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3. Creia que a obra é feita pelo corpo e não por apenas alguns
membros
A questão que importa não é quanto trabalho conseguimos fazer
sozinhos, mas quantos de um talento conseguimos ativar.
É verdade que alguns são colunas e carregam mais peso que os
demais. Não podemos ignorar a importância das colunas. Aqueles que
são colunas são os que suportam maior pressão e se são removidos do
seu lugar uma parte da edificação pode até desmoronar. É indiscutível
que alguns são líderes e têm maior responsabilidade. No entanto o que
importa não é quanto peso você suporta, mas quantos de um talento
você consegue levantar para trabalhar.
Se você é o único que está ocupado durante todo o tempo, isso não é
igreja. Mas se você fica ocupado durante todo o tempo e também
consegue fazer com que os de um talento também trabalhem, então
teremos ali a igreja.
A obra do mundo é feita com os mais talentosos, mas a obra da Igreja
é feita com todo o corpo. A obra de Deus é feita com os de um talento.
Todo o processo no mundo é feito para triar-se e descobrir os mais
talentosos. Não há lugar para os menos talentosos. Mas na vida da
Igreja as coisas são diferentes. Precisamos acreditar de todo o coração
que em uma igreja todos os membros podem funcionar.
Acredite em cada membro de todo o coração. Faça-o trabalhar
persuadindo-o por todos os meios possíveis. Não o substitua, não o
despreze, não o julgue intratável e desqualificado. Se Deus está em paz
de chamá-los para ser parte do corpo, você precisa estar em paz
treinando-os para isso.
Hoje se pudermos fazer uma escolha talvez separemos um pequeno
grupo para servir, mas o Senhor diz que todos são servos. Se o Senhor
assim decretou, então devemos permitir que eles sirvam.
4. Rejeite toda visão natural da Igreja
O mundo será ganho pelo corpo, não pelos membros mais talentosos.
As portas do inferno não resistem o corpo, mas elas resistem quando
apenas alguns membros talentosos se levantam.
Não pense que o fato de termos muitos crentes num local ali temos a
igreja. Somente o corpo de Cristo é a igreja, e o corpo depende do
funcionamento de todos os membros. Se os membros estão
paralisados então não temos o corpo.
A igreja é simplesmente todos os de um talento servindo; a igreja
somente acontece se todo membro for ativado.
Essa é a revolução que veremos nesses dias. A estratégia do mundo é
colocar toda a ênfase sobre os mais talentosos. Mas essa não é a
ênfase de Deus. O mundo procura os mais talentosos, mas Deus
procura especialmente aqueles que não possuem valor para o mundo.
Creio que é exatamente essa a glória de Deus, fazer a sua obra por
intermédio daqueles que são considerados inúteis pelo mundo.
Em muitos lugares os pastores se tornaram verdadeiros headhunters,
caçadores de talento. Eles estão sempre a procura de algum talento
escondido. O problema é que se está escondido deve ser o membro de
um talento, pois somente eles enterram o talento.
Muitos seguem o padrão do mundo de procurar apenas os melhores.
Acreditam que somente os melhores farão o trabalho apropriado. Mas
não é essa a mentalidade do reino de Deus. O Senhor quer fazer a sua
obra com aqueles que não são capazes, para que o poder seja dEle e
a glória tributada a Ele no final.
Nesse sentido nós somos mesmo caçadores de talentos,
desenterradores de talentos. Os de cinco talentos normalmente nos
procuram, não precisamos ir atrás deles, mas os de um talento
precisam ser desenterrados.
Paulo diz que o Senhor escolheu as coisas humildes do mundo, e as
desprezadas, e aquelas que não são (I Cor. 1:28). Nós, porém,
escolhemos os mais sabidos, os mais inteligentes e capazes.
Precisamos abandonar a nossa forma natural de pensar e assumir a
maneira do Senhor.
É por isso que são tão poucos os talentosos entre nós, porque são
esses os que o Senhor chamou, os de um talento. O reino será
estabelecido por crentes de um talento. Quando esse usar o seu talento
combinado ao talento do outro vai formar uma força imbatível.
A igreja não é uma questão de ter um trabalho realizado, mas é uma
questão de ativar todos os membros de um talento. Não devemos
pensar que uma vez que o trabalho está sendo feito tudo estará bem.
