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ELETRICIDADE BÁSICA

Volume 3

Um Curso de Instrução Elaborado para


A MARINHA NORTE-AMERICANA
pelos Consultores de Gerência e Engenharia de Cursos
VAN VALKENBURGH, NOOGER &: NEVILLE, INC.

Traduzido e adaptado à terminologia usada no Brasil


com a colaboração pessoal de especialistas da
Centrais Elétricas de Minas Gerais S . A. (CEMIG)

Supervisão

Comandante G. N. DA SILVA MAIA


Engenheiro Eletricista

Tradução Colaboração
Comandante J. C . C . Waeny Engenheiro L. M. Seabra
Engenheiro Eletricista Depto. Produção e
Comandante D . S . Ferreira Transm1ssão - CEMIG
Engenheiro Eletricista

LIVRARIA FREITAS BASTOS S. A.


Rio de Janeiro São Paulo
BRASIL

New York
THE BROLET PRESS
ELETRICIDADE BASICA

1.8. edição brasileira - 1960

© Copyright 1960 by
Van Valkenburgh, Nooger & Neville, Inc.
15 Maiden Lane, New York, 10038 . U .S.A.

Direitos de tradução para o Brasil reservados


pela Livraria Freitas Bastos S. A.
(venda interdita em Portugal)

1.& edição na América do Norte - 1954 © Copyright de VVN&N


1.8. edição na Argentina - 1958 © Copyright de VVN&N
1.8. edição na Inglaterra - 1959 © Copyright de VVN&N
1.& edição na Holanda - 1959 © Copyright de VVN&N
1.8. edição no MéX'ico - 1960 © Copyright de VVN&N
1.& edição no Brasil - 1960 © Copyright de VVN&N
1.8. edição na Tailândia - 1961 © Copyright de VVN&N
La edição na França - 1963 © Copyright de VVN&N
1.& edição em Portugal - 1966 © Copyright de VVN&N
AlI Rights Reserved in All Editions

As designações "TRAINER-TESTER" e "COMMON-CORE",


com ou sem símbolo, são marcas depositadas
de
Van Valkenburgh, Nooger & Neville, Inc .
New York, U.S .A.

Compôs e imprimiu em "offset"


LIVRARIA FREITAS BASTOS S. A.
Caixa Postal 899
Rio de Janeiro - Brasil
Prin ted in Brazil
APRESENTAÇAO

Pela primeira vez no Brasil, lança-se um curso técnico completo de


ELETRICIDADE BASICA, em cinco pequenos volumes, e ELETRôNICA
BASICA, em seis volumes, em que foi adotado um método de ensino
radicalmente novo, cujo delineamento geral se pode resumir com estas
palavras : APRENDENDO PELA IMAGEM.
Resumindo, diremos que em CADA PAGINA se oferece uma NOÇAO
CONCRETA, e sua respectiva ilustração, com a maior amplitude e cla-
reza possíveis, a fim de esclarecer completamente o estudo em aprêço.
Usando uma linguagem simples e precisa, se apresenta UM SÓ PRO-
BLEMA DE CADA VEZ . Como parte final de cada capítulo, páginas de
"revisão" recapitulam a matéria explicada e permitem, assim, uma boa
fixação dos conhecimentos adquiridos.
Conhecidos os fundamentos da eletricidade e da eletrônica, serão
bem compreendidos os princípios do funcionamento de equipamentos e
aparelhos utilizados diàriamente, e daí surge a habilitação técnica para
consertá-los, adaptá-los e, inclusive, modificá-los de acôrdo com as
necessidades.

Ao apresentar, em português, êstes cursos de ciências básicas a


Livraria Freitas Bastos S. A. se convence de estar contribuindo co~s­
trutivamente, para a aprendizagem e o aperfeiçoamento de técnicos
nos países de língua portuguêsa.

LIVRARIA FREITAS BASTOS S . A.

Ui
íNDICE

VaI. 3 - ELETRICIDADE BASICA

o que é Corrente Alternada ...... ... .. . ... ...... . ... .... . 3-1
Medidores de CA ........ . ...... .. . ... ... .. ..... . ... . .. ... 3-22
A Resistência nos Circuitos de CA 3-31
A Indutância nos Circuitos de CA 3-43
A Potência nos Circuitos Indutivos ...... . .. .. ...... . ..... . 3-72

A Capacitância nos Circuitos de CA . . ... .. ........ .... .. . . 3-77

Capacitores e Reatância Capacitiva 3-93


'---.

(f0/Y/I'/?;;J/,1:LlJl íenh //~P/í't'M~


o QUE É CORRENTE ALTERNADA
Transmissão de Energia por Corrente Alternada
Como V. provàvelmente já sabe, a maioria das linhas de transmissão
e:létricas transporta corrente alternada. A corrente contínua é muito
1)OUCO usada para iluminação e distribuição de energia elétrica.

Existem muito boas razões para esta preferência pela CA sôbre CC


para a transmissão de energia elétrica. A tensão alternada pode ser
aumentada ou diminuída fàcilmente, sem perdas apreciáveis, com o
uso dos transformadores. As tensões contínuas não podem ser alte-
radas sem uma considerável perda de energia. 1!:ste é um fator muito
importante na transmissão de energia elétrica, porque grandes ·quan-
tidades de energia devem ser transmitidas com tensões muito altas.
Nas estações geradoras a tensão é elevada a valores muito altos e
ligadas às linhas de transmissão. Na outra extremidade da linha ou-
tros transformadores abaixam a tensão para valores que possam ser
usados para energia e iluminação.
Os diferentes equipamentos elétricos exigem tensões diferentes para
::uncionamento. Estas tensões podem ser fàcilmente obtidas com o uso
de um transformador e uma linha de CA. A obtenção destas tensões
je uma linha CC exige o uso de circuitos tão complicados quanto ine-
ficientes.

Os transformadores elevam a
~e n são CA para transmissão . ..

Transformadores . . . e abaixam a t en são


abaixadores na lmha para a distribuição.

3-1
o QUE É CORRENT.E ALTERNADA
l'ransmissão de Energia por Corrente Alternada (continuação)
Como a potência transmitida é igual à tensão multiplicada pela corrente
(P = EI) e o diâmetro do condutor limita a corrente máxima que pode
ser usada, a tensão tem de ser aumentada para que se possa trans-
mitir maior potência pelos mesmos condutores. Além disso, corrente
em excesso causa um superaquecimento dos fios, resultando em gran-
de perda de potência . Por esta razão a corrente máxima é mantida
com o valor mais baixo possível. Por outro lado, a tensão só é limitada
pelo isolamento da linha de transmissão. Como o isolamento pode ser
fàcilmente reforçado, a tensão pode ser aumentada consideràvelmente,
permitindo a transmissão de altos valores de potência por condutores
mais finos.
NA 'I li '\~SMlSSAO DE E~EKGIA A C()RRE~TE f , L1~1ITAI>A PFLO

Quando a corrente passa por um condutor para atingir o equipamento


elétrico que vai alimentar, há uma perda de potência no condutor, pro-
porcional ao quadrado da corrente (P = I2R). Qualquer redução no
valor da corrente necessária para transmitir a energia resulta em uma
redução da quantidade de potência perdida na linha de transmissão.
Usando-se uma tensão alta, o valor da corrente necessária para trans.
mitir uma dada potência é menor. Usam-se os transformadores para
elevar a tensão para a transmissão de energia e abaixá-la para ser usada
nas linhas de distribuição. Como os transformadores só podem ser usa-
dos com CA, quase tôdas as linhas de transmissão de energia elétrica
são de CA e não de CC.

Perdas
AS PEf<IJAS
NA TRANSMISSAO SAO PROPORCIONAIS
AO QUADRADO DA CORRENTE

o~--------~--------------
Corrente

3-2
o QUE É CORRENTE ALTERNADA
Fluxo de Corrente CA e CC
A corrente alternada - CA - passa através de um condutor para a
frente e para trás , a intervalos regulares, primeiro em uma direção e
depois na outra . V. já sabe que a corrente contínua corre só em uma
direção e que a corrente é medida pela contagem do número de elé-
trons que passam por um determinado ponto do circuito em um se- '
gundo.
Se um coulomb de elétrons passa por um ponto de um fio em um se-
gundo, com todos os elétrons se movendo na mesma direção, a corrente
é, então, igual a um ampêre CC . Se meio coulomb de elétrons passa
através de um ponto em meio segundo, movendo-se em uma direção
e depois inverte a direção do movimento e passa pelo mesmo ponto,
na direção oposta, durante o meio segundo seguinte, então um total
de um coulomb de elétrons passou pelo ponto em um segundo - a cor-
rente é igual a um ampêre CA.

3-3
O QUE É CORRENTE ALTERNADA
Formas de Onda
Formas de onda são os gráficos que mostram como as tensões e as cor-
rentes variam em um determinado período de tempo . . As formas de
onda para corrente contínua são linhas retas, porque nem a tensão
nem a corrente de um circuito variam . Se V. ligar um resistor aos_ter-
minais de uma bateria e fizer medidas, a intervalos regulares de tempo,
da tensão e corrente no resistor, V. não observará qualquer variaç~
nos valores . Se V. fizer um gráfico dos valores de E e de I, como função
do tempo, obterá linhas retas - as formas de onda da tensão e cor-
rente do circuito.
"FORMA DE ONDA" É A FIGURA QUE MOSTRA AS VARIAÇOES DA CORRENTE
OU TENSAO

, o 3
I
I < I
til
E-<
3
®
I

I
rn
ztil 2 :
I
Z
til
P:: 2
I E-< I P:: I
I I O l
I
1 ,, o 1
: I

'iM'P· ,SEGUNDOS
2 3 4 5 'pI'... , 2 3 4 5
SEGUNDOS
F( )1<\I:\S !lI-: ()~!l:\ [;1' ( (

Suponha que V. tem um voltímetro e amperímetro com o zero no cen-


tro da escala e que possa fazer leituras acima e abaixo do zero quando
as polaridades da tensão e corrente são invertidas . Se V. inverter os
cabos da bateria enquanto estiver fazendo medidas, poderá observar
que as formas de onda consistem de duas linhas retas .-:.... uma acima
e outra abaixo do zero. Ligando as extremidades destas linhas, para
formar uma linha contínua, V. obterá as formas de onda da tensão e
da corrente . Estas formas de onda mostram que a corrente e a tensão
são CA e não CC, porque indicam a inversão da direção do fluxo da
corrente e da polaridade da tensão.

31-!-.----1

1 2 3 4
8ellund,2.
til -1 r-
~ B
til - 2
P::
B co:
O -
o 3

3-4
o QUE Ê CORRENTE ALTERNADA
Formas de onda (continuação)
Outro tipo 'de forma de onda é o da corrente contínua pulsativa, que
representa variações na t en são e na corrente, sem qu e haja inversão
da direção do fluxo da corrente. Esta forma de onda é comum nos gera-
dores de CC , porque a saída do gerador contém uma ondulação ou va-
riação, devido ::à ação do coletor. A forma de onda de uma bateria não
varia, a não ser que haja variações no circuito, como seja a de invert er
os terminais dà bateria para obter uma forma de onda CA .
Se em um circuito que consiste de um resistor e de um interruptor,
ligados aos terminais de uma bateria, V. abrir e fechar o interruptor,
fazendo com que a corrente pare e ande, sem inverter a direção, a
ccrrente do circuito é corrente contínua pulsativa. A forma de onda
desta corrente pulsativa se parece com a forma de onda de CA. mas
n ão vai abaixo do zero, porque a corrente n ão muda de direção.

Ice POtS~1/V'111

1
4

1 3
ri!
E-<
1 Z
ri!
o:: 2
o::
o
ü
1

o
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
SEGUNDOS
A.s formas de onda de t ensões e correntes não são sempre com postas
de linhas retas ligando pontos. Na maioria dos casos as formas de
onda são curvas, representando mudanças gradativas na ten são e cor-
rente. Isto acontece particularmente no caso das formas de onda de CC
pulsativa .
Além disso, n em sempre a CC pulsativa varia só entre zero e o valor
máximo; pode variar den tro de qualqu er intervalo entre êst es valores.
/>,. forma de onda de um gerador CC é também CC pulsativa e nun ca
cai a zero, mas varia ligeiramente em tôrno do valor máximo.

(JUTR/lS TORNAS DE ()1Y1JIIIJE CC Pf/lSllr/fllI"


3~~~----------~~-----

21-+---"\------+---\--- 2r---~--------~

1~----~-------+-----+---- 11-----------------------
OL-_ _ ____ __
~ ~ ~_

01.-----------

3-5
o QUE É CORRENTE ALTERNADA

Formas de Onda (continuação)


As formas de onda da maioria das correntes alternadas são curvas que
representam variações gradativas na tensão e na corrente, aumentando
e diminuindo de valor para cada direção do fluxo da corrente. A maioria
das correntes alternadas que V. vai usar tem a forma de onda repre-
sentada por uma ser.óide, que estudaremos dentro em breve. Conquanto
as tensões e correntes alternadas não tenham sempre uma forma de
cnda que seja exatamente uma senóide, elas são normalmente consi-
deradas como tais, a não ser que haja determinação explícita em con-
trário.
n

1\1\
VV

Quando estão presentes no mesmo circuito tensões contínuas e alter-


nadas, a forma de onda da tensão resultante é uma combinação dos
dois tipos existentes . A OI,lda de CA é somada à onda de CC, sendo que
o valor da tensão de CC se torna o eixo, em tôrno do qual a onda de
CA se move nas duas direções. Assim, o ponto máximo da tensãc de
CC substitui o zero como eixo da forma de onda de CA. A forma de
onda resultante não é nem CC e nem CA e é chamada de "CA super-
posta". si!mificando que a onda de CA foi somada ou colocada sôbre a
onda de CC.

Quando CA I' CC são somadas. o eixo da CA


se dl'sloca. rl'sultando l'm "CA Supr rposb"

--- -- ---
-------NtvEL DE CC-

O--"-----....L.. --
Jo'orma d e onda
Forma de onda CC + Forma de onda CA = "CA Supprposta"

3-6
o QUE É CORRENTE ALTERNADA
Os Ciclos de Corrente Alternada
Quando a forma de onda de uma tensão OÚ corrente de CA passa por
um conjunto completo de valores positivos e negativos, ela completa
um ciclo . A corrente CA cresce até um máximo e cai a zero em uma
direção, depois cresce até o máximo e cai novamente a zero, na outra
direção . Isto completa um ciclo de corrente CA e êste ciclo se fica
repetindo, enquanto houver fluxo de corrente . Semelhant emente,
a t ensão CA primeiro cresce até um máximo e cai a zero com uma
polaridade e depois cresce até o máximo e cai a zero com a polaridade
oposta, para completar um ciclo. Cada conjunto completo de valores
positivos e negativos, tanto da corrente como da tensão, constitui um
ciclo.
Na página seguinte V. verá que um gerador CA consiste de uma bobina
de fio, girando em um campo magnético entre dois pólos magnéticos
de polaridades opostas . Cada vez que um dos lados da bobina passa de
um pólo para o outro, o fluxo de corrente gerado na bobina inverte a
sua direção. Ao passar por dois pólos opostos, a corrente passa primeiro
em uma direção e depois na direção oposta, completando um ciclo de
fluxo de corrente. ,
(lfIf CICLf) E (Jj1f C()!VJIJIYT() CdIllPLET(J
+ ----- OE {ll/l()RES
POSITlflOS
EIlI[CflT/(I(}$

3-7
o QUE É CORRENTE ALTERNADA

Constru<;ão do Gerador El em entar

Um gerador elem entar consiste de uma espira de fio colocada em


um campo magnético estático. A espira pod e gira r no campo magné-
tico e uma corrente é assim indu zida n ela. A fim de que a corrente
possa ser aproveitada, a Espira é li gada ao circuito ext erno por m eio de
contatos deslizantes.

As peças polares são o pólo norte e o pólo sul do ímã que produz o
campo magn ético. A espira qu e gira n o campo é chamada de " indu-
zido " ou "armadura". Os t erminais da espira são ligados aos "anéis
co letores", que gira m com o indu zido. As "escôvas" deslizam n os anéis
coletores, para fazer a transmissão da corrente gerada para o circuito
externo.

Anel Coletor R esisto !' de Carga

Na desc rição do fun ciona mento do gerador, contida n as páginas se-


gu in t es, imagine a espira gira ndo no campo magn ético. Quando os
lados da es pira cortam as linl13.s de fôrça do campo m agnético, uma
:.e.m . é induzida n êles, produzindo uma corrente que passa pela espira,
a n éis coletores, escôvas, medidor de corren te e resistor de carga -
todos li ~a do s em série . A Le.m. induzida . qu e é gerada na espira, e t am-
bém a con ente depend em el a posição da espira com relação ao campo
magnéti co . Vamos agora examina \' a a(:ão da espi ra, quando ela gira
no campo magnético.

~ -8
o QUE É CORRENTE ALTERNADA
Funcionamento do Gerador Elem entar
O gerador elem en tar funcion a da seguint e m aneira . Suponha que a
c~ pira do induzido estej a girando da esquerda pa ra a direita e que a sua
posição inicial é em A (zero grau ) . Nest a posição o plano da espira está
perpendicula r ao campo m agnético, O condutor branco e o condutor
prêto da es pira se estão deslocando paralela mente ao campo magné-
tico .. Quando um condutor se desloca paralela mente a um campo mag-
nético, êle n ão corta as linhas de fô rça e portanto não há te.m. indu-
zida néle. Este é o caso dos con dut ores da espira quando esta está na
posição A - n ão h á Le. m . induzida e, portant o, n ão passa corrente pelo
circui to. A leit ura do m edidor é zero.
Quando a espira passa da posição A para a posição B, os condutores
es tão cortando cada vez mais linhas de fô rça, até que, a 90 graus (po-
sição B) , êles estão cortando um n ú m ero m áximo de linhas de fôrça .
Em outras palavras, entre zero e 90 gra us a f.e .m. induzida nos con -
dutores aumenta de zero até o val0r máximo. Observe que , de zero a
90 graus, o condutor prêto se desloca para ba ixo através do campo,
enqu anto que o condutor branco se desloca para cima.

Desta maneira, as t e. m . em ambos os condutores se estão somando em


série e a tensão resultante entre as escôvas (tensão de sa ída ) é igual
à soma das duas f.e.m. induzidas, ou duas vêzes a f.e.m . de cada con -
dutor , porque elas são iguais. A corrente no circuito varia da m esma
maneira que a Le. m . induzida - é igual a zero na posição de zero gra u
e cresce até um máximo a 90 graus. A leit ura do medidor a umen ta para
a direita, entre as posições A e B, indicando que a corren te está pas-
sando na direção mostrada no desenho. A direção do fluxo da
corrente e a polaridade da t e.m . induzida dependem da direção do
cam po m agnético e da direção da rotação do induzido , A form a de
onda abaixo mostra como varia a t ensão de saída do gerador, desde
a posição A até a posição B . O gráfico simplificado do gerador, à di-
reita , está deslocado de 90° para ilustrar a relação que existe entre a
posição da espira e a forma de onda gerada.

COMO FUNCIONA O GERADOR ELEMENTAR

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3-9
o QUE É CORRENTE ALTERNADA

Funcionamento do Gerador Elementar (continuação)


Quando a espira continua a rotação, da posição B (90 graus) para a
posição C (180 graus) , os condutores, que estavam cortando um nú-
mero máximo de linhas de fôrça na posição B, passam a cortar cada
vez menos linhas, até que, na posição C, êles se estão movendo para-
lelamente ao campo magnético e não cortam linha alguma . Portanto
a f.e.m. induzida vai diminuir de 90 a 180 graus, da mesma maneira
que aumentou de zero a 90 graus. A corrente segue as variações de
tensão . A figura abaixo mostra a ação do gerador nas posições B e C.

Posição B
900

N +
rr p.,~
I / I. . . I--;~
,L .. ,
s

Posição C
1800

3-10
o QUE t CORRENTE ALTERNADA
Funcionamento do Gerador Elementar (continuação)
Desde zero até 180 graus os condutores da espira moveram-se na mes-
ma direção no campo magnético e, portanto, a polaridade da te.m.
induzida não foi invertida. Quando a espira ultrapassa a posição de
180 graus, de volta para a posição A, a direção com que os condutores
cortam o campo magnético é invertida. Agora o condutor prêto se
desloca para cima, enquanto que o condutor branco se desloca para
baixo . Como resultado. a polaridade da f.e.m. induzida e a direção do
fluxo de corrente são invertidas. Desde a posição C, passando pela
posição D. até a posição A, o fluxo de corrente é na direção contrária
da que tinha quando no intervalo entre as posicães A e C . A tensão
de saída do gerador será a mesma do que quando a espira se desiocou
de A para C, exceto a polaridade que ficou invertida. A forma de onda
da tensão de saída, para uma rotação completa da espira, está mos-
trada na figura abaixo.

Poslçào D
2700

Tensão de
saída do
gerador

Poslçào A
3600

3-11
o QUE ~ CORRENTE ALTERNADA
Saída do Gerador Elementar.
Vamos olhar mais de perto a forma de onda da saida do gerador ele-
mentar e estudá-la por um momento. Vamos compará-la com as tenaões
que V. tem visto até êste ponto. As únicas tensões que V. usou até aqui
são as tensões CC, como as obtidas de uma bateria. Uma tensão CC
pode ser representada por uma linha reta, cuja distlncia acima da Unha
de referência zero depende do valor da tensão. O diagrama abaixo moa-
tra uma tensão CC ao lado da forma de onda da saida do gerador ele-
mentar de CA. V. pode ver que a tensão gerada não se mantém cona-
tante nem em valor e nem em direção, como a curva de CC. Na reali-
dade, a curva gerada varia continuamente em valor e permanece ne-
gativa tanto tempo quanto posltiva.

