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BLANC, Manuela Vieira. O pequeno-urbano e a recursividade do agir em um regime de familiaridade.

Sociabilidades Urbanas – Revista de Antropologia e Sociologia, v1, n1, p. 41-52, março de 2017. ISSN 2526-4702.
ARTIGO
http://www.cchla.ufpb.br/sociabilidadesurbanas/

O pequeno-urbano e a recursividade do agir engajado em um regime de


familiaridade
The small-urban and the action engaged in a regime of personhood

Manuela Vieira Blanc1

Resumo: Este artigo se constrói a partir de reflexões desenvolvidas sobre dados coletados
em espaços públicos de sociação de pequenas cidades localizadas na região Noroeste do
Estado do Rio de Janeiro e objetiva refletir sobre o potencial deste campo de observação
para uma análise da pessoalidade como modo de conduta pública. Os modos de vida
urbanos identificados nos contextos observados colocam em evidência modalidades de agir
em público fortemente marcadas porum estoque de conhecimento compartilhado sobre
cadeias de reputação e seus membros e um regime do próximo. Uma cultura pública
fortemente marcada pela influência de conteúdos intersubjetivos autonomizados e
objetivados. Primeiramente, objetiva-se demonstrar como esses espaços públicos de
sociabilidade se constituem como contextos de cultivo de si e de relações próximas, para
que então possamos refletir sobre os efeitos da pessoalidade como modo de conduta pública
e os modos como tal regime do próximo se relaciona com as modalidades de engajamento
na ação até então analisadas. Finalmente, visa-se traçar algumas hipóteses a serem
analisadas, bem como conferir destaque ao potencial das pequenas cidades como
laboratório de análise e experimentação da pessoalidade como um recurso actancial. Este se
trata de um artigo teórico-conceitual e que recorre a dados de campo e considerações
analíticas anteriormente desenvolvidas, com vias a avançar em alguns dos pontos de
reflexão anteriormente traçados pela sua autora. Palavras–chave: pessoalidade; regime do
próximo; conduta pública; cultura subjetiva.

Abstract: This article is based on reflections developed on data collected in public spaces
of small cities located in the Northwest region of the State of Rio de Janeiro and aims to
reflect on the potential of this field of observation for an analysis of the regime of
personhood as a way of public conduct. The urban ways of life identified in the contexts
observed highlight public ways of acting strongly marked by a stock of shared knowledge
about chains of reputation and their members and a regime of personhood (régime de
familiarité). A public culture strongly marked by the influence of intersubjective,
autotomized and objectified content. Firstly, it aims to demonstrate how these public spaces
of sociability are constituted as contexts of self-cultivation and close relations, so that we
can then reflect on the effects of personal relationships as a mode of public conduct and the
ways in which this familiarity regime relates with the modalities of engagement in the
action until then analyzed. Finally, it is intended to outline some hypotheses to be analyzed,
as well as to highlight the potential of small cities as a laboratory for analysis and
experimentation of personal relationships as an action resource. This is a theoretical-
conceptual article and that uses field data and analytical considerations previously
developed, with ways to advance some of the points of reflection previously drawn by its
author. Keywords: Personhood; Familiarity regime; Public conduct; Subjective culture

1
Professora Dra. do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política - Universidade Vila Velha. E-
Mail: manu_uenf@yahoo.com.br.
42

