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série MATERIAIS
Este texto resulta inicialmente do trabalho de aplicação realizado pelos alunos da disciplina de Materiais de Construção
I do curso de Engenharia Civil, sendo baseado no esforço daqueles que frequentaram a disciplina no ano lectivo de
1999/2000, vindo a ser anualmente melhorado e actualizado pelos cursos seguintes.
No final do processo de pesquisa e compilação, o presente documento acaba por ser, genericamente, o repositório da
Monografia do Eng.º Adelma Silva que, partindo do trabalho acima identificado, o reviu totalmente, reorganizando,
contraindo e aumentando em função dos muitos acertos que o mesmo carecia.
Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à especificidade dos cursos da
UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e alargar-se ao que se pensa omitido.
Esta sebenta insere-se num conjunto que perfaz o total do programa da disciplina, existindo uma por cada um dos temas
base do mesmo, ou seja:
I. Metais
II. Pedras naturais
III. Ligantes
IV. Argamassas
V. Betões
VI. Aglomerados
VII. Produtos cerâmicos
VIII. Madeiras
IX. Derivados de Madeira
X. Vidros
XI. Plásticos
XII. Tintas, Vernizes e Ceras
XIII. Colas e mastiques
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a existência de erros e
imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os contributos técnicos que possam ser
endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.
Aborda-se o tema, Tintas e Vernizes, o qual assume um papel importante, e marca em geral, o
fim de uma obra, que por vezes é executada rapidamente em detrimento da sua qualidade.
Focam-se ainda, sua aplicação em superfícies de madeira, estuque, reboco ou betão e metais,
bem como respectivos esquemas de pintura.
É este o resultado final, embora sempre incompleto de uma extensa pesquisa bibliográfica e de
uma enorme curiosidade temática.
Tintas, Vernizes e Ceras
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 1
CAPÍTULO VI - Os Materiais
VI. 1 – Acessórios e Utensílios de Pintura ....................................................................................................... 107
VI. 1. 1 - O que vai necessitar necessitar ................................................................................................. 108
VI. 1. 2- Limpeza dos acessórios de pintura............................................................................................ 109
VI. 2 - Tintas e Produtos Afins......................................................................................................................... 110
VI. 2. 1 - Cálculo do Volume das Tintas a Adquirir............................................................................... 110
VI. 2. 2 - Tipos de Tintas e Produtos Afins ............................................................................................. 111
VI. 2. 3 - Como Agitar e Guardar as Tintas............................................................................................ 115
ÍNDICE DE FIGURAS
Tintas, Vernizes e Ceras
INTRODUÇÃO
Figuras 1 - Arte Rupestre ou Arte Parietal......................................................................................................... 1
CAPÍTULO I
Figura I. 2 - Esquema de composição de uma tinta............................................................................................ 7
Figura I. 3 - Esquema de fabrico de uma tinta. ................................................................................................ 19
CAPÍTULO III
Figura III. 4 - Esquema (genérico) de Pintura - Madeiras - Envernizamento............................................... 54
Figura III. 5 - Esquema (genérico) de Pintura - Madeiras - Esmaltagem...................................................... 55
Figura III. 6 - Esquema (genérico) de Pintura - Alvenarias............................................................................ 65
Figura III. 7 - Esquema (genérico) de Pintura - Metais................................................................................... 79
CAPÍTULO IV
Figura IV. 8 - Exemplos de problemas mais frequentes na construção ....................................................... 101
CAPÍTULO VI
Figura VI. 9 - Acessórios e utensílios de pintura ............................................................................................ 110
ÍNDICE DE QUADROS
Tintas, Vernizes e Ceras
CAPÍTULO I
Quadro I. 1 - Características dos veículos fixos................................................................................................ 14
Quadro I. 2 - Aditivos (Exemplos) ..................................................................................................................... 17
CAPÍTULO VI
Quadro VI. 3 - Tipos de tintas plásticas e esmaltes mais utilizados na construção..................................... 112
Quadro VI. 3 - Tipos de esmaltes e tintas mais utilizados na construção .................................................... 113
Quadro VI. 4 - Tipos de impermeabilizantes e primários mais utilizados na construção .......................... 114
Quadro VI. 5 - Tipos de vernizes mais utilizados na construção .................................................................. 115
Tintas, Vernizes e Ceras
INTRODUÇÃO
Já na idade da pedra o Homem utilizava tintas para representar as figuras que se encontravam
nas suas cavernas, ou pinturas rupestres.
Para o efeito serviu-se inicialmente do carvão e do giz e só mais tarde de mistura de terras
coloridas amassadas com água. No entanto, como essa mistura se decompunha com facilidade,
devido à humidade, o Homem começou a empregar outros produtos naturais, como gorduras
de animais, resinas, cera de abelhas, etc. Com estes produtos a massa conseguida poderia
fixar-se melhor às superfícies onde fosse aplicada.
Nos finais do século XVIII e princípios do século XIX surgem na Europa as primeiras fábricas
de tintas que se mostravam muito rudimentares, naturalmente.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Até à 2ª Guerra Mundial usava-se ainda os óleos fervidos, que por vezes já estavam
combinados com resinas naturais. As tintas com estes tipos de ligantes designavam-se por
tintas óleoresinosas.
Com o desenvolvimento das resinas surgem, sobretudo a partir de 1930, novas formulações de
tintas com base nestas resinas (Fenólicas, Alquídicas, etc.), simples ou modificadas, com óleos
de longa e média cadeia. São estas formulações que permitem obter tintas brilhantes e
duráveis designadas por tintas de esmalte, utilizadas em pinturas de interiores e exteriores de
edifícios, bem como em veículos de transporte e diversos equipamentos. A aplicação destes
produtos foi consideravelmente ampliada com o desenvolvimento de novas resinas sintéticas,
e outras, permitindo ao mesmo tempo uma maior variedade de tipos de tintas e vernizes
produzidos.
As resinas sintéticas, que até aí eram dissolvidas em solventes orgânicos, são agora dispersas
ou emulsionadas em água. O aparecimento das tintas plásticas teve vários motivos de
interesse, nomeadamente de economia, toxicidade, segurança e de limpeza após a sua
aplicação, de material usado.
Presentemente procura-se:
• substituir os solventes orgânicos pela água;
• produzir as chamadas tintas em pó, a fim de proteger quem as aplica dos efeitos
tóxicos;
• produzir tintas com elevado teor de sólidos a fim de reduzir a utilização de produtos
tóxicos.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Nesta síntese da evolução histórica das tintas podemos concluir que a preparação moderna
destes produtos está relacionada com aspectos científicos, técnicos e de utilização muito
diversificados:
• Produção de cargas e pigmentos artificiais;
• Preparação de resinas sintéticas;
• Proteção/decoração de materiais metálicos e não metálicos contra a corrosão e
desagregação;
• Caracterização química e física e de comportamento das tintas e sistemas de pintura.
(Marques e Rodrigues, 1998, p. 2/3/4)
I. 1 – Generalidades
Quando falamos nas tintas e vernizes num sentido mais abrangente, compreende-se qualquer
material de revestimento, de consistência líquida ou pastosa, apto a cobrir, proteger e colorir
uma superfície. (Petrucci, 1993, p. 370)
Segundo o seu uso podem ser brilhantes ou “mate”, transparentes ou não, coloridas ou
incolores, bem como apresentar resistência a determinados tipos de agentes agressivos.
Duas são, portanto, as funções que normalmente deve preencher uma tinta, quais sejam a de
proteger e a de embelezar.
Nesta acepção, tinta é uma composição pigmentada líquida, pastosa ou sólida que, quando
aplicada em camada fina sobre uma superfície apropriada, no estado em que é fornecida ou
após diluição ou dispersão em produtos voláteis, ou fusão, é convertível, ao fim de certo
tempo, numa película sólida, contínua, corada e opaca. (NP-41, 1982, p. 7)
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Tintas, Vernizes e Ceras
A qualidade pretendida, o fim a que se destina a tinta, o factor económico, entre outros, são
elementos que podem condicionar a proporção dos constituintes.
Há diferenças a salientar que destinguem um verniz de uma tinta, principalmente pelo facto do
verniz não ser pigmentado e depois de aplicado forma-se numa película seca transparente, não
opaca e que poderá ser corado com corantes solúveis.
Podemos por isso definir que verniz é uma composição não pigmentada líquida, pastosa ou
sólida que, quando aplicada em camada fina sobre uma superfície apropriada, no estado em
que é fornecida ou após diluição, é convertível, ao fim de certo tempo, numa película sólida,
contínua, transparente ou translúcida e mais ou menos dura. (NP-41, 1985, p. 7)
Poderemos, ao escolher as matérias primas, obter tintas com as características desejadas, como
por exemplo:
- Facilidade na aplicação;
- Rápida secagem;
- Boa aderência;
- Resistência e durabilidade depois de seca.
- Facilidade na aplicação
Ao utilizarmos o método de aplicação, seja ele qual for, a tinta deverá estar na consistência
correcta para facilitar a aplicação.
- Rápida secagem
As grandes áreas de aplicação são em regra geral de difícil secagem, principalmente nas
secagens muito rápidas. Uma tinta brilhante, para aplicação à trincha em madeira, não deverá
secar muito depressa. No entanto, qualquer pintura deverá estar pronta a ser repintada no dia
seguinte, se necessário.
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Tintas, Vernizes e Ceras
- Boa aderência
Para termos sucesso numa pintura é sempre necessário haver boa aderência às superfícies,
qualquer que seja o tipo de tinta e método de aplicação. Para uma boa aderência devemos
preparar bem as superfícies e escolher o sistema de pintura mais adequado.
A acção da luz, água, ar e alguns agentes químicos originam ataques às películas, provocando
a mudança de cor e fissuras. A resistência da cor depende da qualidade dos pigmentos usados
na formulação da tinta.
(I. S. T., 1999/2000, p. 8/9)
I. 2 – Matérias-primas e constituintes
I. 2. 1 – Introdução
Assim sendo, terá que se atender a vários factores, os quais vão depender do comportamento
desta, como por exemplo:
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Tintas, Vernizes e Ceras
Pigmento?
TINTA
Veículo?
Aditivos?
FIXO VOLÁTIL
RESINA SOLVENTE
(LIGANTE) (OU DILUENTE)
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Tintas, Vernizes e Ceras
Sendo a cor caracterizada pela absorção e reflexão das radiações luminosas, a opacidade é
mais uma das qualidades da tinta, com o objectivo em torna-la opaca depois de seca, de forma
a cobrir a base ou suporte de aplicação. (Petrucci, 1993, p. 378)
O pigmento, além destas propriedades, também é responsável, mas em menor grau, pelas
propriedades mecânicas, de brilho, de resistência aos produtos químicos e ao envelhecimento
do revestimento por pintura.
Mas, geralmente, um pigmento não apresenta todas estas características com o mesmo grau de
intensidade. Por isso deverá o formulador da tinta fazer um judicioso equilíbrio entre o teor
[teor de pigmento varia entre 5% a 80%] e o teor dos outros constituintes [veículo, cargas e
aditivos], para que o produto final [tinta] corresponda aos requisitos pretendidos como o de
protecção e decoração.
Disto conclui-se que o formulador da tinta, ao seleccionar e preparar esta, deverá se preocupar
não só com a cor desejada, como também estar alerta para não prejudicar o comportamento em
geral.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Os pigmentos mais comuns, oriundos dos diferentes produtores, distinguem-se quanto às cores
por:
• Pigmentos brancos [dióxido de titânico, litopone, branco de zinco, branco de
antimónio, branco de chumbo e branco fixo];
• Pigmentos amarelos [amarelos de crómio, amarelo de óxido de ferro, amarelos de
zinco, amarelo de cádmio e pigmentos orgânicos];
• Pigmentos azuis [azul da Prússia ou azul de Paris, azul de cobalto, azul de
ultramira e azul de ftalocianina];
• Pigmentos verdes [inorgânicos e orgânicos];
• Pigmentos vermelhos [óxidos vermelhos de ferro, óxidos vermelhos de chumbo e
vermelho de cádmio];
• Pigmentos castanhos [terras coloridas];
• Pigmentos pretos.
(I. S. T., 1999/2000, p. 20/21)
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Tintas, Vernizes e Ceras
I. 2. 3 – Cargas
Carga é uma substância inorgânica sob a forma de partículas mais ou menos finas, de fraco
poder de cobertura, insolúvel nos veículos, empregada como constituinte de tintas com o fim
de lhes modificar determinadas propriedades. (NP-41, 1982, p. 1)
No entanto, as cargas têm fraco poder corante, praticamente não conferem opacidade às tintas,
mas por razões de ordem técnica e económica, são utilizadas na sua composição.
I. 2. 4 – Veículo fixo
Além de fixar e manter ligadas as partículas de pigmento no filme de tinta seca, é responsável
em elevado grau, pela adesão e secagem, durabilidade e resistência química e mecânica da
pintura. (Santos, 1998, p. 6)
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Tintas, Vernizes e Ceras
• silicatos inorgânicos;
• produtos betuminosos [podem ser ou não modificadas com resinas];
• resinas de silicone [tipo especial de resina sintética].
(Marques, 1995, p. 16)
Os veículos fixos mais utilizados são os óleos e as resinas. Pelo facto, de seguida fazem-se
algumas considerações gerais sobre a sua natureza e os tipos principais.
I. 2. 4. 1 – Óleos
Define-se óleo como uma substância líquida e de aspecto viscoso à temperatura ordinária, de
origem vegetal, animal ou mineral, podendo apresentar estruturas químicas muito diversas.
(NP-41, 1982, p. 3)
Nos óleos [tintas oleosas] o aglutinante é constituído por óleos orgânicos designados por óleos
secativos. Este tem normalmente origem vegetal, possuindo a propriedade de se solidificar,
transformando-se numa película mais ou menos dura e elástica quando é exposta ao ar, em
camada fina. (Santos, 1998, p.5)
I. 2. 4. 2 – Resinas
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Tintas, Vernizes e Ceras
Entende-se por resina a substância orgânica sólida, semi-sólida ou líquida, amorfa, termo-
plástica ou termo-endurecível, má condutora de electricidade, em geral insolúvel em água,
mas solúvel em certos solventes orgânicos. (NP-41, 1982, p. 5)
As resinas mais usadas, como veículo fixo são, quanto à sua origem:
• Naturais;
• Artificiais;
• Sintéticas.
a) Resinas Naturais
São materiais resinosos, exsudados por plantas, solúveis em solventes orgânicos e óleos, mas
não solúveis na água. Com aquecimento, fundem-se e decompõem-se. A composição varia
conforme a sua origem, necessitando de tratamento geral.
Estas são de pouca importância, tendo sido progressivamente abandonadas por razões de
ordem técnica e económica.
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Tintas, Vernizes e Ceras
• oleoresinosas;
• celulósicas;
• borracha clorada;
• resinas alquídicas modificadas.
(Marques, 1985, p.22)
c) Resinas Sintéticas
O consumo de resinas sintéticas tem aumentado significativamente, uma vez que têm
permitido melhorar, progressivamente, os materiais de pintura sob vários aspectos:
durabilidade, tenacidade, resistência química, etc. (Robbialac, 1958, p. 22)
Estas são de elevada massa molecular [polímeros], de fabrico sintético, no qual não fazem
parte constituintes naturais.
