Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
22
Hugo Santarém
Junho/2019
Foto de capa:
Shutterstock
6 Grande Angular
Notícias e novidades
30
14 Revele-se
Fotos dos leitores em destaque
18 Câmeras Clássicas
Douglas Pinheiro
54
A luz de cinema de Hugo Santarém
30 NU E SENSUAL
Cinco projetos para você se inspirar
54 Natureza
Uma aventura na Antártica
64 Cristiano Mascaro
André Dib
74
Ueslei Marcelino/Reuters
70 Fotografia solidária
Conheça o projeto Galera do Click
74 Fotojornalismo
O Pulitzer de Ueslei Marcelino
84 Fotógrafo da rainha
A trajetória do britânico Tim Rooke
CARTA AO LEITOR
Diretor Editorial e Jornalista Responsável:
Roberto Araújo – MTb.10.766 – araujo@europanet.com.br
C
REDAÇÃO
Diretor de Redação: Sérgio Branco (branco@europanet.com.br)
ontar histórias sempre parece algo ligado à produção de
Editora de arte e capa: Izabel Donaire
Colaboradores especiais: Diego Meneghetti e Livia Capeli
WH[WRVVHMDPHOHVMRUQDOtVWLFRVRXOLWHUiULRV0DVDIRWRJUDÀD
Repórter: Juliana Melguiso (estagiária) vive de contar histórias por meio de imagens. E quem
Colaboraram nesta edição: Ana Luísa Vieira, André Dib, Érico Elias
e Juan Esteves consegue entender (ou inventar) a fórmula de fazer isso de maneira criativa,
Revisão de texto: Denise Camargo
WHFQLFDPHQWHEHPUHVROYLGDHHÀFLHQWHDFDEDVHGHVWDFDQGRQRVHJPHQWR
seja ele qual for. Um casamento não é a história de duas pessoas que se
PUBLICIDADE
publicidade@europanet.com.br
São Paulo FRQKHFHUDPVHDSDL[RQDUDPHGHFLGLUDPYLYHUMXQWDV"8PGHVÀOH
Equipe de Publicidade: Angela Taddeo, Alessandro Donadio,
Elisangela Xavier, Ligia Caetano, Renato Perón e Roberta Barricelli
de moda não é a história do(a) estilista que criou uma coleção e vai
Outras Regiões
apresentá-la ao julgamento do público e da crítica por meio de mulheres e
Head de Publicidade Regional: Mauricio Dias (11) 98536 -1555 KRPHQVTXHVHJXHPXPSDGUmRGHÀQLGRGHEHOH]D")RWRJUDIDUDQDWXUH]D
Bahia e Sergipe: Aura Bahia – (71) 3345-5600/9965-8133 não é contar a história de hábitats, ecossistemas, cenários e comportamento
Brasília: New Business – (61) 3326-0205
Rio Grande do Sul: Semente Associados – (51) 8146-1010 da vida selvagem ou do homem em seu meio ambiente?
As histórias estão aí, aos montes, para serem contadas. E cabe a
Santa Catarina: MC Representações – (48) 9983-2515
Outros estados: Mauricio Dias – (11) 3038-5093
Publicidade – EUA e Canadá: Global Media, +1 (650) 306-0880 nós da redação de Fotografe contar a história sobre as histórias que
ASSINATURAS E ATENDIMENTO AO LEITOR
Gerente: Fabiana Lopes (fabiana@europanet.com.br)
os fotógrafos apresentam. Como a do fotojornalista brasiliense Ueslei
Coordenadora: Tamar Biffi (tamar@europanet.com.br) Marcelino, da Reuters, que acaba de receber o Prêmio Pulitzer com a
equipe da agência depois de acompanhar por 62 dias a caravana de
Equipe: Josi Montanari, Camila Brogio, Regiane Rocha,
Gabriela Silva e Bia Moreira
ATENDIMENTO LIVRARIAS E BANCAS – (11) 3038-5100 migrantes da América Central rumo à fronteira do México com os EUA.
Equipe: Paula Hanne (paula@europanet.com.br)
Sinto-me pessoalmente orgulhoso por ter publicado a primeira foto de
Ueslei de divulgação nacional: na seção “Revele-se” da edição 87, em
EUROPA DIGITAL (www.europanet.com.br)
Gerente: Marco Clivati (marco.clivati@europanet.com.br)
Equipe: Anderson Ribeiro, Anderson Cleiton, Adriano Severo, dezembro de 2003 – e lá se vão 16 anos...
Fábio Molliet e Karine Ferreira
PRODUÇÃO E EVENTOS
Gerente: Aida Lima (aida@europanet.com.br)
Grupo Único PDF PaD Nesta edição, ainda mostramos as histórias de cinco projetos
diferentes de nu e sensualidade, a matéria de capa, que certamente
inspirarão todos os que têm interesse pela área. Temos ainda a história
Equipe: Beth Macedo (produção)
DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA
Coordenação: Henrique Guerche
de Hugo Santarém, que, em busca de suas origens genéticas, criou uma
(henrique.moreira@europanet.com.br) série de retratos com uma luz muito especial.
Ou a história de André Dib no comando de uma
Equipe: Gabriel Silva e Edvaldo Santos
ADMINISTRAÇÃO
Gerente: Renata Kurosaki expedição para a Antártica; a do britânico Tim
Equipe: Paula Orlandini e Laura Araújo
Rooke, que há 29 anos fotografa a família da rainha
Elizabeth II, do Reino Unido; a do mestre Cristiano
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL
Tânia Roriz e Elisangela Harumi
Rua Alvarenga, 1.416 – São Paulo/SP, CEP: 05509-003 Mascaro, que completa 50 anos de carreira.
Telefone: 0800-8888-508 (ligação gratuita) e
(11) 3038-5050 (cidade de São Paulo)
Histórias não faltam. Boa leitura.
Juan Esteves
do World Press
Grupo Único PDF PaD
Single, são um show à parte, com
muitos olhares para fatos que geram
notícia mundo afora. Veja aqui os
ganhadores de 2019, os melhores
entre dezenas de
milhares de imagens
enviadas: a russa
Diana Markosian,
na categoria
Contemporâneo; o
sul--africano Brent
Stirton, na categoria
Meio Ambiente;
o australiano
Chris McGrath, na
categoria Notícias
Gerais; o britânico
Finbarr O’Reilly, na
categoria Retratos;
e o norueguês John
T. Pedersen, na
categoria Esportes.
O boxeador Moreen
Ajambo (à esq.)
treina em academia
de Katanga,
grande favela em
Kampala, Uganda
John T. Pedersen
NOVA CANON 85 MM
F/1.2 É INOVADORA
$&DQRQODQoRXDREMHWLYDÀ[D a aberração cromática, assegura
85 mm f/1.2 L USM, a primeira da D&DQRQ,VVREHQHÀFLDR
série RF para câmeras mirrorless full desempenho de lentes de abertura
frame da marca a incluir a óptica ampla, tradicionalmente suscetíveis
BR (Blue Spectrum Refractive). à aberração cromática, mesmo ao
Segundo a empresa, essa fotografar na abertura máxima.
tecnologia chega com o objetivo Com 13 elementos em 9
de alcançar a correção ideal da grupos, a 85 mm f/1.2 L USM Acima a nova lente e,
aberração cromática, oferecendo também incluiu o Air Sphere abaixo, o elemento BR,
características de dispersão anômala Coating (ASC), que ajuda a que faz toda a diferença
LJXDLVRXVXSHULRUHVjÁXRULWD PLQLPL]DURUHÁH[RHRHIHLWR
A óptica adotada é baseada fantasma da lente. A abertura Lente
convexa
em um novo material orgânico vai de f/1.2 a f/16, com distância
que apresenta características mínima de foco a 85 cm e rosca
de dispersão anômala únicas. GHÀOWURIURQWDOGHPP&RPR
O elemento BR é intercalado outras lentes RF, ela tem um Elemento
BR
entre lentes de vidro côncavas e anel de controle personalizável
convexas e possibilita o controle que pode ser usado para ajustar
Fotos: Divulgação
da trajetória da luz azul (espectro a compensação de exposição,
de comprimentos de onda curtos), abertura, ISO ou velocidade do
produzindo imagens nítidas e obturador. O preço sugerido é Lente
côncava
limpas, reduzindo completamente US$ 2.699.
A REVOLUCIONÁRIA
LENTE PLANA
Fotos: Divulgação
8PDQRYDUHYROXomRSDUDDIRWRJUDÀDHVWi
a caminho. Os físicos Francesco Aieta, Federico
Capasso e Patrice Genevet, da Universidade
+DUYDUGFULDUDPXPDOHQWHXOWUDÀQDTXHQmR
apenas é totalmente plana como também
focaliza a luz sem as distorções comuns nas lentes
convencionais. Com apenas 60 nanômetros de
espessura, a lente é essencialmente bidimensional,
mas seu poder de focalização se aproxima do
limite físico imposto pelas leis da difração.
´(VVDOHQWHSODQDLQDXJXUDXPQRYRWLSRGH
tecnologia. Estamos apresentando uma nova
forma de fazer lentes. Em vez de criar retardos
de fase conforme a luz se propaga através da
espessura do material, criamos uma alteração
de fase instantânea diretamente na superfície da
lente”, explica o professor Federico Capasso.
