação de seus filhos. Tenho sido sempre contrariado Adeus, sou como sempre teu do coração Casemiro.
dessa natureza sublime de vegetação que rodeia o em tudo. Hoje tenho o meu futuro perdido e a minha
Queimado". (Rio,.4.de outubro de 1858). mocidade gasta moralmente. Amarram-me a uma es- *
crlvaninha, querem que eu siga á força uma carreira * _...¦'
'O meu livro, nada de novo ainda! Diz o Paula para a qual não posso ter inclinação, e querem que eu
Brito ajaie em junho está pronto e eu suponho que nem viva satisfeito! Rio, 13 de novembro de 1858
no íim do ano; o homem manga comigo á grande e Há pouco tive uma decepção que tirou as minhas
eu wu aturando tudo com a minha negligencia ha- últimas esperanças e fez-me quasi descrer de tudo e A carta acima, por esquecimento do meu primo
bitufü". de todos. Digo isto confidencialmente como de amigo ficou em cima da minha carteira ;e eu abria-a para
a amigo e espero que não digas a ninguém. acrescentar mais este P.S.
"É escusado dizer-te que o excomungado do meu Faz hoje exatamente um mês que escrevi a meu Chegou há adias o Pedro Souza de São Paulo, te,
volume ainda náo saiu". (2 de agosto de 1859). Pai pedindo licença para a publicação do meu volume, seus exames e entrou agora no 4.' ano, Recebi ontem
e também dinheiro para isso — (que é o principal e uma carta do Castilh oredator do Almaoaclc-de lem-
-• "Finalmente, meu amigo, saiu o meu livro de único motivo porque ainda não tem saído). Ainda não brancas, o diado do homem embirra em dizer que e»
poeaaiaaii". (7 de setembro de 1859). recebi resposta e creio mesmo que não me ha-de res- sou o primeiro poeta brasileiro, e.trás no almamaclt
"Querido amigo. Recebi com verdadeiro prazer
ponder. Outro dia fiquei tão zangado que mandei uma do ano futuro uma porção de poesias minhas- Eu sou
a lua carta e se te não respondi logo foi porque tenho poesia levada de 600 diabos para o Mercantil mas o como sanes teu do coração.
estado -estes dias bastante ocupado aquí no escritório Octaviano não a quis publicar. Tudo Isto me entris-
Casemiro.
com a saída dos paquetes para a Europa e para o Sul. tece e me desgosta ainda mais, e depois eu tenho feito
¦Ccmo sabes estive em Portugal 3 anos e meio e voltei tanta asneira e gasto tanto dinheiro á toa que tenho
em julho passado; passei por ai jã 21.vezes e lembrei- anédo de ir em dezembro à- Fazenda ajustar contas
me ale visitar-te, mas não tinha tempo e provável- com o meu velho.
mente não te encontraria". (18 de dezembro de 18571.
Parece-me que se as cousas não mudarem eu FONTES
-¦ "Mão me respondas antes de eu escrever-te mato-me ou fujo e vou ser marinheiro... Tu não podes
fazer uma idéia ria dô> oup sin*" p^r ter perdido a minha
outra vez, porque parece-me que vou mandar o comer- MUCIO LEÃO — Autores e Livros e seu Inédito
carreira e da vida triste que eu levo, com desgostos de
cio á tábua, e que raspo-mo desta casa. Dicionário Bio-Bibliográfico Brasileiro.
família, com aporrinhação de todos os lados e sem
O Carnaval está brilhante. Ontem estive no São
redro até 3 horas da manhã; houve dança e pulos alegria ou distração alguma. SOUZA DA SILVEIRA — Obras de Casimiro de
Também dizes que estás triste e eu vou logo per- Abreu.