É evidentemente impossível dentro dos limites e objecto de trabalho dar sequer indicação das
características, propriedades e aplicação dos diversos materiais citados, mas vale talvez a pena
considerar, com certo pormenor, as resinas alquídicas, em virtude da sua excepcional
importância.
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Tintas, Vernizes e Ceras
São materiais extremamente versáteis, os quais se podem preparar numa grande variedade de
tipos adaptáveis à formulação de tintas de natureza, características e funções muito diversas.
Os veículos alquídicos, distinguem-se pelas sua propriedades de durabilidade, estabilidade,
adesão e secagem.
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Tintas, Vernizes e Ceras
I. 2. 5 - Veículo Volátil
Veículo volátil é a parte do veículo das tintas, vernizes ou produtos similares, que evapora
durante o processo de secagem. (NP-41, 1985, p. 7)
Sendo incluída na composição das tintas com o objectivo principal de reduzir a viscosidade e
facilitar a aplicação, é também responsável em conferir homogeneidade à película, facilitar a
lacagem, melhorar a adesão à base e actuar sobre a secagem. (Robbialac, 1958, p. 23)
A parte volátil é constituída por solventes e diluentes. Ambos se destinam a cooperar para
permitir a secagem da tinta ou do verniz, contudo existem diferenças.
(Petrucci, 1993, p. 382)
Os solventes são constituintes líquidos, simples ou mistos, mas voláteis nas condições normais
de secagem e que, não sendo filmogéneos, devem ser usados para que a porção volátil do
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Tintas, Vernizes e Ceras
veículo seja capaz de dissolver o ligante das tintas e vernizes. As propriedades mais
importantes de um solvente são a “solvência” e a volatilidade. (Bauer, 1994, p. 661)
Como os solventes são de custo elevado, geralmente inclui-se na composição mas em menor
grau, promovendo-se assim a sua substituição pelos diluentes.
Os diluentes são líquidos leves, voláteis à temperatura ambiente, adicionados aos solventes
com o objectivo de melhorar as características de aplicação, inclusivé assegurar uma certa
viscosidade durante a aplicação da tinta. (Petrucci, 1993, p. 282)
Os diluentes devem ser cuidadosamente seleccionados e compostos para o produto em que são
utilizados. Pois a formulação defeituosa destes materiais pode afectar o comportamento da
pintura, como a consistência, a lacagem, secagem, adesão e durabilidade dos produtos da
pintura. (Santos, 1998, p. 7)
A escolha dos solventes e diluentes é feita com base nas seguintes características:
• Poder obliterante;
• Poder solvente;
• Ponto de ebulição;
• Ponto de inflamação;
• Velocidade de evaporação;
• Estabilidade química;
• Odor;
• Toxidade.
(Marques, 1985, p. 35/36)
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Tintas, Vernizes e Ceras
I. 2. 6 - Aditivos
Ou seja, são produtos líquidos, viscosos ou sólidos pulverulentos, solúveis nos veículos com o
objectivo de melhorar e desenvolver as condições de aplicação de tintas e as propriedades da
película seca. (Marques e Rodrigues, 1998, p. 36).
O quadro que se segue exemplifica alguns aditivos, bem como suas funções e produtos afins.
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Tintas, Vernizes e Ceras
A resina para além de estabilizar a dispersão do pigmento, evita a re-agregação das partículas
constituintes do pigmento e cargas.
Para levar a cabo esta operação é necessário energia mecânica, a qual poderá ser feita por
equipamentos de dispersão, como: os Moínhos de bolas, Moínhos de rolos, Moínhos contínuos
ou Agitadores a alta velocidade, consoante o tipo de tintas a fabricar.
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Tintas, Vernizes e Ceras
2ª FASE - Diluição
Após a fase de dispersão dos pigmentos a moagem obtida é misturada com mais quantidade de
resina, solventes e aditivos para dar origem à tinta.
FASE
DISPERSÃO
BASE
MOAGEM
DILUIÇÃO
TINTA
ACERTO
VISCOSIDADE
PRODUTO
ACABADO
CONTROLO
DE
QUALIDADE
O controle da qualidade é fundamental no processamento das tintas, pelo o que deverá ser
testada em todas as fases do processo de fabrico, para prevenir eventuais erros. Infelizmente
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Tintas, Vernizes e Ceras
esta prática é esta oposta à normalmente seguida, na qual se detectam os erros e só depois é
que estes são corrigidos.(I.S.T, 1999/2000, p. 41/42)
a) Opacidade
O poder de dissipar o aspecto e a cor de uma superfície quando sobre ela é aplicada em
condições determinadas, define a opacidade de uma tinta. As tintas escuras têm maior poder
de dissipação que as claras.
b) Poder de Cobertura
Esta característica tem um carácter prático pois não se pode medir ou determinar com precisão
devido a alguns factores, tais como: tipo de superfícies [lisas, irregulares, absorventes],
temperaturas, viscosidade de aplicação, bem como o modo de aplicação.
A impressão visual que uma pintura provoca, conjuntamente com algumas propriedades
ópticas, determina o acabamento. Essa impressão pode decompor-se em várias características
que contêm outras propriedades, como: a lacagem, o brilho, a uniformidade e a limpeza.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Brilho - é a capacidade que possui uma pintura de reflectir os raios luminosos que sobre ela
incidem.
Uniformidade - é a regularidade existente sob o ponto de vista da cor, lisura e brilho das
superfícies.
Limpeza - Quando nos referimos à limpeza devemos ter em conta a ausência de partículas ou
elementos estranhos, que podem ser desagradáveis a qualquer observador. Assim, a
característica de um acabamento está sempre ligada ao valor decorativo e à beleza de uma
pintura.
d) Cor
A cor de uma pintura pode alterar-se por acção da luz solar, por acção química de elementos
espalhados na atmosfera, por acção química de elementos existentes nas superfícies pintadas,
etc.
A experiência, em conjunto com um estudo e conhecimento pormenorizado, podem permitir a
selecção adequada de uma composição capaz de reproduzir uma cor pré-determinada e com
boas características de estabilidade e permanência.
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Tintas, Vernizes e Ceras
e) Estabilidade
As tintas são muito instáveis. Existem vários factores de que podem resultar na alteração de
cor, perda de propriedades de secagem, engrossamento, solificação, etc.
Nas tintas de água a estabilidade é ainda mais delicada existindo o perigo de coagulação.
Assim, deve-se retirar cuidadosamente a pele que poderá existir, mexer se necessário e corrigir
a viscosidade com um diluente apropriado.
f) Adesão
A capacidade de depois de seca a pintura se manter ligada à superfície onde foi aplicada é uma
das propriedades essenciais das tintas.
A adesão tem muito a haver com a natureza química da tinta e da superfície onde é aplicada,
bem como com a irregularidade da superfície [que por vezes se costuma lixar]. Sob ponto de
vista prático temos ainda que considerar como problema de adesão, as bases de pintura, como
por exemplo a madeira, o ferro, o estuque, etc.
Para além destes factores existem outros que podem afectar a adesão à base como a presença
de gorduras ou sujidades, humidade, aplicação incorrecta da tinta, etc.
g) Espessura
Uma pintura ao ser aplicada e da qual se evaporam os solventes, é constituída por uma toalha
líquida da qual só uma das faces está exposta ao ar. É nessa face que começa o processo de
secagem e endurecimento. Além disso, por oxidação resultam expansões derivadas de
aumento de volume.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Uma espessura em demasia pode por isso engelhar e, mesmo que isso não aconteça, nunca
funcionará normalmente uma vez que será mais mole nas camadas inferiores do que na face
externa.
h) Aplicabilidade e Consistência
Quanto menor for a consistência melhor será a aplicabilidade. A aplicabilidade de uma tinta é
definida pelo maior ou menor esforço físico que é preciso executar para a aplicar em
condições correctas.
i) Secagem e Repintura
A secagem de uma pintura é a capacidade de, quando aplicada em camada fina, se transformar
ao fim de um certo tempo numa película mais ou menos sólida.
A secagem pode surgir por simples evaporação de solventes e diluentes [como tintas com
bases em resinas, etc.], por condensação química [como nos esmaltes baseados em resinas de
epoxilina], ou por oxidação e polimerização, isto é, através de reacções químicas em que
intervem a acção do ar.
Por outro lado, principalmente nos esmaltes de acabamento, se a pintura não secar com
rapidez à superfície poderá acumular poeiras em grandes quantidades, prejudicando a sua
qualidade decorativa.
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Tintas, Vernizes e Ceras
A secagem das tintas pode ser afectada pelas condições ambientais. A contaminação da
atmosfera, a temperatura, a humidade, a luz, etc, afectam profundamente o processo de
secagem. A secagem realiza-se melhor a altas temperaturas, em atmosferas secas e limpas.
j) Elasticidade e Dureza
l) Durabilidade e Deterioração
Quando se conclui uma pintura, fica logo de seguida sujeita a um considerável número de
elementos que actuam sobre ela e que progressivamente alteram as suas propriedades e a sua
aparência.
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Tintas, Vernizes e Ceras
A luz solar exerce um efeito acelerador na oxidação de veículos secativos, o que origina num
endurecimento do filme a perda da elasticidade.
O calor exerce uma acção endurecedora sobre os veículos, submetendo os filmes a tensões
mais ou menos consideráveis, que resultam da dilatação diferencial entre eles e as bases.
O vento, que transporta sempre poeiras, provoca o desgaste das tintas, por erosão.
A chuva, pode, por outro lado, afectar os veículos solúveis ou mal ligados. Nas zonas citadinas
e mais industrializadas a chuva transporta produtos ácidos que atacam certos pigmentos e
afectam os veículos.
Existem, com efeito, formas diversas de deterioração produzidas pela combinação de todos
estes elementos.
De uma maneira geral, em pinturas executadas com produtos de boa qualidade, os efeitos de
exposição às intempéries, manifestam-se por perda gradual do brilho. Este fenómeno pode ser
seguido de um moderado esfarelamento, que resulta da destruição da zona superficial da
película. Se o esfarelamento progride muito rapidamente pode pôr a nú as camadas de tinta ou
mesmo as bases. Se assim acontece, podemos dizer que o filme sofreu uma erosão.
Existem muitas formas de degradação, ainda mais graves, como por exemplo as fissuras por
perda de adesão do filme, o que conduz ao descascamento. Nestes casos é necessário remover
toda a pintura existente antes de voltar a pintar.
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Tintas, Vernizes e Ceras
II. 1 - Generalidades
A classificação das tintas e vernizes é subjectiva, uma vez que nunca se eliminará a
possibilidade de uma determinada tinta se poder classificar em mais de um grupo ou, então,
poderão até surgir casos em que nos parecerá difícil inclui-la em qualquer dos grupos.
Dos vários critérios existentes para estabelecer uma classificação, os mais credíveis são os que
se baseiam na fórmula global de constituição, sejam eles baseados na :
i) natureza do veículo volátil;
ii) natureza do veículo fixo;
iii) fim a que se destinam.
(I. S. T., 1999/2000, p. 42)
Neste critério designa-se a tinta pela palavra “tinta” seguida do nome do veículo fixo
utilizado na sua fabricação. A título de exemplo:
• Tintas alquídicas, oleosas, e oleo-resinosas de secagem ao ar;
• Tintas epoxídicas;
• Tintas alquídicas;
• Tintas acrílicas e metacrílicas;
• Tintas betuminosas;
• Tintas de borracha natural, sintética, modificada ou não;
• Tintas nitrocelulósicas;
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Tintas, Vernizes e Ceras
Dada a importância do componente, pode fazer-se uma classificação do veículo fixo quanto à
natureza dos vários grupos de tintas [A a G], como também em relação ao estado físico dos
constituintes [H e I]. Então temos:
GRUPO D - Tintas e vernizes baseadas em resinas artificiais ou naturais, sem óleo ou ácido
gordo.
g) Resinas alquídicas puras;
h) Resinas amino-plásticas;
i) Resinas vinílicas;
j) Resinas acrílicas;
k) Resinas de epoxilina;
l) Resinas poliester;
m) Resinas poli-isocianatos;
n) Resinas silicone;
o) Resinas não especificadas.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Consoante o tipo de utilização apresentam-se apenas as designações mais correntes, como por
exemplo:
• Tintas plásticas para construção civil;
• Tintas para estruturas metálicas;
• Tintas antiácidas;
• Tintas antibásicas;
• Tintas antiderrapantes;
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Tintas, Vernizes e Ceras
• Tintas decorativas;
• Tintas de acabamento [esmaltes];
• Tintas de elevada resistência química;
• Etc.
II. 5 - Conclusão
Da análise das diferentes classificações, além de discutível, pode concluir-se que qualquer
delas engloba todas as tintas. No entanto, é aconselhável classificar a tinta consoante a
natureza do veículo fixo [ligante], porque é a que nos dá maior informação sobre o
comportamento da tinta na sua utilização.
Contudo, em anexo II, menciona-se a NP-42, a qual agrupa as diferentes tintas conforme a sua
utilização.
III. 1 - Generalidades
Designa-se por Pintura a aplicação de uma determinada tinta, verniz ou produto similar sobre
determinada base de aplicação com o objectivo de a proteger [no sentido de actuar como um
escudo, de forma a impedir a acção dos vários agentes agressivos exteriores], decorar e/ou de
lhe conferir determinadas propriedades especiais. (Marques, 1985, p. 43)
Segundo Rui Pessanha Taborda (1993), as percentagens do custo total de uma tarefa de
“Pinturas”, imputáveis à mão-de-obra rondam os 25% a 60% para aplicação das várias demãos
e os 15% a 40% para a preparação da superfície.
A operação designada por demão resulta da aplicação de uma camada contínua de tinta sobre
um suporte efectuada de uma só vez, constituindo a película húmida que após secagem dará
origem à chamada película seca. ( I.S.T., 1999/2000, p. 51)
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Tintas, Vernizes e Ceras
Em qualquer trabalho de pintura deverá ser feito para além de um ensaio prévio ou vários
esquemas de pintura, um exame ao substrato, verificando as características do material base
como as circunstâncias que predominam no meio ambiente.
(Marques e Rodrigues, 1991, p. 1)
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Tintas, Vernizes e Ceras
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Tintas, Vernizes e Ceras
• secagem rápida;
• boa aderência;
• durabilidade;
• boa resistência à abrasão;
• não ser afectada pelas variações das condições climáticas;
• facilidade de reflexão.
Para além destes requisitos, será importante testar o comportamento da pintura, as suas
propriedades em laboratório através de ensaios, podendo também ser submetidos a ensaios de
exposição, ou seja, expor em condições artificialmente aceleradas ou outras condições reais
A madeira contém propriedades muito irregulares, ou seja, pode ser muito ou pouco porosa
[variando de madeira para madeira e de zona para zona]; pode conter grandes quantidades de
humidade e porções de materiais resinosos que tendem a exsudar, por exposição ao sol ou ao
calor, atacando as películas da tinta.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Os estuques e rebocos constituem na maioria dos casos bases de pintura perigosas. São
demasiado porosas [porosidade variável], contêm considerável quantidade de humidade
[afectando a adesão e comportamento em geral] e são ainda dotados de agressividade química,
a qual lhes é conferida por compostos alcalinos [cal, cimento, etc].
Os metais oxidáveis constituem uma base de pintura excelente, uma vez que possuem uma
base muito sólida, sem porosidade e geralmente uma estrutura microcristalina a qual favorece
a adesão ao substrato. Porém, têm a desvantagem de susceptibilidade à oxidação e corrosão.
