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CADERNO DE RESUMOS
IX
CONGRESSSO
BRASILEIRO
DE HISTÓRIA
DO DIREITO
De 04 a 06 de setembro de 2017
CADERNO DE RESUMOS
De 04 a 06 de setembro de 2017
REALIZAÇÃO
INSTITUTO HISTÓRICO
E
GEOGRÁFICO BRASILEIRO
IX Congresso Brasileiro de História do Direito
De 04 a 06 de setembro de 2017
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
Avenida Augusto Severo, 8 – Glória – Rio de Janeiro - RJ
Organizadores
Realização
INSTITUTO HISTÓRICO
E
GEOGRÁFICO BRASILEIRO
Apoio
RESUMOS
Programação 1
• HISTÓRIA SOCIAL DO DIREITO: CONTINUIDADES E RUPTURAS
Política colonizatória e estratificação da cidadania no Brasil: Uma reavaliação historio-
gráfica da Lei de Terras (1850) 9
Bernardo Pinhón Bechtlufft
Propriedade escrava e fundiária em processos judiciais (Brasil, 1835-1850) 13
Mariana Armond Dias Paes
Processos judiciais como fonte de pesquisa histórica: Aposentadoria forçada
dos magistrados do Império 15
Maria da Conceição Cardoso Panait
Uma Proposta de Organização do Contencioso Administrativo
no Brasil Império 19
Pedro Gustavo Aubert
“... Se digne mandar intimar o editor”: Autos crimes de exibição de autógrafo
na comarca de Bragança-SP (1877-1931 23
Rodrigo Camargo de Godoi
Justicia eclesiástica y control social. Acerca del funcionamiento de la Audiencia episcopal
en Córdoba del Tucumán, 1778-1836 29
María Laura Mazzoni
O Direito e o avesso do escravismo: comentários sobre os casos paradigmáticos de Luiz
Gama e as ações de liberdade 35
Paulo Henrique Rodrigues Pereira
O remédio constitucional republicano da população carioca: o habeas-corpus
nos anos 1920 41
Tatiana de Souza Castro
A compreensão parlamentar da suspensão das garantias constitucionais dos
cidadãos no Primeiro Reinado brasileiro: os debates sobre o §35 do Art. 179
da Constituição em 1826, 1829 e 1830 47
Vivian Chieregati Costa
A História do Direito para melhor compreensão do problema
da grilagem de terras devolutas 53
Cláudio Grande Júnior
Criminalizando a política? Conflitos políticos em ações de habeas corpus
julgadas pelo Supremo Tribunal Federal no Brasil da Primeira República (1894-1920) 59
Raquel R. Sirotti
• HISTÓRIA DA CULTURA JURÍDICA CRIMINAL BRASILEIRA
(CRIME, PROCESSO E PENAS)
Luis Jiménez de asúa y Brasil: las cárceles cariocas ante un
“protector de los criminales” 65
Enrique Roldán Cañizares
O crime da rua da Aurora 71
Mônica Maria de Pádua Souto da Cunha
Corrupção empresarial no Brasil republicano: A cordialidade brasileira
nas relações entre o Público e o Privado 77
Anna Flávia Arruda Lanna Barreto
Natália Silva Teixeira Rodrigues de Oliveira
“La exportación del penitenciarismo justicialista: Roberto Pettinato y la
primera reunión penitenciaria brasileña (río de janeiro, noviembre de 1952) 83
Jorge Alberto Núñez
Uma análise acerca do Inciso XLIII do Art. 5º da Cf/88 e da Lei 11.343/06:
A produção das marcas da miséria 87
Michel Cícero Magalhães de Melo
O STF e a vadiagem: Análise de casos que chegaram ao Supremo Tribunal Federal
na Primeira República (1918-1919) 91
Gustavo C. Zatelli
Os debates sobre a pena de morte no Congresso Nacional Constituinte de 1890
e as principais ideias de Beccaria e Lombroso 95
Delmiro Ximenes de Farias
Delmiro X. Farias
Os delitos de abuso de liberdade de imprensa no direito penal do Brasil Imperial 101
Danler Garcia Silva
Histórico do crime de receptação na Legislação brasileira 107
Brenda Lorrana Franco
Karen Lopes Rezende
Yasmin Felipe do Nascimento
Ilegalismo, ilegalístico e duplo nível de legalidade: Uma possível conexão entre os traba-
lhos de Michel Foucault e Mario Sbriccoli 113
Raul Ferreira Belúcio Nogueira
Para além do Código: O papel do poder executivo na interpretação
do Direito Criminal do Império 119
Fernando Nagib Marcos Coelho
O tratamento legal destinado ao ofendido no Brasil Império (1824 – 1858) 123
Antônio de Holanda Cavalcante Segundo
Afonso Roberto Mendes Belarmino
Crime, perdão e gênero: Apontamentos sobre a cultura jurídica criminal
setecentista a partir do caso de Anna Maria do Espírito Santo (1783) 127
Vanessa Massuchetto
Os crimes sexuais no Código Criminal de 1830 133
Débora Tomé de Sousa
Um “cartório de feiticeiras”: Direito e feitiçaria na Vila de Curitiba (1750-1777) 139
Danielle Regina Wobeto de Araujo
Embriaguez, violência e justiça nos jornais de Curitiba (1890-1921) 143
Otávio A. G. Weinhardt
A evolução dos mecanismos de combate à compra de votos no Brasil:
uma análise histórico-jurídica 147
Flávia Carósio Goes
Victor Rodrigues Nascimento Vieira
A presunção de inocência na história e no processo penal:
Crítica a interpretação atual 153
Patricia Rocha Castilho Binski
Nilma Jaqueline Correia
Naiana Caroline Taques
A segregação dos doentes mentais infratores na evolução histórica
da legislação penal brasileira 159
Pedro Henrique Nunes Gentil
Uma análise acerca da criminalização de mulheres negras e brancas a partir
das estatísticas do boletim policial de 1907 a 1917 163
Manuela Abath Valença
Fernanda Lima da Silva
Marília Montenegro Pessoa de Mello
O crepúsculo da forca: considerações sobre a pena de morte na sociedade imperial
a partir da análise do processo judicial relativo à última execução à pena capital ocorri-
do no Brasi 167
Hugo Leonardo Rodrigues Santos
Cultura jurídica processual penal, juristas-legisladores e a circulação
do Código (1930-1964) 171
Gabrielle do Valle Stricker
O Tribunal do Júri da Corte imperial do Rio de Janeiro durante a regência 177
João Luiz de Araújo Ribeiro
• CRISES CONSTITUCIONAIS NA HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICA
O Marxismo na História do Supremo Tribunal Federal: Uma análise
do período da ditadura civil-militar-empresarial brasileira (1964-1985) 183
Enzo Bello
Rene José Keller
Crise insitucional e a relativização do princípio da proibição do retrocesso
social: Uma análise comparada 187
Débora de Oliveira Côco
Isabella Martins Cecílio
O Brasil à beira de uma crise constitucional, de novo? 191
Rafaele Balbinotte Wincardt
Juristas e ditadura: A atuação política dos professores da Faculdade
de Direito da UFSC durante a ditadura militar (1964-1969) 195
Rodrigo Alessandro Sartoti
Crises constitucionais e a violação dos Direitos Civis e Políticos entre os anos
de 1964 a 1970 no Estado da Paraíb 201
Jean Patrício Silva
Michelle Santos do Nascimento
Lara Celina Maia Mendes de Oliveira
Laís Marreiro de Souza
O autoritarismo invisível – um estudo da relação entre Direito Privado
e ditadura a partir do Decreto-lei n. 911/69 205
Fernando Honorato
O estatuto teórico dos Atos Institucionais na doutrina constitucional
brasileira (1964-1985) 209
Mário Augusto D’antonio Pires
Golpe civil-militar de 1964: Estratégias discursivas como instrumento
de legitamação ditatorial 213
Agenor Gabriel Chaves Miranda
Anna Beatriz Abreu
Marcelo Alves Vieira
Pedro Victor Porto Ferreira
Direito e golpismo: Disputas pela legalidade na crise política de 1955 217
Claudia Paiva Carvalho
O terrorismo na Assembleia Nacional Constituinte (1987-88): Do direito
da Segurança Nacional à Democracia 221
Ana Carolina Couto Pereira Pinto Barbosa
Desigualdade, disputas regionais e estabilidade democrática nos casos
do federalismo brasileiro e alemão: Em estudo comparado 227
Gustavo Castagna Machado
A Faculdade de Direito da Bahia, o golpe de 1964 e seus antecedentes (1961-1964) 237
Márcia Costa Misi
Julio Cesar de Sá Rocha
• CULTURA JURÍDICA E DIÁSPORA AFRICANA
Outras Histórias de Liberdade: Pensar a história constitucional
a partir do Atlântico Negro 245
Marcos Vinícius Lustosa Queiroz
Thiago Ferrare
Sociedade Operária 13 de Maio: Cultura jurídica e associativismo negro
no pós-Abolição (1888-1896) 249
Thiago de Azevedo Pinheiro Hoshino
Possibilidades metodológicas para uma história do Direito do pós Abolição 253
Maurício Azevedo Araújo
Silêncios e apagamentos no julgamento da ADI nº 3239: os quilombos
e a disputa da História constitucional 257
Rodrigo Gomes
Ubuntu: Conceito(s), História e aplicações nos direitos sul-africano e brasileiro 263
Eduardo Ramos Adami
A influência do pan-africanismo na construção do modelo de
regionalismo africano 267
Lucas A. A. de. Souza Lima
A participação do movimento de trabalhadoras domésticas na
Assembleia Nacional Constituinte de 1988 271
Juliana Araújo Lopes
A Escravidão na economia política ensinada na Academia
de Direito de Pernambuco 275
Guilherme Ricken
Gestão de uma cidade negra: Salvador e trabalho de rua no início do Século XX 279
Bruna Portella de Novaes
Memória por direito(s): A Comissão Nacional da Verdade sobre a escravidão Negra
no Brasil e o racismo em disputas sobre reparar e esquecer 283
Gabriela Barretto de Sá
• HISTÓRIA CONSTITUCIONAL
A tolerância e as liberdades das religiões sob a ótica
da teoria crítica histórico-construtivista dos Direitos Humanos 291
Brenner T. Rocha
Teoria constitucional brasileira: Uma história a ser contada? 297
Wingler Alves Pereira
A instrumentalização da fé para a propagação de uma idéia sebastianista
de constituição no limiar da Independência do Brasil 301
Gabriel Lima Marques
Epitácio Pessoa e o Constitucionalismo Estadual 305
Ana Rafaela Pessoa Alcoforado Alcoforado
Marcílio Toscano Franca Filho
Pensamento financeiro e tributário na primeira república: Um estudo
sobre a produção intelectual e a trajetória política de Inocêncio Serzedello Corrêa 311
Priscila, P. P. Gonçalves
Sistemas de governo na Constituinte de 1987/1988: a dicotomia presidencialismo
e parlamentarismo em debate 315
Leonam Baesso da Silva Liziero
Uma abordagem historiográfica sobre a política imigratória
no período Vargas (1930-1945) 319
Isabela Cristina Ferreira Borges
Washington Vinicius Almeida Dias
Lidiane Franco Oliveira
Isabella Alves Santos
Constitucionalismo Social y Lenguaje Jurídico: El caso de la reforma
constitucional argentina de 1949 323
Leticia Vita
Territorialidade e personalidade do Direito: Antecedentes ibéricos 327
João Marcos de Castello Branco Fantinato
A Constituição de 1891 no pensamento dos constituintes 331
Bruno César Prado Soares
A evolução do Poder Judiciário nas Constituições do Brasil:
De coadjuvante a protagonista 335
Carlos André Coutinho Teles
Marcio Caldas de Oliveira
Fernando Rangel Alvarez dos Santos
Centralização e descentralização no sistema educativo e a história constitucional 339
Augusto Righi
Episódios da formação constitucional do Brasil sexualidade, raça e eugenia
sob o governo de Getúlio Vargas (1930-1934) 343
Vanessa Santos do Canto
Responsabilidade política: Crimes de responsabilidade na História Constitucional
do Direito brasileiro 347
Adauto Henrique Estephanini Bignardi
Bárbara Joy Dutra Neves
Alexandre Borges Walmott
Os pareceres anônimos de João Gomes: Um retrato da racionalidade
constitucional vigente no Segundo Reinado? 351
Judá Leão Lobo
Direito, Política e Neoconstitucionalismo: Um breve esboço 357
Marja Mangili Laurindo
Participação popular na Assembleia Nacional Constituinte de 87-88:
A inserção dos instrumentos de democracia direta através de emenda popular 361
Cláudio Ladeira de Oliveira
Thiago Burckhart
Suellen Moura
Entre a Lei e a Justiça: O argumento da equidade e seu impacto
na interpretação constitucional 367
Guilherme Madeira Martins
O modelo da Constituição de 1824 e a contradição pontual
do liberalismo brasileiro 371
Geovana Soares de Oliveira
Gessyca Romilda da Rocha
Natália Siqueira Alves
A (in) constitucionalidade positivista: A Constituição rio-grandense de 1891
e as linguagens políticas republicanas 375
Pedro Pereira
Poder moderador na constituição política do Império do Brasil (1824):
bases teóricas e debates constituintes 381
Cláudio Alcântara MEIRELES JÚNIOR
A Constituição de 1824 à luz do poder moderador com ênfase nos sistemas
de responsabilidade vigentes à època 387
Felipe Eduardo de Oliveira Silva
Alexandre Walmott Borges
Educação e(m) disputa: Discussões sobre a repartição de competências na educação
durante a Constituinte de 1933-1934 393
Laila Maia Galvão
José Arthur Castillo de Macedo
Violação a direitos fundamentais no contexto que antecede a Constituição de 1937:
Uma análise do hc 26.155/1936 (O caso Olga Benário Prestes) 399
João Rodolpho Cabral de Souza
Da provisoriedade à constituição de 1934: O parecer de Hans Kelsen ao
governo Vargas e os caminhos da constituinte 403
Gabriel Frias Araújo
Carlos Eduardo de Abreu Boucault
Às vésperas da Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 1934: uma história da
eugenia e sua positivação constitucional 409
Taísa Regina RODRIGUES
História, Política e Direito em torno de decisões judiciais 415
Leonardo Seiichi Sasada Sato
Constitucionalismo e autoritarismo no Brasil: O eterno retorno 419
João Paulo Allain Teixeira
Antiliberalismo e federalismo fiscal: Estudo de caso do município de Pelotas-RS nos
primórdios da Primeira República 423
Mauro Francisco Buss Filho
Maria das Graças Pinto de Britto
O rádio à luz da Constituição de 1937: Um instrumento de poder
a serviço do Estado Novo 427
Joanir Fernando Rigo
Patrícia Soster Bortolotto
• HISTÓRIA, GÊNERO E DIREITO: RUPTURAS E PERMANÊNCIAS
Lugar das mulheres negras no período pós-abolição e sua dimensão jurídica:
Um olhar de gênero e raça para a cultura jurídica brasileira 435
Karolyne Mendes Mendonça Moreira
Mariana Silvino Paris
Educação jurídica e a questão de gênero na República Velha:
As primeiras bacharéis em Direito no Ceará 439
Ana Carolina Farias Almeida da Costa
Sarah Dayanna Lacerda Martins Lima
Quem matou Eloá? O recrudescimento da
“Maria da Penha” e a midiatização do crime 445
Laura Lemos e Silva
O caso Sears: Negociações e recusas do binômio igualdade-diferença
quanto à discriminação de gênero no mercado de trabalho 451
Heloisa Bianquini
• DIREITO E EXPANSÃO DA ESTATALIDADE
Utilidade Pública, Interesses Privados: Engenheiros e advogados nas
disputas pela cidade (Rio de Janeiro, 1903-1906) 457
Pedro Jimenez Cantisano
A reforma judiciária de 1841 e os limites da centralização Judiciária 461
Elaine Leonara de Vargas Sodré
O projeto de Teixeira de Freitas: Um código civil antinapoleônico? 467
Alan Wruck Garcia Rangel
O controle punitivo dos escravos no Brasil do século XIX:
um Estado imperial intervencionista? 471
Liliam Ferraresi Brighente
Formação da armadura jurídica do território brasileiro (1931-1950) 475
Thiago Freitas Hansen
Proibido por lei, consentido pelo Direito: Estado, Escravidão
e Ferrovias no Brasil do século XIX 479
Walter Marquezan Augusto
Conselho de Estado e o controle da entrada de pessoas negras no Brasil:
Uma análise da atuação da Seção de Justiça 485
Txapuã Menezes Magalhães
Justicia y procesos de circulación el caso de la Justicia de Paz
(Brasil y Rio de la Plata 1821-1830) 489
Nicolás Beraldi
• DIREITO E JUSTIÇA NA AMÉRICA PORTUGUESA
Guerra justa e escravidão indígena na América Portuguesa: Uma análise sobre o massa-
cre dos índios Paiaku na ribeira do Jaguaribe em 1699 495
Marcos Felipe Vicente
A devassa contra os ilustrados neoclássicos: A “Inconfidência Carioca” de 1794-1795 499
Matheus Farinhas de Oliveira
Jurisdição da Pena de Morte na América Portuguesa (1723-1808) 505
Bárbara Benevides
A Constituição de Cádiz de 1812 e o constitucionalismo
revolucionário brasileiro de 1817 509
Leonardo Morais de Araújo Pinheiro
A Revolução Republicana de 1817 e o dilema constitucional 513
Marcelo Casseb CONTINENTINO
• HISTÓRIA DO DIREITO E TRANSIÇÕES POLÍTICAS
A Ditadura Militar brasileira captada pelas lentes do cinema. Projeto marcas da memó-
ria 519
Marília Kairuz Baracat
Carandiru: Uma história das continuidades autoritárias 525
Tiago Pires Cotias Villas
A voz das vítimas da bomba da OAB como possibilidade de reconstrução
da memória do Direito 529
Lusmarina Garcia
Juliana Neuenschwander
A ADPF n. 153 e a ideologização da memória sobre a ditadura militar 533
Marcus Giraldes
“Michael Kohlhaas” e a transição para a modernidade 537
Sávio Mello
Constitucionalizar a exceção: O debate sobre a criação dos Institutos do Estado de Emer-
gência e das medidas de emergência na Conferência Nacional da OAB de 1978 541
Mateus do Prado utzig
Entre o Direito Adquirido e os Atos Institucionais: O debate sobre
a revogação da Anistia de 1961 no Supremo Tribunal Federal (1969-1977) 547
Raphael Peixoto de Paula Marques
A conexão americana: O Serviço Nacional de Informações (SNI) do Brasil e o
governo invisível dos Estados Unidos 549
Vicente Rodrigues
Inez Stampa
Ruptura democrática e o processo de transição conciliada: Os fantasmas da ditadura
civil-militar na Constituição de 1988 553
Diogo Bacha E Silva
Um debate sobre a positivação do direito de greve a partir da Constituição de 1988.
Avanço ou retrocesso? 557
Gabriel P. P. de S. Melgaço
• HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO
Traduzindo conflitos e enunciando direitos: A 1ª Junta de Conciliação e julgamento de
Porto Alegre como espaço de formação de sujeitos
de direitos trabalhistas (1941-1943) 563
Vicente de Azevedo Bastian Cortese
Regulação trabalhista e o contexto constitucional de 1934: Um estudo de caso 569
Rafael Lamera Giesta Cabral
Legislação Social da Primeira República: O Direito, o Estado e o Trabalho 575
Fernanda Cristina Covolan
Advogados associados e sua relação com a sociedade fluminense:
Notícias de uma pesquisa 579
Jorge Luís Rocha da Silveira
De enxadas a Winchesters: Cidadania na demarcação de terras
do Sudoeste do Paraná (1957-1973) 583
Laís Mazzola Piletti
A história da formação operária no Brasil e a greve de 1917 587
Michel Zaidan
Ariston Flávio Costa
O Decreto 24.637 de 1934: Impactos efetivos nas ações de indenização por acidentes
de trabalho e relações empregatícias em Campinas-SP 591
Jacqueline Camargo Cunha
Greves, greves e mais greves: Uma análise da greve como direito a partir dos debates na
Câmara dos Deputados (1934-1935) 595
Julia de Souza Rodrigues
Eini Rovena Dias
• INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Análise jurídica e política historiográfica da tentativa de anulação da desapropriação
confiscatória do Palácio Guanabara (Paço Isabel) conflitos temporais a luz das constitui-
ções 1891 e 1988 601
Gustavo de Almeida Muniz Coutinho
Perdidos entre duas Nações: As deportações de operários estrangeiros após a greve de
1917 607
Laryssa Emanuelle Pinheiro Lula
Campos de concentração no Estado Novo: Respaldo legal? 611
Melissa Pinheiro Almeida
A Produção do Código de Processo PenaL: Sua recepção pela sociedade à luz
dos periódicos e da doutrina 617
Guilherme Cundari de Oliveira Amâncio
Maurício Dutra de Oliveira
O trabalhador e os direitos trabalhistas no interior de São Paulo: processos
administrativos pré justiça do trabalho em Araraquara 623
Expedito Claudenilton Pereira Lima
Lauany Oliveira Amaral
Tolstói e o verbo-análise do conceito de Justiça a partir da hermenêutica
religiosa de Liév n. Tolstói 627
Caio Henrique Dias Duarte
A história da Faculdade de Direito do Estado do Rio de Janeiro entre 1935 e 1947 633
Anna Carolina Oliveira Nunes Nunes
Francisca Maria de Medeiros Marques
Maria Clara Costa Guedes Alves
Gustavo Silveira Siqueira
Histórico do crime de receptação na Legislação Brasileira 637
Brenda Lorrana Franco
Karen Lopes Rezende
Yasmin Felipe do Nascimento
A evolução dos mecanismos de combate à compra de votos no Brasil:
Uma análise histórico-jurídica 643
Flávia Carósio Goes
Victor Rodrigues Nascimento Vieira
A presunção de inocência na história e no processo penal:
Crítica a interpretação atual 649
Patricia Rocha Castilho Binski
Nilma Jaqueline Correia
Naiana Caroline Taques
A segregação dos doentes mentais infratores na evolução histórica da legislação penal
brasileira 655
Pedro Henrique Nunes Gentil
PROGRAMAÇÃO
RUPTURAS, CRISES E DIREITO
Quais as formas que os direitos assumem nas rupturas políticas?
