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I. Introdução
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respeito (doc. 03). Todavia, em 22/10/2016, foi divulgada nota na imprensa,
noticiando que o INSS manterá a revisão nos moldes estabelecidos na Portaria
Conjunta INSS/PGF nQ7/16.
De acordo com o art. 303 do NCPC, nos casos em que a urgência for
contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao
requerimento da tutela antecipada e ã indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao
resultado útil do processo. Os requisitos que autorizam a tutela provisória de urgência,
conforme redação do art. 300 do NCPC, residem na probabilidade de acolhimento
do direito alegado e na comprovada urgência de perecimento desse direito cujo
cenário revela o risco de inefetividade total ou parcial da tutela jurisdicional
superveniente. Tais condições, conforme fundamentação que segue, encontram-se
presentes na casuística.
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reflexo da má gestão e do propósito de garantir o equilíbrio atuarial do sistema
previdenciário. Ambos dão causa a exames técnico-administrativos desfavoráveis que
são, no entanto, maciçamente revistos na esfera judicial.
Como dito antes, esta demanda foi motivada, essencialmente, pela edição da
Medida Provisória nQ739/2016, que, como será abordado à frente, dá lugar à atuação
negligente, descoordenada - em razão da falta de regulamentação - e arbitrária, que
ameaça a obtenção e a manutenção dos direitos dos beneficiários da Previdência.
IV. O direito
$ 4-Q0 segurado aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento para
avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria, concedida
judicial ou administrativamente, observado o disposto no art. 101.
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0 art. 101 da Lei n. 8.213/1991 impunha ao segurado a obrigação de se
submeter a reexame, mas nada dizia acerca dos benefícios obtidos pela via judicial, o
que tornava a revisão administrativa, na pendência de processo, tema intensamente
controvertido na jurisprudência dos Tribunais, alguns a entendendo possível, outros
não.
Portanto, a nova norma veio permitir que a Administração Pública exerça o seu
poder-dever de fiscalizar, a qualquer tempo, os benefícios obtidos em razão de
incapacidade que foram deferidos inclusive judicialmente, podendo cancelá-los
sempre que constatada a recuperação laborai do beneficiário, excetuados daqueles
que contam mais de 60 anos de idade. Considerando a relação de trato continuativo
que caracteriza a concessão desses benefícios, a sua cessação na esfera administrativa
afasta a suposta violação à coisa julgada judicial.
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De fato, são inúmeras as representações feitas ao Ministério Público que
denunciam a violação ao direito de defesa prévia do beneficiário nas hipóteses de
cessação de prestações previdenciárias. Vejam-se demonstrativos de apuratórios que
revelam o histórico indicado (doc. 04):
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parte impetrante o prazo de 30 dias para recorrer da decisão que suspendeu o
pagamento" disse. 0 magistrado esclareceu que, em tema de anulação de ato concessivo de
benefício previdenciário, colhe-se da jurisprudência a necessidade de observância do devido
processo legai “A conduta unilateral da Administração, de suspender o pagamento de
benefícios previdenciários - revestidos de nítido caráter alim entar -, sem atenção
aos postulados do processo legal administrativo, ofende as garantias constitucionais
da ampla defesa, do contraditório e da oportunidade do respectivo recurso, que
integram o núcleo do postulado do devido processo legal substantivo" afirmou. 0
relator finalizou seu voto destacando que “o conjunto probatório colacionado aos autos
demonstra que de fato o INSS não observou o regular procedimento administrativo, porque
mesmo antes de se conceder oportunidade de recurso o beneficio foi suspenso, circunstância
que evidencia a ilegalidade do cancelamento" Decisão foi unânime. (Processo nQ:
2007.34.00.038891-0/DF. Data do julgamento: 21/10/2015. Data de publicação:
20/11/2015)
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo.
§ I o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da
decisão.
§ 2- Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas
4http://oglobo.globo.com/economia/pente-fino-do-inss-cancela-80-dos-auxilios-doenca-ja-avaliados-
20287740
5SAVARIS, José Antonio. Processo Administrativo Previdenciário, 6aed., p. 171.______________________
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pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias,
Diante do caráter rebus sic stantibus da coisa julgada -que limita a sua eficácia
à permanência das circunstâncias fáticas que fundamentaram a sentença de mérito
parece inquestionável assistir ao INSS a possibilidade jurídica de cancelar o benefício
previdenciário em instância administrativa, sendo desnecessária a propositura de
ação revisional.