Por isso é necessário uma limpeza rigorosa da superfície antes da aplicação da tinta, bem
como o emprego de primários dotados de características especiais, capazes de impedir o
estabelecimento e desenvolvimento da corrosão, destruindo a sua eficiência e utilidade.
(Robbialac, 1958, p. 40/41)
Depois da breve caracterização das bases de pintura será importante realçar os constituintes de
um esquema de pintura, bem como as suas finalidades. Assim sendo temos:
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Tintas, Vernizes e Ceras
Os primários para ferro [ou primários de espera] e outros metais oxidáveis são tintas para
protecção das superfícies metálicas que tenham de aguardar algum tempo a aplicação da
sequência do esquema de pintura. Devem inibir a corrosão e evitar o contacto com outros
agentes corrosivos.
Os primários para madeira devem permitir uma certa penetração do veículo nos poros desta,
com o fim de estabelecer a adesão adequada e possuir a elasticidade suficiente de forma a
acompanhar, sem ruptura, os movimentos de expansão e contracção da base.
Os primários para estuques e rebocos devem ser não só resistentes à acção química dos sais
alcalinos, normalmente presentes naquelas bases, como também impedir que tais sais ataquem
os filmes de tinta subquentes.
Estes primários, designados também por isolantes, devem estabelecer um isolamento entre o
acabamento e a parede, ou seja, formar uma barreira eficaz entre as restantes películas de
pintura.
Repare-se que estes produtos não são só importantes em pinturas de raiz, como também em
repinturas, no caso de existir suspeitas que a nova pintura conduza ao destaque da anterior, por
exemplo, em sequência de reacções químicas adversas.
Betumes
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Tintas, Vernizes e Ceras
A aplicação destes produtos origina, muitas vezes, um ponto fraco no sistema de protecção,
não só pelas características de composição [alta relação pigmento/veículo], como também por
se usarem em películas de grande espessura. Deve evitar-se a sua aplicação, especialmente em
exteriores.
Subcapas ou Aparelhos
Além das funções de nivelamento servem como auxiliares úteis no sentido de obliterar
adequadamente os fundos, concorrendo para a obtenção de uma pintura de cor regular.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Os esmaltes podem ser foscos, semi-brilhantes e brilhantes com o principal objectivo em fazer
uma lacagem perfeita. Os mais empregues são os brilhantes, não só pelas características
estéticas, mas também pela higiene em pinturas interiores, ou seja, não são propícios à
acumulação de poeiras, bem como proporcionam fácil lavagem e são duráveis em pinturas
exteriores - esmaltes sintéticos. (Robbialac, 1958, p.44)
De acordo com o acabamento pretendido, cor e condições de serviço, os materiais devem ser
selecionados cuidadosamente, uma vez que estão em contacto directo com o exterior.
O grande inconveniente dos esmaltes, não será tanto as suas propriedades de alguma
estanquidade à água no estado líquido, mas sobretudo na fase vapor, sendo superfícies
propícias a condensações, quando usados de forma intensiva em interiores.
Tintas de Água
Materiais de pintura cujo ligante está emulsionado, ou seja, dividido em pequenas gotículas
em suspensão num meio ou fase aquosa. São fáceis de aplicar, não têm cheiro, secagem rápida
e apesar de serem diluíveis com água depositam filmes que desenvolvem rapidamente
excelente resistência à fricção e à lavagem.
(Robbialac, 1958, p. 45)
Contudo, apresentam limitações como: o grau de adesão torna-se moderado para filmes
antigos de tintas oleosas e em atmosferas carregadas de vapor, como instalações sanitárias e
cozinhas, às quais não resistem muito bem.
São vários os tipos de tintas de água, entre os quais materiais baseados em dispersões de
resinas sintéticas.
Quanto à pintura de rebocos exteriores, este tipo de tintas não apresenta grandes problemas,
desde que sejam tomadas as devidas precauções, como técnicas correctas de preparação e
aplicação. Porém, não propiciam qualquer função de estanquidade à água.
Vernizes
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Tintas, Vernizes e Ceras
As propriedades finais do produto vão depender da natureza dos óleos e resinas aplicados [os
óleos vão conferir elasticidade e as resinas brilho] e das proporções relativas em que esses
elementos existem na composição.
Dependendo do óleo e da resina utilizada, o emprego dos vernizes passa pelo envernizamento
de mobílias, soalhos, envernizamentos gerais de interiores e trabalhos exteriores.
A principal desvantagem deste material é que não existe a função de protecção do pigmento
contra a acção das radiações luminosas. A melhor das hipóteses, numa madeira envernizada
no exterior, é que não permanecerá mais de um, o máximo dois anos, sem exigir redecoração.
Dos vários vernizes existentes na indústria podemos salientar o verniz celulósico, o verniz a
óleo, o verniz sintético, entre outros.
(Robbialac, 1958, p. 40-47)
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Tintas, Vernizes e Ceras
A preparação das superfícies a pintar é fundamental para garantir uma boa aderência ao
substrato. Esta preparação deverá ser iniciada pelo exame do mesmo, incluindo vários
procedimentos:
1) remoção manual de resíduos soltos, produtos de corrosão ou tinta velha;
2) remoção de resíduos aderentes, que podem mais tarde soltarem-se e destruir a
aderência ou induzir corrosão. Para isso aconselha-se remoção mecânica ou tratamento
químico;
3) criar aderência com um primário de aderência;
4) modificação da superfície por tratamento químico para a tornar mais compatível com o
revestimento a aplicar.
(I. S. T., 99/2000, p. 55/56)
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Tintas, Vernizes e Ceras
Quando se trata de repinturas de superfícies pintadas, as quais não oferecem garantias e não
podem ser fixadas por primário, será necessário proceder à remoção da tinta antiga que pode
ser feita por raspagem, lixagem, queima ou utilizando decapantes.
Em superfícies metálicas, após a utilização do decapante, pode ser necessário utilizar produtos
químicos para eliminação de ferrugem.
A título exemplificativo, para que haja uma boa adesão entre um primário e uma superfície
metálica a proteger é aconselhável a aplicação do primário à trincha, pois este processo vai
favorecer o contacto entre o metal e o primário. (I. S. T., 1999/2000, p. 56)
Diversos métodos são utilizados industrialmente para aplicação de tintas e novos métodos
estão sendo constantemente desenvolvidos. Desta forma, de entre os vários processos de
aplicação existentes, salientam-se:
Este processo é bastante conhecido e utilizado na construção, por esse facto, carece de uma
descrição pormenorizada, no que diz respeito a trinchas, pincéis e rolos.
As trinchas são utilizadas na maior parte dos trabalhos de madeira ou superfícies metálicas,
enquanto os pincéis são utilizados para a pintura de superfícies mais pequenas.
Para se obterem bons resultados, o pintor necessita de uma boa trincha ou um bom pincel, cuja
qualidade vai depender das cerdas, as quais devem ser macias e lisas e tanto podem ser de
origem natural como de origem sintética.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Como norma, deverá ser utilizada a mesma trincha ou pincel para os brancos, deixando outros
para as cores. Ao utilizar a trincha deve-se mergulhá-la na tinta até cerca de metade do
comprimento da cerda, removendo de seguida o excesso da tinta.
Ao pintar deve-se exercer uma ligeira pressão de modo a dobrar ligeiramente a cerda à medida
que ela percorre a superfície. Pintar com movimentos certos, uma pequena área de cada vez.
Evitar escorridos, passando sobre eles com a trincha.
Na utilização de esmaltes, deve-se usar a técnica das aplicações cruzadas, ou seja, dando uma
passagem de trincha numa direcção, e outra deve ser dada no sentido perpendicular, para
melhor uniformizar e lacar a superfície da zona não pintada para a recém pintada e fresca.
A maior limitação da aplicação à trincha é a sua lentidão e morosidade que implica uma
necessidade de mão-de-obra intensiva pouco económica. Por outro lado, nem todos tipos de
tinta se prestam para a aplicação à trincha.
Os rolos podem ser utilizados em quase todos os tipos de tintas, e permitem uma pintura muito
rápida e menos cansativa, dando normal um melhor acabamento que uma pintura feita à
trincha. Podem ser utilizados em todos os tipos de superfícies, desde que sejam planas.
A sua desvantagem reside na maior quantidade de tinta que é necessária gastar. No entanto, é
um dos processos mais utilizados no recobrimento de superfícies na construção civil,
adequando-se muito à aplicação de tintas de base aquosa.
Os rolos são fabricados em vários materiais conforme o tipo de tinta a aplicar e o acabamento
pretendido. Os rolos de melhor qualidade são os de pele cromada [pele de merino tratada].
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Tintas, Vernizes e Ceras
Os rolos exigem a utilização de tabuleiros para molhagem na tinta. A aplicação com rolo deve
ser feita primeiro num sentido, depois noutro, em cruz ou em diagonal.
(Catálogos, Robbialac, 2001/2002)
Sistema onde o débito de tinta é controlado pela descarga de ar e pela perícia do aplicador.
Consiste em manter sempre o cone de automatização perpendicular ao substrato, para que a
película tenha espessura uniforme.
Devido ao número de automatizações [demãos] aplicadas, este sistema, tem cada vez menos
utilização.
(Santos, 1998, p. 35)
A ideia básica deste processo é emergir o artigo na tinta, retirá-lo e esperar que o excesso de
tinta escoe nele.
Apesar das várias técnicas existentes, raramente é possível alcançarem-se altas qualidades de
acabamento por imersão. Entretanto, para artigos que não exigem tais acabamentos, ou onde
uma operação de polimento se faz necessária, este processo é dos mais económicos.
O processo impõe algumas limitações ao tipo de tinta ao ser empregue. Tintas que apresentam,
alguma forma de instabilidade tal como geleificação, separação de cor ou sedimentação do
pigmento no tanque não são aconselhados.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Tintas sensíveis às variações de espessura da película também não são as mais indicada.
Exemplificando, existem tintas a óleo que tendem a formar ondulações onde a película
aplicada se torna mais espessa.
(Bauer, 1994, p. 679)
Processo automático por deposição da tinta. A espessura é controlada pela viscosidade da tinta
e pelo ajuste das folgas entre os rolos.
Uma secagem final em estufa, faz-se necessária para atender à velocidade do processo e
fornecer películas com as propriedades requeridas.
Este método encontra grande campo de aplicação, podendo fornecer acabamentos de alta
qualidade. (Bauer, 1994, p. 681)
Este método pode ser feito por dois processos: por aquecimento, em que se provoca o
aquecimento da tinta com o intuito de diminuir a viscosidade sem perda de qualidade,
facilitando a aplicação e aumentando a espessura d recobrimento por demão. Este sistema
acelera a secagem e diminui as perdas por pulverização aumentando a sua eficácia. Ou então,
por diferença de potencial eléctrico através da criação de um campo magnético permitindo,
assim, a aderência ao substrato. (Santos, 1996, p.36)
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Tintas, Vernizes e Ceras
Este método, segundo Bauer (1994), foi desenvolvido quase exclusivamente para a aplicação
de tintas à base de poliésteres insaturados.
Em suma, na construção civil os utensílios mais usados são a trincha ou o pincel e o rolo. A
trincha geralmente é para aplicação de primários, esmaltes e vernizes em portas, janelas e
gradeamentos, etc. de tintas aquosas, sendo a pintura de paredes e tectos, maior parte das
vezes efectuada por rolos.
A pintura por aplicação à pistola e por imersão, também são utilizáveis, mas na área da
indústria.
A escolha de qualquer destes processos vai depender da natureza e peças a pintar, e das
condições de preparação, bem como do poder económico da empresa.
Além das condições de preparação de uma tinta, as condições ambientais durante a aplicação
desta desempenha um papel de extrema importância. Por isso, quando a aplicação das tintas
devem observar-se as seguintes condições:
No Ambiente:
• a temperatura deve estar compreendida entre os 5ºC e os 35ºC [nem frio, nem sol
forte];
• a humidade relativa não deve exceder os 85ºC;
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Tintas, Vernizes e Ceras
No Laboratório
• a temperatura do ar rondar os 23 ± 2ºC;
• a humidade relativa 50 ± 5%;
• isento de correntes de ar e poeiras.
(I. S. T., 1999/2000, p. 58)
Para além destes requisitos, será também importante evitar pintar sobre superfícies húmidas.
Por isso aconselha-se:
• superfícies estucadas, rebocadas ou betão - teores de húmidade menor a 5%;
• madeiras: - teores de humidade à volta dos 15% - peças expostas ao tempo;
- teores de humidade de 10% a 15% - peças mantidas ao abrigo da intempérie;
• superfícies metálicas - temperatura superior, no mínimo, 2ºC à temperatura do ponto de
orvalho medido no local de trabalho.
III. 6. 1 - Generalidades
Para que haja uma pintura de sucesso é necessário não só usar os materiais correctos, como
também cuidado e habilidade na preparação das superfícies e na aplicação das tintas. É
necessário compreender que não é possível executar pinturas duráveis sobre bases
inadequadas, tais como madeira húmida. (Santos, 1998)
A madeira é um material susceptível de ataque, com alteração das suas propriedades originais
e perda progressiva de resistência mecânica, quer pelos agentes biológicos [fungos e insectos],
os quais se alimentam dos seus constituintes, quer pelos agentes atmosféricos [humidade, sol,
etc.]. É necessário, por isso, protegê-la contra estas duas ordens de inimigos que, isoladamente
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Tintas, Vernizes e Ceras
A protecção da madeira contra o ataque dos agentes atmosféricos é feita, normalmente, por
meio de operações de pintura, enquanto a protecção contra o ataque dos agentes biológicos
faz-se através de preservativos [por exemplo, fungicidas quando se trata de fungos].
Numa primeira fase será importante um adequado nivelamento da superfície, ou seja, uma
cuidadosa planificação através da lixagem, o que evita o uso de betumes, conseguindo assim
uma economia substancial de materiais e mão-de-obra e, principalmente, bons resultados com
pinturas muito duráveis.
Todas as saliências devem ser eliminadas de modo a evitar que a tinta se acumule nessas
reentrâncias, prejudicando o aspecto final do acabamento. (Santos, 1998, p. 18)
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Tintas, Vernizes e Ceras
Na preparação das tintas será importante uma uniformização completa da mistura, que
consiste em misturar manualmente os constituintes da tinta, com uma certa técnica,
prolongando essa operação mesmo quando parece já estar homogénea.
A existência de depósito poderá ser também um obstáculo, bem como a existência de uma
película ou pele sobrenadante.
A consistência do material também poderá ser uma barreira a eliminar, que quando espessa a
tinta terá que ser ajustada com um solvente apropriado.
Deve-se utilizar um Isolador de Nós, com o objectivo de selar a área externa do nó, bem como
toda a zona circundante.
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Tintas, Vernizes e Ceras
A aplicação do isolador de nós deve ser feita à trincha, deixando uma camada fina, aplicada
em duas demão, com pelo menos duas horas de intervalo. Após a segunda demão, e antes de
continuar a pintura, proceder-se a um período de espera mínima de doze horas.
Os primários para madeiras são composições semi-transparentes e o seu objectivo é obter uma
boa obliteração. No entanto, a preocupação de querer tapar os fundos leva muita das vezes o
aplicador a depositar películas demasiado espessas, o que provoca a não secagem em
profundidade. Os primários para madeira, geralmente não são lixados.
Para êxito desta aplicação será necessário preencher as depressões mais profundas, como
rachas, cavidades deixadas por pregos batidos, etc. É com o próprio betume, previamente
engrossado com pigmento em pó adequado, que este enchimento se processa.
