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História do Pensamento Geográfico

1.4 Princípios da Geografia

1. Não se deve crer em Geografia numa


espécie de determinismo brutal, numa Dicionário
fatalidade resultante dos fatores natu-
Sociologia: em linhas gerais, é a ciência que estuda
rais. Há a complexidade da causalida- a sociedade.
de a se considerar: o próprio homem é
uma causa que traz perturbações àqui-
lo que poderia parecer a ordem natu- 3. Para ser compreensiva e explicativa, a
ral. Sem determinismos absolutos, mas Geografia não pode ater-se somente à
somente possibilidades colocadas em consideração do estado atual das coi-
uso pela iniciativa humana; sem fatali- sas. Muitos fatos que, considerados em
dade, mas vontade humana; função das condições presentes, nos
2. A Geografia deve trabalhar apoiando- aparecem como fortuitos se explicam
-se sobre uma base territorial, uma re- desde que sejam considerados em fun-
lação necessária entre os homens e seu ção do passado. A História abre vastos
território. Aqui está a diferença entre a horizontes através da projeção dos fa-
Sociologia e a Geografia. Substituindo tos visíveis no passado para compre-
a organização tribal (consanguinida- ender a evolução da humanidade no
de) por uma organização territorial, há tempo.
uma base geográfica que a maior parte
das civilizações deu aos grupamentos
rurais;

1.5 O Período Pré-Institucional da Geografia

Geografia na Antiguidade de. Essa atividade se inicia a partir dos desloca-


mentos contínuos do homem, a fim de conservar
informações sobre os caminhos percorridos e as
Data dos primórdios da humanidade a pre-
suas direções e de transmiti-las a outros.
ocupação com a distribuição dos fenômenos. Per-
A expansão política, comercial e marítima
guntas como “por que as distribuições espaciais
dos povos do Mediterrâneo (Mesopotâmia, Fe-
estão estruturadas como estão?” foram feitas e
nícia, Egito) levou à elaboração de mapas maríti-
respostas (sempre provisórias), dadas.
mos, agregando a descrição de lugares e de po-
Historicamente, há a consciência da impor- vos.
tância da estrutura de determinada distribuição, Preparamos, a seguir, um resumo com as
suas causas e consequências, bem como relações principais contribuições dos povos citados:
que se estabelecem entre conjuntos de distribui-
ções espaciais, constituindo sistemas de organi- ƒƒ Babilônios: o mapa mais antigo data
zação espacial à superfície da Terra. de 2500 a.C., feito em uma placa de
No processo de entendimento/conheci- argila, representando o vale de um rio,
mento da realidade, a prática de fazer mapas provavelmente o Eufrates;
coloca-se como uma aptidão inata da humanida-

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Figura 2 – Mapa mais antigo de que se tem conhecimento (babilônio).

ƒƒ Egípcios: os mapas resultantes das me- medir a altura do Sol);


dições feitas no vale do Nilo no reinado ƒƒ Anaxímenes: estabeleceu o princí-
de Ramsés II (1333-1300 a.C.); pio do geocentrismo, que durou até
ƒƒ Fenícios: Galileu;
ƒƒ O périplo mais antigo de que se tem ƒƒ Hecateu de Mileto (560-480 a.C.):
notícia foi realizado por marinheiros viajou por parte do mundo conhe-
fenícios a serviço do faraó (século VII cido e escreveu “Uma Descrição da
a.C.). Eles partiram do Mar Vermelho, Terra”, a qual era ilustrada por um
dirigindo-se para o sul, navegando mapa em que a Terra estava repre-
sempre ao longo da costa africana; sentada por um disco com água
ƒƒ No século VI a.C., Cartago organi- em volta. O mundo conhecido pe-
zou duas expedições em busca das los gregos compreendia uma faixa
regiões produtoras de estanho. Um que se estendia do Atlântico ao rio
dos périplos contornou a África até Indo. As regiões a norte e a sul eram
Camarões pelo ocidente e o outro pouco conhecidas: o ecúmeno (ou
contornou a costa europeia até a “mundo habitado”) era concebido
Bretanha; com forma oblonga, isto é, o eixo
ƒƒ Gregos: o pensamento geográfico sis- leste-oeste com o dobro do com-
tematizado surgiu com os gregos e a primento do eixo norte-sul. A Lon-
palavra geo-grafia foi naturalmente gitude e a Latitude originaram-se
criada por eles e significa exatamente desse conceito. SIMETRIA entre os
“escrever sobre a Terra”. Conheça alguns gregos: o ecúmeno ocupava apenas
célebres “geógrafos”: um quarto do globo terrestre, o que
denota um desequilíbrio. Assim, os
ƒƒ Anaximandro de Mileto (610-546
gregos imaginaram três continen-
a.C.): discípulo de Tales, produziu o
tes como contrapeso (o Antípoda, a
primeiro mapa grego de que se tem
Terra Australis e a própria Eurásia). O
notícia. Era filósofo, engenheiro e
princípio da simetria era essencial-
geógrafo. Viajou e escreveu relatos
mente racional e possuía como fun-
de suas viagens. Inventou o gnô-
damentos a geometria e a perfeição
mon (um aparelho que serve para
da forma;