De que forma o direito pode ser um instrumento de manutenção ou de alteração das ordens?
Sem perder o rigor metodológico e o aprofundamento nas fontes primárias, o IX Congresso de História do Direi-
to terá como tema central as formas do direito em temos de crise. Nos 190 anos da fundação dos cursos jurídicos
no Brasil, nos 80 anos da outorga da Constituição de 10 de novembro de 1937, nos 50 anos da Constituição de
1967, o objetivo acadêmico é discutir os papéis, as posições e os lugares dos juristas e do direito em tempos de
rupturas e transformações.
SEGUNDA-FEIRA 04 DE SETEMBRO
13:00h – Credenciamento
14:00h – Conferência de abertura
Local: Salão Nobre
“Tradições jurídicas” e História do direito
Thomas Duve
Max-Planck-Institut für europäische Rechtsgeschichte (MPI)
18:30h – Intervalo
18:45h – Conferências
Local: Salão Nobre
De Volta para o futuro. Textos antigos para uma nova ciência jurídica
Cristina Vano – Università degli Studi di Napoli Federico II
República por ações. Sociedade mercantil e sociedade política SS. XVII- XX
Carlos Petit – Universidad de Huelva
Filhos ilegítimos e filhos de criação na casa grande e nas Varas Civis brasilei-
ras, 1916-1940
Sueann Caulfield – University of Michigan
Coquetel de Abertura
Local: Terraço
TERÇA-FEIRA 05 DE SETEMBRO
09:00h-12:30h – GTS SIMULTÂNEOS
Local: Terraço
GT1 História Social do Direito II
Beatriz Gallotti Mamigonian – UFSC
Mônica Duarte Dantas – USP
Coordenadoras do Grupo de Trabalho
14:00-15:30h – Conferências
Local: Salão Nobre
Brasil: Crises institucionais e utopia autoritária
Carlos Fico – UFRJ
Entre o Estado administrativo e a crise do Estado interventor: Carl Schmitt e
Francisco Campos?
Gilberto Bercovici – USP
15:30h-18:30h – GTS SIMULTÂNEOS
Local: Terraço
GT1 História Social do Direito III
Beatriz Gallotti Mamigonian – UFSC
Mônica Duarte Dantas – USP
Coordenadoras do Grupo de Trabalho
18:30h – Intervalo
19:00-20:30h – Conferências
Local: Salão Nobre
Uma polissemia conceitual: A definição jurídica dos direitos do homem e o
processo constitucional brasileiro, 1817-1824
Arno Wehling – ABL – IHGB – UVA
Constituição: A trajetória de um conceito no mundo luso-brasileiro
Lúcia Bastos – IHGB – UERJ
O papel e o lugar político do poder judicial no Império
Christian Lynch – IESP-UERJ – IHGB – FCRB – UVA
QUARTA-FEIRA 06 DE SETEMBRO
09:00h-12:30h – GTS SIMULTÂNEOS
Local: Sala Pedro Calmon
GT3 Crises constitucionais do Brasil República I
Cristiano Paixão – UnB
Vera Karam de Chueiri – UFPR
Coordenadores do Grupo de Trabalho
14:00-16:00h – Conferências
Local: Salão Nobre
A exceção e a regra: o conceito de “ius singulare “ no debate jurídico dos
séculos XIX e XX
Alberto Spinosa – Università degli Studi di Ferrara
Na era das máquinas. Direito codificado e incerteza da classificação pelos
juristas
Giovanni Cazzetta – Università di Ferrara
Esquartejar ou controlar? A formação da Área Penal no Brasil (Secs. XVIII/
XIX)
Ricardo Marcelo Fonseca – IHGB – UFPR
16:00h – Lançamentos de livros
Lançamento do volume especial da R.IHGB
“O Centenário do Código Civil e o Livro do Centenário”
Airton Seelaender – IHGB – UnB
Lançamento do projeto da Revista do Instituto Brasileiro de História do Di-
reito
16:30h – Conferência de encerramento
Local: Salão Nobre
A História das “coisas invisíveis”: O Direito das cores
António Manuel Hespanha – IHGB – Universidade Nova Lisboa
Coquetel de Encerramento
Local: Terraço
RESUMOS
9
CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Eis aqui, por conseguinte, a chave interpretativa a partir da qual nos per-
mitimos reavaliar a importância da Lei nº 601/1850 (Lei de Terras) para a história
do direito e o resgate desta mesma experiência para o direito contemporâneo,
notadamente no que atine ao nem tão inédito direito de migrar. Pretendemos
demonstrar o quanto a análise da denominada Lei de Terras não pode estar
limitada nem à avaliação de seus efeitos jurídicos imediatos, sobre a constituição
de uma moderna acepção de direito da propriedade em contraposição à prática
sesmarial (DI BENEDETTO, 2002; FONSECA, 2005; STAUT JUNIOR, 2008), tampouco
a seus efeitos sociais, no que atine à efetiva regulação da propriedade fundiária
(CARVALHO, 2008; SILVA, 2008). Pelo contrário, recuperando-se a dimensão his-
tórico-jurídica dos debates parlamentares em torno aos quais se deu a discussão
e aprovação da Lei de Terras, ressaltamos a necessária vinculação desta proposta
legislativa a um esforço obnubilado de normatização outrora da vida social: a
elaboração de uma política colonizatória.
10
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: ___. Obras escolhidas: Magia
e Técnica, Arte e Política. v. 01. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
CARVALHO, José Murilo de. O teatro das sombras: a política imperial. 4. ed. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
COSTA, Emília Viotti. Da monarquia à república: momentos decisivos (1977). São
Paulo: Unesp, 1999.
___. Da senzala à colônia (1962). São Paulo: Editora Unesp, 1998.
DI BENEDETTO, Roberto. Formação histórica do instituto da propriedade no Brasil
do século XIX. Dissertação (Mestrado em Direito), Setor de Ciências Jurídicas,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2002.
11
CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
12
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
13
CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Metodologia
Resultados e conclusões
14
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
15
CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Metodologia
16
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados da pesquisa
Referências bibliográficas
BARBOSA, Ruy. A Aposentadoria Forçada dos Magistrados em Disponibilidade. Rio
de Janeiro: Typographia do Jornal do Comercio de Rodrigues & C., 1896.
SALLES, Campos. Discursos na República. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1902.
v.3, p.09-62. Disponível em <http://www.archive.org/stream/discursos00sallgoog#pa-
ge/n2/mode/1up>. Acesso em 09. jun.2017.
FREITAS, Vladimir Passos de. Justiça Federal: histórico e evolução no Brasil. Curitiba:
Juruá, 2010.
KOERNER, Andrei. Judiciário e cidadania na constituição da primeira república
brasileira. (1841-1920). 2ªed. Curitiba: Juruá, 2010.
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17
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Metodologia
Resultados
Conslusões
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Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
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Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
encartado no processo, ver: Processo de injúria pela imprensa contra a autoridade policial, Basílio Ferreira do
Apocalipse, réu; Justiça, autor, 1881, CDAPH-USF, caixa 93A, pasta 4.
4 Entre 1881 e 1882, é possível seguir nas páginas do Correio Paulistano a Companhia Borel apresentando-se
em outras cidades do interior da Província de São Paulo, como Capivari e Campinas. Correio Paulistano, 18 out.
1881, p. 2; 20 jan. 1882, p. 1; 29 jan. 1881, p. 1; 6 fev. 1882, p. 1.
5 Bastante comuns na Corte e nas Províncias desde a instalação dos primeiros teatros e casas de ópera na
colônia e período joanino, as pateadas consistiam em manifestações de reprovação da plateia ao espéculo em
cena. Por meio delas o público chegava ao ponto de interromper o espetáculo batendo os pés nos assoalhos
dos teatros. SOUZA, Silvia Cristina Martins de. As noites do Ginásio: teatro e tensões culturais na corte (1832-
1868). Campinas: Ed. Unicamp, Cecult, 2002, p. 290.
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
9 “Jurisdição criminal: Tribunal da Relação da Corte. Apelação Crime n. 153”, Gazeta Jurídica, 1875, p. 464-481.
10 “Auto de perguntas ao signatário autógrafo sob o título ‘A polícia e rolo’”. Processo de injúria pela imprensa
contra a autoridade policial, Basílio Ferreira do Apocalipse, réu; Justiça, autor, 1881, CDAPH-USF, caixa 93A, pasta
4, fls. 13. “Bragança-Cidade: Armazéns de secos, molhados, ferragens e louças”, In: SECKLER, Jorge. Almanak da
Província de São Paulo: Administrativo, Industrial e Comercial para 1887. São Paulo: Jorge Seckler & Comp., 1886,
p. 289.
11 Processo de injúria pela imprensa contra a autoridade policial, Basílio Ferreira do Apocalipse, réu; Justiça,
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Rupturas, Crises e Direito
Introducción
12 Esta investigación forma parte de mi proyecto posdoctoral que continúa una línea de investigación doctoral
sobre los gobiernos diocesanos del obispado de Córdoba del Tucumán entre fines del siglo XVIII y el periodo
posrevolucionario.
13 En el proyecto de trabajo propuesto aquí, el recorte temporal elegido replica el de las administraciones
diocesanas que hemos analizado en la investigación doctoral. En 1778 fue nombrado obispo del Tucumán Joseph
Antonio de San Alberto, y tomamos esa fecha como punto de partida del estudio de las administraciones
diocesanas por ser él un obispo de corte regalista que imprimió un nuevo perfil a la diócesis. La elección del
año 1836, en tanto, radica también en las trayectorias de los obispos analizados, dado que por entonces murió
Benito Lascano, quien marcó también un quiebre con las administraciones que le siguieron. En primer lugar,
porque a su muerte le siguió un prolongado período de vacancia entre Lascano y el prelado siguiente, y en
segundo lugar, por haber sido formado en Córdoba antes de la Revolución de 1810, y conservar en su gobierno
y en su práctica pastoral aspectos propios de un clérigo de antiguo régimen, característica que compartía con
sus antecesores.
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
La hipótesis que guía este trabajo se vincula con la posición central de los
prelados en la estructura eclesiástica a escala local, pero también con su rol en
la comunidad misma donde se insertaban. Sostenemos que el obispo como juez
del fuero eclesiástico local, y por lo tanto, intérprete del derecho y administrador
de justicia, se constituyó en gestor e intermediario del poder local. En este rol
tuvo la potestad, no solo de organizar la diócesis imponiendo los lineamientos de
funcionamiento y administración diocesana, sino que además guardaba estrecha
relación con el gobierno de una diócesis y con el mantenimiento del control social.
Metodología
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Rupturas, Crises e Direito
Resultados preliminares
15 La palabra divorcio no adscribe a la versión moderna del término. La utilizamos como traducción más
fiel de la palabra en latín como era usada en el derecho canónico, en el título “De divortiis” en las Decretales
por ejemplo, que era utilizada para la substanciación de los pleitos de divorcio en la vía contenciosa. En esto
seguimos a (Dellaferrera, 1990: 10).
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Referências bibliográficas
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Rupturas, Crises e Direito
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Metodologia
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Rupturas, Crises e Direito
ditas, dá ênfase no que poderia ser chamado de uma história dos discursos18.
No presente artigo, interessa adaptar essa visão para o que seria a possibilidade
de se inquirir sobre a história dos discursos jurídicos atinentes à escravidão,
abandonando-se uma visão estruturalista, segundo a qual a história do direito se
daria pela análise estática da moldura legal insculpida na norma.
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
21 Sobre essa contradição, pode-se citar Tâmis Peixoto Parron. PARRON, Tâmis Peixoto. Política da Escravidão
no Império do Brasil. São Paulo: Civilização brasileira. 2011.
22 Negro liberto, rábula, poeta e jornalista abolicionista e republicano, responsável pela alforria de mais de 500
(quinhentos) homens e mulheres ilegalmente reduzidos à condição de escravos. Para dados sobre Luiz Gama,
Menucci (MENUCCI, SID. O percurso do abolicionismo no Brasil: Luiz Gama. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1938.).
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
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RÈS-Editora Ltda, 1989.
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
A escolha desta cidade como nosso recorte espacial se deve pela sua
importância no período, já que o Rio, além de sede do novo governo republi-
cano, era o principal centro financeiro, comercial e cultural do país. Quanto ao
recorte cronológico, escolhemos a década de 1920 pelo fato de representar um
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Resultados da pesquisa.
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Período Nº %
1920-1925 182 42%
1926-1929 253 68%
FONTE: Arquivo do Supremo Tribunal Federal e Arquivo Nacional: Processos de Habeas-Corpus 1920-1929
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Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
Referências bibliográficas
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Entre julho de 1824 e outubro de 1829, dez decretos emitidos pelo Exe-
cutivo brasileiro fundaram-se no dispositivo regulado pelo parágrafo (§) 35 do
artigo 179 da Constituição de 1824 para lidar com circunstâncias consideradas
atentatórias à segurança nacional. Aprovados, respectivamente, na conjuntura da
Confederação do Equador, em 1824 (em Pernambuco e no Ceará), no desenrolar
da chamada “Revolta dos Periquitos”, na Bahia (1824), no contexto da Guerra
Cisplatina, no Sul do país (1825), na sublevação de Afogados, em Pernambuco
(1829), e em consequência das movimentações que, cerca de dois anos mais
tarde, desembocariam na “Revolta de Pinto Madeira”, no Ceará (1829), tais de-
cretos privaram os cidadãos das localidades a que se destinaram de parte ou da
totalidade das formalidades constitucionais que garantiam sua liberdade individual.
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Metodologia
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Rupturas, Crises e Direito
Resultados Parciais
Referências bibliográficas
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
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Rupturas, Crises e Direito
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Introdução
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Resultados
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Rupturas, Crises e Direito
sobre boa parte dessas terras foram plena e automaticamente reconhecidos por
força do disposto nos arts. 22 a 27 do Regulamento (Decreto n.º 1.318, de 1854)
da Lei de Terras do Império (Lei n.º 601, de 1850). O problema é que, ao longo
do século XIX, não houve obrigatoriedade do registro imobiliário, no direito bra-
sileiro, para todas as situações de transmissão da propriedade. Tal questão só foi
resolvida muito depois, com o Código Civil de 1916. Daí há um vazio registral
entre as situações fáticas que resultaram na constituição da propriedade territorial
privada e os registros imobiliários existentes. Na maioria dos casos, os títulos que
compõem a cadeia dominial anterior à 1916 estão espalhados em vários cartórios
e fóruns, além de alguns serem meros escritos particulares, conforme permitido
pelo direito pátrio do século XIX e expressamente mencionado no art. 26 do
Regulamento de 1854 da Lei de Terras do Império. Só que, transcorrido tanto
tempo, nem sempre é mais possível uma análise rigorosa disso e, quando sim,
com extrema dificuldade e muita demora. Toda essa situação é evidenciada, em
Goiás, pela análise de fontes primárias e a leitura de fontes secundárias dá conta
de semelhante problema, em outras regiões do país.
Conclusões
É a História do Direito, como ramos saber, que concede uma visão mais
abrangente e diacrônica para melhor compreensão do fenômeno de grilagens de
terras devolutas anteriores à Lei de Registros Públicos vigente, perpetradas em cima
das antigas falhas do direito brasileiro. Sem essa prévia compreensão oferecida pela
História do Direito não é possível identificar e enfrentar eficazmente, na prática,
as referidas situações de grilagem de terras devolutas.
Referências bibliográficas
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
RAQUEL R. SIROTTI
Doutoranda
IMPRS-REMEP (International Max-Planck Research School for Retaliation, Mediation and Punishment) [2016-2019]
com contrato doutoral no Instituto Max-Planck para História do Direito Europeu
(Max-Planck-Institut für europäische Rechtsgeschichte) em Frankfurt am Main, Alemanha.
E-mail: raquelsirotti@hotmail.com
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CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
Direito Penal foi adaptada, nos tribunais, por advogados, juízes e promotores
a essas situações de intensa instabilidade política tem sido, entretanto, pouco
explorada. Em outras palavras, apesar de não terem faltado, seja em quantidade
ou variedade, conflitos políticos ao longo desse período, não há muita clareza
quanto à frequência e às circunstâncias em que o Direito Penal (e não o Direito
Policial ou Administrativo) era acionado como resposta jurídica.
Neste trabalho – que integra uma pesquisa mais ampla, que venho
desenvolvendo para a escritura de minha tese doutoral – tentarei articular in-
formações que, se não conduzem a respostas válidas para todas as instâncias do
poder judiciário e suas respectivas localidades, ao menos contribuem para que se
compreenda as dinâmicas a orientar certas decisões em um tribunal específico:
o Supremo Tribunal Federal. Dentro desse recorte, usarei a expressão “conflitos
políticos” para definir múltiplos conjuntos de pautas, ações e agentes que foram
percebidos pelos membros do Tribunal como sendo uma ameaça à integridade
dos poderes e instituições estatais. Para mapear os usos do Direito Penal que
emergiram a partir desses acontecimentos, analisarei aproximadamente dez ações
de Habeas Corpus julgadas entre os anos de 1894 e 1920, nas quais é possível
acompanhar discussões sobre a criminalização de temas e atores que compunham
as disputas políticas republicanas.
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
líticos”, ou que eram classificados pelo procurador autor da denúncia como tais,
não aparecem com muita frequência nos procedimentos, o que parece indicar
que o uso de “crimes comuns” para enquadrar atos cometidos durante conflitos
políticos era bastante comum. A segunda frente conduz à relação entre o status
social dos agentes sob julgamento e o teor das decisões proferidas. Membros
de grupos ou classes sociais mais “privilegiadas”, tendiam, ao que tudo indica, a
obter resultados mais favoráveis em seus julgamentos. Diligências breves, seguidas
da concessão da ordem de habeas corpus, eram os desfechos mais comuns nos
procedimentos que tinham como pacientes membros do Exército, jornalistas e
membros do poder legislativo, por exemplo. Já as longas diligências, seguidas da
negação da ordem de habeas corpus ou da declinação de competência aparecem
como as repostas mais comuns quando se tratava dos pedidos de trabalhadores
fabris, membros de sindicatos e/ou estrangeiros de uma forma geral.
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61
CARDENO DE RESUMOS – História social do Direito: continuidades e rupturas
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RESUMOS
Metodología
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Resultados
El Luis Jiménez de Asúa que observa Río de Janeiro desde un monte del
Corcovado todavía huérfano de Cristo redentor no alcanza a contemplar el Morro
de Castelo. Este punto clave en el Río antiguo, al igual que otras muchas zonas
de la ciudad, había desaparecido para dejar paso a anchas calles que, atravesando
la metrópoli carioca como haces de luz, habían transformado radicalmente la
fisonomía de una urbe que poco tenía que ver con el Río de Janeiro de siglos
anteriores4.
3 Albert Soboul, “Descripción y medida en historia social”, en L’historie sociale: sources et méthodes (Colloque
de Saint-Cloud), París, 1967, p. 9.
4 Stefan Zweig, Brasil, país de futuro, Salamanca, Capitan Swing, 2012, pp. 182-183.
5 Luis Jiménez de Asúa, Un viaje al Brasil, cit., p. 8.
6 Ibid., p. 7.
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Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
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Rupturas, Crises e Direito
herramienta para cambiar el mundo, algo que no tardaría en conectar con sus
ideas socialistas.
Conclusión
20 Luis Jiménez de Asúa, La sentencia indeterminada, Madrid, Reus, 1913, pp. 99-111.
21 Luis Jiménez de Asúa, El estado peligroso, Madrid, Imprenta de Juan Pueyo, 1922, pp. 86-98.
22 Luis Jiménez de Asúa, La política criminal en las legislaciones europeas y norteamericanas, Madrid, Librería
General de Vitoriano Sáez, 1918, pp. 151-236.
23 Luis Jiménez de Asúa, La unificación del derecho penal en Suiza, Madrid, Reus, 1916, pp. 352-366.
24 Luis Jiménez de Asúa, Un viaje al Brasil, cit., p. 117-147.
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
O que salta aos olhos nesse processo é a discussão relacionada ao que era
ou não permitido como castigo na época, o que era considerado como ordinário
e o que poderia ter sido fora do comum, posto que essa determinação foi muito
importante para estabelecer o nexo de causalidade entre o ato praticado contra
a vítima e a sua morte. Para isso foi realizada uma perícia pormenorizada, em
um texto escrito. Inclusive há nos autos dois desenhos. Um deles onde aparece
o local do crime e a vítima, na posição em que foi castigada, e o outro é uma
25 BR PEMJ TR PJUD AP 1883.12.17, Ação Penal. Memorial da Justiça TJPE, Tribunal da Relação de Pernambuco,
Ano de 1883, caixa 1215. Ação Penal, Recife. 1883-1885. Autor: A Justiça. Réus: Herculina Adelaide de Siqueira
e Felisbino, escravo de D. Herculina Adelaide de Siqueira.
71
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
planta baixa da casa em que vivia. Vale salientar que imagens são muito raras
em processos judiciais desse período e, desenhos de suplícios, mais raros ainda.
Importante ressaltar que esse caso pode ser considerado peculiar para a
pesquisa sobre o Direito Criminal no período imperial. Ele foi noticiado em muitos
jornais locais, por isso é fácil entender que houve pressão popular durante todo
o decorrer do processo, numa época bem perto da abolição da escravidão no
Brasil. Dessa maneira, nesse cenário verifica-se como se comportaram os órgãos
investigadores e julgadores durante todo o tempo e de que forma a legislação
foi aplicada para realizar a prestação jurisdicional, como também fica evidenciada
a rotina de uma família com escravos no Recife do final do Oitocentos.
