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AULA 5
CONVERSA INICIAL
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países a presença de “instrumentos institucionais”, sobretudo a ação do Estado
e a existência de bancos de investimento projetados para financiar as
necessidades de investimento de longo-prazo, como é o caso da infraestrutura,
foram fundamentais. Um sistema financeiro profundamente conectado à
indústria produzia a sinergia necessária e garantia um mecanismo de
financiamento de um desenvolvimento que, estando em atraso em relação a
seus competidores, exigia investimentos pesados e em larga escala
(Gerschenkron, 2015).
Na explicação construída por Gerschenkron, o atraso funciona como
elemento catalisador do surto industrializante, pois ele geraria internamente uma
situação de tensão que se desdobra em “descontinuidade” (teoria do desafio e
resposta). Nessa parte da aula serão apresentados alguns casos estudados pelo
autor e algumas de suas conclusões.
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TEMA 3 – CAPITALISMO EM MOVIMENTO
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mercado observadas na realidade histórica raramente obedecem a uma receita
teórica previamente concebida. São, ao contrário, guiadas por certo
pragmatismo político e interesses econômicos, nacionais, de classe etc.
Aqui buscaremos construir uma reflexão que nos permite separar os
esquemas teóricos das estratégias políticas concretas, o que nos permite uma
visão crítica dos conteúdos e uma visão histórica dos processos. Espera-se que
o aluno adquira condições de discernir as ideias teóricas dos usos políticos que
se fazem delas.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
Esta aula visa permitir que o aluno seja capaz de fazer um grande balanço
das principais visões de Economia Política apresentadas até aqui. De um lado
temos uma visão que atribui à sociedade, entendida com características de
mercado (como a inovação e a competição), o lado virtuoso dos processos de
desenvolvimento. Essa visão vê com desconfiança a excessiva ação do Estado.
Se buscarmos desatar os fios dessas análises, eles nos conduzirão aos
pressupostos básicos do liberalismo clássico.
De outro lado, as análises que se pretendem mais realistas dos processos
de desenvolvimento tendem a enfatizar alguns elementos já observados lá atrás
pelos antigos mercantilistas, como a questão da disputa no sistema
internacional, o papel das moedas (e da hierarquia entre as moedas), os
problemas dos desequilíbrios externos, o papel dos Estados e do poder político.
Também a contribuição do marxismo parece fundamental, para extrair
algumas noções básicas sobre a lógica de reprodução do capitalismo, que se
financeiriza e concentra ganhos em determinados setores – ou classe, se
quisermos –, impondo um processo de “socialização dos prejuízos”, muitas
vezes chancelado pelo próprio Estado.
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REFERÊNCIAS