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CORÇÃO, Gustavo

*jornalista.
 

Gustavo Corção Braga nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 17 de
dezembro de 1896, filho de Francisco Braga, contador, e de Graciete Corção Braga,
professora.

Fez os estudos primários em escola pública e cursou o secundário no Colégio Pedro


II, ingressando em seguida na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Nessa ocasião iniciou
suas atividades docentes, lecionando diversas matérias nos cursos primário e secundário
do Colégio Corção, de propriedade de sua mãe. Interessado na leitura de O Capital, de Karl
Marx, na língua original, ainda estudante aprendeu alemão com Evandro Pequeno, com
quem manteve longas discussões sobre o marxismo, tornando-se simpático a esta
concepção econômico-filosófica e aproximando-se de inúmeros militantes comunistas.

Em 1920, quando cursava o último ano de engenharia, abandonou os estudos para


trabalhar numa firma de levantamentos topográficos, de propriedade de um irmão.
Permaneceu nessa empresa até 1922, tendo viajado seguidamente pelo interior do país,
sobretudo para Mato Grosso. Logo depois começou a trabalhar como técnico em
eletricidade industrial, realizando projetos em Barra do Piraí (RJ) e em Cachoeiro do
Itapemirim (ES).

Em 1925 foi convidado por Manuel Amoroso Costa para assumir o cargo de
assistente da cadeira de astronomia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, iniciando
então sua carreira de professor universitário. Paralelamente às atividades que desenvolvia
no campo educacional, manteve-se vinculado à área técnica, trabalhando a partir de 1926
numa empresa de radiotelegrafia e telefonia, a Radiobrás, onde permaneceria até 1937.
Em 1928, viajou à Europa, graças a um programa de intercâmbio técnico de
telecomunicações. Em 1935 tornou-se professor de eletrônica na Escola Técnica do
Exército, atual Instituto Militar de Engenharia (IME), e começou a trabalhar no setor de
telecomunicações da Rádio Cinefon Brasileira, ampliando assim sua atuação profissional.

 
Líder católico
A morte de sua mulher, Diva Paiva, em 1936, desencadeou uma grave crise
existencial, deixando-o suscetível às influências do catolicismo. Decidido a encontrar uma
nova diretriz para sua vida, aprofundou-se na leitura das obras dos pensadores católicos
Gilbert Chesterton e Jacques Maritain, aproximando-se gradativamente da religião.
Converteu-se definitivamente em 1939, quando, por intermédio de Carlos Chagas Filho,
veio a conhecer Alceu Amoroso Lima, na época presidente do Centro Dom Vital,
associação civil para o estudo, a discussão e o apostolado, vinculada à Igreja. Sob a
influência desse líder católico, passou a estudar a filosofia tomista, sendo depois
encaminhado para o Mosteiro de São Bento, onde fez estudos de teologia e tornou-se
oblato.

A conversão ao catolicismo despertou sua vocação literária, levando-o, ainda em


1939, a colaborar na revista A Ordem, uma publicação do Centro Dom Vital. Seu primeiro
artigo constitui uma crítica à literatura infantil de José Bento Monteiro Lobato, de acordo
com a orientação adotada na época pela Igreja. Em 1944 lançou seu primeiro livro
intitulado A descoberta do outro, uma narrativa da experiência de sua conversão.
Reconhecido como escritor de qualidade, nesse mesmo ano tornou-se colaborador do
Diário de Notícias.

Com a desagregação do Estado Novo no início de 1945 e o fim da Segunda Guerra


Mundial em meados do ano, engajou-se na Campanha de Resistência Democrática,
movimento inspirado na recente vitória das forças aliadas sobre o nazi-fascismo, que
propunha a derrubada da ditadura de Getúlio Vargas, instaurada no Brasil em 1937. Ainda
em 1945, lançou seu segundo livro, Três alqueires e uma vaca, consagrando-se então
como escritor. Paralelamente à sua produção literária, permaneceu ligado ao magistério,
mantendo os antigos empregos e passando a lecionar eletrônica aplicada às
telecomunicações em cursos internos promovidos pela Companhia Telefônica Brasileira
(CTB).

Durante esse período, desenvolveu estreita amizade com Carlos Lacerda, tornando-
se um dos responsáveis, juntamente com Alceu Amoroso Lima, por sua conversão ao
catolicismo. Em 1949, a convite de Lacerda, tornou-se colaborador no jornal carioca
Tribuna da Imprensa, destacando-se como grande polemista. Em 1950, lançou o romance
Lições de abismo, premiado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência
e Cultura (UNESCO) em 1955 e traduzido para vários idiomas. Em 1951, tornou-se
professor de eletrônica aplicada às telecomunicações na Faculdade Nacional de
Engenharia da Universidade do Brasil.

Ainda em 1951, com a ida de Alceu Amoroso Lima para Washington, assumiu a
liderança do Centro Dom Vital, passando a imprimir à instituição uma orientação
profundamente conservadora. Após o regresso de Alceu em 1953, as divergências entre
ambos deflagraram uma aguda crise interna no centro. Reconhecido como jornalista por
sua atuação ao longo desse período, em 1954 Corção foi convidado para colaborar em O
Estado de S. Paulo, em 1956 no Correio do Povo, de Porto Alegre, e em 1960 na Gazeta do
Povo, de Curitiba, e em A Tarde, de Salvador.

As modificações sofridas pela Igreja católica no início da década de 1960,


resultantes das novas orientações introduzidas pelo papado de João XXIII e pelo Concílio
Vaticano II, inaugurado em novembro de 1962, acirraram a crise instalada havia já dez
anos no Centro Dom Vital. Mantendo uma ferrenha convicção na imutabilidade da Igreja e
negando-se a acatar as diretrizes renovadoras, em 1963 Corção afastou-se da instituição,
seguido por cerca de duzentos associados.

Por outro lado, a conjuntura interna brasileira durante o governo de João Goulart,
impelindo o clero a uma participação mais ativa em relação aos problemas sociais do país
e mobilizando setores católicos expressivos a se engajarem em movimentos considerados
esquerdistas, levou-o a radicalizar suas posições e a denunciar o que considerava a
infiltração comunista na Igreja. Tornou-se, a partir de então, um apóstolo do
tradicionalismo e um crítico ferrenho do socialismo, do liberalismo e das mudanças do seu
tempo. Com essa perspectiva, apoiou o movimento político-militar de 31 de março de
1964, que depôs o presidente João Goulart, e que, no seu entender, “possibilitou, com um
mínimo de choques, libertarmo-nos da sarna esquerdista que já estava no poder e já
iniciara o assassinato de um grande povo”.

Em 1966, abandonou a carreira docente, aposentando-se no IME, na Escola


Nacional de Engenharia e na CTB. Em 1967, após 23 anos, encerrou suas atividades como
colaborador do Diário de Notícias, tornando-se membro do Conselho Federal de Cultura,
órgão do Ministério da Educação e Cultura. Em 1968 dedicou maior atenção ao jornalismo,
passando a colaborar no jornal O Globo, no Rio, e em publicações dadas à Sociedade
Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), como a revista carioca
Permanência e a paulista Hora Presente.

Em 1973 lançou o livro O século do nada, premiado no ano seguinte pelo Instituto
Nacional do Livro (INL). Começando a perder a visão, passou por essa época a escrever
exclusivamente sobre assuntos relacionados à Igreja, deixando de lado as atividades
literárias.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 6 de julho de 1978.

Deixou dois filhos do primeiro casamento e quatro filhos do segundo, contraído com
Hebe Nathanson Ferreira da Silva.

Além de uma grande produção jornalística e das obras já citadas, publicou


Fronteiras da técnica (1951), Dez anos (1956), Claro escuro (1958), Desconcerto do
mundo (1964) e Conversa em sol menor (memórias recolhidas).

Marieta de Morais Ferreira

FONTES: COELHO, I. Dic.; CONF. NAC. COMÉRCIO. 20; CORRESP. CONF. NAC. COMÉRCIO;
Encic. Mirador; CURRIC. BIOG.; Grande encic. Delta; Grande encic. portuguesa; Jornal do
Brasil (2/7/77; 7, 12 e 20/7/78; 12/7/79; 8 e 9/11 e 2/12/80); MENESES, R. Dic.; Ordem
(7/12/45); Veja (12/7/78).

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