Metodologia
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Rupturas, Crises e Direito
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O promotor, em seu libelo, considerou que o crime foi praticado por
“motivo frívolo” e que a ré tinha superioridade de forças, de maneira que a
vítima não poderia “se defender para repelir a ofensa”, a fim de que isso fosse
e foi usado para os quesitos do Júri e o conteúdo de sua resposta aplicada na
dosimetria da pena.
Conclusão
mesmo gráo a de galés perpetuas. Se fôr de galés perpetuas, ou de prisão perpetua com trabalho, ou sem elle,
impor-se-ha a de galés por vinte annos, ou de prisão com trabalho, ou sem elle por vinte annos. Se fôr de
banimento, impôr-se-ha a de desterro para fóra do Imperio por vinte annos. Se fôr de degredo, ou de desterro
perpetuo, impôr-se-ha a de degredo, ou desterro por vinte annos.
32 Art. 35. A cumplicidade será punida com as penas da tentativa; e a cumplicidade da tentativa com as
mesmas penas desta, menos a terça parte, conforme a regra estabelecida no artigo antecedente.
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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Rupturas, Crises e Direito
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Rupturas, Crises e Direito
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estao-querendo-enganar-quem/. Acesso em 25 nov. 2016.
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Rupturas, Crises e Direito
Introducción
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
la Nación, equiparación con otros cuerpos del Estado, beneficios materiales) y las
transformaciones “simbólicas” producidas (eliminación del traje a rayas, cierre del
tenebroso Presidio de Ushuaia, conocido como la Siberia criolla, etc.).
Por último, se afirma que hubo una clara continuidad entre la ideología
carcelaria peronista y el ideario rehabilitador de la criminología positivista de fines
del siglo XIX, esto es, el derecho del Estado a privar de la libertad a un indivi-
duo y aprovechar ese lapso de tiempo para someter al penado a un régimen
coercitivo de disciplina, trabajo y educación con la finalidad de recuperarlo para
la futura vida en sociedad.
Metodología
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Rupturas, Crises e Direito
Discusión
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
87
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
como tais fatos produzem marcas permanentes não só nas sociedades como nas
coletividades e nas relações que a compõem.
Metodologia
A pesquisa tem por base dois eixos teóricos. No primeiro, iremos abordar
a literatura que investiga a relação entre sociedade e violência (ZALUAR, Alb.
MISSE, Michel). No segundo, investigaremos a literatura que trata da perspectiva
criminológica crítica (MALAGUTI, Vera Batista. GARLAND, David. BARATTA, Ales-
sandro. KARAM, Maria Lucia. ZAFARRONI, Eugenio Raul. DE GIORGI, Alessandro.
GEORG, Rusche e OTTO, Kirchheimer), com ênfase na estrutura da punição e
produção de marcas de longa-duração nos corpos e nas relações sociais. Ademais,
serão consultados estudos publicados por órgãos independentes que investigam a
construção da violência social nos seus mais diversos aspectos, como a produção
do IPEA e da FBSP, Atlas da Violência.
Resultado Parciais
Conclusão
88
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Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
ZALUAR, A. M., 2003. O contexto social e institucional da violência. In: ed.), pp. 8,
Rio de Janeiro. Disponível em http://nupevi.iesp.uerj.br/artigos_periodicos/contexto.
pdf. Acesso em 16 de janeiro de 2017.
90
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Rupturas, Crises e Direito
GUSTAVO C. ZATELLI
Doutorando no Programa de Pós-graduação em Direito da UnB, mestre em Direito pela UFRJ
E-mail: zatelli21@gmail.com
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Metodologia
33 Aqui, não poderíamos ignorar, diante da análise discursiva, também os fatores que poderíamos chamar de
“materiais” na concretização do controle social por instituições públicas. Alguns exemplos: a verba disponível,
o quadro de funcionários, a disponibilidade de meios de comunicação e transporte eficientes. Nem se pode
esquecer que o funcionamento institucional também depende de uma série de relações informais com a
população civil. Não se trata, entretanto, do objeto principal da presente investigação.
34 Entendida aqui amplamente: qualquer argumentação que incida ou procure incidir na tomada de decisão
judicial. É certo que o foco será no debate jurídico, entretanto, é comum o desenvolvimento de argumentos
que extrapolam o “campo jurídico” propriamente dito. Não levá-los em conta seria ignorar um elemento
indispensável na análise.
35 Com doutrinário entendemos o saber jurídico reconhecido como de “alta qualidade” condensado em forma
escrita (seja por livros ou artigos)
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Rupturas, Crises e Direito
dos – ou seja, entender como o Direito foi instrumentalizado por atores sociais
diferenciados ao longo do processo judicial.
Resultados parciais
Referências Bibliográficas
Fontes primárias
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
DELMIRO X. FARIAS
Universidade Federal do Ceará (UFC)
E-mail: delmirofarias@gmail.com
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Desta forma, após fazer uma breve análise do contexto sobre a pena
capital no regime imediatamente anterior, este trabalho pretende estudar princi-
palmente os debates dos parlamentares sobre a abolição da punição em questão,
apresentando os argumentos daqueles que discursaram sobre o assunto, assim
como os fundamentos de suas ideias. Assim, para também fazer um contexto das
doutrinas que eram defendidas pelos representantes do povo, apresenta-se neste
trabalho as ideias principais de Cesare Beccaria e também de Cesare Lombroso,
que são autores icônicos que representavam escolas as quais davam base aos
debates constituintes, mesmo que indiretamente.
Metodologia
Além da busca por estas palavras chaves, foi utilizado os índices por ses-
são dos anais de cada volume, os quais apontam votações e debates acerca do
Título IV, no qual está inserido o mencionado dispositivo. Também foi utilizado
os índices temáticos dos anais de cada volume, os quais indicam as páginas que
se discutiram a pena de morte.
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Rupturas, Crises e Direito
Resultados
Conclusão
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
favor da abolição. Destes, alguns queriam que esta medida se desse sem ressalvas,
ou seja, que o castigo ficasse suprimido para todos os casos. Já grande parte era
a favor da hipótese da punição se manter em tempo de guerra nos previstos
na legislação militar. Além disso, vê-se pontos em comum entre os argumentos
utilizados pelos parlamentares com as principais ideias de Beccaria e Lombroso,
principalmente no que tange à falta ou não de caráter preventivo da pena de
morte e na teoria do delinquente nato. Ainda, percebe-se que o contexto ante-
rior a respeito da frequente comutação do castigo também foi utilizado como
argumento para a abolição.
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99
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
101
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Partindo desta crítica, esta pesquisa se mostra relevante, ademais, pelo fato
de examinar uma condição específica da organização político-jurídico brasileira
e, por meio de uma investigação histórico-jurídica, possui-se o intento de revelar
a dialética constituída neste momento, que se valeu de uma dogmática e teoria
divergentes. Ao se investigar o âmago do período, tem-se o escopo de explorar
e compreender a natureza deste delito, bem como a concepção do período
acerca da natureza do mesmo.
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Contudo, ainda que exista discrepância entre os discursos dos autores que
aludem o delito proposto, acredita-se em uma conceituação pública – política
– do mesmo. Uma vez que a Independência do Brasil acabara de transcorrer,
as transmutações proferidas posteriormente ao acontecimento – elaboração de
uma Constituição pátria, bem como a inevitabilidade de Códigos também pá-
trios – locomovem-se rumo a ânsia de auferir salvaguarda ao Império, vale dizer,
constituir instituições que propunham segurança ao Imperador e ao regime po-
lítico proferido – monárquico-constitucional. Ora, esta circunstância, atrelada às
considerações e transformações históricas vigentes no estágio, coincidem presumir
a relevância da repressão do delito face à ordem política vigente.
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
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Rupturas, Crises e Direito
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
36 PRADO, Luis Regis. Curso de direito penal brasileiro. 7ed. v.2 São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,2008.p.514
37 SIQUEIRA, Galdino. Direito penal brazileiro. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial,2003,p.7
38 PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal Brasileiro. p. 514.
39 SIQUEIRA, Galdino. Direito penal brazileiro. 2003,p.253
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Rupturas, Crises e Direito
40 MASSAD, Carlos Eduardo. O crime de receptação, sua estrutura e relevância. 2006. Monografia (Bacharel
em Ciências Jurídicas)-Universidade Tuiuti do Paraná, 2006. Disponível em: http://tcconline.utp.br/wp-content/
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2017
41 JESUS, Damásio E. de. Direito penal. 27. ed.v.2 São Paulo: Saraiva, 2005.p.491-492
42 Art. 180. Adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime,
ou influir para que terceiro de boa fé a adquira, receba ou oculte
43 PRADO, Luis Regis. Curso de direito penal brasileiro. 7ed.v.2 São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p.
638.
44 HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal. 3.ed.Rio de Janeiro: Revista Forense,1967,p.302
45 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal- parte especial. São Paulo: Editora José Bushatsky,1958,p.
323-324
46 Receptação culposa: § 1º Adquirir ou receber coisa que por sua natureza ou pela desproporção entre o valor
e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: Pena - detenção,
de um mês a um ano, ou multa, de tresentos mil réis a dez contos de réis, ou ambas as penas.
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
que não a considerava como uma modalidade de receptação, mas sim como
uma contravenção penal. 47
Conclusão
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Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
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Rupturas, Crises e Direito
Resumo
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Nele, Sbriccoli defende que este trabalho de Foucault traz ao menos dois
momentos de grande importância historiográfica, fornecendo contribuições
de valor absoluto tanto
59 Traduzi. No original: “cosi dette illegalismi”. SBRICCOLI. La storia, il diritto, la prigione… op. cit. p. 1084.
60 In:_____: Storia del diritto penale e della giustizia. Scritti editi e inediti (1972-2007). Milano: Giuffrè Editore.
pp. 405 e ss.
61 In:_____: Storia del diritto penale e della giustizia. Scritti editi e inediti (1972-2007). Milano: Giuffrè Editore.
pp. 417 e ss.
62 Traduzi. No original: “comportamento trasgressivo molto diffuso e raramente punito (molto diffuso anche perché
raramente punito e raramente punito anche perché molto diffuso), il quale — secondo lo schema di Foucault —
può avere come oggetto beni o diritti.” Idem. p. 418.
63 No original, “pratica” (p. 418), “comportamento” (p. 419) e “forzatura” (p. 996”). Storia del diritto penale... op.
cit.
115
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
116
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
uma análise inicial, cogito se esses termos teriam por objetivo estabelecer e
controlar uma classe perigosa, sem necessariamente o/a “agente” ter cometido
alguma conduta, deixando-o/a em uma zona nebulosa entre a criminalização e a
liberdade. Os termos valiam-se claramente das figuras do “suspeito”, dos disturbers.
Há vasta bibliografia66 dedicada a esses termos: obras que lidam com fontes
primárias e processos, investigando quem seria o alvo e como se davam na prática
as assinaturas desses termos. Uma análise sbriccoli-foucaultiana baseada nestes
trabalhos pode trazer uma visão geral sobre o tema e ensejar novas conclusões
já que se trata, muito provavelmente, de um “instituto” dedicado a administrar
e gerir os ilegalismos a partir de uma lei penal de segundo nível.
66 Como exemplos, cito uma breve e inicial seleção bibliográfica: DINIZ, Mônica. Olhares sobre a cidade: Termos
do bem viver, vadiagem e polícia nas ruas de São Paulo (1870-1890). 2012. 133 fls. Dissertação de Mestrado
(mestrado em história social). USP. 2012. DUTRA, Guilherme Miranda. Bêbados, vadios e turbulentos: Termos de
Bem viver e Controle Social no Segundo Reinado. 2013. 100 fls. Monografia (graduação em Direito). UFRGS. 2013.
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2003. 196 fls. Dissertação de Mestrado (Mestrado em História e Sociedade). UNESP. 2003. MATA, Iacy Maia. Os
‘Treze de Maio’: ex-senhores, polícia e libertos na Bahia pós-abolição (1888-1889), Dissertação de Mestrado, UFBA,
2002. ROSA, Andréia Marsaro da. Quentes de cachaça: festas e corridas de cavalos em Guarapuava através de
processos crime e termos de bem viver (1854-1886). 2016. 117 fls. Dissertação de mestrado (Mestrado em História
Social). UEL. 2016. SOARES, Geraldo Antonio. Os limites da ordem: respostas à ação da polícia em Vitória ao
final do século XIX. Topoi (Rio J.), Rio de Janeiro , v. 10, n. 19, p. 112-132, Dec. 2009 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-101X2009000200112&lng=en&nrm=iso>. access
on 05 July 2017. http://dx.doi.org/10.1590/2237-101X010019007.
117
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Metodologia
Resultados
Referências bibliográficas
Codigo criminal do imperio do Brazil annotado com as leis, decretos, avisos e
portarias publicados desde a sua data até o presente, e que explicão, revogão
ou alterão algumas das suas disposições, ou com ellas tem immediata connexão.
Nova edição; a mais completa; seguido de um appendice contendo a integra das
leis addiccionaes ao mesmo codigo posteriormente promulgadas. Por J. M. Pereira
de Vasconcellos. Rio de Janeiro: 1860.
Código do processo criminal de primeira instancia para o Imperio do Brazil,
com notas, nas quaes se mostrão os artigos que foram revogados, ampliados ou
alterados. Seguido da disposição provisoria acerca da administação da justiça civil,
da lei de 3 de dezembro de 1841 que reforma o mesmo codigo. Rio de Janeiro:
Typographia de Manoel José Cardoso, 1842.
COELHO, Fernando Nagib Marcos. Tipos normativos e separação dos poderes: a
função política do aviso ministerial durante a regência (1831-1840). 2016. 251 p.
Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências
Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, Florianópolis, 2016. Disponível
em: <http://www.bu.ufsc.br/teses/PDPC1255-T.pdf>
122
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Metodologia
Resultados
67 “Código Criminal do Império”: annotado com as leis, decretos, avisos e portarias publicados desde a sua
data até o presente, e que explicação, revogação ou alteração algumas das suas disposições, ou com ellas tem
immediata connexão: acompanhado de um appendice contendo a integra das leis addicionaes ao mesmo
codigo, posteriormente promulgadas”.
124
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
Assim, por esse prisma, conclui-se que o advento de certas ideias não se
dá necessariamente por rupturas, sendo o pensamento jurídico frequentemente
permeado por continuidades, como se verifica no tratamento destinado aos
ofendidos no âmbito dos processos criminais durante o Brasil Império.
Referências bibliográficas
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Livramento Condicional e outras reformas do sistema de penas clássico no Brasil,
1924-1940. São Paulo: Quartier Latin, 2007.
PRADO, Luiz Regis. Bem jurídico-penal e constituição. 7ª Ed. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2014.
125
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
126
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
VANESSA MASSUCHETTO
Programa de Pós-Graduação em Direito – Doutorado
Universidade Federal do Paraná – PPGD-UFPR
Bolsista CAPES de Doutorado
E-mail: vanessa.massuchetto@gmail.com
Introdução
127
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Este caso pode ser considerado simples, entretanto traz à tona uma série
de questões próprias do direito e do processo criminal do Império Português e
dos procedimentos específicos circulantes na América Portuguesa, além de dei-
xar entrever aspectos da cultura jurídica local. Os modos de livrar configuram
maneiras específicas de defesa dos acusados e dos condenados e formas pelas
quais o caminhar de um processamento crime tornava-se menos penoso ao réu.
Em especial os autos de livramento crime era um instrumento peculiar que tinha
como objetivo a rediscussão do aspecto mais central nos processos crime dos
setecentos: a culpa. Era através deste procedimento que o acusado trazia seus
meios de defesa e – geralmente – conseguia o livramento do crime em pauta.
Ainda, cabe salientar a presença da figura do perdão da parte ofendida nestes
autos, revelando em alguma medida uma dimensão “privada”72 da justiça criminal
deste período, podendo aqui ser aproximada da permanência de uma lógica de
justiça penal negocial de Mario Sbriccoli.73 Para além, o caso selecionado para a
presente apresentação de trabalho lança luzes também em temas que envolvem a
discussão de gênero na história e traz questionamentos acerca do posicionamento
social das mulheres na atuação no interior da cultura jurídica das comunidades
existentes na América Portuguesa. O caso em tela trata especificamente de um
crime sexual e, em razão da escritura de perdão da parte compulsada aos autos,
revela os entendimentos comunitários acerca do comparecimento da ofendida
em juízo para prestar queixa.
Metodologia
128
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados
75 GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição.
São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p 21.
76 PEREIRA, Luís Fernando Lopes. O Império Português: a centralidade do concelho e da cidade, espaço da
cultura jurídica. In: FONSECA, Ricardo Marcelo (org.). As formas do direito, ordem, razão e decisão. Curitiba:
Juruá, 2013, p 579-581.
77 MASSUCHETTO, Vanessa Caroline. Os autos de livramento crime e a Vila de Curitiba: apontamentos sobre
a cultura jurídica criminal (1777-1800), Curitiba, 2016, Dissertação (Mestrado em Direito) – Setor de Ciências
Jurídicas, Universidade Federal do Paraná.
78 E tal característica parece ser uma constante em grande parte do território do Império Português, consi-
derando que, sob a perspectiva de António Manuel Hespanha, a ordem jurídica criminal embasava-se mais na
ameaça do que na punição. (Cf. HESPANHA, António Manuel. Da “iustitia” à “disciplina”. Textos, poder e política
penal no Antigo Regime. In:______. Justiça e litigiosidades. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993).
129
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Conclusão
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___. Da “iustitia” à “disciplina”. Textos, poder e política penal no Antigo Regime.
In:___. Justiça e litigiosidades. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993.
79 Como a incapacidade nata, a subordinação necessária e a impossibilidade de atuação em for. (Cf. HESPA-
NHA, Antonio Manuel. Imbecillitas, As bem aventuranças da inferioridade nas sociedades de Antigo Regime. São
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130
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
131
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Resultados
134
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
religião católica, que pregava a castidade absoluta como um direito divino, que
só poderia ser rompido com o casamento (GUSMÃO, 1954, p. 83).
Por sua vez, o artigo 220 tipificava o crime de estupro praticado por quem
detinha o poder ou a guarda da mulher deflorada. O sujeito ativo do crime era
o homem que tinha o dever estatal de proteger a honra e a moral da mulher,
mas agia de forma contrária, praticando o incesto. Neste caso, a pena era mais
grave do que a prevista no artigo anterior, qual seja, de desterro, por dois a seis
anos, para fora da província que morava a mulher deflorada e pagamento de
um dote a ela.
Por sua vez, o artigo 223 previa como crime a prática de qualquer ato
sexual para satisfação da lascívia do homem, sendo crime o ato libidinoso pesso-
almente ofensivo, que causasse dor ou qualquer mal corpóreo à mulher. Tal ato
era punido com prisão de um a seis meses e multa, correspondente à metade
do tempo, além das penas impostas as ofensas praticadas pelo réu.
135
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Já nos artigos 226 aos 228 estavam previstos os crimes de rapto. O rapto
era definido como “uma espécie de sequestro, ocorrendo quando se tirava a
moça tida como honrada, à força ou por engano, da casa de seu pai, sua mãe ou
qualquer outra pessoa por ela responsável” (ARCANJO, 2015, p. 40), assim sendo,
o crime tinha a finalidade de praticar ato libidinoso com a mulher raptada. Neste
contexto, o artigo 226 previa o crime sexual de raptar qualquer mulher de sua
casa, ou de onde ela estivesse, mediante violência, para a prática de qualquer ato
libidinoso, inclusive, conjunção carnal. A pena aplicada ao réu era de prisão de
dois a dez anos com trabalho e pecuniária de pagar dote à ofendida.
Por sua vez, o artigo 227 descrevia o crime de raptar mulher virgem ou
assim reputada, que fosse menor de dezessete anos, da casa de seu pai, tutor,
curador, ou responsável que detenha poder sobre ela, utilizando-se de afagos e
promessas para fins libidinosos. A promessa de casamento era um dos modos
mais comuns de sedução, por meio dela a mulher permitia que o homem pra-
ticasse com ela atos libidinosos, na esperança da consumação do casamento em
um futuro próximo, fato que nem sempre ocorria (GUSMÃO, 1954, p. 214). Este
tipo penal especificava que a mulher deveria ser virgem ou assim considerada e
trazia o critério da menoridade. O homem que incorresse na prática desse crime
deveria ser preso pelo prazo de um a três anos, bem como pagaria dote à mulher.
Por fim, o artigo 228 previa que nos casos de rapto se houvesse o
casamento entre o réu e a mulher ofendida as penas não seriam aplicadas, na
realidade, o casamento fazia cessar o crime e como consequência a punição
do autor (TINÔCO, 2003, p. 410). Portanto, o Código Criminal possibilitou que
a maioria dos tipos penais fosse abrangida pela extinção de punibilidade pelo
casamento, reforçando que seu interesse era a proteção da honra familiar e da
mulher, que deveria ser virgem para que conseguisse se casar, assim sendo, se o
réu com ela se casassem não haveria motivo para a penalização.
136
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
Referências bibliográficas
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TINÔCO, Antonio Luiz. Código Criminal do Império do Brazil annotado. Prefácio
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Federal, Conselho Editorial, 2003. Edição fac-similar.
137
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
80 Ver: GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 2011b.
139
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Metodologia
Tendo em vista que a pesquisa teve como fonte primária três processos
criminais de feitiçaria dos que se reconstruiu uma cultura jurídica colonial me-
todologicamente empregou-se os recursos de Carlo Ginzburg tanto em relação
ao paradigma indiciário como a uma abordagem cultural que privilegia a circu-
laridade cultural.