$OpPGHÀVLFDPHQWHGLIHUHQWHRSULQFtSLRGH
funcionamento da lente plana se distingue das
lentes comuns baseando-se em um estudo anterior
da mesma equipe, que descobriu um fenômeno superfície da lente, altera a direção da luz da Comparação
bizarro que alterou as leis da óptica. Apesar ser mesma forma que uma grossa lente de vidro. entre a nova
plana em relação às lentes tradicionais, a superfície E há um ganho importante: a lente plana lente plana, que
elimina as aberrações ópticas (como o efeito converge as cores
da nova lente não é lisa como a superfície das
da luz para o
Grupo Único PDF PaD
lentes de vidro: é inteiramente preenchida com
QDQRHVWUXWXUDVHPIRUPDWRGH´9µFXLGDGRVDPHQWH
olho de peixe, a cromática e o astigmatismo)
geradas pelas lentes grossas de vidro. Com isso,
mesmo ponto, e
outra lente plana
espaçadas e dispostas em linhas. a imagem resultante é completamente precisa, que não faz essa
&DGDHVWUXWXUDHP´9µIXQFLRQDFRPRXPD GLVSHQVDQGRTXDOTXHUWpFQLFDFRUUHWLYD´1R correção (no alto);
minúscula antena que captura a onda de luz que futuro, poderemos substituir todos os grandes representação das
DDWLQJH´VHJXUDQGRDµSRUXPEUHYHLQVWDQWH componentes na maioria dos sistemas ópticos nanoestruturas
da lente plana de
antes de liberá-la novamente. Esse retardo, que por superfícies planas”, diz Francesco Aieta, que Harvard (acima)
é ajustado precisamente ao longo de toda a foi quem construiu as lentes planas.
Tiro certo
A
SDL[RQDGDSRUIRWRJUDÀDGHQDWXUH]DD
fotógrafa Renata Lucia Santos estava em uma
imersão no Pantanal Norte do Mato Grosso
à caça de imagens do maior felino das Américas, a ¦ Autor: Renata Lucia Santos
RQoDSLQWDGD$UPDGDFRPVXDSRWHQWHWHOHÀ[DGH ¦ Cidade: Petrópolis (RJ)
400 mm, ela disparou algumas vezes até encontrar o ¦ Câmera: Canon EOS 6D
olhar do jaguar diretamente para a câmera, parte na ¦ Objetiva: Canon 400 mm
OX]SDUWHQDVRPEUDGDÁRUHVWD)RLXPWLURFHUWHLUR ¦ Exposição: f/5.6, 1/500 e ISO 1.600
Contax
Perto da perfeição
Mário Bock
A concorrente
principal da Leica
foi lançada com
uma série de
inovações para a
época e se tornou Grupo Único PDF PaD
a câmera preferida
de Robert Capa
Um dos visores
da Contax
lembrava um
tambor de
revólver
A história começa na Alemanha, em 1932,
quando a Zeiss Ikon, conceituada fábrica
de lentes e câmeras, compra as principais
concorrentes para fabricar o que seria a melhor 35 mm
do mundo: a Contax – ou a segunda melhor, para os
fãs da também alemã Leica. A câmera foi revolucionária
na época ao trazer grandes inovações: cortina vertical,
baioneta dupla, visor grande e um incrível jogo de
Fotos: Arquivo Fotografe
A janela ao lado da
VDSDWDGHÁDVKHUD
para avaliar o ajuste
do fotômetro
Mário Bock
durável
De construção
CORTINA DE METAL
sólida e refinada,
uma câmera
Contax poderia
durar décadas FOI UMA INOVAÇÃO
O obturador com cortina de metal visor e o foco era feito normalmente,
Grupo Único PDF PaD
e de deslocamento vertical foi outra girando-se pelo anel da objetiva
grande inovação da Contax, bem ou acionando um pequeno disco
diferente da cortina de lona da Leica. de foco, localizado acima do visor,
Era composta de pequenas lâminas de RXWURVRÀVWLFDGRUHFXUVR2GLVFR
alumínio, justapostas, que enrolavam ÀFDYDDRDOFDQFHGRGHGRLQGLFDGRU
e desenrolavam como portas de aço o que facilitava o ajuste, e tinha uma
de lojas. Além de ser mais resistente pequena trava que mantinha a lente
e silenciosa, o deslocamento vertical EORTXHDGDQDSRVLomRLQÀQLWR
da cortina era mais rápido do que o
horizontal, o que permitiu aumentar a
velocidade do obturador para 1/1.250s, Conheça a coleção
UHFRUGHSDUDDpSRFD1DVEDL[DV
A cortina de metal tipo “porta de $WpRÀQDOGHDFDGD
YHORFLGDGHVDWpVHJXQGRFRQWDYD
loja” foi uma grande inovação edição de Fotografe, uma câmera
com a vantagem da menor vibração. TXHPDUFRXpSRFDQDIRWRJUDÀD
A cortina vertical aumentou será destacada nesta seção com
a complexidade mecânica, já que um breve histórico. Ao mesmo
requeria engrenagens separadas para tempo será lançada a caneca da
DYDQoDURÀOPHPRYLPHQWRKRUL]RQWDO Coleção Câmeras Clássicas com o
HDUPDURREWXUDGRUYHUWLFDO0DV modelo do mês. Para adquirir esse
Zeiss Ikon não se importou com isso produto exclusivo, acesse: www.
nem em usar um complexo sistema de colecaocamerasclassicas.com.br.
dois espelhos móveis do telêmetro no
YLVRU2XWUDVROXomRWpFQLFDVRÀVWLFDGD
Fotos: Arquivo Fotografe
Nativa da etnia
Grupo Único PDF PaD
Mursi, da Etiópia,
TXHÀFDQDUHJLmR
QRUGHVWHGDÉIULFD
0XOKHUSDVWRUDGD
HWQLD7XUNDQDGR
Quênia, país na
FRVWDRHVWHDIULFDQD
$GHUHoREXFDO
GHMRYHPGD
etnia Mursi
TXHOHPEUDRV
tQGLRVERWRFXGRV
EUDVLOHLURV
A etapa africana
do projeto
Interior, de Hugo
Santarém, foi
DIMENSÃO AFETIVA
realizada em O projeto que nasceu de um impulso meio dele, estabelecer uma travessia de
2018 com a documental ganhou dimensão pessoal e fronteiras, desbravar o interior dos países
afetiva quando Santarém fez o teste de DNA indicados no resultado do exame – tarefa
ajuda de um para saber de onde vinham as raízes de seus que constitui um paralelo de culturas e
guia e de um DQFHVWUDLV2H[DPHLQGLFDJHRJUDÀFDPHQWH tradições com as do interior do Brasil.
motorista em as regiões de origem, conta Santarém. Acabou sendo só uma amostra do que
Depois, é possível usar bancos de dados é a miscigenação brasileira, um exemplo
viagens pelo disponíveis na internet, como o GEDMatch, GHQWURGRWRGRµUHÁHWH
Vale do Rio para aferir melhor os resultados. A segunda etapa do projeto foi
Na Etiópia, Santarém priorizou tribos realizada em 2018 e pré-produzida pelo
Omo, na Etópia, do Vale do Rio Omo, onde se encontram próprio fotógrafo, que fez as pesquisas
e pela região algumas das comunidades mais antigas necessárias para aproveitar ao máximo as
norte do Quênia da África. No Quênia, foram visitadas as viagens. Para obter o resultado esperado,
WULERV0DDVDL7XUNDQDH6DPEXUX´2 Santarém passou ao largo de pacotes
projeto foi criando mais e mais camadas turísticos e viagens em grupo. Aventurou-
em mim. Naturalmente cheguei à extensão -se sozinho e optou por contratar guia
literal e metafórica do registro iniciado em e motorista locais com carro particular
terras brasileiras. Atualmente, busco, por à disposição. Dessa forma, conseguiu
$FLPDGXDV
PXOKHUHVGDHWQLD
7XUNDQDFRP
COMBINAÇÃO DE LUZ
YiULRVFRODUHV
EULQFRVHDGRUQRV
QDFDEHoDWXGR
NATURAL E ARTIFICIAL
IHLWRFRPFRQWDV Os retratos da série Interior se adaptar às condições que encontra
impressionam pela combinação de luz e nem sempre é possível começar tão
QDWXUDOHDUWLÀFLDOeRTXHHOHFKDPD FHGRTXDQWRJRVWDULD´2UHWUDWRpXPD
GH´LOXPLQDomRGHFLQHPDSDUDUHWUDWRµ colaboração. A pessoa está cedendo sua
TXDQGRRÁDVKID]XPSUHHQFKLPHQWRGH imagem, e aí deve haver muito respeito
luz sutil, quase imperceptível, mesclando com o retratado”, ensina.
com a luz do sol com mais naturalidade. Na série, Santarém compõe dois tipos
´3DUDPLPDOX]DMXGDDFULDURFOLPD de fundo. Nas imagens coloridas, inclui
O que e a ressaltar a identidade da pessoa como fundo a paisagem dos lugares em
chamo de luz de fotografada”, explica Santarém. TXHDIRWRJUDÀDIRLIHLWDFULDQGRXPHOR
cinema para Ele realiza as fotos nos locais onde entre o personagem e o ambiente em
as pessoas vivem e carrega consigo o que vive. Nas imagens em P&B, toda a
retrato é usar equipamento necessário à montagem de força expressiva se concentra no rosto dos
um flash de um pequeno estúdio. Um dos segredos UHWUDWDGRV´)L]HVVDVIRWRVSHQVDQGRHP
preenchimento de para obter o ambiente de brumas preto e branco. Acompanhava na câmera
característico de alguns dos retratos o resultado em P&B e a luz era pensada
forma bem sutil da série é começar a clicar o mais cedo de forma a dar o melhor contraste. Como
em conjunto com possível, quando o sol está se levantando. fundo, usei a face preta do rebatedor,
a luz solar Como não se trata de atores, mas de PXURVRXÀ]GHQWURGDVFDVDVPDVPH
pessoas em seus ambientes reais, com preocupando sempre em manter um
Hugo Santarém suas vidas e rotinas, o fotógrafo tem que padrão”, comenta o fotógrafo.
