Sunteți pe pagina 1din 6

O governo, assim como a liberdade possuem um caráter benéfico, mas ao concedermos

a liberdade, uma dádiva da humanidade, àqueles incapazes de com ela lidarem


estaríamos a remover um louco da coerção protetora e da total obscuridade de sua cela e
colocando-o em uma liberdade lesiva, tanto à ele quanto a outros. Esse é o
revolucionário francês pós 1789: um animal selvagem, um louco liberto cujo instinto o
dominará de maneira a tornar tanto a sua vida quanto a de outros um inferno terreno.
Antes de concedermos liberdade ao homem devemos inquirir sobre como essa
concessão de liberdade se harmonizará com o governo, o poder restritivo, a moralidade,
a religião, a paz e a ordem.

“O efeito da liberdade é de permitir aos indivíduos fazerem aquilo que lhes agrada:
vejamos, pois, o que lhes será agradável fazer antes de nos arriscarmos a cumprimentos
que muito cedo, talvez, devam ser convertidos em pêsames. A prudência nos ditaria tal
conduta no caso de indivíduos separados e isolados; mas quando os homens agem em
corpo, a liberdade é poder.” (BURKE, 2016, p.30).

Assim, as maiorias detêm o poder quando se encontram em liberdade. Antes de


promovermos ideais de liberdade, devemos saber o que o homem fará com ela, mas
mais do que isso, quem é o homem e o que lhe motiva a ser quem é. Não podemos
facultar liberdade a homens inaptos de com ela interagirem, homens que prestariam um
papel irresponsável quando envoltos sob os seus contornos coloridos e permissíveis.

A revolução francesa representa a soltura das rédeas da imoralidade e da irreligião. Fora


facultado a incapazes o culto de seus próprios ídolos, um prejuízo inestimável ao todo
em razão de serem ineptos de os escolherem com efetividade. A maior de todas as
pragas assolara a França: a liberdade. A liberdade, para aqueles aptos de com ela
lidarem, é uma bênção, enquanto que para os incapazes trata-se de uma maldição, trata-
se de uma ferramenta para a escravidão deles mesmos. Os inábeis serão servos de sua
própria dependência e limitação. Não há nada mais hediondo do que uma anarquia de
homens vis.

“O governo é uma invenção da sabedoria humana para satisfazer às necessidades


humanas. Os homens têm direito a que se procure satisfazer essas necessidades por essa
sabedoria. Entre elas, deve-se contar a necessidade de que se exerça, na sociedade civil,
um suficiente constrangimento às suas paixões. A sociedade requer não apenas que as
paixões dos indivíduos sejam sujeitadas, mas também que, mesmo na massa e no corpo,
bem como nos indivíduos, as inclinações humanas sejam frequentemente obstadas, suas
vontades controladas e suas paixões dominadas.” (BURKE, 2016, p.80).

“Os homens não têm nenhuma direito ao que não é razoável e ao que não é para o seu
benefício.” (BURKE, 2016, p.82). Assim, não cabe ao indivíduo estipular seu próprio
conceito de felicidade, estando dependente daquele proposto pelo Estado como sendo
mais benéfico e razoável.

Ao esperar que uma concepção moral ou religiosa obste o homem de agir viciosamente
está-se propondo amplo otimismo. As melhores políticas se encontram na doutrina do
pessimismo, afinal, reconhece-se a complexidade e amplitude da temática, o que
estagna qualquer possibilidade de algo ser deturpado por forças que ainda não são
reconhecidas como presentes. Ao propor um modelo de Estado, diversos fatores como a
natureza humana, a motivação pra a ação, os efeitos das relações entre os cidadãos e o
poder das circunstâncias são variáveis densas e de difícil elucidação. Desta maneira,
através de uma doutrina conservadora e pessimista, podemos pressupor pelo pior, o que
fomentará melhores resultados, afinal, o ponto de partida é o de desconfiar do indivíduo
isolado e de sua habilidade de agir sozinho.

“Para que amemos nosso país, o mesmo deve ser digno de nosso amor.” (BURKE,
2016, p.97). TEXTO 2.