Resultados
140
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
Referências bibliográficas
Manuscritos:
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE ARQUIVO PÚBLICO DO PARANÁ (DEAP). BR
PRAPPR PB 045 PC 1363.41, Cx.41, 1763
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE ARQUIVO PÚBLICO DO PARANÁ (DEAP). BR
PRAPPR PB 045 PC 1837.57, Cx.57, 1773.
DEPARTAMENTO ESTADUAL DE ARQUIVO PÚBLICO DO PARANÁ (DEAP). BR
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141
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
OTÁVIO A. G. WEINHARDT
Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Paraná (PPGD/UFPR)
Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (PPGHIS/UFPR)
Bolsista CnPq
E-mail: otavioaw@bol.com.br
143
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
84 RELATÓRIO apresentado ao Secretário dos Negócios do Interior, Justiça e Instrucção Pública do Estado do
Paraná. Curitiba, 30 de Setembro de 1895, p. 5.
85 LOMBROSO, Cesare. O homem delinquente. São Paulo: Ícone, 2007, p. 118.
144
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
focar nas informações dadas pelo jornal, por ser um meio rico em informações
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RELATÓRIO apresentado ao Secretário dos Negócios do Interior, Justiça e Instrucção
Pública do Estado do Paraná. Curitiba, 30 de Setembro de 1895.
145
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
147
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Metodologia
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parcias
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Conclusão
Por fim, acreditamos que não é somente com a criação de leis e de apa-
ratos técnicos para a realização das eleições que conseguiremos coibir a compra
de votos. É necessária uma mudança de postura e de mentalidade da população,
campanhas de conscientização e maior fiscalização, pelos órgãos públicos, da
conduta dos candidatos e eleitores durante o pleito eleitoral.
150
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Resultados
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Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
ras afrontas, nos dias atuais vem se discutindo sua aplicação no direito brasileiro
principalmente no âmbito penal.
Conclusão
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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Metodologia
Resultados
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Rupturas, Crises e Direito
uma porta de saída para o direito penal. Sontag ([2013?], p. 2) levanta o seguin-
te questinamento: “O artigo 12 do código criminal de 1830 seria uma versão
rudimentar das futuras medidas de segurança, que ganhariam, inclusive, capítulo
específico no interior do código penal de 1940?”.
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Conclusão
Correia (2009, p. 12) afirma que “O manicômio criminal nasce da fusão das
duas clássicas instituições totais que a sociedade moderna criou para castigar as
formas mais graves de não adaptação às regras sociais: a prisão e o manicômio.”
Nessa linha, é inadimissível que tal área seja tão negligenciada pelo Estado e pelo
próprio estudo do Direito Penal.
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
163
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
agenda de controle dos indesejáveis que ecoava não apenas na legislação criminal,
particularmente no Código Criminal, como em diplomas de cunho administrativo
como as posturas municipais (DUARTE, 1998). De múltiplas formas, pretendia-se
cercar e vigiar estas vidas perigosas.
Metodologia
164
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parciais
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
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Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Metodologia
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Por fim, mas não por último, a categoria “código” é inescapável e será
analisada dentro da circularidade da cultura jurídica, considerando que os debates
pré-legislativos envolveram diversos juristas num largo período de tempo e que, à
época da escrita definitiva do Código, não foram publicadas as atas de debates.
Não obstante, outras manifestações dessa cultura jurídica foram presentes àquela
época e novas considerações podem despontar a partir daí.
Conclusão
Há, portanto, um corte claro entre o papel dos juristas híbridos (que vinham
se adaptando às mudanças das últimas décadas e tinham expressão política) e os
juristas técnicos (que coparticiparam do regime por meio da atividade jurídica).
Isto provoca uma série de perguntas, para além dos objetivos supramencionados:
houve, de fato, colaboracionismo com o regime e apenas isso ou resistência
“por dentro” na redação do Código de Processo Penal? Os possíveis colabores
lograram vantagens pessoais e profissionais? O tecnicismo afastou os juristas do
nacionalismo? O andamento da pesquisa pode revelar diversos desdobramentos
nessas questões.
173
CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
Referências bibliográficas
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Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
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Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História da Cultura Jurídica Criminal Brasileira (crime, processo e penas)
nhão: trezentos mil réis nos Termos das outras Cidades do Império; e
duzentos em todos os mais Termos. Quando o rendimento provier do
comércio ou indústria, deverão ter o duplo.” (art. 27 da Lei 261, de 3 de
dezembro de 1841)
178
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Rupturas, Crises e Direito
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RESUMOS
CRISES CONSTITUCIONAIS
NA HISTÓRIA DO BRASIL REPÚBLICA
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
ENZO BELLO
Professor Adjunto III da Faculdade de Direito e do Programa de Pós-Graduação
em Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Professor do Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade Estácio de Sá (UNESA).
Doutor em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janiro (UERJ)
E-mail: enzobello@gmail.com
Introdução
183
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
Metodologia
Por fim, cabe destacar que os documentos não retratam fielmente os fatos
ocorridos no período da ditadura civil-militar-empresarial, notadamente porque
se referem a processos judiciais. Grande parte das arbitrariedades cometidas não
foram objeto de apuração pela ordem oficial. Assim, o seu conteúdo histórico
deve ser mensurado em um contexto que a decisão judicial, aliada da ordem
então vigente, não poderia denunciar todas as atrocidades perpetradas pelo
regime militar brasileiro.
184
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parciais
Conclusão
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CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
186
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
191
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
Metodologia
Há dois pontos em 1964 que são ausentes da crise atual que, por sua
vez, foram imprescindíveis ao golpe. O primeiro diz respeito à politização das
Forças Armadas. Já o segundo aspecto é que Goulart e seus aliados de esquerda
estavam contrariando o Congresso. Em decorrência das mudanças planejadas
para a Constituição, a fim de ampliar o poder do governo, a direita interpretou
indícios de uma escalada autoritária do governo, argumento que conquistou cre-
dibilidade devido às pressões sobre o Congresso. Resguardadas as peculiaridades
192
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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193
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob uma Ditadura Militar. Diferentemente
das experiências ditatoriais da maioria dos países da América Latina na segunda
metade do século XX, o Brasil passou por um processo de transição para a
democracia que, em larga medida, privou a população de conhecer a fundo o
que realmente ocorreu no país durante o período de exceção. Até hoje, pouco
sabemos sobre como se portaram as instituições diante do Golpe de 1964 e a
Ditadura que se instaurou em seguida.
195
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
196
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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Rupturas, Crises e Direito
199
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
Resultados da pesquisa
3 Deputado estadual durante os anos de 1955 a 1969. Secretario de Agricultura do Governo Pedro Gondim
( 1958). Deputado Federal entre os anos de 1983 a 1995. Governador da Paraíba 1995 a 2002. Senador pelo
estado da Paraíba 2003 a 2009. Novamente Governador 2009 a 2011.
4 Deputado Federal punido pelo Ato Institucional nº 5
5 Ex- Governador da Paraíba (1958/1960 e 1961 a 1966). Deputado Federal punido pelo Ato Institucional nº5
6 Deputado Federal punido pelo Ato Institucional nº 5
7 Jornal o Norte, 11 de abril de 1964, p. 05.
8 Apesar de compor a bancada governista, sua postura parlamentar foi de oposição ao regime militar.
202
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusões
203
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
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204
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
FERNANDO HONORATO
Mestre em Direto, Estado e Constituição
Universidade de Brasília – UnB
E-mail: fhlhonorato@gmail.com
Introdução
205
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
Metodologia
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
207
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
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Introdução
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Metodologia
Resultados parciais
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
211
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Dessa forma, o regime militar brasileiro empreendeu esforços para dar uma
roupagem de legalidade e legitimidade às práticas típicas de regime de exceção.
Tal fenômeno é denominado legalidade autoritária e destaca-se pela manipulação
dos instrumentos do sistema jurídico, com a finalidade de respaldar as atividades
213
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
Metodologia
Conclusão
Como destaca Pierre Bourdieu, “os discursos não são apenas [...] signos
destinados a serem compreendidos, decifrados; são também [...] signos de auto-
ridade a serem acreditados e obedecidos” (BOURDIEU, 2008, p. 55).
214
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
Metodologia
218
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parciais
219
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
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Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
Metodologia
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados da pesquisa
223
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
havia uma hegemonia que controlasse todo o processo, de modo que o fervor
social foi canalizado para o Congresso Nacional e as demandas foram negociadas.
Conclusão
40 TEROL, José Manuel Barrio. Insurgencia y represión. Acerca de la teoría de los dos demonios. In: Historia
Actual On Line, n. 8, 2005, p. 91-104.
224
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
e isso foi desafiado pelos estados mais ricos em vários níveis, e isso foi feito de
uma forma que corroeu a estabilidade democrática no Brasil.
228
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Além disso, o estado de São Paulo, o maior parque industrial do país, vem
perdendo participação na produção industrial brasileira. Embora seja responsável
por 29,8% de tudo o que é produzido pelo setor no Brasil, a participação do
estado perdeu peso no Produto Interno Bruto industrial (PIB) (Confederação
Nacional da Indústria 2014: p. 182).
229
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
manter sua população, começaram a receber de volta aqueles que deixaram seus
estados para o centro-sul do país, que já não atrai mais os nordestinos (G1 2011).
230
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Com todo esse background, São Paulo respondeu politicamente com força
à reeleição e ao governo de Roussef, elevando o nível de “antipetismo” naquele
estado, causando uma crise política e comprometendo a estabilidade da demo-
cracia brasileira (Zanatta 2015). A mesma interpretação do grande quadro aqui
colocado, mas percebendo que a estabilidade democrática foi posta em perigo
231
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
232
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Resultados da pesquisa
239
CARDENO DE RESUMOS – Crises constitucionais na História do Brasil República
Referências bibliográficas
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240
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
241
RESUMOS
THIAGO FERRARE
Mestre em Teoria e Filosofia do Direito – UERJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro –UFRJ
1 Paul Gilroy se vale da ideia de sincronização quando faz referência ao fato de que a história da colonização
foi experienciada a partir de perspectivas distintas e igualmente valiosas. A história sincronizada anula a variedade
de perspectivas em favor da universalização violenta de uma delas. A ilustrar esse ponto, veja-se o seguinte
trecho: “[...] não pode haver nenhuma reciprocidade na plantation fora das possibilidades de rebelião e suicídio,
fuga e luto silencioso, e certamente não há nenhum unidade de discurso para mediar a razão comunicativa.
Em muitos aspectos, os habitantes da plantation vivem de modo assíncrono” (GILROY, 2012, p. 129).
245
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Uma incursão pela obra de Paul Gilroy nos ajuda a evidenciar a insufi-
ciência dessa dicotomia. Com o objetivo de livrar-se de naturalizações, o autor
demarca o seu ponto de partida crítico: “não tomemos nada como pressuposto”
(GILROY, 2012, p. 237). Esse imperativo se concretiza na intenção de reconstruir a
história da modernidade política desde uma perspectiva que, embora tenha sido
silenciada, a constitui. Tal perspectiva tem a ver com a memória da escravidão. O
silenciamento sobre a experiência da escravidão é o pressuposto do qual Gilroy
pretende se livrar, de modo que sua construção teórica deve ser vista como um
típico trabalho de trazer à luz as contradições do pensamento hegemônico; um
típico trabalho de teoria crítica, portanto.
Dentro desse contexto, a obra de Gilroy articula as duas teses que guiam sua
investigação teórica pela produtividade crítica da memória dos povos da diáspora
africana: em primeiro lugar, defende que a escravidão dos povos africanos é uma
dimensão constitutiva da modernidade euro-americana; em segundo, sustenta que
é inocente a teoria política que se constrói sem ter em vista a complexidade das
experiências de liberdade próprias aos povos que compartilham a memória do
mundo atlântico negro2. Tais questões apontam que a teoria crítica hegemônica
e as respectivas narrativas sobre a modernidade são unilaterais na compreensão
dos sentidos que o ocidente atribui para à experiência de liberdade.
247
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Referências bibliográficas
BUCK-MORSS, Susan. Hegel, Haiti and universal reason. Pittsburgh: University of
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Sperber e Paulo Astor Soethe. São Paulo: Loyola, 2002.
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Nascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
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248
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
249
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Metodologia
Resultados
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusões
251
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
253
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Conclusão
255
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
RODRIGO GOMES
Mestrando em Direito
Universidade de Brasília (UnB)
E-mail: rodrigoportelag@gmail.com
Introdução
6 A ação tramita desde 2004 e foi ajuizada a época pelo então Partido da Frente Liberal (PFL), atualmente
Democratas (DEM), questiona a constitucionalidade do Decreto nº 4.887/2003 dispositivo que regulamenta o art.
68 do ADCT, portanto, o procedimento de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação
das terras ocupadas por comunidades remanescentes de quilombos. A disputa principal está na ampliação ou
limitação do alcance do dispositivo constitucional. A tese dos autores da ação é delimitar que a Constituição
reconheceu apenas as posses das terras ocupadas por comunidades remanescentes de quilombos e exercidas
de forma mansa no período compreendido entre 1888 e 1988, tese que ficou cunhada por marco temporal.
7 Para fins de exemplificação destaca-se a compreensão de quilombo acionada pelo Ministro Relator da ADI
nº 3239 Cezar Peluso “é seguro afirmar que, para os propósitos do art. 68 do ADCT, o constituinte optou pela
acepção histórica, que é conhecida de toda a gente. Dos Dicionários da língua portuguesa, Aurélio Século XXI e
Houaiss, retiram-se as seguintes definições, respectivamente: ‘Esconderijo, aldeia, cidade ou conjunto de povoações
em que se abrigavam escravos fugidos. A palavra 'quilombo' teria o destino de ser usada com várias acepções, a
mais famosa delas a de habitação de escravos fugidos, em Angola, e a desses refúgios e dos estados que deles
surgiram no Brasil.’; ‘Local escondido, geralmente no mato, onde se abrigavam escravos fugidos; 2. povoação
fortificada de negros fugidos do cativeiro, dotada de divisões e organização’.” (Voto do Min. Rel. Cezar Peluso
ADI 3239, p. 39).
257
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Metodologia
8 Nesse sentido, pode-se citar a compreensão do Ministro Relator da ADI nº 3239 Cezar Peluso “os respei-
táveis trabalhos desenvolvidos por juristas e antropólogos, que pretendem ampliar e modernizar o conceito
de quilombos, guardam natureza metajurídica e por isso não têm, nem deveriam ter, compromisso com o
sentido que apreendo ao texto constitucional. É que tais trabalhos, os quais denotam avanços dignos de nota
no campo das ciências políticas, sociais e antropológicas, não estão inibidos ou contidos por limitações de
nenhuma ordem, quando o legislador constituinte, é inegável, as impôs de modo textual. Não é por outra razão
que o artigo 68 do ADCT alcança apenas certa categoria de pessoas, dentre outras tantas que, por variados
critérios, poderiam ser identificadas como “quilombolas”. Isso explica, aliás, a inserção desse dispositivo no Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias” (Voto do Min. Rel. Cezar Peluso ADI 3239, p. 39).
258
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados
Conclusão
259
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
MATTOS, 2009; 2013; NASCIMENTO, 2007; REIS, 1995; REIS e GOMES, 1996). Este
movimento está atrelado à própria aprovação do art. 68 do ADCT, na medida
em que sua inscrição no texto constitucional permite uma abertura e revisão
crítica da própria hermenêutica constitucional. Pois, refere-se a sujeitos que nunca
haviam sido incluídos como titulares de direitos, e a CF/88, particularmente este
artigo, retoma o momento histórico da escravidão, evidenciando que as relações
raciais constituem um problema constitucional a ser enfrentado. Assim, o art.
68 do ADCT é um dispositivo inovador, pois possibilita evidenciar a latência e
centralidade das tensões raciais na história brasileira e permite confrontar que
tipo de narrativa prepondera nos discursos dos juristas a respeito da realidade
passada e presente de desigualdade racial.
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as ações dos negros não se tratavam de mera reação ao regime ou algo esquemático, mas uma complexa inte-
ração com o processo histórico em que se inseria, inclusive provocando transformações ao regime – disputas,
negociações, sociabilidades etc.
260
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
NASCIMENTO, B. Negro e racismo. In: RATTS, Alex. “Eu sou atlântica: sobre a
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261
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
10 Ubuntu and its socio-moral Significance. MUNYAKA, Mluleki; MOTLHABI, Mokgethi. University of KwaZulu-
Natal Press, 2009.
263
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
ngumntu ngabany’ abantu”, ou, por sua vez, em Sotho: “motho ke motho ka batho
ba babang”. Ambos significam que “uma pessoa só é uma pessoa por meio de
outras pessoas”. Ou, mais curto ainda: eu sou, porque nós somos.
Metodologia
264
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Pesquisa
Conclusão
265
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Referências
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266
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
A INFLUÊNCIA DO PAN-AFRICANISMO
NA CONSTRUÇÃO
DO MODELO DE REGIONALISMO AFRICANO
Introdução
Esta pesquisa não tem como foco a análise detalhada de cada um desses
blocos, mas sim verificar que o fato dos movimentos de integração ocorridos no
continente africano no último século contarem com uma robusta base ideológica
267
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Metodologia
Resultados parciais
Conclusão
268
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Diante disso, esta pesquisa pretende ensejar a reflexão sobre os reais pro-
blemas que impedem o desenvolvimento pleno do continente africano, refletindo
sobre soluções a partir da própria cosmovisão e filosofia dos povos africanos, sem
esquecer, ao mesmo tempo, de colher os valiosos aprendizados que podemos
retirar da experiência africana, que como todo processo de integração, é permeada
por avanços e retrocessos. Fugindo da análise maniqueísta que busca apenas por
fracassos ou sucessos, esta pesquisa pretende analisar o regionalismo africano em
todas as suas complexas matizes.
Referências bibligráficas
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Universidade Federal de Santa Catarina, 2007.
269
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
A PARTICIPAÇÃO DO MOVIMENTO
DE TRABALHADORAS DOMÉSTICAS NA
ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE DE 1988
Introdução
11 “Art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando for em cada caso, expressamente
determinado em contrário, não se aplicam: a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral,
os que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas”.
271
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Metodologia
272
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
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CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
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274
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
GUILHERME RICKEN
Doutorando em Direito na Universidade de São Paulo – USP
E-mail: ricken@usp.br
275
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
276
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
278
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
279
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Em poucas linhas, é este o contexto que circunda o objeto: nas duas pri-
meiras décadas dos 1900, uma atmosfera de modernização paira sobre os centros
urbanos brasileiros, e desta não escapará Salvador (FERNANDES E GOMES, 1992;
PINHEIRO, 2011). Os valores arquitetônicos e urbanísticos acompanham os ideais
mais profundos do higienismo e do projeto nacional pautado pelo branqueamento
(HOFBAUER, 2006; JACINO, 2008). Não por acaso, são os territórios negros os
primeiros espaços a sofrerem diretamente as contradições das expulsões motivadas
pelo afã de modernizar a cidade (ROLNIK, 1989).
280
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
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281
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
282
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
GABRIELA BARRETTO DE SÁ
Doutoranda em Direito - “Constituição e Democracia” Universidade de Brasília (UnB).
Mestra em Direito - “Teoria, Filosofia e História do Direito” Universidade Fcderal de Santa Catarina (UFSC/2014).
Professora Auxiliar do curso de Direito da Universidade do Estado da Bahia (UNEB/Campus III).
E-mail: gabrielabsa@gmail.com
Introdução
283
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Metodologia
284
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
285
CARDENO DE RESUMOS – Cultura Jurídica e Diáspora Africana
Conclusão
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286
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
287
RESUMOS
HISTÓRIA CONSTITUCIONAL
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
A TOLERÂNCIA E AS LIBERDADES
DAS RELIGIÕES SOB A ÓTICA
DA TEORIA CRÍTICA HISTÓRICO-CONSTRUTIVISTA
DOS DIREITOS HUMANOS
BRENNER T. ROCHA
Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo
Mestrando em Direito pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
E-mail: brenner.toledo@gmail.com
Introdução
291
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
Resultados parciais
292
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
293
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Conclusão
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294
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
295
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
297
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
298
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
Referências bibliográficas
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
A INSTRUMENTALIZAÇÃO DA FÉ PARA
A PROPAGAÇÃO DE UMA IDÉIA SEBASTIANISTA
DE CONSTITUIÇÃO NO LIMIAR
DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Resumo
301
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
302
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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303
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
305
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Resultados
O CONSTITUCIONALISMO ESTADUAL
306
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
307
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
O mesmo ocorre com os capítulos sobre o Poder Judiciário, com uma delimitação
estrutural próxima a idêntica, com algumas peculiaridades entre si.
Conclusão
Referências bibliográficas
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1 Art. 4º - Aos nacionais e estrangeiros residentes no território do Estado é garantida a inviolabilidade dos
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a Constituição Federal.
308
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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309
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
PRISCILA, P. P. GONÇALVES
Universidade Federal Fluminense (UFF)
E-mail: priscilapetereit@id.uff.br
Introdução
311
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Fontes da Pesquisa
312
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Outro ponto destacado pelo autor é que 85% dos lucros da atividade
comercial do país não ficavam no país, ou seja, os fretes de navegação, os lucros
e dividendos de bancos, de empresas, de seguros de toda espécie, de aluguéis
de prédios, tudo em larga escala saia do excesso do valor da produção agrícola
em comparação ao valor da importação. (CORRÊA, 1980 [1903]: 09) É neste
sentido, que o mesmo defendia um conjunto de providências que obedecessem
uma política profundamente nacional.
Sem um plano geral, systematico e persistentemente executado por largos
annos e que obedeça á preocupação de desenvolver as nossas fontes
de produção, melhorar os nossos portos, amparar e proteger as nossas
industrias, diminuir ou suprimir os direitos de exportação e nacionalizar
uma grande parte dos lucros que o exercício da atividade comercial e
industrial vae creando entre nós, impossível será dar solução ao problema
econômico.
