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KISSYAN CASTRO: UM SINUOSO POETA ENTRE RIOS

Ezra Pound, em seu livro ABC da Literatura, obra indispensável e essencial


para os que se dedicam ao fazer poético e mesmo para críticos e estudiosos, classifica
em três grupos distintos os poetas: a) os criadores, os mestres, os copistas. Não são
essas as terminologias exatas empregadas pelo escritor, mas em outras palavras são a
mesma coisa.

E os define: criadores, os que inauguram o novo, revolucionam, abrem


caminhos, mesmo que os deixem com alguma aspereza, algumas ervas rasteiras que
precisam ser removidas, algo que precisa ser aperfeiçoado; mestres são aqueles que
aproveitam as descobertas dos criadores, removem os entulhos, limpam, elevam à
perfeição os frutos de tal criação. Por último, os copistas, quase sempre meros
imitadores, plagiários, repetidores das fórmulas inventadas e aperfeiçoadas pelas duas
categorias anteriores: a dos criadores e a dos mestres.

Não há nesta exposição poundiana nenhum julgamento de valor, não se está


classificando hoje, no nosso meio, gêneros, números e graus de nossos poetas, mesmo
porque por trás de todo esse estudo existe algo a ser considerado: o tempo histórico, o
lugar e seu desenvolvimento cultural, científico, tecnológico onde se processam tais
criações do espírito humano, também sujeito a esse tempo e lugar referidos.

Toda essa cantilena ou catilinária é somente um preâmbulo para introduzir


nesta conversa sobre poesia e poetas, o maranhense barra-cordense Kissyan Castro,
um poeta que descobri e conheci nas redes sociais, e cuja poesia me tocou de imediato,
pelo seu grau de inspiração, poesia estranhamente maturada, pela sua inquietude,
riqueza metafórica e intrínseca beleza.

Estes conceitos, segundo meu juízo, bastam para definir o valor de um poeta e
de suas crias poéticas, pois Kissyan Castro saiu daquele território em que todos nós
caminhamos na juventude e no aprendizado, sofrendo influências positivas de outros
que vieram antes e abriram essas portas por onde entramos, para também tentarmos
alçar nossos vôos particulares, pessoais, intransferíveis, marcas indeléveis do que
apreendemos, vivemos, experimentamos.

Digamos assim: o poeta Kissyan chegou àquela maturidade, àquela altura da


viagem em que o poeta Dante diz “Da nossa vida, em meio da jornada, / achei-me
numa selva tenebrosa, / tendo perdido a verdadeira estrada”. Perde-se a estrada das
certezas, dos comodismos, sabe-se que se está iniciando uma jornada ao inferno que a
gente não sabe como e quando terminará. Mas os passos foram dados, não podemos
mais ser escravos de nenhum medo, nem submissos a nenhuma verdade, nem podemos
seguir em nenhuma direção que nos apontem.

E o poeta Kissyan Castro muniu-se de coragem, construiu sua própria


armadura, forjou suas armas e partiu decidido para guerrear com seus monstros, lutar
suas batalhas individuais, mas também coletivas, porque existe o outro que é
empecilho: o outro que aponta o dedo sujo: o outro a quem a inveja transtorna, o
outro, tão próximo e tão nosso inimigo que nos quer derrotados.

Saiu de Barra do Corda, peregrinou pelo país afora, rompeu e construiu laços e
hoje reside na mesma cidade em que as águas paralelas de dois rios, o Corda e o
Mearim, singram buscando virtudes imortais que só a Arte nos permite conhecer. E
talvez a religiosidade, o ecumenismo, a retidão de caráter, que não são dogmas
artísticos, mas que aperfeiçoam o que é humano na arte.

É esta poesia que lhes convido a conhecer e a meditar sobre ela. Uma poesia
caudalosa como as águas desses rios, uma poesia livre de entulhos e empulhações:
poesia verdadeira, limpa, que toca o sagrado com a mesma profundidade com que toca
o profano. E é isto que importa na arte: tornar-se instrumento de êxtase e beleza, não
importa que não nos leve de imediato ao purgatório ou ao paraíso e nos faça primeiro
conhecer as sombras infernais de um cotidiano perverso.

A chave é a poesia de Kissyan de Castro. Ela abrirá para nós as portas do


conhecimento e da plástica beleza em que suas metáforas bailam, brilham, estrelas
fulgurantes no céu da renovada literatura maranhense.

RAIMUNDO FONTENELE
poeta

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