+ ....cc
--- TENSAO
GERADA

TENSAO O~------------------------A---------~~---------,__-------------

A tensão gerada não é, portanto, uma tensio CC, porque a tensão CC


foi definida como uma tensão que conserva a mesma polaridade per-
manentemente. A tensão gerada é chamada de "tensão alternada",
porque ela alterna a sua polaridade periOdicamente de mais para menos.
Esta tensão é geralmente chamada de uma tensão CA - é a mesma
que V. obtém da tomada na parede. A corrente obtida, como varia da
mesma maneira que a tensão, também deve ser alternada. Esta cor-
rente também é chamada de corrente CA. Uma corrente CA é sempre
associada a uma tensão .CA - uma tensão CA sempre causa o Duo
de uma corrente CA.
A
• c D A

~. ~ ..{]~~
+14-----f- UMA ROTA,ÇAO .:
.--,...-- I I
I I I
TE~~AO Ieo- 1180- 1'10-
CORRENTE O~-------------+I~------------~~------------~~--------~
GERADAS I
I
I I I

~/tm4~ tmdn Ak CII


3-12
o QUE ~ CORRENTE ALTERNADA
A Freqüência da Corrente Alternada
Quando o induzido de um gerador 'de CA está girando, quanto mais de-
pressa a espira do induzido passar pelos pólos magnéticos, maior o nú-
mero de vêzes por segundo que a direção da corrente é invertida , Por-
tanto ela completa um maior número de ciclos por segundo, porquanto
cada inversão da corrente termina um semiciclo . O número de ciclos
por segundo é a ' 'freqüência''.
1: importante compreender o que é freqüência da corrente alternada.
Além da tensio e corrente, a maioria dos equipamentos elétricos neces-
sita de uma freqüência especifica para funcionar, normalmente . No
nosso país as freqüências comerciais padrão são ue 50 e 60 ciclos por
segundo . As freqüências mais baixas, quando usadas para Uuminação.
fazem com que as luzes fiquem tremendo, porque o valor da corrente
passa pelo zero, cada vez que ela inverte sua direção, fUt!ndo com que
a lâmpada se apague momentâneamente. Em uma freqüência de 60
ciclos, a lâmpada acende e apaga 120 vêzes por segundo. No entanto
nós não podemos notar a luz piscar porque os nosos olhos não podem
reagir a esta velocidade.

FKE(JliÊNCIA É(J IVIÍNERtJ DE


CIC{()$ P~K SEGIIN/JO

15 CicIos

1;" de segundo

Sf' 15 1'1('105 'ao (' (,mplt ·!.I(j, ,, t 111 I. dtO '''l/utH~U


a frpqUf'nt'I .• f' (11' fKI '"',,). (lor "'~Iltl l o

3-13
o QUE i: CORRENTE ALTERNADA
Valor Máximo e Valor de Pico-a-Pico de uma Onda Senoidal
Compare um semiciclo de uma onda senoidal CA com uma forma de
onda CC, dentro do mesmo período de tempo. Se a onda de CC começa
e acaba nos mesmos instantes que o semiciclo da onda senoidal e ambas
atingem o mesmo valor máximo, então os valores da onda de CC são
sempre maiores que os valores correspondentes da onda senoidal CA
€m todos os pontos, exceto naquele em que esta última passa pelo
valor máximo . Neste ponto os valores de CA e CC são iguais . i:ste
ponto da onda senoidal é o máximo ou pico.

COl/PARACIIO dúd FO/?f1IA.'i M ONIJA (/t,(t't-{'A

,..----::III... ~----,...- Valor Máximo


da Forma de Onda de CC

Em cada ciclo completo de CA há dois máximos ou picos, um para o


semiciclo positivo e o outro para o semi ciclo negativo . A diferença
entre o valor do pico positivo e o do pico negativo é chamada o valor
de pico-a-pico da onda senoidal . i:ste valor é igual a duas vêzes o valor
máximo ou de pico e é algumas vêzes usado para as medidas de ten-
sões CA. Os osciloscópios e certos tipos de voltímetros CA medem os
valores de pico-a-pico das tensões CA na entrada e saída dos amplifi-
cadores de rádio, amplificadores de fonógrafos, etc. Geralmente, entre-
tanto, as correntes e tensões CA são medidas em valores efetivos (V.
aprenderá mais tarde o sigIlificado dêste têrmo), e não em valores de
pico-a-pico.
Valor Máximo Positivo

o Valor de Pico- a- Pico é Igual


a Du as Ve ze ~ o Valor Máximo

I
I
I
I
__ i ______________
I
~

3-14
o QUE t CORRENTE ALTERNADA
Valor Médio de uma Onda Senoidal
Comparando um semiciclo da onda senoidal CA com a forma de onda
CC V. notou que os valores instantâneos da onda CA sào sempre me-
nores que os valores de CC. exceto no pico da onda senoidal. Como todos
os pontos da forma de onda CC são iguais ao valor máximo. êste valor
é também o valor médio da onda de CC . O valor médio de um semi-
ciclo da onda senoidal CA é menor que o valor no pico. porque todos
os pontos. menos um. têm valor mais baixo . Em tôdas as ondas senoi-
dais. o valor médio de um semiciclo é igual a 0.637 do valor máximo
ou pico . Esta quantidade é obtida tirando a média de todos os valores
instantâneos da onda senoidal em um semiciclo . Como a 'forma da onda
senoidal não muda, embora o valor máximo possa mudar, o valor médio
de qualquer onda senoidal é sempre igual a 0,637 vêzes o valor máximo.

Forma de onda de CC
Valor médio

Valor médio da CC é Igual ao valor Máximo

Forma de onda de CA

Valor médio

o valor médio da CA é Igual a 0.637 vezes o valor máximo

Embora uma onda senoidal CA com valor máximo de 1 ampére tenha


um valor médio de 0,637 A para cada semiciclo, o seu efeito em potência
não é o mesmo que o de uma corrente CC de 0,637 A. Por esta razão .
... alores mêdios de tensões e correntes CA não são comumente usados.

3-15
O QUE ~ CORRENTE ALTERNADA

Valor Efetivo de uma Onda Senoidal


Quando uma corrente contínua atravessa um resistor, a energia con-
vertida em calor é igual a PR, ou Et I R, em watts. Uma corrente
alternada com o valor máximo de 1 ampére, por exemplo, não pode
produzir tanto calor como uma corrente contínua de 1 ampére, por-
que a corrente alternada não se mantém com um valor constante.
A rapIdez com a qual o calor é produzido em uma resistência serve como
uma base conveniente para o estabelecimento de um valor efetivo da
corrente alternada e é conhecido como o método do "efeito térmico".
Diz-se que uma corrente alternada tem o valor efetivo de um ampére
quando ela produz a mesma dissipação em uma resistência que uma
corrente cont.ínua de 1 ampére.

EFEITO TiRMlCO DE UM AMP*RE DE


CC E DE CA

1 A

+1.0----~~r-----~----~ Valor Máximo de


1 Ampêre CC

0.5

CA lU • Efelto Térmlco de 1 Ampêre CA 'MáXlmo)


Efelto Térmlco de 1 Ampêre CC 'MáXimo)

CA
AC lU = 707

3-16
o QUE Jt CORRENTE ALTERNADA
Valor Efetivo de uma Onda Senoidal (continuação)
O valor efetivo de uma onda senoidal de corrente pode ser calculado,
com precisão razoável, tomando-se valores instantâneos, igualmente
tspaçados, e extraindo-se .a raiz quadrada da média dos quadrados
dêsses valores.
. Por esta razão dá-se o nome de valor médio quadrático ao valor efetivo,
também conhecido pelá abreviação inglêsa "rms".
Usando-se êste- método, ou por meio de matemática mais complexa,
pode ser mostrado que o valor efetivo de qualquer corrente senoidal (I)
é sempre igual a 0,707 vêzes o valor máximo (Im.. )'

Como as correntes alternadas são causadas por f.e.m. alternadas, a


razão entre o valor efetivo e o valor máximo da f.e.m. é a mesma que
para as correntes . O valor efetivo (E) de uma f.e.m . alternada é igual
a 0,737 vêzes o valor máximo (E nl • .> .
Sempre são especificados os valores efetivos das tensões e correntes
alternadas, a menos que haja um esclarecimento em contrário . Deve
ser notado que a leitura de todos os medidores, a não ser que estejam
marcados em contrário, é de valores efetivos de corrente e tensão.

ÁÀÁÁÁÂ;'ÂÃ

I
I I

ls1
! •

Valor Efetivo
" Média da Soma dos Quadrados dos I in s

I EF ..- 0.707 + I max I max = 1.414 Y

3-17
o QUE~ CORRENTE ALTERNADA
Transformadores
A energia elétrica necessita de um meio conveniente para conversão
e para transferênCIa. entre circuitos . O aparelho apropriado para êste
fim é o transformador . Os transformadores mudam as tensões de um
nível para outro, como necessário, e transferem energia de um circuito
para outro com grande eficiência.
Os transformadores são geralmente compostos de duas bobinas colo-
cadas uma perto da outra, porém sem serem ligadas entre si . A bobina
que recebe energia da fonte de tensão da linha, etc., é chamada de
"primário" e a bobina que fornece energia a uma carga é chamada de
"secundário" Embora as bobinas não estejam ligadas entre si fisica-
mente elas conseguem converter e transferir energia como fôr neces-
sário . Esta ação é bastante complexa e será explicada minuciosamente
mais tarde.
Alguns transformadores recebem uma alta tensão de entrada no pri-
mario e fornecem uma baixa tensão de saída no secundário . &stes
transformadores são chamados de "abaixadores" . Por outro lado, os
transformadores "elevadores" recebem uma baixa tensão de entrada no
primário e fornecem uma alta tensão de saída no secundário . O trans-
formador usado na demonstração das páginas seguintes é do tipo abai-
xador, porque recebe 117 volts CA no primário e fornece 6,3 volts CA
no secundário. como está mostrado abaixo.
Uma variação da família dos transformadores é O ' aparelho chamado
de autotransformador . 25te aparelho usa apenas uma bobina para
todo o serviço . Existem dois terminais de entrada (" primário" ) e pelo
menos dois tei'minais de saída ("secundário") . Os terminais do pri-
mário e do secundário são ligados à mesmo bobina, ou derivados dela.
Os pontos aos quais os terminais do secundário estão ligados deter-
minam a extensão da transformação da tensão de entrada . &stes apa-
relhos fornecem tensões elevadas ou abaixadas, da mesma maneira que
os transformadores.
Transformadores variáveis são algumas vêzes usados em laboratórios
como fontes de tensão . 21es permitem que se obtenha qualquer tensão
de saída desejada.

\H, l)\ DA !lA H , :-; '\11 I li I


SF< l'''.J!)AHIO [l() THA' :-; ~ (IW\I'\I)( l!~
6 .3V (;A
117V C.,

~_h,-----,
P rimá ri o Secund a r ia

\ J

][Si l11 bolo do


T ra n s for mad o r
P ri n ut rin

3-18
o QUE É CORRENTE ALTERNADA
Demonstração - O Voltímetro CA
Embora sejam calibrados para medir os valores efetivos das tensões CA .
os voltímetros CA podem ser também usados para medir valores apro-
ximados de tensões CC. Para mostn~r como o valor efetivo de uma
tensão CA se compara com uma tensão CC, V. deve usar um voltímetro
CA para medir a tensão CC de uma bateria de 7,5 V e o valOl efetivo
da saída de um transformador de 6,3 V.
Cinco pilhas sêcas são ligadas para formar uma bateria de 7,5 V e um
voltímetro CA de 0-25 V é usado para medir a tensão nos terminais . V.
notará que a leitura do voltímetro é de aproximadamente 7,5 V, mas
não tão precisa como seria no caso de se ter usado um voltímetro CC.

Mfl>l i> .. 1 \ "·,·\fI J>r 1\1" BAJl-I<JA «)\11 ' ~ \'()[11~r T H(1 11r ( A,

CA
O- 25 volts
Agora V. deve .ligar os terminais do primário do transformador à linha
de 117 V. A tensão entre os terminais do secundário é então medida
com o voltfmetro CA. Esta tensão é de aproximadamente 7,5 V. Em:
bora a tendo nominal seja de 6,3 V CA. a tensão no secundário será
sempre mâior que o valor nominal, quando ó transformador não estiver
rornecendo a potência. O valor exato da tensão do secundário é deter-
minado pelo valor da carga . Comparando as tensões medidas - 7,5
V CC e 7,5 V CA - V. pode notar que as duas leituras são aproximada-
mente as meimlas . Seria de se esperar alguma diferença entre as lei-
turas , polque a tensão CA efetiva é aproximadamente 7.5 V. enquanto
(ue a tendo CC é exatamente igual a 7.5 V
'H : ~ , , ~ I r .. ..., Ali [l()
S f ( I " I" I ' " , : • I T H A '" S r( I H \1 A !l(l H

3-19
o QUE t CORRENTE ALTERNADA

Demonstração - Valor Efetivo de uma Tensão CA


Para mOstrar que os 7,5 V CA efetivos têm o mesmo efeito que 7,5 V
CC, a bateria de 7,5 V e o transformador de 6,3 V aio usados, um de
cada vez, para acender uma limpada. Embora o transformador esteja
fornecendo energia, a carga ~ bastante pequena e, portanto, a tensão
CA efetiva pode ser considerada como pràticamente igual a 7,5 V.
O suporte de uma das limpadas ~ ligado aos terminais da bateria e o
da outra lâmpada ~ ligado ao secundário do transformador. Depois
disto V. deve colocar duas limpadas idênticas nos suportes e verá que
o brilho das duas limpadas ~ igual . Isto mostra que a potência das
duas tensões ~ a mesma. Bateria

Tenalo do Primário Tensio do secundário

3-20
o QUE ~ CORRENTE ALTERNADA
Revisão de Correntes Alternadas
A diferença entre a corrente alternada e a corrente continua não reside
só nas formas de onda e no movimento dos elétrons mas também na
maneira em que ela age nos circuitos elétricos. Antes de estudar como
se comporta ela nos circuitos, façamos uma revisão de tudo o que já
foi ensinado sôbre CA e a onda senoidal.

CORRENTE ALTERNADA -
Corrente que muda constante-
mente de amplltude e inverte a
sua direção a intervalos regu-
lares.
2.° Meio ....undo

FORMA DE ONDA - Um grá-


fico das variações da tensão ou
da corrente durante um certo
..
o
~ It-----I
período de tempo. ...
foi

Formas de onda
de CC SEGUNDOS

ONDA SENOIDAL - Uma cur-


va continua que representa to-
dos os valores instantâneos de
uma tensão ou corrente CA.
CICLO - Um conjunto com-
pleto de todos os valores positi-
vos e negativos de uma onda de
tensão ou corrente CA.

FREQU1!:NCIA - O número de
ciclos por segundo.

- - - --- - MÁ xi mo
VALORES MAXIMO, EFETIVO O;JQ1-:L___ _
E M~DIO de uma onda senoidal. O,,~:::;'---

3-21
MEDIDORES DE CA
Por que OS Medidores CC não Medem CA
Há diferenças notáveis entre os voltímetros CC e CA, particularmente
nas graduações . Há também uma diferença básica no dispositivo básico.
Os medidores de CC usam um dispositivo básico com bobina móvel.
Esta é suspensa no campo magnético existente entre os pólos de um
ímã permanente. A passagem da corrente através da bobina, com a
direção correta, faz com que ela se mova, movendo também o ponteiro
do medidor na direção correta. No entanto, V. se deve lembrar que
a inversão da polaridade faz com que a bobina se mova na direção
oposta e o ponteiro vem para baixo do zero.

o Ponteiro se Desloca
na Direção Errada

Se uma corrente CA fôsse ligada ao dispositivo básico de um voltímetro


CC, a bobina móvel giraria em uma direção durante um semiciclo e
depois, quando a corrente fôsse invertida, giraria na direção oposta.
No caso de uma freqüência de 60 ciclos o ponteiro não seria capaz de
seguir as inversões de corrente com velocidade suficiente e ficaria vi-
brando no zero, na posição média da onda de CA. Quanto maior o valor
da corrente maior seria a amplitude da vibração e, dentro de · pouco
tempo, o excesso de vibração faria com que o ponteiro se partisse.
Mesmo que o ponteiro se pudesse mover para um lado e para outro com
velocidade suficiente, o movimento seria tão rápido que V. não r.onse-
uiria fazer a leitura.

3-22
MEDIDORES DE CA
Voltímetro CA com Retificador
Um dispositivo básico de CC pode ser usado para medir CA com o au-
xílio de um retificS:dor - um aparelho que transforma CA em CC. O
retificador só permite a passagem da corrente em uma direção, por-
tanto, quando uma corrente CA tenta passar através dêle só pode tazé-
lo durante metade de cada ciclo completo . O efeito do retificador na
passagem de corrente CA está mostrado na figura abaixo.
os RETIFICADORES TRANSFORMAM CA EM

.................
ÔÔÔO~ÔOO

Fluxo Normal de CA em um Fio


CC pulsativa
Direção da
Corrente

O retificador só permite a passagem da corrente


Símbolo do retificadol· em uma direção

Se O retificador fôr ligado em sene com o dispositivo básico do me-


didor CC, de maneira a só permitir a passagem da corrente na direção
necessária para que o medidor tenta a polaridade correta, a corrente
no medidor passará em forma de pulsos . Como êstes pulsos de corrente
são todos na mesma direção, cada um dêles causa uma deflexão do
ponteiro no sentido correto. O ponteiro não se pode mover com velo-
cidade suficiente para voltar a zero entre cada dois pulsos . Desta ma-
n~ira êle indica o valor médio dos pulsos de corrente.
O Medidor mostra a média dos pulsos de CC

fV\ . .
/ \
f\J\.. 0J\;
Ret ificador

3-23
MEDIDORES DE CA
Voltjmetros CA com Retificador (continuação)
Quando certas substâncias metálicas são prensadas juntas para for-
mar uma junção, esta combinação age como um retificador, apresen-
tando uma baixa resistência à passagem da corrente em uma direção e
uma resistência muito alta na direção oposta . Esta ação é devida às
propriedades químicas da combinaçãO das substâncias . As combinações
geralmente usadas como retificadores são cobre-óxido de cobre ou se-
lênio-ferro. Os retificadores metálicos são construídos com discos, cujo
diâmetro pode ir desde um centímetro até quinze centímetros ou mais.
Os retificadores de óxido de cobre consistem de um disco de cobre, com
uma das faces coberta com uma camada de óxido de cobre. Os retifi-
cadores de selênio são construídos com discos de ferro cobertos em uma
das faces com uma camada de selênio.

Camada de Camada
Oxido de Cobre de Selênio

IU:T lnc \llllR IH Ri' I IFICAI)()R


oXllH) l>~ ('(lHHF DE SELtN I()

Os elementos dos retificadores metálicos (cada disco é um elemento)


são em geral construídos na forma de arruelas, que são encaixadas em
um parafuso de montagem, em combinações série e paralelo, para
formar uma unidade retificadora. O símbolo mostrado abaixo é usado
para representar retificadores metálicos de qualquer tipo . Como êles
foram inventados antes do uso da teoria eletrônica para determinar
a qireção da corrente, a seta aponta na direção do fluxo da corrente
convencional, portanto na direção oposta ao movimento dos elétrons.
Assim, a seta aponta na direção oposta à do fluxo da corrente usada em
eletrônica.

A CORRENTE
f: NA DIREÇAO OPOSTA A SETA DO SíMBOLO

3-24
MEDIDORES DE CA
Voltímetros CA com Retificador (continuação)
Cada elemento do retificador metálico só pode suportar uma tensão
de poucos volts entre os seus terminais . Empilhando diversos elementos
em série a tensão nominal do conjunto é aumentada . Da mesma ma-
neira, cada elemento só suporta a passagem de uma corrente pequena.
Quando se deseja usar correntes de valores mais altos, ligam-se em
paralelo diversos daqueles elementos em série, para aumentar a corrente
nominal do conjunto.

,
S'MIOLO
EMPILHAMENTO

PAHAI.r:L< )

Os retificadores metálicos são bastante robustos e têm vida quase ilimi·


tada, desde que não sofram abusos . Devido à baixa tensão nominal das
unidádes, êles são geralmente usados para tensões baixas (130 volts,
ou menos), porque não é prática a ligação de muitos elementos em
série. Ligando-se vários elementos em paralelo, ou aumentando o diâ-
metro dos discos, a corrente nominal pode ser aumentada para muitos
ampéres . Assim, êles são freqüentemente usados para aplicações de
baixa tensão e corrente intensa. Unidades muito pequenas são usadas
para medir tensões de CA com um voltímetro para CC. Unidades maiores
são usadas para carga de baterias e para diversos tipos de fontes de ali-
mentação de equipamentos eletrônicos .

3-25
MEDIDORES DE CA
Voltímetros CA com. Retificador (continuação)
Os medidores CA com retificador são usados sómente como voltímetros.
As faixas de medidas são determinadas da mesma maneira do que para
os voltímetros CC, assim como as mudanças de faixa. I:les não podem
ser usados para medidas de correntes, porque os amperímetros são
ligados em série com a tensão de linha e um medidor com retificador
transformaria a corrente CA do circuito em corrente CC se fôsse ligado
desta maneira . As figuras abaixo mostram diversos tipos de medidores
CA com retificador :
CIRCUITO SIMPU:~ OE MEl lI! )OR ( .( I M RETIFIC "DOI(

1. Um circuito simples de medidor


com retificador consiste de um
multiplicador, um retificador e
um elemento sensível ligados em
série. A corrente passa através
t
Tensão
CA
do circuito durante um semiciclo.
No semiciclo seguinte ·não há
corrente, apesar de existir uma
tensão no circuito.
ADICIONANDO I Yl I(ETIFlADOR AO ( IRlTIT() :-;1 '11'1 E.."

2 . Um retificador suplementar pode


ser ligado em paralelo com o ele-
mento sensível e retificador ori-
ginal, a fim de estabelecer um Tensão
caminho para a passagem dos CA

....
pulsos de corrente nos semiciclos
em que ela não pode passar atra-
vés do elemento sensível.

CIRCl' ITO RETIFICADOR EM P(JNT~

3 . Algumas vêzes usa-se um circuito


em ponte, com quatro retifica-
dores . I:ste circuito é ligado de
tal maneira, que em ambos os
semiciclos a corrente passa atra- Tensão
vés do medidor na mesma dire- CA
ção . Assim, o número de pulsos
através do elemento sensível do
medidor é dobrado. .

Como o medidor indica a média dos pulsos de um semiciclo da corrente,


a graduação não pode ser a mesma que a dos instrumentos CC. Em-
bora a deflexão do ponteíro seja proporcional à média da corrente que
passa através do elemento sensível do medidor, a graduação é cali-
brada dE: maneira a fornecer a leitura do~ valores efetivos da tensão.

3-28
MEDIDORES DE CA
Medidores de Ferro Móvel
o medidor elemento sensível de ferro móvel pode ser usado para medir
tanto correntes como tensões CA. tste medidor fu nciona pelo princípio
de que pólos magnéticos de nomes iguais se repelem . A corrente a ser
medida atravessa uma bobina de campo, produzindo um campo mag-
nético proporcional à sua intensidade . No campo magnético estão·,sus-
pensas duas placas de ferro - uma fixa e a outra móvel, ligada mecâ-
nicamente ao ponteiro do medidor . O campo magnetiza estas placas
de ferro com a mesma polaridade, seja qual fôr a direção da passagem
da corrente na bobina . Como pólos de nomes iguais se repelem, a placa
móvel se afasta da placa fixa , movendo o ponteiro contra a ação de
uma mola. A distância que a placa móvel percorre, contra a ação da
mola, depende da intensidade do campo magnético, que por sua vez
depende da corrente na bobina.

A Repulsão Magnética
Causa do Movimento da Termin a is do Medidor
Placa Móvel
Os medidores de ferro móvel podem ser usados como voltímetros e.
neste caso, a bobina de campo é constituída de muitas espiras de fio
fino, de maneira que uma corrente muito pequena gera um campo
magnético intenso . Os amperímetros dêste tipo usam poucas es-
piras de fio mais grosso. Para se obter um I;ampo magnético intenso
a corrente deve ser bem maior do que no caso an terior . ~stes medi-
dores são, em geral, calibrados para uma freqüência de 60 ciclos, mas
podem ser usados em outras freqüências . Mudando-se a calibragem da
graduação, os medidores de ferro móvel podem ser usados para med ir
correntes e tensões CC.
3-27
MEDIDORES DE CA

Medidores Térmicos e de Par-termoelétrico


Os medidores térmicos e de par-termoelétrico utilizam o efeito térmico
da corrente através de um resistor para causar deflexão de um pon-
teiro. No entanto, cada um dêles emprega êste efeito de maneira dife-
rente . Como o seu funcionamento só depende do efeito térmico do
escoamento da corrente, êles podem ser usados para medir corrente
contínua e corrente alternada de qualquer freqüência.
No amperímetro térmico a deflexão do ponteiro depende da dilatação
de um fio de alta resistência , causada pelo seu aquecimento quando
é atravessado por uma corrente . O fio de alta resistência é esticado
entre os dois terminais do medidor . . Um fio de linha é atado ao centro
do fio de resistor formando com êste um ângulo reto. A outra ponta
do fio de linha é ligada a uma mola , de maneira que o fio de resistor
fica sob uma tensão constante . Quando passa corrente pelo fio êle se
aquece e dilata . €ste movimento é transfetlQo para o ponteiro do me-
dido' .'mó, d'R;; de li~ c:. ~ .

1~ ~~\
//\ ~-~R~es~
I~S ~O~qq~~~--~--~~mIr.

- .A
Eixo Linha
de par-ten noelét rico consiste de um fio de resistor ,
entre os terminais do medidor , que se aquece proporcionalmente à in-
tensidade da corrente através dêle . Ligado a êste resistor de aqueci-
mento há um pequeno par-termoelétrica constituído de dois fios de me-
tais diferentes. ligados por sua vez aos terminais de um dispositivo bá-
sico de CC . de alta sensibilidade . Quando a corrente a ser medida aquece
o resisto!" de fio. uma corrente muito pequena (que só passa pelos fios
do par-termoelétrico e pelo dispositivo báSico) é gerada pelo par-termo·
elétrico . A corren te a ser medida passa somente pelo fio de resistor
e não pelo dispositivo básico . A deflexão do ponteiro é proporcional à
quantidade de calor pelo fi o de resistor.
--o:-

MEDIDOR D
PA R -TERMOELÉT~ICO

3-28
MEDIDORES DE CA
Medidor de Eletrodinamômetro
o medidor de eletrodinamômetro utiliza o mesmo princípio de funcio-
namento básico que o dispositivo básico de CC de bobina môvel, exceto
que o ímã permanente é substituído por bobinas fixas. Uma bobina
môvel. à qual está ligado o ponteiro do medidor, é suspensa entre duas
bobinas de campo e ligada em série com essas bobinas . As três bobinas
(duas de campo e a môvel) estão ligadas em série aos terminais do
medidor. de modo que a mesma corrente percorre as três bobinas.

',t
·l
:,~ Bobina Fixa Bobina

.~ ", --- Terminais do Medidor -- ---,'


A passagem de corrente, em qualquer direção, através das bobinas dá
lugar à criação de um campo magnético entre as bobinas do campo.
A corrente na bobina móvel faz com que ela funcione como um ímã,
exercendo um conjugado para girar o ponteiro, contra a ação de uma
mola . Se a corrente é invertida , tanto a polaridade do campo como a
polaridade da bobina móvel são também invertidas simultâneamente e
a fôrça sôbre o ponteiro permanece na direção original . Como a inver-
são da direção da corrente não acarreta uma inversão desta fôrça ,
os medidores dêste tipo podem ser usados tanto para CA como para CC.
Embora alguns voltímetros e amperímetros usem o princípio de fun-
cionamento do dinamômetro. a sua aplicação mais importante é nos
wattímetros, que estudaremos um pouco adiante

3-29
MEDIDORES DE CA
Revisão de Medidores de CA
Para rever os princípios e a construção dos medidores de CA, compare
os diversos elementos sensíveis dos medidores e os seus emprêgos. Em-
bora existam outros tipos de medidores usados para CA, V. aprendeu
aquêles de uso mais comum.

MEDIDOR CA COM RETIFICADOR


- Usa um dispositivo básico de me-
didor CC, ligado a um retificador
que transforma CA em CC. Usado
geralmente como voltímetro CA.

Po nt~jro

MEDIDOR DE FERRO MóVEL -


Medidor que funciona pelo princípio
da repulsão magnética e que usa
uma placa móvel e uma placa fixa.
Pode ser usado para CA ou CC e
para medir tanto correntes como
tensões.

AMPERíMETRO 'N:RMICO - Me-


didor baseado na dilatação de um
fio aquecido por uma corrente que
passa por êle . Usado sómente para
medidas de correntes.

AMPERíMETRO DE PAR-TERMO-
ELÉTRICO - Medidor que utiliza
o calor de um resistor, através do
qual passa uma corrente, para ge-
rar uma corrente, que se pode me-
dir em um par-termoelétrico.

ELETRODINAMOMETRO - Usado
mais comumente em wattímetros do
que em voltímetros e amperimetros.
O principio básico é idêntico ao do
elemento D'Arsonval, exceto que são
usadas bobinas de campo em lugar
de um ímã permanente.

3-30
A RESIST2NCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Circuitos de CA Contendo Apenas Resistência
Muitos circuitos de CA são constituídos por resistência pura . Para
êstes circuitos aplicam"se as mesmas leis e regras que para os circuitos
de CC . Os circuitos com resistência pura são constituídos por aparelhos
elétricos que não contêm indutância ou capacitância (dentro em pouco
v. aprenderá o que são indutância e capacitância). Objetos como re-
sistores, lâmpadas e elementos térmicos têm indutância e capacitância
desprezíveis e podem ser considerados, na prática, como contendo apenas
resistência . Quando sómente êstes aparelhos são usados em um cir-
cuito de CA, então a Lei de Ohm, as Leis de Kirchhoff e as regras para
corrente, tensão e potência podem ser usadas exatamente como nos
circuitos de CC.
Para fazer uso das leis e regras dos circuitos V. -deve usar os valores
efetivos das tensões e correntes CA . A menos que esteja especificado,
todos os valores dados de tensões e correntes CA são valores efetivos.

em cálculos de circuitos.
~~ .... ~~ ..
Outros tipos de valores, como o pico-a-pico medido no osciloscópio, de-
vem ser transformados em valores efetivos antes de serem empregados

3-31
A RESISTtNCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Tl.'nsão e Corrente nos Circuitos Resistivos
Quando uma tensão CA é aplicada aos terminais de um resistor, a ten-
são aumenta até um máximo com uma polaridade, decresce até zero,
nesce até o máximo com a polaridatle oposta e cai novamente a ?:ero,
para completar um ciclo. O fluxo de corrente segue exatamentl? a
tensão : quando a tensão aumenta a corrente aumenta ; quando a ten-
são diminui a corrente diminui ; no momento em que a tensão muda de
polaridade a corrente inverte sua direção. Quando isto acontece, diz-se
que a tensão e a corrente estão "em fase".

0° I'
,,
I
I
I
Tempo
.....-
I

As ondas senoidais de tensão e de corrente estão "em fase" quando


ambas têm a mesma freqüência e passam pelo valor zero simultânea-
mente, variando na mesma direção . As amplitudes de duas ondas de ten -
são ou duas ondas de correntes que estão "em fase" não são, entre-
tanto, necessàriamente iguais. No caso de ondas de corrente e de ten-
são "em fase", elas são raramente iguais, porque são medidas em uni-
dades diferentes . No circuito mostrado abaixo, o valor efetivo da ten-
são é de 6,3 volts, resultando em uma corrente efetiva de 2 an:tperes e
a tensão e a corrente estão "em fase" .

Lâmpadas de 6-volts, SOO-mA

3-32
A RESIST~NCIA NOS CIRCUITOS DE CA
A Potência nos Circuitos de CA

81----
efeito térmico
7~----~~~----------~--~---------

8~--~~--~----------~----~----------

5~--~------~--------~----~r---------

+

A potência usada em um circuito de CA é a média de todos os valores


instantâneos da potência, ou efeito térmico, em um ciclo completo.
Para achar a potência , todos os valores instantâneos correspondentes
da tensão e da corrente são multiplicados um pelo outro, para dar os
valores instantâneos da potência, que são então colocados em um grá-
fico, na escala de tempo correspondente, para formar a curva da po-
tência . A média desta curva da potência é a potência real usada no
circuito.
Para ondas de tensão e corrente "em fase", todos os valores instan-
tâneos da potência estão acima do eixo do zero e a curva da potência
está totalmente acima daquele eixo. Isto é devido ao fato de que quan-
do dois valores positivos são multiplicados entre si, obtém-se um re-
sultado positivo. Quando multiplicamos dois valores negativos o resul-
tado é também positivo . Assim, durante o primeiro semiciclo de E e I,
a curva da potência aumenta em uma direção positiva, desde zero até
um máximo e depois retoma ao zero, ao mesmo tempo que as ondas de
E e de I. Durante o segundo semiciclo a curva da potência aumenta
outra vez em uma direção positiva, desde zero até um máximo e depois
volta a zero, enquanto que E e I aumentam e diminuem em uma di-
reção negativa. Observe que se um novo eixo fôr traçado para a curva
da potência, a meio caminho entre o v~lor máximo e o valor mínimo,
a freqüência da onda de potência é igual a duas vêzes a das ondas de
tensão ou de corrente.
Quando dois números - ambos menores do que 1 - são multiplicados,
o resultado é um número menor do que qualquer um dos dois números
originais. Por exemplo, 0,5 V X 0.5 A = 0.25 W . Por esta razão, todos
ou alguns dos valores instantâneos da curva da potência podem ser
menores do que os da tensão e corrente do circuito.

3-33
A RESISTt:NCIA NOS CIRCUITOS DE CA
A Potência nos Circuitos Resistivos
O eixo da forma de onda da potência é uma linha horizontal traçada
exatamente a meio da distância entre QS valores máximo e mínimo.
t:ste eixo representa o valor médio da potência em um circuito resis-
Uvo, porque as áreas sombreadas acima dêle têm exatamente a mesma
superfície que as áreas abaixo do eixo. A potência média é a potência
real usada em qualquer circuito CAI
Como os valores da potência são sempre positivos, para os circuitos de
CA que consistem somente de resistências, o eixo das potências e a
potência média para êsses circuitos é exatamente igual à metade do
valor instantâneo, máximo, positivo. t:ste resultado pode ser também
obtido multiplicando os valores efetivos de E e I. Isto só se aplica aos
circuitos de CA que contêm sômente resistências, porque os circuitos
de CA que contêm indutância ou capacitância podem ter valores ins-
tantâneos negativos de potência.
EM CIRCUITOS CA CONTENDO SOMENTE RESIT~NCIA

------
POr/NelA NÉOIA
P Iwattsl

•7
,.--_ _ As areas som-
breadas acima
do eixo da
potência média
são iguais

•5
àquelas abaixo
do e1xo

4
3
2

• 90° 2'10°

pav = ~
Como Pmax = Emax X Imax
Pav = Emax ~ Imax \.
Como Emax = 1,414 Eef e Imax = 1,414 lef
Pav = 1,414 Eef ~ 1,414 lef
Pav = 1,414 ~ 1,414 Eef lef
Como 1,414 X 1,414 = 2, Pav = Eef ou X les ou P = El

3-34
A RESIST:a:NCIA NOS CIRCUITOS DE CA
O Fator de Potência
Quando I,., e E.r estão em fase , o seu produto representa potência
em watts, como nos circuitos CC. Como será explicado dentro em pouco,
o produto de EI. r e I.r nem sempre ê potência em watts, e é chamado
"volt-amperes". A potência em watts é dada por PR ou E2 R e é a p0-
tência dissipada na parte resistiva do circuito.
Embora uma fonte esteja produzindo volts e ampéres, a potência em
watts pode ser muito pequena, ou mesmo igual a zero . A razão da p0-
tência em watts de um circuito, para os volt-amperes do circuito é cha-
mada de "fator de potência" . Para um circuito puramente resistivo, a
potência em watts é igual ao produto E" X 1. , portanto, em um cir-
cuito puramente resistivo, o "fator de potência" é igual à potência em
watts dividida pelos volt-ampéres, ou seja igual a 1 (um).
O fator de potência é em gel'al expresso por lima percentagem ou por
uma fração decimal.

ofAT()R O[ porlNr/1I EI1 CIR(UIT()i Rf.Ç/Sfl/l~5


leU lO: 10 ~re.
R a 10 Ohms

Bef • 100 volts

PR ou E2/ R = Watts

1 000
Fator de Potência = -----oU - - - - - _ --- = 1 ou 100 %
1 000

Watts
Fator de Potência
Volt-Ampére
Fator de Potência 1 ou 100% em circuitos puramente resistivos.

3-35
A RESISTtNCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Wattímetros
Conquanto a potência em um circuito de CA que contém sômente resis-
tência possa ser calculada pelos valores efetivos medidos de E e I, ela
também pode ser medida diretamente por meio de um wattimetro.
Os wattímetros não são usados tão freqüentemente como os demais
instrumentos que V. aprendeu - voltímetros, amperimetros e ohmí-
metros - mas V. deve estar familiarizado com êles. Como os wattíme-
tros funcionam de maneira diferente dos outros instrumentos e são
fàcilmente danificados, se usados incorretamente, V. deve saber como
usá-los corretamente.
o wattímetro tem aparência semelhante à dos demais medídores, exceto
que a sua graduação é calibrada em watts e que tem quatro terminais,
em lugar dos dois de costume . Dois dêstes terminais são chamados de
"terminais de tensão" e os outros dois "terminais de corrente". Os termi-
nais de tensão são ligados em paralelo com o circuito, exatamente como
;lm voltímetro, enquanto que os terminais de corrente são ligados em
série com o circuito, como se fôssem de um amperimetro.
Dois terminais - um de tensão e um de corrente - são marcados com
o sinal :!:. ~tes dois terminais devem ser sempre ligados ao mesmo
ponto do circuito. Isto é geralmente feito ligando-os juntos diretamente
nos terminais do medidor. Para a medida de potências, tanto CC como
CA, o terminal comum ( !: ) é ligado a qualquer um dos lados da linha.
O terminal de tensão (V) é ligado ao outro lado da linha. O terminal
de corrente (A) é ligado à carga, cuja potência está sendo medida.

t
~
fL
~: :.

WATTtMETRO CARGA f '-.,

3-36
A RESISTtNCJA NOS CIRCUITOS DE CA
Wattímetros (continuação)
Os wattímetros não são construídos com dispositivo básico tipo D'Ar-
sonval ou Weston . tles usam um e,lemento sensível tipo dinamômetro,
que difere dos demais tipos por não ter um ímã permanente para pro-
duzir o campo magnético. tste campo é obtido com as bobinas de cam-
po. que sào duas bobinas de fio, colocadas uma em frente à outra, da
mesma maneira que os pólos do ímã nos demais medidores.
As bobinas de campo são ligadas em série aos terminais de corrente do
wattímetro, portanto a corrente do circuito passa através delas quando
são feitas medidas . Uma corrente intensa no circuito faz com que as
bobinas de campo funcionem como ímãs possantes, .enquanto que uma
corrente fraca faz com que funcionem como ímãs fracos . Como a inten-
sidade do campo magnético do medidor depende do valor da corrente
do circuito, a leitura do wattímetro varia com essa corrente.
A corrente na bobina móvel - a bobina da tensão - depende da tensão
no circuito ; a fôrça de deflexão do pontEiro depende tanto da corrente
na bobina móvel como da corrente nas bobinas de campo . Portanto,
para uma corrente constante na bobina móvel a leitura do medidor de-
pende sàmente da corrente no circuito.

Uma pequena corrente


na bobina de campo gera
um campo fraco .
reduzindo a fôrça da
bobina móvel

Resistor
Multiplicador

Uma alta corrente na


bobina de campo gera
um campo mais forte .
aumentando a fôrca na
bobina móvel '

3-37
A RESIS'ttNCIA NOS CIRCUITOS DE CA

Wattimetros (continuação)
A bobina móvel de um wattímetro é igual às usadas nos dispositivos
básicos e é ligada em série com um resistor multiplicador interno e aos
t.erminais de tensão do wattímetro. ~stes terminais estão ligados à
t.ensão do circuito da mesma maneira que um voltímetro . O resistor
multiplicador limita o valor da corrente através da bobina móvel . Como
a resistência do multiplicador é constante, a quantidade de corrente que
passa através dêle e da bobina móvel varia com a tensão do circuito.
Uma alt.a tensão causa uma maior corrent.e através do multiplicador
e bobina móvel do que uma tensão báixa. .
Para uma dada intensidade do campo magnético, determinada pelo va-
lor da corrente no circuito (que passa at.ravés da carga) o conjugado
da bobina móvel depende da intensidade da corrente através dela.
Como esta corrente depende da tensão do circuito, a leitura do medidor
varia com a tensão . Assim, a leitura do medidor tanto depende da
corrente no circuito, como também da t.ensão do circuito e terá uma
variação quando qualquer uma delas variar . Como a potência tanto
depende da tensão como da corrente, o medidor mede potências.
Os wattímetros podem ser usados para CC ou para CA até 133 ciclos,
mas sempre devem ser ligados corretamente para evitar avarias . Quan-
do usados com CA, as correntes na bobina de campo e na bobina móvel
são invertidas simultâneamente. portanto a fôrça de deflexão do pon-
teiro é sempre na mesma direção.

Uma pequena corrente


na bobina móvel , no
campo fixo , produz
uma fôrça pequena

Uma alta corrente


da bobina móvel, no
campo fixo, produz
uma fôrça grande

3-38
A RESIST:tNCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Potência nos Circuitos Resistivos de CA
Para mostrar que os valores efetivos da tensão e da corrente CA podem
ser usados para determinar a potência dissipada em circuitos resistivos,
'da mesma maneira que os valores CC, V. deve ligar dois suportes de
lâmpada em paralelo com uma bateria de 7,5 volts - cinco pilhas
sêcas em série. Depois um voltímetro de O a 10 volts CC é ligado aos
terminais das lâmpadas para medir a tensão do circuito.
Quando duas lâmpadas de 6 volts, com corrente nominal de 250 mA
são colocadas nos suportes, V . pode ver que ambas acendem com o
mesmo brilho . As lâmpadas fazem com que uma corrente de 0,5 A
passe pelo circuito, enquanto que a tensão é de 7;5 V . Usando a fór-
mula da potência (P = EI), nós obtemos a é igual a
7,5 X 0,5 ou 3,75 watts.
COMPARAÇAO DA POTtNCIA
USADA POR CIRCUITOS

t
Linha
de CA

Agora a bateria é retirada e o voltímetro CC substituído por outro de


CA com os mesmos limites . O transformador de 6,3 volts é usado como
fonte de tensão . As lâmpadas brilham como no circuito de CC. Observe
que a leitura do voltímetro é quase a mesma do que a obtida com CC,
perto de 7,5 volts.
Aplicando a fórmula da potência, a potência CA efetiva é 7,5 X 0,5 ou
3,75 watts, igual à potência CC e dando às lâmpadas o mesmo brilho .

3-39
A RESIST~NCIA NOS CIRCUITOS DE CA

Demonstração - A Potencia nos Circuitos Resistivos de CA (conti-


nuação)
Wattímetros com leitura máxima menor do que 75 watts não são, em
geral. encontrados. Como a leitura de 3 ou 4 watts em uma escala
graduada de O a 75 watts seria bastante difícil, uma potência de maior
\'alor é usada na demonstração da medida da potência com um wattí-
metro . Para obter esta maior quantidade de potência. V. deve usar
um transformador abaixador. lig'ado à linha de 117 volts CA, fornecen-
do uma tensão de cêrca de 60 volts CA. V. medirá a potência dissipada
em um resistor. priml:'iro com o uso de um voltímetro e um mil iam-
perímetro e depois usando o wattímetro.
V. deve ligar o interruptor de dois pólos em uma posição e o porta-
fusíveis como está mostrado na figura abaixo, colocando fusíveis de
1 A no porta-fusíveis. A saída do transformador é ligada aos tl:'rminais
deum resistor de 150 Q. 100 W . Um miliamperímetro de 0-500 mA CA
l' ligado em série com o resistor. Para medir a tensão. um voltímetro
de 0-250 V CA é ligado em paralelo com o resistor. Depois do circuito
alimentado e o interruptor fechado. o voltímetro indica uma tensão de
aprOXimadamente 60 volts e o miliamperímetro indica que o resistor
)..'lCrmite a passagl:'m dI:' uma corrente de cêrca de 0.4 A . O resisto/' e
aquecido pela potência que está sendo consumida. portanto o inter-
luplor deve ser aberto logo que se tenham feito as leituras. A leitura
da co rrente pode variar ·ligeiramente. porque a resistência do resistor
muda com a temperatura . Deve ser usada uma leitura media da cor-
rente.
O cá lcul o da poténcia dissipada pelo resistor tem um rt'sultado de apro-
ximadanH'nlt' 24 watts . Considerando que a tensão seja de 60 V e a
corrente exatamenle 0.4 A, a pot encia então sera igual a 60 /. 0.4, ou
24 W . O valor obtido pode ser Ii geiramentt' diferentt'. dependendo da
leitura exata da tensão e da corrente.
CALCULO DA P(lTE~l'IA CA USADA PUH l~! In :.., I (IH

() Mill.llll!Jt'rllnt'tro CA
nwdl' 400 mA

PF a - - Para um Circuito rl'slstlvo P EI


VA A potenrla usada I' aproxlmadaml'ntl' 24 W

3-40
A RESISnNCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Potência nos Circuitos Resistivos de CA (conti-
nuação)
Agora o miliamperímetro e o voltímetro são retirados do circuito e o
wattimetro é ligado para medir diretamente a potência dissipada pelo
resistor. Os terminais de corrente e de tensão são ligados juntos. por
meio de uma ponte de fio. para formar um terminal comum . Um
lado do porta-fusíveis é ligado a és te terminal comum e o outro lado
é ligado ao terminal de tensão que tema marcação V. Dois fios são
ligados aos terminais do resistor e também ao wattimetro - um dêles
ao terminal de tensão V e o outro ao terminal de corrente A.
Depois de prontas as ligac:ões. o circuito é alimentado e o interruptor
fechado . V. pode notar que a indicação do wattímetro é de aproxi-
madamenle 24 watts . A indicação poderá variar ligeiramente enquanto
o resistor se aquece e muda de valor, mas ficará constante quando a
temperatura atingir o máximo . Observe que a medida da potência é
quase igual à obtida com o uso do voltímetro e do miliamperímetro.
Na prática. os dois resultados podem ser considerados como iguais.

3-41
A RESISTtNCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Revisão de Resistência nos Circuitos de CA
Vamos rever alguns dos fatos ligados à potência CA, ondas de potência
e potência em circuitos resistivos. tstes fatos que V. já aprendeu o
ajudarão a compreender outros circuitos de CA que não contêm sO-
mente resistência pura.

Potência

ONDA DE POTtNCIA CA -
Gráfico de todos os valores ins-
tantâneos (ta potência.

POTtNCJ A MtDIA - O valor


do eixo de simetria traçado Potência
média
através da onda de potência.

WATTtMETRO Medidor
usado para medir diretamente
a pQtência, quando ligado a
um circuito.

Lembre-se de que a fórmula da potência (P = EI) pode ser usada para


achar a potência dissipada em um circuito de CA resistivo, desde que
sejam usados os valores efetivos de E de I.

3-42
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
F.E.M. de Auto-Indução
ExIste indutância em qualquer circuito porque uma corrente elétrica
sempre produz um campo magnético . As Unhas de fôrça dêste campo
magnético sempre abraçam o condutor pelo qual passa a corrente, for-
mando círculos concêntricos. A intensidade do campo depende da in-
tensidade da corrente . Uma corrente intensa produz muitas linhas
de fôrça e uma corrente fraca produz sômente algumas linhas.

o valor da
corrente
A corrente produz determina a
um campo macnéUco Intenaldade da
Intensidade do
campo magnético

Fio .. Fio ..

_Quando a corrente no circuito aumenta ou diminui, a inten'Sidade do


campo magnético aumenta e diminui na mesma direção . Quando a
intensidade do campo aumenta, as linhas de fôrça aumentam em nú-
mero e se expandem a partir do centro do condutor. Quando a inten-
sidade do campo diminui as linhas de fôrça se contraem na direção do
centro do condutor . Na realidade, é esta -contração e expansão do cam-
po com a variação da corrente que causam urna f.e.m. de
O efefto é conhecido como "indutância".
EXPANDE E CONTRAI COM
AS VARIAÇOES DA CORRENTE ...

~+
Condutor

Corrente zero
"--rr- -
CorrentCl
fraca Corrente
aumentando

.+ Corrente
1 ..~
!J.L-
Pequena
corrente
diminuindo
" .E.M. DE AUTO-INDUÇAO máxima 4
<.. .\ l .\:-' l)i) ,) 1 1 r TO CONHECIDO COMO 'j /lt/Ú,tiJJICÚI

3-43
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
A Indutância em um Circuito de CC
Para aprender como a indutância é causada, imagine um circuito con-
t.endo uma bobina, como o mostrado abaixo. Enquanto o interruptor
estiver aberto, não há corrente e, portanto, não há campo .nagnético
formado ao redor dos condutores do circuito.
QUANDO NAO HA CORRENTE
NAO HA CAMPO MAONtrICO

Quando se fecha o interruptor, a corrente começa a passar através do


circuito e as linhas de fôrça se expandem a partir dos condutores, in-
clusive das espiras da bobina . No instante em que o interruptor é fe-
chado, a intensidade da corrente começa a crescer, desde o valor zero
até o seu valor máximo . Embora êste crescimento seja muito rápido, não
pode ser instantâneo . Imagine que V. pudesse realmente ver as linhas
de fôrça no circuito. no instante em que a corrente principia . V. veria
que elas formam um campo ao redor dos condutores do circuito.

UM CAMPO MAGNÉTICO SE FORMA


EM REDOR DO CONDUTOR

3-44
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
A Indutância em um Circuito de CC (continuação)
Enquanto a corrente continua crescendo. as linhas de fôrc;a continuam
a se expandir . Os campos das espiras adjacentes se entrelaçam.

As linhas de fôrça ao redor de cada espira continuam a se expandir


(' assim passam a abraçar as espiras adjacentes da bobina . Esta expan-
sào continua enquanto a corrente do circuito estiver aumentando e
cada vez um número maior de linhas de fôrça das espiras da bobina
abraça as iras adjacentes.
o CAMPO MAGNÉTICO. SE
EXPANDINDO DE CADA PONTO
DA BOBINA. ABRAÇA AS
DEMAIS ESPIRAS

3-45
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
A IndutAncia em um Circuito de CC (continuação)
TMa vez que um campo magnético se move cortando um condutor, êle
induz uma f.e.m. no condutor . Quando uma corrente passa através de
uma bobina, ela induz um campo magnético que abraça as espiras adja-
centes da bobina . Sempre que a corrente inicial muda de direção, o
campo induzido muda e o efeito desta mudança de campo, cortando
as espiras adjacentes da bobina, é o de se opor à variação da corrente.
A mudança inicial da corrente é causada pela f.e.m., ,ou tensão, entre
os terminais da bobina. A fôrça de oposição é uma f.e.m. de auto-in~u­
ção. Indutância é a propri~ade de gerar esta f.e.m. de auto-indução
que se opõe às variações na bobina.

Oposição à
variação de
corrente

-
Quando a corrente nó circuito atinge o seu valor máximo, determinado
pela tensão e resistência do circuito, ela não mais varia e o campo não
mais se expande, portanto não é mais gerada a f.e.m. de auto-induçã5>
O campo fica estático mas, caso a corrente tente aumentar ou diminuir
o campo se expandirá ou contrairá, gerando novamente uma f.e.m. dt'
auto-indução, que se opõe à variação da corrente. No caso da corrente
ccntínua, a indutância só afeta o fluxo da corrente quando o circuito
é alimentado ou desligado, porque sOmente nestes momentos a corrente
muda de valor.

3-46
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
A Indutância em um Ci ..cuito de CC (continuação)
Quando a co....ente e o campo magnético estão no seu valo.. máximo,
a f.e .m. de auto-indução não é ge ..ada, mas se V. diminuísse a Lf'lIsao
da fonte ou aumentasse a ..esistência do ci ..cuito a corrente diminuiria.
Suponha que a tensão da fonte diminui . A co ....ente dec ..esce para o
seu novo valo.. dado pela Lei de Ohm e dett' .. minado por E e R. Quando
.a co....ente diminui o campo também diminui . As linhas dt' fõ ..ça se
cont ..at'm na d ...eção do condutor. co ..tarido as espi ..as da bobina em
uma di ..eção oposta àquela causada pelo crescimt'nto da corrente.
Como o sentido da variação foi invertido. o campo em colapso gera
uma Le.m. de auto-indução oposta àquela causada pelo campo t'm
('xpansão e, portanto, com a mt'sma pola .. idadt' do que a fonte dt' ten-
são. Assim, a f.e .m. dt' auto-indução aumenta a tensão da fontt', ten-
tando ('vita .. o dt·crêscimo da corrente . No entanto ela não pode im-
pedir indefinidamt'nte que a corrente diminua porque a f.t' .m. de auto-
indução pá..a de existi .. quando terminar a variação da COlTf'nte. Assim,
a indutância - o efeito da f.c .m. de auto-indução - se opõe.' a qualquer
variação na intt'nsidade da cOlT('nte, para mais ou para nwnos, dimi-
nuindo a velocidade da ccorréncia dessa Illudança.

'\ ~ r \1 :' r .. :" . '. . , .

r \ 't
: I ~ (j \ j' I r \,. , i ~.

Oposição à
variação de corrente causada pela f.l' .!Il . d,' a\llo-ind\l(~:úl

!f -47
A INDUT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
A Indutáncia t' m uni Circuito de CC (continuação}
Enquanto o circuito esli\'~r fechado , a corrente se mantém no seu valor
dado pela Lei de Ohm e não há Le.m. induzida . Suponha que V. abre
l) interruptor para terminar o fluxo da corrente . A corrente deveria

(~ir a zero imediatamente, mas, em lugar disto. há um peqUt:no atraso


r uma centêlha se forma entre os contatos do interruptor .
Quando o interruptor é aberto a corrente cai ràpidamente para o valor
ze lO e. conseqüentemente, o campo também é desfeito com grande
\' r lccidade. O campo emextínção gera uma f . e . m . induzida de valor
muito alto. que nào só se opõe à variação da corrente, como também
causa uma centelha no interruptor, a fim de manter o fluxo da cOl'l'ente.
EmbOl a seja apenas momentãnea , o valor da f. e . m . induzida por esta
rapida extinção do campo é bastante alto , em alguns casos sendo igual
a várias vêzes a tensão da fonte original. Tipos especiais de equipa-
mentos tiram vantagem dêste efeito para obter tensões extremamente
~dta !':

OS CAMPOS DECRESCENTES
NOS CIRCUITOS CC
GERAM F . E. M.s
MUITO ALTAS

3-48
A INDUT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Símbolos da Indutância
Embora não se possa enxergar a indutância, ela está presente em todos
os circuitos elétricos e seu efeito é sentido tôda vez que a corrente do
circuito varia . Nas fórmulas de eletricidade usa-se a letra L como sím-
bolo para designar a indutância . Como uma bobina tem mais indu-
tância do que um pedaço reto de fio, a bobina é cham da de " indutor"
Tanto a letra como o símbolo estão mostrados na figura abaixo.
Como a corrente contínua tem valor normalmente constante. exceto
quando o circuito é ligado ou desligado, a indutância só afeta o fiuxo
da corrente CC nestes instantes e. geralmente. tem efeito muito pequeno
no funcionamento do circuito. A corrente alternada. por outro lado, está
mudando continuamente de va lor. portanto a indutância do circuito
afeta o fluxo da corrente CA durante todo o tempo . Embora todos os
circuitos tenham certa indutância. o seu valor depende das característi-
cas físicas de construção do circuito e dos aparelhos nêle usados .
Em alguns circuitos a indutância é tão pequena que o seu efeito pode
s~ràesprezado. mesmo para a CA.

o~------------~~-~

( 0000000000) L INDUT ANelA

3-49
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Fat6res que Afetam a Indutância.
Todos os circuitos elétricos completos tém alguma indutância, uma vez
que até o mais sImples circuito forma uma espira única . Uma f.e.m.
é induzida mesmo em um pedaço reto de fio, pela ação do campo mag-
nético ao se expandir do centro do fio ou ao se contrair no sentido
oposto . Quanto maior fôr o número de espiras adjacentes cortadas pelo
campo em expanaio, maior se'" a ~.e.m . .induzida. Portanto uma b0-
bina com muitas espiras tem uma alta indutância.

= " .e.m. Indu&1da Total

3-50
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Fat6res que Afetam a Indutância
Qualquer fator que possa afetar a intensidade do campo magnético
também afeta a indutância de um circuito , Por exemplo, a colocação
de um núcleo de ferro em uma bobina aumenta a indutância, porque o
ferro constitui um meio melhor para a passagem das linhas de fôrça
do que o ar , Portanto, um número maior de linhas de fôrça, que se
podem expandir e contrair com as mudanças de corrente. está prt>-
sente, Um núcleo de cobre tem 'o efeito oposto , Como o cobre se opõe
mais do que o ar à passagem das linhas de fôrça, a colocação do nú-
cleo de cobre resulta em uma menor variação do campo quando a cor-
rente' reduzindo a indutância,

~l f){}NÚCLE(} AFETA AItlIJUrÂNCf!1

FERRO

AR

COBRE

3-51
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Unidades da Indutância
Nas fórmulas de eletricidade a letra usada como símbolo para designar
a indutância é a letra L . A unidade básica de medida da indutância
é o henry . Para valores de indutância menores do que um henry usa-se
o milihenry e o microhenry . Não se usam unidades maiores do que o
henry porque, na prática. os valores das indutâncias podem ser expres-
sos em henrys ou parte do henry.
A indutância só pode ser medida com o auxílio de instrumentos espe-
ciais de laboratório . Ela depende inteiramente da construção física do
circuito. Alguns dos fatôres mais importantes que determinam o valor
da indutância em uma bobina são : o número de espiras, o espaçamento
entre as espiras, o diâmetro da bobina, a qualidade da substância den-
tro e em tôrno da bobina, o diâmetro do fio, número de camadas de
espiras, tipo do enrolamento e forma da bobina . O diâmetro do fio não '
altera diretamente a indutância, mas determina o número de espiras
que podem ser enroladas num dado espaço . Todos êstes fatôres são
variáveis e uma fórmula única para o cálculo da indutância não pode
ser estabelecida.
Bobinas de diversos tipos diferentes podem ter uma indutância de um
henry e tôdas elas teriam o mesmo efeito em um circuito.

~ []
n :l!l!o LO llln:

ESPA (' ." MF.NTO DAS ESPIRAS DIAMt:TJIO DO FIO

FORMA DA 1I0UINA
N Ú MEI(() Dt: ('A MADA S DE ESI'IR ,\S

DIÁMt:TIHI TIPO Df: t :NI!OI.AMENTO

3-52
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Indução Mútua
O têrmo "indução mútua" refere-se à condição em que dois circuitos
repartem a energia fornecida por llm dos circuitos . Isto significa que
a energia está sendo transferida de um circuito para o outro.
Olhe para a figura abaixo . A bobina Aé o circuito primário, que recebe
energia da bateria . Quando o interruptor é fechado a corrente prin-
cipia e um campo magnético se expande a partir da bobina A . Esta
bobina, então, está transformando a energia elétrica da bateria em
energia magnética do campo . Enquanto o campo causado pela bobina
A se está expandindo, êle corta os condutores da bobina B, o circuito
secundário, induzindo uma f.e .m. nesta bobina . O medidor (um galvanô-
metro) do circuito secundário acusa uma deflexão, mostrando que uma
corrente. causada pela f.e .m . induzida, está passando neste circuito.
Esta f.e.m . induzida também pode ser gerada se nós deslocarmos a bo-
bina B através do fluxo magnético da bobina A. No entanto, a f.e .m.
no nosso caso está sendo induzida sem movimentos da bobina B. Quan-
do o interruptor no circuito primário é aberto, a c'o rrente e o campo
da bobina A desaparecem. Logo que o interruptor é fechado, uma cor-
rente começa a se escoar através da bobina e um campo magnético é
criado . ~ste campo, ao se exp3.ndir. move-se at.ravés dos fios da bobina
B e assim induz uma f.e .m. sem nenhum movimentó nesta bobina.
O campo magnético se expande até a sua intensidade máxima e mano
tém-se constante enquanto o valor da corrente não tiver vanação . As
linhas de fluxo deixam de cortar as espiras da bobina B porque o campo
deixou de se expandir . Neste ponto a leitura do indicador é zero, por-
que não existe mais f.e .m. induzida . Se o interruptor fôr novamente
aberto, o campo se contrai em direção dos condutores da bobina A,
cortando os condutores da bobina B na direção oposta . A corrente
gerada nesta bobina causa uma deflexão do indicador na tiireção oposta.
Portanto o indicador só acusa uma passagem de corrente quando o
campo está variando, tanto crescendo como diminuindo . Com efeito,
a variação do campo produz uma f.~.m . induzida exatamente como
um campo .magnético se movendo através de um condutor . ~ste prin-
cípio de induzir uma tensão conservando as bobinas paradas e forçando
uma variação do campo é usado em inúmeras aplicações . O transfor-
mador, como o mostrado na figura abaixo, funciona por indução mútua.
Para os fins da explicação, foi usada uma bateria no exemplo acima.
No entanto, o transformador é um componente perfeito para transfe-
rência e mudança de tensões de CA.

"iiiõ A B

G.P~
Circuitos com Indutâ ncia Mútua

3-53
A INDUTANCIA NOS CIRCUl'roS DE CA

Como Funciona um Transformador


Quando uma corrente alternada passa através de uma bobina, um
campo magnético de caráter alternado é produzido em redor das es-
piras da bobina. &ste campo magnético se expande a partir do centro
da bobina e se contrai novamente em direção da bobina, acompanhando
a variação da CA, desde zero até um máximo e de volta a zero. Como
o campo magnético alternado corta as espiras da bobina, uma te.m.
do:: auto-indução é induzida na bobina e se opõe às variações da cor-
rente. .
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po
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piras de uma segunda bobina, uma te.m. também é gerada nesta b0-
bina, da mesma maneira que uma f.e.m. é induzida numa bobina cujas
espiras são cortadas pelo seu próprio campo magnético. A f.e.m. gerada
na segunda bobina é chamada de "f.e.m. de indução mútua" e a ação de
gerar esta tensão é chamada de "ação de transformador". Na ação de
transformador a energia elétrica é transferida de uma bobina (pri-
mário) outra meio da do mag-

Linhas magnéticas
~ abraçam as espiras
~ do secundário " -

Secundário Primário

Campo em expansio Campo em contração

3-54
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Como Funciona um Transformador (continuaçio)
Um transformador simples consiste de duas bobinas, colocadas uma bem
próxima da outra, mas isoladas elétricamente. A bobina que se ali-
menta com CA 6 chamada de "primú1o" . Ela produz um campo mag-
n6tico que corta as espiras da outra bobina, chamada de "secundário",
gerando uma tendo. As bobinas não aio fisicamente ligadas entre si.
Elaa aio, entretanto, acopladas magnéticamente. Assim, um transfor-
mador transfere energia el6trica de uma bobina para outra por meio
de um campo magn6tico altemado.
Se nÓl admitirmos que t6das as linhas de fôrça magn6ticaa do pr1mú1o
abraçam t6das as espiras do secundú1o, então a tensão induzida no
secundú10 dependem da razio entre o número de espiras do secun-
dário e o número de espiras do primário . Por exemplo, se existem 1 000
espiras no secundú10 e sOmente 100 espiras no pr1mú1o, a tensão in-
duzida no secundário será Igual a 10 vêzes a tensão aplicada ao pri-
mário ( 1
1
:::0 =
10). Como há mais espiras no secundú10 do que no
primário, o transformador 6 chamado de "transformador elevador". Se,
por outro lado, o secundário tivesse 10 espiras e o pr1már1o 100 espiras,
a tensão induzida no secundú10 seria igual a um d6cimo da tensão
aplicada ao prlmú10 ( 1~ = 1~ ).
Como haveria menos espiras no secundário do que no primário, o trans-
formador seria chamado de "transformador abalxador". As caracteriS-
Ucas dos transformadores são expressas em KVA por ser esta unidade
independente do fator de potência.
100(1. Espira.

lloEJ
100 Esplru

1000
B& • -nRr ao 110 .. 1100 Volta

Primário
Secunclirlo

100 . .plras

10
B... DII li 110 • 11 Volta
... : . ";""---0

Primário

3-55
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Como Funciona um Transformador (continuação)
A corrente no primário de um transformador circula na direção oposta
à corrente do secundário, devido à f.e .m. de indução mútua . A f.e.m. dE'
auto-indução gerada no primário também está em oposição à f.e.m.
aplicada.
Quando não há uma carga ligaQa à saída do secundário, a corrente no
primário é muito pequena, porque a f.e.m . de auto-indução é quasp tão
grande como a f.e.m. aplicada. Se não há uma carga. também não há
corrente no secundário . Assim, o campo magnético de auto-indução
não se pode desenvolver no secundário . O campo magnético do pri-
mário pode então crescer até' a sua intensidade máxima sem oposição
do campo que seria causado pela corrente no secundário . Quando o
campo do primário se está desenvolvendo até a intensidade máxima.
êle produz uma f.e.m. de auto-indução. a mais forte possível. que se
opõe à tensão aplicada. Esta é a situação. mencionada acima . em que
a f.e .m. de auto-indução quase iguala a f.e .m. aplicada. Uma pequena
diferença entre a f.e .m . de auto-indução e a f.e.m aplicada causa o
iluxo de uma pequena corrente no primário. Esta corrente é chamada
corrente de magnetização ou corrente de excitação.
A corrente que passa no secundário tem a direção oposta à da corrente
no primário. Quando uma carga é ligada ao secundário ela causa a ex-
tinc~ão momentânea das linhas de fluxo, produzindo efeito de desmag-
netização no fluxo que enlaça o primário. A redução das linhas de
fluxo diminui a Le.m. de .auto-indução e permite uma corrente maior
no primário.
Em todos os casos de indução eletromagnética a direção da f.e .m. in-
duzida é tal que o campo magnético gerado pela corrente resultante
se opõe ao movimento que está produzindo a f.e,m. f;ste é o enunciado
da Lei de Lenz, que V. aprenderá na próxima seção.
Para calcular as quantidades desconhecidas em um transformador, use
E I N
a fórmula -"- = -"- = -"-. Multiplique em cruz para obter a infor-
E I N
mação desej~da . Maiores détalhes sôbre os transformadores estão in-
cluídos no fim 'desta seção.
Razão de 2 para 1

Ip = 5 A Is = 10 A

t IJ C
Ep= 100 V 1~ IJ
( iJt I :.~.. Carga
! C I-'
1.1 , .. -
Fs -- SOv

Exemplo de um
Transformador abalxador

3-56
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
A Lei de Faraday
Michael Faraday foi .um cientista inglês que executou trabalhos muito
importamtes no campo do eletromagnetismo . tle é, de seu interêsse, no
momento, porque o seu trabalho sôbre indução mútua permitiu o desen-
volvimento do transformador.
Faraday é o responsável pela lei usada no desenvolvimento dos prihci-
pios da indução mútua . 2le descobriu que se o fluxo total que enlaça
um circuito variar com o tempo, uma f.e.m. é induzida no circuito.
Faraday também descobriu que, se a velocidade de variação do fluxo é
aumentada, a magnitude da f.e.m. induzida também sofre um aumento.·
Em outras palavras, Faraday descobriu que o caráter de uma f.e .m. in-
duzida em um circuito depende da intensidade do fluxo e também da
sua razão de variação. .
V. já viu demonstrações do princípio enunciado . Já foi mostrado que.
se um condutor é movido com relação a um campo magnético, é ge~ada
uma f.e.m. diretamente proporcional à velocidade do condutor com re-
lação ao campo. O outro ponto ligado à Lei de Faraday, que já foi
demonstrado, é o fato de que a tensão induzida em uma bobina é pro-
porcional ao número de espiras da bobina, à magnitude do fluxo in-
dutor e à razão de variação dêste fluxo.
Vamos agora descrever um exemplo de indução mútua (indução de uma
f.e.m. em um condutor vizinhO) . Observe as duas bobinas da figura
abaixo. Os elétrons se estão movendo como uma corrente, nas direções
lndicadas . Esta corrente produz um fluxo de campo magnético e, se
fôr constante, o número das lin has de fluxo é também constante . Se,
no entanto, a corrente é alterada pela a~rtura do interruptor em
paralelo com a resistência, o número de linhas de fluxo na bobina A
é diminuído e, conseqüentemente, o fluxo que enlaça a bobina B tam ·
bém é diminuido . Esta variação do campo induz uma f.e.m. na bobina
B, como evidenciado pelo movimento do ponteiro do indicador . Assim
pode ser visto que a energia pode ser transferida de um circuito para
outro pelo principio da indução magnética.
Campo
r--_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _-,/yMagnétlCO
I

Medidor

+
- , .... \...-P

Indução Mút ua
Na figura acima, uma bateria é usada como fonte de f:e.m. A única
maneira de variar a corrente, portanto, é pela abertura e fechamento
do interruptor . Se uma fonte de tensão CA de freqüência extrema-
mente baixa (um ciclo por segundo) é usada para substituir a bateria,
o indicador mostrará variações contínuas da corrente . O ponteiro do
indicador se move primeiro para a esquerda (ou para a direita) e de-
pois inverte a sua posição, mostrando a inversão da direção da cor-
rente CA.

3-57
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Constante de Tempo Indutiva em um Circuito de CC
Em um circuito que consiste de uma bateria, um interruptor e um re-
sistor em série, a corrente atinge o seu valor máximo imediatamente
depois do fechamento do interruptor. Na realidade ela nio pode mudar
instantâneamente desde o valor zero até o máximo, mas o intervalo de
tempo é tão pequeno que pode ser considerado como inex1atente.

RESISnNCIA

em com o resistor, a correntenio sobe


instantAneamente - cresce ràpidamente a principio, depois mais vaga-
rosamente quando se aproxima do valor máximo. A forma desta curva
é bà.sicamente a mesma para todos os circuitos indutivos, embora o
tempo total exigido para atingir o valor máximo seja variável. O tempo
necessaírió para a corrente atingir o seu valor máximo é determinado
pela razão entre a indutância do circuito e a sua resistência em ohms.
Esta razão L I R - indutància dividida por resistência - é chamada de
"constante de tempo" do circuito indutivo e nos dá o tempo em segundos .
necessário para que a corrente do circuito cresça até um valor igual
a 63,2 por cento do seu vajor máximo.
Esta subida retardada da corrente de um circuito é chamada de "auto-
indutância" e é usada em diversos circuitos práticos, como em relês de
retardamento e circuitos de .
_-~/co---_
INDUTANCIA
L
R
RESISTtNCIA

AUMENTO RETARDADO DA CORRENTE EM UM CiRCUITO INDUTIVO

3-58
A INDUT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Constante de Tempo Indutiva em um Circuito de CC (continuação)

Se os terminais da combinação em série da bobina e resistência são


colocados em curto-circuito, ao mesmo tempo que o interruptor da
bateria é aberto, a corrente na bobina continua a fluir, devido à ação
do campo em extinção . A corrente diminui da mesma maneira como
aumentou previamente, exceto que a curva fica na direção oposta.
A "constante de tempo" pode ser usada outra vez para determinar o
1nstante em que a corrente diminuiu de 63,2%, ou atingiu um valor igual
a 36,8% do valor máximo original . Nos circuitos indutivos, quanto
menor a resistência do circuito, maior será a constante de tempo, para
um mesmo valor da indutância.

3-59
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Constante de Tempo Indutiva em um Circuito de CC (continuação)
A constante de tempo para um dado circuito indutivo é a mesma tanto
para o aumento como para a redução da corrente . Se o valor máximo
da corrente é diferente, a curva subirá com uma velocidade diferente,
mas atingirá o seu valor máximo no mesmo espaço de tempo. A forma
geral da curva também não se altera. Assim, se uma tensão mais alta
é empregada, a corrente máxima será aumentada, mas o tempo rteces-
sário para atingir êsse máximo não varia.
Todo circuito indutivo tem resistência, porque o fio usado em uma b0-
bina tem sua resistência própria. Assim, um indutor perfeito - um
indutor sem resistência - não pode ser conseguido na prática.

---
~
L
R
RESIBT&NCIA

l
R

TENSAO AUMENTADA

3-60
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
ReatAnc1a Indutiva
Reatância indutiva é a oposição à passagem da corrente oferecida pela
indutância de um circuito . Como V. já sabe, a indutância só afeta a
corrente quando ela está variando, porque a variação de corrente gera
uma f,e.m. induzida. No caso da corrente contínua, o efeito da indu-
tância só é sentido nos momentos em que a corrente é ligada ou desll-.
gada. No caso da corrente alternada, que está sempre variando, uma
f.e.m. induzida é gerada durante todo o tempo.
Consideremos o efeito de um dado circuito indutivo nas formas de onda
CC e CA . A constante de tempo do circuito é sempre a mesma. deter-
minada sómente pela resistência e indutância do circuito.
No caso de CC. a forma de onda da corrente será como mostrado abaixo.
A área sombreada entre o valor máximo e o valor real da corrente. no
inicio do gráfico. mostra que a indutância se está opondo à variação
da corrente. conforme o campo magnético aumenta . No fim do gr4fico
há uma área semelhante. mostrando que a extinção do campo faz
com que a corrente continue a passar aepois de cair a tensão a zero.
Estas áreas sombreadas são iguais. indicando que a energia usada para
a criação do campo magnético é devolvida ao circuito quando o campo
é extinto. 1 ....... .. ..... : . 'J
CC$u~~~~'Nlffl
I Interruptor J~#tr
+ . I fechado
I
I
I

~h
%7,
~ o aumento da
o decreaclmo da
corrente é
'(f corrente é retardado
retardado
o

4
4

• 4
.&.a.U..UJ..

3-81
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Reatância Indutiva (continuação)
O mesmo circuito 'indutivo afeta as formas de onda da tensão e cor-
rente CA como está mostrado na figura abaixo . A corrente cresce com
a tensão, mas o retardamento causado pela indutância impede que a
corrente atinja o seu valor máximo CC antes da tensão inverter a sua
polaridade e mudar a direção do fluxo da corrente . Portanto, em
um circuito que contém indutância, a corrente máxima será muito
maior no caso de CC do que para CA.

+ normal da corrente para o valor da lei . de Ohm


-"'....p ...E::~A corrente decresce quando
a polaridade da tensão e
Invertida

CA FORMAS DE ONDA

I
DA CORRENTE E TENSAO
EM UM CIRCUITO
INDUTIVO

Se a freqüência da onda e A é baixa, a corrente terá tempo para


atingir um valor mais alto antes da inversão da polaridade, do que no
caso de uma freqüência alta . Assim, quanto mais alta a freqüência,
menor será a corrente em um circuito indutivo . Portanto a freqüência
também afeta a oposição à corrente em um circuito indutivo, como a in-
dutância . Por esta razão, a reatância indutiva - a oposição à corrente
oferecida por uma indutância - depende da freqüência e da indutân-
cia . A fórmula usada para se obter a reatância indutiva é XL = U(fL.
Nesta fórmula XL é a reatância indutiva, f é a freqüência em ciclos
por segundo, L a indutância em henrys e 2 é um número constante,
igual a 6,28, que representa um ciclo completo . Como XL representa
a oposição à da corrente ela é em ohms.

Alta
. Freqüénc1a
Quanto menor a freqüência,

I a corrente tem mais tempo


para atingir o valor,
dado pela lei de Ohm

3-62
A INDUT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Reatáncia Indutiva (cintinuação)
Na realidade. a corrente do circuito não começa a crescer no mesmo
momento que a tensão começa . A corrente é retardada por um certo
espaço de tempo que depende do valor da indutância do circuito. com-
parado ao valor da resistência.
Se um circuito de CA tem apenas resistência pura. a corrente cresce e
diminui exatamente ao mesmo tempo que a tensão . As duas ondas estão
em fase .

tm um CIRCUITO COM
RESIST~NCIA P URA

FONTE DE
TENSAO CA

a pura e nenhuma resistência, a


corrente não será iniciada até que a tensão tenha atingido o máximo.
A corrente começa a crescer enquanto a tensão cai a zero . Quando a
tensão atinge o valor zero a corrente comf>ça a diminuir, mas êste de-
créscimo é retardado pelo campo em extinção até que a tensão alcance
o vaIor máximo com a polaridade oposta . Isto continua enquanto hou-
ver tensão aplicada ao circuito . A tensão passa pelo valor máximo um
quarto de ciclo antes da corrente, em cada semiciclo . Um ciclo com-
pl~to de uma onda de CA ê considerado como tendo 360 graus, repre-
sentados pela f.e.m. gerada Em um condutor que dá uma rotação com-
pleta entre dois pólos magnéticos de nomes opostos . Um quarto de
ciclo tem, portanto, 90 graus . Em um circuito puramente indutivo a
onda da tensão está adiantada de 90 graus sôbre a corrente, ou, em
outras palavras. a onda da corrente está atrasada de 90 graus· com re-
lação à tensão.
ESTAO
CORRENTE
E A DE 90'"
DEFASADAS

em umINDUTANCIA
CIRCUITO COM
PURA

FONTE DE
TENSAO CA L

3-63
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
ReatAncia Indutiva (continuação)
Em um circuito que contenha tanto reatância indutiva como resis-
tência, a onda de corrente está em atraso com relação à tensão de um
ângulo compreendido entre zero e noventa graus. Em outras palavras,
as duas ondas estarão em uma situação entre "em fase" e "90 graus
fora de fase" . O valor exato do ângulo de atraso depende da razão
entre a resistência e a indutância do circuito. Quanto maior a resis-
tência, comparada à indutância, mais perto da situação "em fase" es-
tarão as ondas. Quanto menor a resistência, em comparação à indu-
tância, mais próximo de um quarto de ciclo (90 graus) será o ângulo
de "defasagem"
Quando medido em graus, o atraso da corrente é chamado de "ângulo
de fase". Quando se diz que o ângulo de fase é de 45 graus com a cor-
rente em atraso, isto significa que a forma de onda da corrente está atra-
sada de 45 graus da forma de onda da tensão . Como êste ângulo fica
a meio caminho entre zero grau - ângulo de fase de um circuito ,pura-
mente resistivo - e 90 graus - ângulo de fase de um ç!rcuito pura-
mente indutivo - então a resistência e a indutância devem ser iguais,
cada uma delas com igual efeito na corrente.

o ângulo de fase é de 45°


quando a resistência e a
reatância indutiva são
iguais 450

Fonte de
Tensão CA

3-84
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - Efeito do Núcleo da Bobina na Indutância
V. deve construir um circuito com uma bobina de núcleo de ar e uma
lâmpada de 60 watts em série. O circuito é alimentado com uma ten-
são de 115 volts CA e o brilho da lâmpada é observado.
Sem desalimentar o circuito, V. deve introduzir, cuidadosamente, um
núcleo de ferro na bobina. Observe a diminuição do brilho da lãmpada,
resultante do aumento na indutância da bobina. Há uma maior per-
centagem de queda da tensão de 115 V do circuito entre os terminais
da bobina.
Agora V. deve retirar o núcleo de ferro e introduzir um de cobre. Ob-
serve que a lâmpada brilha mais por causa da redução da indutãncia
da bobina. As grandes perdas no cobre, devidas às correntes parasitas,
enfraquecem o campo magnético da bobina, reduzindo a sua indutân-
cia . Uma maior percentagem da tensão da fonte aparece entre os ter-
minais da lâmpada e assim ela se acende com mais brilho.
Em seguida V. deve retirar o cobre e introduzir o núcleo laminado . Ob-
serve que o brilho da lâmpada é grandemente reduzido. O núcleo de
ferro la minado aumentou a indutância da bobina ainda mais do que
o núcleo de ferro sólido, porque a laminação reduziu as perdas por his-
teresis. A queda de tensão entre os terminais da bobina é quase igual
à tensão da fonte e portanto a lâmpada acende com uma luz muito
fraca.
Lâmpada v:rmelha de 60 watts

Núcleo
de
ar

III
Núcleo
de
ferro
Núcleo
de
cobre
Núcleo
lamlnado

(()#/() /lAR/A AINlJUTANCIA C()#


............
:::::::::::: IJ #ATER/Al ()I) IYtJCtEd

3-65
A INDUT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Produção de F.E.M. Induzida
Quando o fluxo de corrente em um circuito de CC que contém indu-
tância é interrompido subitamente, como por exemplo pela abertura
de um interruptor, o campo magnético da indutância tenta desapa-
recer instantâneamente. Esta extinção rápida do campo produz, rno-
mentâneamente, uma tensão muito elevada, que pode causar uma cen-
telha no interruptor . Embora a extinção do campo seja rápida de-
mais para permitir que se façam medidas com um voltímetro, pode-se
usar uma lâmpada neon para mostrar que a tensão é muito mais ele-
vada que a tensão original da bateria.
A diferença entre as Iàmpadas neon e as lâmpadas comuns é que as
primeiras exigem um determinado nível de tensão antes de começar a
acender . Esta tensão, chamada "tensão de ignição", varia para cada
tipo de lâmpada neon . Seu valor pode ser determinado elevando-se a
tensão nos terminais da lâmpada até que ela se acenda . A tensão exis-
tente no momento em que ela se acende é a tensão de ignição.
Para achar qual a tensão de ignição necessária para uma lâmpada neon,
V. deve ligar duas baterias de 45 volts em série, formando uma bateria
de 90 volts. Uma resistência variável, como um potenciômetro, é ligada
aos terminais da b:lteria, pelos scus dois terminais externos. Ligar um
suporte de lâmpada entre o terminal central e um dos terminais extre-
mos do potenciômetro . Um voltímetro CC de 0-100 V é ligado em para-
lelo com o suporte da lâmpada.
DepJis de colocar a lâmpada no suporte, V. deve variar a tensão apli-
cada à lâmpada, girando o eixo do potenciômetro . A tensão de disparo
correta é achada quando se reduz a tensão até que a lâmpada se apa-
gue, aumentando-a depois, vagarosamente, até que a lâmpada acenda.
V. verá que a tensão de disparo, necessária para acender a lâmpada,
é de aproximadamente 70 volts.

3-66
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA

Df'monstração - A Produção d(' F.E.M. Induzida (continuação)

Agora, quatro pilhas sécas são ligadas em série para formal' uma ba-
teria d(' 6 volts. O suporte da lâmpada é ligado aos terminais dessa
bateria, através de um interruptor e um fusível . Uma lâmpada neon é
colocada no suporte e a bobina é ligada em paralelo com a lâmpada.

Quando V. fechar o interruptor poderá observar que a lâmpada não


aCf>ndr . A tensão da bateria , medida com um voltímetro CC de 0-10 V,
é de 6 volts Como esta tensão é bem menor do que a tensão de disparo
da lâmpada , é preciso que se consiga uma tensão mais elevada para
acendê-la.

6V:-

Quando _o i.n te.r ruptor fôr abert9, V. observara que a lâmpada emite
um clarao, mdICan,do q':le a tensao entre os terminais da bobina e lâm-
pada ~m pa.r alelo e maJOr do que a tensão de disparo , Esta tensão é a
t :e. ~. mduz~da ~!o campo da bobina . que está sendo destruído e cons-
tItUI um efeIto vlslvel da indutância .

Indutor de Filtro

3-67
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA

Demonstração - A Corrente nos Circuitos Indutivos


Para comparar o efeito da indutância sóbre a 1Jltensidade da corrente
nos circuitos de CA e CC, V. deve construir doia circuitos idênticos -
um dêlea uaa uma bateria de seis volta como fonte de tensão CC e o
outro uaa um transformador de 6,3 V como fonte de tensão CA. Medi-
dorea do tipo correto (CA ou CC) são uaados nos citcuitos . Primeira-
mente 08 circuitos serão comparados quando ambos têm como carga
uma reaiatência de 60 ohms . Um miliamperímetro de 0-500 mA, e voltí-
metros de 0-10 V CC e 0-25 V CA, respectivamente, são usados para
medir a tensão e a corrente . A resistência de carga é obtida pela ligação
em série de doia reaiatores de 30 ohms . Observe que as leituras das
correntea e tenaõea são quase exatamente nos doia circuitos.

Reslstorea de
30 Ohma 5W

M1l1amperimetro
CA

Transformador

Reslstores de
30 Ohma 5W

3-68
A INDUT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Corrente nos Circuitos Indutivos (continuação)

OBSERVAÇAO DA PASSAGEM DE CORRENTE CA


E CC EM UM CIRCUITO INDUTIVO

cc

CA

,I INDUTÂNCIA OPtlESENAI9i CA /}() (!//Ei cc


Agora os resistores são substituidos por indutores de filtro , de 5 H
e 60 Q . Quando se alimentam os circuitos, V. pode observar que a in-
tensidade da corrente no circuito de CC é aproximadamente a mesma
do que quando os resistores eram usados . A corrente no circuito de CA,
no entanto, é bem menor e não pode ser lida no miliamperímetro de
0-500 mA CA, porque a deflexão do ponteiro é muito pequena para ser
observada.
Embora os indutores sejam de 2 H nominais, êles só funcionam com
êste valor quando a corrente é igual a 200 mA CC . Sua indutância é
maior para as intensidades mais baixas de corrente, comumente usadas.
Seu efeito pode ser calculado quando se a.ssume uma indutância de 5 H.
A indutância não tem efeito pal a CC e o indutor age apenas como um
resistor de 60 Q . No entanto, a indutância é um fator importante para
CA, porque a tensão e a corrente estão variando constantemente. O
efeito da reatância indutiva na CA pode ser calculado com a fórmula
XL = 2t1'fL (2ft' = 6,28, f = 60 ciclos, que é a freqüência da linha
de aliinentaç~o e L = 5 H) . Substituindo os símbolos da fórmula por
êstes valores, nós achamos a reatância indutiva, X (X L = 6,28 X
60 X 5 = 1884 Q) . A reatância indutiva é medida em ohms, porque
ela se opõe ou "resiste" à passagem da corrente.

3-69
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Corrente nos Circuitos Indutivos (continuação)
Para salientar o fato de que é a reatância indutiva que está diminuindo
a intensidade da corrente no circuito de CA, V. deve ligar um suporte
de lâmpada em série com a bobina de catla um dos circuitos. Quando
o circuito é alimentado V. pode ver que a lâmpada se acende fraca-
mente no circuito de CC, mas que a corrente é insuficiente para acender
a lâmpada no circuito de CA.
Usando pequenos pedaços de fio como pontes, V. deve pôr em curto os
terminais das bobinas, em cada um dos circuitos . No circuito de CC o
brilho da lâmpada aumenta, mostrando que a resistência do circuito
foi reduzida . No circuito de CA a lâmpada se acende com um brilho
igual ao da outra. Como neste circuito o brilho da lâmpada passou de
zero até um máximo, V. pode ver que o indutor tem um efeito muito
grande nll intensidade da corrente do circuito de CA, enquanto age ape-
nas como uma resistência no circuito de CC.

COMO A REATANCIA INDUTIVA AFETA A


CORRENTE TOTAL DO CIRCUITO

cC ... sem ponte CA ... sem ponte

cC... com ponte CA ... com ponte

3-70
A INDUTANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Revisão - - A Indutância nos Circuitos de CA
Para rever indutância, o que é, e como afeta a corrente, considere êstes
fatos, ligados a ela e à reatància indutiva.

INDUT ANCIA - A propriedade que tem


um circuito de se opõr a qualquer varia-
ção da intensidade de corrente . É me-
dida em Henrys e representada pela le-
tra L.
INDUTOR - Uma bobina usada para
prover indutância a um circuito.

F.E.M. INDUZIDA - Uma tensão produ-


zida em um circuito pelo movimento do
campo magnético, quando varia a cor-
rente no circuito, e que se opõe a estas
variações.

IYIIt(J,f' M tEIlM' ClNI'J CONSTANTE DE TEMPO INDUTIVA -


A relação entre L e R, que dá o tempo em
I I ~ segundos necessário para que a corrente
do circuito chegue até 63,2 por cento do
.~~~----------- seu valor máximo.

REATANCIA INDUTIVA - A ação da


indutância de se opor ao fluxo da cor-
rente CA, causando um atraso da cor-
ren te com relação à tensão . li: medida
em ohms e representada pela letra XL .

ANGULO DE FASE - O ângulo em graus


que mede o atraso da onda de corrente
com relação à onda de tensão.

AÇAO DE TRANSFORMADOR - O mé-


todo de transferir energia de uma bobina
para outra, por meio de um campo mag-
nético alternado . A bobina que gera o
campo magnético é chamada de primário
e a bobina na qual a tensão é induzida
é chamada de secundário . A tensão indu-
zida no secundário depende da relação en-
tre o número de espiras do secundário e
do primário.

3-71
A POTtNCIANOS CIRCUITOS INDUTIVOS
o Efeito da Defasagem na Potência
Em um circuito teórico, que contenha sOmente indutância, a corrente
está defasada de 90 graus da tensão, em atraso. Para determinar a for-
ma de onda da potência neste circuito, multiplicam-se os valores instan-
tâneos da tensão e da corrente para achar os valores instantâneos da
potência . &ates últimos são usados para traçar a curva da potência.
Como V. já viu, a curva da potência quando a corrente e a tensão estão
"em fase" fica inteiramente acima do eixo dos zero. Isto acontece por-
que o produto de dois números negativos, assim como o de dois números
positivos, é sempre um número positivo . No entanto, quando um nú-
mero negativo é multiplicado por um número positivo, o resultado é
um número negativo. Assim, quando se calculam os valores instantâneos
da potência, no caso de a corrente e a tensão não estarem em fase, al-
guns dos resultados obtidos são negativos . Se . a defasagem fôr igual
a 90 graus, como é o caso do circuito teórico com indutância pura, me-
tade dos valores instantâneos da potência é positiva e a outra metade
negativa, como está mostrado na figura . Para êste circuito, o eixo da
tensão e da corrente também é o eixo da potência . A freqüência da for-
ma de onda da potência é igual a duas vêzes a da tensão e da corrente.
POTtNCI' EM UM CIRCUITO CONTENDO

S~ltt:e 71UÚi,Wu:tÁ

o eixo da poUnela
~ o mesmo que o
da corrente e
da tenalo
I eati eom

-L
atraso de 9C)O
a6bre E

1 Ciclo de tensio e corrente


2 ciclos da poUnela

3-72
A PO'nNCIA NOS CIRCUITOS INDUTIVOS

Potência Positiva e Negativa


A porção da forma de onda da potência que se encontra acima do eixo
de zero é chamada de "potência positiva" . A porção que se encontra
abaixo do eixo é a "potência negativa". A potência positiva representa
a potência que a fonte fornece ao circuito, enquanto que a potência
negativa representa a potência que o circuito devolve à fonte.
No caso de um circuito puramente indutivo, a potência positiva forne-
cida ao circuito causa a produção de um campo. Quando êste campo é
destruído, êle devolve à fonte uma quantidade igual de potência. Como
em um circuito contendo indutância pura nenhuma potência é usada
para iluminação ou aqueCimento (se fôsse possível a existência dêste
circuito) não há potência real usada, embora a intensidade da corrente
seja grande. A potência realmente usada em um circuito é achada sub-
traindo-se a potência negativa da potência positiva.

1'( I1 I '-;(': \
1'(1 '- 1 1 1.. ·\ :
'-;1(,\11\\

3-73
A PO'nNCIA NOS CIRCUITOS INDUTIVOS
Potência Aparente e Real
Na prática, qualquer circuito indutivo contém certa resistência. Como
o ângulo de fase depende da relação entre a reatlncia indutiva e a resla-
lência, êle é sempre menor do que 90 graus . Para ângulos de fase me-
nores do que 90 graus a quantidade de potência positiva é sempre maior
do que a potência negativa. A diferença entre as duas representa a
potência real que será dissipada na resistência do circuito. Por exem-
plo, se o circuito contém quantidades iguais de reatância indutiva e
resistência, o ângulo de fase é igual a 45 graus e a potência positiva é
maior do que a potência negativa, como está mostrado abaixo.
Angulo da Fase 9()0 (A potência negativa é igual à potência positiva'

-------'POtênCia aparente E X 1= V.A.

Eixo da potência - A potência real é zero


EI
IIR ou R
F .P .= - - - - = O~ a 9()0
V. A.

Angulo de Fase 45° (A potência positiva é igual à potênela negativa)


+

------ Potência aparente E X I = V.A.

Eixo da potência - A potênela real é II R


IIR
F .P . = - - = 70% a 450
V. A.

QUANDU U ANUULO DE Jo'AS~


DIMINUI ... POTe:NCIA REAL AI MENT.'\
A média dos valores instantâneos da potência, chamada de "potência
real", é representada por um eixo traçado a meio caminho entre os
máximos opostos da forma de onda . Quando o ângulo de fase aumenta,
êste eixo se aproxima do eixo das tensões e correntes. Em circuitos de
CA encontra-se a potência aparente pela multiplicação da tensão e da
corrente, exatamente como nos circuitos CC (Potência aparente = Ten-
são X Corrente) . Quando a potência real é dividida pela potência apa-
rente, a fração decimal resultante é o fator de potên::ia.
Nos circuit.os de CA a potência aparente e a potência real só são iguais
quando o circuito consistir de resistência pura . A diferença entre a
potência aparente e a potência real é, algumas vêzes, chamada de "p0-
tência reativa ", porqUE ela é causada pela reatância existente no cir-
cuito.

3-74
A POTafCIA NOS CIRCUITOS INDUTIVOS
o Fator de Potência
v. já aprendeu que em um circuito puramente res1atlvo I2R ou El/ R
(potência em watts) é igual a I. f E. f (potência aparente) e que o fator
de potência é igual a 100%. O fator de potência é a razão da potência
real para a potência aparente.
Nos circuitos indutivos existe um ângulo de fase e a potência em watts
não é igual à potência aparente . Como resultado, o fator de potência
fica situado entre zero e 100%.

FATOR DE POT2NCIA EM UM
CIRCUITO PURAMENTE INDUTIVO

ler = 10 A XL = 100h!l1.s

lef X Eef = Po~ncl. Aparente (VA) = 1000

IIR ou P/R X Pot6ncla Real IWatts) = O

Po~ncla Real Watts O


P .P.= = ___ _
Po~ncla aparente Volt-Amperea 1000

O fator de potência é um método de determinar qual a percentagem


da potência usada em watts e qual a percentagem devolvida à fonte
como potência reativa.
O fator de potência em um circuito puramente indutivo t igual a zero
por cento. O ãngulo de fase é 900.

3-75
A POTtNCIA NOS CIRCUITOS INDUTIVOS

A Mediç ão da Potência Real

Como o produto da corrente e da tensão do circuito é a potência apa-


rente e não a real. usa-se um wattímetro para medir a potência real de
um circllito de CA . As indicações dos voltímetros e dos amperímetros
não são afetadas pela diferença de fase entre a corrente e a tensão.
porque a leitura do voltímetro só depende da tensão e a leitura do am-
perímetro só depende da corrente . Por outro lado. a leitura do watti-
metro varia tanto com a corrente como com a tensão do circuito, como
com a defasagem entre as duas. como está mostrado abaixo.

Quando a corrente e a tensão estão em fase. elas crescem ao mesmo


tempo. A corrente do circuito aumenta o campo do medidor simultã-
neamente com o crescimento da corrente através da bobina móvel. cau-
sado pela tensão . Portanto a tensão e a corrente agem ao mesmo tempo
para aumentar o conjugado de deflexão do ponteiro do medidor.

V\l\f\r
A CORRENTE E A TENSAO EM FASE
AGEM JUNTAS PARA AUMENTAR N S
s
A LEITURA DO WATtME~TRO
(
Aum r ntando
a corrrnte
JVUV
'. aumenta o
I. .. ca mpo magnético
[ A 1----1---'
..
" ,' ,~ ~ _ _ _ _ _ _ _ _ _)I ____ _ _ _ _ _. J ~

~----'- Ternlin;. i\ ligêldos


I c f na me~m a t.ltr eo;;ão
Aum r n ta ndo [
a t ensão
a Ul1l en ta
o cunj ugado

Se a ocrrente está atrasada com relac.;ão a tensão. o campo do medidor


não aumenta ao mesmo tempo que a corrente na bobina móvel . Isto
resulta em um conjugado menor no ponteíro do wattímetro . Portanto
a potência indicada ê menor do que no caso de uma corrente e uma
tensão de mesma magnitude e em fase. ~

N
A CORRENTE E A TENSAO DEFASADAS S
)Q)Ot ·I~N )Oõõ1
S

f
AGEM EM OPOSIÇAO DIMINUINDO
( A LEITURA DO WATtMETRO
. N
I
",
Aum entando
a corrente
A .
• a um e nta
" o -conjugado
f-~-~ T erm inai lô li ~.l dos
1 C' E nfl mesma lhrt."çào
Diminuindo {
a t r nsão
diminui
o cu n jugado
Do mesmo modo. se a corrente está adiantada sobre a tensão. a intt'nsi -
dade do campo do medidor e a corrente na bobina móvel não aumen-
ta m si multá neamente . Isto também resulta e m uma leitura mais baixa
no wattímetro . A potência rea I usada pelo circuito é menor do que a
potência aparent e.

3-76
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Capacitância
Quando a tensão entre os terminais de um circuito varia, o circuito se
opõe a esta variação . Esta oposição é chamada de "capacitáncia".
Como acontece com a indutância, a capacitância não pode ser vista.
mas o seu efeito está presente em qualquer circuito elétrico, quando
varia a tensão nesse circuito.

A C'apa cltanrla Op()e-sp a QualQu"r \".lf l.l <,I" d,\ I,' ,\ 1 I ' j '"

o~----------------~----

o~------------~
Como a tensão CC normalmente só varia quando é ligada ou desl
a capacitância só afeta os circuitos de CC nestes instantes . No entanto.
nos circuitos de CA a tensão está sempre variando, portanto o efeito
da capacitância é contínuo. A quantidade de capacitância presente em
um circuito depende da construção física do circuito e dos aparelhos
elétricos usados . A capacitância pode ser tão pequena, que o seu efeito
na tensão do circuito é desprezível.
Os aparelhos elétricos usados para introduzir capacitância em um cir-
cuito são chamados de "capacitores" . O simbolo usado para repre-
sentar um capacitor em um circuito está mostrado abaixo. "Conden-
sador" é um outro têrmo usado em vez de capacitor, sendo entretanto
êste último o mais indicado.

Símbolos para capacltores


-H-ou-lf-
3-77
A CAP ACIT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Capacitância (continuação)
A capacitância existe nos circuitos elétricos porque certas partes do
ci rcuito são capazes de armazenar cargas elétricas . Imagine duas placas
paralelas de metal, que não se tocam . V. já descobriu - quando tra-
balhava com eletricidade estática - que essas placas podem ser carre-
gadas positiva ou negativamente, conforme a carga para elas transfe-
rida . Para ser carregada negativamente, a placa recebe alguns elétrons
extra . Para ser carregada positivamente a placa se desfaz de alguns de
seus elétrons . Assim, as placas podem ter um excesso ou uma falta de
elétrons.
As placas podem ser carregadas independentemente, cada uma podendo
receber uma carga positiva, negativa ou nenhuma carga . Portanto,
ambas podem estar descarregadas, uma só placa pode estar carregada,
ambas podem ter o mesmo tipo de carga ou ambas podem ter cargas
opostas.

(±) e
®
(±)
e
8
@ e
® e
® 8
® 8
(±) 8
<±> e
® e
<±) e
Cf) e
@ e
Placa
Carregada
@ e Placa
Carregada
Positivamente (f) 8 Negativamente

3-78
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Capacitância (continuação)
Para carregar as placas é necessaria uma fôrça elétrica . Quanto maior
a carga que deve ser colocada em cada uma das placas. maior sera a
intensidade da fôrça elétrica necessaria . Por exemplo. para carregar
uma placa negativamente, V. deve forçar nela elétrons extra, prove-
nientes de uma fonte ' de cargas negativas. Os primeiros elétrons pas-
sam fàcilmente para a placa . mas uma vez la éles repelem os outros
elétrons que os seguem. Conforme aumenta o número de elétrons for-
çados para a placa, esta fôrça de repulsão também aumenta e, portanto,
uma fôrça maior é necessária para fazer com que mais elétrons passem
para a placa . Quando a fôrça negativa de repulsão iguala a fôrça de
carga, não há mais passagem de elétrons para a placa.

-e----~ -.-~~
A placa sem carga
oferece pequena oposição
ao movimento de elétrons
2

CARGA
EM VOLTS

0--------
A 'placa carregada
parcialmente atrasa
o movimento de elétrons

A placa carregada
completamente p~rallsa
o movimento de elétrons

3-79
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA

Capacitlncia (continuação)
Do mesmo modo, se os elétrons são retirados da placa pela atração de
uma carga positiva, a placa fica carregada positivamente. Os primeiros
elétrons saem muito fàcilmente . Quando um número maior de ele-
trons já deixou a placa, esta possui uma forte carga positiva . Esta
carga positiva atrai os elétrons e torna mais difícil extrai-los da placa.
Quando esta fôrça de atração positiva torna-se igual à fôrça de carga,
os elétrons não mais saem da placa.

A placa parcialmente
carregada opõe-se
ao movimento dos
elétrons

CAROA
EM VOLTS

A placa completamente
carregada paralisa o
movimento dos elétrons

3-80
A CAPACITÁNCIA NOS CIRCUITOS DE CA

Capacitância (eon tin uação)


A fim de ver como a capacitância afeta a tensão em um circuito, ima-
gine um circuito contendo um capacitor de duas placas, uma chave de
faca e uma pilha sêca, como está mostrado abaixo. Considerando que
as placas estão descarregadas e a chave aberta, não haverá corrente
e a tensão entre as duas"---..<"==

Quando a chave é fechada , a "'pilha fornece elétrons para a placa ligada


ao seu terminal negativo e retira elétrons da placa ligada ao seu ter-
minal positivo . A tensão entre as duas placas deveria ser igual à tensão
t!ntre os terminais da pilha, ou 1,5 V. No entanto, isto não ocorre ins-
tantâneamente porque, para que exi~ta uma tensão de 1,5 Ventre as
placas, uma delas deve receber elétrons em excesso para se carregar
negativamente, enquanto que a outra se deve desfazer de elétrons para
se carregar positivamente. Conforme os elétrons se acumulam na placa
ligada ao terminal negativo da pilha, cria-se uma carga negativa que
se opõe à vinda de mais elétrons para a placa . A medida que os elétrons
são retirados da placa ligada ao terminal positivo. cria-se uma carga
' positiva que se opõe à saída de outros elétrons daquela placa. Esta
ação das duas placas é chamada de "capacitância" e se opõe às varia-
ções de tensão (de zero a 1,5 volts) . Ela retarda a vaÍ"iação da tensão
por um tempo limitado mas não impede esta variação.

3-81
A CAPACIT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Capacitância (continuação)
Quando a chave é -aberta, as placas permanecem carregadas, porque
não há uma ligação entre as duas placas que permita a descarga. En-
quanto não houver uma ligação entre as placas, a tensão será man-
tida constante em 1,5 V. Se a chave é novamente fechada, não há
qualquer efeito no circuito, porquanto o capacitor já está carregado.

(l ESC( lAl\H.NT() l>~ : ( T


I'AHA I..IUANIX l () ('AI' \CITOH
~.STA CAHRHlA1>O

Interruptor
a carga perma nece
no capacitor

Portanto, quando é usada uma fonte de CC, a corrente atravessa o


circuito sómente durante um tempo necessário para carregar o capa-
citor . Quando a chave do circuito de CC é fechada , um amperímetro
ligado para 'indicar a corrente do circuito indicaria, no princípio, a
passagem de uma corrente de alta intensidade, porque as placas do
capacitor estão descarregadas . Daí por diante as placas começam a se
opôr às cargas adicionais, a corrente de carga vai diminuindo, até o
zero - no momento em que a carga nas placas igualar a tensão da
fonte de CC.
Esta corrente de carga de um capacitor só existe nos primeiros ins-
tantes depois do fechamento da chave . Depois dêste fluxo momentâneo
a corrente pára, porque as placas do capacitor são separadas por um
isolante que não permite a passaRem dos elétrons. Assim, os capaci-
tores não permitem a passagem de corrente CC, continuamente, em
um circuito.

3-82
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Capacitância (continuação)
Embora um capacitor bloqueie completamente a passagem de corrente
CC, êle afeta um circuito de CA de maneira diferente, permitindo a
passagem da corrente CA através do circuito , Para ver como isto se
dá, imagine o que acontece no circuito de CC quando se usa. uma
chave de duas posições ligada à pilha de tal maneira que a carga de
cada uma das placas é invertida quando a chave é ligada - primeiro
em uma posição e depois na outra,
Quando a chave é ligada pela primeira vez o capacitor se carrega,
A carga de cada placa tem a mesma polaridade do terminal da pilha
ao qual ela está ligada,
+ l'HA\' E FECHADA - () capantar carrpi(a

POSIÇOES

Quando a chave é desligada, o capaçitor conserva a carga de suas pla-


cas igual à tensão da pilha,
+-
CHAVE ABERTA U c apaCllor n: anlf'tll a ,' ar~a

3-83
A CAP ACIT ANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Capacitância (continuação)
Se a chave fôr novamente ligada para a sua posição inicial, não ha
mais passagem de corrente, porque o capacitor já está carregado com
aquela polaridade . No entanto, se a chave é ligada na direção oposta.
as ' placas do capacitor serão ligadas aos terminais da pilha de polari-
dades opostas às de suas cargas. A placa carregada positivamente é
ligada ao terminal negativo da pilha e receberá elétrons da mesma -
a princípio para neutralizar a sua carga original positiva e depois para
se carregar negativamente até que a carga do capacitor seja de mesma
pola ridade e de tensão igual à da pilha . A placa carregada negativa-
m ente fornece elétrons à pilha . porque ela deve receber uma carga
positi va igual àquela do terminal da pilha a que está ligada.
( 11 \ \'~. I 'I; \ ~ H 1 I I> fi. () , ; )I .:" d,' '<., ' , , l' ,

..
+

3-84
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Capacitância (continuação)
Se um amperímetro com o zero no centro da escala e que , portan to,
pode medir correntes nas duas direções, fôr ligado em série com uma
das placas do capacitor, ela indicará a passagem de uma corrente cada
vez que a placa é carregada . Na primeira vez que a chave é ligada o
medidor mostra uma corrente na direção da carga original. Ql,lando a
polaridade da pilha é invertida, êle mostra uma corrent e na direção
oposta, conforme a placa se descarrega e depois se carrega com a pola ri-
dade oposta . O medidor mostra, no entanto, que a corrente passa ape-
1a m e t' e e t tOO • • I .d d d •.I h . . l' d
COHR~ "'TE DE CARGA E DESCARGA DE UM
CAPACITOR <../liANOO SE INVERTE A TENSAO DA FONTE

ponha que V. troca a polaridade da pilha com velocidade sufic iente


para que ela seja invertida a cada instante em que as placas do capacito r
se carregam com uma polaridade . Agora o ponteiro do medidor se mo-
vimenta continuamente, mostrando primeiro uma corrente em uma
direção e depois na outra. Embora os elétrons não se movam através
do ar , de uma placa para outra , o medidor indica uma corrente pas-
sartQo continuament.e para as placas.

3-85
A CAPACITÂNCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Capacitância (continuação)

Se usarmos uma fonte de tensão CA em lugar da pilha sêca e da chave,


a polaridade da fonte é invertida automàticamente em cada semiciclo.
Se a freqüência da tensão CA é bastante baixa . o am~rímetro indicará.
a passagem da corrente nas duas direções. invertendo-~ em cada se-
miciclo. quando a polaridade CA é invertida .
Para uma freqüência padrão comercial de 60 ciclos . um amperímetro
com o zero no centro não indicará corrente. porque o seu ponteiro não
se pode mover bastante rápido para isso. Mesmo que pudesse. V. não
poderia ver o movimento. por causa de sua velocidade. No entanto. um
amperímetro CA. colocado no lugar do amperímetro de zero central.
indicaria uma passagem permanente da corrente. quando a fonte de
CA estiver ligada , mostrando que há uma corrente CA no medidor e
no circuito . Lembre-se de que esta corrente representa a carga e des-
carga contínua das placas do capacitor e quI' não há movimento real
de elétrons diretamente en tre as placas . Considera-se que os capaci-
tores permitem a passagem da corrente CA porque. na realidade. a cor-
rente passa constantemente em tooas as partes do circuito. exceto no
material isolante entre as placas do capacitor .

Cd1?1?lNll CAeht/UHt/~~
c orrente d l'

t
117 vo lts
l carga e
descarga

. 60 CA

A corre nte de carga e descarga


Causa um a de flexã o no am perímetro CA
1

3-86
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Unidades de Capacitância
A ação da capacitancia em um circuito é a de armazenar uma carga,
aumentando-a ou diminuindo-a conforme a tensão aumenta ou diminu i.
Todos os circuitos têm alguma quantidade de capacitância e essa quan-
tidade depende da habilidade do circuito em ·-armazenar cargas.
A unidade fundamental da capacitância é o farad . No entanto, a capa-
citância de um farad é uma unidade grande demais para ser usada nos
circuitos práticos . Por esta razão, as unidades usadas normalmente são
o micl'ofarad (igual a um milionésimo de um farad) e o micromlcro-
farad (igual a um milionésimo de um milionésimo de um farad) . Como as
fórmulas da eletricidade exigem que a capacitância seja expressa em
farads, é preciso que V. saiba transformar as unidades de capacitância.
Esta transformação é feita exatamente como o foi para a transformação
de unidades de tensão, corrente, ohms, etc . Para transformar para
unidades maiores, a vírgula decimal move-se para a esquerda; para
transformar para unidades menores, a vírgula decimal move-se para a .
direita. '
ti"&fí1&!4/fMH1I4f04tDMWIItR
MICROFARADS PARA FARADS
Mova a vírgula decimal 6 casas para a esquerda
120" F é o mesmo que 0,000 120 F
FARADS PARA MICROFARADS
Mova a vírgula decimal 6 casas para a direita
8 F é o mesmo que 8 000 000J,/ F
MICROMICROFARADS PARA FARADS
Mova a vírgula decimal 12 casa". para a esquerda .
1 5001'1'
F é o mesmo que 0,000 000 001 500 F
FARADS PARA MICROMICROFARADS
Mova a vírgula decimal 12 casas para a direita
2 F é o mesmo que 2 000 000 000 oooJlJl F
MICROMICROFARADS PARA MICROFARADS
Mova a vírgula decimal 6 casas para a esquerda
250JlJl F é o mesmo que 0,000 250 F
MICROFARADS PARA MICROMICROFARADS
Mova a vírgula decimal 6 casas para a direita
2/1 F é o mesmo que 2 000 OOOIlIlF
Nas fórmulas de eletricidade a letra C é usada para representar a capa-
c1tincia em farads . Os símbolos usados para capacitância são mos-
trados abaixo . f:stes símbolos são também usados para representar os
capacitores, tanto fixos como variáveis . A maior parte da capacitância
nos circuitos é devida aos capacitores.
5/I/t(JLtlS lJ[ CI/PAClrOl![t}

-lI- --11- --11-


Capacitores Fixos Capacitores Variáveis

3-87
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Corrente em um Circuito Capacitivo de CC
Nos circuitos que contêm sómente capacitância, tanto a carga como a
descarga dos capacitores ocorrem durante um período de tempo bas-
tante curto . Para observar a corrente no circuito durante a carga e
descarga do capacitar, V. deve ligar em série duas baterias de 45 volts,
para formar uma bateria de 90 volts. Depois disso ligue os terminais
da bateria a dois dos terminais do mesmo lado de uma chave de dois
pólos e duas posições . Conservando a chave aberta, ligue um miliam-
perímetro de 0-1 mA, com zero central, em série com um capacitor de
1 #F e com um resistor aos terminais da chave, como mostrado na
figura. Finalmente, ligue os outros dois terminais da chave em curto
com um pedaço de fio. A finalidade do resistor de 91 000 Q é a de li-
mitar os transientes de corrente, de valor alto, que podem danificar o
medidor . Quando os contatos móveis da chave são ligados para os ter-
minais em curto, V. poderá observar que não haverá passagem de cor-
rente, porque o capacitor está descarregado inicialmente . Quando a
chave é ligada para a posição corresponde aos terminais da bateria,
V. verá que o ponteiro do medidor registra uma corrente momentânea,
cainoo novament~ o
-----....-
tor fica

3-88
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Corrente em um Circuito Capacitivo de CC (con-
tinuação)
Se agora V. abrir a chave e ligá-la para os terminais em curto, o pon-
teiro do medidor indicará uma corrente momentânea passando na di-
reção oposta, acusando a descarga do capacitor.
Carregue novamente o capacitor, como anteriormente, e V. notará a
corrente instantânea . Se V. abrir a chave e depois voltar a ligá-la
para a posiçâo primitiva não haverá indicação de corrente, porque
o capacitor já eSLava carregado. Levando a chave para a posição dos
terminais em curto, uma corrent.e na direção oposta indicará a des-
carga do capacitor.

3-89
A CAPACITANClA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Corrente em um Circuito Capacitivo de CC (conti-
nuação)
Agora ligue a bateria em série com um capacitor e uma chave . Car-
regue o capacitor, fechando a chave . Abra a chave e ponha os terminais
do capacitor em curto circuito, por meio da lâmina de uma chave de
fenda . Tenha cuidado para segurar a chave de fenda apenas pelo cabo
isolado. Observe que a descarga do capacitor causa uma forte centelha.
Se V. descarregasse o capacitor tocando com as mãos os seus terminais,
receberia um choque elétrico que - embora não seja perigoso por si
mesmo - poderia causar um acidente sério, porque faria V. saltar.

t /~I

Cabo
bolado

Repetindo a carga e descarga do capacitor por diversas v&ea, V. pode


observar que a centelha resultante é sempre igual. Isto mostra que
a carga remanescente em um capacitor, depois que a tendo do circuito
é removida, é sempre máxima em um circuito de CC. CUIDADO: Nunca
descarregue um capacitor enquanto êle estiver ligado à. tensio do cir-
cuito, seja ela proveniente de uma bateria ou de uma linha de ten-
são CA.

3-90
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Demonstração - A Corrente em um Circuito Capacitivo de CA

Depois de desligar o circuito de CC. ligue o capacitor para mostrar que


a corrente CA passa permanentemente em um circuito capacitivo de
CA . Um lado da linha de alimentação é ligado a um dos terminais do
capacitor , através da chave e fusíveis . O outro lado da linha é ligado
ao outro terminal do capacitor. através de um miliamperímetro de O-50
mA CA . Quando o transformador é ligado na tomada de CA e a chave
fechada, V. poderá notar que o miliamperímetro indica uma passagem
contínua de corrente.

O miliamperímetro mostra que aproximadamente 22 mA de corrente


CA estão passando contin uam ente . Esta passagem contínua de cor-
rente é possível porque o capacitor está carregando e descarregando
continuamente, conforme a tensão CA inverte a sua polaridade. Depois
de abrir a chave, ponha os terminais do capacitor em curto circuito,
usando uma chave de fenda. V. verá que o capacitor conserva uma
carga quando a tensão é desligada. No entanto, aplicando e desligando
a tensão diversas vézes sucessivas e pondo o capacitor em curto depois
de cada vez que a tensão é desligada, V. observará que a centelha varia
em tamanho e intensidade . Isto acontece porque a quantidade de carga
remanecescente no capacitor. quando usado em circuito de CA, não é
sempre a mesma, porque a tensão pode ser desligada quando o capa-
citor se está descarregando, ou ainda com a carga incompleta.

OBSERVAGAO DA

. . . ATRAVÉS DO CAF~ACITOR

Para provar que os capacitores parecem


bloquear CC, mas permitem a passagem
de CA, construa o circuito mostrado à di- f
reita. Quando CC é aplicada, a lâmpada cc lâmpada
não acende e um voltímetro ligado em 60 W
depoi s
paralelo com a lâmpada acusará zero CA
volts. Se CA fôr aplicada, a lâmpada
acende e o voltímetro acusará uma ten-
são.
...
3-91
A CAPACITANCIA NOS CIRCUITOS DE CA
Revisão da Capacitâ ncia nos Circuitos de CA
V . a prendeu o que é a capacitância e viu como ela afeta o fluxo de
corrente nos circuitos elétricos . Agora está pronto para estudar melhor
a capacitância, para descobrir mais coisas sôbre ela e seus efeitos .
Antes, vamos recordar o que já foi aprendido.

:~ :f'L.----.-.-.----~~,
CAPACITANCIA - A proprie-
dade dos circuitos de se opo-
rem a qualquer variação na sua
tensão.

CARGA DO CAPACITaR - O
fluxo dos elétrons para dentro
de uma placa e para fora da
outra, resultando em uma car-
ga negativa em uma placa e

+------
-8
+
+

+
-----
-8
-
positiva na outra.

+
+

DESCARGA DO CAPACITOR
- Fluxo de elétrons da placa
carregada negativamente para
a placa carregada . positiva-
mente, eliminando as cárgas
nas placas. .

FARAD - Unidade funtlamen-


tcl.l da capacitância, usada nas
fórmulas da eletricidade.
1 UNIDADES PRATICAS DA
1 li F = t 000 000 F
CAPACITANCIA - Microfarad
(um milionésimo de um farad)
1 e· micromicrofarad (um milio-
= 1 000 000 000 000 F nésimo de um milionésimo de
um farad) .

3-92
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Capacitores
Os capacitores são constituídos, bàsicamente, por duas placas que p0-
dem ser carregadas - separadas por uma substância isolante, chamada
de "dielétrico". Conquanto os capacitores mais primitivos fÔ8Sem cons-
truídos com placas de metal sólido, os tipos novos usam fôlha de metal,
especialmente fôlha de alumínio, para as placas . As substâncias dielé-
tricas mais comumente usadas são o ar, a mica e encerado.

PLACA PLACA

condutor c
condutor

DIEl&TRICO

As placas são feitas de metal maciço ou fôlha de metal

Três fatôres básicos influem na capacitância de um capacitor - a área


das placas, a distância entre as placas (espessura do dielétrtco) e a
substância usada como dielétrico.

3-93
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA

Fatôres que Afetam a Capacitância


A área das placas é um fator muito importante na determinação da
capacitância, porque esta varia diretamente com a área das placas.
Uma área de placas grande permite mais espaço para os elétrons em
excesso do que uma área pequena . Do mesmo modo, uma maior área de
placas tem mais elétrons para libertar e pode armazenar uma maior
carga positiva do que uma pequena área de placas . Portanto, um au-
mento da área de placas aumenta a capacitância e uma redução na
área de placas diminui a capacitância.

PLACAS COM AREA MAIOR AUMENTAM A

3-94
CAPACITORES E REATANCIA CAP ACITIV A

Fatôres que Afetam a Capacitância (continuação)


O efeito mútuo de dois corpos com cargas elétricas depende da distân -
cia entre êles , Como a ação da capacitância depende das duas placas
e da diferença entre as suas cargas, a quantidade de capacitância varia
quando varia a distância entre as placas , A capacitância entre duas
placas aumenta quando as placas se aproximam e diminui quando as
placas se afastam , Isto acontece porque, quanto mais próximas esti-
verem as placas, maior será o efeito da carga de uma das placas na
carga da outra placa,
Quando aparece um excesso de elétrons em uma das placas de um ca-
pacitor, os elétrons da outra placa são expulsos, induzindo uma carga
positiva nesta última placa , Do mesmo modo, uma placa carregada
positivamente induz uma carga negativa na placa oposta , Quanto mais
próximas estiverem as placas, maior a fôrça entre elas, e esta fôrça
aumenta a capacitância do circuito,

AUM :: NTA!'<f)() A [\lSl ·,:-;(' 1 \ 1-:'''1 111 !,.~ f'1 A" '\ :~

A~MLCtátt~

A distância entre duas cargas


determina o seu efeito mútuo

3-15
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Fat6res que Afetam a Capacitância (continuação)

A MUDANÇA DO MATERIAL

MUDA A CAPACITANCIA

o material dielétrlco é o ar

o material dielétrlco é a mica

• 11 11" I
, IJ •1,' ILln <, 1 \
1\l ll1 , · n t. 1 , I ' .1
lllt' l d 1 1' u (\t "

Para as mesmas placas, separadas por uma dIstância fixa, a capaci.


tância varia se substâncias isolantes diferentes são usadas como dielé-
tricos. O efeito das substâncias diferentes é comparado ao do ar - isto
é, se o capacitor tem uma certa capacitância quando o di elétrico é o
ar, o emprêgo de uma outra substância qualquer multiplicará a capa-
citância por uma quantidade fixa, chamada de "constante dielétrica".
Por exemplo, alguns tipos de papel impregnado de óleo têm uma cons-
tante diel.étrica igual a 3 e, quando êste papel é colocado entre as placas,
a capacitância será três vêzes maior do que quando o ar é usado como
dielétrico. Substâncias diferentes têm constantes dielétricas diferentes
e portanto mudam a capacitância quando são colocadas entre as placas
para servir de dielétrico .

3-96
CAPAClTORES E REAT ANCIA CAPACITIVA .

Capacitores em Série e em Paralelo


Quando se ligam capacitores em série ou em paralelo, o etei.t o na capa-
citância total é o oposto àquele dos resistores ligados de maneira seme-
lhante.
A ligação em série de resistores aumenta a resistência total, porque
aumenta o percurso de resistências que a corrente deve atravessar.
No entanto, a ligação em série de capacitores diminui a capacitância
total, porque efetivamente foi aumentado o espaçamento entre as pla-
cas. Para calcular a capacitância total de capacitores ligados em série,
usa-se uma fórmula semelhante à fórmula para resistores em para-
lelo. -

:c
C1.L}A
AGE COMO
1 c,
} A+B
DIELOTRICOS
MAIS ESPESSOS
DIMINUEM
Fórmula de
Capacltànc1a
em série

~).B -~ CAPAC~TANCIA
C2 ~'A AREA DAS
I FLACAS MANTÉM-SE
CONSTANTE

cU ........-
1 C2 :AGE
COMO Ct
Area
adicional
MAIOR AREA
DE PLACAS
AUMENTA A

EV-r I DO DIELtl'RICO
CONTINUA A Fórmula da
CAPACITANCIA

MESMA Capacltàncla em Paralelo Ct=Cl+C2+ rA


v.J

Quando resistores são ligados em paralelo, a resistência total diminui,


porque aumenta a área através da qual a corrente passa . Exatamente
o inverso acontece com os capacitores ligados em paralelo. A capa-
citância total aumenta, porque aumenta a área de placas recebendo
cargas. A capacitância total para capacitares ligados em paralelo é
calculada pela soma dos valores dos diversos capacitares ligados em
paralelci.

3-97
CAPACITaRES E REATANCIA CAPACITIVA

Tipos de Capacitores
Em eletricidade e eletrônica são usados muitos tipos de capacitores.
A fim de que V. possa escolher o melhor tipo para um determinado ser-
viço, V. deve saber como êles são construídos e como funcionam. V. deve
também estar familiarizado com os símbolos usados para indicar certos
tipos especiais de capacitores . Os capacitores são, em gerai. classifi-
cados de acôrdo com a sua substância dielétrica.
o tipo mais fundamental de capacitor (que pode ser fixo ou variável)
é o capacitor de ar, construído com placas de metal, separadas por
espaços de ar . Um tipo semelhante é o capacitor de vácuo, que con-
siste de duas placas separadas por um espaço onde se faz o vácuo, que
é o dilétrico . Como as placas devem ficar relativamente distantes, para
evitar centelhas, a capacitância dos capacitores de ar e de vácuo é
entre 1 e 500 F.

\
\
,
\ _~~-<!J:

,,
\

,,
,
'\
\
~ ''1 e\'io
-J~t\'30

especial de ca~acitor e mica, que é variáv e com ma-


xi mo menor do que 500I'I'F, consiste de duas placas, tendo uma fôlha
de mica entre elas . Uma ajustagem com parafuso é usada para apro-
ximar ou afastar as placas, variando a capacitância do capacitor . Di-
versas camadas de placas e de mica são usadas para os capacitores
déste tipo e de maior valor. ~st e tipo de capacitor é algumas vêzes
c on~ t ruído no m esmo suporte que um capacitor variável de ar, de valor
grande , para ser usado em paralelo com o mesmo, fornecendo uma
ajustagem precisa da capacitància.

3-98
CAP ACITORES E REAT ANCIA CAP ACITIV A
Tipos de Capacitores (continuação)
Os capacitores fixos de mica consistem de placas de fôlha de metal
finas, separadas por uma fôlha de mica e moldadas em uma cobertura
de plástico . :tstes capacitores são fabricados com valores desde 10 fi F
até 0,01 p F. Diversos tipos de terminais são usados para ligar os capa-
citores de mica aos circuitos e êstes terminais são moldados no plás-
tico, com as placas e o dielétrico do capacitor . Esta moldagem na caixa
de plástico evita corrosão e avaria nas placas e dielétrico, além de
tornar o capacitor mais robusto , mecânicamente.

CIIPllc/rO~ES
DE N/tA

f''''~

~ ::.~~~
..,.. ,-a\.la entre as placas de um capacitor

é determinada pela espessura da substância di elétrica , que age como


um isolante entre as .placas . Capacitores que têm exatamente a mesma
capacitância podem ter tensões nominais diferentes, devido à diferença
na espessura do dielétrico . Se esta espessura é aumentada as plac~s
estarão mais separadas, reduzindo a capacitância, sendo portanto ne-
cessário aumentar a área das placas para contrabalançar a perda de
capacitância . Assim, capacitores de tensão nominal mais elevada são
maiores em tamanho físico, porque as placas são maiores e estão mais
distantes . Isto é verdadeiro para todos os tipos de capacitores, seja qual
fôr o dielétrico ·usado . Abaixo estão mostrados diversos capacitores
típicos de mica, todos com a mesma capacitância, porém com tensões
nominais diferentes .

r
:~

3-99
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Tipos de Capacitores (continuação)
Os capacitores de papel usam tiras de fôlha de metal como placas,
separadas por tiras de papel encerado . O valor dos capacitores de papel
varia entre 250~""F e 11"F, na maioria dos casos, embora . valores
maiores sejam fabricados para aplicações especiais. Como são neces-
sárias tiras muito longas de papel, para a obtenção de uma capaci-
tância de uso normal, as tiras de papel encerado e fôlha de metal são
enroladas na forma de um cartucho. j!gte cartucho, inclusive os ter-
minais ligados às placas, são selados em cêra, para evitar a umidade
e corrosão das placas. Diversos tipos diferentes de cobertura externa
são encontrados, sendo que o mais simples é um tubo de papelão.

Alguns tipos de capacitores de papel são encerrados em um tubo de


plástico muito duro. Os capacitores construídos desta maneira são
bastante robustos e podem ser usados entre limites de temperatura
muito mais extensos do que no caso do capacitor coberto com papelão,
porque a cêra usada nestes últimos derrete com as altas temperaturas
€ vaza através da extremidades aberta da cobertura de papelão.

CAPACITORES
MOLDADOS DE
PAPEL

3-100
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
.pos de Capacitores (continuação)
Os capacitores tipo "banheira" são capacitores de papel hermetica-
mente selados em um envólucro de metal. Algumas vêzes êste envó-
lucro é usado como um dos terminais. Quando isto não acontece, êle
age como blindagem, contra interferência elétrica , Freqüentemente,
um único terminal é usado como terminal comum para dIversos capa-
citores diferentes fechados em uma só "banheira",

capacitores usados nos sistemas de ignição de automóveis são capa-


citores de papel, encerrados em um envólucro de metal, :tste envólucro
serve tanto como blindagem como também para a ligação do terminal.
A caixa de metal é necessária porque os capacitores de automóveis de-
vem ser excepcionalmente robustos e capazes de suportar os efeitos de
choque mecânico e clima.
CAPACITORES DE PAPEL
COM

3-101
CAPACITaRES E REATANCIA CAPACITIVA

Tipos de Capacitares (continuação)


Os capacitares de papel usados para circuitos de alta tensão (600 volts
ou mais) são impregnados com óleo. O envólucro de metal é hermeti-
camente selado . Diversas formas de ligação dos terminais são usadas.

CAPACITORES DE PAPEL CHEIOS DE diE(} PARA ALTAS TENSõES

Um tipo de capacitares muito pequenos, recen tados, to


hxos como variáveis, usa um dielétrico de cerãmica e as placas de uma
película de prata nelas depositadas . Os capacitores de cerâmica são
geralmente fabricados com valores desde 1,uI"F até 0,011' F . ~Ies são
construídos com várias formas. mas as mais comuns são as do tipo de
disco e tubular . Os capacitores variáveis de cerâmica têm uma placa
fixa de película de prata e uma placa móvel, também recoberta com
prata . Embora os capacitares de cerâmica possuam um dielétrico capaz
de isolar altas tensões, acima de 2 000 volts, êles são de tamanho pe-
queno e ocupam pouco espaço . São usados em muitos circuitos espe-
ciais, para tensões de la 000 volts ou mais.
CAPACITORES D
CEI?AtfI/CA ,..---"""
Or======-
[ ~>---~-=-;fo===CJ-=====-
3-102
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Tipos de Capacitores
Para valores de capacitância maiores do que 11' F , o tamanho físico
dos capacitores de papel ou de mica torna-se excessivo . Capacitores ele-
trolíticos são usados para êstes valores de ca pacitância, desde 1 até
1 000)1 F. Ao contrário dos outros tipos de capacitores, os eletrolí-
ticos são polarizados e, se ligados com a polaridade errada, sofrerão
avaria e passarão a funcionar como um curto circuito . Um tipo espe-
cial de capacitor eletrolítico é fabricado para compensar a mudança
de polaridade e pode ser usado em CA.
Os capacitores eletrolíticos são fabricados em grande variedade de for-
mas e tamanhos físicos , usando envólucros de panelão ou de metal e
com diversos tipos de ligação dos terminais. Leml.Jre-se de que V. deve
ter sempre cuidado para ligar um capacitor eletrolítico em um circuito
de CC e com a polaridade correta, a menos que êle seja especialmente
fabri cado para funcionar em circuitos de CA, como os capacitores de
partida dos motores.
I
~- - --

3-103
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Código de Côres dos Capacitores
O valor da capacitância e a tensão nominal da maioria dos capacitores
são gravados no corpo dos mesmos, assim como a polaridade, no caso
dos elet rolíticos . A tensão nominal gravada no corpo do capacitor geral-
mente se refere à tensão máxima de CC que pode ser aplicada aos ter-
minais, sem o perigo de rutura do dielétrico . Muitos capacitores são
marcados com um código de côres semelhante ao usado para os resis-
tores . As côres e os números correspondentes são iguais para ambos 08
casos . Façamos uma recordação das côres e números usados.
iêÔDIGO DE CORES DE CAPACITXNCIAJ
C6r N.O Toler1ncia Tensão C6r N.o Tolerlncla Tendo
Nominal Nominal
Prêto - Violeta 7 7 700
Marron 1 00 Cinza a
Vermelho 2' 100 Branco 9
~ranJad(J 3' 100 Dourado - I
Amarelo Prateado -
Verde
Azul
"
5
S
"
5'
S'
00
500
eoo
Sem c6r -
_1"
Z"
Z
-
A ordem em. que estas -
côres sao
usadas pelos diferentes fabricantes
varia . O código mais simples usa três pintas de côres, que dão a capa-
'citância emJl/AF . As duas primeiras pintas representam 08 doia pri-
meiros números e a última pinta representa Q número de zeros que
seguem êstes números . Todos os valores do código de côres são em
,lII'F e devem ser transformados para" F, se desejado . Se não exis-
tem setas, o capacitor deve ser colocado em uma posição tal que a
marca de fabricação possa ser lida corretamente e as .três côres são
lidas da ESQUERDA para a DIREITA. Quando as pintas estio colo-
cadas em uma pequena seta, elas são lidas na direção mostrada pela
seta. Se as pintas são vermelha, verde e marron, a leitura na direção
correta indica uma capacitância de 250ppF ou 0,000251" F, como
está mostrado abaixo. Se a tolerância e a tensão nominal não estão
indicadas elas são consideradas respectivamente como ± 20 % e 5 000
I.CAP~ÇITOREB
.... ...
volts. COMÕ USAR o êóDroo DE CORES PARA}
MA~AQQ§ COM TRq ~~
Leia da ' esquerda para a direita Leia da direita para a esquerda

Marca ao
fabricante

Marron Verde Vermelho


Vermelho Verde Marron o 5 2
""--"' r
250 250
= 0,00025 = 0,00025

3-104
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIV A
Código de Côres dos Capacitores (continuação)
,
Os capacitores marcados com seis pintas coloridas têm indicadas a per-
centagem de precisão (tolerância) e a tensão nominal, além da capa-
citância. A série superior de pintas é lida da ESQUERDA para a DI-
REITA, e a' série inferior da DIREITA para a ESQUERDA. Neste tipo
de marcação, 3 algarismos são obtidos da série superior . Na série in-
ferior estão indicados, da DIREITA para a ESQUERDA, o número de
zeros, a percentagem de tolerância e a tensão nominal, nesta ordem.
__ USAR O CóDIGO DE CORES PARA
- CAPACITORES MARCADOS COM SEIS CORES

Algarismos Algarismos signlflcatlvos

~~,:a. ~~I~ a cf .21


='~===tMaõ do~brl'::;t,
_
r f?-J
Tolerância
Tensao nominal
<IIIt·:~;:-:·a·e·S:·~·:·~
-r;;;::;Jro de zeros
!
Tolerância
Tensão nominal
(Volts CC )
Número de zeros

(Volts CCI
Imagine que as seis pintas, lidas na ordem correta, são: marron, laran-
jado, verde, vermelho, prateado e azul. O capacitor então terá uma
capacitância de 13 500}4U' F, uma t"llerância de 10 % e uma tensão
nominal de 600 volts.
A marcação pelo código de côres não é usada sómente nos capacitor~.
de mica ou cerâmica, mas também nos capacitores tubulares de papel,
moldados. Nestes últimos a marcação é feita com faixas de côres, que
são lidas a partir da faixa mais próxima a uma das extremidades, para
o centro. As côres são lidas da mesma maneira que para o sistema de
seis pintas. As três primeiras faixas indicam os algarismos, a quarta
faixa indica o número de zeros, a quinta indica a tolerância e a sexta
faixa a tensão nominal.
MARCAÇAO EM FAIXAS NOS CAPACITORES MOLDADOS DE PAPEL

Vermelho Azul prêto Marron Azul Verde

~2VF = O.OO~
Azul Indica = 6% de tO:::ânc:~)
Verde indica = 500 volts de tensão CC nominal

3-105
CAPAClTORES E REATANCIA CAPACITIV A
Constante de Tempo Capacitiva
Quando uma tensão é aplicada aos terminais de um circuito que con-
tém capacitância, a tensão na capacitância não atinge instantânea-
mente o valor da tensão aplicada . V. já aprendeu que leva algum tempo
para que as placas de um capacitor sejam carregadas completamente
e que a tensão entre as placas cresce até atingir o valor da tensão apli-
cada, seguindo uma curva semelhante à curva da corrente em um cir-
cuito indutivo. Quanto maior fôr a resistência do circuito, maior será o
tempo n ecessário para que o capacitor apresente a tensão máxima, por-
que a resistência do circuito se opõe à passagem da corrente necessária
para carregar o capacitor.
O tempo necessário para que o capacitor se carregue completamente de-
pende do produto da capacitância e da resistência do circuito . ~te
pr6duto RC - resistência vêzes capacitância - é a "constante de tem-
po" do circuito capacitivo . A constante de tempo RC dá o tempo em
segundos necessário para que a tensão entre os terminais do capacitor
chegue a um valor iguala 63,2 % do valor máximo . ldênticamente, a
constante de tempo RC é igual ao tempo em segundos necessário para
que um capacitor em descarga perca 63.2 % da sua carga inicial.

T
3-106
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITlV A
Reatância Capacitiva
A reatância capacitiva é a oposição oferecida pela capacitância de um
circuito à passagem da corrente. Quando se usa uma fonte de CC, a
corrente só passa na carga e descarga do capacitor. Como não há
um fluxo contínuo de corrente CC em um circuito capacitivo, a rea-
tância capacitiva à CC é considerada infinit a . A CA varia continua-
mente em valor e polaridade, resultando em um fluxo permanente de
corrente no circuito e, portanto, em um valor finito da reatância capa-
citiva.
,
As correntes de carga e descarga de um capacitor começam com um
valor máximo e diminuem para zero, quando o capacitor é completa-
mente carregado ou descarregado . No caso de um capacitor em carga,
as placas sem carga oferecem, inicialmente, uma pequena oposição à
corrente . Quando as placas começam a se carregar, esta oposição au-
menta cada vez mais, reduzindo a intensidade da corrente . De modo
semelhante, a corrente de descarga é alta no princípio da descarga,
porque a tensão do capacitar carregado também é alta. Quando o ca-
pacitor começa a se descarregar, a sua tensão diminui , resultando em
uma redução da corrente . Como as correntes de carga e descarga são
máximas no princípio da carga e descarga do capacitor, a corrente
média é maior se a polaridade é invertida ràpidamente, conservando
o fluxo da corrente em intensidades altas.

3-107
CAPAcrroRES E REATANCIA CAPACITIVA
Reatância Capacitiva (continuação)
Para um dado valor da capacitância, a intensidade da corrente em um
circuito de CA depende da freqüência da tensão de CA. Quanto mais
alta a freqüência, maior será a corrente, porque a corrente de carga
em cada direção será invertida antes que tenha tempo para cair a uma
intensidade baixa . Se a tensão da fonte é de freqüência baixa, a corrente
terá o seu valor bastante diminuido antes da inversão de polaridade,
resultando em um baixo valor médio da intensidade da corrente.

Corrente média
3~.-.~ L_~~~~micic~
...." - - - A direção da
corrente é
2 invertida
Corrente normal
para tensão constante

-- --
",
/'
/' '"
Tensão da fonte

4
Tensão da fonte
Corrente média em um semiciclo

2
A direção da corrente
é invertida

.~~----------~------~~--------~-----------

3-108
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIV A
Reatância Capacitiva (continuação)
Comparando as curvas da corrente de carga para diversos valores da
capacitância, V. verá que, quanto maior a capacitância, maior será o
tempo em que a corrente permanece com um valor alto Assim, para uma
mesma freqüência , a corrente através de uma capacitância grande terá
valor médio maior do que para uma capacitância pequena . Isto só é ver-
dadeiro se as resistências dos circuitos forem iguais, porque a curva de
de uma capacitância depende da constante de tempo RC do cir-

Tensão
4 4

Corrente
3 3

Valor aa
corrente para
2 2 Tensão constante
Valor da
corrente para
Tensão constante

.~A- __A-__________________- -

Tempo Tempo

CAPACITANCIA
PEQUENA
I CAPACITANCIA GRANDE I
Corrente média alta
Reatância baixa
Corrente média baixa IQuan!:õ menor a capaclU.nclal
Alta reatâncla . m~or a corrente méªla _
O fluxo da corrente em um circuito capacitivo, desde que não haja
variação na resistência, aumenta tanto com o aumento da freqüência
como também com o aumento da capacitância . Portanto a reatância
capacitiva - a oposição que a capacitância oferece à corrente - dimi-
nui quando a freqüência ou a capacitância aumenta . A fórmula usada
1
para se obter a reatância capacitiva é Xc = ------o Nesta fórmula
2 1TfC
Xc é a reatância capacitiva, f é a freqüência em ciclos por segundo,
C é a capacitância em farads e 2 é uma constante (6,28) . Como Xc
representa a oposição ou resistência à passagem da corrente, ela é ex-
pressa em ohms.

3-109
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA

Reatância Capacitiva (continuação)

A relação de fases entre as ondas aa corrente e da tensão de um cir-


cuito capacitivo é exatamente a oposta à do circuito indutivo. Em um
circuito puramente indutivo a onda de corrente está 90 graus em atraso
sôbre a onda da tensão, enquanto que. em um circuito puramente capa-
ci tivo. a onda da corrente está 90 graus adiantada sôbre a onda da
tensão.
Em um circuito teórico. com capacitância pura e nenhuma resistência .
a tensão entre os terminais da capa ci tância só existe depois da pas-
sagem da corrente para carregar as placas. No momento em que a
capacitância começa a carregar. a intensidade da corrente é máxima.
enquanto que a tensão é zero . A medida que a capacitância se vai car-
regando a corrente diminu i e a t ensão aumenta . Quando a capaci-
tância está no máximo de carga. a COITf'nte é zero e a tensão é máxima.
Na descarga. a corrente parte de zero e cresce para um máximo na
direção oposta, enquanto que a tensão cai do máXimo para zero . Com-
parando as ondas da tensão e da corrente , V. pode ver que a onda da
corrente está 90 graus adiantada sôbre a tensão ou, em outros têrmos .
a tensão está atrasada de 90 graus sóbre a corrente.

Com uma capacitância pura


a corrente está adiantada

EN U,ff 1
90° sôbre a tensão

CA
1C//(CUIT()
tCAPACIf/VdT
- --
====

3-110
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Reatância Capacitiva (continuação)
A resistência afeta os circuitos capacitivos de maneira semelhante ao
que ela afeta os circuitos indutivos . Lembre-se de que, em um circuito
indutivo contendo indutância e resistência, a onda da corrente está
atrasada da tensão por um ângulo entre zero e 90 graus, dependendo
da razão entre a reatância indutiva e a resistência . Em um circuito
puramente capacitivo, a corrente estâ adiantada de 90 graus sôbre a
tensão . No entanto, quando o circuito contém capacitância e resis-
tência, êste adiantamento - o "ângulo de fase" - depende da razão
entre a reatância capacitiva e a resistência.
Se a reatância capacitiva e a resistência são iguais, terão igual efeito
no adiantamento, resultando em um "ângulo de fase" de 45 graus, cor-
rente adiantada . Como está mostrado abaixo, a onda de corrente,
então. está adiantada de 45 graus em relação à tensão. -

CA
9
Ca pac itâ n cia pura

Resis tên cia pu ra

A co rr ente est á ª" dia nt ad:\


90° em re lação a
Corren
em fa te
se e t,..:..
ensão
_ _ _....J._ _ _ _ _- ,

n
Y T
Capacitância e
resist ên cia
R

Xc

Cor rente adiant a da de


menos de 90°

3-111
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
A Potência em um Circuito Capacitivo
Como no circuito indutivo, também no circuito capacitivo a potência
real utilizada é- menor do que a potência aparente do circuito . Em um
circuito capacitivo a corrente está adiantada em relação à tensão.
A forma de onda da potência também é obtida pela multiplicação dos
valores correspondentes de tensão e corrente, para se obter os valores
Instantâneos da potência . A onda da potência de um circuito de CA
que consiste de capacitância pura está mostrada abaixo e, como a onda
de potência de um circuito puramente indutivo, seu eixo é o mesmo
que o das tensões e correntes, enquanto que sua freqüência é igual ao
dôbro daquela da corrente ou tensão . Neste circuito o ângulo de fase
ent re a onda de corrente e a onda de tensão é de 90 graus, e a potência
positiva é igual à potência negativa . A fórmula do fator de potência
para um circuito capacitivo é a mesma usada para o circuito indutivo.
Quando se adiciona resistência ao circuito capacitivo, o ângulo de fase
diminui, e a potência positiva torna-se maior do que a potência ne-
gativa . Como a tensão e a corrente estão defasadas, a potência em
watts não é igual à potência aparente ~ o fator de potência está com-
en tre zero e 100

EM UM CIRCUITO QUE CONTÉM

Angulo de
fase 90°
adiantado

- - Potência Real - Eixo da potênCia


P . R.
F .P. =- - = 70 % ( 450 1
P. A.

3-112
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Demonstração - Constante de Tempo RC
Em um circuito RC, a corrente de carga do capacitor é limitada pela
resistência e a tensão entre os terminais do capacitor cresce lentamente,
com uma velocidade determinada pela constante de tempo RC. Se um
voltímetro é usado para medir a tensão entre os terminais do capacitor
e mostrar o crescimento da tensão, enquanto o capacitor se carrega, as
placas do capacitor estarão ligadas através da resistência interna do
voltímetro . Isto impede que o capacitor chegue à carga máxima e,
como o medidor fecha o circuito através do capacitor, êle não indicará
a subida da tensão no capacitor.
UM VOLTíMETRO LIGADO EM PARALELO COM
UM CAPACITOR AGE COMO UM

Para mostrar como a tensão cresce em um capacitor, nós precisamos de


um aparelho que indique tensão, porém sem ligar as placas do capa-
citor juntas . Uma lâmpada neon pode ser usada para esta finalidade,
porque ela é um circuito aberto atê que a tensão entre os seus terminais
atinja um valor predeterminado. A lâmpada não mede tensão com pre-
cisão, nem mostra, na realidade, o crescimento da tensão durante a
carga do capacitar. No entanto, quando está ligada em paralelo .com
um capacitar em carga, ela mostra que o crescimento da tensão é re-
tardado, porque não se acende imediatamente após a aplicação da ten-
são no circuito. Ela só se acende depois que a tensão entre as placas
do capacitor atinge a tensão de disparo da lâmpada.
UMA LAMPADA NEON É UM CIRCUITO ABERTO
ATE QUE SUA TENSÃO DE IGNIÇAO SEJA ATINGIDA

3 - 1t3
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Demonstração - Constante de Tempo RC (continuação)
Para mostrar como uma lâmpada neon pode ser usada para indicar o
retardamento do crescimento da tensão de um capacitor, V. deve ligar
um capacitor de 1~ F em série com um resistor de 2 MQ . Um suporte
de lâmpada neon é ligado em paralelo com o capacitor e uma lâmpada
neon colocada no suporte, completando o circuito . O outro lado do re-
sistor é ligado ao terminal negativo de uma bateria de 90 volts - duas
baterias de 45 volts ligadas em série.
Quando V. fechar o interruptor poderá notar que a lâmpada neon acen-
de depois de um pequeno retardamento, indicando que a tensão nos
terminais do capacitor atingiu a tensão de disparo da lâmpada. Note
que a lâmpada neon continua a emitir clarões a intervalos de cêrca de
um segundo. Cada vez que o capacitor se carrega até uma tensão igual
à tensão de disparo da lâmpada, ela se acende, estabelecendo um cami-
nho para a corrente entre as placas do capacitor e destruindo a carga
que se acumulara nas placas. Quando o capacitor se descarrega atra-
vés da ,lâmpada acesa, sua tensão cai para um valor muito pequeno
para que a lâmpada se acenda . Ela pára de conduzir e torna-se nova-
mente um circuito aberto . Agora o capacitor começa a carregar de novo.
V. pode notar que a lâmpada se acende repetidamente, porque cada
vez que a tensão no capacitar atinge a tensão de disparo da lâmpada,
esta se acende, descarregando o capacitor.

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3-114
CAPAClTORES E REATANCIA CAPACITIVA
Demonstração - Constante de Tempo RC (continuação)
Para demonstrar o efeito da resistência no tempo necessário para a
carga do capacitor, outros resistores são ligados em série com o resistor
de 2 MQ. Note que, quando a resistência é dobrada, o tempo necessário
para a carga do capacitor também é dobrado. ._
V. já sabe que a constante de tempo RC dá o tempo em segundos neces-
sário para que a tensão do capacito r em carga atinja 63,2 % da ten-
são aplicada ao circuito . A tensão de disparo da lâmpada neon é de
65 a 70 volts, ou seja, cêrca de 75 % da tensão total da bateria usada.
No entanto, há uma diferença entre a constante de tempo calculada e
a constante de tempo observada . Se a resistência do circuito é de- 4
MQ, de acôrdo com a constante de tempo calculada a lâmpada neon
deveria emitir clarões 15 vêzes por minuto (4 M Q X 1 I'F = 4 seg).
Na realidade, V. notará cêrca de 30 clarões por minuto . A razão disto
é que a lâmpada não se acende a exatamente 63 ,2% da carga, porque
o capacitor 1ião se descarrega completamente cada, vez que a lâmpada
acende. Usando diversos valores de resistência, compare o tempo ne-
cessário para que a lâmpada acenda, com a constante de tempo cal-
culada para o circuito.

Capacito r
l!JF

Resistor
2 M O

l'~1A VARIAC:\ l ) NA HE\lSTí-.l'WIA CAl!SA l'~A VARI \l"AO NA (,()NSTA~TI,


I)~. TEMPO

Capacltor
11-' F

Reslstores
~ de
2 M Cl

3-115
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Demonstração - Constante de Tempo RC (continuação)
Depois disto retire todos os resistores, exceto o resistir de 2 M O e use
diversos valores de capaeitância . Observe que as mudanças no valor
da capacitância têm o mesmo efeito na constante de tempo do circuito,
que as mudanças na resistência. Quando são usados valores pequenos
de capacitância a constante de tempo é menor e os clarões se sucedem
tão ràpidamente que a luz parece ser fixa.

Capac1tor
O.5}J F

Res1stor
2M n

U~lA VARIACAO NA CAPAlTI :\NeIA CAI SA VARI \ÇAO NA CON'iTANTE


DE TE:\lPO RC

Res1stor
2? F

Capac1tor
2M .n

3-116
CAPAClTORES E REATANCIA CAP ACITIVA

Demonstração - Constante de Tempo RC


Demonstremos agora o fluxo da corrente na carga de um capacitor.
Um miliamperimetro de 0-1 mA, com zero central, um resistor de
200 000 n e um capacitor de 4/,# F são ligados em série, no circuito
mostrado abaixo.
No momento em que o interruptor é fechado, V. notará que o medidor
indica uma corrente de alta intensidade e, conforme o capacitor se
carrega, esta leitura diminui até o zero. Observe que depois da cor-
rente chegar a zero (indicando uma carga completa nas placas do capa-
citor) , a abertura e fechamento do interruptor não causam fluxo algum
de corrente. V. deve agora abrir o interruptor e descarregar o capacitor,
pondo os terminais em curto circuito com a chave de fenda. Agora,
quando o interruptor é fechado novamente o medirior indicará uma
corrente de carga. ~
\

Capacitor
4}-' F

Resistor
200000 Ohms
MU1amperímetro
o -1 mA
zero central

Pela substituição de capacitores com valores diversos, V. pode verificar


que a corrente dura mais quando capacitores de valores mais elevados
estão em carga . Observe que, para pequenos valores de capacitância,
o tempo necessário para a carga é tão pequeno que é difícil fazer a
leitura da corrente no medidor.

3-117
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Demonstração - Reatância Capacitiva
V. já aprendeu que a corrente CA pode percorrer um circuito capacitivo
e que a oposição à corrente neste circuito depende da capacitância,
desde que a freqüência fique constante . Usando como fonte de tensão
os 117 V CA da linha, através de um transformador abaixador (obtendo
uma tensão constante de 60 volts com uma freqüência de 60 ciclos),
ligue o miliamperímetro de O-50 mA CA em série com capacitores de
l}l F e 0,5,u F ligados em paralelo. Quando o transformador é ligado
e o interruptor fechado , V. verá que o miliamperímetro de CA indicará
uma corrente.
Para mostrar o efeito da variação do valor da capacitância na oposição
oferecida à passagem da corrente CA, substitua a capacitância de
1,5}1F, primeiro pelo capacitor de 1l'F e depois pelo de 0,5I'F . Note
que cada vez que o capacitor é trocado o interruptor deve ser aberto
e o capacitor descarregado com a chave de fenda. V. observará que o
aumento do valor da capacitância aumenta a intensidade da corrente,
mostrando que a oposição, ou reatância capacitiva, diminu i quando a
capacitância aumenta.

3-118
CAPACITORES E REATANCIA CAPACITIVA
Revisão de Capacitores e Reatância Capacitiva
V. vai rever alguns dos fatos que aprendeu sôbre os capacitores, rea-
tância capacitiva e constante de tempo RC.

PLACAS DOS CAPACITORES - Placas


metálicas ou metalizadas que podem ser
carregadas.

DIELÉTRICO - Substância isolante en-


tre as placas de um capacitor.

FATORES DA CAPACITÁNCiA - Area


das placas, distância entre as placas e
substância dielétrica determinam a ca-
pacitância.

.....---
TzRC
------:.;;- CONSTANTE DE TEMPO CAPACITIVA
- O produto RC , que dá o tempo em se-
gundos necessário para que uma capa-
Of---+------ citância atinja 63,2% da carga total.
Tempo

REATANCIA CAPACITIVA - A ação da


capacitância de se opôr à passagem da
corrente CA e de causar um adiantamento
da corrente sôbre a tensão.

3-119
tNDlCE DO VOLUME 3
(NOTA: Um fndice cumulativo abraneendo os
cinco volumes desta série constará do Volume S)

Aparente, pot!ncia, 3-74 Pormas de onda, 3-" a 3-6


CA, c:içlol de. 3-7 Preq~ncia, 3-13
CA. medidores de, 3-22 a 3-30 Gerador elementar, 3-8 a 3-12
CA. transmisslo de energia de, 3-1,3-2 Indutância, fatÔres que afetam a, 3-S0,
'-SI
Capacitância, fatÔres que afetem a, 3-94 a nos circuitos de CC, 3-+C a 3.....
3-96 sfmbolos da, 3-"9
unidades da, 3-S2
DOS circuitos de CA, 3-77 a 3-86
sfmbolos da, 3-87 Indutiva, reatAncia, 3-61 a 3-64
unidades da, 3-87
Mbimo, valor - da onda senoidal, 3-14
Capacitiva, reatância, 3-107 a 3-111
Medidores de CA, 3-22 a 3-30
Capacitores, 3-93 com retificador, 3-23 a 3-26
em série e em paralelo, 3-97 de ferro móvel, 3-27
tipos de, 3-98 a 3-103 de par-termoel~trico, 3-21
eletrodinamômetrQ, 3-29
CC e CA, fluxo da corrente, 3-3 t~rmicos, 3-21

Ciclo, 3-7 M~io, valor - da onda senoidal. 3-15


Constante de tempo, capacitiva, 3-106 Mútua, induçlo, 3-S3
Indutiva, 3-S8 a 3-60
Pico-a-pico. valor de - da onda senoidal,
Côres, código de - dos C&1Iacitores, 3-104, 3-14
3-IOS
Pot~ncia, fator de, 3-3S
Demonstração Voltímetro de CA, 3-19 nos circuitos indutivos, 3-76

Constante de tempo RC, 3-113 a 3-117 Potência nos circuitos de CA, 3-33 a 3-31
nos circuitos capacitivos, 3-112
Corrente em um Circuito Capacitivo nos circuitos indutivos, 3-72 a 3-76
de CA, 3-91
Real, pot~ncia, 3-74 a 3-76
Corrente em um Circuito Capacitivo
de CC, 3-88 a 3-90 RMS, valor - da onda senoidal, 3-16, 3-17
Corrente nos Circuitos Indutivos, 3-68 Resistência nos circuitos de CA, 3-31 a 3-"2
a 3-70
Retificadores para medidores de CA. 3-24,
Efeito do material do núcleo na in- 3-2S
dutância, 3-6S
Revisão de Medidores de CA. 3-30
Potência em circuitos resistivos de CA. Correntes alternadas, 3-30
3-39 a 3-"1
Capacitância nos circuitos de CA, 3-92
Produção de P .E . M. induzida, 3-66,
3-67 Capacitância e reat1ncia capac:itiva,
3-119
Reatância Capacitiva, 3-118
Indutância nos circuitos de CA. 3-71
Valor Efetivo da Tensão de CA, 3-20
Resist~ncia nos ci~"Uitos de CA, 3-"2
Efetivo. valor - da onda senoidal, 3-16,
3-17 Transformadores, 3-18, 3-S4 a 3-S6
Faraday. lei de, 3-S7 Wattfmetroa, 3-36 a 3-31

3-121

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