Nesse contexto, muito embora, em caso de alteração fática, ainda seja possível
a cessação administrativa, é conclusivo que se impõe ao INSS a obrigação de
comunicar ao iuízo sobre a inovação dos fatos e do conseqüente cancelamento
do benefício, para que seja formalmente justificada a inobservância da decisão
liminar ou da sentença. Isso oportunizará ao juízo - de 1- ou 2- instância - fiscalizar a
legitimidade do descumprimento da decisão/sentença e reguardará eventuais
efeitos patrimoniais já operados em favor do beneficiário. Em suma, permitirá
que o Poder Judiciário acesse elementos de informação necessários para a prestação
de tutela jurisdicional justa, adequada e efetiva, inclusive o eventual
1.:\0ls\24_0fick)_2_Seg\extrajudicial\ptliçõcs iniciais\2016\10 -ACAUTIiLAR INSS (5).odl
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restabelecimento do benefício.
Além disso, é dever das partes não praticar inovação ilegal no estado de
fato de bem ou direito litigioso, como determina o art. 77 do NCPC. A violação a
essa regra constitui ato atentatório à dignidade da justiça, permitindo a aplicação
de sanções criminais, civis, processuais e pecuniárias (§2Q).
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postura a ser adotada pela instituição relativamente aos processos judiciais em curso,
circunstância que tão somente chancela postura omissa do INSS no que se refere à
necessária comunicação ao juízo processante. A ameaça de descumprimento da
obrigação de informar, decorrente do princípio da cooperação e das demais normas
citadas, é grave e iminente, a justificar a presente tutela inibitória antecipada.
Por isso, a partir das provas colhidas no Inquérito Civil indicado, o Ministério
Público Federal propôs, neste ano de 2016, ação judicial em desfavor da Associação
Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social, em que pleiteou reparação por
danos morais coletivos que causaram aos segurados da Previdência Social (doc.
08). Registrou a signatária da Inicial, a Procuradora da República Luciana Loureiro
Oliveira, que:
A extensa greve dos médicos peritos causou graves prejuízos aos segurados da Previdência
Social e ao sistema previdenciário nacional como um todo, já que atingiu, individualmente,
milhares de indivíduos necessitados de perícias consideradas como de caráter urgente e, por
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extensão, desorganizou a estrutura de atendimento do INSS, que acumulou um passivo
significativo de exames, que, para que seja exaurido, demandará concentração de
esforços humanos e materiais que poderiam estar sendo canalizados para outras
demandas dos segurados.
Assim, a coletividade de usuários da Previdência perde duas vezes com as extensas greves de
peritos, que têm se repetido nos últimos anos no país: primeiro, quando tem indevidamente
postergadas as perícias já agendadas ou de caráter urgente; segundo, quando deixam de
contar com os serviços periciais da Previdência Social em tempo hábil, por conta da
reorganização de agendamentos gerada para fazer face ao passivo de perícias deixado pela
greve.[„.]
Consta que, para evitar maiores prejuízos com o movimento, o INSS ajuizou,
perante o Superior Tribunal de Justiça, ação cominatória (PET 11076)8 em face da
Associação Nacional dos Peritos da Previdência Social (doc. 09), requerendo a fixação
de um quantum mínimo de 80% dos peritos em serviço a fim de manter as atividades
essenciais da perícia. 0 INSS assim agiu porque, deflagrada a greve, apenas 30% do
serviço foi mantido em funcionamento, pois, na visão da Associação Nacional dos
Peritos da Previdência Social apenas 21% do trabalho efetuado por seus associados
(perícias iniciais] seria, de fato, urgente e essencial
[...] diante do arcabouço legai existente, parece bastante evidente que a articulação de
sucessivas greves pela Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social e a
forma como a requerida conduziu o movimento grevista 2015/2016, especialmente pela
extensão temporal do movimento (5 meses) e pela omissão de percentual adequado de
servidores para permitir o funcionamento minimamente adequado do serviço pericial
(essencial), atentou contra o direito à saúde, o direito à percepção de benefício
previdenciário de caráter alimentar e, sobretudo, contra o postulado da dignidade da
pessoa humana dos segurados do INSS, pois, ao culminar com a não realização de mais de
um milhão e trezentas mil perícias, no período, gerou àqueles danos injustos e
desproporcionais.
No entanto, os argumentos da ANMP não prosperam, pois o que se observou do
último movimento paredista, que durou cinco meses, é que os prejuízos causados aos
segurados pela intransigência da categoria grevista só não foram maiores porque o
8 A ação não teve êxito, tendo sido extinta sem resolução do mérito, em virtude da legitimidade da
ANMP para representar a totalidade da categoria.