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Figura 3 – O ecúmeno dos antigos gregos.

ƒƒ Parmênides (510-450 a.C.): conce- ƒƒ Dicearco (século IV): produziu um


beu a esfericidade da Terra no sé- mapa utilizando dois eixos perpen-
culo V a.C., através de uma reflexão diculares: um alongado no sentido
filosófica sobre a forma ideal dos leste-oeste, o diafragma, passando
corpos e não da observação. Para pelas Colunas de Hércules e por Ro-
ele, a esfera é a mais perfeita de to- des, e o outro, a perpendicular, pas-
das as formas. Logo, a Terra, obra- sando por Rodes;
-mestra dos deuses, deveria ser uma
esfera; ƒƒ Eratóstenes (276-196 a.C.): foi di-
retor da Biblioteca de Alexandria.
ƒƒ Aristóteles: no século IV a.C., provou
Primeiro filósofo grego a autode-
a esfericidade da Terra. Duas obser-
vações: 1) a sombra da Terra na Lua nominar-se geógrafo. Observou,
na ocasião dos eclipses era redonda; em Siena (hoje Assuã, Egito), que
2) a altura dos astros em relação ao havia um poço no qual o sol incidia
horizonte variava quando um via- verticalmente em um determinado
jante se deslocava de norte para sul; dia (solstício de verão) e que, nesse
ƒƒ Heródoto (485-425 a.C.): Heródoto mesmo dia, em Alexandria, os obje-
escreveu a obra “A História”. Nela, tos tinham sombra. Ao medir o ân-
pretendia conhecer os locais onde gulo que os raios solares faziam com
tinham ocorrido os fatos históricos o horizonte no dia de solstício, ao
sobre os quais escreveria, incluindo meio-dia, calculou aproximadamen-
as populações, o contexto espacial te a circunferência da Terra. Ele che-
e a organização política. Essas in- gou ao valor aproximado de 46.250
formações seriam úteis ao poder km (lembrando que o comprimento
grego, pois serviriam para dominar real é de 40.000 km). A localização,
politicamente os “bárbaros” dos ter-
ligada à astronomia e à geometria,
ritórios vizinhos;
promoveu a Geografia à “ciência da
ƒƒ Alexandre Magno: o imperador em- localização dos lugares”, alcançan-
preendeu um cadastro do Império,
do o século XVIII com esse perfil. A
no qual os caminhos foram traçados
partir de Erastóstenes as perguntas
e verificaram-se as comunicações
clássicas da Geografia: “onde?” e “o
entre o mar Negro e o mar Verme-
que existe nesse lugar” puderam ser
lho;

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respondidas, pois estava em foco a Estrabão, a Geografia interessava


localização com precisão; para fins de governo (controle e pla-
ƒƒ Hiparco de Nicea (190-125 a.C.): era nejamento). Os geógrafos deveriam
astrônomo. Para ele, a posição rigo- se preocupar com o ecúmeno, com-
rosa de um ponto só pode ser de- parando-se, assim, a Heródoto, o pai
terminada astronomicamente e a da História;
representação cartográfica deve ser ƒƒ Ptolomeu (90-168): produziu a pro-
perfeita, tendo como base a proje- jeção cônica da superfície da Terra
ção da superfície da Terra num pla- num plano com princípios da Geo-
no, sendo a divisão da circunferência grafia matemática e da cartografia.
em 360º. Dessa forma, conforma-se Além disso, preparou o primeiro
uma rede de paralelos e meridianos atlas mundial, com uma extensão
projetados e igualmente distancia- dada à Europa de modo exagerado.
dos. Hiparco também elaborou a Esse erro permaneceu até o século
teoria das zonas climáticas (zonas XVII;
compreendidas entre paralelos);
ƒƒ Estrabão (64 a.C-21): pai da Geo-
grafia pré-institucionalizada. Para

Figura 4 – Mapa-múndi de Ptolomeu feito em pergaminho.