“Os reis serão tiranos pela política quando os súditos forem rebeldes por princípio.”
(BURKE, 2016, p.97). Assim, cidadãos que não seguem as expectativas que o Estado
elenca como válidas tendem a forçar a mão dos grupos detentores do poder político, ou
seja, homens inferiores clamam, mesmo que indiretamente, por Estados abrangentes e
invasivos.

“Tememos colocar os homens para viver e negociar cada qual com o seu estoque
particular de razão, pois suspeitamos que o fundo de cada homem é pequeno, e que os
indivíduos fariam melhor aproveitando-se do capital do banco geral das nações e dos
séculos.” (BURKE, 2016, p.106).
Assim, não se mostra viável demandar erudição de homens irracionais, mas pelo
contrário, se faz imperioso que o homem não questione, e se abrace de olhos vendados a
tudo aquilo que já foi consolidado e aprovado pelo tempo. É o pessimismo quanto à
natureza do homem que move esse ponto de vista, afinal, não apraz o todo arriscar e
conceder liberdade, o que, possivelmente trará alguma desventura em relação aos
resultados.

A religião é a maior fonte de bem-estar e a base da sociedade. O homem é naturalmente


um animal religioso. Desta maneira, Estado e Igreja devem se encontrar
inexoravelmente atrelados, mas respeitando as fronteiras um do outro como instituições
autônomas e providas cada uma de jurisdição própria.

Uma democracia pressupõe otimismo, o que a torna inviável. Propor que as maiorias
podem governar é vergonhoso. O poder de escolher o representante é desprendido de
qualquer castigo, ou seja, em uma democracia é concedido ao homem a faculdade de
buscar informação, refletir e canalizar suas ideias através de um voto, mas o que
também é facultado ao homem é estagnar e nada realizar. Esse é o grande perigo da
democracia: otimismo quanto ao que o homem fará com a sua liberdade política.
Conceder ao homem o poder de eleger o poder político dominante é reconhecê-lo apto
de fazer juízo de valor político. Uma concepção pessimista vedaria qualquer hipótese de
democracia em razão de reconhecer que um homem que não sabe ser livre não deve ser
posto em liberdade.

A democracia é a morte do Estado, dado que um Estado é representado por ideias


permanentes, e não passageiras como um sistema democrático sugere. A sociedade civil
é um contrato, e não uma instituição criada temporariamente para a satisfação de
interesses individuais. Com a democracia, o pensamento tradicional, que avança
lentamente e de maneira segura é posto em risco pelas divergências, incertezas e
mudanças constantes que se dão na casta detentora do poder. O trono daqueles que
detêm o poder dominante não pode ser alterado frequentemente, mas pelo contrário, a
instituição estatal corre grave risco de ser desmantelada quando o modo contínuo de
governo é constantemente interrompido por mudanças ideológicas do poder dominante.
A democracia é uma ferramenta utilizada para uma constante mudança nos princípios
que norteiam o Estado e, em decorrência, no próprio Estado. Os modismos de momento
tendem a ditar como será o Estado, enquanto que as raízes que prendem o homem ao
passado são queimadas.

O Estado é aquela instituição que dá razão de viver ao homem. Sozinho, o indivíduo é


miserável e incompleto, enquanto que quando for parte de um Estado é digno e
importante. Viver para si através de um individualismo egoísta é desperdiçar uma
existência, enquanto que a vida para o coletivo é uma vida nobre. A singularidade está
para o vício assim como a coletividade está para a virtude. O todo é anterior e superior
às partes. A contribuição para com o bem comum fomentada pela coerção do Estado é
superior àquela promovida por indivíduos isolados, afinal, indivíduos pecam em
motivação para agir virtuosamente; daí da necessidade de normas objetivas estipuladas
pelo Estado e normas subjetivas propostas pela religião.