Esses fatos levam a concluir que a sobrecarga de revisões hoje verificada tem
raízes nos movimentos grevistas promovidos peíos médicos peritos, cuja última
ocorrência, abusiva, obstou a realização de cerca de 1.327.143 (um milhão,
trezentas e vinte e sete mil, cento e quarenta e três) de exames periciais, como já
indicado, número próximo a meta a ser atingida pelo INSS na revisão ora desfechada
(cerca de 530 mil de auxílio-doença e 1,1 milhão de aposentadorias por
invalidez). A despeito disso, a MP n. 739 previu um bônus aos Médicos Peritos
nestes termos:
Art. 2M. Fica instituído, por até vinte e quatro meses, o Bônus Especial de Desempenho
Institucional por Perícia Médica em Benefícios por Incapacidade -BESP-PMBI.
Art. 3^ 0 BESP-PMBI será devido ao médico perito do INSS por cada perícia médica
realizada nas Agências da Previdência Social, atendidos os seguintes requisitos:
/ - a perícia deverá ser realizada em relação a benefícios por incapacidade mantidos sem
perícia pelo INSS há mais de dois anos, contados da data de publicação desta Medida
Provisória; e
11 - a realização das perícias médicas deverá representar acréscimo real à capacidade
operacional ordinária de realização de perícias médicas pelo médico perito e pela
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respectiva Agência da Previdência Social.
Art 4^ 0 BESP-PMBI corresponderá ao valor de R$ 60,00 (sessenta reais) por perícia
realizada, na forma do art 3°.
[...]
Art 6- 0 pagamento de adicional pela prestação de serviço extraordinário ou adicional
noturno não será devido no caso de pagamento do BESP-PMBI referente à mesma hora de
trabalho.
[■
■■
]
Art 8- 0 BESP-PMBI poderá ser pago cumulativamente com a Gratificação de Desempenho
de Atividade de Perícia Médica Previdenciária - GDAPMP, desde que as perícias que
ensejarem 0 seu pagamento sejam computadas na avaliação de desempenho referente à
GDAPMP.
O requerente realiza tratamento médico há muitos anos mas nos últimos 6 meses teve uma
piora relevante e assim foi encaminhado para o INSS para obter o benefício de auxílio-
doença, mas não consegue nem realizar a perícia pois nas 2 marcações que foram
realizadas pelo INSS não conseguiu pois no dia da perícia faltava médico. Assim o
requerente se encontra há mais de 6 meses sem trabalhar e sem receber o benefício e sua
família esta passando por necessidades.
O Perito Médico ou Supervisor Médico Pericial que tenha agenda regular de atendimento
ao públicov ao participar deste Programa, a partir da data de publicação desta
Resolução, nos termos do Item 8B do Manual de Gestão do Serviço/Seção de Saúde do
Trabalhador, aprovado pela Resolução nQ112/1NSS/PRES, de 18 de outubro de 2010, terá
o seu agendamento ordinário na jornada de trabalho estabelecido em quinze pontos
diários.
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por sua vez, será relegada a agendamento futuro, dando causa a ciclo interminável
de atraso de demandas para exame pericial. Para que o objetivo estatal seja atendido
(atualização das perícias e manutenção da eficiência do serviço previdenciário),
impõe-se estimular o trabalho excepcional (com a fixação de bônus), evintatdo-se,
assim, tum ultuar a jornada ordinária ou reduzir a capacidade operacional
ordinária (para quinze pontos) em prejuízo a novos pedidos de agendamentos
periciais e da boa técnica.
[...] um homem, deficiente auditivo e mudo estava acompanhado por uma senhora
que fazia a interpretação em libras das suas necessidades, mas essa senhora foi
proibida de entrar na sala do médico com o homem deficiente, mesmo sendo
informada que o médico que iria atendê-lo não sabia libras. [...] Relata que as pessoas
que estão aguardando atendimento. [...]
Tampouco cabe opor qualquer sigilo médico nessa circunstância, dado que a
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solicitação da presença de acompanhante durante a perícia pressupõe renúncia do
segurado ao sigilo.
No entanto, a orientação não foi adotada pelos seus destinatários, como visto
acima.
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Art. 9a A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo
com a finalidade de: [...]
III -disponibüização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendi
mento em igualdade de condições com as demais pessoas;
V - acesso a informações e disponibiíização de recursos de comunicação acessíveis;
[...]
§ I a Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com
deficiência ou ao seu atendente pessoal, [...].
Art 39...
§ 1Q. A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos do 'caput' deste artigo, deve
envolver conjunto articulado de serviços do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção
Social Especial, ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais no
enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de víncu
los e ameaça ou violação de direitos.
Art. 8g[...]