ƒƒ Romanos: alargamento do conheci- tacar a praticidade dos mapas romanos,


mento do mundo (tal como Alexandre contendo apenas as informações fun-
Magno). O mundo romano foi medido damentais.
e foram inventariados os seus recursos
militares e econômicos, a partir da fei-
tura de listas de cidades ao longo das
principais vias de comunicação (valor
estratégico e administrativo). Cabe des-

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Figura 5 – Mapa do Império Romano (1571).

Dessa forma, como tendências da Geografia Com a fragmentação política na Europa, as


na Antiguidade, podemos indicar, em síntese: invasões bárbaras dão a tônica e produzem um
ambiente de isolamento. Instala-se uma guerra
ƒƒ A Geografia matemática, ligada à astro- generalizada na Europa romanizada e o modo
nomia e à geometria; de produção feudal produz o seu próprio espaço,
ƒƒ A Geografia descritiva, resultante da tendo a autossubsistência do feudo como diretriz.
descrição do mundo conhecido. Consequências diretas desse momento da
História:

Geografia na Idade Média


ƒƒ População masculina desviada para
funções militares;
Feudalismo na Europa ƒƒ Abandono das atividades agrícolas e
consequente redução da produção;
A Idade Média, na Europa, é marcada pela ƒƒ Aumento das taxas de mortalidade;
queda do Império Romano e pela difusão do Cris- ƒƒ Desorganização de todos os sistemas
tianismo. Nesse processo, houve uma regressão econômicos, sociais e políticos;
no conhecimento científico (incluindo a Geogra-
ƒƒ Destruição dos sistemas de comunica-
fia).
ção;

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ƒƒ Invasões de diferentes povos e pulveri- Império Muçulmano


zação do poder político.
Nos territórios dos povos muçulmanos, ve-
A fragmentação política é notadamente rifica-se um relevante desenvolvimento científico
verificada devido à ausência de políticas unifor- a partir do século IX. Do Afeganistão ao Atlântico
mes sobre o território: a figura do Estado pratica- (costa da África), definiu-se um extenso território
mente inexiste. Com uma Europa despovoada e no qual a necessidade de conhecer as posses, o
tendo a desarticulação dos sistemas de comuni- mundo, pertencia ao tecido social. A necessidade
cação como um entrave às trocas, a circulação de religiosa de viajar a Meca, por exemplo, deu um
pessoas, bens e informações é dificultada. Assim, novo impulso às viagens e ao comércio. Com tro-
a mobilidade característica da Antiguidade de- cas e viagens, avança a Geografia muçulmana!
saparece. Como consequência, há um profundo Os viajantes muçulmanos mais famosos são
DESCONHECIMENTO DE OUTRAS ÁREAS. Al-Biruni, Al-Idrisi (1099-1164) e Ibn Batutta, pro-
Nesse sentido, a Igreja Católica torna-se o dutores de relatos sobre as áreas percorridas, as-
maior poder, já que se torna o único poder cen- sim como os antigos europeus.
tral europeu. A Igreja fornecia todas as respostas, A promoção das artes e ciências pelos mo-
a partir de interpretações bíblicas. narcas muçulmanos possui, entre seus destaques,
O imobilismo populacional é gerado a par- a tradução da obra ptolomaica para o árabe, per-
tir do fim das viagens. Esse fato acarretou o desco- mitindo o desenvolvimento da astronomia, da as-
nhecimento do mundo real e a aceitação da visão trologia, da matemática e da geometria.
religiosa. A interpretação da realidade pela Igreja As imprecisões do conhecimento e das des-
tornou-se uma forma possível de conhecimento crições geográficas podem ser apontadas como
do mundo, principalmente marcando a relação fragilidades da Geografia muçulmana: as localiza-
entre homem e natureza como uma oposição, a ções eram pouco rigorosas (latitude e longitude
partir de uma concepção religiosa/física. eram utilizadas apenas pelos astrônomos). Havia
Nesse contexto, a adoção de conhecimen- uma clara separação entre geógrafos e astrôno-
tos geográficos bíblicos ganhou espaço na Euro- mos.
pa. A cartografia religiosa produzia os mapas com A reconquista da Península Ibérica pelas
base nos mapas circulares romanos, com caracte- cruzadas (1096-1291) possibilitou a incorpora-
res teológicos e não geográficos. Durante a Idade ção dos elementos da ciência islâmica no saber
Média, esqueceu-se que a Terra era esférica e a cristão (século XII). Essa é a famosa herança mu-
crença de que era plana baseava-se na imagem çulmana, conferindo impulso às grandes navega-
de um disco circundado por água. ções do século XV.
Ptolomeu (século II) foi o último geógrafo
na Europa com consciência da esfericidade da Império Chinês
Terra até o século XV. No fim da Idade Média, as
cruzadas, as peregrinações e o renascimento do
Na China, a cartografia desenvolvia-se sem
comércio acendem a curiosidade pelo mundo
contato com os muçulmanos ou com os euro-
desconhecido, provocando uma nova etapa do
peus. Interessante marcar essa tradição indepen-
desenvolvimento da Geografia. Reaparecem os
dente no extremo Oriente.
itinerários de viagens, as obras que descreviam as
terras visitadas. A invenção do papel (ano 100), o processo
de impressão e a invenção da bússola orientaram
Contudo, o mundo conhecido não se resu-
a confecção dos mapas do Império Chinês. Entre
mia à Europa. Havia outras áreas do planeta onde
os principais destaques, cabe mencionar:
floresciam as ciências, as artes, a matemática etc.