A sua planificação [sendo função do betume] deverá ser totalmente dispensada ou reduzida ao
mínimo, excepto quando se trata de pintura de madeira de folhosas de poro aberto.
A técnica de aplicação consiste no barramento, o qual é executado em várias demãos que vão
sendo progressivamente mais finas da base para o topo, aplicadas com um intervalo que
permita enrijamento de cada uma das camadas antes de se aplicar a seguinte. O que vai
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Tintas, Vernizes e Ceras
Depois de o betume estar bem seco e endurecido deve ser lixado, utilizando-se dois tipos de
lixas. Inicialmente, uma lixa grossa que vai permitir mais facilidade no corte e uma rápida
progressão e numa fase final uma lixa fina que é usada para dissimular os sulcos restantes e
permitir um melhor nivelamento. A lixagem pode ser feita a seco ou a água, mas neste caso da
madeira a lixagem a água representa um perigo relativamente a infiltrações.
A aplicação do esmalte deve ser feita em dia seco ao abrigo de correntes de ar.
Um cuidado a ter-se nesta fase é com a trincha, a qual deve ser utilizada de forma a distribuir
uniformemente o material sobre a superfície a cobrir, mas evitando sempre a acumulação de
tintas nas saliências, curvas, cantos e recessos, os quais poderão dar origem a espessuras locais
de películas muito altas, bem como a possibilidade de engelamento e dificuldade de secagem.
Para se conseguir no acabamento uma espessura de filme capaz de assegurar uma boa
durabilidade é essencial o emprego de duas demãos. Há que ter em conta que antes de aplicar
a segunda demão, a primeira deve ser totalmente despolida com lixa a água, até ao
desaparecimento total das áreas brilhantes.
O emprego do verniz deve ter em conta várias operações de envernizamento, tais como:
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Tintas, Vernizes e Ceras
O tratamento com velatura exige que a superfície de madeira esteja limpa e sem gordura. Para
isso a preparação da superfície deve ser feita através de lixagem.
A cor resultante da aplicação de uma velatura vai depender das características desta e também
da capacidade de absorção da madeira, regularizando para isso a concentração do material
através de ensaios prévios, adicionando-se ao material original um solvente apropriado.
Os métodos a empregar as velaturas podem ser à trincha, à pistola ou por mergulho, exigindo
para qualquer um deles um período de secagem de pelo menos quatro horas.
A aplicação de velaturas em madeira húmida pode provocar várias patologias, tais como a
precipitação dos corantes, que originam o aparecimento de irregularidades de cor e manchas
de mau aspecto.
A aplicação deste produto é feito com uma trincha. O tempo de secagem deve ser pelo menos
de quatro horas antes de se iniciar a operação seguinte.
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Tintas, Vernizes e Ceras
A sua aplicação é feita usualmente à trincha. A trincha deve estar cheia de verniz,
movimentando-a em pinceladas curtas e leves sobre a área de superfície, de forma a evitar a
formação de bolhas. Enquanto se aplica o material na área seguinte, vai-se deixando o verniz
aplicado lacar.
Como para trabalhos exteriores é mais difícil conjugar estes requisitos, o envernizamento
deverá ser feito num dia seco, moderadamente quente e sem vento, para não comprometer os
resultados.
Mas, na maior parte das vezes o que acontece é a deteoriação da pintura velha, implicando
assim um maior cuidado na preparação da superfície, maiores gastos de material e uma pintura
nova menos durável e satisfatória do que se tivesse sido executada sobre uma base sã. Estes
parâmetros são aplicados não só para as madeiras como também para outros tipos de pintura.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Não existem regras estabelecidas para se saber qual é a altura em que a pintura deve ser
renovada. O método utilizado será identificar a altura de repintar, examinando cuidadosamente
e com frequência o estado da própria pintura.
Numa primeira análise deverá ser feito um exame de pintura existente. Esta operação consiste
numa observação cuidadosa da superfície, que por vezes ressalta aos nossos olhos uma
redução gradual de brilho resultante da exposição à intempérie, com consequente
esfarelamento.
O esfarelamento tem a vantagem de fornecer uma superfície lisa, semi-mate e com uma ligeira
aspereza superficial, para além de manter limpa a película, o que vai construir uma excelente
base de pintura.
A remoção da tinta velha é outro aspecto a considerar. Poderá ser feita por queima ou
decapagem. A queima é um método rápido, limpo e conveniente. No entanto, para áreas
estreitas recorre-se ao emprego de decapantes.
Supondo que a pintura velha sofre apenas uma desintegração uniforme por esfarelamento e
não tem qualquer tipo de rachas ou esfoliação, pode-se começar esta fase pela preparação da
superfície, limpando e lavando, lixando-a de modo a adquirir uma base de pintura nivelada e
uniforme.
A limpeza pode ser feita através de detergentes, ou solventes, sendo neste caso empregue na
remoção de gordura.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Quando estamos perante uma pintura velha e existam zonas de superfícies não adequadas,
necessitando por isso de ter um tratamento profundo, deverá primeiramente ser removida a
tinta existente, até se encontrar a base sã, desde a subcapa, o primário, ou até a própria base.
Finalmente para se obter um nivelamento satisfatório, deve proceder-se às reparações locais,
aplicando sucessivamente o primário, o betume e a subcapa.
Depois de preparar a superfície através da lixagem da pintura antiga e reparação das zonas em
que aquela foi removida, dá-se o início à repintura, sendo feito normalmente numa superfície
fosca e uniforme na cor.
Nestes casos deve-se remover todo o verniz existente, ou pelo menos nas áreas onde a película
rachou ou exibe levantamento. Após uma lixagem geral deve-se aplicar três ou mais demãos
de verniz novo. Depois desta operação prossegue-se uma lixagem geral de nivelamento,
seguida de duas demãos gerais de acabamento, não esquecendo que a primeira deverá ser
despolida antes de aplicar a demão final.
(C. D., Robbialac, 2002/2003)
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Tintas, Vernizes e Ceras
- INTERIORES
- EXTERIORES
SUPERFÍCIES EM M ADEIRA
INTERIORES EXTERIORES
SUPERFÍCIES
PINTADAS OU
ENVERNIZADAS
CASO GERAL CASO GERAL
SOALHOS
E » PORTAS, JANELAS, LAMBRIS » PORTAS, JANELAS
M ADEIRA » MOBILIÁRIO D E JARDIM
» MOBILIÁRIO DIVER SO
» MADEIR A EM
» TAMPOS D E MESA * ENVERNIZADAS C/ VERNIZ
AMBIENTES MARÍTIMOS
» COR RIMÃOS DE TIPO DIFERENTE
» REVESTIMEN TOS D E
» REVESTIMENTOS DE PAREDE E TECTOS * COM VERNIZ DO M ESM O
PAR EDE E TECTOS
TIPO M AS EM M AU ESTADO
DE ADERÊNCIA
* SUPERFÍCIES PINTADAS
AGUARDAR SECAGEM
* ENVERNIZADAS COM VERNIZ DO
M ESM O TIPO EM BOM ESTADO DE
ADERÊNCIA
LIXAGEM GERAL
Com lixa média ou fina
CONDIÇÃO PRÉVIA
TRATAMENTO DE MADEIRAS ATACADAS COM FUNGOS E REMOÇÃO DE QUALQUER
CARUNCHOS E/OU PREVENÇÃO AO SEU APARECIMENTO REVESTIMENTO
SECAGEM E LIXAGEM
ENVERNIZAMENTO
ESQUEMA DE TRATAMENTO
» VERNIZES SINTÉTICOS
» VERNIZES CELULÓSICOS » INSECTICIDA
» VERNIZES POLIURETANOS » FUNGICIDA
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Tintas, Vernizes e Ceras
- INTERIORES
- EXTERIORES
SUPERFÍCIES EM MADEIRA
SECAGEM E LIXAGEM
SECAGEM E LIXAGEM
REPETIR ATÉ
(*) PERFEITA
REGULARIZAÇÃO
APLICAÇÃO DE APARELHO/SUB-CAPA ADEQUADA
(em cor próxima ao acabamento)
SECAGEM E LIXAGEM
NOTAS: (*) – Em EXTERIORES e em INTERIORES (nos casos em que se requer um revestimento de maior resistência) o
uso de betume deve ser restringido ao mínimo indispensável por forma a não comprometer a resistência global do revestimento.
Nestes casos, o SISTEMA RECOMENDADO consiste na aplicação do ESMALTE DE ACABAMENTO directamente
“sobre” o PRIMÁRIO.
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Tintas, Vernizes e Ceras
III. 7. 1 – Generalidades
A pintura de paredes na construção civil é, talvez, o aspecto de maior importância no que diz
respeito à protecção e decoração geral de edifícios, uma vez que as áreas intervenientes são as
mais vastas. (C.D., Robbialac, 2002/2003)
À primeira vista um muro rebocado ou uma parede estucada parecem constituir bases de
pinturas ideais, mas na realidade, as coisas não têm a simplicidade que aparentam,
constituindo, sim, um problema de pintura onde mais existem riscos e dificuldades.
(Robbialac, 1958, p. 89)
A alcalinidade das paredes pode promover a saponificação das pinturas, com formação de
manchas, amolecimento ou descascamento. As tintas usadas neste caso terão que ser
resistentes ao alcális. Em substratos mais resistentes a presença da água pode existir,
destruindo a adesão das películas, a qual poderá causar variações de brilho e cor; a presença
de sais pode provocar a formação de depósitos cristalinos, e a degradação pode, finalmente,
dar origem a fenómenos de esfoliação. (Robbialac, 1958, p. 90)
Em suma, pode dizer-se que na formulação das tintas deve ter-se em conta, como já
referenciado, a existência de sais alcalinos nos substratos e, consequentemente, apresentar
resistência a ph elevado. Esta resistência ao alcális pode ser dada por polímeros resistentes a
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Tintas, Vernizes e Ceras
ii) Tintas Aquosas, de base sintética: este tipo de tintas generaliza-se no campo da decoração
de paredes. As vantagens principais são: diluição com água, livres de cheiros, rápida
secagem, livre de riscos de incêndios, resistência à saponificação e ao ataque químico, além
de excelentes funções de durabilidade, lavabilidade e permanência.
(Robbialac, 1958, p. 90/91/94)
A pintura de estuques é raramente feita com o objectivo de protecção. Porém, certos produtos
recomendados para decoração de paredes, nunca se podem aplicar directamente em estuques,
sem intervenção de quaisquer primários e selantes.
(Robbialac, 1962, p. 434)
As superfícies de estuque são mais difíceis de pintar com êxito de que os outros materiais de
construção, tais como a madeira e o aço.
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Tintas, Vernizes e Ceras
A pintura no estuque, por força das circunstâncias, terá que começar pela aplicação de
selantes e primários anti-alcalinos, qualquer que seja o tipo de material seleccionado. As
superfícies deverão estar aptas para receber os produtos em boas condições. Para tal, na
preparação terá que se atender se se tratam de superfícies novas ou velhas.
(Robbialac, 1958)
Os estuques velhos carecem de maiores cuidados, pois para além da flor já mencionada, estão
sujeitos a contaminações com gorduras e sujidades. Neste caso a lavagem terá que ser feita
56
Tintas, Vernizes e Ceras
com detergentes [com panos], devendo ser realizada debaixo para cima, a fim de evitar
acumulações de gordura e sujidade na base da parede. De seguida é feita a lavagem com água
limpa para remoção de contaminantes resultantes da primeira limpeza, sendo feita do topo
para a base.
A superfície deve estar bem seca e limpa antes da pintura. O tempo de secagem, neste caso,
terá que ser mais prolongado. (Robbialac, 1962, p.436)
Os riscos de insucesso das pinturas, por exemplo paredes interiores, derivam de razões
acidentais, como excesso de húmidade na estrutura, defeitos do estuque ou insuficiência de
preparação e isolamento. (Robbialac, 1962, p. 449)
Dificuldades desta natureza vão-se revelando pouco a pouco, as quais exigem medidas de
rectificação.
Nestes casos não é necessário remover a pintura existente. Bastará preparar adequadamente a
superfície e proceder a redecoração.
As operações de repintura são pinturas mais seguras e livres de riscos que as pinturas iniciais,
porque quando se realizam as paredes já estão bem secas e as superfícies de estuque,
quimicamente e fisicamente estabilizadas.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Quanto á perda de adesão, será necessário remover toda a tinta existente por meios mecânicos
e proceder a nova pintura após o período de secagem propício.
Se se verifica a formação de eflorescências, temos duas situações, ou estas têm lugar entre a
parede e o filme de primário anti-alcalino e terá que se proceder como no caso anterior, ou se
formam sobre a película e, neste caso se não existirem perdas de adesão, a situação pode ser
remediada com um isolante específico, seguido de nova pintura.
Se, finalmente, o defeito consiste no aparecimento de manchas, causadas por fungos, terá que
ser feito um tratamento, seguido de isolamento e nova pintura [executadas ambas operações
com materiais fungicidas].
Consideremos que se trata de uma pintura de renovação. Primeiramente terá que ser feito um
exame cuidadoso da superfície, antes de decidir quais as operações de preparação que se
impõem. Geralmente, começa-se por lavar com detergente e água. Se se tratar de tinta a água
pode-se aplicar directamente o material de acabamento, se estivermos perante uma tinta de
óleo, deve estar completamente lixada antes de se proceder à repintura. (Robbialac, 1962, p.
452).
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Tintas, Vernizes e Ceras
Portanto, na pintura de rebocos para além dos perigos já indicados (em estuques) em
particular eflorescências e eflorescências calcárias, ainda existe a possibilidade da ocorrência
de saponificações.
Pode-se concluir que na pintura de rebocos, sobretudo no exterior, uma adequada secagem da
estrutura e uma boa preparação da superfície são fundamentais. A utilização de Primários
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Tintas, Vernizes e Ceras
Vamos supor que estamos perante uma superfície nova, partindo do princípio que o reboco a
pintar é do tipo areado e superfície nivelada. A primeira operação consiste em libertar a
superfície das areias mal ligadas á massa de reboco. Após esta operação, a parede deve ser
bem escovada, com uma escova de pêlo rijo para libertar as poeiras. Finalmente, a superfície é
desengordurada por lavagem com água e detergentes, conforme referido em estuques.
(Robbialac, 1962, p.455)
Antes de dar início aos trabalhos de pintura é evidentemente necessário deixar secar a parede.
O tempo de secagem será mais ou menos três meses, dependendo de determinadas condições
[temperatura e ventilação] com o fim de reduzir o risco de saponificação.
Quando se trata de superfícies velhas, as operações a executar são idênticas às que foram
indicadas para superfícies novas, excepto as operações de lavagem com detergentes, as quais
devem ser executadas mais a fundo. Disto resulta, tempos de secagem mais prolongados.
(Robbialac, 1962, p. 456)
Contudo na prática, estes prazos não são possíveis, sendo preferível uma lavagem mais
ligeira, de tal modo que o reboco não fique muito encharcado.
60
Tintas, Vernizes e Ceras
Sobre o último ponto, pouco ou nada se pode dizer, uma vez que as condições já existem, a
não ser medidas de ordem construtiva, se for o caso, para eliminar infiltração de húmidade
[ terreno ou juntas] e fendilhamento.