§ 6QA gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência
durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de te
rapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de interna
ção de criança ou adolescente.
Estatuto do Idoso
Art. 3QÉ obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar
ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
ao respeito e à convivência fam iliar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
I - atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e priva
dos prestadores de serviços à população; [...]
II - preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;
Art 4a Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido
na forma da lei.
§1 ÜÉ dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
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Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o res
peito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e
sociais, garantidos na Constituição e nas leis, [...]
§ 3- E dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer trata-
mento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
A Lei n. 8.312/91 sofreu outras mudanças, como visto na nova redação nos §§
8Qe 9- do art. 60:
O §8Q formula recomendação aos médicos peritos, para que estimem, nos
laudos periciais, o termo final da incapacidade, a fim de que se proceda ao
cancelamento do benefício automaticamente. Ressalvou-se que, a despeito da
estimativa temporal prevista antecipadamente, poderá o beneficiário requerer sua
prorrogação.
L;\0fs\24_0ficb_2_Seg\exirajudicial\peliçõesiniciais\2016U0-ACAUTELARINSS(5).odl
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de patologias distintas, as quais podem cessar, regredir, se estabilizar ou se agravar.
Analisando essa alteração, ponderou Paulo Afonso Brum Vaz9 que, na práxis,
conquanto deva ser incentivada, a tarefa de definir 'a priori' o momento da recuperação
da capacidade laborai do segurado é inglória e quiçá mesmo impossível como vem
reconhecendo a jurisprudência. A alta programada não passa de um exercício de
futurologia, haja vista cada segurado possuir um tempo específico de recuperação' (TRF
I® l s Turma, AMS 13.546 MT 0013546-46.2008.4.01.3600des. federal Amilcar
Machado; DJDF19/5/2010. Por isso, concluiu o Desembargador do Tribunal Regional
Federal da 4- Região, a impossibilidade de definir uma alta programada será a nota
comum a um grande número de casos de incapacidade, a não ser que sejam
adotados prazos razoáveis como estimativa para o cancelamento do benefício.
V. Os pedidos
9VAZ, Paulo Afonso Brum. MP 739 chega com risco de sobrecarregar justiça Previdenciária. Em
http://www.coniur.com.br/2016-iul-19/DauIo-afonso~vaz-mD-739-sobrecarreaar-iustica-Drevidenciaria.
LAOfs\24_Ofieio_2_Seg\extíajudicia[\peLições iniciais\201ó\10 -ACAUTELAR INSS (5).odí
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sem que antes seja intim ado o beneficiário - intimação que deverá ser comprovada
por aviso de recebimento ou qualquer outro meio hábil - §39 do art 3g da Lei n.
9.784/99} e franqueado. de forma ampla e intearal. o contraditório, com a
possibilidade de requerimento de produção de prova(s), bem como de apresentação de
documentos comprobatórios de suas razões. A decisão administrativa deverá
considerar tais elementos e apontar argumentos que demonstrem a inaptidão da
defesa para fundamentar a manutenção do benefício (§1Qdo art. 38 da Lei n. 9.784),
devendo, ainda, a ré produzir ordem interna expressa nesse sentido e juntar cópia
do ato normativo neste processo no prazo de 48 horas;
2) seja imposto à ré a obrigação de fazer, para que iunte aos autos de cada
processual judiciai previdenciário em curso a cópia integral do processo
administrativo de revisão do benefício do autor correspondente, devendo, ainda,
produzir ordem interna expressa nesse sentido e juntar cópia do ato normativo
neste processo no prazo de 48 horas;
4) seja imposto à ré a obrigação de fazer, para que elabore uma tabela das 20
(vinte) doenças que frequentemente dão causa ao auxílio-doença (acidentário e não
acidentário), na qual deverá constar estimativa temporal mínima para a
recuperação do beneficiário. Deverá, na pendência de confecção da tabela, também se
abster de fixar prazo para a duração do benefício (§8Qdo art. 60 da Lei n. 8.213/91) e,
ainda, juntar cópia do ato normativo correspondente neste processo no prazo de 15
dias;
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durante o exame pericial, dando a devida publicidade a esse direito. Deverá, para
isso, produzir ordem interna expressa nesse sentido, determinando, na mesma
ordem, que seja afixado, de forma visível e acessível, um cartaz com essa informação
nos locais em que realizados os exames, devendo, ainda, juntar cópia do ato
normativo neste processo no prazo de 48 horas;
Nos termos do art. 303, §4Q, do NCPC, dá-se á causa o valor de R$ 1000,00 (mil
reais}.
PROCURADORA DA REPÚBLICA
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