Delimitando o objeto
Este artigo se constrói a partir de dados coletados em espaços públicos de
sociação de cidades de pequeno porte localizadas na região Noroeste do Estado do Rio
de Janeiro. Os dados coletados em diferentes situações observadas ou relatadas de modo
sistemático nos últimos três anos vêm demonstrando a proeminência de uma alta
pessoalidade no trato dos atores em copresença em diferentes ocasiões da vida
cotidiana, com especial destaque para aquelas transcorridas nos espaços públicos de
sociabilidade local. Ponderadas as devidas variações em termos das posições ocupadas
pelos diferentes grupos de atores, bem como a complexidade do contexto e do processo
de observação, esses dados sugerem a manutenção de uma cultura pública fortemente
marcada pela influência de elementos intersubjetivos.
Se por um lado tais evidências, coletadas em situações sociais observadas em
cidades pequenas, em nada invalidam a tese simmeliana, também realçam aspectos que
nos permitem compreender com maior complexidade o que há para além da
impessoalidade, reserva e distanciamentona experiência de vida em cidades
contemporâneas. Do ponto de vista da condição citadina, interessam-nos aqui, acima de
tudo, os referidos espaçosde jogo, mesmo que restritos,“para o desdobramento de suas
qualidades peculiares”, de cultivo de si e de relações próximas (Simmel, 2005, 583).
Ao mesmo tempo, essa cultura pública pequeno urbana, mais do que meramente
penetrada por traços de um regime de engajamento na ação centradoem um registo de
proximidade, demonstra ser em grande medida constituída por ele. Esse estoque de
conhecimento compartilhado sobre pessoas, suas cadeias de reputação e afiliações,
evidenciado nos dados de campo coletados, é ele mesmo autonomizado, se constituindo
como um repertório público, que produz efeitos objetivos e participa da constituição dos
quadros de interação.
Estes espaços públicos de sociabilidade servem igualmente a manutenção de
relações próximas e ao encontro com o outro, servindo aprocessos de exposição de si
com diferentes potenciais de visibilidade. Servem ao mostrar-se para o próximo, como
servem ao encontro com o (ao menos potencialmente) desconhecido. São contextos de
manutenção da fachada, bem como de sua construção. Percebidos como laboratórios de
experimentação, contextos pequeno-urbanos aqui inspiram reflexões que contribuem
para se pensar muito mais do que gradações entre dimensões urbanas, objetivando o
entendimento de fenômenos, processos e relações sociais transcorridos em contextos
marcados pela pessoalidade como modo de conduta pública.
O espaço público como contexto de cultivo de si e as ponderações pequeno-urbanas
O que confere aos contextos de observação selecionados um caráter público são
os sentidos que lhes são atribuídos por seus usuários, bem como as tonalidades com que
tal quadro se constitui, incidindo sobre as experiências vividas. Ali decorrem “situações
rotineiras e quotidianas nas quais se constituem interações regidas pelas regras da
visibilidade mútua” (Freire, 2005, p. 44), trata-se de “espaços de fluxos e de encontros,
de estabelecimento de relações de copresença e que são abertos e acessíveis por
definição, mesmo que a sua acessibilidade possa ser objeto de contestação, sobretudo no
que se refere aos seus [variados] usos e significados” (Blanc, 2016a, p. 8).
Ao mesmo tempo em que as situações observadas envolvem citadinos em
copresença em espaços de sociabilidade que lhes são familiares, eles os compartilham
com um fluxo de transeuntes, visitantes mais ou menos regulares do local, estrangeiros
ou mesmo conterrâneos desconhecidos. Atores competentes ou não para agir de acordo
com as situações transcorridas em um espaço público marcado pela pessoalidade, mas
que são afetados por seus efeitos e interpelados a agir segundo seu regime de ação. São

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contextos públicos de sociação porque assim definidos por seus usuários, ao mesmo
tempo em que o são porque assim se definem enquanto quadros da sua experiência
social.
Durante o desenvolvimento da tese A sociabilidade e o lazer erótico como forma
social nos contextos urbanos das cidades do Rio de Janeiro e Paris (Blanc, 2013), foi
possível observar como um clube de suingue carioca e uma sauna libertina parisiense se
constituíam como espaços em potencial para o estabelecimento de novas parcerias
sexuais, aos iniciados, de construção de carreiras liberalistas sexuais, e de
experimentação de práticas sexuais públicas e/ou grupais, entre os iniciantes. Ao mesmo
tempo, esses se tratavam de locais de encontro entre conhecidos, entre seus habitués.
Eram percebidos, portanto, como espaços públicos de sociabilidade para membros de
grupos desviantes organizados (se nos inspirarmos em Becker, 2008), em contraste com
aquelas situações nas quais os próprios liberalistas sexuais, individualmente ou em
casais, se encontravam com seus parceiros regulares para a realização das suas práticas,
em contextos privados (suas próprias casas, motéis ou casas de festa, eventos fechados
aos membros de uma dada rede de relações). Assim também, essas situações eram
regidas por regras específicas, dadas por experiências de visibilidade mútua que tinham
o olhar do outro, outsider ou não, como um referencial significativo e valorizado (Blanc,
2013).
Esses espaços públicos de sociabilidade erótica não estavam isentos de um
caráter pessoalizado, serviam ao desenvolvimento de relações íntimas, não apenas
porque sexuais, mas porque assim definidas pelos seus usuários mais frequentes: os
clubes eram espaços de encontro com o novo, mas também de desenvolvimento e
manutenção das relações já estabelecidas entre seus frequentadores mais assíduos.
Ali eram identificáveis formas de engajamento na ação pautadas em certa
familiaridade com o contexto, objetos, pessoas e mesmo práticas ou competências. Ao
mesmo tempo, esse contexto era o espaço de transmissão de um repertório de valores,
comportamentos e modalidades de ação efetivadas entre seus habitués.
Esta experiência de pesquisa possibilitou apreender modalidades de
discriminação mútua entremeadas por uma relativa reserva e capaz de garantir uma
experiência de anonimato compartilhada (Guimarães; Cavalcante, 2007) capaz de
proteger as identidades individuais dos envolvidos para além das fronteiras da sub-
região moral de sociabilidade erótica. Essa reserva fomentava o estabelecimento e
manutenção de tais práticas, contribuindo com o seu desenvolvimento e manutenção ao
garantir a gestão dos encontros sexuais em sua efemeridade: o estabelecimento de uma
variabilidade de parceiros, bem como o fortalecimento de redes de relações liberalistas
sexuais (Blanc, 2013).
A constituição de tal quadro da experiência social requeria, nas situações então
observadas, o estabelecimento de determinadas fronteiras morais, simbolizadas pelas
portarias dos próprios clubes, senão os modos de vida que se desenrolavam para além
deles. A possibilidade de recorrer aos espaços públicos de sociabilidade erótica para o
exercício das suas práticas sexuais, sem que estas afetassem suas imagens para além
desses mesmos contextos, fora possível a esses interlocutores, dado o potencial de
mobilidade que possuíam e exercitavam entre seus mundos sociais.
Quanto aos objetivos que aqui nos interessam, tais reflexões contribuem, em
contraste, para a ponderação da experiência de intersubjetiva de mobilidade vivida entre
os atores pequeno-urbanos observados e que incidem sobre suas modalidades de ação
em público.
Se os espaços se distinguem pelas experiências espaciais que proporcionam aos
seus transeuntes, como assim o define Michel de Certeau (1994), a experiência de

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mobilidade representa mais do que deslocamento geográfico, “mas, sobretudo um


trânsito entre subculturas, mundos sociais, tipos de ethos ou, mesmo, entre papéis
sociais do mesmo indivíduo” (Velho, 2001: p. 20).
Na amplitude de um contexto urbano de dimensões populacionais restritas,
marcado por um baixo fluxo migratório e taxas de urbanização relativamente estáveis, e
que refletem majoritariamente o crescimento ou concentração de uma população nativa,
ao município ou região, em seus núcleos urbanos, cabe refletir sobre o sentido da noção
de mobilidade experimentada por seus citadinos. Assim como sobre a forma com
queseu potencial de mobilidade entre mundos sociais (Wirth, 1979) incidirá sobre a
possibilidade de exercício de diferentes “eus especiais” (Goffman, 2011).
Neste sentido, somos reenviados para a velha dicotomia entre o rural e o urbano
que confere destaque à diversidade, a complexidade e a coexistência de diversos
mundos sociais como elemento característico ao segundo, em detrimento do primeiro.
Inspirados de Hannerz (2015) e Noel (2016), optamos por fugir às limitações dos
enfoques dualistas, nos interessa avaliar, portanto, os sentidos e efeitos da mobilidade
experimentada pelos citadinos pequeno urbanos observados e os modos como podem
interferir em sua experiência de ação em público.
Podemos ponderar que a diversidade das experiências que caracterizam a
mobilidade, assim como definida acima, possam ser traduzidas minimamente em termos
dos quadros com que se definem vivências em público e vivências em privado, por mais
tênues que sejam as fronteiras que os delimitam, sobretudo em contextos nos quais o
exercício de diferentes “eu especiais” é limitado pela potencial recorrência de encontros
entre conhecidos nas mais diversas situações. Mais do que público e privado, é possível
ir além e diferenciar os cenários onde decorrem as diferentes relações estabelecidas
entre citadinos (e destes com os próprios espaços): aqueles pelos quais circulam e os
diferentes sentidos a ele atribuídos.
Os possíveis contrastes entre o “rural” e o “urbano” são menos ricos enquanto
evidências da uma suposta dualidade entre contextos do que fonte de inspiração para o
exercício analítico aqui proposto.
A análise de diferentes situações sociais observadas demonstra que percorrer
diferentes circuitos de sociabilidade e lazer não representa, necessariamente,
experimentar diferentes mundos. Em termos de variabilidade de experiências e de
encontros, de exercício de uma mobilidade entre mundos sociais, a experiência pequeno
urbana de circulação pode ser tão potencialmente diversificada quanto um modo de vida
urbano traçado no interior de diferentes circuitos de sociabilidade (Blanc, 2016b). O
mesmo é observável se considerados os percursos realizados por grupos de
sociabilidade no interior dos seus circuitos de circulação pela cidade, assim como o
demonstra Magnani (1993, entre outros).
Essas experiências em público sãomarcadas por reencontros entre conhecidos,
reencontros estes que reenviam esses atores às posições por eles ocupadas em outras
situações da vida cotidiana.
O que interessa destacar, no que se refere ao potencial das pequenas cidades
como laboratórios de análise, são os efeitos do intercruzamento dos circuitos de
sociabilidade e cadeias de relações neles presentes, restringindo a intensidade da
variabilidade das experiências de vida em público. Tais circuitos de sociabilidade se
interpenetram com uma intensidade consideravelmente significativa, envolvendo a
apropriação dos mesmos espaços em função do exercício das mais variadas práticas por
diversos grupos. Os próprios grupos se cruzam, senão moral, cartograficamente. Ao se
cruzarem, colocam em movimento referenciais que não estão dados na situação dos
encontros, mas nos modos como esse contexto cognitivo se constitui enquanto

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experiência citadina. É pessoal, mas não porque fundamentado em afeto ou


familiaridade. A pessoalidade é um princípio de organização de mundo que produz
expectativas sobre comportamentos.
Em conversa informal e espontânea, uma das minhas interlocutoras relata com
desdém a razão de nunca ter entrado em uma dada loja de roupas femininas: “Ela nunca
me convidou pra conhecer [a loja]”, se refere à sua dona, esposa de um conterrâneo e
filho de personagem notória da cidade. A relação entre ambas é mediada,
exclusivamente, pela relação da primeira com a família da sogra da segunda. Ainda
assim, o posicionamento da segunda é objeto de crítica e o argumento utilizado para
tanto aciona um princípio fundamentado na suposta familiarização,direta ou indireta,
entre pessoas.
Observa-se, neste caso, que a pessoalidade, como referencial de agir em
conjunto, tem menos a ver com os laços estabelecidos entre pessoas entre si do que
destas no interior de um quadro. E, como em quaisquer outras circunstâncias, é
necessário engajamento, bem como aquele “traço demonstrado nas ações situadas,
apontando para sua alocação em determinada gramática actancial moral, como
desenvoltura em regras que verificam critérios de concretização da ação” (Werneck,
2015, 193): a boa e velha competência para agir de acordo com a situação.
Inseridos em diferentes grupos, nos quais se relacionam com diferentes pessoas,
esses citadinos tendem a ser constantemente confrontados com papéis, status e poderes
exercitados em outras situações, senão por eles mesmos, por aqueles aos quais estão
moralmente vinculados. O caso acima remontado não nos permite avaliar os modos
como os ajustamentos à crítica podem decorrer, mas nos permite evidenciar os
significados que delineiam expectativas e conferem sentidos a ações. A relação
comercial não estabelecida é justificada não com base em uma lógica de mercado, mas
segundo um referencial dado nas relações estabelecidas (neste caso, indiretamente, entre
os envolvidos).
Os espaços de observação selecionados, e que variam entre as praças,
estabelecimentos comerciais e de lazer de diferentes tipos e, mais eventualmente,
igrejas, apesar de públicos, não estão compostos predominantemente por grupos de
atores que se desconhecem mutuamente. Do mesmo modo, a conduta pública que incide
sobre os engajamentos na ação tem como efeito um tipo de reserva que não se sustenta
em um regime de desatenção civil (Goffman, 2010), mas sim se constitui como um
dispositivo de proteção a uma profusão de estímulos que a todos discrimina, dada a
proximidade física e subjetiva que conecta atores em copresença. O exercício da reserva
está ele mesmo subordinado às gradações de proximidade e distanciamento que
envolvem os atores em copresença, bem como às hierarquias existentes entre eles em
termos da abrangência de suas reputações públicas. Um sistema complexo e altamente
dinâmico.
A centralidade das cadeias de reputação integradas pelos nativos ao local, e
mesmo os estrangeiros a eles filiados, tornam ainda mais sensíveistais experiências,
multiplicando as conexões indiretas entre os presentes. Não é necessário que se
conheçam mutuamente, basta que se reconheçam (ou sejam reconhecidos) como
membros de uma rede de relações, ela mesma enquadrada no interior de um complexo
de significados publicamente compartilhados. Aqui se enquadra a dona da loja, acusada
por seu comportamento distante. Estrangeira, é possível que sequer reconheça os
códigos que a conectam a sua acusadora e que fundamentam a sua crítica.
Por mais ampla que seja a composição do(s) público(s) em coexistência, o nível
de circulação, no que se refere ao trânsito de outros públicos, bem como a mobilidade
dos públicos locais, é fortemente impactado pelo peso dos indícios pessoais que

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extravasam os limites do conhecimento mútuo entre os presentes. É deste modo que as


cadeias de reputação enquadram os atores individuais no interior de um repertório
compartilhado de informações, significados e expectativas, alimentados nas mais
diversas situações sociais vividas (pelos atores individuais ou os demais membros da
sua cadeia de reputação).
Nesse sentido, as dimensões do contexto e a recorrência dos encontros implicam
em intercruzamentos entre os atores e suas ‘múltiplas’ faces, em uma recorrência de
situações de visibilidade mútua envolvendo determinados grupos, direta ou
indiretamente, de modo semelhante aquele representado pelas relações multiplex
analisadas por Gluckman (1987). O caráter objetivante desses dispositivos de
enquadramento mútuo está dado pelo fato que tais faces são, elas mesmas, afetadas
pelas cadeias de reputação daqueles que as buscamsustentar: são equipamentos
expressivos de tipo padronizado que sofrem influência direta de elementos não
intencionais ou inconscientes. É nesse sentido que o pequeno urbano que sustenta como
um contexto privilegiado ao entendimento das formas de interação pautadas em
referenciais subjetivos. A pessoalidade aqui se evidencia em seus múltiplos efeitos,
contornos ou gradações, se constituindo como um referencial autônomo e com potencial
de generalidade.
Um regime do público pautado no próximo
O que nos permite identificar os espaços públicosdas pequenas cidades
observadas como contextos marcados pela pessoalidade como modo de conduta não são
apenas os modos como são apropriados em função do estabelecimento e manutenção de
relações de proximidade, em diferentes gradações. Mas o fato de se constituírem como
um dos territórios de vigência do que se pode definir amplamente como um regime do
próximo.
Em termos gerais, a predominância da pessoalidade responde a definições de
situação pautadas em um regime de familiaridade. Nessas situações a propriedade
atribuída aos agentes contextualmente, e também sobre o tipo de engajamento e as
competências necessárias a sua apropriação, se caracteriza por um engajamento cuja
dinâmica depende fortemente de indícios pessoais ou locais (Thévenot, 2006).
Familiaridade, ou proximidade, portanto, no que se refere aos demais atores em co-
presença, ao local, ou a tipicidade da situação, mas, sobretudo, ao modus operandi do
processo interativo: modos de agir com ou perante aos outros pautados em um princípio
subjetivo, quiçá uma pressuposta intimidade.
A definição de tal quadro, finalmente, se articula a referenciais compartilhados e
colocados em movimento de forma intersubjetiva pelos atores em copresença e se
reflete em posicionamentos, assim como o demonstrado em trabalhos anteriores (Blanc,
2016a, 2016b, entre outros). Um regime de discriminação mútua, se não absoluto,
envolvendo todos entre todos; ao menos relativo, envolvendo grupos de outros
(mutuamente) significativos (ou não). O interesse dispensado, finalmente, é regido por
critérios de atenção que, mesmo que não estimulados pela proximidade,
necessariamente, a tem como referência ou pressuposto. Um quadro de interação que
interpela os desconhecidos, aproximando potencialmente mesmo quem está distante2.

2
Este argumento fora desenvolvido mais detalhadamente em coautoria com Assis e no artigo “De qual
família você é?” Cidades de médio e pequeno porte e rituais de interação, a ser publicado no livro
Moralidades em Cidades da Periferia (Organizado por Jussara Freire, Luiz Antônio Machado da Silva,
Gabriel Noel e Natália Bermudez com auxílio do edital APQ3 - Faperj) e que ainda se encontra em
processo de editoração.

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Assim como o destacado anteriormente, as cadeias de reputação participam do


processo de enquadramento dos atores na situação a partir de referenciais coletivamente
estabelecidos, em caráter indexical, e são reajustadas durante os processos de interação.
Esse outro é próximo porque pessoalmente próximo, membro de uma determinada
família ou afiliado a um conjunto de notórios amplamente reconhecidos. Ou é um
próximo em potencial, porque presente em dada situação, disponível ao olhar dos
demais. A pressuposta proximidade, portanto, dota todos os presentes de um caráter de
objeto de discriminação em potencial e se reverte também na exposição pública como
modo de conduta (Blanc, 2013).
Em contextos nos quais tal conteúdo pessoalizado extravasa os simples
ajuntamentos entre autores, se autonomizando e incidindo como princípios de
organização que governam os acontecimentos e nosso envolvimento subjetivo neles
(Goffman, 2012), a proximidade, ou familiaridade, se constitui como um referencial de
conduta. Deste modo, irá reger não apenas um princípio de ação restrito e com baixo
grau de generalidade, como o define Thevenot (2006), como também é capaz de se
constituir como “convenção de grande alcance cognitivo e moral”, nos termos em que
Martins (2016, 22) define o regime do público, em oposição ao familiar, igualmente
segundo o referido autor.
Thévenot (2006) distingue, portanto, ambos os regimes de ação em termos da
abrangência ou generalidade do regime de grandeza que os compõe, bem como quanto
ao seu espectro de atuação. Os modos como se constitui a cultura pública identificada a
partir da análise de situações sociais transcorridas nos espaços públicos de sociabilidade
das pequenas cidades selecionadas nos obriga a refletir sobre os efeitos da penetração de
tais regimes de ação em contextos nos quais o regime do próximo incide sobre o regime
do público. É importante destacar, finalmente, que o autor prevê essa penetração e
sugere alguns dos seus efeitos possíveis, aqui nos interessa testar a hipóteses de que tais
efeitos possam sugerir mais do que mera penetração.
A proeminência da pessoalidade está dada nos processos de definição da
situação, refletindo representações e incidindo sobre modos de conduta.Nos casos
observados, se constituem como experiências compartilhadas, refletindo representações
sociais com o potencial de englobar a todos os presentes na situação de copresença e,
através destes, a sua própria cadeia de reputação. A circulação, o dinamismo ou a
abertura característica do espaço constituído como público culmina em processos de
discriminação mútua com potencial de generalidade, a presença repentina de um
estrangeiro sendo capaz de colocar em movimento um sistema de comunicação que
permita aos demais enquadrá-lo no interior de uma teia de relações passível de
reconhecimento.
Namorando uma nativa que já não mora na cidade há 15 anos, Ricardo relata,
surpreso, a oferta de crédito recebida, espontaneamente, em um supermercado local.
Após o registro das compras, a atendente o pergunta se ele deseja “anotar” o pedido. O
rapaz, em suas primeiras viagens ao local, já havia sido não apenas reconhecido como
membro da cadeia de reputação da sua namorada, como já era convidado a desfrutar dos
benefícios da confiabilidade que possui. Inversamente, a sua namorada se surpreende,
em outra situação, com o fato de que, ao chegar a um local pelo qual ele passou, ser
informada por algum dos presentes que “ele saiu daqui agora”, somada a direção
tomada pelo rapaz e suposições quanto ao seu destino final.
Aos citadinos pequeno-urbanos que inspiram as reflexões aqui desenvolvidas, os
espaços públicosde sociabilidade e lazer servem ao cultivo de si, como atores
individuais, ao cultivo de suas cadeias de reputação (das quais participam outros
membros das suas redes, mais ou menos próximos), bem como ao encontro com o

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outro, o desconhecido potencialmente próximo ou absolutamente distante. A


proeminência desse conteúdo subjetivado pode ser atestada nos modos como se
constituem suas condutas, inclusive públicas. A forma como as diferentes instâncias das
suas vidas cotidianas se interpenetram, derrubando a hipótese de queas suas dimensões
pública e privadasse oponham mutuamente, evidenciam o potencial objetivante do
conteúdo dessa cultura subjetiva, autonomizada das relações que as produzem.
No que se refere às cadeias de reputação estabelecidas em tais contextos, a
familiaridade ou pessoalidade demonstra o seu potencial de generalidade em termos da
qualificação dos “seres e ações envolvidos num determinado processo de ação ou numa
situação determinada” (Martins, 2016)3. Vale refletir até que ponto se trata de um
regime do público interpenetrado por formas de envolvimento na ação mais particulares
(ou menos passíveis de generalização) ou um regime do próximo que extravasa o
particularismo e se consolida como base de referência a uma cultura pública
propriamente dita, a marca da pessoalidade considerada característica às cidades
pequenas brasileiras por Rosane Prado (1998), por exemplo.
Não é o anonimato que define a experiência cognitiva nesses contextos porque
não é o desconhecimento mútuo que caracteriza esse tipo de experiência de vida em
público. Ainda assim, as interações estabelecidas a partir de tais condições envolvem
um trabalho de gestão da copresença e de coordenação das ações, supondo uma
atividade contínua e circunscrita de organização que a dota de um caráter sensível, bem
como destaca Joseph e Quéré (1993).Gerir a vida pública, em tais condições, é gerir
também a vida privada, mas em público, o que incide sobre a experiência citadina em
termos da mobilidade (ou trânsito, vide Hannerz, 2015), sociabilidade e, finalmente,
cultivo de si.
Pessoalidade, sociabilidade e apropriações pequeno urbanas. O que há de evidente
no pequeno urbano?
Nichos de desenvolvimento pessoal e cultivo de si, as formas de sociabilidade
identificadas nos contextos urbanos analisados são fortemente marcadas pela circulação
como modo de exposição pública. Encenam formas de gestão da experiência em público
caracterizada por critérios de visibilidade mútua e que incidem sobre percursos urbanos
traçados pelos mais diversos grupos sociais em coexistência (Blanc, 2016b).
Nos espaços públicos dessas pequenas cidades esses grupos dialogam através da
visibilidade mútua e os modos como a agenciam. Deste modo, são exercitadas
aproximações e distanciamentos. O exercício da reserva, encenado em demonstrações
de desatenção, é igualmente gerido em função de hierarquias de valor estabelecidas
entre cadeias de reputação representadas, em diferentes situações, pelos seus membros
que se fazem presentes. A posição ocupada por esses atores nas redes às quais estão
filiados não é menos relevante, dado simbolizarem seu poder de influência no interior
da própria cadeia, bem como serem refletidas em suas reputações individuais.
Quem não pode ser ignorado, e, portanto, deve ser cumprimentado, com maior
ou menor intimidade, são aqueles atores que representam, no momento dos encontros, a
presença física e concreta não apenas de uma pessoa (aquela a qual se cumprimenta),
mas de uma cadeia de reputações reconhecida (por aquele que se aproxima) como outro
significativo em si. Os cumprimentos entre amigos é apenas uma das modalidades de
ritualização dos encontros, aqui, sim, pautada em um princípio afetivo.

