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Corrosão nos Aços Inoxidáveis

Adayr Borro Junior

Mai 2006
1. Introdução

Aços Inoxidáveis em geral, ao contrário dos demais aços, permanecem com


consumo crescente no mundo. Dentre as prováveis razões, destaca-se a
diminuição dos custos de elementos de liga presentes nos inoxidáveis, a maior
produtividade das aciarias especiais, as campanhas mundiais de incentivo a estes
materiais valorizando seu apelo estético, higiene, durabilidade e nobreza.
Os aços inoxidáveis foram descobertos a 85 anos de uma forma peculiar quando o
cientista Harry Brearley notou que suas experiências com ligas contendo 12,8 %Cr
e 0,24 %C, se caracterizavam pela dificuldade de ataque, antes da observação
microscópica. Brearley, que de forma modesta sempre declarou que não
objetivara descobrir uma liga tão nobre, jamais poderia imaginar que sua
experiência geraria um impacto tão grande no próprio desenvolvimento da
humanidade. O início da produção industrial dos inoxidáveis se deu através da
empresa alemã Krupp no ano de 1914. (1)
Nos anos que se seguiram, os inoxidáveis foram responsáveis pelo avanço e
desenvolvimento das indústrias químicas, petroquímicas, farmacêuticas, de
alimentos, entre outras. A prova concreta deste fato foi a produção mundial de
aços inoxidáveis registrada em 1934, da ordem de 56000 toneladas, tendo
atingido em 1953, a produção de um milhão de toneladas. Com processos cada
vez mais refinados, produtos com propriedades otimizadas, custos diminuídos e
campanhas de utilização, o consumo e a produção continuaram a crescer de
forma incontestável, alcançando 5 milhões de toneladas em 1970, superando a
marca dos 10 milhões em 1990, com resultado ascendente até o final do século
como mostra figura 1:

Histórico da Produção Mundial de Inox

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0
1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000

Figura 1: Evolução e tendência da produção de inoxidáveis no mundo.

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Dentre as principais características técnicas que cada vez mais atraem e
incrementam o consumo dos inoxidáveis, destacam-se:

Estética e assepsia.
Resistência à corrosão.
Propriedades mecânicas.
Resistência a altas temperaturas.
Excelente relação custo / benefício.

2. Definição de Aço Inoxidável

Aço Inoxidável representa uma das inúmeras famílias dos aços. Aços são
definidos como ligas ferro carbono (Fe - C) . Os inoxidáveis, além de Fe e C,
contém em sua composição química, no mínimo 11 % de Cr, o que lhe confere
elevada resistência à corrosão.
O Cr presente no aço, nestas proporções, ao entrar em contato com o ar, reage
instantaneamente com o oxigênio, formando uma fina, contínua e protetora
camada de óxido de cromo em toda a superfície do aço, protegendo o mesmo
contra ataques corrosivos do meio exposto.
Tal película é denominada camada passível, apresentando uma espessura ínfima
da ordem de 50 Å ( 50 x 10-10 m ), sendo estável e invisível. Tal camada se adere
ao aço, protegendo-o de ataques externos, onde, de uma maneira geral, tal
proteção é proporcional à quantidade de cromo contido no aço e à oferta de
oxigênio presente na superfície do mesmo.
A grande vantagem dos aços inoxidáveis reside no fato da camada passiva ser um
revestimento natural de caráter auto-regenerativo, isto é, quando a superfície de
um inoxidável é danificada por um risco ou arranhão, na presença de oxigênio, a
mesma se refaz em milésimos de segundo. Superfícies protegidas por processos
de revestimento não naturais como fosfatização, galvanização, pintura e
cromatização, além de não apresentarem caráter regenerativo, não possuem
aderência estável como os inoxidáveis.
Além do Fe, C e Cr, outros elementos de liga podem ser adicionados aos
inoxidáveis, conferindo-lhes melhores propriedades corrosivas, mecânicas,
soldabilidade e outras. Dentre os elementos de liga utilizados, destaca-se o Ni,
Mo, Ti, Nb, N e outros.
Como toda material de interesse a Engenharia, os aços inoxidáveis quando mal
aplicados, tendem a ser atacados e corroídos, cabendo assim uma análise correta
da seleção do inoxidável para uma determinada aplicação.

