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Resumo
Esse artigo realiza uma discussão teórica sobre a importância dos indicadores econômico-
financeiros na atualidade dos negócios. O presente estudo aborda os seguintes grupos de
indicadores: Liquidez, Rentabilidade, Endividamento ou Estrutura de Capitais e por fim os
Indicadores de Rotatividade. A metodologia utilizada refere-se a uma pesquisa bibliográfica
sobre o tema abordado, e uma aplicação prática nos relatórios de uma empresa. No estudo
realizado concluiu-se que o assunto indicador econômico-financeiros já foi discutido em várias
situações como artigos científicos, monografias, dissertações, teses, livros e outras, mais
qualquer nova discussão, seja ela tradicional ou não, sempre é bem vinda, em virtude da
complexidade e importância do tema para as organizações nos dias atuais.
Palavras-chaves: Indicadores. Liquidez. Rentabilidade. Endividamento. Rotatividade.
1 Introdução
No contexto atual, onde a concorrência é cada vez mais forte entre as empresas e a busca
pela competitividade é uma necessidade constante até mesmo para a sobrevivência do negócio, a
análise da capacidade de pagamento, da rentabilidade, do endividamento e da rotatividade dos
ativos, tornam-se fundamental para sobrevivência da empresa.
Sem dúvida, a análise das demonstrações contábeis por meio de indicadores é importante
no contexto atual das empresas. Segundo Matarazzo (2003, p. 15) “a Análise de Balanços
objetiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões”.
A Análise das Demonstrações Financeiras pode ser entendida como um conjunto de
técnicas que mostra a situação econômico-financeira da empresa em determinado momento, por
meio de indicadores. Observa-se que a análise começa justamente onde termina a contabilidade
(nos relatórios contábeis) e tem como principal objetivo extrair informações úteis para ser base
para tomada de decisão.
As principais Demonstrações Contábeis que podem ser analisadas são: Balanço
Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados, Demonstração de Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado.
Para ser feita a análise, deve averiguar se tem a posse de todas as Demonstrações
Contábeis (inclusive Notas Explicativas). Também seria desejável ter em mão as
Demonstrações Contábeis de três períodos. Com as publicações em colunas
comparativas, tem-se de posse de uma única publicação, dois períodos: exercício
atual e exercício anterior (MARION, 2002, p. 22).
Vale lembrar que o principal objetivo desse trabalho é mostrar a importância dos
indicadores econômico-financeiros na atualidade para as empresas. Para atender ao referido
objetivo realizou-se uma discussão teórica sobre a visão de alguns especialistas do tema
abordado.
Esse trabalho tem como problema principal tentar responder ao seguinte questionamento:
Atualmente é necessário utilizar os indicadores econômico – financeiros na administração das
empresas?
VI SIAR & IV SIACC, Auriflama, SP, Brasil, 17 a 19 de Outubro de 2007
Na verdade, além de realizar uma discussão teórica sobre o tema principal: Indicadores
Econômico - Financeiros, este trabalho pretende aplicar nos demonstrativos contábeis, os índices
selecionados e mostrar a importância desse tema para a administração, como base para sua
tomada de decisões.
O presente trabalho divide-se em quatro partes: a primeira refere-se à abordagem
introdutória, a segunda mostra a abordagem teórica sobre os Indicadores Econômico-Financeiros,
a terceira apresenta a aplicação dos Indicadores em uma empresa fictícia e a quarta e última parte
apresenta as considerações finais e as referências bibliográficas utilizadas no decorrer no presente
artigo.
2 Abordagem teórica
Abaixo apresenta-se um quadro com os Indicadores Econômico-Financeiros abordados no
decorrer do estudo. Salienta-se que os referidos índices foram selecionados, em virtude de serem
os mais utilizados. Porém, cabe lembrar que esses não são os únicos.
O índice de participação de capital de terceiros refere-se a 1,65, percebe-se que para cada
R$ 1,00 de capital próprio existem aplicados na empresa de R$ 1,65 de capitais de terceiros. O
índice mostra que o capital próprio é bem superior ao capital de terceiros.
O índice de composição do endividamento de 0,24 indica que para cada R$ 1,00 de
dividas totais existem R$ 0,24 de obrigações vencíveis a curto prazo, isto é, a empresa terá de
repor, a curto prazo, 24% dos capitais tomados de terceiros.
As obrigações de curto prazo são inferiores às obrigações a longo prazo, portanto entende-
se que essa situação pode ser considerada normal, isso justifica-se pelo fato da empresa
apresentar um Índice de Liquidez Corrente superior a 1,00, ou seja, 4,11. Dessa forma, conclui-se
que o índice revela uma situação favorável, apesar de 24% dos recursos tomados de terceiros
terem vencimento a curto prazo.
VI SIAR & IV SIACC, Auriflama, SP, Brasil, 17 a 19 de Outubro de 2007
Entende-se pelo índice de liquidez geral que para cada um real de divida total, a empresa
tem R$ 1,12 de recursos totais, envolvendo valores, a curto e longo prazo.
O índice de liquidez corrente mostra que para cada um real de dívida a curto prazo a
empresa tem R$ 4,11 de recursos a curto prazo. Portanto, a organização tem condições de
cumprir com todas as obrigações a curto prazo e ainda tem uma folga de 3,11 para cada 1,00 de
dívida a curto prazo.