3
Destaca-se novamente que a expressão citada pretende definir a noção de regime do público,
segundo Thévenot (2006), sendo aqui aplicada para refletir sobre formas de engajamento em um
regime familiar.

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Ao mesmo tempo, se possuir capitais culturais equivalentes é condição sine qua


non para o vínculo amoroso, assim como destaca Illouz (1997), caberia refletir até que
ponto as próprias afetividades, em termos mais gerais, sobretudo aquelas estabelecidas
em um contexto marcado pela pessoalidade, não são afetadas por elementos que
extravasam as próprias relações: refletindo sentidos e filiações que podem incidir sobre
identificações mútuas, a intensidade do convívio e mesmo o próprio afeto.
A ação de aproximação, portanto, é uma demonstração de engajamento a esse
complexo valorativo. Por fim, os “distintos modos e princípios de conectar-se
socialmente, envolvendo as mesmas pessoas em distintas situações sociais e de acordo
com diferentes critérios de classificação e localização social” caracterizam tais
experiências de encontros (Comerford, 2003, 18).
Pensar a pessoalidade como modo de conduta pública, portanto, implica em
reconhecer a complexidade de uma dinâmica de sociação que, enquanto quadro da
experiência social, primeiro a todos discrimina, para então enquadrá-los. A intensidade
dos fluxos aqui está dada pela intensidade de estímulos à aproximação, exigindo o
exercício de uma reserva que protege ao permitir a hierarquização (mediada pela
relevância e abrangência de cadeias de reputação) dos atoresem copresença.
As notoriedades exercitadas pelos diferentes atores em copresença participam da
definição da situação, evidenciando a relatividade com que a pessoalidade incide sobre
suas agencias. Em termos práticos, o nível de proximidade variará situacionalmente,
motivando demonstrações de engajamento mútuo a uma dada cadeia de reputações em
uma ocasião ou subordinando-a a outra em demais ocasiões possíveis. Mas ele tende a
dizer tanto sobre os laços afetivos construídos entre grupos e pessoas do que sobre as
posições ocupadas por elas e os modos como estas se relacionam para além da situação.
Ao mesmo tempo, esse processo contínuo de enquadramento dos atores, mesmo
que em diferentes situações, se conjugam continuamente, alimentando as suas
reputações individuais e contribuindo para a composição da sua imagem perante os
outros.
Observa-se, neste sentido, que, ao se apropriarem do espaço público para o
cultivo de si, mais do que exercitar diferentes “eus especiais”, esses citadinos estão
sendo enquadrados a um “eu total” genérico, constituído como imagem pública. Os
nichos de desenvolvimento pessoal, em sentido semelhante àquele delineado por
Simmel, Robert Park e seus sucessores, de exercício de uma maior liberdade e cultivo
de personalidades individuais serão, semelhantemente à grande metrópole, lugares
outros que não a praça pública. Não por se tratarem de contextos impessoais, de
experimentação de uma condição de irrelevância do eu, mas porque de objetivação, de
enquadramento deste eu a sua imagem pública.
Considerações Finais
“Por ser de lá (na certa, por isso mesmo) eu não gosto de cama mole, não sei comer sem
torresmo. Eu quase não falo, eu quase não sei de nada. Sou como rês desgarrada nessa
multidão, boiada caminhando a esmo.” (Lamento sertanejo, Zé Ramalho) (grifos nossos).
A capacidade de agir segundo um regime de familiaridade é uma competência
adquirida e que comporá um estoque de conhecimento compartilhado e que pode ser
acionado em diferentes situações. O que se pode supor de uma experiência citadina
desenvolvida em tal contexto é que tende a envolver um maior incremento de tais
competências,possivelmente em detrimento de outras. O lamento sertanejo e a
referência que faz à multidão sem face é uma alegoria a esse confronto entre um modo
de conduta pública pautado na relevância dos seres em copresença e o choque
experimentado diante de um novo mundo, distante, desconhecido e de “eus genéricos”.

