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No passado, fora mais ambicioso. Quando jovem, publicara vários livros de poesia,
escrevera peças teatrais, ensaios de crítica e trabalhara em algumas traduções
extensas. Porém, de maneira um tanto repentina, desistira de tudo isso. Uma parte
dele havia morrido, explicava aos amigos, e não queria que ela voltasse para
assombrar sua vida. Foi nessa altura que adotou o nome de ________. Já não existia
mais para ninguém senão para si mesmo.
Nada mais foi dito. Nada... Tudo que se sabe foi visto ou contado por terceiros. Nada
mais saiu de sua boca, pois as coisas apodrecem e morrem. Conta-se por aí um
monte de histórias e...
***
Um dia o caderno dos sonhos foi encontrado. Páginas e mais páginas em branco, mas
entre elas estavam alguns sonhos. A análise destes não ajudou muito, mas isso
também será exposto aqui.
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Antes de dormir, ou durante minhas acordadas, pensei meio inconsciente sobre uma
coisa que um amigo falou a respeito do aumento dos aluguéis. "Vocês cogitam se
mudar?" E o que pensei foi que se eles se murarem eu volto para minha cidade.
Não é uma vontade real agora que estou acordado.
Tenho muita dificuldade de saber o que quero.
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É tudo mentira.
Estão nos enganando.
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Tudo se repete
Tudo
se
repete
Tudo se repete
Tudo
Condição essencial
Ele/a (Sujeito)
Não é como dizer não. É mais como dizer queria, mas não vai acontecer. E sempre a
dúvida do que poderia ter sido e tende a não ser. Empurro a pedra até onde consigo e
aquela "força maior" (que não assumo como verdade) me faz soltá-la. Entro numas de
acreditar que não existe isso de "força maior", "mão de deus", "castigo divino". Sísifo
não aguenta a pedra porque ela é pesada, e pronto. Não chega a ser uma questão de
treino ou condicionamento.
A pedra é mais pesada do que essa possibilidade.
Ele carrega a pedra com as mãos, empurra o fardo morro acima. Sente o suor, suas
bolhas, seu fôlego... Sente o peso, sua idade, consciente mais do que nunca de si
mesmo e do tempo de sua vida. A pedra, que parece nessa situação animada, exerce
resistência e o empurra para baixo, luta contra ele enquanto os músculos de suas
pernas se tencionam. Às vezes ele apoia a pedra com as costas e respira um pouco
tomando fôlego para continuar.
Quanto mais alto ele chega, mais a pedra parece pesada e seu corpo frágil para
realizar a tarefa. Até que não vê saída senão soltá-la.
Se
Objeto indireto, voz passiva, condição, hipótese, dúvida, reciprocidade.
A pedra
A pedra s
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Começa a gritar
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Penso às vezes que nunca sairei daqui. E isso escrito, então parece-me a eternidade.
...
Encontrar a personalidade na perda dela - a mesma fé abona esse sentido de destino.
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(Aquela coisa que o Pessoa falou sobre não ter como resolver os problemas por não ser
possível conhecê-los completamente)
A vida transtorna
Em qualquer lugar
Andar já é o suficiente para estar em outro lugar, escolher um caminho é assumir uma
estratégia.
E assim se tem uma visão do futuro, mesmo que vaga.
Eu fico olhando para esses papeis o dia inteiro. Gasto mais tempo fazendo isso do que lendo.
Não fico olhando os papeis necessariamente com a intenção de fazer alguma coisa com eles,
apenas fico olhando, olhando... Como quem olha uma pintura. Aí me passa pela cabeça que de
tanto olha-los vou inserindo camadas de compreensão, mas não acredito nisso de verdade, é
apenas uma besteira que me passa pela cabeça.
Preguiça? Mas o que poderia fazer ali? Pego um pequeno pedaço de papel e escrevo uma
frase, então prendo isso numa tela vazia, de lona crua, que está pendurada na parede. Prendo
o pedaço de papel na tela e faço isso com alfinetes, como o quadro de cortiça, como um mural.
Eu faço isso pra ficar olhando pra frase, pra olhar para o papel e para a tela.
A noite avança e desligo a luz do teto mantendo acesa apenas a luminária que uso para ler.
Eu não...
Ela.