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3. Classificação dos Aços Inoxidáveis

Aços inoxidáveis são classificados de acordo com suas estruturas cristalinas, as


quais estão diretamente relacionadas à composição química do material. Assim,
encontramos quatro principais famílias:

1. Ferríticos
2. Austeníticos
3. Martensíticos
4. Austeno-ferríticos

Os nomes utilizados na classificação dos inoxidáveis estão relacionados aos


pesquisadores que apresentaram as respectivas estruturas cristalinas ao
microscópio, como Ferri, Austen e Marten.

3.1 Aços Inoxidáveis Ferríticos

Apresentam em sua composição química, basicamente, baixos teores de C, com


Cr superior a 11% e poucos elementos de liga adicionais. Trata-se da família mais
barata de inoxidáveis, apresentando boa resistência à corrosão geral e boa
soldabilidade.
São exemplos de aplicações dos aços inoxidáveis ferríticos, escapamentos
automotivos, moedas, talheres e adornos em geral. A figura 2 traz um exemplo
típico de aplicação:

Figura 2: Escapamento automotivo em aço inoxidável ferrítico AISI 409.

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Os principais aços inoxidáveis ferríticos são:

AISI 409: Escapamentos automotivos.


AISI 430: Moedas, adornos em geral.

3.2 Aços Inoxidáveis Austeníticos

Trata-se da família mais importante e mais consumida dos aços inoxidáveis.


Apresentam em sua composição, além da liga Fe C Cr, alta porcentagem de Ni,
variando de 8 a 20 %. O mais famoso e empregado inoxidável no mundo é o AISI
304, conhecido como 18/8, o que significa 18% de Cr e 8% de Ni.
Outra importante liga presente na família austenítica é o AISI 316, apresentando
cerca de 18% Cr, 9% Ni e 2% Mo.
Quando se necessita soldar tais materiais ou submete-los a ambientes muito
corrosivos utiliza-se o AISI 304L e 316L, sendo o significado da let
baixo teor de carbono.

Os aços inoxidáveis austeníticos apresentam excelente resistência à corrosão


geral, ótima soldabilidade e custo médio. Estão presentes em todas as indústrias
de processo como química, petroquímica, papel e celulose, farmacêutica, têxtil,
automobilística e principalmente nas indústrias alimentícias.
A figura 3 apresenta uma típica aplicação de um aço inoxidável austenítico.

Figura 3: Forno de cozimento de salsicha da Sadia, Concórdia, em aço inoxidável austenítico


AISI 304.

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3.3 Aços Inoxidáveis Martensíticos

Trata-se de uma família específica, apresentando em sua composição química,


elevado teor de carbono, o que possibilita a têmpera destes aços, isto é, o
acréscimo de dureza através de tratamento térmico. Sua principal aplicação se
encontra em cutelaria em geral, ou seja, situações onde resistência à corrosão e
propriedade de corte, são requeridos.
São exemplos de aplicação, facas, tesouras, ganchos e demais ferramentas de
corte.
Os principais aços inoxidáveis martensíticos são o AISI 420 e o AISI 410.

3.4. Aços Inoxidáveis Austeno-Ferríticos

Mais moderna família dos inoxidáveis, caracteriza-se por uma estrutura cristalina
onde coexistem duas fases, a austenita e a ferrita, em proporções igualitárias. Tal
desenvolvimento levou ao surgimento de um inoxidável que reúne as excelentes
características de resistência à corrosão geral da fase austenítica, com as
excelentes propriedades mecânicas da ferrita. Trata-se de uma família recente
que vem ganhando espaço no mercado europeu, apresentando boa soldabilidade
e custo ainda alto.
O mais empregado aço inoxidável duplex é conhecido como SAF 2205 (Sandvik
Trade Mark) que apresenta em sua composição química, baixos teores de
carbono, 22% de Cr e 5% de Ni, além de outros elementos como Mo e N.
Sua aplicação ocorre em ambientes excessivamente cloretados, onde ligas
austeníticas tendem a apresentar corrosão pontual. Neste momento a ferrita atua
impedindo tais ataques devido a suas elevadas propriedades mecânicas. No
Brasil, Indústrias de alimentos como a Sal Cisne, Refinações de Milho Brasil,
Schincariol e outras já vêm aplicando com sucesso ligas inoxidáveis duplex em
aplicações específicas.

