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Nas páginas 14 e 15, referentes ao livro didático, em sua síntese sobre o que
será abordado no capítulo de idade Média, a autora coloca uma imagem com
datas e acontecimentos desde a queda do Império Romano até a queda de
Constantinopla,para deixar pré-estabelecido o assunto e uma linha cronológica-
com o intuito de facilitar o entendimento para o aluno- segundo a sua visão do
tema a ser ministrado.Segundo Ramos Neto, é função do historiador recortar
''pedaços da história'' para dar conta de seu objeto de estudo.Levando em
consideração a quantidade de assunto que é designada para um professor
lecionar em um período curto de tempo, a criadora do livro colocou aquilo,que
conforme sua análise é mais importante e merece ter destaque .Além disso, ela
também estabelece uma relação de privilégio,pois escolheu um ponto de partida
e fim,que outro historiador poderia alterar.
Segundo Keith Jenkins, no livro "A história repensada", existe uma distinção
ente passado e história; o passado, da forma como aconteceu, não pode
retornar em sua totalidade e, em contrapartida, a historiografia consegue trazer
partes do passado, por meio da interpretação, mas sem a pretensão de
compreender sua totalidade.O livro didático pontua essa noção de
distanciamento entre história e passado ao abordar o conceito de Idade Média
como um produto dos historiadores: "Os historiadores chamaram de idade média
ao período da história da Europa que vai do século V ao século XV."Sem essa
noção mínima, poderia existir outra interpretação entre os alunos que o conceito
de Idade Média foi construído durante a época que ele simboliza.
Ao conceituar a existência do “ídolo das origens” Marc Bloch retrata um
aspecto frequente à composição historiográfica: a pretensão de cada
pesquisador em definir origens precisas, que desencadeariam os processos
dispostos no fluxo temporal. O livro didático reflete isso, ao traçar uma
cronologia com ponto de partida definido e eventos específicos em
evidência.Apesar do intuito de facilitar a assimilação do leitor ao contexto
discutido, para Bloch, essa obstinação acaba sendo restritiva, tendo em vista
que para executá-la, o historiador deverá partir da seleção de um conjunto de
fatos relevantes na perspectiva particular da sua interpretação, em detrimento
dos infinitos prismas que os objetos de análise poderiam ser
assimilados.Portanto, a adição de informações complementares ao texto revela
uma iniciativa da autora em incentivar a autonomia no aluno, para atenuar essa
restrição e expandir a sua cosmovisão para além do livro, por meio de sites para
pesquisa individual e fontes extras relacionadas a cada capítulo.
SOBRE O TEMPO
QUERO FOTO
SOBRE AS FONTES
EXTRA
Além de imagens típicas e autoexplicativas utilizadas no livro,a autora coloca
outras que diferenciam-se pelo seu teor metafórico e reflexivo por trás.Na figura
abaixo,que encontra-se na página 169, é simplesmente uma retratação do poder
da igreja católica contra o da protestante.Na balança,no alto há uma figura do
clero junto com dinheiro,enquanto no outro lado tem apenas uma bíblia,para
mostrar que o poder emanado dela é superior à qualquer membro católico.