bravios. Desculpa a pressa com que te escrevo; bem
vês que são momentos furtados". (15 de fevereiro guntar ao Tomás qual a razão. Faço idéia que ha-de HENRIQUE DE CAMPOS PERÇEIRA LIMA —
ser volta de namoro. Ao menos és feliz porque tens Casimiro de Abreu em Portugal.
de 1858).
namorada e tens a certeza que ela te ama. Eu nem SILVIO ROMERO — Historia da Literatura
"Quero ir arranjando e retocando todas as isso! Vivo como um monge, e com o meu genio exque-
sito não acho pequena que goste de mim (talvez por- Brasileira.
minhas asneiras, pois preparo-me Para em janeiro, nos ALVES CEKQUEIRA — Casimiro de Abreu.
meus anos, dar á luz um volume de poesias e depois.,, que não procure).
Gostam dos meus versos mas da pessoa nada sabeava. AIRES DE CASAL — CororraHa Br&silica.
quem sabe?". (1 de abril do 1858). , 'e
- í S r . ¦ :¦ 'dás. eu estou tão aborrecido que nem me importa com
"'frase MONSENHOR PIZARRO —. Memórias Históri-
., 5 (Aqui entra uma altamente pornográfica
~ "O volume há-de ser pequeno pçis que ivp cas do Rio de Janeiro.
não pode ser publicada^, D. Pj* KIDDER e J. C. FLSTCIjEít-í- (» Brasil
ci.;:; ta nele todos os meus versos* que eu reservo""para"" qae fazer um anúncio dizendo que
ouuo volume, visto estarem muitas poesias ainda por Qualquer dia vou e os Brasileiros.
acãbíu' e retocar". (17 de julho de 1858). o meia coração está devoluto e quem quiser que toma: CASIMIRO DE ABREU — Primaveras, ed. Gar-
conta dele. "'a31' J
"Caríssimo. Antes principiar uma carta por um Feliz quem ama e é amado! Não se pode sca- moço CASIMIRO DE ABREU — Primaveras, ed. ae
ag:'fi.ílecimento do quo por uma descompostura: por sem amar, e é por isso que eu sou moco em anos e Lisboa, 1883.
isso agradeço-te a remessa da — Virgem loura — em- velho caduco na alma. CASIMIRO DE ABREU — Primaveras, ed. Ins-
Agora vou perguntar ao Tomás qual o profundo tituto cio Livro.
brulbada em papel branco, ou antes, transformada em
te faz andar triste. Se não somos irmãos ARQUIVO NACIONAL — (Onde nunca é demais
letrEiii. Pico á espera da — Moreninha — mas, palavra. 7 desgosto que
"que pelo. sangue sejamos ao menos pelas dores coanca sem- que sn saliente** a solicitude do seu diretor
Vilhe-
tThonra, não desejo ela venha com tantos erros Casi-
como a dita .Virgem (isto entre nós)'1. (10 de-abril pre temos sitio pela amizade. Teu do coração na de Morais''.
cia 7KB). "* miro". 127 de outubro de 1858>. JORNAL DO COMÉRCIO.
DIÁRIO POPULOR.
—¦ "Acabo de receber uma carta de meu Pai. em CORREIO MERCANTIL.
-¦ "Meu caro. Incluso te remeto a poesia que fiz
ao Macedo Júnior: veio com alguns erros tipográficos resposta ao meu pedido. Êle escreveu á casa elos meus BIBLIOTECA NACIONAL.
amos. dizendo que se achavam que eu assim cumprirei CARTÓRIOS DE CAPIVARÍ (hoje Silva Jardimi.
que vão emendados com pena. P.S. Os erros são — .íaielhor as minhas obrigações podem fornecei':iüe a _ CARTÓRIOS DE NITERÓI.
lavfrel e não" lourel, raiar e rair — e müdez e não
'Hiato*'. quantia necessária! ARQUIVO PÚBLICO FLUMINENSE.
(21 de maio cie 1S581. Náo gosto disto; eu queria uma autorização tranca, SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO RIO.