1) No caso mais favorável da pintura antiga ter sido realizada em boas condições técnicas,
com materiais da mesma natureza, não apresentando manchas ou exibindo esfarelamento
moderado e regular, a operação consistirá numa lavagem eficaz, como, já descrita, seguida de
secagem, podendo ainda ser aplicado um produto para fixar as partículas do pigmento
destacadas e que não puderam ser removidas por lavagem;
2) No caso da pintura antiga ser tinta a água, mas estar num estado avançado de deterioração,
com esfarelamento acentuado e manchas, deve-se ter precaução na sua remoção, sobretudo
nas zonas mais atingidas pelo esfarelamento. Este facto, na maioria dos casos é devido a ter-
se realizado a pintura sem isolamento ou com isolamento inadequado;
3) Na situação da pintura se ter realizado em reboco duro e liso a operação é recorrer ao jacto
de areia, o qual removerá a tinta existente, bem como oferecerá uma superfície áspera onde a
61
Tintas, Vernizes e Ceras
pintura nova terá um comportamento favorável. Contudo uma lacagem simples a jacto de
água apenas, também poderá resolver;
4) No caso de repintura de rebocos decorados a óleo ser desprovida de brilho, problema de
saponificação violenta, originando amolecimento do filme e/ou esfoliação generalizada, será
indispensável remover a pintura efectuada, pondo a parede a nu, e proceder como se de uma
pintura de raiz se tratasse. Nas zonas em boas condições basta uma lavagem eficaz, seguida
de um isolador;
62
Tintas, Vernizes e Ceras
- INTERIORES
- EXTERIORES
SUPERFÍCIES
REMOÇÃO DE
LIMPEZA GERAL, REMOVENDO EVENTUAIS ALGAS OU FUNGOS, GORDURAS, TODA A TINTA MAL
AREIAS SOLTAS, POEIRAS, ETC…. ADERENTE
AGUARDAR SECAGEM
AGUARDAR SECAGEM
EM ESTUQUE SINTÉTICO
É IMPRESCINDÍVEL
UNIFORMIZAR A ABSORÇÃO. REFORÇAR A ADERÊNCIA
UNIFORMIZAR A ABSORÇÃO COM PRIMÁRIO DE ADERÊNCIA
63
Tintas, Vernizes e Ceras
III. 8. 1 - Generalidades
Quanto aos Metais Ferrosos é exigida uma protecção anti-corrosiva das tintas aplicadas sobre
o aço, quando estes estão sob o efeito de condições ambientais agressivas.
(I. S. T., 1999/2000, p. 66)
Os Metais Não Ferrosos mais frequentes e usados na construção civil são o alumínio e a
chapa galvanizada. Estes metais também sofrem a corrosão ao ar, embora a velocidades muito
inferiores à dos metais ferrosos. Em alguns casos, como o alumínio, a película de óxido que
se forma tem uma acção protectora.
O principal problema das superfícies de metais não ferrosos é que a aderência das tintas é
muito fraca, pelo que são necessários pré-tratamentos que conduzam à formação de uma
superfície de maior aderência. (Marques e Rodrigues, 1998, p. 50)
A duração de uma pintura sobre metais ferrosos e não ferrosos, depende essencialmente da
preparação da superfície e da maneira como os produtos são aplicados, independentemente da
qualidade destes. Nos metais não ferrosos [zinco, alumínio, ferro galvanizado, etc.] são
64
Tintas, Vernizes e Ceras
simples de tratar, uma vez que não têm o problema da ferrugem. (C. D., Robbialac,
2002/2003)
Valerá apena insistir que uma correcta preparação da superfície metálica é um factor decisivo
no êxito de qualquer pintura.
A ferrugem que se integra numa superfície a ser pintada é outro inconveniente, como já
referenciado. Temos duas situações: quando a ferrugem se interpõe entre o primário e o metal,
impedindo o contacto entre estes, isto é, impedindo o contacto perfeito entre a tinta e a base,
interferindo na adesão da pintura; e o mecanismo da acção anti-corrosiva do primário sobre o
metal, que só é exercida quando há contacto íntimo de um com o outro.
O factor adesão, neste caso de superfícies, ainda se torna, mais importante, pois uma
aderência adequada do primário à base metálica será fundamental, pois dela depende a
durabilidade de todo o sistema de protecção, bem como a acção eficaz dos elementos anti-
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Tintas, Vernizes e Ceras
corrosivos do primário, os quais exerçam uma acção inibidora que deles se espera.
(Robbialac, 1962, p. 332)
1) Jacto de areia
Pode ser seco ou húmido, sendo talvez o melhor sistema desenvolvido para a preparação de
superfícies metálicas. A função principal deste sistema é remover, de forma rápida e eficaz, a
carepa, a ferrugem, a gordura e a sujidade, adquirindo assim uma superfície ligeiramente
irregular e áspera, o que se torna ideal para a adesão de qualquer tipo de primário.
2) Maçarico oxi-acetilénico
O maçarico oxi-acetilénico ou limpeza à chama não é tão eficaz, como o jacto de areia, mas
em comparação com os processos manuais de limpeza é substancialmente razoável. Esta
operação consiste em fazer passar sobre a superfície a limpar, a alta velocidade um maçarico
que, realizando um aquecimento local brusco, vai promover a desidratação de ferrugem e a
eventual remoção do cascão de laminagem, o qual se desliga da base devido à dilatação
diferencial provocada entre o ferro e a carepa.
No caso de estruturas em más condições, contendo graves quantidades de ferrugem e carepa,
por vezes, é necessário fazer passar mais de uma vez o maçarico, ou então, realizar uma
limpeza por métodos manuais.
Depois da limpeza e antes de iniciar a pintura, a área tratada deve ser limpa com uma escova
de arame e varrida de poeiras.
É de notar, que este processo de limpeza não pode ser aplicado em estruturas de pequena
secção, ou chapas de pequena espessura, pois pode dar origem a grandes empenamentos.
3) Decapagem química
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Tintas, Vernizes e Ceras
cascão de laminagem. Tem como vantagem a não redução dos filmes de tinta, mas em
contrapartida, sofre uma séria limitação ao exigir que os elementos a limpar sejam submersos
num banho aquecido, impossibilitando também a sua aplicação em estrutura montada e
emprego no tratamento de elementos isolados e de grande dimensão. O processo de
decapagem química compreende as seguintes operações: limpeza e preparação do metal;
imersão do banho ácido decapante; imersão em banho de limpeza; e imersão em banho
passivante.
3) Limpeza manual
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Tintas, Vernizes e Ceras
Este material sendo ainda pouco conhecido, exige uma técnica de aplicação de emprego muito
delicada. O sistema vinílico tem como principal vantagem a durabilidade exterior, podendo
em alguns casos ser caracterizado pelo grau de inércia química, pela resistência à acção de
soluções ácidas, alcalinas e salinas, mesmo em altas concentrações, bem como a fungos e
gases corrosivos.
As lacas vinílicas secam por evaporação dos solventes, sensivelmente quinze minutos e após
evaporação completa destes, os vinílicos oferecem filmes duros e resistentes ao atrito e à
abrasão. Devido a este facto, é utilizada em pinturas de estruturas expostas á acção de ventos
violentos que arrastam areia do mar.
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Tintas, Vernizes e Ceras
- Acabamentos em Alumínio
As tintas de alumínio também têm alta opacidade à luz e à reflectividade. Esta última
característica é exemplo em pintura de telhados de armazéns ou barracos situados em climas
quentes, com o objectivo de baixar a temperatura interior o mais possível.
O seu emprego também é generalizado para atmosferas industriais uma vez que o alumínio é
pouco afectado por gases sulfurosos.
Devido às diversas vantagens inerentes a este sistema de pintura pode ser usado em: tanques,
depósitos, pontes e viadutos, postes de alta tensão e de caminhos de ferro, estruturas e
edifícios metálicos, etc.
No entanto a sua aplicação varia, conforme o seu destino, como por exemplo se se tratam de
estruturas, depósitos, temperaturas altas, etc.
(Santos, 1998, p. 27)
- Tintas Alquídicas
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Tintas, Vernizes e Ceras
Apesar das características das tintas alquídicas, como reduzido tempo de secagem,
durabilidade exterior e elevada resistência à intempérie, estas ainda são substituídas pelos
materiais oleosos ou óleo- resinosas, devido a factores económicos, entre outros.
- Tintas Óleo-Sintéticas
Este tipo de tintas, situa-se entre as tintas alquídicas e as tintas oleosas, em termos de
propriedades e características.
Como vantagens, estas podem produzir-se em qualquer cor e fornecem por secagem filmes
muito brilhantes, bem lacados e dotados de excelente elasticidade. Além disto, tornam
possível, sem riscos a sua aplicação sobre primários oleosos não muito endurecidos
[perigosos com produtos alquídicos].
A corrosão dos metais define-se como a destruição do metal por reacção electroquímica com
o meio. (Robbialac, 1962, p. 305)
Para que este fenómeno seja controlado é necessário conhecer a sua origem e progressão.
70
Tintas, Vernizes e Ceras
O ferro e o aço em meios ambientais naturais estão sujeitos a sofrer corrosão na presença da
água e do oxigénio. (Santos, 1998, p. 30)
Ou seja, o ferro e o aço, não se enferrujam, em contacto com o ar seco, e o ritmo da corrosão
em ambientes em que o valor da humidade relativa não excede os 60% é praticamente
desprezível. Por outro lado, se for removido completamente da água o oxigénio em solução,
esta torna-se praticamente não corrosiva, a não ser que contenha acidez livre. O ferro
mergulhado em água neutra ou pouco alcalina e livre de oxigénio não enferruja.
(Robbialac, 1962, p. 306)
Na prática, nenhuma destas situações se verifica. O que acontece é que o oxigénio está
sempre presente, mesmo se o metal é mantido em imersão permanente, porque se dissolve na
água em quantidade suficiente para a tornar corrosiva. E, a presença da água é muito
frequente, mesmo em exposição atmosférica.
(Santos, 1998, p. 30)
Existem vários processos de protecção contra a corrosão a que se pode recorrer antes da
aplicação de um sistema de pintura anti-corrosivo. Entre estes processos podem referir-se os
seguintes:
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Tintas, Vernizes e Ceras
Este método tem pouca aplicação, embora controle a corrosão, por exemplo na refrigeração
de motores, em que a água é recirculada.
(Marques e Rodrigues, 1991, p.17)
Certos inibidores de corrosão como cromatos, fosfatos, taninos, nitritos, silicatos, etc, têm
propriedades de tornar a água não corrosiva quando dissolvidos nela em pequena quantidade.
O efeito de inibição é produzido pela formação, de um filme de protecção, à superfície do
metal, que suprime a corrosão. (Robbialac, 1962, p. 314)
Esta protecção funciona, nas melhores das condições em águas e solos dotados de boa
condutividade eléctrica e contendo em solução sais capazes de precipitar sobre a superfície
metálica em filme de carbonatos. Este filme tem a capacidade de reduzir o consumo de
corrente e tender a substituir a função protectora do sistema de pintura à medida que este, por
envelhecimento, se vai deteriorando. (Robbialac, 1962, p. 316)
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Tintas, Vernizes e Ceras
A resistência à corrosão pode ser assegurada pelo emprego de aços inoxidáveis. Estes são
altamente resistentes à corrosão, mais resistentes que o aço comum, contudo praticamente não
se utiliza, por razões de ordem económica. (Santos, 1998, p. 31)
As “ ligas metálicas” são aços modificados por pequenas quantidades de outros metais como
crómio, cobre e o níquel. E, são estas modificações que têm efeitos sobre determinadas
propriedades gerais e resistência à corrosão do produto resultante.
(Robbialac, 1962, p. 316)
No entanto, estas ligas utilizam outros métodos de protecção, como a pintura. Têm a grande
vantagem de alongar os intervalos entre repinturas de manutenção, mas no caso de estas não
forem feitas quando devem, o perigo resultante è menor, porque também é menor o ritmo de
corrosão do metal.
(Santos, 1998, p. 31)
Este método consiste no recobrimento superficial dos elementos a proteger em camadas mais
ou menos espessas de metais não ferrosas. Exemplos desta técnica de protecção temos o ferro
galvanizado, o aço cromado e a folha de Flandres.
(Robbialac, 1962, p. 317)
Os sistemas usados para realizar a deposição de camadas metálicas de protecção, podem ser:
1º- Imersão em banho de metal fundido;
2º- Deposição por cementação: calorização, etc;
3º- Deposição por eléctrólise: cromagem, anodização, etc;
4º- Deposição por projecção ou metalização.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Existem outros meios para a realizar mas, a mais usada é a metalização pelo método da
pistola de arame. (Robbialac, 1962, p. 317)
O zinco e o alumínio são os únicos metais de importância prática e económica nas operações
de protecção de estruturas metalização.
vi) Pintura
A pintura por ser o método mais simples, flexível e o mais económico, é de todos o mais
aplicado. (Santos, 1998, p. 32)
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Tintas, Vernizes e Ceras
Em relação aos metais ferrosos, a inspecção incidirá se existem ou não sinais exteriores de
enferrujamento.
De seguida, deve-se verificar se na pintura afloram bolhas ou áreas salientes as quais podem
ser devidas a enferrujamento que se estabelece entre o metal e a tinta de acabamento.
Finalmente, deve-se observar o estado da pintura, em relação aos acidentes normais, os quais
a podem afectar por envelhecimento, exibindo rachamentos, esfoliação, fissuração,
esfarelamento e erosão. (Robbialac, 1962, p. 377)
Na pintura do ferro, o processo mais usado para remover tintas, é a utilização de ferramentas
manuais ou mecânicas.
Para além destas usa-se também a escova de arame manual ou rotativa, martelos manuais ou
pneumáticos, picões, raspadeiras, rodas abrasivas, lixa, etc.
3) Preparação da Superfície
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Tintas, Vernizes e Ceras
Existem diversos métodos na preparação das superfícies, por isso dependendo do estado da
tinta, escolhe-se o método de preparação. (Robbialac, 1962, p. 377)
4) Operações de Pintura
Preparadas as superfícies pelos métodos adequados, bem como reparações locais sobre as
áreas de metal, a pintura não constitui um problema.
Devido à sua eficácia os métodos de protecção do ferro por metalização, quer por alumínio,
quer por ferro, têm vindo a adquirir muita importância, isto porque a pintura e a metalização
são sistemas complementares.
É necessário os melhores materiais a serem aplicados sobre estas superfícies, pois nem todos
os primários anti-corrosivos usados na protecção do ferro são adequados sobre as superfícies
metalizadas, existindo mesmo pigmentos de zarcão, podendo conduzir a efeitos nefastos.
O básico será adoptar um sistema de pintura quimicamente compatível com metal protector,
exercer sobre este uma acção passiva, ter boas propriedades a nível de penetração e possuir
alto teor em sólidos.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Existe especial preferência pelas tintas de alumínio, para este tipo de trabalho, porém, se
pretender-mos um acabamento com cor, as mais indicadas, são as tintas alquídicas, não só por
razões de durabilidade, como também por estabelecerem excelente adesão com o primário.