recursos
)RWRV Hugo Santarém
O fotógrafo vai
5HWUDWRGHDGROHVFHQWHGD buscar parceiros
WULER6DPEXUXFRPRXVR e patrocínio para
GHÁDVKGHSUHHQFKLPHQWR dar continuidade
ao projeto
DESDOBRAMENTOS FUTUROS
Grupo Único PDF PaD
Santarém conta que sua atuação Ricardo Moreira, e a preocupação fazer, de uma forma profunda e
na publicidade ensinou a importância foi interferir pouco nas imagens, emocional, e não podia depender
do trabalho em equipe, já que os utilizando apenas correção de cor da morosidade de editais ou busca
SURÀVVLRQDLVGHSURGXomRÀJXULQR e contraste na grande maioria dos SRUSDWURFtQLRV´0HWLDVFDUDV
e pós-produção trazem olhares casos. Assim, a pós-produção garante literalmente. O projeto tem ganhado
TXHVRPDPQRUHVXOWDGRÀQDO3DUD uma uniformidade ao ensaio. uma boa repercussão tanto no Brasil
desenvolver a série Interior não foi Até aqui, o projeto foi realizado como fora, o que me deixa muito
diferente. O tratamento das imagens inteiramente com recursos próprios, feliz com a decisão”, conta. Para
foi realizado em parceria com pois era algo que ele queria muito seguir em frente, ele está em fase de
EXVFDGHSDUFHLURVHÀQDQFLDPHQWR
Conta a seu favor o fato de já ter
imagens marcantes para mostrar.
O fotógrafo até contratou
uma assessoria de imprensa, fator
que parece ter contribuído para a
divulgação do trabalho, que virou
notícias em veículos do Brasil e do
exterior – divulgadas em seu site.
´0LQKDPHWDpYLDMDUSDUDRVSDtVHV
em que há maior proximidade
com o meu DNA, separando por
continentes: Portugal, na Europa, e
Etiópia, na África. Nas Américas, há
proximidade com povos ameríndios,
mas ainda preciso aprofundar a
pesquisa para saber de qual região.
Em menor quantidade no DNA, há
outros países que me despertaram
interesse, como Espanha e Argélia”,
+XJR6DQWDUpPVHQWDGRjIUHQWHQD(WLySLDFRPJXHUUHLURVGDHWQLD0XUVL explica o fotógrafo.
Nu e
sensualidade
Conheça cinco projetos que tratam de visões bem diferentes para ensaios
no segmento e saiba mais sobre processo criativo, iluminação e direção
Grupo Único PDF PaD
POR LIVIA CAPELI
A IRWRJUDÀDGHQXHVHQVXDOLGDGHp
XPGRVJrQHURVPDLVUHFRUUHQWHV
HQWUHJUDQGHVIRWyJUDIRVKHUDQoD
TXHYHPGDDUWHFOiVVLFDJUHJDHPTXH
KRPHQVHPXOKHUHVHUDPHVFXOSLGRVHP
(PFDGDSURMHWRKiREMHWLYRVHFDPLQKRV
EHPGLVWLQWRVHQWUHWDQWRWRGRVRVFLQFR
FRPSDUWLOKDPGHXPPHVPRUDFLRFtQLRHP
DOJXQVWHPDV8PGHOHVpVREUHRFRQWDWR
FRPDPRGHORpSUHFLVRVHUFXLGDGRVRQD
PiUPRUHHGDIDVHUHQDVFHQWLVWDGDSLQWXUD KRUDGHGLULJLUDFHQDHYLWDUWRFDUQDSHVVRD
EDVHSDUDHVWXGRVGDDQDWRPLD+iYiULDV HVDEHUFRPRGHL[iODjYRQWDGHGHPDQHLUD
IRUPDVGHDERUGDURWHPDFRPRSRGHUiVHU SURÀVVLRQDOHpWLFD
FRQIHULGRQRVFLQFRSURMHWRVVHOHFLRQDGRV 2VFLQFRWDPEpPFRQFRUGDPHPRXWUR
SRUFotografeFRPREUDVGRVEUDVLOHLURV SRQWRDIRWRJUDÀDGHQXHVHQVXDOLGDGH
-XQLRU/X]'RXJODV3LQKHLUR)HUQDQGR SUHFLVDWHUXPDUHODomRGHFRQÀDQoDH
6FKODHSIHUH9LOGQHL$QGUDGHHGDFRORPELDQD VHJXUDQoDHQWUHRVGRLVODGRVHLVVRÀFD
0HOLVVD&DUWDJHQD6mRSURÀVVLRQDLVTXH HYLGHQWHQRUHVXOWDGRÀQDO&RQÀUDQDVSiJLQDV
VHJXHPYHUWHQWHVGLIHUHQWHVGHOLQJXDJHP VHJXLQWHVRWUDEDOKRGRVFLQFRHVSHFLDOLVWDV
SRUpPFRPXP~QLFRSURSyVLWRHPFRPXP YHMDFRPRFDGDXPWUDEDOKDHFRQÀUDGLFDVGH
IRWRJUDIDUDQXGH]HDVHQVXDOLGDGH OX]GLUHomRHSURFHVVRFULDWLYR
O nu e a sensualidade
podem fazer parte de uma
criação artística, como nesta
imagem feita por Júnior Luz
-XQLRU/X]
Grupo Único PDF PaD
Fotos:-~QLRU/X]
O projeto do
fotógrafo goiano
procura juntar JUNIOR LUZ
Grupo Único PDF PaD
a visão que ele 7UDQVIRUPDUDIRWRJUDÀDGHQXH LGHDOL]DDPDTXLDJHPRVÀJXULQRVHRV
tem de arte com VHQVXDOLGDGHHPXPSURFHVVRGHDUWHpR FHQiULRVSODQHMDGRVSRUHOH1RUPDOPHQWH
imagens de nu SURMHWRGH-XQLRU/X]TXHVHFRPSURPHWH WDQWRRVHQVDLRVSDUDFOLHQWHVTXDQWRRV
FRPDOLEHUGDGHFULDWLYDSDUDRIHUHFHU SURMHWRVDXWRUDLVIHLWRVSHORFDVDOWrPXP
e sensualidade, HQVDLRVjVPXOKHUHVTXHEXVFDPXP FXVWRPtQLPRGHGLQKHLUR6mRXPDPDQHLUD
tanto para as WUDEDOKRTXHIXMDGROXJDUFRPXPHGHVHMDP GHPRVWUDUSDUDDVSHVVRDVTXHpSRVVtYHO
produções VHUYLVWDVFRPRSDUWHGHXPDREUDDUWtVWLFD SURGX]LULPDJHQVRXVDGDVFRPPXLWR
eDFRPSDQKHLUD0LFKHOOH&RUGHLUR SRXFR%DVWDVHUFULDWLYR
autorais quanto DUWLVWDSOiVWLFDSURGXWRUDHJUDQGH (OHVWLUDPSURYHLWRGHWXGRGHIROKDV
para as feitas LQFHQWLYDGRUDGRIRWyJUDIRJRLDQRTXHP VHFDVGRTXLQWDOGHFDVDDSHGDoRVGHWHFLGRV
com clientes
Na obra A Criação,
ao lado, o fotógrafo
tirou os mamilos
da modelo para
representar uma
dubiedade de gênero
natural
O fotógrafo Grupo Único PDF PaD
usa a luz do
sol e apenas um
rebatedor em
90% das suas
produções
A NATUREZA COMO
PLANO DE FUNDO
+RMHYLYHQGRHPXPDFDVDGH WDPEpPJRVWDHQWUHWDQWRGHFULDU QDKRUDGRFOLTXHWHPHVVHDVSHFWR
IUHQWHSDUDRPDUHP)ORULDQySROLV WRQVFRORULGRVQDVSURGXo}HVSRU VXUUHDOPHVPRHPXLWDJHQWHDFKD
6&RJRLDQRGL]TXHRFRQWDWRPDLRU LVVRUHFRUUHDODQWHUQDVVLPSOHVHXP TXHpPDQLSXODomRGH3KRWRVKRS
FRPDQDWXUH]DRDMXGDDGHVHQYROYHU EDVWmRGH/('GHWUrVFRUHV5*%( 2TXHIDoRpSRWHQFLDOL]DUDOX]H
GHPDQHLUDPDLVFODUDDLGHLDSDUDRV QDKRUDGHIRWRJUDIDUWHPHPPmRV DVFRUHV1HPPHVPRH[DJHURQD
HQVDLRV(PGRVFDVRVDVVHVV}HV GXDV'6/5V&DQRQD(26';0DUN SHOHSRLVQmRJRVWRGDTXHOHDVSHFWR
VmRH[WHUQDVEXVFDQGRVHPSUH ,,HD(26'0DUN,,3UHIHUHOHQWHV HPERUUDFKDGR*RVWRWDPEpPGH
FHQiULRVH[yWLFRVHPPHLRDDUHLD OXPLQRVDVHWDPEpPWHPLQFOXtGRXP XVDUDOJXQVDSOLFDWLYRVGHHIHLWR
iJXDGRPDUHYHJHWDomRUDVWHLUD GURQHQDVFDSWXUDVSDUDFRQVHJXLU FRPRR3L[$UWHDWpRSRSXODU
XVDQGRDVSDLVDJHQVQDWXUDLVFRPR kQJXORVGLIHUHQWHV 6QDSFKDWµFRQWD
SODQRGHIXQGR $SyVSURGXomRpIHLWDQR 2WUXTXHGRIRWyJUDIRSDUDGHL[DU
$OX]QDWXUDOpDPDLRUDOLDGD /LJKWURRPH3KRWRVKRSH-XQLRU/X] DVPRGHORVjYRQWDGHpEHPVLPSOHV
GRIRWyJUDIRTXHXVDDSHQDVXP JDUDQWHTXHQmRID]PDQLSXODomRGH DFOLHQWHSUHFLVDWHUFRQÀDQoDQR
UHEDWHGRUTXDQGRQHFHVViULR(OH LPDJHQV´DIRWRJUDÀDTXHSURGX]R SURÀVVLRQDO2FRQWDWRFRPHoDSHODV
7HQWDUUHSURGX]LUQDIRWRJUDÀDD
DWPRVIHUDGHLQWLPLGDGHHFRQIRUWRGH
XPTXDUWRXVDQGRDOX]GHMDQHODFRPR
DOLDGDpRSURMHWRGH'RXJODV3LQKHLURDR
SUHVWDUVHUYLoRVDPXOKHUHVTXHEXVFDPXP
HQVDLRVHQVXDO3DUDGHL[DURDPELHQWHHP
FOLPDFDVHLURHWDPEpPQmRVREUHFDUUHJDU
RRUoDPHQWRRIRWyJUDIRÁXPLQHQVH
GHFLGLXXVDUDSUySULDFDVDFRPRHVW~GLR
´DLGHLDLQLFLDOHUDDGHIRWRJUDIDUQDFDVD
GHFDGDFOLHQWHPDVSHUFHELTXHLVVRQmR
DFRQWHFHULDSRLVHODVVHPSUHGL]LDPTXH
PRUDYDPFRPPXLWDJHQWHRXFRPSDLV
LUPmRVPmHµH[SOLFD
$YDQWDJHPGHXVDUDSUySULDUHVLGrQFLD
pTXH'RXJODVHVWiKDELWXDGRFRPD
OX]QDWXUDOTXHLOXPLQDRDPELHQWHH
DSUHQGHXDSRVLFLRQDUDVPXOKHUHVQRV
SRQWRVHVWUDWpJLFRVRQGHDLOXPLQDomRID]
RPHOKRUGHVHQKRQRFRUSRGHODV$VVLP
QRUPDOPHQWHDVLPDJHQVVmRIHLWDVEHP
Fazer ensaios de nu
e sensualidade com
simplicidade é o
objetivo do projeto
36
O espelho é outro
recurso usado por
Pinheiro, que dá um
clima voyeur às
fotos que produz
Percebi
que não daria
certo fazer os
ensaios na casa
da cliente e
passei a fazê-los
na minha casa,
onde o clima é
sempre de ética e
de muito respeito
às mulheres
Douglas Pinheiro
RXVLPSOHVPHQWHROKDUHPSHODMDQHOD TXHIXQFLRQDQDPDLRULDGDVYH]HV
(PDOJXQVPRPHQWRVWDPEpPSHoRSUD 3DUDUHDOL]DURVHQVDLRVXVDD1LNRQ
HODVIHFKDUHPRVROKRVRXGDUHPXPD 'FRPXPDOHQWHPPI$
O fotógrafo de
Pirassununga,
interior de
São Paulo,
busca locações VILDNEI ANDRADE
externas na sua 5HXQLUVHQVXDOLGDGHGRFRUSRIHPLQLQR ´-iWHYHFDVRGHDPRGHORGHLWDU
região que fujam QDWXUH]DH3 %HPXPPHVPRHVSDoRpR SHODGDHPFLPDGHIRUPLJXHLURHQmRPH
SURMHWRGH9LOGQHL$QGUDGHTXHSUHWHQGH FRQWDUQDGDHTXDQGRVHOHYDQWRXHVWDYD
do comum e só UHXQLUVHXVHQVDLRVGHÀQHDUWHPXPOLYUR SDUHFHQGRXPODUDQMDD]HGDGHWDQWR
trabalha com IXWXUDPHQWH(OHWHPFRPRPDUFDUHJLVWUDGD FDURoRQDVFRVWDV2XWURFDVRpDWDTXHGH
luz natural para DIRWRJUDÀDGHQXGH]HPORFDo}HV´H[yWLFDVµ DEHOKDV8PDYH]XPDHQWURXQRVFDEHORV
HIRLFRPRDGYRJDGRIRFDGRQDiUHDDJUtFROD GDPRGHOR(ODVDLXGHVHVSHUDGDFRUUHQGR
produzir fotos TXHFRQKHFHXID]HQGDVHPWRGRRLQWHULRUGR SHODGDSRUXPDHVWDomRDEDQGRQDGDHIRL
sempre em P&B (VWDGRGH6mR3DXORFHQiULRSHUIHLWRSDUDRV SHJDHPÁDJUDQWHSHORVWUDEDOKDGRUHVTXH
HQVDLRV'HID]HQGDVFHQWHQiULDVGHVDELWDGDV FDSLQDYDPDOLSRUSHUWRµFRQWDHOH
DHVWDo}HVGHWUHQVDEDQGRQDGDV9LOGQHLWLUD (OHOHYDGXDV'6/5V&DQRQSDUDRV
SURYHLWRGRVHOHPHQWRVFHQRJUiÀFRVTXH HQVDLRVD(26'HD(26'HIRWRJUDID
HQFRQWUDFRPRSHGUHLUDVH[WUDWRUHVGHDUHLD FRPDDMXGDGHXPWULSpSRLVQDPDLRULD
FDPSRVHSDVWRV GDVYH]HVSUHIHUHDMXVWDUYHORFLGDGHEDL[DH
$SHVDUGDEHOH]DSURSRUFLRQDGDSDUDD DEHUWXUDVDFLPDGHI²LVVRID]RDMXGD
IRWRJUDÀDGHQXDVORFDo}HVXVDGDVSRUHOH DIRWRJUDIDUFRP,62EDL[RVHPTXHKDMD
WrPVHXVSHULJRVeFRPXPHQFRQWUDUGH UXtGRGLJLWDOQDVLPDJHQV2FRQMXQWRGH
DEHOKDVDHVFRUSL}HVHFREUDVYHQHQRVDV OHQWHVDGRWDGRSRUHOHVmRDPPI
2UHVXOWDGRGRWUDEDOKRpyWLPRPDVVmR DPPIDPPIHSDUD
PXLWRVSHUUHQJXHVYLYLGRVSHORIRWyJUDIR DOJXQVGHVIRTXHVXPDPPI
regra
Jamais tocar
na modelo
é uma máxima
que o fotógrafo
leva muito a
sério Grupo Único PDF PaD
TIRAR PROVEITO
DA LUZ NATURAL
&RPRQmRKiHQHUJLDHOpWULFDQR HSDVVDSRUFRPDQGRVEHPFODURV VHYHUPDLVVH[\HDWUDHQWHHLVVR
PDWRDOX]GRVROpDPDLRUDOLDGD HSRQWXDLV1DGDGHODFRQLVPRV SRGHVLJQLÀFDUTXHHODHVWiFRPEDL[D
GRIRWyJUDIRTXHUDUDPHQWHXVDXP HSDODYUDVG~ELDV(OHH[SOLFDTXH DXWRHVWLPD´(YLWHTXHHODVHOHPEUH
UHEDWHGRUSDUDSUHHQFKHUVRPEUDV XPDUHJUDQmRSRGHVHUPXGDGD GLVVRYiQDGLUHomRFRQWUiULD)DoD
DFHQWXDGDV8PDSDUHOKRTXH QHPHVTXHFLGDMDPDLVWRFDUQD SHTXHQRVHORJLRVPDVFRPFDOPD
WUDQVIRUPDRV9GDEDWHULDGRFDUUR PRGHOR4XDOTXHUFRLVDTXHWHQKD SDUDQmRSDUHFHUIDOVRµUHFRPHQGD
HP9pD~QLFDIRQWHGHHQHUJLD TXHVHUIHLWDHPUHODomRDWRFDUQD $VPXOKHUHVIRWRJUDIDGDVSRGHPVHU
SDUDOLJDUXPYHQWLODGRUTXHVHUYHSDUD SHVVRDGHYHVHUIHLWDSRUDOJXpP FOLHQWHVTXHRFRQWUDWUDPRXDPLJDV
GDUPRYLPHQWRDRFDEHORGDPRGHOR H[FOXVLYDPHQWHHVFROKLGDHWUHLQDGD TXHFRODERUDPFRPVHXWUDEDOKR
(TXHPVHDWUHYHDIRWRJUDIDU SDUDLVVRRXVHMDXPWUDEDOKRDVHU DXWRUDO
HPPHLRjQDWXUH]DWHPVHPSUHD IHLWRSRURXWUDPXOKHU 1DKRUDGHGLYXOJDUVHXV
RYDLYpPGDVQXYHQVRTXHSRGH ´$PDQHLUDGHIDODUFRPDPRGHOR WUDEDOKRV9LOGQHL$QGUDGHXVD
GHL[DUDLOXPLQDomRFRPSURPHWLGD GHYHVHUVpULDGLUHWDHREMHWLYDPDV DLQWHUQHWHDOJXPDVUHYLVWDV
(PFDVRVDVVLP9LOGQHLUHFRUUHDR VHPSDUHFHUXPJHQHUDOFRPDQGDQGR LQWHUQDFLRQDLV(OHGL]TXHMiWHYH
/LJKWURRPDSHQDVSDUDDMXVWDUDOX]H DWURSD6HMDFODURHSRQWXDO8PD SUREOHPDVFRPVXDVIRWRVQDV
FRUULJLURVWRQV$SyVSURGXomRGHOH SDODYUDPDOH[SUHVVDGDSRGHDFDEDU UHGHVVRFLDLVSRLVHVEDUURXHP
pPDLVYROWDGDjFRQYHUVmRSDUDR FRPDVHVVmR8VHYRFDEXOiULR GLÀFXOGDGHVFRPREORTXHLRVGH
3 %(OHIRWRJUDIDHP5$:HGHSRLV FRORTXLDOQDGDGHWHFQLFDOLGDGHH FRQWDGHYLGRDRFRQWH~GRRX
WUDEDOKDRDUTXLYRQR3KRWRVKRS H[LELFLRQLVPRVµHQVLQDRIRWyJUDIR GHQ~QFLDGHDOJXQVXVXiULRVPHQRV
$GLUHomRGHFHQDFRPHoDFRP (OHH[SOLFDTXHHPPXLWRVFDVRV WROHUDQWHVjDUWHTXHFRQVLGHUDUDP
XPERPEDWHSDSRFRPDPRGHOR DPRGHORHVWiID]HQGRDVHVVmRSDUD DVSXEOLFDo}HVGHOHRIHQVLYDV
&ODXGLD0DULD
Fazendas na região
Grupo Único PDF PaD