Continuaremos fatalmente a ser o que somos e o que temos sido – uma
colônia – de tempos a tempos agitada e perturbada por crises que irão
desmoronando a fortuna pública e particular. (CORRÊA, 1980 [1903]: 10)
Por sua vez, para o autor, havia duas medidas vitais a serem implementa-
das para a saída da crise econômica instaurada na República: (i) a abolição dos
impostos interestaduais; e (ii) a revisão constitucional no sentido de uma mais
racional e lógica discriminação das rendas, fixada na Constituição Federal de 1891.
313
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Conclusão
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314
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
315
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
Além das dos argumentos exarados pelos Constituintes, será dada especial
atenção à audiência pública de autoridades acadêmicas convidadas a proferir
discurso sobre parlamentarismo e presidencialismo. O objetivo será a observância
de termos e definições usados e que influenciaram a decisão das subcomissões
pela manutenção do sistema presidencialista. Entre as autoridades ouvidas estão
Miguel Reale, Miguel Reale Junior, Luiz Pinto Ferreira, Sérgio Rezende de Barros
e César Saldanha.
Resultados Parciais
316
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
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317
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
319
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
Resultados Provisórios
Esse período é, portanto, o que mais nos interessa, até mesmo pela pro-
posta de trabalho Considerável é denotar que o governo Vargas foi marcantemente
contencioso em relação aos imigrantes quando comparado com os precedentes,
sejam eles, o Império e a República, além disso, é possível perceber variações
quanto a referida restrição no período Vargas, visto que, não foi uma restrição
contínua e homogênea, ao contrário, decorre de particularidades políticas, sociais
e econômicas de cada momento do governo de Getúlio, porém, todas dotadas
de caráter selecionador no que se refere a raça e origem.
320
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
Referências Bibliográficas
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321
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
LETICIA VITA
Doctora en Derecho Político, Profesora Adjunta con Dedicación Exclusiva de Teoría del Estado,
Facultad de Derecho, Universidad de Buenos Aires, (UBA) Argentina.
Investigadora del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET), Argentina.
Investigadora Permanente del Instituto de Investigaciones A. L. Gioja,
Facultad Derecho, Universidad de Buenos Aires (UBA), Argentina.
E-mail: ljvita@derecho.uba.ar
Introducción
323
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
constitucionales de 1949. Para lograr este objetivo general nos hemos propues-
to como objetivos específicos: (i) caracterizar el “horizonte de sentido jurídico”
desde el cual se redactó la Constitución de 1949; (ii) reconstruir el sentido y el
uso de los conceptos de “Estado”, de “derecho/s” y de “igualdad” presentes en el
texto constitucional de 1949, (iii) comparar las características de la vía argentina
al constitucionalismo social con la vía “clásica” del Constitucionalismo social de
Weimar a fin de identificar continuidades y rupturas del discurso jurídico.
Metodología
324
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados preliminares
325
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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326
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
327
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
tronaram cristãos sob a batuta de seu bispo Ulfila, embora na heresia ariana. As-
sim, quando se fixaram dentro do Império, já eram cristãos e bastante latinizados.
328
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
publicou seu Codex Revisus, do qual nenhum exemplar nos chegou às mãos, senão
por menções em leis posteriores. Dito código teria alterado alguns dispositivos
do Código de Eurico, o que leva a crer que só se aplicava aos godos, tal qual
a lei revogada. Importante é lembrar que o Codex Revisus aboliu a proibição
de casamentos entre godos e romanos, vedação essa já existente no código de
Teodósio e no Breviário de Alarico. Diante disso, muitos entendem que o Codex
Revisus já tivesse aplicação territorial, pois não faria sentido tal matéria se destinar
tão somente aos godos.
329
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Referências bibliográficas
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Rupturas, Crises e Direito
331
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
335
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
336
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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337
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
338
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
NO SISTEMA EDUCATIVO
E A HISTÓRIA CONSTITUCIONAL
AUGUSTO RIGHI
Universidade Federal Fluminense (UFF)
E-mail: augustotr82@gmail.com
Introdução
339
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
340
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Mas, além dos eventos expostos até aqui, outros mais recentes, como
a emenda constitucional 59/2009 - que insere o termo “Sistema Nacional de
Educação”, dando a idéia de que existe só um sistema e não sistemas (munici-
pal, estadual e federal) -, precisam ser estudados para entender o fim das atuais
reformas e como eles se relacionam com a história constitucional brasileira.
341
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Conclusão
7 https://youtu.be/_3MkmQsyRzM?t=6388
342
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
8 Referência à introdução escrita por Gilles Deleuze ao livro a Polícia das Famílias de Jacques Donzelot, no
qual apresenta uma cartografia acerca desse novo elemento que é o social. Nesta apresentação Gilles Deleuze
afirma que: “O setor social não se confunde com o setor judiciário, ainda que lhe proporcione novas extensões.
Donzelot mostrará que o social também não se confunde com o setor econômico, pois inventa precisamente
toda uma economia social e recorta a distinção entre ricos e pobres em novas bases. Nem se confunde com
o setor público ou com o setor privado pois induz, ao contrário, uma nova figura híbrida de público e privado,
produzindo ele mesmo uma repartição, um entrelaçamento original entre as intervenções do Estado e seus
recuos, entre seus encargos e desencargos. Não se trata absolutamente de saber se existe uma mistificação do
social, nem que ideologia ele exprime”. (Deleuze, 1986, p. 02).
9 Na Europa, especialmente na França, a questão social emerge e passa a ser um problema para o Estado a
partir do século XVIII. No Brasil, o problema somente passará a ser enfrentado de maneira mais sistematizada a
partir de 1930 com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Para uma retomada desse tema ver French (2006).
343
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Diante disso, afirma-se que foi reformulada toda uma antropologia acerca
do povo brasileiro não mais centrada na negatividade. Ao contrário, a partir daquele
momento a viabilidade do povo era reelaborada a partir de signos pautados por
uma positividade, na medida em que agora esse mesmo povo era considerado
ator imprescindível no processo de construção de um Estado moderno, indus-
trializado, urbanizado, com uma estrutura burocrática bem organizada e capaz
de gerir a nova gama de atribuições assumidas. Ou seja, era necessário “criar”
um povo adequado a um Estado que fosse capaz de se integrar e competir no
mercado mundial que emergia transformado após a crise de 1929. E a tarefa de
(re)construção nacional iniciada na Era Vargas ocorrerá no momento em que os
Estados, grosso modo, tornam-se mediadores dos conflitos gerados pela luta de
classes, ou em outros termos, da tensão existente entre capital e trabalho.
344
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Resultados
345
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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346
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
RESPONSABILIDADE POLÍTICA:
CRIMES DE RESPONSABILIDADE
NA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL
DO DIREITO BRASILEIRO
Introdução
347
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
Resultados da pesquisa
Conclusão
348
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
351
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Esse tipo de fonte, ademais, não combina com qualquer metodologia, sendo
imprescindível eleger uma que se adapte às características de um material local,
episódico e repleto de detalhes sintomáticos. Daí a escolha do método indiciário
de Ginzburg (1989), que se adapta bem aos pareceres anônimos de João Gomes
e à imprensa diária curitibana, pois privilegia o particular para compreender o
geral, e as fontes menores em detrimento das grandes fontes. O historiador deve
353
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Resultados
Conclusão
Fontes
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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355
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Este artigo procura esboçar algumas relações entre direito e política, es-
pecialmente no que concerne ao papel do Poder Judiciário, na tentativa de criar
caminhos para compreender as particularidades do caso brasileiro, em especial
com relação à teoria neoconstitucionalista. Levando em consideração o caráter
instrumental do direito para fins políticos apontados nos textos selecionados,
chegou-se à conclusão de que o direito no Brasil tem servido também como
instrumento político por parte do Poder Judiciário sob a égide da teoria neo-
constitucionalista.
Metodologia
Resultados
357
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
estudar as condições fáticas e teóricas dos sistemas jurídicos. Uma das áreas que
é evidentemente atravessada por tal problemática é a do Direito Constitucional.
358
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
Referências bibliográficas
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11 Nesse sentido, é significativa a fala de Paulo Bonavides, segundo o qual “A época constitucional que vivemos
é a dos direitos fundamentais que sucede a época da separação de poderes.” (BONAVIDES, 2004, p. 127).
12 Os direitos sociais trazidos pela Constituição de 88 (para além do modelo liberal-clássico, trouxe em si
garantias à saúde, previdência, etc.), apesar de terem rompido com um suposto “formalismo estabilizador da
esfera jurídica ditatorial”, “fez criar nichos de juridicidade e de conquistas sociais específicos, não necessariamente
paralelos nem atrelados a mudanças jurídico-político-sociais da redemocratização brasileira” (MASCARO, 2008,
p. 171). Isso porque, apesar de ter havido uma mudança significativa na esfera jurídica, na esfera político-insti-
tucional permaneceram resquícios do período de Ditadura e do próprio coronelismo, tendo em vista a pouca
alteração no que se refere à hegemonia político-econômica do país.
359
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
360
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
THIAGO BURCKHART
Mestrando no Programa de Pós-graduação
em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina – PPGD/UFSC – Bolsista Capes
E-mail: thiago.burckhart@outlook.com
SUELLEN MOURA
Mestranda no Programa de Pós-graduação
em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina – PPGD/UFSC – Bolsista Capes
E-mail: spmoura14@gmail.com
361
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
362
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
363
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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30 EMENDA PE00026·1/EMENDA 1P20693·6. Ibidem.
31 EMENDA PEOOO21·1/EMENDA 1P2070S-3; EMENDA PE00022-9/EMENDA 1P20716-9; EMENDA PE000056-
3/EMENDA 1P20738·0; EMENDA PE000063-6/EMENDA 1P20743-6. Ibidem.
32 Cfe. MICHILES, Carlos. Cidadão constituinte: a saga das emendas populares. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
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365
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
No livro “Reading Law”, Antonin Scalia afirma ser uma falácia a ideia de
que a finalidade da interpretação constitucional é encontrar a justiça (2012, p. 347).
Já o Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal brasileiro, percebeu a
complexidade da pergunta. No voto proferido na Ação Direta de Inconstitucio-
nalidade 3.937, afirmou que o julgador, primeiro, “busca nas convicções íntimas,
na formação humanística, enfim, na cosmovisão que possui, a resposta que mais
lhe afigure mais correta e justa”, e, depois, procura no ordenamento jurídico a
base legal para fundamentar a decisão.
367
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
368
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
371
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
372
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
PEDRO PEREIRA
Programa de Pós-graduação em Direito – UFRGS
E-mail: pedropfpereira@gmail.com
Introdução
375
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
376
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Aspectos metodológicos
377
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
381
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
382
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
383
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Conclusão
384
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
387
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
389
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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Conclusão
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
393
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
394
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Por fim, textos de jornais sempre são fontes importantes para se medir a
circulação de ideias. Nesse sentido, jornais cariocas, mineiros e paulistas do período
foram investigados, no sentido de medir as reações dos estados que perderiam
autonomia para desenhar seus sistemas de educação a partir da centralização
empreendida pelo governo Vargas.
Resultados parciais
395
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
De outro lado, certos grupos viam com maior desconfiança essa maior
responsabilidade da União na área educacional. A Associação Brasileira de Educação,
por exemplo, foi contra a repartição de competências no campo da educação na
Constituição de 1934. Anísio Teixeira, assumindo certa liderança na Associação,
reclamou especialmente do casuísmo das decisões, dizendo que faltou ao cons-
tituinte pensar um “sistema” de educação. Para ele, a Constituição não deixava
claro qual papel a União deveria desempenhar. No entanto, a própria posição do
Anísio Teixeira possuía, em certa medida, um caráter “casuísta”, uma vez que ele
era o Secretário de Educação do Distrito Federal e buscava obter maior controle
das esferas de ensino na capital.
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e no desenvolvimento dos sistemas educativos.
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397
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
A pouco mais de um para o pleito que decidirá que será o próximo Pre-
sidente da Reública, Jair Bolsonaro, militar da reserva, deputado federal pelo PSC
(Partido Social Cristão) do Rio de Janeiro, de retórica marcada pela intolerância,
surge como possível candidato.
399
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Metodologia
400
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
O presente estudo abre espaço para outras abordagens, uma vez que, no
Brasil, há uma tendência a busca pelo governo forte centralizado como solução
a problemas de ordem moral, sem medição das consequências, em termos
antidemocráticos, como se percebe atualmente na midiatização da Operação
Lava Jato e na manipulação sobre a opinião pública que resultou o processo de
impeachment contra Dilma Rousseff e o surgimento de Jairo Bolsonaro como
possível candidato à Presidência da República.
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
403
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
institucional. O novo governo revela, assim, em sua gênese, uma tensão entre
legalidade e legitimidade e o questionamento acerca do fundamento capaz de
sustentar o governo de Vargas e sua nova ordem. Se o episódio da Revolução
contribui para a criação de uma imagem capaz de imprimir legitimidade ao go-
verno de transição, inaugurado a fase do governo provisório em que se observam
mudanças bastante significativas, episódios futuros como a insurreição paulista de
1932, algumas revoltas tenentistas e o surgimento da Aliança Nacional Libertadora,
questionam sua legalidade e forçam o governo a acelerar a convocação de uma
Assembleia Constituinte.
Discussões e Método
404
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados e Conclusões
405
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
406
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
409
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
410
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
seu término no ano de 1934, ano em que foi promulgada a Constituição dos
Estados Unidos do Brasil que positivou a teoria da eugenia em seu texto.
37 O objetivo da visita ao hospital psiquiátrico era consultar a ficha de pacientes internados no local dos anos
estabelecidos no recorte temporal da pesquisa em andamento [1920-1934]. Entretanto, de acordo com as regras
do Ministério da Saúde, estão disponíveis para consulta apenas as fichas dos pacientes cuja data da internação
ocorreu há 100 [cem] anos, ou seja, a data limite ao momento da consulta seriam as fichas de 1916, o que
não atenderia aos propósitos do estudo.
38 FONSECA, Ricardo Marcelo. Introdução teórica à História do Direito. 1ª ed. Curitiba: Juruá, 2012. p. 26-27.
411
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
39 Ibid.,p. 14.
40 Id.
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
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FIGUEIREDO DE , C. Novo Diccinário da língua portuguesa. V. 1, Lisboa: livraria
clássica editora. 1913.
Observação: Tendo em vista que o trabalho foi feito com extensa pesquisa em
fontes primárias, apenas algumas foram elencadas nas referências bibliográficas.
413
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Rupturas, Crises e Direito
415
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Assim, o HC 3513 veio a ser negado pelo STF. A ordem foi dada em
outro caso, o HC 3513A, em que um deputado estadual da Bahia foi preso no
Distrito Federal por força do estado de sítio. O HC 3527 resultou na declaração
de incompetência do STF para conferir a ordem, embora sob os protestos do
ministro Pedro Lessa contra o relator Amaro Cavalcanti. O HC 3528, motivado
pela prisão de Leonidas Rezende, diretor do jornal O Imparcial, foi também ne-
gado. O relator, ministro Pedro Lessa, era o único que concedia a ordem, fazendo
registrar que a negaria entretanto se o estado de sítio fosse constitucional. O
HC 3536 era impetrado por Rui Barbosa em seu próprio favor, para garantir a
publicação de seus discursos parlamentares no jornal O Imparcial, o que fora
proibido pelo Chefe de Polícia por ter sido o estado de sítio estendido por 6
meses, até 30.10.1914. A ordem foi concedida, sob os protestos de Godofredo
Xavier da Cunha pelo respeito à separação e independência de poderes. Já no
HC 3539 foi negada a ordem pedida por Rui Barbosa para todos os profissionais
jornalísticos de O Imparcial, Correio da Manhã, A Época, A Noite e A Careta. No
RHC 3542 o juiz federal de primeira instância concedera uma ordem a deputado
estadual do Ceará, mas a decisão foi reformada pelo STF. O mesmo paciente, o
1º tenente do Exército Augusto Corrêa Lima, impetrou novos habeas corpus:
o 3545 sequer foi conhecido, e o 3548 foi concedido mediante o cômputo do
voto de minerva pelo presidente Hermínio do Espírito Santo.
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Rupturas, Crises e Direito
CONSTITUCIONALISMO E AUTORITARISMO
NO BRASIL: O ETERNO RETORNO
Introdução
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Resultados esperados
41 O autor da “História da História do Brasil” escreve a respeito de Vianna : a “sua historiografia - que tem
hoje novos e afamados cultores... – pretende usar o passado para orientação política do presente. Foi isso
que fez Oliveira Vianna e com um êxito inigualado no Brasil. Ele é o responsável intelectual pelo movimento
estado-novista de 1937, de inspiração nazifascista, e pela contra-revolução de 1964, generalismo presidencial de
caráter autoritário e repressivo.” Rodrigues, 1985:03. Em outra passagem, com a sua maneira peculiar de atribuir
adjetivações, trata de vincular expressamente a doutrina de Vianna à linha de pensamento político em que
figuram Francisco de Campos e Golbery do Couto e Silva. É “...Oliveira Vianna o maior ultra-conservador político
que o Brasil produziu em todos os tempos e, ainda que se considere Francisco Campos e Santiago Dantas, este
na sua fase integralista, nenhum deles sequer se aproxima da consciência social e política de Oliveira Vianna,
pai espiritual de tudo o que nasce daí em diante de mais reacionário, como 1930, com seu autoritarismo,
desapreço pela legalidade democrática e garantias individuais (1937), com Francisco Campos e seu Estado
Novo, construindo, representando o grande retrocesso político brasileiro e, finalmente, o modelo máximo, o
exemplo perfeito, que vários militares, principalmente Golbery do Couto e Silva, seguem, e convencem a que
sigam seus companheiros de armas, o de um regime militar, ilegítimo, abusivo...que resultou na sua execução
por vinte nefastos anos. Rodrigues, 1985:08. Também no sentido de destacar a relevância intelectual de Vianna,
salientamos Vasconcelos Torres lembrando que “Muitas das suas idéias, posteriormente, tiveram aceitação e
foram incluídas nas Constituições de 1934, 1937 e 1946”. Torres, 1956:146.
420
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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421
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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Rupturas, Crises e Direito
corpo social, sendo esta a inversão social financeira do orçamento castilhista. Neste
período, constatou-se que algumas profissões já começavam a entrar em declínio
ao passo que a industrialização tomava um contorno muito mais acentuado.
Lamentavelmente, não há menção de levantamento de exportação-importação
e também de receita e despesa no boletim deste ano.
Conclusão
Referências bibliográficas
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução:
427
CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
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Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – História Constitucional
Resultados/Conclusão
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Rupturas, Crises e Direito
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RESUMOS
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – História, gênero e direito: rupturas e permanências
Metodologia
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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437
CARDENO DE RESUMOS – História, gênero e direito: rupturas e permanências
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438
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – História, gênero e direito: rupturas e permanências
Metodologia
Resultados parciais
440
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Rupturas, Crises e Direito
profissão era um privilégio dos homens, que, além disso, sempre contaram com
plenos direitos de cidadania proporcionados pelo estado-nação. Os seminários e
as pesquisas em arquivos (práticas que, no final do século XIX, proporcionaram a
ascensão da história científica) também eram espaços reservados, exclusivamente,
aos homens. Segundo Ana Maria D’Ávila Lopes et al (2008), o fato de o homem
ter, por muito tempo, dominado o espaço público e, também, o privado, colocava
as mulheres em um segundo plano na sociedade. Assim, sendo representantes
do poder econômico, político e social, os homens passaram a formular não ape-
nas normas sociais, mas normas jurídicas que colocam a mulher numa posição
desprivilegiada em relação ao reconhecimento e ao exercício de seus direitos.
Tanto em Portugal como no Brasil, a mulher conquistou tardiamente o direito
de escolarizar-se. Desde as últimas décadas do século XIX até a I Guerra Mundial,
instaura-se um processo, desencadeado na Europa, de acesso à instrução. Em
diferentes países da Europa, o número de professores aumentou até treze vezes.
As transformações econômicas, o desenvolvimento das cidades e as inovações
tecnológicas proporcionaram um aumento do trabalho assalariado feminino. Com
o declínio do emprego doméstico, as mulheres tiveram mais possibilidades de
trabalho fora de casa, como em fábricas, lojas e escritórios. O exercício dessas
funções exigia das mulheres um nível de instrução diferente do que apresentavam
até então (HOBSBAWN, 2002). Aqueles que defendiam a participação feminina
nas universidades valiam-se de exemplos de outros países, principalmente os Es-
tados Unidos. Ficou célebre na imprensa, por exemplo, a brasileira Maria Augusta
Generosa Estrela, que se formou em medicina na faculdade de Nova York, e veio
a tornar-se a primeira médica brasileira. No entanto, a sociedade da época não
esperava que as mulheres se destacassem em áreas tradicionalmente masculinas,
como era o caso da Ciência Jurídica (OLIVEIRA; MIALHE, 2015, p. 17). A Reforma
do Ensino Livre, também conhecida como reforma Leôncio de Carvalho, de 1879,
ficou conhecida como a modificação mais emblemática do período, baseada nos
princípios liberais que caracterizavam o Brasil da época. Instituída pelo Decreto
nº 7.247, de 19 de Abril de 1879, a reforma alterava o ensino superior em todo
o Império, determinando a alteração nos Estatutos das Faculdades de Direito
e de Medicina e da Escola Politécnica de todo o país. Os cursos voltados ao
cuidado e a assistência, tais como Medicina (desde que a “especialização” fosse
obstetrícia e ginecologia, e respeitado o limite de idade entre 18 e 30 anos,
para as mulheres), Cirurgia Dentária ou Farmácia, tinham autorização expressa
no art. 24, § 20 para a presença de mulheres, desde que a elas fossem dados
lugares separados. Diferentemente, os Cursos Jurídicos, regulamentados no art. 23
do mesmo decreto, não ostentam qualquer permissão ao ensino das mulheres,
conquanto também não o proibia. Superando preconceitos de gênero, em 1888,
algumas brasileiras já haviam concluído o curso de Direito na Faculdade de Recife,
como Maria Coelho da Silva Sobrinha, Delmira Secundina e Maria Fragoso, mas
não chegaram a exercer o ofício (provavelmente foram desestimuladas a seguir
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CARDENO DE RESUMOS – História, gênero e direito: rupturas e permanências
Conclusão (parcial)
442
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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443
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
445
CARDENO DE RESUMOS – História, gênero e direito: rupturas e permanências
a vítima. Ela foi sequestrada. Ela foi mantida por mais de 100 horas em cárcere
privado. Ela levou um tiro. Ela quem morreu.