(Santos, 1998, p. 32)
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Tintas, Vernizes e Ceras
- M E T A IS F E R R O S O S - IN T E R IO R E S
- M E T A IS N Ã O F E R R O S O S - E X T E R IO R E S
S U P E R F ÍC IE S E M M ETAL
M E T A IS F E R R O S O S C A S O E S P E C IA IS S U P E R F ÍC IE S
In te r ior e s e E x te r ior e s In te r ior e s e E x te r ior e s P IN T A D A S
C A S O E S P E C IA IS CASO GERAL
E VE N TU A L
REM OÇÃ O DE » S U P E R F ÍC IE S S U J E IT A S A » P O R TA S, J AN E L A S
FER R UG EM A M B IE N T E S M U IT O A G R E S S IV O S » C O R R IM Ã O S
(p o r a p lic a ç ã o d e » S U P E R F ÍC IE S C O M N E C E S S ID A D E » R E V E S T IM E N T O D E
p ro d u to D E M A IO R R E S IS T Ê N C IA P A R E D E S E TE C TO S
ad eq u ad o o u A N T IC O R R O S IV A Q U ÍM IC A E À » E tc.
ra s p a g e m ) AB R ASÃO
* S U P E R F ÍC IE S P IN T A D A S E M
M A U E S T A D O D E A D E R Ê N C IA
L IM P E Z A G E R A L , R E M O V E N D O E V E N T U A IS G O R D U R A S , * S U P E R F ÍC IE S P IN T A D A S C O M
P O E IR A S , E T C . E S M A LT E D E T IP O D IF E R E N T E
( P a ra a c ab a m e n to s ” E P O X Y ” o u
P O L IU R E TA N O )
AGUARDAR SECAGEM
IM P R E S C IN D ÍV E L
RE M OÇÃO COM PLET A D O
L IX A G E M G E R A L R E V E S T IM E N T O
C o m l i x a m é d i a o u fi n a ( P o r d e ca p a ge m , ra s p ag e m , lix ag e m
o u q u e im a )
A P L IC A Ç Ã O D E P R I M Á R I O A D E Q U A D O * S U P E R F ÍC IE S P IN T A D A S , E M
B O M E S T A D O D E A D E R Ê N C IA
S E C A G E M E L IX A G E M
E V E N T U A L R E G U L A R IZ A Ç Ã O P E L A A P L IC A Ç Ã O D E B E T U M E A D E Q U A D O
S E C A G E M E L IX A G E M
(* ) R E P E T IR A T É
P E R F E IT A
A P L IC A Ç Ã O D E A P A R E L H O / S U B -C A P A A D E Q U A D A R E G U L A R IZ A Ç Ã O
(e m cor p ró x im a a o a ca b a m e n to)
S E C A G E M E L IX A G E M
A P L IC A Ç Ã O D A T IN T A D E A C A B A M E N T O
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Tintas, Vernizes e Ceras
IV. 1 - Generalidades
Nesta fase de desenvolvimento, já se poderá dizer ou até concluir que são inúmeras as
condicionantes que influem na qualidade da tinta.
79
Tintas, Vernizes e Ceras
Por exemplo, um trabalho de pintura, por muito bom que esteja, depende sempre do estado da
superfície a pintar. Uma má preparação desta originará não só um acabamento inestético,
como também futuramente provocará problemas de descascamento, entre outros. (Robbialac,
1996, p.11)
Muitos dos problemas de pintura poderão ser muitas vezes evitados através de estudos e
análises de esquemas de pintura e também pelo cumprimento das indicações e regras de
aplicação das tintas a usar. (Santos, 1998, p.39)
i) a existência de compostos químicos que têm uma acção destrutiva sobre os filmes de
tinta;
A presença de humidade constitui o maior perigo para as pinturas e, quanto mais tarde estas
se executarem melhor. Mas atenção, mesmo quando estas aparentam estar perfeitamente secas
contêm ainda grandes quantidades de água. (Robbialac, 1962, p. 413)
A quantidade de água presente num edifício novo varia consoante o tipo de construção, os
materiais usados, as condições de tempo, entre outros. Parte desta quantidade de água é fixada
pelos materiais de construção no seu próprio endurecimento.
(Santos, 1998, p. 39)
80
Tintas, Vernizes e Ceras
O período de secagem será um dos factores que condiciona a humidade das paredes e tectos.
Mas, é praticamente, impossível determinar com rigor o tempo de secagem de uma superfície
visto, este depender de vários factores, como o material, a espessura, a água existente no final
da construção, o guarnecimento a aplicar, a temperatura, a ventilação local e até a própria
urgência da obra. (Santos, 1998, p. 39)
De facto é impossível adiar as pinturas até ao estado ideal de secagem. Para além disso
quando termina a fase de construção, os rebocos e estuques estão saturados de água e assentes
sobre bases porosas de grande volume, como alvenarias e embouços.
A húmidade para além de variar com o tempo de secagem poderá ter outras origens como a
humidade ascensional ou humidade de construção, as condensações, a água da chuva, as fugas
nas canalizações e outras entradas de água.
(C.D., Robbialac, 2002/2003)
Quanto à humidade ascensional advém do excesso de água existente nos terrenos nos quais
assentam os prédios, sendo esta absorvida pelas suas fundações. Normalmente aparece junto
ao solo e até à altura aproximada de um metro. Pode manifestar-se em permanência [quando a
quantidade de água no terreno é muito elevada], ou ocorrer apenas no Inverno quando a chuva
eleva o nível freático dos terrenos. A humidade de construção tem origem na água que é
incorporada durante a construção das paredes, e posteriormente será libertada a uma
velocidade que depende de vários factores, tais como a temperatura [do ambiente e das
paredes] ou o nível de impermeabilização a que estas paredes estão sujeitas.
Como solução a estes problemas, no que diz respeito à humidade ascensional pode-se optar
pela injecção nas paredes de produtos hidrófugos, ou então a colocação de uma membrana de
estanquecidade, que impeça a passagem da húmidade. Se se tratar de húmidade de construção
terá que se ter atenção na escolha do tipo de tintas a usar, que sempre que possível deverão ser
bastante porosas de forma a não formarem uma barreira à passagem do vapor de água. No
entanto, quando se pretende impermeabilizar paredes exteriores deve-se optar pela aplicação
de um esquema de pintura adequado, que apesar de não eliminar o excesso da húmidade, vai
impedir futuras manifestações desagradáveis, tais como fungos, musgos e bolores, salitre,
empolamentos, descasques e a podridão da madeira. (C. D., Robbialac, 2002/2003)
81
Tintas, Vernizes e Ceras
O aparecimento de condensações nas paredes interiores das casas é originada pela existência
de excesso de húmidade no ar, que ao contactar com superfícies a temperaturas relativamente
baixas, condensa, passando do estado de vapor ao estado líquido.
No caso de superfícies porosas em que se dá a condensação da água, esta irá penetrar no seu
interior, até que um futuro aumento de temperatura faça com que a água se evapore, voltando
de novo ao ambiente. Se as superfícies forem pouco ou nada absorventes, e a quantidade de
água for elevada, a água escorrerá pelas paredes deixando-as marcadas.
Este excesso de húmidade pode ter várias origens, passando pelo normal funcionamento das
cozinhas e casas de banho, nas quais se depositam grandes quantidades de água [não sendo
eliminadas para o exterior], ou pela penetração no interior das casas excessos de humidade
existentes no exterior.
Como outros problemas, as condensações para além de afectar o aspecto decorativo de uma
forma desagradável, pode ainda causar o aparecimento de fungos, bolores e cheiro a mofo.
A entrada de água pede ser feita através de diversas reentrâncias, como os tijolos rachados,
fendas ou defeitos do telhado, das cornijas ou dos algerozes os quais obrigam normalmente a
que estas áreas sejam adequadamente reparadas.
Nestes casos, podemos ter duas situações: no caso de edifícios construídos especialmente
antes dos anos trinta, em que as argamassas eram muito freáveis, sendo o problema causado
por paredes porosas e impermeáveis à água, e quando se tratar de edifícios posteriores a esses
anos. Relativamente à primeira situação para uma conveniente impermeabilização da
superfície deve ser aplicado um revestimento hidrófugo, quanto ao segundo caso para além de
poderem ser aplicados este tipo de revestimentos pode-se também optar pela aplicação de
tintas flexíveis para impermeabilização de paredes exteriores.
Deve-se também ter atenção em zonas mais gravosas [junto ao chão e junto a cantarias de
portas e janelas] nos quais deve ser aplicado um primário que isole as superfícies da
humidade ascensional ou da água que penetre através de materiais porosos.
82
Tintas, Vernizes e Ceras
A operação de pintura deve ser realizada com aplicação de tintas adequadas para o exterior
(de base aquosa ou de base solvente), e de preferência com tintas hidrófugas ou
impermeabilizantes.
Para além de todos estes problemas relacionados com a humidade, a acção química também é
outro condicionante na degradação do filme de tinta. Esta provoca defeitos entre as
substâncias da superfície e os compostos da película.
Qualquer parede de reboco ou estuque é alcalina, isto é, contém substâncias químicas capazes
de atacar os filmes de tinta. (Santos, 1998, p. 40)
A composição da tinta, bem como a composição da parede vão definir o grau de violência do
ataque, sendo estes dois factores a ditar a sua maior ou menor resistência a este.
Saponificação é o nome que se dá a este tipo de ataque que se traduz por uma perda de adesão
do filme e variação de cor. Para além deste, existem outros tipos de ataque, os quais serão
desenvolvidos posteriormente. (Robbialac, 1962, p. 418)
Será importante dizer, que estas possibilidades de ataque estão ligadas também à presença de
água nas paredes. Pois, esta é um veículo de contacto entre as substâncias alcalinas da parede
e dos filmes de tinta. Está provado que a acção química cessa quando a humidade relativa do
ar com a superfície é inferior a 70%. (Santos, 1998, p. 40)
83
Tintas, Vernizes e Ceras
O conhecimento dos principais problemas com que se pode deparar antes, durante e depois de
uma operação de pintura é absolutamente fundamental para a sua correcção apropriada e em
devido tempo. Assim, há que identificar os principais defeitos de superfície que poderão
ocasionar problemas no sistema de pintura, aqueles que ocorrem durante a aplicação e
formação da película [filme] da tinta e os que ocorrem durante o seu envelhecimento.
(Robbialac, 1996, p. 11)
A perda de adesão é um dos defeitos mais frequentes num filme de tinta, manifestando-se sob
a forma de descascamento, esfoliação ou formação de bolhas. (Santos, 1998, p.40)
84
Tintas, Vernizes e Ceras
Segundo um estudo feito pela Building Station de Inglaterra, revela que após endurecimento,
os estuques variam muito de porosidade, sendo os seus limites entre 15% a 60%. ( Robbialac,
1962, p. 420)
Contudo, na presença da água é destruída o que vai implicar estuques com grande adesão
mecânica a manterem-se melhor de que estuques densos, por exemplo os estuques porosos.
Por isso, será importante dotá-los de grande adesão mecânica para oferecer boa aderência às
tintas que nelas se aplicam. Exemplo desta situação é quando a água contida no interior das
paredes se desloca para a superfície podendo desprender a pintura se a adesão mecânica não
for suficientemente forte. (Robbialac, 1962, p. 412)
Outra causa comum que leva ao descascamento é o emprego de tintas de água, que são
sempre emulsionadas e/ou estabilizadas por compostos hidrófilos. E, como se explica este
processo? Ao utilizarmos este tipo de tintas em ambientes cujos ciclos de aquecimento e
condensação variam [por exemplo cozinhas, casa de banho, etc.], o composto hidrófilo é
submetido a processos de alteração constantes que se traduzem por inchaços e contracções
dando origem ao desprendimento, seguido de rachamento e esfoliação. (Santos, 1998, p. 40)
85
Tintas, Vernizes e Ceras
IV. 3 - Esbranquiçamento
Exemplos deste fenómeno aparecem em pigmentos como o Azul da Prússia que na presença
da humidade são atacados frequentemente por compostos alcalinos.
(Santos, 1998,p. 41)
IV. 4 - Deliquescência
Os cloretos são os mais frequentes causadores deste fenómeno. Quando presentes no estuque
ou reboco, podem dar origem ao aparecimento de manchas e humidade muito visíveis. Estas
manchas não tendem a diminuir e a desaparecer por envelhecimento prolongado, pois o sal
retém a água absorvida. Este problema surge por se empregar água do mar ou areia mal
lavada na construção. (Santos, 1998, p. 41)
86
Tintas, Vernizes e Ceras
IV. 5 - Saponificação
Se o ataque se dá entre a parede e o filme em contacto directo, pode notar-se perdas de adesão
seguidas de descascamento. Se se tratar de um ataque mais grave, o filme amolece tornado-se
posteriormente gomoso e peganhento, podendo surgir lágrimas de cor castanha que escorrem.
Estas “ lágrimas” são os produtos de decomposição da matéria oleosa da tinta pelas alcális.
(Robbialac, 1962, p. 414)
Para este problema a solução será: decapar toda a zona afectada e recomeçar a pintura em
condições apropriadas. Se se tratar de alvenaria, isolar a superfície com um primário anti-
alcalino antes da aplicação das tintas de acabamento. (Robbialac, 1996, p. 56)
IV. 6 - Eflorescência
87
Tintas, Vernizes e Ceras
A existência de uma pequena quantidade de sais pode dar origem a uma acumulação
volumosa de cristais. Estes sais podem vir numa parede guarnecida de estuque dos tijolos ou
blocos de areia, dos constituintes da argamassa [cimento, cal], do gesso, ou ainda da água
utilizada nas construções.
(Robbialac, 1962, p. 414)
Contudo, podemos ter duas situações: no caso da eflorescência dar-se à superfície do filme, o
que é muito frequente quando se utilizam tintas de água. Bastará limpar cuidadosamente as
eflorescências [limpeza sempre com panos secos, pois caso contrário levará à formação de
novas cristalizações].
(Santos, 1998, p. 41)
O conselho para este tipo de problemas, antes de se iniciar a pintura, passa pela superfície que
deve ser cuidadosamente examinada para ver se existem sais. Se estes existirem, deve-se
limpar muito bem a parede com um pano bem seco. Como já foi dito, um pano húmido
introduz água na parede e consequentemente facilita o aparecimento de novas eflorescências.
Caso não hajam sinais de defeito, lixar cuidadosamente e isolar com um selante ou primário
anti-alcalino. (Robbialac, 1996, p. 51)
88
Tintas, Vernizes e Ceras
Mesmo as tintas de água não serem as mais indicadas para paredes propícias a este tipo de
fenómeno, no caso de se tratarem, é aconselhável usar uma camada de selante oleoso anti-
alcalino, seguido de testes para determinar o seu estado de superfície.
(Santos, 1998, p. 42)
No caso em que não hajam infiltrações permanentes de água, será atingido o ponto em que
não haverá água para fazer o transporte dos sais, eliminando a eflorescência.
A natureza dos materiais, bem como a porosidade do estuque pode favorecer ou agravar o
processo, podendo numa mesma construção, em materiais idênticos surgirem eflorescências
numas situações e noutras não. Para isto bastará que o estuque ganhe composição diferente e
o aspecto de tempo entre as fases de construção de uma parede no que diz respeito ao tempo
de secagem variem.
(Santos, 1998, p. 41)
Para evitar tal situação será necessário fazer uma eficaz selecção dos materiais, bem como
programas de trabalhos adequados à secagem.
Este fenómeno é muito frequente em trabalhos exteriores com tintas de água, as quais são
preferidas para este tipo de uso, pela sua inércia química e durabilidade exterior.
(Santos, 1998, p. 42).