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ƒƒ Pei Hsiu (224-273), cartógrafo, lançou as de recursos naturais, levantamentos


bases da cartografia científica chinesa. técnicos empreendidos pelas Socieda-
Representou o império desde a Pérsia des Geográficas nacionais (as Socieda-
até o Japão. Os mapas de Hsiu permi- des Geográficas eram instituições que
tem depreender que os chineses pare- serviam aos interesses imperialistas das
ciam desconhecer o Ocidente; nações europeias);
ƒƒ Os jesuítas (século XVI) encontraram ƒƒ Aprimoramento das técnicas cartográ-
mapas de boa qualidade e confecciona- ficas: representação e localização dos
ram um atlas do império; fenômenos observados a partir da ex-
ƒƒ Marco Polo (1254-1324), mercador ve- pansão do comércio exigiram precisão
neziano, percorreu a rota da seda em de mapas e cartas.
uma longa viagem pelo interior da Ásia
até a China (1270-1295). Viajou também Destaques:
a serviço do rei mongol Kublai Khan,
neto de Gengis Khan: percorreu a Tartá-
ƒƒ Bernhard Varenius (1622-1650): sua
ria, a China e a Indonésia. “O Livro das
principal obra foi batizada como “Geo-
Maravilhas”, de Marco Polo, foi durante
grafia Geral”, na qual se manifestava um
muito tempo uma das poucas fontes
debate entre racionalismo e empiricis-
de informação sobre a Ásia no Ociden-
mo. Nesse sentido, a Geografia Geral
te. Nele, há descrições de interesse ge-
passou a defender os métodos racio-
ográfico, a despeito das descrições de
nalistas. Além disso, era preciso forjar
lendas e históricas fantásticas.
uma “Geografia específica”, a partir do
estudo das regiões concretas (divisões,
A formação da Geografia como ciência moder- limites, descrições de áreas, ocupando-
na e a sistematização do conhecimento geo- -se dos aspectos terrestre, celeste e hu-
gráfico no Século XIX mano). Por fim, Varenius preocupou-se
com os debates acerca da natureza da
O rápido avanço do conhecimento do mun- Geografia (epistemologia), separando-
do pelos europeus, como consequência dos des- -a dos estudos cosmográficos;
cobrimentos dos séculos XV e XVI, colocou as ba- ƒƒ Immanuel Kant (1724-1804): o famoso
ses para o gradual nascimento de uma Geografia filósofo, antes de ser encarado como
oficial no século XIX. tal, denominava-se geógrafo. Para Kant,
Principais pressupostos que possibilitaram Geografia (espaço) e História (tempo)
a institucionalização da Geografia: são ciências empíricas e derivam de
experiências do homem, mas também
sistematizam e classificam os fatos cir-
ƒƒ Conhecimento efetivo da extensão real
cunscritos à superfície da Terra. Sua
do planeta: pensamento unitário de
principal obra geográfica, “Geografia
seu conjunto graças às explorações, for-
Física”, estabelecia uma doutrina: arti-
jando um espaço mundial;
culação entre Política, Geografia física
ƒƒ Existência de um repositório de infor- e contemplação matemática (forma da
mações sobre variados lugares da Terra, Terra). Kant acreditava que Geografia e
fornecendo base empírica para a com- História acabam por se distinguir por-
paração em Geografia: conhecimento que a primeira descreve a natureza no
das realidades locais garantido pelas presente e no espaço (dimensão espa-
conquistas coloniais, com inventários cial em três dimensões), enquanto a

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