“[...] numa democracia a maioria dos cidadãos é capaz de exercer sobre a minoria a
mais cruel das opressões sempre que prevaleçam, o que é frequente nesse tipo de
organização política, grandes divisões. [...] essa opressão exercida sobre a minoria se
estenderá sobre um número maior de indivíduos e será exercida com uma fúria muito
maior do que [...] se pode esperar da dominação de um único cetro. Os indivíduos que
sofrem desse tipo de perseguição popular encontram-se em uma situação muito mais
deplorável do que em nenhuma outra. Pois aqueles que sofrem sob um príncipe cruel
têm o bálsamo da compaixão humana para aplacar o ardor de suas feridas e o aplauso do
público para animar a generosa constância com que suportam os sofrimentos, enquanto
aqueles que são submetidos à injustiça das multidões estão privados de toda consolação
externa. Parecem desertados pela humanidade, esmagados por uma conspiração de toda
a sua espécie.” (BURKE, 2016, p.143).

“Devo tolerar as imperfeições enquanto elas não degeneram em crimes. É certo que a
progressão natural das paixões, da fragilidade ao vício, deve ser prevenida com olhos
vigilantes e mãos firmes.” (BURKES, 2016, p.160). Assim, toda ação que, segundo a
concepção do Estado for perpetrada pelo indivíduo e em detrimento do próprio
indivíduo deverá ser punida. Não cabe ao indivíduo lesar a si mesmo, afinal, o homem
não pertence a si mesmo, mas ao todo. Uma mão não é dona de si mesma, mas pertence
ao organismo da qual faz parte. Este é o homem: o membro de um Estado, afinal, nós
somos o Estado.

“A superstição é a religião das mentes fracas, razão pela qual deve ser tolerada em uma
certa proporção [...] sob pena de privar os espíritos débeis de um recurso que se
reconhece como necessário aos mais vigorosos.” (BURKE, 2016, p.173).

“O governo é o ponto de referência dos diversos membros e distritos de nossa


representação. É o centro de nossa unidade. Esse governo de referência é o curador do
todo, e não das partes.” (BURKE, 2016, p.199).

“O que todos esperamos de uma eleição? Para que ela responda a seus verdadeiros fins,
é preciso que os eleitores possuam os meios necessários para conhecer as aptidões do
seu escolhido e disponham de algum controle sobre ele por obrigação ou dependência
pessoal. Para que fim são esses eleitores primários homenageados ou satirizados, com
uma eleição? Eles jamais poderão conhecer as qualidades de quem irá servi-los e esses
nunca terão obrigações para com eles. [...] Em caso de abuso, esse corpo de eleitores
primários jamais poderá exigir que o seu representante preste contas de sua conduta de
representação.” (BURKE, 2016, p.200).

“A responsabilidade previne os crimes e torna perigosos os atentados contra as leis.”


(BURKE, 2016, p.2013). TCC responsabilidade do representante

“A receita do Estado é o próprio Estado.” (BURKE, 2016, p.235).

“Mas o que é a liberdade sem a sabedoria e a virtude? É o maior de todos os males


possíveis, pois é apenas estupidez, vício e loucura sem proteção ou freio. Os que sabem
o que é a liberdade virtuosa não podem suportar vê-la desonrada por mentes incapazes
em virtude das palavras altissonantes que lhes saem da boca. [...] Constituir um governo
não requer demasiada prudência. Estabeleça a sede do poder, ensine a obediência, e o
trabalho estará pronto. Dar liberdade é ainda mais fácil. Não é necessário guiar; e requer
apenas que se solte a rédea. Mas constituir um governo livre, ou seja, harmonizar
elementos opostos como a liberdade e a restrição numa obra consistente, é algo que
exige muito estudo, profunda reflexão, e uma mente sagaz, poderosa e flexível.”
(BURKE, 2016, p.252).

Em uma democracia, pressupõem-se interesse geral em participar na escolha dos


representantes, trata-se de um pressuposto otimista, enquanto que uma perspectiva
pessimista contempla o homem em abstrato, possuidor de diversas motivações que o
levam a outras praias, distantes do interesse politico. A democracia se dá por uma
constante briga pelo poder que visa determinar a medida de restrição e liberdade que
será outorgada sobre os súditos. O governo muda constantemente, incapaz de manter-se
em uma trajetória fixa, oscilando entre detentores de poder diferentes.

A revolução francesa é representada pela vitória dos doentes sobre a casta dominante, a
vitória dos lunáticos sobre aqueles que detinham as chaves do hospício.

BURKE, Edmund. Reflexões sobre a revolução na França. São Paulo: Edipro, 2016.

S-ar putea să vă placă și