89
Tintas, Vernizes e Ceras
Em construções recentes, este fenómeno dá-se perto de rachas e juntas, sítios onde a entrada
da humidade se dá propiciamente [por exemplo fendas finas nos rebocos]. No caso de paredes
antigas estão imunes a este tipo de fenómeno porque aqui o hidróxido de cálcio já está
carbonatado.
(Santos, 1998, p. 42)
Não só os factores atrás descritos dão origem ao aparecimento de eflorescência calcária, como
também a realização de uma pintura com materiais permeáveis e a simples presença de
humidade bastam, para desenvolver todo o processo de ataque ao filme.
(Santos, 1998)
Para solucionar este tipo de problema dever-se-á aplicar antes da pintura um primário anti-
alcalino impermeável que impeça o transporte do hidróxido de cálcio em solução pela água.
(Santos, 1998, p. 42)
A película formada pelo primário deverá ter uma espessura e continuidade suficientes para
constituir assim uma barreira, não sendo demasiado lisa e brilhante para provocar problemas
de adesão. A aplicação do primário, no entanto, tem desvantagens pois encarece o trabalho e
impede que a parede continue a secar por respiração após pintura.
(Santos, 1998, p.42).
90
Tintas, Vernizes e Ceras
Além de destruir a uniformidade da cor das pinturas, pode também concorrer para a
degradação da própria película. (Robbialac, 1962, p. 416)
A falta de sucesso nas pinturas interiores não advém muitas vezes dos fenómenos descritos
anteriormente, mas sim de defeitos da própria base, ou seja, dos estuques.
(Robbialac, 1962, p. 426)
Os defeitos de superfície que se vão abordar bem como os problemas que podem ocasionar no
sistema de pintura não se prendem com um trabalho incorrecto por parte do estucador, mas
pelas deficiências que não são logo visíveis, e que com o tempo aparecem, quando o trabalho
se der como pronto. (Santos, 1998, p. 42)
IV. 8. 1 - Pederneira
A solução geralmente adoptada é remover todas as pederneiras visíveis, lixar bem a zona em
causa e encher com gesso ou betume para paredes.
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Tintas, Vernizes e Ceras
IV. 8. 2 - Apodrecimento
Este defeito surge ou porque se aplicou prematuramente uma película de tinta impermeável
ou porque se retardou, ou fez-se praticamente parar o processo normal de secagem. (Santos,
1998, p. 43)
Então, o que é que acontece quando o estuque atinge o apodrecimento ou seja quando este
apodrece? Vai perder a coesão, seguido de fracturação num simples toque, tornando-se friável
e pulverulento, impedindo assim, a fixação do filme de tinta dando origem ao chamado
descascamento. (Robbialac, 1962, p. 427)
No entanto, a principal razão para este tipo de defeito é a pintura antecipada dos estuques
[ainda húmidos] com tintas altamente permeáveis. (Santos, 1998, p. 43)
Como outros defeitos, este também se manifesta após a estucagem e quando a pintura já está
terminada. (Santos, 1998, p. 43)
O gesso para fazer presa e endurecer, precisa de certa quantidade de água. Se esta é removida
antes do endurecimento se completar, o estuque ficará com uma adesão e dureza insuficientes.
Tal deficiência caracteriza-se por uma predisposição ao esfarelamento superficial. Se por
outro lado, a hidratação do gesso não foi completa será provável que a humidade contida no
interior na parede se difunda, entre em contacto com o gesso insuficientemente hidratado e
este, ao completar a hidratação, aumente de volume e dê origem à expansão. (Robbialac,
1958, p. 43)
92
Tintas, Vernizes e Ceras
Para evitar a expansão retardada deve-se manter a superfície ligeiramente húmida durante
alguns dias após a execução do trabalho, bem como a exposição a fortes correntes de ar ou a
aquecimento artificial.
Uma semana será em princípio o tempo que demorará a cessar mais ou menos estes
preparativos, e aí sim, poder-se-ão utilizar os meios anteriormente descritos na obtenção de
uma secagem mais rápida. No caso de suspeita do defeito, deve-se molhar a parede, deixá-la
secar de novo, antes de iniciar as operações de pintura.
(Robbialac, 1962, p. 428)
93
Tintas, Vernizes e Ceras
Claro que se usarmos um gesso isoladamente produzirá um estuque mais duro e poroso do
que se misturarmos cal. Contudo, se a mesma composição não for seguida durante o trabalho,
os resultados serão diferentes, com graus de porosidade também diferentes.
(Robbialac, 1962,p. 429)
Por outro lado, como já foi dito anteriormente, estas diferenças de comportamento podem
também relacionar-se com o brunir dos estuques, pois quanto mais estes forem brunidos,
menor será a porosidade superficial. (Santos, 1998, p. 43)
Este tipo de defeito é mais susceptível em acabamentos tipo “ aveludados”, do que em tintas
inteiramente foscas ou brilhantes. (Robbialac, 1962, p. 430)
Quando se tratam de tintas de água, o uso de retardadores acarreta também graves problemas.
Por serem produtos hidrosolúveis, incham, dissolvem-se na água da própria tinta e por fim
incorpora-se no filme, durante a aplicação. Ao secar a pintura apresenta-se com brilho
irregular, aparecendo manchas de brilho. Neste caso, para evitar estas deficiências, sempre
que se utilizem este tipo de produtos, devem-se utilizar primários anti-alcalinos do tipo
oleoso. (Santos, 1998, p. 44)
Ainda em relação às tintas de água, as diferenças de brilho podem ser causadas por se ter
utilizado cal mal apagada. Pois, esta quando existe no estuque, mais ou menos seca e em
estado de insuficiente hidratação, ao entrar em contacto com a água da tinta ou da humidade
94
Tintas, Vernizes e Ceras
O processo mais eficaz para evitar a contaminação de pinturas com fungos consiste na
inclusão de compostos tóxicos, na própria tinta. Porém, estes compostos são muito caros,
elevando assim o custo das tintas, de forma que os fabricantes só produzem por encomenda
especial. De qualquer forma, para garantir mais segurança, deve-se melhorar as condições de
ventilação dos locais a pintar. (Santos, 1998, p. 44)
Se o ataque não for muito extenso, a solução a adoptar será: desinfecção completa da área a
repintar, utilizando uma solução esterilizadora em duas demãos sucessivas. Completando-se
com uma aplicação de um sistema especial anti-fungos: isolante/selante anti-fungos e
acabamento com tinta anti-fungos. (Robbialac, 1996, p. 57)
Se se tratar de um caso grave, em que a decoração já está contaminada, a solução não se reduz
ao mero repintar, com produtos fungicidas incluídos, das superfícies afectadas, mas sim terá
que se remover totalmente a pintura. (Santos, 1998, p. 44)
95
Tintas, Vernizes e Ceras
Quando se pretende rebocar uma parede é com dois objectivos principais: conferir à parede
um aspecto uniforme e evitar a penetração da água. Por isso, um reboco deverá ser o mais
impermeável possível, não abrir fendas, aderir bem à base e fornecer um acabamento
agradável e duradouro. (Robbialac, 1962, p. 432)
Na preparação de rebocos as massas do tipo duro e denso ricas em cimento e sem cal, têm
tendência a rachar. Como tal, as águas da chuva ou a condensação vão penetrar nas fendas
atingindo o interior da estrutura, atrasando assim a secagem.
(Santos, 1998, p. 44)
Em pintura, os rebocos com fendas produzem efeitos nefastos, como facilitam a saponificação
e a formação de eflorescências calcárias quando se utilizam tintas de água de base sintética -
as mais usadas em pinturas de paredes exteriores.
(Robbialac, 1962, p. 432)
Para evitar possíveis rachamentos, os rebocos exteriores devem ser preparados com cimento,
areia e cal [vulgarmente usam-se traços 1:1:6 de cimento: cal: areia; para paredes protegidas
96
Tintas, Vernizes e Ceras
da intempérie pode-se aplicar o traço 1:2:9]. A areia para rebocos quanto mais fina for maior
será a probabilidade de rachar. Em paredes expostas a condições serenas, será indispensável
usar rebocos mais fortes e impermeáveis.
(Robbialac, 1962, p. 433)
Em relação às pinturas será prática a seguir deixar o reboco secar o mais possível antes da
aplicação da tinta para que a água seja expulsa, dando-se efectivamente a carbonatação de
cálcio evitando assim problemas futuros de eflorescência calcária.
(Santos, 1998, p. 45)
Secagens muito rápidas também deverão ser evitadas, pois impedem a hidratação e o
endurecimento adequado do cimento e da cal.
Reboco em que a hidratação não foi suficiente pode futuramente sofrer problemas de
expansão retardada. Para evitar tal problema deve-se molhar muitas vezes o reboco ou
rebocos preparados em tempo muito quente nos primeiros dias. (Santos, 1998, p. 45)
A pederneira também poderá aparecer em rebocos cuja cal ficou mal apagada.
(Robbialac, 1962,p. 433)
IV. 11 - Conclusão
Para se melhorarem as condições de habitabilidade dos edifícios, bem como a protecção dos
materiais e o seu efeito decorativo é necessário que a pintura impeça a entrada de água e
minimize a acção das intempéries sobre as paredes, para isso será importante que os rebocos e
estuques tenham sido executados de forma a conservarem durante muito tempo todas as
propriedades que caracterizam tais revestimentos.
(Marques e Rodrigues, 1991, p. 45)
Além disso, será importante que as superfícies a pintar fiquem lisas e desempenadas, sem
porosidade e absorção excessiva. Fazer o reconhecimento do substrato, antes do trabalho de
pintura, também será relevante, para se identificar eventuais anomalias já descritas.
97
Tintas, Vernizes e Ceras
Para que uma superfície se apresente apta a receber a pintura, devem efectuar-se todas as
reparações necessárias para que mais tarde não apresente nenhum dos defeitos atrás
referenciados Pode portanto partir-se da seguinte orientação geral:
1) A reparação parcial só deverá ser efectuada quando os defeitos forem poucos
intensos e graves;
2) As massas a usar nas reparações devem ter composição semelhante à do restante
substrato e ser tratados de igual modo;
3) Um estuque apodrecido exige substituição total;
4) Um revestimento que apresente diferenças de porosidade deverá ser sempre
isolado com primários adequados;
5) Quando não seja possível evitar que as condições de húmidade, temperatura e
deficiente ventilação do material pintado ou da respectiva atmosfera circundante,
sejam favoráveis ao desenvolvimento de micro-organismos, para além de se proceder
à sua destruição com soluções de produtos fungicidas, deverão ser incorporados na
composição da tinta produtos tóxicos que impossibilitem o desenvolvimento de
fungos, bolores, etc;
6) Para que as bases apresentem teores de húmidade recomendáveis, apenas se pode
recorrer a métodos de secagem acelerada, tais como arejamento ou o aquecimento
artificial, se já tiver decorrido pelo menos uma semana sobre a data de execução dos
rebocos ou estuques.
(Marques e Rodrigues, 1991, p. 49)
Para finalizar, recomenda-se que, principalmente nas obras de grandes dimensões, sejam
conservados registos dos trabalhos de preparação das superfícies efectuados e do tipo de
revestimento aplicado, o que facilitará o estabelecimento de futuros programas de manutenção
ou repintura. (Marques e Rodrigues, 1991, p. 61)
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Tintas, Vernizes e Ceras
99
Tintas, Vernizes e Ceras
C - Manchas de Humidade
D - Água da Chuva
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Tintas, Vernizes e Ceras
V. 1 - Generalidades
Como temos verificado as tintas têm composições bem definidas. Devemos pois formular
cuidadosamente essas composições de acordo com a finalidade a que se destinam os produtos.
Deve-se elaborar Fichas Técnicas para uma formulação onde conste a informação de dados
bem definidos.
101
Tintas, Vernizes e Ceras
Devemos, por isso, prestar a maior atenção ao controlo das tintas. Por isso é indispensável
uma inspecção quer no fabricante quer no aplicador.
V. 2 - Controlo em Laboratório
V. 2. 1 - Cor e Opacidade
Um adequado ensaio permite realizar o controlo das duas características. Para o efeito
necessita-se de um aplicador que permita ao mesmo tempo a aplicação de duas películas de
tintas, com a mesma espessura, e de uma carta para determinar a opacidade
.
Se colocarmos na referida carta, lado a lado, a tinta padrão e a tinta que se pretende controlar,
poderemos verificar se a cor é a mesma. Ambas as películas, depois de secas, devem cobrir o
tracejado alternadamente preto e branco, permitindo-nos assim comparar a opacidade das
duas amostras.
V. 2. 2 - Viscosidade
Existem inúmeros aparelhos (viscosímetros) para determinar a viscosidade de uma tinta, mas
a maneira mais usual é a de medir o tempo de escoamento de uma dada quantidade de tinta,
conhecida, através de diâmetro determinado.
Convém salientar que para que se possam comparar os valores obtidos, a tinta padrão e a tinta
em ensaio devem estar à mesma temperatura.
102
Tintas, Vernizes e Ceras
V. 2. 3 - Grau de Dispersão
No caso de primários, além da protecção anti-corrosiva, esta propriedade permite uma boa
aderência das demãos de acabamento
Nos esmaltes porque pode conduzir a acabamentos de pouca qualidade e menos brilhantes.
V. 2. 4 - Rendimento Teórico
O rendimento teórico pode ser definido como a quantidade de tinta, considerada à viscosidade
de aplicação, que é necessária para realizar sobre um metro quadrado de superfície
perfeitamente lisa, uma determinada espessura de película seca, considerando-se que não
existem especificidades inerentes ao método de aplicação.
Para poder calcular-se o rendimento teórico ( Rt) são necessários os seguintes dados
Rt = e x r x d
103
Tintas, Vernizes e Ceras
V. 2. 5 - Peso Específico
A determinação deve ser feita previamente acordada ou, quando se possui uma tinta padrão, à
mesma temperatura para as duas tintas.
Com o aplicador de espessuras constantes faz-se a aplicação de uma película de tinta sobre
um suporte liso e não absorvente. Confirma-se com um mediador de espessura húmida e
espessura da película. Deixa-se secar a tinta até que haja a completa libertação da matéria
volátil.
Mede-se de novo a espessura da película, desta vez com um mediador de espessura seca. Os
dois valores obtidos dão-nos a relação pretendida.
V. 2. 7 - Tempo de Secagem
Poderemos utilizar um aparelho que nos permita facilmente determinar as duas fases mais
importantes da secagem de uma tinta: o sicatómetro
As duas fases são:
- Secagem Superficial;
- Secagem em Profundidade.
104
Tintas, Vernizes e Ceras
V. 3 - Controlo em Estaleiro
V. 3. 1 - Preparação da Superfície
Como sabemos um bom esquema de pintura aplicado sobre uma superfície mal preparada
pode prejudicar irremediável a própria pintura, por isso é muito importante o controlo da
preparação da superfície.
V. 3. 2 - Condições Ambientais
A temperatura do suporte nunca deve exceder valores para os quais comecem a aparecer
fenómenos de empolamentos ou outros.
Também não se aconselham pinturas com humidades muito altas, pois as humidades altas
com temperaturas ambientais baixas, podem originar perdas de brilho e duração de secagem
mais prolongada. Não se aconselham pinturas logo no começo da manhã para que haja tempo
para a humidade que condensou nos suportes se possa libertar.
Depois de abrirmos uma lata de tinta devemos observar se a mesma apresenta uma pele
espessa à superfície ou se apresenta sedimento duro.
105
Tintas, Vernizes e Ceras
Em qualquer dos casos devemos contactar o fornecedor para que nos indique a possibilidade
de se obter um produto com características iguais ao oferecido ou previamente especificado.