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Porém, suspensa a dramaticidade por trás de tal alegoria, a competência de agir


como próximo pode ser pensada como um recurso que acionado de diferentes maneiras
como uma estratégia de ação propriamente dita. Sem supor que o “jeitinho” seja
necessariamente exclusivo ou parte da essência brasileira, ainda podemos entendê-lo em
termos da “arte de ser mais igual do que os outros”, como o faz Lívia Barbosa (1992).
Estratégia de ação que subverte a lógica universalista, reclamando para si vantagens que
não são universalizáveis, ela recorre a pessoalidade, seja como fundamento moral do
tratamento distinto (partindo das justificativas particulares daquele se beneficia), seja
como meio de aproximação e convencimento daquele de quem se depende (e que pode
ser o mediador do acesso a tal benefício). Dando jeitinhos ou acionando uma posição de
poder4, a pessoalidade pode ser um recurso poderoso.
Menos do que buscar nas pequenas cidades os resquícios de um modo de vida
comunitário ou atribuir a esses contextos cognitivos uma essência contraposta à
experiência metropolitana, os trabalhos em desenvolvimento que inspiram este artigo
tem como objeto compreender as nuances por trás das pistas deixadas por alguns
autores da sociologia pragmatista. Neste artigo, objetiva-se refletir de que modo a ação
engajada em um regime do próximo se concretiza na prática da vida cotidiana, sendo ela
proeminente e definidora de uma cultura pública ou não. Enquanto cultura pública, ela
se coloca disponível ao olhar do pesquisador sem pudor, no interior de uma intimidade
dada nos moldes como ela é gerida publicamente.
Assim sendo, por mais localizado, restrito em termos de público e com baixo
potencial de generalidade que o conteúdo que dá sentido a um engajamento na ação
pautada na familiaridade possa apresentar, o entendimento do modo como ele opera
habilita os atores a agir de acordo com a situação, ao menos relativamente. Senão
discriminando os grandes dos pequenos, a priori, como parte do estoque de relações
próximas cultivadas, como um recurso de aproximação que pode ser acionado como
ferramenta para a efetivação das ações. Esse ator pode agir, senão “a partir de uma
longa familiarização dinâmica com as pessoas e objetos envolvidos na sua ação”
(Martins, 2012, p. 2), nos moldes com que agiria, se esse fosse o caso.
A competência em estabelecer relações de proximidade com os grandes, um
contexto marcado pela pessoalidade como modo de conduta, é um recurso à construção
de uma notoriedade individual. Assim é possível aos atores vincular a sua imagem às
cadeias de reputação às quais se filia.
Por outro lado, e em diferentes contextos e gradações, proximidade é algo que se
cultiva e que pode ser acionado para além dos laços afetivos efetivamente estabelecidos
previamente. Em trabalhos mais recentes, diferentes autores apontam para a influência e
o potencial da pessoalidade para a ação coletiva. Mauro (2009, p. 623) analisa o grau de
influência das relações de pessoalidade nas desigualdades ou assimetrias
identificadasentre grupos de economia solidária, apontando para a variação das
“diferentes flexibilidades existentes nas relações entre os atores envolvidos”, de acordo
com “a natureza das esferas sociais de onde tais atores provinham (setores público,
privado e terceiro setor)”. Comerford (2003) aponta para o peso e influência das
relações familiares e de compadrio na mobilização sindical na Zona da Mata de Minas
Gerais.
Outros evidenciam a recursividade da pessoalidade para a proteção e controle
social. Em Karasch (2000), é demonstrado como relações de apadrinhamento entre
escravos africanos no Brasil contribuíram para a ampliação de seus vínculos de
sociabilidade e solidariedade. Em Assis (2011), os vínculos afetivos participam da

4
Em referência ao “Você sabe quem está falando?”, de Roberto Damatta (1997).

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consolidação das trajetórias profissionais de camelôs, seja na administração das suas


atividades comerciais como um empreendimento familiar, no auxílio mutuamente
dispensado entre os comerciantes e nos contextos de mobilização coletiva e luta por
reconhecimento.
O potencial do citadino pequeno-urbano como interlocutor de pesquisa está dado
no domínio de agir segundo essa lógica recursiva, bem como essa é uma das suas
riquezas em termos analíticos. Ele não é o único que domina o regime do próximo, mas
é certamente uma bela fonte de inspiração para analisa-lo em suas múltiplas faces e
potencialidades.
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