Não é assim. O nosso trabalho é levar o corpo a funcionar.
Lembro-me alguns anos atrás de ser convidado para participar de um
grande projeto de evangelismo. Um grande ministério reuniu em São
Paulo pastores de todo o Brasil. A ideia era que um grande pregador
iria pregar em rede nacional num determinado dia e os pastores se
encarregariam de cuidar dos decididos. O princípio por detrás disso é
que a igreja não faz, então Deus teria de usar apenas um homem para
realizar a tarefa que seria de toda a igreja. Para esses irmãos o que
importa é ter a missão cumprida, mesmo que seja por um único homem.
Nem preciso dizer que não houve um grande resultado nesse projeto.
Deus não pode abençoar algo que simplesmente despreza o corpo. Um
único membro não fará o trabalho do corpo. Ainda hoje persiste a ideia
de que pelos meios de comunicaçlão podemos ganhar o mundo. Eu
preciso reafirmar que não sou contra a mídia, sou a favor do corpo. Não
sou contra usar a TV, sou a favor de ativar cada membro do corpo.
No dia em que todos os de um talento se levantarem então veremos
que o corpo de Cristo está entre nós, teremos a realidade da vida da
Igreja. Todo o nosso problema hoje é que temos procurado os de cinco
e os de dois talentos. Fazemos treinamento especial para eles e nos
esquecemos dos de um talento. Precisamos fazer o nosso treinamento
com toda a Igreja. Todo crente é ministro e precisa ser treinado.
Não adianta apenas pregar sobre o corpo, nós precisamos crer no corpo
de todo o nosso coração. É comum enviarmos pastores e eles depois
de algum tempo alcançam uma congregação de cinquenta irmãos. Mas
eles reclamam pedindo gente para ajudar, no entanto eles possuem
cinquenta irmãos com ele. Para ele aquele grupo não é a sua equipe,
mas apenas os irmãos que dão trabalho, os membros de um talento.
Mas esse pastor só acredita que a obra vai avançar se lhe for enviado
um líder super capaz que lidera cinco células e não depende dele para
nada. Nada de errado em ter tal líder de cinco talentos, o problema é
que perdemos a oportunidade de usar cinquenta de um talento.
5. Não desista dos que enterram o talento
Não me impressiona aquele pastor que consegue levantar os membros
de cinco talentos. Isso qualquer líder natural pode fazer. Até um líder
numa empresa é capaz de mobilizar os mais talentosos. O pastor que
faz isso não faz nada demais, mas quando ele consegue mobilizar os
menos talentosos, então ele provou a sua verdadeira liderança.
Os de um talento são realmente difíceis de se liderar. Constantemente
eles querem retroceder e enterrar o talento novamente. Não é mesmo
fácil ativar o membro de um talento. Normalmente eles não são cheios
de vida e vigor espiritual, mas são passivos e indiferentes. Precisamos
orar por eles e continuar insistindo.
É preciso dizer que além de apatia existe também muita indisposição e
preguiça. Precisamos vencer isso com oração, mas nunca pense que
um membro assim não tem jeito.
Normalmente as pessoas que enterram o talento justificam-se dizendo
que a igreja ou a liderança é muito exigente e severa. Dizem que não
conseguem corresponder às expectativas por isso enterram o talento.
Outros são tão tímidos que se escondem o tempo todo e há aqueles
que presumem que seu talento é tão pequeno que nem vale a pena
tentar fazer algo.
Ninguém disse que a tarefa seria fácil, mas devemos ter sempre em
mente que o nosso encargo é pela edificação do corpo. Se você falhar
em ativar os de um talento, a sua liderança fracassou completamente.
6. Mantenha a igreja na simplicidade
Quando o trabalho e a estrutura da igreja se torna complexa as pessoas
sentem receio de se envolver. Todos temos medo de fracassar e
quando o trabalho parece muito difícil então recuamos inseguros.
Aqueles membros de um talento se sentem intimidados diante de
estruturas complexas e treinamentos sofisticados. Precisamos dar-lhes
um treinamento simples para que eles possam ser úteis numa igreja
igualmente simples. Se passamos a ideia de que é necessário um
grande treinamento para ser usado por Deus, vamos inibir a maioria de
se envolver.