Por que, então, Eloá não foi a protagonista dessa “trama”? Afinal, quem
matou Eloá?
446
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Resultados parciais
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CARDENO DE RESUMOS – História, gênero e direito: rupturas e permanências
cia contra a mulher é cíclica. Em paralelo, sabe-se também que o crime possui
destaque midiático e vende-se a ideia de que punir de maneira mais severa é a
resposta para a criminalidade. Estas informações, somadas à ideia que assola a
consciência brasileira de que não há “nada a fazer” equaciona em uma socieda-
de que compra o recrudescimento penal. Indo além e somando esse resultado
ao imediatismo advindo da pós-modernidade, nós, enquanto coletividade, nos
acostumamos muito rapidamente com a teoria do controle, que não nos causa
mais espanto, quiçá revolta.
Conclusão
448
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
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449
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
HELOISA BIANQUINI
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
Email: heloisa.bianquini@fgv.br
Introdução
O caso Sears, ocorrido nos EUA desde 1979 até 1986, foi um momento
paradigmático para história do feminismo, tanto como movimento político quanto
acadêmico. Para as teóricas feministas do direito, o caso foi um divisor de águas
na produção acadêmica da época relativa ao dilema entre igualdade e diferença
e marcou a transição da segunda para a terceira onda feminista.
451
CARDENO DE RESUMOS – História, gênero e direito: rupturas e permanências
Metodologia
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parciais
453
CARDENO DE RESUMOS – História, gênero e direito: rupturas e permanências
americano. Quanto ao ponto (i), a EEOC foi bastante criticada (Green, 2012) por
ter-se “deixado levar” pelo lobby feito pela NOW, que pautou muitas das escolhas
relacionadas ao caso (Zuckerman, 2008). Também foi questionado se a pressão
feita pela NOW pela limitação do caso exclusivamente a questões de gênero não
teria impulsionado a persecução de um caso visto como “natimorto” apenas por
interesses corporativistas (Zuckerman, 2008). Além disso, outros disseram que os
esforços da EEOC foram insuficientes para garantir a vitória no caso (Zuckerman,
2008). Quanto à descoberta (ii), os recursos da organização decaíram no governo
de Jimmy Carter e diminuíram drasticamente durante o governo do republicano
Reagan (1981-1989), que era marcadamente de direita e contra reivindicações de
minorias. O governo e o chefe da EEOC (apontado por Reagan) não negaram
que preferiam perder o caso, e o próprio juiz do caso (também indicado por
Reagan), demonstrou pensar o mesmo no julgamento.
Conclusão
Referências bibliográficas
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tamento de História da Universidade de Rutgers. 2008.
454
RESUMOS
Introdução
457
CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
Metodologia
Resultados parciais
458
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
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459
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
461
CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
Regresso Conservador e foi nesse contexto que surgiu, em 1841, a Lei nº 261, a
partir daqui apenas: Reforma de 1841.
O juiz de paz perdeu autoridade e jurisdição, sem dúvida, foi quem saiu
mais enfraquecido. Os juízes municipais, de órfãos e promotores públicos passariam
a ser nomeados pelo Imperador. Os primeiros deveriam ser escolhidos “dentre os
Bacharéis formados em Direito, que tenham pelo menos um ano de prática do foro
adquirida depois da formatura” (Lei n. 261, Art. 13) e poderiam “ser reconduzidos,
ou nomeados para outros lugares, por outro tanto tempo, contanto que tenham
bem servido” (Lei n. 261, Art. 15). Promotor público passou a ser um emprego
remunerado (Lei n. 261, Art. 23), a jurisdição deixou de ser o termo e passou a
ser a comarca e para a nomeação deveriam ter preferência “sempre os Bacharéis
formados, que forem idôneos” (Lei n. 261, Art. 22). Há várias intencionalidades
na Reforma, aqui vamos nos centrar no esforço evidente de instrumentalizar o
Ministério da Justiça para controlar o acesso à magistratura. Essa intenção pode
ser vista como: “as últimas pinceladas para o acabamento do novo aparato buro-
crático e centralizado de dominação monárquica [...]” (URICOECHEA, 1978: 111).
Não resta dúvida que, na letra da lei, a Reforma era uma proposta centralizadora.
Entretanto, na prática, a sua implementação deixou brechas para atuação dos
poderes locais, evidenciando seus limites.
462
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
1 Todas as citações do parágrafo são do Livro de Atas do Conselho Geral – 1832-1834. p. 32-33. AHRS.
A.9-002.
2 AHRS. B1-106. Aviso do Ministério da Justiça, enviado à presidência da província de São Pedro do Rio
Grande do Sul, em 9 de agosto de 1834.
3 Informações constantes no documento nº 763 de 31/3/1833, Fundo IJ1, Arquivo Nacional (AN).
463
CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
470
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
não pode esta inserção ser também um indício (embora pareça paradoxal, pois
o direito penal é punitivo, e não tem a função de ampliar a liberdade, mas de
restringi-la) do processo de abolição da escravatura já em curso?
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
a) Imprensa da época
475
CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
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Rupturas, Crises e Direito
–– Augusto de Lima
–– José Marianno Filho
d) Textos e doutrinas de juristas do período
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CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
Conclusão
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
5 Este trabalho apresenta resultados parciais de pesquisa subsidiária ao projeto de tese do autor.
6 O panorama é dado por MARQUESE, 2013.
7 HOLSTON, 2013, p. 155-196.
479
CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Na Consolidação das Leis Civis [1858], Teixeira de Freitas, embora não tenha
incluído a “mancha” da escravidão para fins de sistematização, explora nas suas
notas as nuances possíveis entre escravidão e liberdade a partir do instituto da
alforria. Assim, o jurista enfatiza, a partir do Direito Romano, a existência um estado
médio (estado-livre) para quem está destinado a ser livre depois de certo tempo
ou condição; mas esta condição é tal que o “estado-livre quasi em nada differe
dos outros escravos, e porisso está sujeito às mesmas penas”.14 Acompanhando
essas premissas, sendo a locação de serviços exclusiva a serviços corpóreos15 e tendo
em conta que a maior parte dos escravos engajados na construção de ferrovias
eram alforriados sob condição, podemos identificar que o estado-livre impõe
um impasse entre legalidade e tergiversação para garantia do trabalho escravo.
Por outro lado, em Trigo de Loureiro, nas Instituições de direito civil brasileiro,
podemos tomar a situação sob outro prisma jurídico. Ao comentar a condição
dos servos alheios, ou criados, em oposição aos servos próprios, ou escravos, o
jurista inclui no âmbito dos primeiros aqueles que se sujeitam às leis de locação
de serviços.16 Isso talvez remeta a questão menos para as distinções com relação
à liberdade do sujeito ao trabalho (livre-liberto-escravo), e mais para aquilo que
permite alguém assujeitar outrem. É dizer, trata-se de uma mudança de foco dos
direitos do senhor: não mais o domínio da coisa, mas o poder em relação à pessoa.17
481
CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
Referências bibliográficas
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
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CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
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CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
Referências bibligráficas
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488
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
NICOLÁS BERALDI
Universidad Nacional de Córdoba (U.N.C.)
Universidad Siglo 21.
E-mail: nicolasberaldi@hotmail.com
Introducción
El siglo XIX ha sido caracterizado por los historiadores del derecho como
un momento de intensa circulación de ideas, reglas e instituciones jurídicas. Occi-
dente, con el continente europeo a la cabeza pero conjuntamente con América
fue uno de los escenarios de este fenómeno. Instituciones y soluciones jurídicas
comenzaron a atravesar aquel espacio sin mayores restricciones.
489
CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
manera los nuevos principios jurídicos que las autoridades de ese momento
comprendían defender19.
Metodología
19 La justicia de paz junto al jurado representaba, para las elites liberales, un ideal de justicia, ya que en ella se
combinaban determinadas características: una concepción de justicia ciudadana, ejercida por pares, el ideal de
autogobierno que de alguna manera representaba, a su vez para los casos menores la justicia de paz implicaba
una justicia rápida, concisa y cercana -al menos estos elementos se encontraban formalmente en el modelo
en sí-. Si bien más centrado en el aspecto del jurado, Emmanuel Berger realiza una breve descripción sobre la
representación de ambas justicias -Justicia de paz y jurado- en aquellas elites liberales. Emmanuel Berger, “The
Criminal Jury in England and France in the Late 18th Century. Historiographical Issues and Research Perspectives
of PopularJustice”, en Émilie Delivré y Emmanuel Berger (Edts.) “Popular Justice in Europe (18th-19th centuries)”.
Bologna: Il mulino; Berlin: Duncker & Humblot, 2014. P. 71 a 88.
20 El pasaje de un orden jurisdiccional a un Estado liberal en suelo americano, se trato de un extenso pere-
grinaje, donde las instituciones judiciales tuvieron un valor preponderante en aquella construcción. De todas
formas las pervivencias de mundo jurisdiccional -heredado de la colonia- a lo largo de todo el siglo XIX fueron
una constante. Hacia finales de siglo, la emergencia de la administración pública marcará un nuevo conflicto
en el desarrollo de la construcción del Estado. Mannori Luca: “Justicia y administración entre antiguo y nuevo
régimen” en R. Romanelli (a cura di), Magistratti y potere nella storia europea, Bologna, 1997, pp. 39-65, traducido
al castellano por Alejandro Agüero y María Julia Solla.
21 Los fenómenos de circulación de ideas e instituciones a lo largo de occidente ha sido una constante en
el estudio tanto por parte de la historia de las ideas como de la historia jurídica. Para este fin se utilizaron
diferentes herramientas metodológicas, desde las ideas de “recepción” a conceptos como “trasplante legal” y
“traducción”. Para un análisis de los diferentes conceptos y herramientas metodológicas mencionadas ver: Duve,
Thomas (ed.) (2014), Entanglements in Legal History: Conceptual Approaches, Global Perspectives on Legal History,
Max Planck Institute for European Legal History Open Access Publication, Frankfurt am Main, http://dx.doi.
org/10.12946/gplh1
490
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados
La justicia de paz implicaba una toma de postura por parte de estas eli-
tes. Los análisis realizados de la estructuración de la institución en suelo europeo,
22 Para un acercamiento a esta noción ver: Lena Foljanty: “Legal Transfers as Processes of Cultural Translation:
on the Consequences of a Metaphor, (October 26, 2015). Kritische Vierteljahresschrift für Gesetzgebung und
Rechtswissenschaft, Heft 2 / 2015, S. 89-107 (Der Beitrag ist hier auf Deutsch erschienen: Rechtstransfer als kul-
turelle Übersetzung. Zur Tragweite einer Metapher) ; Max Planck Institute for European Legal History Research
Paper Series No. 2015-09. Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=2682465. Para visiones más globales del
concepto de traducción: Peter Burke, Translating histories, en Peter Burke y R. Po-Chia Hsia, “Cultural translation
in early modern Europe”, European Science Fundation, Cambridge University Press. 2007.
23 Agüero Alejandro: “Derecho local y localización del derecho en la tradición jurídica hispanica. Reflexiones
a partir del caso de Córdoba del Tucumán”. En Tau Anzoátegui, Victor, Alejandro Agüero (Coordinadores): El
derecho local en la periferia de la monarquía hispana. 1° edición-Buenos Aires: Instituto de Investigaciones de
Historia del Derecho, 2013.
24 Bandeira Galindo, George Rodrigo: “Legal transplant between time and space”, en Duve, Thomas (ed.) (2014),
Entanglements in Legal History: Conceptual Approaches, Global Perspectives on Legal History, Max Planck Institute
for European Legal History Open Access Publication, Frankfurt am Main, http://dx.doi.org/10.12946/gplh1
491
CARDENO DE RESUMOS – Direito e expansão da estatalidade
nos marcan que poseía una serie de elementos que la tornaban muy eficaz a
distintos niveles. En primer lugar la idea de defensa de derechos y garantías que
encarnaba en el sistema inglés toda forma de gobierno local. A su vez por su
condición de grandes propietarios les otorgaba una conexión necesaria entre el
poder central y el local. Por último la propia idea de justicia que encarnaban.
Una justicia rápida, sin mayores formalidades, y que tenía como fin último la
composición entre las partes.
Conclusión
492
RESUMOS
Introdução
Tal evento pode ter tomado como emblemático para análise da condi-
ção jurídica do índio na América portuguesa, uma vez que envolve uma série
de atores sociais e interesses distintos, passando por colonos, missionários e os
próprios índios.
495
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
496
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Resultados
497
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
Conclusão
O que parece perceptível é que essa classificação fora muito tênue e, por
vezes, até mesmo explorada pelos povos indígenas, como forma de conseguir
benefícios para si e seus pares, apresentando-se também como elemento ativo
nessas disputas políticas, dentro do campo jurídico.
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498
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
A liberdade não parecia poder ser contida nas terras coloniais do final
do século XVIII. A clássica fábula escrita por La Fontaine, sobre o cão e o lobo
(BILAC, 1949), é ilustrativa da mentalidade de época. O Lobo seria feliz se quisesse
deixar tudo e seguir o cão, com comida à vontade, afeto, carinho e felicidade.
Entretanto, apercebendo-se do pescoço esfolado do Cão, ouviu horrorizado que
às vezes deixavam-no amarrado e colocou-se a fugir desesperado, pois que do
Cão não sentia inveja: antes livre, mas faminto, do que gordo, mas cativo!
Talvez por isso um dos principais autores proibidos pela coroa portuguesa,
insistentemente lido, era, justamente, La Fontaine. Uma das missões da devassa era
espraiar o medo; administrá-lo (SANTOS, 1992), a fim de domar as ideias liberais,
radicalizando o sistema de repressão desenvolvido pelos ilustrados na monarquia
esclarecida (FALCON, 1986), iniciada no governo josefino. Um problema surge
desse cenário: Qual a ligação do liberalismo com os “inconfidentes cariocas” neo-
classicistas? À esse somam-se outros problemas menores. Seria uma inconfidência,
uma conjuração ou apenas um encontro intelectual? Os réus realmente liam esses
livros? Havia um projeto de ruptura com o poder monárquico lusitano? Qual a
noção de brasilidade presente nesse suposto liberalismo?
499
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
Esse grau de proximidade faz ressaltar ainda mais o controle exercido pela
monarquia portuguesa. O cenário político de Portugal da década de noventa dos
setecentos era entendido como um reflexo espelhado da administração do medo,
que, na experiência lusitana, traduzia-se em dois modos de olhar a realidade: o medo
de parte dos intelectuais e negociantes, que não consideravam mais a monarquia
ilustrada como a melhor opção política - embora não tivessem a coragem para
romper com a base colonial de exploração que olhava apenas os interesses da
Metrópole; e o medo governista, que tentava barrar as ideias liberais, domando
o monstro paradoxal (MAXWELL, 1996) que, de um lado, admitia a ilustração,
mas, de outro, negava a possibilidade de introdução de ideias que pusessem a
monarquia em risco. Em outras palavras, significava evitar, a qualquer custo, um
mal que não se pode resistir (SILVA, 1789): o mal da liberdade.
500
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Esse esboço era uma das provas contra os poetas que se encontravam
na casa de Silva Alvarenga, membros da Sociedade Literária do Rio de Janeiro.
Tal prova serviu para instrumentalizar o processo contra intelectuais que se apro-
ximavam dos autores liberais, contra os “inconfidentes cariocas”. Oficialmente, a
administração do medo tem seu início nas terras fluminenses em 11 de junho
de 1794, dia em que o conde de Resende enviou uma comunicação oficial ao
Tribunal da Relação do Rio de Janeiro, mais especificamente ao desembargador
Antônio Dinis da Cruz e Silva, a fim de dar início à devassa contra os membros
da Sociedade Literária. Entretanto, o sistema de repressão por símbolos que susci-
tasse o cenário de terror deitava raízes anteriores: o julgamento dos inconfidentes
mineiros tinha ocorrido em solo carioca, bem como a devassa referente à carta
anônima movida contra o ilustrado juiz Baltasar da Silva Lisboa - desafeto pessoal
do Conde de Resende.
Metodologia
Resultados
Conclusão
501
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
Referências bibliográficas
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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503
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
BÁRBARA BENEVIDES
Mestranda em História Social/Bolsista CAPES
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
E-mail: barbara.benevides@hotmail.com
Introdução
1 COSENTINO, F. . “Construindo o Estado do Brasil: instituições, poderes locais e poderes centrais.” In: FRA-
GOSO, J.; GOUVÊA, M. de F. . O Brasil colonial, 1443-1580. v. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014, p.521;
528.
505
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
Metodologia
506
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parciais:
Através deste estudo foi possível perceber que ao longo dos anos analisados
a normatização da pena de morte passou por alterações e adaptações concer-
nentes a quem detinha sua jurisdição, em que espaço, e em quem ela poderia
ser aplicada. Todas essas alterações acompanharam as mudanças administrativas
da colônia e corresponderam a diferentes demandas oriundas dos estágios de
ocupação do território da América portuguesa. Observamos que a partir do
final do século XVII a pena capital foi requerida por oficiais ao rei (governadores
gerais e ouvidores gerais das capitanias, ouvidores gerais das comarcas e oficiais
da Câmara) como um elemento importante para manutenção da ordem e boa
administração da justiça. Tal capacidade passou a ser concedida a nível local por
meio da constituição das Juntas de Justiça. É concebível que por conta disso a
pena de morte tenha se tornado mais “acessível” e possivelmente mais aplicável.
Podemos inferir também que a jurisdição da pena última acompanhou o de-
senvolvimento da colonização, e o estabelecimento de uma sociedade pautada
pelas hierarquias sociais característica do Antigo Regime, as distinções punitivas
515-543, jul./dez. 2015. P.518-519; SCHAUB, J. . Portugal na Monarquia Hispânica. Lisboa: Livros Horizonte, 2001,
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mínios da História: Ensaios de teoria e Metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
507
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
determinadas pela qualidade dos réus estão ali presentes. Auferimos que as auto-
ridades coloniais, no período estudado, não possuíam legalmente jurisdição para
por si só condenar à morte pessoas de maior qualidade.
Conclusão
Referências
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2011, p. 9.
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WEHLING, A.; WEHLING, M. J. . Direito de Justiça no Brasil Colonial – O Tribunal
da Relação do Rio de Janeiro (1751-1808). Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
508
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
509
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
510
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
511
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
Referencias
BEZERRA, Helga Maria Saboia. A Constituição de Cádiz de 1812. In Revista de
Informação Legislativa. Senado Federal, 2015.
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antes do advento da república. In Revista de Informação Legislativa. Brasília a. 39
n. 156 out./dez. 2002.
512
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
513
CARDENO DE RESUMOS – Direito e Justiça na América Portuguesa
Referências bibliográficas
DOCUMENTOS HISTÓRICOS. A Revolução de 1817. Vols. CI a CIX. Rio de Janeiro:
Biblioteca Nacional, 1953.
514
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
515
RESUMOS
Introdução
1 Neste sentido vide LEME, Caroline Gomes. Ditadura em Imagem e Som: trinta anos de produções cinema-
tográficas sobre o regime militar brasileiro. 1 ed. São Paulo: Editora Unesp, 2013
519
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
520
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Resultados parciais
521
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Conclusões
Referências bibliográficas
CHAIA, Miguel. Cinema & Política.1ª edição. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2015.
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crímenes cometidos por los agentes del Estado durante la última ditadura militar
en Brasil. 1ª ed. La Plata: Al Margen, 2013.
522
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
PRONER, C.; ABRÁO, P. (Org.) ; Fico, Carlos (Org.) ; MELLO, P. J. S. (Org.) ; BOI-
TEUX, L. (Org.); BERNER, V. B. (Org.) ; Moreira Filho, José Carlos (Org.) ; GENRO,
Tarso (Org.) ; GANDARA CARBALLIDO, M. E. (Org.) ; VALPUESTA FERNANDEZ,
Rosario (Org.) ; Torelly, M. (Org.) . Justiça de transição. Reparação, verdade e justiça.
Perspectivas comparadas Brasil-Espanha. 01. ed. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2013.
RANCIÈRE, Jacques. O destino das imagens. Rio de Janeiro: Contraponto, 1ª
edição, 2012.
SANTOS, Boaventura de Souza (Org.), ABRÃO, Paulo (Org.), SANTOS, Cecília M.
(Org.) e TORELLY, Marcelo D. (Org.). Repressão e memória política no contexto
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Brasília: Ministério da Justiça, Comissão da Anistia: Portugal: Universidade de
Coimbra, Centro de Estudos Sociais, 2010.
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com.puc-rio.br/media/Alceu_n15_Amancio.pdf. Acesso em 10/09/2016
BATISTA, Vanessa O. Cinema, Direito e crítica ao totalitarismo: sobre a censura
no regime militar e das marcas ideológicas do filme documentário na produção
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LEME, Caroline Gomes. A ditadura militar no Brasil em uma abordagem cinemato-
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ufba.br/wp-content/uploads/2016/03/caroline.pdf. Acesso em 08/09/2016.