*— "¦Aumentei sem restrições, porque meu Pai deve Interessar-se pelo CEMITÉRIO SAO JOÃO BATISTA.
o meu nome com o de; fica mais não:
aristocrático,' o que no entanto não priva da pessoa publicação do naell volume. Não sei se aceita; ou CORTINES LAXE — Noticias da Província Flu-
li; > plebéia, como sempre. (2 de setembro de 1858'. ainda hei-de refletir sobre isso. (27 de outubro de minense.
ítjótia. —
CARTÓRIO DE PAZ DA ALDEIA VELHA
"Querido amigo. Neste grande dia todas as fal- "_™ "Conheço (Capivarí).
os teus tormentos; a ausência è um
'á. alevem sor desculpadas e riscadas da imaginação
martírio - a saudade um bichinco que rói o coração. _ CARTÓRIOS DO DISTRITO FEDERAL.
todos os motivos de queixa ou de rancor. Fiado nisto
dirijo-me a ti que deves estar admirado do meu silen- Tem paciêaicia, meu caro; nem tudo pode correr ctan- PREFEITURA DO DISTRITO FEDERAL.
"7 íorme os nossos desejos. Aconselho-te que rezes, e com CÚRIA DIOCESANA DE NITERÓI.
n de setembro de 1858). especialidade a Santa Clara. Se unr abraço do amigo
dou .Casi- CARTÓRIOS DE CASIMIRO DE ABREU (an-
"... pede abrandar esses sofrimentos, aqui to tigo Indaiá-açu).
palavra d'honra que nunca na minha vida miro". 127 de outubro de 1858;.
vj poesia cio Silvio ou doutro qualquer que se parecesse ARQUIVOS PARTICULARES de Sérvulo de Melo
roa aijnela. pois nunca tive o mau costume de roubai* -Escrevo-te hoje debaixo ciuma impressão bom e Columbano Santos, em Rio Bonito.
em literatura e o único roubo que me podem imputai
'-de um ou outro beijo dc vez em quanto. Mas isso mes- dolorosa. Não sei se te lembras do nosso colega do ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS — Ar-
mo nito é crime, porque as roubadas nunca me levam Freese, Messeder? Achava-se aquí e Já no 2." amo da quivos.
aas tribunais". (5 de março de 1851). Escola Militar; era um belo moço e gozava baia saúde, PRÍNCIPE MAXIMILIANO DE WIED — Via-
ainda no sábado pela manhã esteve na aula e à noite gens no Brasil.
"Hoje vi e falei na Escola Militar onde estuda) morreu. O que é triste e que não foi por moléstia SAINT-HILAIRE — Viagens no Brasil.
matemática, com uma criança de 14 anos (!) que é aalajuma terrível, mas sim de repente: congestão fere-
baal ou cousa que o valha, parece que dendo a grande ACAJA — Jornal dos comerciários.
um genio..., ser mais que A. d'Azevedo. Tão moço e
já tanto estudo e literatura! Principiei hoje uma poe- esforço de inteligência, porque dizem que estudava ROCHA POMBO — História do Brasil.
sia dedicada a êle que eu te avisarei quando fôr pu- muito e até muito tarde. Hoje mesmo na aula depois NILO BRUZZI — Literatura Histórica.
fiz
MicaTacla. Chama-se... Macedo Júnior, e é filho cio de saber da noticia, tão impressionado fiquei que FERDINAND DENIS - Brasil.
Rio Grande do Sul". (13 de maio de 1858). uma poesia, mas não sei se será publicada. Se-fôr,
JOSÉ VERÍSSIMO — Literatura Brasileira.
dir-to-ei. -jo próximo numa»»)
"Incluso te remeto a poesia que fiz ao Macedo A vida não vale 2 caracóis meu caro, e i iraa os- (Continua
uús. -
'
I
Página 120 AUTORES E LIVROS Julho de 1949 — Vol X, n°. 10