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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
R S
CPG
Nº 71003003456
2011/CRIME

HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL LEVE. ART


129 DO CP. TESE DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
AFASTADA. INEXISTÊNCIA DAS NULIDADES
APONTADAS. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. 1- A representação das vítimas na fase
policial é suficiente para a deflagração da ação
penal, não havendo falar em decadência. Também
se mostra desnecessária a outorga de procuração
com poderes especiais nas ações penais
condicionadas à representação. 2-Inexistência das
nulidades arguidas pelo impetrante – falta de
citação, cientificação do prazo para o rol de
testemunhas, entrega de cópia da denúncia e
intimação na véspera da audiência – de modo a
autorizar a concessão da ordem. 3- Teses
defendidas que também não foram previamente
examinadas pelo juízo de origem e cujo
acolhimento ainda implicaria em supressão de um
grau de jurisdição. 4- Ausente, assim, qualquer ato
abusivo ou ilegal por parte da autoridade coatora,
não merece acolhida o writ. ORDEM DENEGADA.

HABEAS CORPUS TURMA RECURSAL CRIMINAL

Nº 71003003456 COMARCA DE PELOTAS

JEAN CARLO DA SILVA MACEDO PACIENTE

MINISTÉRIO PÚBLICO INTERESSADO

PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA IMPETRANTE


GONÇALVES

JUIZ DE DIREITO DO JECRIM DA COATOR


COMARCA DE PELOTAS

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Juízes de Direito integrantes da Turma Recursal
Criminal dos Juizados Especiais Criminais do Estado do Rio Grande do Sul,
À UNANIMIDADE, EM DENEGAR A ORDEM DE HABEAS CORPUS.
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Participaram do julgamento, além da signatária (Presidente), os


eminentes Senhores DR. EDSON JORGE CECHET E DR. LUIZ ANTÔNIO
ALVES CAPRA.
Porto Alegre, 28 de março de 2011.

DR.ª CRISTINA PEREIRA GONZALES,


Relatora.

R E L AT Ó R I O

Paulo César de Oliveira Gonçalves impetrou pedido de habeas


corpus em favor de Jean Carlo da Silva Macedo, alegando estar o paciente
sendo submetido à coação ilegal pelo MM. Juiz de Direito do Juizado
Especial Criminal da Comarca de Pelotas que, não obstante as nulidades
processuais e a decadência do direito de ação, determinou o
prosseguimento do feito com a designação de audiência de instrução e
julgamento.

Aduziu o impetrante que o paciente responde a uma ação


penal pelo delito de lesões corporais leves, praticado contra Pedro Borges
Osório e Tomás Bezerra dos Passos. No entanto, os ofendidos não
representaram no prazo legal de seis meses, decaindo do direito de ação,
uma vez que não assinaram o boletim de ocorrência policial nem
apresentaram representação em juízo, do mesmo modo que inexiste nos
autos procuração com poderes especiais para o procurador e assistente de
acusação. Além disso, apontou nulidades concernentes à citação, cujo
mandado deixou de mencionar o direito de apresentar o rol de testemunhas,
assim como não foi acompanhado de cópia da denúncia. Por fim, alegou
contrariedade ao rito sumaríssimo do Jecrim porque a suspensão
condicional do processo foi ofertada anteriormente ao recebimento da
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denúncia.

Requereu, liminarmente, a declaração de extinção da


punibilidade, a anulação do processo em decorrência das nulidades
apontadas e o trancamento da ação penal, e, ao final, a concessão da
ordem em definitivo.

A inicial foi instruída com cópia integral dos autos (fls. 06/110).

A liminar foi indeferida (fl. 112), sendo prestadas as


informações (fl. 114).

O Ministério Público com atuação neste Colegiado emitiu


parecer no sentido do não conhecimento da ação porque ainda não
submetida a matéria à apreciação do magistrado a quo e, no mérito, pela
denegação da ordem (fls. 115/118).

VOTOS
DR.ª CRISTINA PEREIRA GONZALES (RELATORA)
O artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, prevê a
concessão de Habeas Corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na
iminência de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder.
No mesmo sentido o disposto no artigo 647 do CPP, que regra
o Processo de Habeas Corpus.
Pelo exame dos documentos que instruem a inicial não
vislumbro, na esteira da decisão de indeferimento do pedido liminar, exarada
pelo eminente relator substituto, Dr. Leandro Raul Klippel, qualquer ato ilegal
ou abusivo por parte da autoridade impetrada ao determinar o
prosseguimento do feito com a designação de audiência de instrução e
julgamento, não havendo, desse modo, violência ou coação à liberdade de
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locomoção do paciente.
É de se notar, como ressaltado pelo douto promotor de justiça
com atuação perante este colegiado, que nada há nos autos a informar que
as alegações ora deduzidas já tenham sido formuladas ao juízo a quo, de
sorte que o seu exame em grau de recurso implicaria, ao menos em tese,
supressão de um grau de jurisdição.
Quanto ao ponto, oportuno colacionar o seguinte julgado assim
ementado:

HABEAS CORPUS. (...). TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL SEM


MANIFESTAÇÃO DO JUÍZO DA ORIGEM. IMPOSSIBILIDADE.
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. O trancamento de ação penal somente é
possível em situações excepcionais, nas quais resulte, de plano e
independente de prova, a atipicidade da conduta ou a ausência mínima de
indícios de autoria, o que não é o caso dos autos. O habeas corpus não é o
meio adequado para exame de questões fáticas e análise de prova. Não há
coação ilegal, uma vez que não houve manifestação do juízo de
primeiro grau, quanto às teses alegadas. Não pode ser proferida
decisão sobre matéria ainda não apreciada pelo juízo de origem, sob
pena de ferir o princípio do duplo grau de jurisdição. O habeas corpus é
ação originária e não grau de recurso ou substitutivo da prestação de
jurisdição original. ORDEM DENEGADA. (Habeas Corpus Nº 71002332799,
Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, Relator: Laís Ethel Corrêa
Pias, Julgado em 30/11/2009).

Outrossim, o deferimento de habeas corpus para o


trancamento da ação penal é medida excepcional, que somente se justifica
quando manifestamente indevido o ajuizamento da ação, o que não é o caso
presente, pois há indícios da existência e da autoria do delito, o que se
depreende do boletim de ocorrência policial que originou o termo
circunstanciado.
Também é certo que somente na hipótese de emergir dos

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autos, de forma inequívoca e sem a necessidade de dilação probatória, a


inexistência de autoria por parte do indiciado ou a atipicidade da conduta, ou
ainda a própria ocorrência da decadência ou da prescrição, é que se
admitiria o deferimento da ordem.
O caso dos autos, contudo, não se amolda a qualquer das
hipóteses referidas, tampouco se verificando as nulidades apontadas.
Em primeiro lugar, a alegação de extinção da punibilidade pela
decadência, em razão da ausência de assinaturas das vítimas ou juntada de
procuração com poderes especiais, não se sustenta. Contrariamente ao
alegado, o boletim de ocorrência confeccionado pela Brigada Militar (fls.
14/16) contém as assinaturas das vítimas e a expressa representação contra
o autor do fato, sendo que o documento de fls. 11/13 é mera transcrição para
fins de registro no sistema, razão por que as assinaturas dos ofendidos nele
não foram lançadas. Além disso, em se tratando de ação penal condicionada
à representação, é desnecessária a juntada de procuração com poderes
especiais, exigível apenas nas ações penais privadas, como é o caso
daquela referida pelo impetrante à fl. 03.
As alegações de inexistência de citação, falta de cientificação
para a apresentação do rol de testemunhas, falta de entrega de cópia da
denúncia e irregularidade por ter o réu sido intimado na véspera da
audiência igualmente não prosperam. Basta simples leitura do mandado de
citação de fls. 94/95, em que consta a assinatura do réu, para se verificar
que houve, sim, a efetiva citação, e não mera intimação, como alegado,
tendo constado do mandado a expressa menção de que “o réu deverá
apresentar o rol de testemunhas (com nome e endereço das mesmas) até
cinco (05) dias antes da audiência, com pedido para serem intimadas”,
assim como referência à “cópia da peça acusatória anexa...”.
Ainda incorreu o impetrante em notório equívoco ao alegar que
o paciente teria sido intimado na véspera da audiência. A certidão do oficial
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de justiça (fl. 95) é datada de “08 de outubro de 2010”, e não 08 de


novembro, véspera da audiência. Portanto, a citação e intimação para a
audiência ocorreram com mais de 30 dias de antecedência, tempo esse
suficiente para que a defesa apresentasse o rol de testemunhas, o que, por
fim, deixou de fazê-lo.
Por derradeiro, não se verifica nulidade no recebimento da
denúncia após o registro em audiência de que o réu não aceitava a proposta
de suspensão condicional do processo. O recebimento da denúncia somente
foi postergado para o ato imediatamente subsequente, dada a necessidade,
registrada em ata pelo magistrado, de melhor análise das alegações prévias
da defesa no tocante à falta de materialidade, o que ocorreu em 10/11/2010.
Ademais, repita-se, houve expressa recusa do réu quanto ao benefício da
SCP, o que afasta toda alegação de prejuízo, necessário à declaração de
nulidade, nos precisos termos do § 1º do art. 65 da Lei 9.099/95.

Assim, pelos motivos expostos, VOTO PELA DENEGAÇÃO DA


ORDEM em definitivo.

DR. EDSON JORGE CECHET (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a).

DR. LUIZ ANTÔNIO ALVES CAPRA - De acordo com o(a) Relator(a).

DR.ª CRISTINA PEREIRA GONZALES - Presidente - Habeas Corpus nº


71003003456, Comarca de Pelotas: "À UNANIMIDADE, DENEGARAM A
ORDEM DE HABEAS CORPUS."

Juízo de Origem: JUIZ.ESP.CRIMINAL PELOTAS - Comarca de Pelotas


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