MAGALHÃES, Juliana N. e BATISTA, Vanessa O. Constituição e Anistia: Uma
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discurso_do_STF_no_julgamento_da_ADPF_n._153. Acesso em 24/10/2016
SILVA, Nádia T. A produção de Direito no Cinema. Um estudo sociológi-
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C3%A1dia%20Teixeira%20Pires%20da%20Silva.pdf. Acesso em 10/09/2016.
523
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
5 SÃO PAULO (Estado). Polícia Militar do Estado de São Paulo. Quartel do Comando Geral. Relatório do
Inquérito Policial Militar. Coronel Comandante Geral Eduardo Assumpção. 9 de fevereiro de 1993. fls. 3973- 4308.
6 VILLELA, Gustavo. No dia do Massacre do Carandiru, em 92, o governo divulgou total de 8 presos mortos,
2014. Disponível em: < http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/no-dia-do-massacre-do-carandiru-em-92-go-
verno-divulgou-total-de-8-presos-mortos-12081218>. Acesso em: 02 de novembro de 2016.
525
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Metodologia
Resultados
526
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
Referências Bibliográficas
CORSI, Giancarlo. ESPOSITO, Elena. BARALDI, Claudio. Glosario sobre la teoría
social de Niklas Luhmann. México D.F.: Universidad Iberoamericana dezembro, 1996.
FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Trad.: Eduardo Jardim e
Roberto Machado. Rio de Janeiro: Nau, 2013.
LUHMANN, Niklas. O direito da sociedade. Trad.: Saulo Krieger. São Paulo: Martins
Fontes, 2016.
LUHMANN, Niklas. El Derecho de la Sociedad. Versão 5.0 de 13/01/2003. Forma-
tação Eletrônica: João P. F. D. De Vargas e Marjorie C. Marona. Texto eletrônico
fornecido pela Prof. Dra. Juliana Neuenschwander de Magalhães, 2003.
MACHADO, Maíra Rocha. FERREIRA, Luisa Moraes Abreu. MACHADO, Mar-
ta Rodriguez de Assis. Massacre do Carandiru: vinte anos sem responsabiliza-
ção. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex t&pi-
d=S0101-33002012000300001>. Acesso em 20 de Novembro de 2016.
suplemento que se presentifica o fundamento inicial ausente, tornando possível decidir o indecidível, justificar
o injustificável. (LUHMANN, Niklas. O direito da sociedade. Trad.: Saulo Krieger. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
p. 451 e ss).
9 MACHADO, Maíra Rocha. FERREIRA, Luisa Moraes Abreu. MACHADO, Marta Rodriguez de Assis. Massacre
do Carandiru: vinte anos sem responsabilização. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex
t&pid=S0101-33002012000300001>. Acesso em 20 de Novembro de 2016.
527
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
528
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
LUSMARINA GARCIA
Ma.
JULIANA NEUENSCHWANDER
PhD.
Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade Nacional de Direito da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGD/FND/UFRJ)
529
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
530
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Ricoeur afirma que é somente “no caminho da crítica histórica que a me-
mória encontra o sentido de justiça” (RICOEUR, 2007:507). Deste modo, o trabalho
de reconstrução da memória que aqui se faz, ao criticar a história das práticas
judiciárias naquilo que diz respeito à bomba da OAB e ao construir memória a
partir da experiência das vítimas, espera que uma memória justa seja comunicada.
531
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
MARCUS GIRALDES
Doutorando em direito pela PUC/Rio
Email: marcusvgs@yahoo.com.br
Introdução
533
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
534
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Metodologia
Resultados parciais
535
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
SÁVIO MELLO
Graduando na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: saviosmmello@hotmail.com
537
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Mas, se o conto se passa no século XVI, por que se escreveu, até aqui,
sobre a Idade Média? Porque a transição para a Modernidade foi gradativa e lenta.
538
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Almeja-se, por fim, que a postura de pesquisar mais de uma fonte bi-
bliográfica, pertencentes a campos diferentes do conhecimento, não cesse em
nossos estudos. Separar o conhecimento é ignorar uma parte do saber, sendo
que, a um bom jurista, compete convergir zetética, literatura e, sobretudo, cultura.
539
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Referencias bibliográficas
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. O Direito como objeto do conhecimento: perfil
histórico in Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Atlas, 2000.
GROSSI, Paolo. A ordem jurídica medieval. São Paulo: Martins Fontes, 2014. pp.
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NEUENSCHWANDER MAGALHÃES, Juliana. “’Ius’ e “Potestas”: a aproximação
semântica e estrutural de Direito e Política. In: A Formação do Conceito de Direitos
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NEUENSCHWANDER MAGALHÃES, Juliana; PIRES, Nádia; MENDES, Gabriel; CHA-
VES, Felipe; LIMA, Eric (orgs). Construindo memória: Seminários direito e cinema
2006 e 2007. Rio de Janeiro: Faculdade Nacional de Direito, 2009.
JUSTIÇA E HONRA. Direção: Arnaud des Pallières. Intérpretes: Mads Mikkelsen;
Mélusine Mayance; Delphine Chuillot e outros. Paris: Serge Lalous, c2013. 1 DVD
(122MIN), Color.
KLEIST, H. Michael Kohlhaas. São Paulo: Grua Livros, 2014.
ROULAND, Norbert. L’État Français et le pluralisme. Paris: Odile Jacob, 1995.
SANTOS, B. S. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1989.
540
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
CONSTITUCIONALIZAR A EXCEÇÃO:
O DEBATE SOBRE A CRIAÇÃO DOS INSTITUTOS
DO ESTADO DE EMERGÊNCIA
E DAS MEDIDAS DE EMERGÊNCIA
NA CONFERÊNCIA NACIONAL DA OAB DE 1978
Introdução
541
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Nesta pesquisa, buscou-se contribuir para que essa lacuna possa vir a ser
suprida, por meio da investigação do modo como o assunto foi debatido na VII
Conferência Nacional da OAB. O problema que a guia é o sentido atribuído aos
conceitos de Estado de Direito, de Estado de Exceção e de Constituição em cada
um dos dois discursos. Para além do uso de ambos para se referir à ditadura que
se instaurara no Brasil desde 1964, interessa analisar a forma que esses se interco-
nectam nas propostas de redemocratização do país, no campo do governo e da
oposição consentida. Com isso, espera-se encontrar subsídios para a investigação
mais ampla sobre a peculiaridade do regime constitucional em vigor entre 1979,
quando a emenda entrou em vigor, e a promulgação da Constituição de 1988.
542
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
projeto (Codadto, 2005). Para tratar das relações entre Constituição e exceção,
utiliza-se de uma tipologia que prevê distintas formas de relacionar a atuação
do Poder Executivo frente a crises. Em uma visão liberal clássica, é plenamente
possível controlar juridicamente essa atuação (liberal clássica). Outra posição é
aquela que considera que nunca as normas jurídicas têm razoável eficácia nessa
empreitada (grey hole). Ambas se distanciam de posições mais pessimistas que
apontam a total ineficácia dessas tentativas de estabelecer esse controle jurídico
(Dyzenhaus, 2006).
Metodologia
Resultados parciais
543
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Conclusão
Referências bibliográficas
BARBOSA, Leonardo Augusto de Andrade. Mudança constitucional, autoritarismo
e democracia no Brasil pós-1964. Brasília: Tese (Doutorado em Direito), UnB, 2009.
544
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
545
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
547
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Metodologia
Resultados
Referências bibliográficas
Arquivo do Supremo Tribunal Federal, Recurso Extraordinário n. 69.022, relator
ministro Thompson Flores, 1970.
Arquivo do Supremo Tribunal Federal, Embargos de Divergência no Recurso Extra-
ordinário n. 72.559, relator ministro Luiz Gallotti, 1973.
Arquivo do Supremo Tribunal Federal, Embargos de Divergência no Recurso Extra-
ordinário n. 62.841, relator ministro Oswaldo Trigueiro, 1973.
Arquivo do Supremo Tribunal Federal, Embargos de Divergência no Recurso Extra-
ordinário n. 75.222, relator ministro Bilac Pinto, 1977.
548
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
VICENTE RODRIGUES
Arquivo Nacional – NA
E-mail: vicenteacr@yahoo.com.br
INEZ STAMPA
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio
E-mail: inestampa@ig.com.br
O livro está dividido em vinte e cinco capítulos que tratam, com riqueza
de dados, de ações clandestinas realizadas pela Comunidade de Inteligência nor-
te-americana (batizada pelos autores de “governo invisível”) ao redor do mundo,
muitas das quais se passaram na América Latina, principalmente nos anos 1950
e 1960, como a “invasão da Baia dos Porcos” (Cuba, 1961), o golpe de Estado
na Guatemala (1954), além da operação do centro clandestino de torturas na
chamada “Escola das Américas”, no Panamá.
549
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
550
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
de uso mais recente, tendo sido legalmente adotada apenas em 1999, com a
criação da Agência Brasileira de Inteligência – Abin e do Sistema Brasileiro de
Inteligência – SBI, pela lei nº 9.883, de 7 de dezembro de 1999, assinada pelo
então presidente Fernando Henrique Cardoso. A ditadura brasileira (1964-1985)
optara por utilizar, simplesmente, a expressão “informação”, talvez como forma
de evitar duplo sentido, uma vez que, em Português, a palavra “inteligência” tem
como significados mais comuns àqueles referentes à “faculdade de entender, pensar,
raciocinar, interpretar” e o de identificar alguém como dotado de “compreensão,
conhecimento profundo” (Dicionário Caldas Aulete, 1968, p. 2205).
Referências: bibliográficas
FIGUEIREDO, L. Ministério do silêncio: a história do serviço secreto brasileiro de
Washington Luís a Lula – 1927-2005. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2005.
551
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
552
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
553
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Metodologia
Resultados Parciais
554
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusões
Referências bibliográficas
CATTONI DE OLIVEIRA, Marcelo Andrade. Democracia sem espera e processo de
constitucionalização: uma crítica aos discursos oficiais sobre a chamada transição
política brasileira. In: CATTONI DE OLIVEIRA, Marcelo Andrade (org.). Constitu-
cionalismo e História do Direito. Belo Horizonte: Pergamum, 2011.
DERRIDA, Jacques. Declarations of Independence. New Political Science Review. 1986.
DERRIDA, Jacques. Força de lei – o “fundamento místico da autoridade”. São Paulo:
Martins Fontes, 2007.
FAORO, Raymundo. A república inacabada. São Paulo: Globo, 2007. p. 193.
FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro.
4ª ed. São Paulo: Globo, 2008.
555
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
556
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
GABRIEL P. P. DE S. MELGAÇO
Doutorando em Direito pelo Programa de Pós-Graduação
em Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
E-mail: gabriel.melgaco@uerj.br
Resumo
557
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
Assim, para saber se, de fato, a forma com que o direito de greve foi
positivado significou um avanço para todos os trabalhadores, se impõe uma
investigação histórica sobre a evolução desse conceito e a sua positivação a
partir dos debates da constituinte de 1988. De pronto, questiona-se o “senso
comum” de que a positivação do direito de greve significou um avanço para os
trabalhadores, pela existência de categorias que tiveram tal direito vedado, sem
a disponibilização de nenhum outro mecanismo de luta.
558
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da história. Tradução de Sergio Paulo Rou-
anet. Prefacio de Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense, 1994. (obras
escolhidas. v. I).
FONSECA, Ricardo Marcelo. Introdução teórica à história do direito. 1ª edição
(2009), 3ª reimpressão. Curitiba. Editora Juruá, 2012. P.20-29.
HESPANHA, António Manuel. O caleidoscópio do direito: o direito e a justiça nos
dias e no mundo de hoje. 2ª ed. Coimbra: Almedina, 2009.
HESPANHA. Antônio Manuel. Cultura jurídica europeia: síntese de um milênio.
Florianópolis: Fundação Boiteux, 2005.
LE GOFF, Jacques. A história nova. Tradução de Eduardo Brandão. Rio de Janeiro:
Martins Fontes, 2005, p. 41, 42.
MARTINS, Sérgio Pinto. Curso de Direito do Trabalho. 26ª ed. São Paulo: Atlas, 2010;
SIQUEIRA, Gustavo Silveira. Breves Anotações para uma História do Direito no
Brasil. Revista Governança Social, v. 3, p. 35-40, 2010.
559
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito e Transições Políticas
560
RESUMOS
Introdução
563
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
Metodologia
1 GOMES, Ângela de Castro. Burguesia e trabalho – Política e legislação social no Brasil (1917-1937). Rio de
Janeiro: Campus, 1979; ___. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: Instituto Universitário de Pesquisas do
Rio de Janeiro, 1988; FRENCH, John. Afogados em Leis: a CLT e a cultura política dos trabalhadores brasileiros.
São Paulo: Perseu Abramo, 2001; BIAVASCHI, Magda Barros. O Direito do Trabalho no Brasil – 1930/1942:
A construção do sujeito de direitos trabalhistas. Dissertação: UNICAM, 2005; SOUZA, Samuel Fernando de.
“Coagidos ou subornados”: trabalhadores, sindicatos, Estado e as leis do trabalho nos anos 1930. Dissertação:
UNICAMP, 2007; SOUZA, Edinaldo Antonio Oliveira. Lei e Costume: Experiências de Trabalhadores na Justiça
do Trabalho (Recôncavo Sul, Bahia, 1940-1960). Dissertação: Universidade Federal da Bahia, 2008.; SPERANZA,
Clarice Gontarski. Cavando direitos: As leis trabalhistas e os conflitos entre trabalhadores e patrões nas minas
do Rio Grande do Sul nos anos 40 e 50. Tese de Doutorado: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2012,
etc.
564
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parciais
2 O capítulo IV, regulando o trabalho de feitores, guarda livros e caixeros, dispõe: “Art. 81 - Não se achando
acordado o prazo do ajuste celebrado entre o preponente e os seus prepostos, qualquer dos contraentes poderá
dá-lo por acabado, avisando o outro da sua resolução com 1 (um) mês de antecipação”.
3 Lê-se, na seção que trata da “locação de serviços”: “Art. 1.221. Não havendo prazo estipulado, nem se po-
dendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes a seu arbítrio, mediante
prévio aviso, pode reincidir o contato”.
4 “Art. 1º É assegurado ao empregado da indústria ou do comércio, não existindo prazo estipulado para a
terminação do respectivo contrato de trabalho, e quando for despedido sem justa causa, o direito de haver
do empregador uma indenização paga na base do maior ordenado que tenha percebido na mesma empresa”.
565
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
Referências bibliográficas:
BIAVASCHI, Magda Barros. O Direito do Trabalho no Brasil – 1930/1942: A cons-
trução do sujeito de direitos trabalhistas. Dissertação: UNICAM, 2005.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
FRENCH, John. Afogados em Leis: a CLT e a cultura política dos trabalhadores
brasileiros. São Paulo: Perseu Abramo, 2001.
GOMES, Ângela de Castro. Burguesia e trabalho – Política e legislação social no
Brasil (1917-1937). Rio de Janeiro: Campus, 1979.
___. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: Instituto Universitário de Pesquisas
do Rio de Janeiro, 1988.
___. Questão social e historiografia no Brasil pós-1980: notas para um debate. Revista
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SOUZA, Edinaldo Antonio Oliveira. Lei e Costume: Experiências de Trabalhadores
na Justiça do Trabalho (Recôncavo Sul, Bahia, 1940-1960). Dissertação: Universidade
Federal da Bahia, 2008.
SOUZA, Samuel Fernando de. “Coagidos ou subornados”: trabalhadores, sindicatos,
Estado e as leis do trabalho nos anos 1930. Dissertação: UNICAMP, 2007.
THOMPSON, Edward P. (2013). Whigs & Hunters – The Origin of the Black Act.
London: Breviary Stuff Publications
566
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
567
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
569
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
Estrada de Ferro e Minas de São Jerônimo – CEFMSJ, de Arroio dos Ratos, Rio
Grande do Sul, que haviam sido expulsos da mina pela polícia local por serem
considerados indesejáveis. O processo trazia à tona denúncias de greve, prisão de
trabalhadores e uma possibilidade de uso da própria lei para reformar a decisão
da empresa empregadora.
Metodologia
570
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados
5 Maurizio Gribaudi (1998, p. 129) entende que a “essa noção de imprevisibilidade é a que me parece esclarecer
melhor o nível em que se situa a análise microssocial: o de uma causalidade que é, a cada momento, pensada
como abertura. Se um processo evolui de maneira não previsível, isso significa que os fatores que favoreceram a
concretização de uma solução de preferência a outra são contextuais; estão ligadas à especificidade de escolha
e de dinâmicas que se atualizaram num momento e num lugar particulares”.
571
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
Essa rede complexa de relações entre público e privado era forjada também
na medida em que a companhia se utilizava da autoridade policial local para o
controle e fiscalização dos trabalhadores nas minas e, depois, ao tentar se isentar
de suas obrigações legais, transferindo a responsabilidade para a autoridade poli-
cial. As ações da polícia contra os trabalhadores da mina eram justificadas pelo
combate aos movimentos grevistas e sindicais que colocava a ideia de direitos e
seu exercício em uma zona cinzenta.
Referências biliográficas
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de Ferro e Minas de São Jerônimo. Brasília: Fundo CNT-TST, Série Dissídios, Cx.
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BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Do CNT ao TST. Brasília, 1975.
CABRAL, Rafael Lamera. Uma leitura do legado constitucional brasileiro entre
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Rupturas, Crises e Direito
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
575
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
576
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Rupturas, Crises e Direito
Introdução
579
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
Metodologia
Resumo
580
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
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582
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
6 GOMES, Iria Zanoni. 1957: a revolta dos posseiros. Curitiba: Criar Edições, 2005, p. 29-30. A autora é gaúcha
e, com a família, se mudou ainda menina para Francisco Beltrão, no contexto de ocupação das terras. Viveu
os principais momentos da revolta que retrata.
7 WACHOWICZ, Ruy Christovam. Paraná, sudoeste: ocupação e colonização. Curitiba: Lítero-Técnica, 1985, p.
141.
8 Idem, p. 194.
9 COLNAGHI, Maria Cristina. Colonos e poder: a luta pela terra no Sudoeste do Paraná. Curitiba:1984. Disser-
tação, Mestrado, Universidade Federal do Paraná, p. 92.
10 Uma análise sobre os processos violentos de ocupação das fronteiras do Paraná, Pará e Mato Grosso do
Sul está em FOWERAKER, Joe. A luta pela terra: a economia política da fronteira pioneira no Brasil de 1930
aos dias atuais. Rio de Janeiro, Zahar Editores SA, 1982.
11 COLNAGHI, Maria Cristina. Op. Cit., p. 110
583
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
584
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
mente na defesa do que crê serem seus direitos, independente das instituições
oficiais. É possível perceber um senso de justiça enraizado antes no corpo social
que nas leis. Procura-se resgatar os colonos em sua relação ativa com o direito,
como sujeitos jurídicos que exercem e constroem sua cidadania. Dessa revolta
irromperam questões jurídicas profundas, como a mentalidade proprietária dos
colonos e o conflito desta com os modos oficiais de pensar o conflito. Acredi-
ta-se que as concepções dos juristas, ao tratar das questões relativas ao levante,
são preponderantes para entender como a propriedade de entes federativos ou
grandes companhias foi relativizada em prol dos camponeses. O tema, portanto,
também se concentra em entender como o pensamento jurídico se relaciona a
esse movimento social. Essa pesquisa está em sua fase inicial, portanto alguns diá-
logos serão essenciais para aprofundar a matéria e elaborar conclusões. O primeiro
deles é com a História Social. Esse campo se formou no Brasil como resistência
ao hábito da historiografia de contar a história da política e das elites, a partir das
fontes oficiais lidas pela ótica do Estado19. Como linha histórica inserida na escola
dos Annales, a História Social renova os estudos histórico-jurídicos com temas
mais ligados ao pensamento e à cultura que à ação estatal20, numa perspectiva
de longa duração. Em especial, serão consultadas as obras de Eric Hobsbawm
e Edward Thompson. Os dois autores são centrais para trabalhar com história
subalterna, formação de classe e movimentos sociais. A História do Direito pelos
Movimentos Sociais, proposta na tese de Gustavo Silveira Siqueira, é outra influ-
ência importante no sentido de escrever uma história do direito que, apesar do
recorte temporal curto, não se limita ao eventual. Se trata de entender a história
do direito a partir do exercício da cidadania21. Mais duráveis e importantes que as
leis positivadas e seus “intérpretes autorizados” são os sentimentos e projetos de
uma comunidade que levaram à sua criação. O direito não parece tão distante
da realidade prática quando relacionado ao contexto social do qual advém ou
no qual se insere. No propósito de fazer um estudo metodologicamente cuida-
doso e de viés crítico sobre a propriedade e cidadania, Paolo Grossi e António
Manuel Hespanha serão referenciais importantes. Em um primeiro momento, o
objetivo é consultar a bibliografia e demais fontes referentes ao levante, para
situá-lo no âmbito histórico-jurídico e aclarar algumas questões controvertidas.
Depois, estudar a ação dos colonos a partir de um conceito amplo de direito
e de cidadania. Para compreender o êxito do movimento ao provocar reflexos
no direito de propriedade da região, será necessário mapear o pensamento dos
juristas que lidaram diretamente com o movimento social em estudo.
19 CHALHOUB, Sidney. "O conhecimento da História, o direito à memória e os arquivos judiciais." Curso de
Formações de Multiplicadores em “Políticas de resgate, preservação, conservação e restauração do patrimônio
histórico da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul”. Porto Alegre (2005). Disponível em: http://s3.amazonaws.
com/academia.edu.documents.pdf. Acesso em 15 de junho de 2017.