onde mora Vildnei
são bastante usadas As modelos dos ensaios
como locações são geralmente amigas ou
clientes do fotógrafo
Fotos:9LOGQHL$QGUDGH
43
Fotos:0HOLVVD&DUWDJHQD
Nos seus ensaios, a
fotógrafa colombiana
procura criar histórias
MELISSA CARTAGENA
$LGHLDGHIRWRJUDIDUPXOKHUHVQXDVFRPHoRXDRVDQRV
Grupo Único PDF PaD
&RPXPSURMHWRDXWRUDOLQWLWXODGRGHDócilDFRORPELDQDMi
FKHJRXjPDUFDGHPLOLPDJHQVVHQVXDLVGHPXOKHUHV2IRFR
GRWUDEDOKRpFRQVWUXLUHQVDLRVVHQVXDLVXVDQGRQDUHFHLWD
PXLWDOX]DPELHQWHXPWRTXHGHSURGXomRGHFHQDHWRGRR
SRGHUGDVKLVWyULDVGHYLGDGHJDURWDVUHDLV
$VHVFROKDVGRVFHQiULRVVmRRSRQWRGHSDUWLGDGH0HOLVVD
TXHFXLGDSHVVRDOPHQWHGDFRPSRVLomRGRVDGHUHoRVHGD
FRPELQDomRGHOHVFRPDVORFDo}HV1DVIRWRVTXHSURGX]
SUH]DSHODGLUHomRGHDUWH&DGDHOHPHQWRpLQVHULGRQDFHQD
FRPRREMHWLYRGHFULDUXPDKLVWyULDSDUDRHQVDLR8PWHOHIRQH
UHWU{SRUH[HPSORSRGHVHUDFKDYHSDUDDGLUHomRGHFHQDH
DMXGDUDFULDUDQDUUDWLYD
$VUHGHVVRFLDLVWrPVLGRXPDIHUUDPHQWDGHWUDEDOKR
LPSRUWDQWHSDUDGLIXQGLUDVLGHLDVGH0HOLVVDTXHJRVWDVHPSUH
GHSRVWDUIRWRVFRPOHJHQGDVGHIUDVHVHLGHLDVLPSDFWDQWHV
$DXGLrQFLDGDFRQWDQR,QVWDJUDPDSHUPLWLXH[SRUR
WUDEDOKRDXWRUDODOpPGHDMXGiODDVHFRQHFWDUFRPSHVVRDV
GLIHUHQWHVGHGLYHUVDVUHJL}HVGRPXQGRHFRPSDUWLOKDUVXD
DUWH-iDHVFROKDGDVPXVDVSDUDRSURMHWRDXWRUDOVHEDVHLD
SULQFLSDOPHQWHQDKLVWyULDGHYLGDGHODVHGRSRGHUTXHFDGD
XPDWHP0XLWDVYrPGHORQJHRXDFRORPELDQDVHGHVORFDGH
UHJLmRRXSDtVHPXPHVIRUoRSDUDJDUDQWLUDPHOKRUKLVWyULD
3DUDTXHPTXHUVHJXLUQDiUHDDVXJHVWmRGDFRORPELDQD
GHDQRVGHLGDGHpHVWXGDUEDVWDQWHKLVWyULDGDDUWHQXQFD
GHVLVWLUGRVVRQKRVHQmRWHUPHGRGHH[SHULPHQWDU´%XVTXH
VHXFDPLQKRSRLVDYLGDpFRPSOHWDHYRFrQXQFDYDLHVWDU
HUUDGRVyHVWDUiVHJXLQGRVHX
A fotógrafa faz
questão de escolher FRUDomR2EULJDGDSHORVRWLPLVWDVTXH
os adereços e os PHPRWLYDUDPHSHORVSHVVLPLVWDVTXH
objetos de cena PHDMXGDUDPDSURYDUTXHSRVVRVHU
para os ensaios FDSD]µGHFODUDHOD
0HOLVVDXVDÀOPH
colorido em suas
produções, e isso
ÀFDHYLGHQWHQD
textura das fotos
Fotos:0HOLVVD&DUWDJHQD
Melissa Cartagena
prefere luz natural, mas
XVDÁDVKHOX]FRQWtQXD
quando necessário
USO
GrupoDE FILME
Único É
PDF PaD
Quem é ela
O DIFERENCIAL
Melissa Cartagena é de 0HOLVVDGL]TXHVXDLOXPLQDomRGHSHQGH
Medellín, na Colômbia, conhecida no PXLWRGDORFDomRGRHVWLORGHSURGXomRGH
Instagram como @perazna (somava FHQDHGDGHFRUDomR)ODVKHOX]FRQWtQXD
331 mil seguidores até o fechamento VmRRSo}HVPXLWRXWLOL]DGDVSRUHODPDV
desta edição). Com DNA profissional DOX]QDWXUDOpDIDYRULWD´2REMHWLYRp
que une fotografia e direção de arte, EXVFDUDOJRVXDYHHKRPRJrQHRHPLWLQGR
a jovem colombiana de 25 anos é QDWXUDOLGDGHHLQWLPLGDGHµGL]
graduada em direção de cinema. E,
$H[SHULrQFLDFRPRXVRGHFkPHUDV
além do projeto autoral, trabalha para
editoriais de revistas e campanhas GHÀOPHpRXWURSRQWRHQWXVLDVPDQWHGR
de moda. O projeto autoral com WUDEDOKRGDIRWyJUDIDTXHQmRTXLVUHYHODU
mulheres reais é dedicado à mãe e TXDORPRGHORGHFkPHUDDGRWDGRPDV
às tias de Melissa. Para saber mais IRLSRVVtYHOGHVFREULTXHHODXVDEDVWDQWH
sobre a fotógrafa, acesse: www. RÀOPHFRORULGRPP.RGDN3RUWUDGH
melissacartagena.co. ,62H²UHFXUVRTXHDVVHJXUD
RUHVXOWDGRUHWU{HFRPDDXWrQWLFD
JUDQXODomRVDXGRVLVWDGDHUDDQDOyJLFD
GDIRWRJUDÀD(ODFRQWDTXHWDPEpPID]
HQVDLRVFRPD'6/51LNRQ'
(QTXDGUDPHQWRVHFRUWHVRXVDGRV
PDUFDPRHVWLORGH0HOLVVD&DUWDJHQDTXH
WHPXPDOLQJXDJHPIDVKLRQPXLWRSUHVHQWH
QRVWUDEDOKRVGHQXHVHQVXDOLGDGHTXH
SURGX]$OpPGDLQÁXrQFLDSURYHQLHQWHGR
FRQWDWRTXHWHYHFRPRPXQGRHGLWRULDO
$UTXLYR3HVVRDO
Melissa escolhe
suas modelos
colaboradoras
baseada na história
de vida delas
365 nus
Durante um
ano o fotógrafo
clicou uma pessoa
nua por dia,
homem ou
mulher
Fotos:)HUQDQGR6FKODHSIHU
FERNANDO
Grupo Único PDFSCHLAEPFER
PaD
'XUDQWHGLDVLQLQWHUUXSWRVRFDULRFD
)HUQDQGR6FKODHSIHUSXEOLFRXIRWRVGH
SHVVRDVQXDVHPXPSURMHWRTXHWLQKD
FRPRREMHWLYRURPSHUWDEXVHTXHEUDU
SDGU}HVHVWpWLFRV(UDGHDEULOGH
GLDGRDQLYHUViULRGHOHTXDQGRDLQLFLDWLYD
IRLODQoDGDQRVLWH www.365nus.com(R
SULPHLURUHWUDWRHUDGRDY{XPQDWXULVWD
ÀJXUDTXHLQVSLURXHDSUHVHQWRXDR
IRWyJUDIRDYLVmROLEHUWDGRUDGHFRPRpOLGDU
FRPDQXGH]FRPQDWXUDOLGDGH
)HUQDQGRSHUGHXDVFRQWDVGRQ~PHUR
GHYH]HVTXHIRLEORTXHDGRQDVUHGHVVRFLDLV
SRUFRQWH~GRLPSUySULRHDLQGDDVVLPQmR
GHVLVWLXGDLGHLDGHSURYDUTXHDIRWRJUDÀD
GHQXYDLDOpPGHPRVWUDUyUJmRVVH[XDLV
HPGHVWDTXH´$LGHLDGRSURMHWRQXV
VXUJLXHPXPPRPHQWRHPTXHHXHVWDYD
EDVWDQWHDWRODGRGHWUDEDOKRQRPHUFDGR
GDPRGDHDQGDYDEHPFDQVDGRGHWHUTXH
VHJXLUSDGU}HVHQmRWHUOLEHUGDGHSDUD
FULDU2VLPSOHVIDWRGHQmRSUHFLVDUHVFROKHU
SHVVRDVSDUDIRWRJUDIDUTXHDWHQGHVVHP
DXPDHVWpWLFDGHEHOH]DSDGURQL]DGDPH
GHL[DYDHPSROJDGRµOHPEUD
48
Por morar no Rio de Janeiro (RJ) e adorar o mar, a água foi um elemento bastante usado pelo fotógrafo
nas produções que fazia diariamente para cumprir a meta do projeto, que teve 365 pessoas diferentes
estreia
Quem é ele A maioria das
Fernando Schlaepfer, 34 pessoas posou nua
anos, começou aos 15 anos pela primeira vez e
fotografando amigos do skate. o projeto mobilizou
Pouco depois, foi chamado por
algumas marcas do meio para
gente mundo
trabalhos pagos. Na faculdade de afora
Comunicação Visual, começou
uma relação mais próxima com
a moda e a publicidade, onde se
estabeleceu, tendo fotografado
campanhas, editoriais e peças
publicitárias para marcas como
Adidas, Nike, Puma, Reserva,
Wöllner, Warner, Skol e Gatorade.
Também teve imagens autorais
e editoriais publicadas em capas
e matérias de importantes
jornais e revistas nacionais e
internacionais. Paralelamente,
atua com DJ, tocando em festas
e festivais. Para saber mais,
acesse o Instagram dele (113
mil seguidores até o fechamento
desta edição): @anendfor.
Fotos:)HUQDQGR6FKODHSIHU
$XWRUUHWUDWR
Nesse
projeto, eu nunca
tive compromisso
com padrões de
beleza e estética,
e essa liberdade
foi uma das coisas
que mais me
empolgaram
Fernando Schlaepfer
Pinguins-de-barbicha,
próximos da Ilha
Decepção, saltando
em frente a um iceberg
Aventura na
Antártica
Veja detalhes de uma expedição fotográfica para o extremo sul do
planeta que reuniu um grupo de 12 pessoas a bordo de um veleiro
J
POR ANDRÉ DIB
á era meia-noite e o grupo madrugada clara das altas latitudes. habilitado capitão amador pela
ainda fotografava o entardecer Durante o verão antártico, e quanto Marinha com cerca de 30 mil milhas
na Antártica. Do alto da mais próximo ao Círculo Polar, a luz do navegadas. Charlie foi chefe de
colina, era possível presenciar o sol dia é quase ininterrupta. Por mais de mergulho da família Schurmann na
tocar as águas do Mar de Drake, e a um mês, o sol nunca se põe durante WUDYHVVLDGR2FHDQR3DFtÀFRHP
temperatura pouco abaixo de zero as 24 horas do dia. e tripulante de sete barcos polares,
incomodava, mas nada que tirasse o Essa história começou oito meses DWpTXHHPFRPSURXRSUySULR
ânimo do pessoal. Era uma chance antes, quando encontrei o amigo veleiro, batizado de Fernande.
única de explorar as luzes sublimes da Charlie Flesch, biólogo brasileiro, Barco preparado para navegar em
H[SHGLomRIRWRJUiÀFDDRFRQWLQHQWHJHODGR
A Antártica está no imaginário de
fotógrafos de natureza de várias partes
do mundo. Entretanto, poucos têm a
oportunidade de ir até lá. Com isso em
mente e querendo fugir do modelo de com independência para fotografar – ao Um pinguim-gentoo
turismo convencional, planejei com Charlie contrário do que sugere os roteiros comuns DOLPHQWDQGRRÀOKRWH
XPDYLDJHPGHGLDVDERUGRGRYHOHLUR a bordo de transatlânticos, quando, na a natureza selvagem
GHQWURGHXPDSHUVSHFWLYDIRWRJUiÀFDH maior parte das vezes, se assiste a Antártica da Antártica é um dos
atrativos para fazer a
convidei alguns fotógrafos interessados em de longe, com pouquíssimas possibilidades longa viagem
conhecer aquela região inóspita e ímpar, de desembarque.
Foca-caranguejeira
disputando espaço
com pinguim-gentoo
limitado, de 70 pés, com uso racional os percalços, preparando as pessoas indicando roupas e acessórios
da água doce. Aproveitamos para e informando sobre o cotidiano da para que o fotógrafo conseguisse
FRQYHUVDUVREUHIRWRJUDÀDHSUHSDUDURV expedição em que todos participam; e transitar pela área externa do veleiro
equipamentos para o que estava por vir. dentro de um cronograma de turnos e desembarcar com a frequência
Quem encara uma aventura são estimulados a ajudar nos afazeres que o roteiro propõe. Num lugar
assim já vem preparado, com o cotidianos. Da minha parte, orientei extremo como esse, a temperatura
espírito colaborativo e a vontade de os participantes na escolha do não foge muito da casa do zero
somar. Charlie faz questão de falar equipamento (o que faz a diferença grau, no verão, mas o vento faz a
pessoalmente, muito antes da viagem, numa viagem dessa magnitude), sensação térmica despencar e a
com cada participante, detalhando falei sobre como enfrentar o frio, proteção adequada se torna vital.
ilhas
A expedição
teve desembarque
em várias ilhas
da Antártica por
causa da agilidade
do veleiro
Veleiro Fernande
próximo de uma
baleia jubarte, em
imagem captada
com um drone
VER UM MUNDO
NOVO DE PERTO
A vida selvagem
A grande diferença de viajar a bordo Nesse roteiro, há desembarque em
na Antártica de um veleiro é a proximidade com a belas ilhas, aproximação de colônias com
pode oferecer fauna, tão abundante que impressiona, e milhares de pinguins, de várias espécies,
surpresas a cada as possibilidades de desembarque, que são buscando sempre novos cenários com tempo
frequentes e permitem fotografar dentro para esperar a luz dourada incidir sobre as
momento e o GHXPFURQRJUDPDÁH[tYHOQRWHPSRTXH montanhas ou o espetáculo do fenômeno do
fotógrafo deve DERDIRWRJUDÀDH[LJH$SyVDWHGLRVD sol da meia-noite. Navega-se pelos canais
estar preparado e travessia de quatro dias, a viagem adquire antárticos, avista-se baleias praticamente
atento para não uma nova dimensão. É hora de ver de perto todos os dias, com a disponibilidade de
um novo mundo, a Antártica, de caminhar tempo para acompanhar essas criaturas
perder a chance HPWHUUDÀUPHHIRWRJUDIDUYLGDVHOYDJHPH colossais, com dezenas de tonelada,
de fazer uma com cenários que surpreendem mesmo os passando a poucos metros do barco.
grande imagem viajantes experientes. Uma questão crucial é estar sempre
59
FOTOGRAFIA DE NATUREZA
brancura
O excesso de
branco leva a erros
na exposição: a
dica é compensar
+1 ponto
Um dos fotógrafos da
expedição em ação
após desembarque
na Ilha de Cuverville
60
Fotos: André Dib
Parte do grupo de oito fotógarfos na colina da Ilha Paradise: eles puderam registrar paisagens únicas na expedição
Grupo Único PDF PaD
ancoragens em águas tranquilas, e quando traduz a natureza selvagem do lugar. Já Nas Ilhas Cuverville
o tempo permitia, aproveitava para fazer nos momentos de descanso, aproveitava (acima, à esq.) e
SDOHVWUDVVREUHIRWRJUDÀDGHSDLVDJHQVHGH para conferir as fotos, corrigir e sugerir Decepção (à dir.), os
fotógrafos se viram
vida selvagem, orientando os participantes. enquadramentos, ressaltando a importância diante de milhares
Havia dois momentos na expedição, da nitidez para imagens de vida selvagem. de pinguins
o de navegar sempre com a câmera Também aproveitava para orientar o
preparada e o de deitar no gelo, fazer grupo no cuidado e na manutenção dos
silêncio e esperar a aproximação dos equipamentos em ambiente extremo,
animais. Ali os ímpetos reprodutivos sujeitos a condensação, por conta do
encontram-se em efervescência. Dentro choque de temperaturas, de possíveis
dessa perspectiva, a vida animal eclode, respingos de água salgada (que pode ser
exibindo-se sem pudores, e esse pode fatal para a câmera) ou no cuidado com as
ser o instante certo para um clique que baterias expostas ao frio intenso.
que tanto assombra como fascina. Isso é inevitável e até um preço baixo a André Dib (acima,
'HSRLVGHGLDVQD$QWiUWLFDHGDV se pagar, pois o grupo trazia na bagagem à esq.) liderou
surpresas cotidianas, a viagem não havia a lembrança de um silêncio inexplicável a expedição
IRWRJUiÀFDHR
acabado. Ainda era necessário vencer e a recompensa traduzida em imagens capitão Charlie
a travessia de volta, que durou cinco de um dos redutos mais belos, intensos e Flesch (à dir.)
dias, quando o veleiro balançou muito selvagens do planeta. comandou o
novamente no Mar de Drake, e aproveitar veleiro Fernande
para admirar o voo dos albatrozes tocando até a Antártica
o mar com a ponta das asas. Uma baleia
ou um bando de orcas saltando próximo
¦ SERVIÇO
A próxima expedição à Antártica com o
veleiro Fernande está prevista para partir no dia
à proa do Fernande ajudavam a quebrar 4 de janeiro de 2020. Mais informações com
a monotonia e o insistente sacolejar – André Dib, andredibfoto@gmail.com ou
dois integrantes do grupo passaram mal. www.andredib.com.br.
O alcance
dos olhos
Ao completar 50 anos de carreira, o celebrado
fotógrafo Cristiano Mascaro ganha uma
exposição que mostra a sua brilhante trajetória
Fortaleza de Sagres, no
Algarve, fotografada para
o livro Portugal, de 2016
Carregadores de sacos
de farinha registrados no
Brás, São Paulo, em 1977
Fotografias
publicadas na
revista Life e o
livro Images à INFLUENCIADO POR
la Sauvette, de
Cartier-Bresson, REVISTAS ESTRANGEIRAS
foram algumas Natural de Catanduva, interior paulista, e André Kertész. Entretanto, conta ele,
das primeiras o arquiteto Cristiano Mascaro abraçou quem teve uma grande importância na sua
referências DIRWRJUDÀDSRUPHLRGDVUHYLVWDVTXH JXLQDGDSDUDDIRWRJUDÀDIRLXPHQVDLR
chegavam à biblioteca da FAU-USP, pela sobre Cuzco, Peru, feito pelo americano
de Mascaro qual se graduou. Mesma instituição em que Irving Penn, publicado em revistas do grupo
fez seu mestrado e doutorado nos anos Condé Nast, como a Vogue.
1980 e 1990 e, onde, de 1974 a 1988, dirigiu (OHOHPEUDWDPEpPTXHÀFRX
o Laboratório de Recursos Audiovisuais. profundamente comovido quando viu o
A FAU mantinha a assinatura da revista clássico Images à la Sauvette (Verve, 1952)
Life, na qual Mascaro encontrou imagens do de Cartier-Bresson. É um livro até hoje
francês Henri Cartier-Bresson, do americano guardado por ele, uma preciosidade por
Eugene Smith e dos húngaros Robert Capa ser a primeira edição – está na memorabilia
UM CRONISTA VISUAL
O trabalho de Cristiano Mascaro
está vinculado à sua produção
urbana, notadamente da arquitetura
paulistana, embora ele não se
considere exatamente “fotógrafo de
arquitetura”. De fato, é um cronista
visual urbano, e não somente de São
Paulo, onde vive, como provam os
livros Portugal (Editora Bei, 2016),
Fotos: Cristiano Mascaro
global
O trabalho de
Mascaro contempla
tanto bairros de
São Paulo como
grandes cidades
do mundo
No alto, vista da
Basílica de São Petrônio,
em Bolonha, na Itália, em
2016; ao lado, cena
urbana registrada
diante de um muro em
Carapicuíba (SP), em 2018
mas poucos, como Mascaro, atingem Do pequeno 35 mm do sobre os bairros Luz e Bom Retiro,
a sua atmosfera, a sua respiração. fotojornalismo, Mascaro migrou para vizinhos à Pinacoteca do Estado, a
Essa relação é visível quando se o médio formato, adotando uma convite da então curadora Aracy
avalia a amplitude no caminho traçado Hasselblad 6 x 6 cm, opção que surgiu Amaral, algo que o levou a trabalhar
pelo fotógrafo. Não apenas a crônica dessa parceria com Martinelli no em micro histórias, como lembra
das cidades, mas a mais humana, Brás. “Como o Pedrão estava usando Fernandes Junior, criador do Gabinete
vista em retratos colhidos em bairros o 35 mm, quis fotografar de forma )RWRJUiÀFRGD3LQDFRWHFD(GHSRLV
paulistanos, como o Brás – trabalho GLIHUHQWHSDUDQmRÀFDUSDUHFLGRµ adotou também uma câmera de 4 x 5
feito em parceria com o renomado comenta. O resultado foi a série de polegadas com back de 6 x 9 cm, com
Pedro Martinelli, em 1974, colega dos retratos antológicos de uma geração a qual viajou o Brasil com ela montada
tempos da revista Veja, publicação em de imigrantes e trabalhadores. QRWULSpHÀQDOPHQWHVHUHQGHXj
que trabalhou de 1968 a 1972. Fez outro ensaio marcante tecnologia digital.
UM APRENDIZ DE
ANDUJAR E BISILLIAT
Os primeiros passos rumo Já como fotógrafo independente,
jIRWRJUDÀDSURÀVVLRQDOIRUDP ao fotografar para o Programa
dados na mítica escola Enfoco, na Monumenta e para o livro Patrimônio
capial paulista, onde foi aluno da Construído, ele documentou cidades
suíça Claudia Andujar e da inglesa de todo o território brasileiro, com
Maureen Bisilliat – foi por indicação exceção do Amapá. Rubens Fernandes
Juan Esteves
de Andujar que Mascaro integrou Junior avalia que essas viagens foram
a primeira equipe de Veja, lançada uma forma de Mascaro aguçar o
em setembro de 1968. Depois, ele olhar e a técnica para o mundo
mesmo se tornou professor da cotidiano. “Fiquei entusiasmado com
Enfoco entre 1972 e 1975. a possibilidade de viver fotografando fotografando e interpretando a obra
Desde a primeira aventura para a o mundo de uma forma leve e dele em diferentes países do mundo,
Bolívia e Peru, ainda como estudante descontraída”, diz o fotógrafo. como o Catar. Sem dúvida, uma
de Arquitetura, Mascaro sempre Em outra frente, desde 2013 enorme distância percorrida desde
gostou de viajar e o fotojornalismo Mascaro vem trabalhando com o que aquele rapaz meio hippie subiu
lhe ofereceu muitas oportunidades. escultor americano Richard Serra, no trem para Santa Cruz de La Sierra.
inclusão
Um dos objetivos
do projeto é que
os alunos também
trabalhem com
fotografia
Jovens ganham
oportunidade
de aprender
e trabalhar
Kaká Mendes
FRPIRWRJUDÀD
graças ao
Galera do Click
Um olhar
Profissional paulistana cria o projeto Galera
do Click para ensinar fotografia a jovens com
Síndrome de Down e já conta com 90 alunos
Abaixo, Sandra
Reis, a idealizadora
A IRWRJUDÀDVHPSUHIRLXPD
PDQHLUDGHUHJLVWUDURPXQGRSRU
LQWHUPpGLRGHGLIHUHQWHVROKDUHV
$SHVDUGHPRVWUDULQ~PHUDVUHDOLGDGHV
SRXFDVYH]HVSHVVRDVTXHSUHFLVDPVHU
GHMRYHQVTXHQDVFHUDPFRP6tQGURPHGH
'RZQ")RLDSDUWLUGHVVHTXHVWLRQDPHQWRTXH
DIRWyJUDIDSDXOLVWDQD6DQGUD5HLVUHVROYHX
FULDUR*DOHUDGR&OLFNSURMHWRTXHHQVLQD
IRWRJUDÀDDHVVHS~EOLFRHVSHFLDOGHVGH
do projeto, posa
ao lado de um dos RXYLGDVHLQFOXtGDVHVWmRDWUiVGDVOHQWHV $LQLFLDWLYDQDVFHXDSyVREVHUYDUDV
DOXQRVGHIRWRJUDÀD (QWmRFRPRVHULDYHURPXQGRSHORVROKRV GLÀFXOGDGHVYLYLGDVSRUVHXÀOKR)HOLSSHTXH
WHP6tQGURPHGH'RZQ4XDQGR6DQGUD
GHVFREULXRFXUVRGHWHDWUR2ÀFLQDGRV
)HOLSSH5HLV
0HQHVWUpLVFRPXPJUXSRSDUDDOXQRVFRP
'RZQDIRWyJUDIDWHYHFRQWDWRFRPRXWUDV
PmHVHDOXQRVTXHWDPEpPVHHQFRQWUDYDP
QDPHVPDVLWXDomRDIDOWDGHLQFOXVmR
$ROHYDURÀOKRSDUDDMXGiODDIRWRJUDIDU
HVSHWiFXORVDHVSHFLDOLGDGHGHOD6DQGUD
SHUFHEHXDDSWLGmRGRMRYHPSDUDDIRWRJUDÀD
HDSyVUHDOL]DUXPFDOHQGiULRIRWRJUiÀFR
FRPRVFROHJDVGH)HOLSSHIRLTXHVWLRQDGD
SRUXPDGDVPmHV´9RFrHQVLQRXR)HOLSSH
DIRWRJUDIDU3RUTXHQmRHQVLQDQRVVRVÀOKRV
WDPEpP"µDTXLORDLQVWLJRXHDVVLPD*DOHUD
GR&OLFNFRPHoRXDJDQKDUIRUPD
$SDUWLUGDtDIRWyJUDIDSDVVRXDEXVFDU
PHLRVGHHQVLQDUIRWRJUDÀDGHPDQHLUD
O~GLFDSDUDHVVHVMRYHQVTXHKRMH DXPHQWDQGRRDSUHQGL]DGRGHOHV
FKHJDPDDOXQRVHYHPLQFOXLQGR eFODURTXHQHPWRGRVSRGHUmR
RXWURVWLSRVGHGHÀFLrQFLDVFRPR SDUWLFLSDUQRPRPHQWRpSUHFLVR
RDXWLVPR´(QVLQRIRWRJUDÀDGH DQDOLVDURGHVHQYROYLPHQWRGH
YHUGDGHSDUDHOHV$SHVDUGHXVDUHP FDGDXP0DVVHDOXQRVGHVVHV
DFkPHUDQRDXWRPiWLFRDSUHQGHP FRQVHJXLUHPVHULDIDQWiVWLFRµ
RTXHpHVWpWLFDGDLPDJHP DÀUPD6DQGUDTXHSODQHMDWDPEpP
HQTXDGUDPHQWRFRPSRVLomR DSUy[LPDH[SRVLomRGRVDOXQRV²
GHVIRTXHWLSRVGHOX]HYiULRVGrupo Único PDF PaD
HVWHDQRFRPRWHPD´0mRVµD
RXWURVDVVXQWRVeXPDSUHQGL]DGR GHIRL´5HWUDWRµ
FRQVWDQWHWDPEpPSDUDPLPµH[SOLFD +RMHD*DOHUDGR&OLFNHVWi
DSURÀVVLRQDO2PDLRUREMHWLYRGR PLJUDQGRSDUDRXWURV(VWDGRV