O índice de liquidez seca mostra que para cada um real de dívida a curto prazo a empresa
tem R$ 0,78 de liquidez seca. Para obter o ILC é preciso pegar o Ativo Circulante, deduzir os
estoques e a partir desse valor, dividir pelo total das dívidas a curto prazo (passivo circulante).
O índice de liquidez imediata mostra que para cada um real de dívida a curto prazo a
empresa tem R$ 0,38 de recurso disponível. Portanto, a empresa cumpri com 38% das obrigações
a curto prazo apenas com os valores considerados disponíveis. Observa-se que disponível
normalmente considera-se o valor do caixa, mais o saldo da conta bancos - conta movimento.
Vale lembrar que teoricamente, quanto maior a liquidez, melhor para empresa analisada.
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O índice mostra que a cada um real investido, ou seja, aplicado nessa empresa foram
vendidos R$ 1,93 nesse período. Portanto, os valores aplicados nesse negócio giraram quase duas
vezes no período analisado.
O índice de 0,10, refere-se a margem líquida e indica que a cada um real obtido em
vendas a empresa conseguiu R$ 0,10 de lucro líquido. Portanto, a margem líquida da empresa é
10% no período analisado.
O índice de rentabilidade do ativo é 0,18 e revela o seguinte: a cada um real,
investido, ou seja, aplicado no ativo dessa empresa houve uma lucratividade de R$ 0,18.
Para entender melhor a importância deste índice de 0,18 calcula-se o prazo e o retorno do
capital total investido, assim verifica-se em quantos anos a empresa terá duplicado o valor do seu
Ativo.
Portanto:
0,18 x 100 = 18% ano de retorno.
100/18 = 5,55 anos.
Observa-se que em pouco mais de cinco anos a empresa retornará o valor total investido
nesse negócio, prazo considerado bom, de uma forma geral.
A rentabilidade do patrimônio líquido corresponde à seguinte situação: para cada um real
de capital próprio a empresa tem retorno de R$ 0,49 no período analisado. Para entender melhor a
importância do índice de 0,49 calcula-se o prazo de retorno do capital investido pelos donos
dessa empresa.
Portanto:
0,49 x 100 = 49% ao ano de retorno sobre o capital próprio (patrimônio líquido)
100/49 = 2,04 anos
Observa-se que 2,04 anos é o tempo necessário para o retorno sobre o investimento
próprio, conforme os relatórios analisados.
Percebe-se um certo conforto quanto a rentabilidade, em virtude dos indicadores
mostrarem prazos satisfatórios de retorno, tanto para o valor total investido (total do ativo),
quanto para o capital próprio da empresa analisada.
Salienta-se que teoricamente, quanto maior a rentabilidade (índices), melhor.
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O índice de rotatividade dos estoques mostra que o giro dessa conta corresponde a 2,66 no
período analisado, ou seja, mais de duas vezes e meia. Vale ressaltar que considera-se como
estoque médio o valor apresentado nessa conta no ano analisado.
Na rotatividade da conta clientes observa-se um índice de 14,03, isso mostra que a cada
um real da referida conta foram vendidos R$ 14,03 (catorze reais e três centavos).
O giro do Ativo Circulante é de 3,11, isso permite analisar que para cada um real de
circulante a empresa vendeu R$ 3,11 (três reais e onze centavos).
A rotatividade da conta fornecedor permite o seguinte entendimento: o giro dessa conta
foi superior a oito vezes no período analisado.
Vale lembrar que esses indicadores devem ser acompanhados periodicamente pela
administração da empresa.
4. Considerações Finais
Esse trabalho propôs realizar uma discussão teórica sobre o principal tema abordado –
Indicadores Econômico - Financeiros, utilizando a visão de especialistas da área, e em seguida
aplicando os indicadores selecionados em uma empresa. O trabalho teve como objetivo principal
mostrar a importância dos indicadores econômico-financeiros nos dias atuais. Dessa forma,
entende-se que o objetivo principal foi atendido, através dos seguintes itens:
- Verificar o grau de endividamento dos negócios atualmente, torna-se fundamental para a
administração da empresa. Assim, as pessoas responsáveis pela gestão podem acompanhar a
evolução do grau de comprometimento com o capital de terceiros, por exemplo;
- Saber a capacidade da empresa de cumprir com os compromissos assumidos é
interessante tanto para a própria administração da empresa, quanto aos credores;
- Mostrar o retorno aos interessados é fundamental para qualquer negócio atualmente
- Manter um acompanhamento na rotatividade das contas, sejam elas obrigações ou
direitos é primordial para o negócio;
Cabe lembrar que esse trabalho não tem como objetivo esgotar o tema abordado,
pretende-se apenas ressaltar a importância da utilização dos indicadores no dia-a-dia da
administração das empresas.
Como limitações do referido estudo podem ser destacadas as seguintes questões:
- utilização de apenas um período (2006) para análise, recomenda-se que sejam pelo menos dois
subseqüentes;
VI SIAR & IV SIACC, Auriflama, SP, Brasil, 17 a 19 de Outubro de 2007
Referências
BRAGA, Hugo Rocha, Estrutura análise e interpretação, 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
ZDANAWICZ, José Eduardo. Estrutura e análise das demonstrações contábeis. 1ª ed. Porto
Alegre: Zagra, 1998.
MARION, José Carlos, Contabilidade empresarial, 8a ed., São Paulo, Atlas, 1998.
MARION, José Carlos, Análise das demonstrações contábeis, 2a ed. São Paulo: Atlas, 2002.