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4. Corrosão nos Aços Inoxidáveis

Ao contrário do que se imagina, aços inoxidáveis quando mal selecionados, mal


manuseados e sem manutenção, podem apresentar vida útil muito inferior ao
esperado.
Na realidade, os inoxidáveis também estão sujeitos a ataques corrosivos, porém
quando utilizados e manuseados corretamente, minimizam tais ataques mantendo
propriedades fundamentais como assepsia.
Toda proteção contra ataque externo nos inoxidáveis está diretamente relacionada
ao seu filme passivo. Como mencionado, os aços inoxidáveis apresentam uma
fina camada de óxido de cromo na superfície, denominada camada passiva, a qual
protege o substrato de eventuais ataques. Assim a resistência à corrosão é uma
conseqüência direta da espessura e estabilidade da camada formada.
Caso esta camada protetora, exposta a um meio agressivo, seja destruída por
algum motivo, o aço inoxidável pode começar a ser submetido a um processo
corrosivo.
São sete os principais mecanismos de corrosão nos aços inoxidáveis:

Corrosão geral
Corrosão por pites
Corrosão por fresta
Corrosão sob tensão fraturante
Corrosão intergranular
Corrosão erosão

4.1 Corrosão Geral

Ocorre basicamente quando aços inoxidáveis são expostos a meios ácidos. Sua
principal característica é a perda uniforme de material ao longo de uma superfície.
A figura 4 apresenta um esquema característico da corrosão geral.

Espessura
Espessura
original
original

Figura 4: Corrosão geral. Perda uniforme de espessura, ao longo de uma superfície.

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4.2 Corrosão por pites.

Trata-se de uma corrosão localizada na superfície dos aços inoxidáveis. São


cavidades ou pites que se desenvolvem quando os aços inoxidáveis são expostos
a soluções contendo elementos halogênios (família 7 A da tabela periódica) que
quando na forma de íons (cloreto, fluoreto, brometo e iodeto), tentam localmente
penetrar no filme passivo dos inoxidáveis que , por alguma razão encontra-se
debilitado.
Quanto maior a concentração dos halogenetos e maior a temperatura, maior
severidade do ataque.
A figura 5 apresenta aspecto típico de um taque localizado (pite):

Figura 5: Corrosão por pites. Setas indicam ataques localizados típicos.

A resistência à corrosão por pites é potencializada nos inoxidáveis quando estes


apresentam o elemento Mo na sua composição química. Trata-se basicamente do
caso da liga AISI 316 / AISI 316L que, por apresentarem 2% de Mo, resistem mais
a ataques de cloretos, quando comparada à liga AISI 304 / AISI 304L.

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4.3 Corrosão por fresta

Como o próprio nome sugere, tal fenômeno ocorre em espaços estreitos e


reduzidos, denominadas frestas.
Soluções com baixos teores de halogênios, podem acumular tais íons em frestas,
surgindo assim uma região com picos de agentes corrosivos, como por exemplo
os cloretos. Em outras palavras, mesmo em contato com soluções pouco
agressivas, os aços inoxidáveis podem ser atacados em regiões de frestas, devido
ao acúmulo de agentes agressores nestas regiões. Outro agravante é o fato
destas regiões apresentarem pouca demanda de oxigênio, debilitando a camada
passiva.

Fresta apresentando ataque localizado

Região exposta a um fluido.

Inox

Figura 6: Esquema ilustrando corrosão por fresta.

Evita-se o fenômeno, elaborando-se projetos com o mínimo de regiões de fresta


possíveis. Vedantes e anéis de borracha podem contribuir para a eliminação de
frestas. Ligas com Mo também surgem como alternativa uma vez que resistem
mais a ataques localizados.

