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CURSO DE PSICOLOGIA
SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA – SPA CABO FRIO
CURSO DE PSICOLOGIA
ESTÁGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO II
Prof.ª JULIANA LOPES FERNANDES
RELATÓRIO SEMESTRAL DO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO
POR
WELLINGTON SIQUEIRA DE ALMEIDA
Cabo Frio
2016/1
WELLINGTON SIQUEIRA DE ALMEIDA
20122100410
Trabalho apresentado
ao curso de Psicologia, do
Instituto de Ciências da Saúde da
Universidade Veiga de Almeida,
em cumprimento as exigências
do estágio supervisionado
Cabo Frio
2016/1
Sumário
Introdução ............................................................................................................... 4
O neuropsicólogo .................................................................................................. 12
Conclusão ............................................................................................................. 22
Anexos .................................................................................................................. 25
Introdução
Então surge Galeno (129-200 a. C.) o maior dos primeiros anatomistas trazendo a
última contribuição para a Idade Antiga, ele acreditava que o cérebro seria a sede da
sensação, do movimento e do intelecto, segundo Kristensen (2001), Galeno dizia que a
sensação é a mudança qualitativa de um órgão sensitivo e a percepção, enquanto ação do
cérebro, era a consciência dessa mudança.
Galeno pensava que a massa cerebral viria a ser a responsável pelas atividades
relacionadas a mente, ou seja, os processos mentais superiores, sendo o conjunto de
movimentos que envolvem as ações dos indivíduos, estariam envolvidos diretamente com
os tecidos cerebral dos ventrículos.
Mais tarde surge René Descartes (1596-1650) um filósofo francês anatomista, com
a idéia de que alma e corpo eram diferentes substâncias acreditando que a alma seria uma
substância consciente do pensamento, e o corpo uma máquina orgânica, ou seja, o cérebro
seria o responsável pelo corpo mecânico, e a alma pelas atividades mentais, apesar de
questionada por cientistas e médicos da época sua teoria assim como suas idéias se
tornaram crença na época, principalmente pelos pensadores europeus.
No começo do século XIX Franz Joseph Gall (1758–1828) vem a ser um precursor
da neuropsicologia ao afirmar que as faculdades mentais estavam localizadas nas
proeminências do crânio em áreas cerebrais, e por acreditar nessa idéia ele criou uma
espécie de protocolo para apalpar o crânio de muitos indivíduos para estabelecer relações
entre as protuberâncias craniais e certas características da personalidade (Lambert e
Kinsley, 2006). Mas outra idéia também se presente naquele momento o cientista Marie
Jean Pierre Flourens (1794-1867) usou técnicas experimentais e a partir dessas
desenvolveu uma teoria a qual viria afirmar que todas as partes do córtex contribuíam
igualmente para todas as capacidades mentais, um conceito o qual ficou conhecido como
equipotencialidade (Gazzaninga, 2005). Porém Gall tinha um defensor de suas idéias
chamado Jean Baptiste Bouilland (1796-1881) que através de estudos anatômicos
mostrou que as funções cerebrais estavam localizadas em diferentes áreas do cérebro.
O marco inicial da neuropsicologia se deu em 1861 quando o jovem anatomista
francês Paul Broca (1824-1880) aluno de Bouilland mostrou a relação entre o lobo frontal
esquerdo e linguagem, segundo Kristensen (2001), suas conclusões foram baseadas em
avaliações clinicas e estudos anatômicos e, em particular, no estudo de dois pacientes e
suas posteriores autópsias, em 1865 Broca associou o hemisfério esquerdo com a
produção da fala, ao afirmar “nós falamos com o hemisfério esquerdo”.
Em 1874 o neurologista e psiquiatra alemão Carl Wernicke (1848-1905), publicou
escritos a respeito de que o giro temporal esquerdo seria o responsável pela compreensão
da linguagem, valorizando a idéia de relação entre fibras neurais e áreas cerebrais, chegou
ainda a dizer que encontrou o “centro de entendimento da fala”.
Já no século XX Osler usa pela primeira vez o termo neuropsicologia em uma
exposição em um hospital, desde então autores como Lashley (1938), Maclean (1952),
Teuber (1955), Weiskrantz (1968) e Shallice (1979) contribuíram muito para o
desenvolvimento da neuropsicologia no século XX, mas Alexander Romanovich Luria
(1902-1977) seria o principal fundador da neuropsicologia contemporânea, eles
acreditavam em um desenvolvimento da psicologia que fosse coerente com a
neurociências mas que de certa forma não dependesse delas integralmente, o que fez
Luria vir a ter um papel importante no desenvolvimento da psicologia histórica cultural,
segundo Mograbi (2014), Luria tinha uma perspectiva privilegiada sobre a relação entre
biologia e cultura pelo fato de acreditar que o desenvolvimento e funcionamento do
cérebro se davam a partir de complexas interações entre fatores biológicos e sociais.
Os estudos de Luria foram se tornando sólidos a partir de um método experimental
com um contexto clínico na Segunda Guerra Mundial ao realizar um trabalho de
reabilitação em pacientes com lesões cerebrais, ampliando assim o seu conhecimento em
relação ao cérebro e aos processos psicológicos, de acordo com Kristensen (2001), Luria
trouxe inovações ao exame clínico com técnicas aparentemente simples as quais seriam
orientadas pela visão das funções corticais superiores, sendo então o modelo teórico
proposto por Luria para dirigir o trabalho neuropsicológico, e foi durante a guerra ou
melhor após a guerra que de fato a neuropsicologia se tornou uma ciência, ciência que
teria como objetivo investigar o papel dos sistemas cerebrais individuais na complexidade
da atividade mental, ou seja, conhecer a relação entre comportamento, cognição, sistema
nervoso sendo essa relação normal ou patológica, sendo assim podemos afirmar que o
desejo de Luria estaria realizado, uma vez que ele mesmo disse: “Eu queria uma
psicologia que se aplicasse ás pessoas de fato, na sua vida real, e não uma abstração
intelectual no laboratório” Luria (1992).
Uma das ideias as quais foram fundamentais na abordagem de Luria seria o fato de
os vínculos funcionais entre regiões cerebrais são construídos historicamente, além de é
claro o conceito das três unidades funcionais a qual Luria chegou a afirmar que se faz
necessária a participação dessas unidades para qualquer tipo de atividade mental: uma
unidade de sono e vigília, uma de processamento sensorial e armazenamento de
informação e uma de regulação e monitoramento das atividades, as quais abaixo serão
explicadas de maneira mais detalhada.
A neuropsicologia foi se solidificando cada vez mais, pelo fato das pesquisas
relacionadas aos conceitos psicológicos serem somadas a ciência, o que vem ocorreu
durante todo o século XX, na década de 80 segundo Gazzaninga (2005), os psicólogos
cognitivos juntaram forças com os neurocientistas, os cientistas da computação e os
filósofos para desenvolver uma visão integrada da mente e cérebro. Já a década 90 o
principal avanço no campo neuropsicológico se deu devido ao fato da evolução dos
exames de imagem como a Tomografia Computadorizada (TC), Ressonância Magnética
(RM), Eletroencefalograma (EEG) as quais contribuíram muito para o diagnóstico mais
preciso das lesões cerebrais fizeram com que a neuropsicologia correlacionasse os
exames de imagem com os estudos de funções corticais, e de acordo com
Gazzaninga(2005), se firma a crença de que o cérebro possibilita a mente e permite
atividades cognitivas como o pensamento, a linguagem e a memória.
A neuropsicologia nos dias atuais
Nos tempos atuais com avanço da tecnologia a neuropsicologia vem a ser uma
área de estudo multidisciplinar com o intuito de investigar as funções cerebrais superiores,
a partir do comportamento cognitivo, sensorial, motor, emocional e social, sendo de
fundamental importância para complementar o diagnóstico diferencial, uma vez que o
objetivo dessa ciência é estudar a correlação entre as disfunções cerebrais e a expressão
comportamental, pois entende o cérebro como um todo no qual as áreas são
interdependentes e inter-relacionadas funcionando como se fosse uma orquestra, a qual
depende da integração de seus componentes para realizar um concerto, seu processo
inicial se dá com a avaliação neuropsicológica, que visa auxiliar o planejamento em
relação ao tratamento e acompanhamento da evolução de quadros que já estão em
tratamento os quais podem ser medicamentosos, cirúrgicos e de reabilitação.
Avaliação neuropsicológica
O Neuropsicólogo