SURMHWRGHÀQHHODpHVWLPXODUD FRPRpRFDVRGD*DOHUDGR&OLFN
FULDWLYLGDGHDSHUFHSomRVREUHRV HP$UDFDMX6($SURSRVWDpOHYDU
RXWURVHGHVLPHVPRHFODURRV RSURMHWRSDUDGLYHUVRVOXJDUHV
GLIHUHQWHVWLSRVGHROKDU ´*RVWDULDGHTXHPDLVSURÀVVLRQDLV
$QRYLGDGHDJRUDpIRUPDUXPD GDIRWRJUDÀDDEUDoDVVHPHVVDLGHLD
YH]DRPrVJUXSRVGHDWpVHLVDOXQRV HOHYDVVHPRSURMHWRSDUDDEULU
SDUDHQVLQiORVDIRWRJUDIDUQRPRGR SRVVLELOLGDGHSDUDRXWURVMRYHQVe
PDQXDO´0XLWRVGHOHVSHGHPSDUD LVVRTXHDIRWRJUDÀDID]DEUHSRUWDV
GHL[DUDFkPHUDQRPRGRPDQXDO SDUDWRGRVµVXVWHQWDHOD3DUDVDEHU
SDUDDSUHQGHUHYiULRVMiWUDEDOKDP PDLVDFHVVH@galeradoclick no
FRPIRWRJUDÀD,VVRYDLDRVSRXFRV )DFHERRNHQR,QVWDJUDP
/HDQGUR3DOKDUHV
Os alunos
aprendem
IRWRJUDÀD
na prática,
principalmente
a estética da
imagem
)RWRJUDIH0HOKRUQ
Fotografe Melhor no
273 71
Grupo Único PDF PaD
Grupo Único PDF PaD
FOTOJORNALISMO
Do Revele-se
ao Pulitzer
Ueslei Marcelino publicou sua primeira imagem em Fotografe
há 16 anos e hoje é o segundo fotógrafo brasileiro a ganhar o
principal prêmio de jornalismo dos Estados Unidos
74 Fotografe Melhor no 273
jornada
Ueslei Marcelino
acompanhou a
caravana de rumo
aos EUA em
2018 por
62 dias
D a primeira imagem
publicada em um veículo
de circulação nacional,
no caso a edição 87 de Fotografe, à
recente conquista do Prêmio Pulitzer,
milhares de migrantes na América
Central que, em outubro de 2018,
partiu de Honduras, atravessando a
Guatemala e o México, até chegar à
IURQWHLUDFRPRV(VWDGRV8QLGRV
Nicholson (Reino Unido) e Mike Blake
&DQDGi2WUDEDOKRIRLFRRUGHQDGR
SHODVHGLWRUDV&ODXGLD'DXW$OHPDQKD
e Corinne Perkins (Austrália), que
SODQLÀFDUDPWRGDDFREHUWXUD
principal referência do jornalismo Assim como Lima e seus colegas 2SULPHLURSUrPLRTXHFRQTXLVWRX
nos Estados Unidos (e uma das mais do jornal The New York Times, Ueslei segundo ele, foi a publicação de uma
importantes no mundo), a trajetória do ganhou o prêmio junto com outros foto de sua autoria na seção “Revele-se”
brasiliense Ueslei Marcelino tem sido dez fotógrafos da agência Reuters, de Fotografe, na edição de dezembro
marcada pelo sucesso na carreira de de diferentes nacionalidades: Alkis de 2003, que mostrava um incêndio
UHSyUWHUIRWRJUiÀFR'HSRLVGRSDXOLVWD Konstantinidis (Grécia), Adrees Latif ÁRUHVWDO´&RQVHJXLXPDLPDJHP
Mauricio Lima, em 2016, tratando do (Paquistão), Carlos Barria (Argentina), DUWtVWLFDGLIHUHQWHHHODIRLSXEOLFDGD
tema dos refugiados, Marcelino se Carlos Garcia Rawlins (Venezuela), Comprei várias revistas na época, todo
tornou o segundo brasileiro a receber Edgard Garrido (Chile), Goran Tomasevic orgulhoso de ter visto uma foto minha
o prêmio americano com temática (Sérvia), Kim Kyung Hoon (Coreia do na maior publicação do gênero no
parecida ao cobrir a caravana de Sul), Loren Elliott (Estados Unidos), Lucy %UDVLOµOHPEUDRIRWyJUDIR
O fotojornalista
começou como
freelancer da Grupo Único PDF PaD
agência Reuters
em 2011 e ainda
naquele ano foi
contratado por
FILHO DE PEIXE QUE
ter se destacado NADOU MUITO
em coberturas
Filho do fotojornalista Antônio fotografou de tudo um pouco: casamento,
Marcelino, Ueslei cresceu circulando pelo book de cachorro, festas, frilas para jornais
DPELHQWHGDVUHGDo}HVGDFDSLWDOIHGHUDO locais e revistas nacionais, trabalhos autorais
“Brincava pelos corredores dos jornais, para instituições governamentais, produção
na redação com as máquinas de escrever SDUDEDQFRGHLPDJHQVHGLWRULDLVGD218
HODERUDWyULRVRQGHPHXSDLWUDEDOKDYD 8QHVFRHRXWURVRUJDQLVPRVLQWHUQDFLRQDLV
As recordações de criança me trazem à “Tenho orgulho de ter trabalhado por três
PHPyULDRDQWLJRSDUTXHJUiÀFRRQGHSRU anos na agência de esportes AGIF, onde tive
algumas vezes escorregava entre as bobinas a honra de aprender muito com o editor
gigantes de papel que seriam usadas para )HUQDQGR6RXWHOORµGHFODUD
LPSULPLURVMRUQDLVµUHFRUGDHOH
2SULPHLURHPSUHJRIRLFRPR TALENTO LEVOU À EFETIVAÇÃO
laboratorista da sucursal da Folha de S. Paulo 'HSRLVGHFRPHoDUDFRODERUDUFRP
em Brasília, cidade onde nasceu em 1979, no a Reuters, Ueslei chamou a atenção do
GLDGRUHSyUWHUIRWRJUiÀFRGHVHWHPEUR experiente fotógrafo Sergio Moraes, editor da
²OiFUHVFHXHYLYHDWpKRMH-iTXDQGR DJrQFLDQR%UDVLOSRUFRQWDGRVHXWDOHQWR
estudante universitário de Publicidade Moraes deu oportunidade para que o jovem
H3URSDJDQGDQDV)DFXOGDGHV2EMHWLYR fotógrafo mostrasse o potencial que tinha
conseguiu um estágio como fotógrafo no e ainda em 2011 o efetivou como membro
Primeira foto publicada
em mídia nacional: Jornal de Brasília GDHTXLSH7UDWDVHGHXPVHOHWRWLPHGH
“Revele-se” da edição Até começar a trabalhar como freelancer SURÀVVLRQDLVGHDOWDTXDOLGDGHFDSD]HVGHVDLU
87 de Fotografe na Reuters, em 2011, Ueslei Marcelino a campo e trazer informações em primeira
eleição
Os colegas
do brasileiro na
Reuters o elegeram
o Fotógrafo do
Ano em 2018
0XOKHUHPSXUUDRÀOKRQDFDGHLUDGHURGDVHPHVWUDGDGH-XFKLWDQ0p[LFR
Famílias
descansam à
beira da estrada
a caminho de
Mapastepec de
Huixtla, México
Imagem feita no Palácio de Buckingham, em Londres, no dia do aniversário de 90 anos da rainha Elizabeth II, em 2016
Um fotógrafo real
Conheça a história do britânico que há 29 anos ganha a vida em Londres
registrando nobres, príncipes, princesas e a rainha Elizabeth II
POR ANA LUÍSA VIEIRA
EQUIPAMENTO E PROTOCOLO
A tiracolo, Rooke revela que sempre
leva consigo uma Nikon D5 (dois corpos
do mesmo modelo para o caso de
imprevistos) e lentes 180-400 mm f/4 e
70-200 mm f/2.8. “Como backup, costumo
usar a Nikon D850 e uma tele de capturados. Ele conta que existem H[SOLFD(QRTXHGL]UHVSHLWRDR
PPµDFUHVFHQWD(OHGL]TXH RXWURVGHVDÀRVHQYROYLGRVHjV famigerado protocolo, garante
geralmente prefere escolher uma YH]HVID]HUXPDERDIRWRVHWUDWDGH TXHQmRKiVHJUHGRV´(PJHUDOVy
câmera e uma lente para não correr timing e habilidade. esperam que eu faça o básico para
o risco de perder algo importante Segundo Rooke, as melhores eventos sociais, como me vestir
SRUÀFDUID]HQGRWURFDV´$'FRPD oportunidades ocorrem durante UD]RDYHOPHQWHEHPHQmRJULWDU
180-400 mm tem um alcance incrível, viagens dos príncipes e princesas Trata-se realmente de ser educado,
então esse conjunto acaba sendo a SDUDIRUDGR5HLQR8QLGR´(OHV como você seria com qualquer líder
minha primeira opção”, explica. costumam estar mais relaxados”, RXFKHIHGH(VWDGRµDÀUPD
Consciente de que não tem
segunda chance caso erre ou perca
DOJXPÁDJUDQWH5RRNHFRQWDTXH
costuma chegar cedo a todos os
eventos para estudar os ambientes
e treinar os melhores ângulos antes
dos cliques propriamente dito.
“Também torço para não ter que
usar uma capa de chuva”, brinca.
0DVQRÀQDOGDVFRQWDVWRGRR
SODQHMDPHQWRRSURÀVVLRQDOLVPR
e os melhores equipamentos do
PXQGRQmRVmRVXÀFLHQWHVSDUD
que os momentos perfeitos sejam
$FLPDDSULQFHVD$QQH~QLFDÀOKDGDUDLQKD(OL]DEHWK,,GR5HLQR8QLGR
abaixa-se para cumprimentar o rei Felipe VI, da Espanha, em 2017