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4.4 Corrosão sob tensão fraturante

As trincas ocorridas devido a interação entre tensões pré-existentes em um


material e sua exposição a um meio corrosivo caracterizam o fenômeno da
corrosão sob tensão fraturante (CSTF). Uma vez que a corrosão sob tensão tem
sua origem associada à formação de pites, o risco do ataque aumenta quando o
inoxidável se encontra em meios cloretados. Outros fatores contribuem para o
surgimento do fenômeno como materiais submetidos a esforços mecânicos ou
ciclos de soldagem que acabam por induzir tensões no material. A CSTF
raramente ocorre em temperaturas abaixo de 60°C.
Em resumo, quando se associam tensões residuais, ambientes cloretados e
temperaturas acima de 60 °C, o risco de CSTF se potencializa.
Uma vez que nem sempre se consegue eliminar tensões residuais ou controlar
temperaturas e halogenetos presentes num determinado processo, ligas
austeníticas com Mo, aços inoxidáveis ferríticos ou duplex, surgem como
alternativa.
A figura 7 traz uma representação esquemática de uma microestrutura
apresentando CSTF.

Pites

Trincas

Figura 7: Esquema de uma microestrutura com corrosão sob tensão fraturante.

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4.5 Corrosão Intergranular

Trata-se da mais perigosa corrosão nos aços inoxidáveis. Ocorre quando um aço
inoxidável austenítico permanece na faixa de temperatura que vai de 500°C a
900°C, uma vez que haverá formação de carbonetos de cromo em contornos de
grão dando origem a um fenômeno denominado sensitização. A figura 8 traz uma
ilustração de uma microestrutura sensitizada.

Carbonetos
de cromo
em contorno
de grão.

Região
descromizada

Figura 8: Esquema de uma microestrutura com corrosão intergranular

O fenômeno da sensitização empobrece de cromo uma região logo adjacente ao


contorno de grão, tornando-a vulnerável a micro ataques localizados. Tal região,
na verdade, deixa de ser inoxidável uma vez que seu teor de cromo atinge valor
menor que 11%. Assim sendo, em uma região próxima ao contorno de grão fica
susceptível a ataques externos, ocasionando assim micro-regiões corroídas.
Uma vez que o fenômeno não é observável a olho nu, tal corrosão só é percebida
quando um vazamento está em andamento.
Previne-se a corrosão intergranular, utilizando-se aços com extra baixos teores de

com baixo teor de carbono. Limitando-se o teor de carbono, limita-se a formação


de carbonetos de cromo em contorno, evitando-se a descromização de regiões.

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4.6 Corrosão Erosão.

Este tipo de corrosão pode ocorrer quando simultaneamente, uma aço inoxidável
fica submetido a um meio corrosivo e à uma situação de erosão.
A figura 8 apresenta esta situação típica.

Meio corrosivo

Figura 8: Esquema da ação corrosão / erosão

Como o princípio de proteção dos inoxidáveis se baseia no filme passivo, a ação


erosiva sobre este filme, prejudica a resistência a corrosão do material que,
submetido a um meio agressivo, tende a ser corroído.
Ligas com maior resistência ao desgaste como os aços inoxidáveis ferríticos ou
aços inoxidáveis duplex apresentam bom rendimento em situações de corrosão e
erosão.

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5. Considerações Finais

Aços Inoxidáveis são ligas passiváveis, isto é, na presença de oxigênio,


uma camada fina e invisível de óxido de cromo se forma, dando proteção
ao substrato.

Quanto maior a estabilidade da camada passiva, maior a resistência à


corrosão do inoxidável.

Quatro famílias se destacam nos aços inoxidáveis: austeníticos, ferríticos


martensíticos e duplex.

Quando mal empregados, os aços inoxidáveis podem sofrer ataques


corrosivos, tendo sua vida útil muito reduzida.

São seis tipos de corrosão mais usuais nos inoxidáveis: corrosão geral,
corrosão por pites, corrosão por fresta, corrosão sob tensão fraturante,
corrosão intergranular e corrosão erosão.

Uma vez que a resistência a corrosão dos aços inoxidáveis está


diretamente relacionada a seu filme passivo, é fundamental que a superfície
dos inoxidáveis seja mantida limpa e arejada.

A manutenção periódica dos inoxidáveis, além de simples, garante


resistência à corrosão, higiene e assepsia permanente.

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