20 FONSECA, Ricardo Marcelo. Introdução teórica à história do direito. Curitiba: Juruá, 2012, p. 85.
21 Aqui ela é conceituada como prática de direitos em relação ao Estado e à sociedade, mesmo que fora dos
canais oficiais de participação. SIQUEIRA, Gustavo Silveira. História do direito pelos movimentos sociais: cidadania,
experiências e antropofagia jurídica nas estradas de ferro (Brasil/1906). Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014, p. 30.
585
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
MICHEL ZAIDAN
Graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco (1974)
Mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas (1982)
Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1986).
Professor-Titular do centro de Filosofia e Ciências Humanas e do Programa de pós-graduação
em Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
E-mail: mzaidan@bol.com.br
Introdução
587
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
Metodologia
Resultados da pesquisa
Conclusão
588
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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589
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
591
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
o Estado Novo”. (FRENCH, 2006, p. 381). Acontece que, até então, o direito
comum não considerava que o patrão era responsável pelo acidente, a não ser
quando ficava comprovado dolo ou culpa deste. Desta forma, um caso fortuito
ou negligência da vítima não seria atribuído ao patrão, e cabia exclusivamente
ao acidentado o ônus da prova do dolo ou culpa. (CASTRO, 1939, p. 16). A
Lei de 1919 veio como paliativo a questões básicas principais concernentes a
regulamentação de acidentes do trabalho, porém esta apresentava falhas que
clamavam por reparações, como aponta Araújo (1939, p. 10): necessidade de
melhoramentos na indenização, tanto quanto ao seu valor como a sua forma
de pagamento; questões relacionadas a seguradoras etc. Indo de encontro a es-
tes apelos, Anníbal Fernandes (apud FREUDENTHAL, 2006, p. 41) comenta que
dentre as principais inovações têm-se que “a figura protegida do empregado vem
muito melhor delineada, em termos de definição jurídica e por igual classe de
dependentes”, sendo que a proteção ao trabalhador e ampliada visto que a lei
de 1934 impões ao empregador o repasse de “sua responsabilidade para uma
seguradora ou deposita o valor em estabelecimento bancário”. Em tal conjuntura
se desenvolve o presente trabalho, visto que, como é cediço, há um significativo
aparato legislativo trabalhista concretizado na Era Vargas (1930-1945). Na década
de 30 é implementada a CLT, assim como outras leis de segurança no trabalho,
entre as quais o decreto nº 24.637/34. Nessa mesma época, pode-se notar quais e
como eram tratados os principais acidentes, principalmente no sistema ferroviário
da região de Campinas. Entende-se que estudar o passado é imprescindível para
entender como os avanços foram construídos. Desta forma esta pesquisa foca-se
nos acidentes de trabalho de uma importante região econômica do país, para
enxergar como era a atuação tanto das empresas, dos trabalhadores e do próprio
sistema judiciário na lide dos acidentes. Assim toma-se como destaque a legislação
indenizatória-acidentária, já que tendo como base os processos de acidentes do
trabalho em Campinas/SP, no período de 1932-1936, nota-se uma leve mudança
nas estruturas processuais do período, em decorrência, essencialmente, do decreto
nº 24.637/34. Não obstante, trata-se de um período que trouxe uma ampliação
tênue no espaço do trabalhador na luta pela conquista dos interesses, carregado
de mudanças concernentes aos direitos a ele garantidos. Para que isso se realizasse,
houve uma longa trajetória de lutas em prol de adquirir estes direitos, como são
apontadas claramente por diversos autores contemporâneos e até mesmo pelos
da época. O presente trabalho proporciona, ainda que apenas por um fragmento,
a possibilidade de estudar sob quais circunstâncias os trabalhadores do período
interagiam com seus empregadores e com a própria Justiça, por meio da aplicação
das leis da época, apontando o início e desenvolvimento de um microssistema
processual acidentário-indenizatório de significativa importância para conjectura
de Direitos Sociais. Esta pesquisa encontra-se em fase inicial, portanto deverá ser
inserida revisão bibliográfica acerca do período histórico estudado, especialmente
da questão trabalhista na Era Vargas. Ainda, sobre a doutrina da época e atuais,
592
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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593
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
A ANC não foi dissolvida ao término de seus trabalhos, após eleger Getúlio
Vargas como Presidente da República, tornou–se a Câmara dos Deputados, nos
termos do artigo 2º das Disposições Transitórias da Constituição. A Câmara exerceu
também as funções de Senado, até que novas eleições fossem realizadas, e ambos
se reorganizassem em 1935. Desse modo, não há uma ruptura abrupta e, apesar
das atribuições distintas, pode-se notar a continuidade entre a ANC e a Câmara.
595
CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
596
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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CARDENO DE RESUMOS – História do Direito do Trabalho
598
RESUMOS
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
O projeto de pesquisa tem por objetivo fazer uma análise política e jurí-
dica historiográfica a luz das Constituições Brasileira de 1891 e 1988, acerca dos
conflitos temporais quanto a aplicabilidade de dispositivos legais vigentes sob o
regime de uma monarquia constitucional, posteriormente no regime provisório,
e por fim, já da promulgação da república, o marco temporal entre a queda da
monarquia para primeira república e a constituição de 1988. Ressaltando o estudo
do caso do processo de anulação da desapropriação confiscatória do Palácio
Isabel, hoje Palácio Guanabara.
1 A Emenda Constitucional nº 45/2004 inseriu o princípio da razoável duração do processo dentro das garantias
fundamentais asseguradas a cada indivíduo, insculpido no inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição Federal de
1988, com o seguinte teor: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração
do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Aqui busca-se uma interdisciplinaridade
do texto constitucional e sua aplicação material aplicação uma interpretação histórica na perspectiva da história
de longa, média e curta duração sustenta pelos historiadores de Annales.
601
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Metodologia
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados
Conclusão
603
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Evidentes lacunas jurídicas, políticas que merecem ser suscitadas por ca-
racterizar verdadeira ferida aberta mal cicatrizada do regime imperial a nossa
malfada República.
Referências Bibliograficas
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604
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
605
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resumo
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CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
o texto constitucional, que, em tese, deveria ser obedecida por todos os Poderes.
Entretanto, as mãos da realidade pintam um quadro diferente, no qual a polícia,
ignorando direitos e garantias previstos na Constituição, abusa dos poderes por
ela concedidos, e em que uma lei infraconstitucional que fere a Carta Magna
tem mais importância e eficácia que a mesma.
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maioria que os estrangeiros, residentes no paiz, não podem ser expulsos. A Razão.
609
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
610
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Desta forma, o que este artigo pretende investigar é se o uso dos cam-
pos de concentração era respaldado pela lei, especialmente após o Brasil tomar
partido ao lado dos Aliados e pronunciar-se inimigo do bloco do Eixo durante a
Segunda Guerra Mundial. Não se contesta a existência deles, mas ora se questiona
se, por ser uma via austera, era indiscretamente utilizado por ser contemplado
por fundamento legal.
611
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Metodologia
Resultados
612
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Cancelli (apud FÁVERI, 2002) afirma que os “súditos do Eixo” eram pro-
cessados pelo Tribunal de Segurança Nacional, o que significa que não se enqua-
dravam nos processos legais comuns. Justamente por fugir o comum, durante
a análise processual era natural que o imigrante fosse confinado no campo de
concentração, onde já permaneceria caso fosse condenado.
Conclusão
Logo, o uso imodesto dos campos era entendido como “um mal neces-
sário”, e para isto o Presidente era descomedido em seus discursos salvacionistas,
incitando a população à “caçar” os imigrantes inimigos, porque a saúde da nação
disto dependia. Isto significa dizer que os campos de concentração não só eram
legitimados, como também vistos popularmente como uma necessidade social.
613
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
O povo brasileiro assumiu o papel de delator, e sabia muito bem para onde seu
vizinho alemão, ou italiano ou japonês estava sendo encaminhado.
É verdade que os campos eram ativos desde antes da guerra, mas foi com
a efervescência desta que eles ganharam novos espaços. Vale ressaltar que esta foi
apenas uma das várias medidas repressivas do período, sofrendo os “súditos do
Eixo” ainda de diversas outras formas desde as práticas mais simples do dia a dia.
Porém, como diz Fáveri (2002, p. 153), “eram as prisões a maior desgraça naquele
momento”, ainda que a intensidade da opressão variasse de região para região.
Há muito sobre esta temática ainda a ser explorada. Faz-se necessário que
tal fato histórico seja difundido e discutido. Os campos de concentração ficaram
limitados ao Holocausto nazista, e uma leva de brasileiros desconhece este con-
texto vivido no próprio país. Claro que as diferenças dos campos europeus para
os nacionais foram inúmeras, a começar pelo objetivo. Mas a importância da
pesquisa é justamente crescer o acesso aos fatos e informações sobre nossa história.
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
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de Janeiro , v. 3, n. 1, p. 95-131, Apr. 1997. Disponível em <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131997000100004&lng=en&nrm=iso>.
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615
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resumo
Introdução
617
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
que o objetivo desta nova ordem política era reajustar o organismo político do
país. Anunciando que “é a necessidade que faz a lei”4, o presidente inicia uma
campanha para renovar o ordenamento jurídico substancial do país, passando
desde a redação de uma nova Constituição outorgada, até as leis processuais
civis e penais, à época esparsas e descentralizadas.
Objetivos
4 VARGAS, 1941.
5 Correio da Manhã, 7 de fevereiro de 1939, p. 04.
6 Sobre esta última faceta do Estado Novo, vide Diário Carioca, 4 de março de 1938, p. 03.
7 Diário Carioca, 1º de dezembro de 1937, p. 06.
618
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Desta forma, delineia-se como objetivo geral deste trabalho, como intro-
duzido na seção precedente, a compreensão da relação entre a imprensa nacio-
nal e recém-inaugurado governo do Estado Novo em sua missão de renovação
político-jurídica, assumindo como premissa a necessidade deste entendimento
para uma compreensão fidedigna do contexto histórico brasileiro daquela época
e da mentalidade dos próprios brasileiros, que se relacionavam com o Estado
principalmente através destes artigos jornalísticos.
Metodologia
619
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Resultados parciais
Considerações finais
620
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
muito esperada pelo país, cuja legislação processual ainda era arcaica, descen-
tralizada e recorrente às Ordenações. Trazendo institutos modernos no modelo
romano-germânico de operação do direito, como o importado júri, o decreto que
pôs em vigor o diploma processual, longe de ser uma operação abstrata, afetou
diretamente a vida de brasileiros, cuja opinião, grandemente favorável, pôde-se
sentir através da mídia e da doutrina.
Referências bibliográficas
A Noite, Rio de Janeiro, 1937-1942.
Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 1937-1942.
Diário Carioca, Rio de Janeiro, 1937-1942.
O Radical, Rio de Janeiro, 1937-1942.
VARGAS, G. A nova política do Brasil. São Paulo: Livraria José Olympio, 1941.
621
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
623
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
624
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
ADORNO JÚNIOR, Hélcio Luiz. Apontamentos sobre a história do direito do
trabalho e da Justiça do Trabalho. Revista de Direito do Trabalho, São Paulo, v.
36, n. 140, p. 61-80, out./dez. 2010.
BIAVASCHI, Magda Barros. Direito e Justiça do Trabalho no Brasil: notas sobre
uma trajetória com bem mais de 70 anos. Revista do Tribunal Superior do Trabalho,
São Paulo, v. 77, n. 2, p. 83-102, abr./jun. 2011.
BIAVASCHI, Magda Barros. O direito do trabalho no Brasil: 1930-1942: a constru-
ção do sujeito de direitos trabalhistas. São Paulo: LTr, 2007. TST 331(091) B579 D
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 9.ed. São Paulo: LTr, 2010.
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FONSECA, Ricardo Marcelo. Introdução teórica à história do direito. Curitiba:
Juruá, 2010.
FRENCH, John. Afogados em Leis: A CLT e a cultura política dos trabalhadores
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SILVA, Luiz de Pinho Pedreira da. A trajetória da justiça do trabalho. Revista do
Tribunal Superior do Trabalho, São Paulo, v. 77, n. 2, p. 77-82, abr./jun. 2011.
625
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
627
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
produz destas e de seu ativismo frente ao aparato legal, expor como o direito
se operacionalizou nas décadas que precederam o violento colapso do Estado
autocrático na Rússia
Metodologia
8 GADAMER, Hans Georg. Verdade e Método I: Traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Tra-
dução: Flávio Paulo Meurer-Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p. 484.
628
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parciais
629
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
justo e do que seria a Vida Boa. A partir daí, faz-se a relação dessa interpretação
com os textos legais da época com os quais Tolstói teve contato e diálogo.
Assim, inicia-se aqui uma metafísica própria do autor na busca pela reali-
zação de uma vida que negue a individualidade, de influência schopenhaueriana
e também das filosofias asiáticas9.
Referências Bibliograficas
BARBERIS, Mauro. Giuristi e Filosofi: una storia della filosofia del diritto. Roma:
Itinerari, 2011.
BARTLETT, Rosamund. Tolstói: a biografia. Tradução: Renato Marques-São Paulo:
Globo, 2013.
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GADAMER, Hans Georg. Verdade e Método I: Traços fundamentais de uma her-
menêutica filosófica. Tradução: Flávio Paulo Meurer-Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
GADAMER, Hans Georg. Hermenêutica em retrospectiva, volume IV. Trad. Marco
Antônio Casanova. Petrópolis: Vozes, 2007.
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Editora Perspectiva, 1983.
GRONDIN, Jean. Que saber sobre filosofia da religião. Ideias e Letras, 2012.
9 Para a influência de outras filosofias em Tolstói, destaca-se a biografia de Rosamund Bartlett, mais atualizada
que os estudos russófilos da época da União Soviética. BARTLETT, Rosamund. Tolstói: a biografia. Tradução:
Renato Marques-São Paulo: Globo, 2013.
10 TOLSTÓI, Liev. Os últimos dias. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011.
630
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
631
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
11 Uma homenagem da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro ao Senhor Presidente da República. Gazeta
de Notícias, Rio de Janeiro, p.6, 28 ago. 1939
633
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
difundidas até então sobre sua fundação e entender em que medida os eventos
políticos ocorridos naquele período influenciaram em sua formação.
Metodologia
Resultados Parciais
634
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Conclusão
16 A faculdade de Direito do Rio de Janeiro vai ter sede própria. A Noite, p. 06, 05 jul. 1942
17 Cancelada, a pedido do Instituto dos Advogados, a dívida da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. A
Noite, p. 07. 14 jul. 1944
635
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Referências bibliográficas
Periódicos
Elevando o nível de ensino livre no Brasil. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p.11,
06 jan. 1935
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17 mar. 1935
O reconhecimento da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Gazeta de Notícias,
p. 06, 29. ago.1937.
Uma homenagem da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro ao Senhor Presidente
da República. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, p.6, 28 ago. 1939
A faculdade de Direito do Rio de Janeiro vai ter sede própria. A Noite, p. 06, 05
jul. 1942
Cancelada, a pedido do Instituto dos Advogados, a dívida da Faculdade de Direito
do Rio de Janeiro. A Noite, p. 07. 14 jul. 1944
Livros
ALEGRIA, Lopo. Pequena História da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Rio
de Janeiro, 1985.
BASTOS, Aurelio Wander. O ensino jurídico no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2000.
LIMA, Adamastor, O ensino livre na constituinte de 1933 (discurso... por ocasião
da abertura do anno lectivo de 1937). Rio de Janeiro, Gráf. Sauer, 1937.
SANT’ANNA, Álvaro Cumplido de. A Universidade do Distrito Federal (Histórico),
in Anuário da Universidade do Distrito Federal, 1956.
MACHADO NETO, LA. A ex-Universidade de Brasília. Revista Civilização Brasileira,
nº 14, jul. 1967.
Documentos
Anuários da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, de [193..] a 1947.
Sites institucionais
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<http://www.direitouerj.org.br/2005/fdir70/ >. Acesso em: 01 jun. 2017
Projeto Direito Uerj 80. Disponível em: < http://www.direitouerj80.com.br >. Acesso
em: 01 jun. 2017
636
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
637
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
18 PRADO, Luis Regis. Curso de direito penal brasileiro. 7ed. v.2 São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,2008.p.514
19 SIQUEIRA, Galdino. Direito penal brazileiro. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial,2003,p.7
20 PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal Brasileiro. p. 514.
21 SIQUEIRA, Galdino. Direito penal brazileiro. 2003, p. 253.
22 MASSAD, Carlos Eduardo. O crime de receptação, sua estrutura e relevância. 2006. Monografia (Bacharel
em Ciências Jurídicas)-Universidade Tuiuti do Paraná, 2006. Disponível em: http://tcconline.utp.br/wp-content/
uploads//2013/07/O-CRIME-DE-RECEPTACAO-SUA-ESTRUTURA-E-RELEVANCIA.pdf. Acesso em: 04 de julho de
2017
638
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
tendo como base a pena enquadrada ao autor daquele delito. Dessa forma um
receptador de um roubo poderia sofrer uma punição maior do que aquele que
de fato realizou um furto.
23 JESUS, Damásio E. de. Direito penal. 27. ed.v.2 São Paulo: Saraiva, 2005.p.491-492
24 Art. 180. Adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime,
ou influir para que terceiro de boa fé a adquira, receba ou oculte
25 PRADO, Luis Regis. Curso de direito penal brasileiro. 7ed.v.2 São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p.
638.
26 HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal. 3.ed. Rio de Janeiro: Revista Forense,1967,p.302
27 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal- parte especial. São Paulo: Editora José Bushatsky,1958,p.
323-324
28 Receptação culposa: § 1º Adquirir ou receber coisa que por sua natureza ou pela desproporção entre o valor
e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: Pena – detenção,
de um mês a um ano, ou multa, de tresentos mil réis a dez contos de réis, ou ambas as penas.
29 HUNGRIA,Nelson. Comentários ao código penal. p. 303.
639
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
sária, pois a pena antes imposta era caracterizada, por muitos, como excessiva.
O mínimo da condenação era superior ao do furto simples, da apropriação
indébita, do estelionato e da mesma proporção do furto qualificado. Segundo
Nelson Hungria30, tal situação seria incompatível com o caráter autônomo que
o delito de receptação agora possui. Dessa forma, não poderia apresentar uma
punição superior ao crime precedente, tratava-se de um contexto divergente de
toda a tradição histórica brasileira.
Conclusão
30 HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal. 3. ed.Rio de Janeiro: Revista Forense,1967.p. 314-316
31 § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária
de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro
32 § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender,
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime.
640
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Referências bibliográficas
FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal- parte especial. São Paulo:
Editora José Bushatsky,1958.
HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal. 3. ed.Rio de Janeiro: Revista
Forense,1967.
JESUS, Damásio E. de. Direito penal. 27. ed. v.2 São Paulo: Saraiva, 2005.
MASSAD, Carlos Eduardo. O crime de receptação, sua estrutura e relevância.
2006. Monografia (Bacharel em Ciências Jurídicas)-Universidade Tuiuti do Paraná,
2006. Disponível em: <http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/07/O-
CRIME-DE-RECEPTACAO-SUA-ESTRUTURA-E-RELEVANCIA.pdf>. Acesso em: 04
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PRADO, Luis Regis. Curso de direito penal brasileiro. 7 ed. v.2 São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais,2008.
SIQUEIRA, Galdino. Direito penal brazileiro. Brasília: Senado Federal, Conselho
Editorial,2003.
641
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
643
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Metodologia
644
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Resultados parcias
645
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Conclusão
Por fim, acreditamos que não é somente com a criação de leis e de apa-
ratos técnicos para a realização das eleições que conseguiremos coibir a compra
de votos. É necessária uma mudança de postura e de mentalidade da população,
campanhas de conscientização e maior fiscalização, pelos órgãos públicos, da
conduta dos candidatos e eleitores durante o pleito eleitoral.
Referências bibliográficas
BRASIL. Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932. Disponível em: <http://
www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-21076-24-fevereiro-
1932-507583-publicacaooriginal-1-pe.html> Acesso em: 4 de abril de 2017.
646
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
647
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
Metodologia
649
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Resultados
650
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
651
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Conclusão
Referências bibliográficas
BERTONCINI, Mateus Eduardo Siqueira Nunes; LOPES, Luciano Santos; SANTIAGO,
Nestor Eduardo Araruna. (Coord.). Processo Penal e Constituição. Florianópolis.
CONPEDI, 2015.
CARVALHO, Salo de. Pena e Garantias. 3ª ed. Lumen Juris. Rio de Janeiro .2008.
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
653
IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
Introdução
655
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Metodologia
Resultados
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IX CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DO DIREITO
Rupturas, Crises e Direito
uma porta de saída para o direito penal. Sontag ([2013?], p. 2) levanta o seguin-
te questinamento: “O artigo 12 do código criminal de 1830 seria uma versão
rudimentar das futuras medidas de segurança, que ganhariam, inclusive, capítulo
específico no interior do código penal de 1940?”.
657
CARDENO DE RESUMOS – Iniciação científica
Conclusão
Correia (2009, p. 12) afirma que “O manicômio criminal nasce da fusão das
duas clássicas instituições totais que a sociedade moderna criou para castigar as
formas mais graves de não adaptação às regras sociais: a prisão e o manicômio.”
Nessa linha, é inadimissível que tal área seja tão negligenciada pelo Estado e pelo
próprio estudo do Direito Penal.
Referências bibliográficas
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro: Volume 1- Parte Geral, arts.
1º a 120. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
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Código Criminal.
SONTAG, Ricardo. Sobre loucos e crimes ou “moldes que não precisão ser que-
brados”: interpretações do artigo 12 do código criminal brasileiro de 1830. Santa
Catarina, p. 2, [ 2013]. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?-
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JESUS, Damásio de. Curso de direito penal brasileiro. 6. Ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2006.
FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. 2. ed. São Paulo: Pers-
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Realização:
INSTITUTO HISTÓRICO
E
GEOGRÁFICO BRASILEIRO
Apoio: