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Universidade Federal Fluminense

Seminário em História Poder e Política VII – Tema Monográfico (História


de Moçambique)
Professora: Cristiane Nascimento 05/12/2014
Aluno: Daniel Nery de Carvalho

“Fronteiras de Sangue”
-
Análise do Documentário Sobre as Tensões na África Austral
Esse trabalho tem como objetivo analisar o documentário do cineasta
brasileiro Mário Borgneth, que se preocupa em expor os conflitos ocorridos na
África Austral a partir da década de 1970. O ponto inicial se dá com o processo
moçambicano de independência, o confronto entre os revolucionários e o
exército colonial português.

Os revoltosos da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique)


contam com o apoio da população colonizada para engrossar suas fileiras e
fornecer apoio logístico, essa parceria acontece por conta da identificação da
população cívil com a causa revolucionária. O oposto acontece com as forças
portuguesas, que perdem apoio civíl (em Portugal) e precisam atuar em frentes
de combate nas suas diferentes colônias africanas. Acontece que depois de mais
de dez anos de combate em territórios coloniais, os desgastes causados pelo
longo período de guerra, somado a queda do “Estado Novo” português
(derrubado pela revolução dos cravos), necessita-se de uma nova política
colonial portuguesa, que possibilita o diálogo com as colônias africanas.

Manifestantes favoráveis a FRELIMO desfilando em Maputo.


Com a independência declarada, forças contrárias a descolonização
compostas por opositores ao regime marxista proposto pela FRELIMO (soldados
portuguêses, parte da elite colonial e forças paramilitares), se movimentaram
para criar uma oposição que tinha como objetivo impedir a a tomada de poder
pela FRELIMO. Essas forças reacionárias se moveram para a Rodésia e se
uniram as elites rodesianas que se opunham a ideologia Moçambicana.

Moçambique se localizava em um ponto estratégico na África Austral,


porque fazia fronteira com países sem acesso ao mar e era vital para a economia
destes, que matinham parcerias comerciais com o objetivo de utilizar o mar
moçambicano para escolar sua produção. Segundo Christian Geffray, a África
do Sul não se encaixa nesse grupo, por possuir uma economia
consideravelmente mais forte do que a moçambicana e por ser um país costeiro.
As divergências com a África do Sul se devam no campo ideológico, o estado de
igualdade racial adotado pela FRELIMO ia contra o sistema de Apartheid vigente
no grande vizinho do sul.

África Austral

A situação da Rodésia era oposta, o comprimento das sanções impostas


pela ONU, por conta de um regime de segregação racial simiar ao Sul Africano,
pelo governo de Moçambique, não manteve os acordos que davam acesso ao
mar conferidos pelo governo Português deposto. Assim as elites rodesianas se
sentiram diretamente afetadas pela chegada da FRELIMO ao poder.

“o conjunto dessa população imigrada era muito heterogéneo, mas partilhava o mesmo
ódio intenso contra o ‘comunismo’. Por último, sublinhe-se sobretudo que o Governo dos colonos devia
fazer face ao aumento das incursões armadas dos combatentes nacionalistas da ZANU (Atualmente no
poder), que dispunha de uma série de bases no território do Moçambique independente.... No imaginários
dos meios de extrema-direita internacionais, a Rodésia era considerada nessa altura como um dos postos
avançados da ‘defesa do Ocidente’ face ao ‘perígo comunista’”

(Geffray, p 11)

Assim os dissidentes de moçambique se uniram a oposição rodesiana e


fundaram o MNR (Mozambique National Resistence), um grupo paramilitar com
o apoio do governo da Rodésia, da África do Sul e de outros países da direita
ocidental. Seu modo de atuação se dava por ataques ao território moçambicano
e tinha como objetivo a desestabilização do cenário político de Moçambique. Ken
Flower, então diretor de inteligencia do governo rodesiano, em depoimento ao
documentário explicita o apoio a essa organização que futuramente vai se
chamar RENAMO e acrescenta que a função do movimento para o governo da
Rodésia é a coleta de informações do governo Moçambicano. Sua atuação como
intérpretes e espiões do exército rodesiano, que para o ocidente representava a
defesa da liberdade na luta contra o comunismo da FRELIMO, foi essencial para
execução de uma série de ataques rodesianos a infraestrutura de Moçambique,
com o objetivo de desestabilizar e prejudicar o projeto da FRELIMO. Ken flower
ainda afirma que com a implementação do novo regime na Rodésia (agora
Zimbábue), foram dadas três opções ao MNR, “Voltar para o mato”,
desmembramento da organização e consequentemente a destruição de todas
as provas de sua existência pelo governo rodesiano e o pedido de apoio à África
do Sul para assumir a coordenação e apoio ao movimento. Como se sabe, os
integrantes do MNR vieram a escolher a tutela do estado Sul Áfricano, para onde
migraram e começaram a atuar de forma parecida a anterior com governo da
Rodésia.
Propaganda lançada de avião em Moçambique pela RENAMO

Um ponto chave defendido pelo documentário é a influência que a


independência de Moçambique teve nos outros países da África Austral, quatro
meses depois da tomada de poder pela FRELIMO, a Angola se declarava
independente. Pouco depois, em 1979, o ZANU (Zimbabwe African National
Union) conseguiu chegar ao poder na Rodésia e a maioria negra foi posta no
comando na nação. Em determinado momento, um representante do govero da
Zâmbia afirma que o apoio logístico (treinamento, territorial, ideológico) de
Moçambique foi fundamental para a luta do país pela libertação. A independência
moçambicana foi o embrião que fomentou o surgimento de novas repúblicas na
África Austral, livres do colonialismo e opositoras ao regime de Apartheid vigente
na África do Sul. Alem do apoio direto que A FRELIMO pode dar aos outros
países da África Austral que compartilhavam seus objetivos de luta, seus ideais
contagiaram as diversas lutas pela independência colonial e igualdade racial, o
fato de Moçambique ter passado a ser governada por negros, representantes da
maioria oprimida do país, é um fator fundamental pela luta desses povos por
condições similares. Posteriormente, pode-se analisar inclusive a influência dos
ideais moçambicanos na prória África do Sul, onde a população negra oprimida
pela minoria branca acirrou as tensões em Pretória e pôs em crise o sitema de
apartheid.
A África do Sul representava a oposição a todas essas idéias de liberdade
e igualdade da população negra, por isso sua posição de principal adversário
das repúblicas negras vizinhas teve tanta força. O isolamento que este país
passou a experimentar foi contrabalanceado pelo apoio do ocidente em suas
políticas de intervenção nos outros territórios da África Austral, a disputa para
impedir que outros países se tornassem opositores, como a Namíbia, se revelou
uma forma de não se deixar encurralar por países contrários a sua ideologia de
apartheid. Sua atuação nos países visinhos tinha com o objetivo desestabilizar
essas novas repúblicas e atenuar as crises internas, que posteriormente
levariam ao fim do sistema de exclusão da população negra no país.

Bibliografia:

GEFFRAY, Christian, A causa das armas – Antropologia da Guerra Contemporânea em


Moçambique, 1991

FRONTEIRAS DE SANGUE, Mário Borgneth, Brasil

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