V. 3. 4 - Técnica de Aplicação
Devemos ter o máximo de cuidado na preparação da tinta, pois, uma preparação mal
executada pode não corresponder à tinta fornecida ao cliente.
Todas as tintas têm tendência a apresentarem um ligeiro depósito que deve ser mole e
facilmente dissolúvel. É essencial dispersar este sedimento até à obtenção de um produto final
homogéneo. O mesmo se aplicará nas tintas de mais um constituinte onde a mistura perfeita é
essencial para obtenção de um produto final correspondente ao oferecido.
Para obter uma boa cobertura, boa aplicação, secagem correcta e espessura seca desejada, é
importante controlar a diluição da tinta.
V. 3. 4. 2 - Tempo de Repintura
Devemos seguir as indicações dadas pelo fornecedor para o efeito, pois se o tempo de
repintura for mais curto do que o indicado poderá haver retenção de solventes, tornando a
secagem mais lenta e provocando o aparecimento de microporos que são pontos de
penetração de humidades.
A falta de aderência entre as demãos poderá ser originada pelo tempo de repintura que foi
largamente excedido.
V. 3. 5 - Espessura
106
Tintas, Vernizes e Ceras
CAPÍTULO VI - Os Materiais
1 – ESPÁTULAS
2 – RASPADORES
3 – LIXAS E BLOCOS DE LIXAGEM
4 – BALDE E ESPONJA
5 – ESCOVA
6 – ESCADOTES
7 – DECAPANTE LAVÁVEL
8 – PANOS OU FOLHAS PARA COBRIR OS MÓVEIS E OS PAVIMENTOS
9 – BETUMADEIRAS
10 – FITA ISOLADORA
11 – PANOS OU TOALHAS DE PAPEL
12 – GANCHO EM “S”
13 – PRANCHA DE ANDAIME
14 – TRINCHAS E PINCÉIS
15 – ROLOS E TABULEIROS
107
Tintas, Vernizes e Ceras
Para a preparação das superfícies e para o trabalho de pintura serão necessários vários
utensílios e acessórios de pintura:
108
Tintas, Vernizes e Ceras
A vida dos acessórios de pintura depende não só da sua qualidade mas também dos cuidados a
ter após a sua utilização.
Logo que deixam de ser utilizados, deve proceder-se imediatamente à sua limpeza.
No caso de tintas plásticas, deve-se lavar os seus acessórios com água, de preferência morna,
e sabão. Pode-se também utilizar uma solução que deixe os rolos e as trinchas mais macios.
Se se aplicar tintas de solventes, remover o excesso de tinta dos rolos e trinchas fazendo-os
passar várias vezes por algumas folhas de papel de jornal. Poder-se-á, eventualmente, e se
necessário, fazer uma raspagem cuidadosa da sua superfície com uma espátula. Seguidamente
lavar todas as ferramentas utilizadas com o diluente apropriado para a tinta. Quando o
solvente ficar mais ou menos limpo, fazer uma lavagem final com água e sabão.
Para melhor compreensão, a limpeza dos acessórios de pintura, resume-se em quatro etapas:
3) Após a lavagem com diluente, fazer nova lavagem final, com água e sabão.
109
Tintas, Vernizes e Ceras
Não se deve comprar tintas a mais nem a menos. Deve-se calcular os metros quadrados a
pintar e depois fazer as contas. Ver bem os rendimentos da tinta que escolheu (m2/ litro). E
não esquecer que normalmente são precisas duas demãos.
a b c
Somar estes valores. Ao resultado dever-se-á subtrair as áreas das portas e janelas.
Obtém-se, assim, o total da área a pintar de uma divisão. Dividir esse valor pelo rendimento
de tinta em m2/litro e obtém-se o número de litros necessários para uma demão. Comprar um
pouco mais para ficar com tinta para retoques.
110
Tintas, Vernizes e Ceras
Existem actualmente tintas com características especiais, cuja utilização depende das
propriedades a obter no acabamento final.
Ao repintar uma superfície deve-se, sempre que possível fazê-lo, com o mesmo tipo de tinta e
não com um tipo diferente.
TEXTURADAS
Em paredes interiores e Mate, rugoso ou São de grande
Podem ser diluídas em exteriores 1 – 2 m2 / l / demão ligeiramente brilhante durabilidade no
água e aplicadas à exterior dispensam
escova ou rolo, sendo nova pintura durante
passadas largos anos. É
posteriormente com desnecessário o uso de
escova de picar ou rolo isolante. Dado o seu
próprio. grau de enchimento,
podem aplicar-se numa
só demão
ESMALTES
ACRÍLICAS DE
Devem aplicar-se duas
ou três demãos. Sendo
SOLVENTES
a primeira diluída até
10% e as restantes até
Baseadas em solução 5%, com um diluente.
de resinas acrílicas, Em superfícies de 6 – 12 m2 / l / demão, Meio brilho ou mate A aplicação deve
resistentes aos álcalis e betão e paredes, no consoante o produto obedecer sempre ao
ao envelhecimento, interior ou exterior utilizado rendimento indicado.
possibilitando a Pois só assim são
libertação da água satisfeitas as condições
contida em excesso no para uma adequada
betão protecção.
111
Tintas, Vernizes e Ceras
Todas as superfícies
Para proteger a novas por pintar
ALQUÍDICOS
madeira e o ferro em devem ser tratadas
guarnições, aros de com um primário
São diluídos em
janelas e portas, em Brilhante, meio brilho apropriado antes de se
diluente apropriado e
rodapés, etc. no 10 – 12 m2 / l / demão (também designado aplicar a tinta de
são designados
exterior aplicar de cera ou casca de ovo) e acabamento. Se utilizar
genericamente por
preferência os tipos mate. esmalte como
esmaltes sintéticos.
brilhantes, já que é acabamento, deve-se
maior a sua aplicar previamente
durabilidade. uma sub capa.
ACRÍLICOS
(AQUOSOS)
Todas as superfícies
Diluíveis em água. novas por pintar
Embora apresentado devem ser tratadas
um brilho inferior ao com um primário
dos esmaltes deste tipo apropriado antes de se
de tinta – resistência à aplicar a tinta de
humidade e brilho – Fundamentalmente em acabamento. Se utilizar
com as tintas plásticas pinturas de interiores. 10 – 12 m2 / l / demão um esmalte como
– facilidade de Brilhante acabamento, deve-se
aplicação, cheiro aplicar previamente
reduzido, secagem uma sub capa. Para
rápida e possibilidade uma operação de
de lavar com agua o pintura mais rápida
utensílio utilizado. devem -se aplicar
primários e sub capas
acrílicas.
TINTAS DE
BORRACHA
CLORADA
Para limpeza dos
Sobre paredes de pedra utensílios de pintura
Baseadas em resinas
e cimento, 4 – 8 m2 / l / demão Meio brilhante e mate utilizados na aplicação
de borracha clorada.
principalmente em deve-se utilizar um
Possuem elevada
pinturas exteriores. diluente adequado.
resistência à
alcalinidade e podem
ser diluídas com
diluentes adequados
TINTAS EPOXI
De dois componentes, Dado tratar-se de tintas
baseadas em resinas Dada a sua grande do tipo reactivo, o
reactivas. A base e o inércia química., estas tempo de vida útil para
endurecimento que as tintas são muito aplicação após a
compõem são utilizadas para pinturas mistura dos dois
fornecidos em de locais sujeitos a componentes é de
embalagens separadas acção de produtos algumas horas. Por tal
e após a mistura, químicos agressivos ou 4 – 9 m2 / l / demão Brilho ou semi-brilho facto, deve preparar-se
possuem um tempo de onde se requeira boa consoante o produto dependendo do somente a quantidade
vida útil limitado. resistência mecânica. É utilizado produto utilizado de tinta a aplicar
Devendo portanto ser o caso, por exemplo durante o período de
misturados no das garagens, trabalho. Os utensílios
momento da aplicação. cozinhas, pavimentos utilizados na
A mistura provoca industrias, etc. preparação e aplicação
uma reacção química deste tipo de tintas
que após aplicação e devem de ser
secagem, origina uma cuidadosamente
película com lavados após o uso
características
112
Tintas, Vernizes e Ceras
semelhantes às de um
material plástico duro.
Quadro VI. 4 - Tipos de impermeabilizantes e primários mais utilizados na construção
PRIMÁRIOS
Muito boas
P/ MADEIRAS Preservação e propriedades
protecção da madeira 21 m2 / l / demão fungicidas e
Produto formulado à
contra fungos ou (Depende do sistema Verde, castanha, bactericidas.
base de sais de cobre
insectos. de aplicação e incolor, branco, As superfícies devem
ou Zinco e solventes
Tratamento da madeira condições do suporte.) veludina estar secas, isentas de
orgânicos.
já contaminada. poeiras e gorduras. No
caso de repinturas, o
revestimento deve ser
cuidadosamente
retirado através de
lixagem.
Protecção de
P/ METAIS superfícies ferrosas por
passivação da
Passivador de corrosão corrosão. O primário
formulado à base de actua reagindo com os 8 m2 / l / demão. As superfícies devem
copolímeros vinil- óxidos de ferro Azul escuro ser limpas por
acrílicos especialmente transformando-os em escovagem e estar
estudados para a compostos organo- isentas de gordura. O
protecção de metais, e metálicos inertes. primário deve ser
produtos auxiliares. aplicado sobre
superfícies com
ferrugem aderente e
nunca sobre
Isolamento de superfícies decapadas
superfícies até metal branco.
absorventes.
Não vitrifica o suporte.
P/ PAREDES Opacifica o substrato. 15 m2 / l / demão
Melhora a cobertura (para uma espessura
Primário formulado à final. Permite obter seca de 20µm / Branco, incolor
base de resinas melhor acabamento. demão). As superfícies devem
acrílicas modificadas estar secas, isentas de
de base solvente, poeiras e gordura.
pigmentos e cargas Recomenda-se uma
seleccionados. escovagem prévia para
remoção das partículas
mais soltas.
113
Tintas, Vernizes e Ceras
SINTÉTICOS
Protecção e Muito variável com o As superfícies devem
embelezamento de todo sistema de aplicação e estar secas, isentas de
Verniz formulado à
o tipo de madeiras no natureza da madeira. Mate poeira, gordura e
base de resinas
interior e no exterior. Como orientação lixadas com lixa de
alquídicas.
indicamos o valor de 8 grão médio.
a 12 m2 / l / demão.
Destinado
especialmente à
AQUOSOS protecção de superfícies
de betão à vista. Pouco
Verniz formulado à altera o 16 m2 / l / demão. Brilhante As superfícies devem
base de dispersões aspecto original do estar secas, isentas de
aquosas de acetato de betão, conferindo-lhe, poeira e gordura.
vinilo e acrílicas. no entanto, um pouco
de brilho que realça e
valoriza o acabamento.
Preparação de madeiras
no interior permitindo
obter um bom As superfícies devem
CELULÓSICOS acabamento após a 10 a 12 m2 / l / demão Transparente, brilhante, estar secas, isentas de
aplicação de verniz. dependendo do sistema Mate e acetinado poeiras e gordura. Lixar
Produto formulado à de aplicação previamente no sentido
base de nitro celulose e das fibras com lixa de
resina de colofónia grão médio.
modificada.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Todas as tintas devem ser bem mexidas antes de utilizadas, já que são constituídas por finas
partículas em suspensão num meio líquido, as quais tendem a depositar-se no fundo da lata.
Ao mexer a tinta deve-se fazer com um movimento circular e ascendente, para assegurar uma
redistribuição homogénea. Para se conseguir uma melhor agitação utilizar um agitador ou
mesmo um berbequim eléctrico adaptado a um agitador (excepto tintas celulósicas).
Se se guardar durante algum tempo uma lata de tinta já aberta, poderá vir a notar-se que na
sua superfície se formou uma película que deve ser cortada à volta com uma faca afiada, e
retirada de uma só vez. Em seguida, deve-se agitar bem a tinta e passá-la por uma meia de
nylon.
Acontece que, muitas vezes, sobram pequenas quantidades de tinta depois de um determinado
trabalho. Neste caso, deve-se guardar a tinta em frascos de tamanho adequado, com rolhas de
cortiça e com etiquetas.
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Tintas, Vernizes e Ceras
VII. 1 - Generalidades
As ceras são utilizadas para diversos fins, como protecção de certos materiais, isolamento e
tratamento de madeira, para embelezar determinados objectos ( pedras artificiais) e é utilizada
também em pavimentos plásticos ou de madeira para que estes se conservem por mais tempo. Esta
cera só é aplicada em superfícies aderentes.
As matérias primas mais importantes na sua composição são:
1. cera dos favos de mel (mel de abelhas), cera virgem;
2. resina;
3. água rás;
4. óleo de linhaça.
Estes são os compostos da cera natural que apenas serve para interiores. Quando há
necessidade de se utilizar em exteriores a sua composição é mais elaborada. A cera natural é
de cor amarelada, mas pode-se obter ceras de diversas cores com a adição de corantes.
Está especialmente indicado como base inicial no tratamento de pavimentos de barro cozido,
tanto em interiores como em exteriores. Este produto cria uma profunda barreira que impede a
absorção da água e a aparição das eflorescências. Favorece uma absorção uniforme dos
seguintes produtos a aplicar para tratamento de ceras para interiores como para exteriores e é
ideal para outras matérias porosas como tijoleiras feitas à mão.
Para que a utilização dos líquidos de bases seja correcta deves iniciar pela limpeza do
pavimento com soluções diluídas e enxaguar cuidadosamente. Quando a superfície estiver
seca (depois de 7/15 dias para o barro cozido), aplica-se em abundância e de maneira regular
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Tintas, Vernizes e Ceras
com uma trincha, impregnando bem as juntas. Esperar 24 horas antes de aplicar uma segunda
demão, ou cera, também se pode aplicar com um pulverizador.
Produto em solução aquosa que protege contra a água e as substancias oleosas. Aplica-se
como tratamento de base antes da aplicação de cera de acabamento em materiais absorventes.
Deve utilizar-se só em pavimentos de interior, proporcionando às superfícies tratadas um
agradável realce do tom, para além de uma protecção eficaz contra a sujidade e maior
resistência ao desgaste. Especialmente nos pavimentos de barro cozido obtém-se assim uma
boa base para aplicação de ceras.
Aplica-se directamente sobre um pavimento bem limpo, com uma trincha ou um pano de lã.
Aplica-se sempre uma segunda demão em superfícies muito absorventes, passadas quatro
horas da primeira. Quatro horas depois da última aplicação, o tratamento é concluído
aplicando duas demãos de uma cera líquida. A cera deve ser escolhida em função do material
a tratar, do resultado estético desejado e do local onde o pavimento esteja colocado.
Material que cria uma fina película protectora, cerosa que se elimina ao limpar a parede.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Normalmente na limpeza prévia da pedra realiza-se usando água quente pulverizada com
máquina de pressão e com um renovador adequado. O protector aplica-se sobre a superfície
com acabamento em bruto como: reboco, muros de cimento. A película cerosa opaca e pouco
visível raramente altera a cor do material.
Cera em pasta com base solvente, é ideal para o tratamento dos pavimentos do parquet
segundo o método tradicional com cera. A cera forma, sobre o pavimento, uma protecção
brilhante e antideslizante, de longa duração e de fácil manutenção.
Antes da aplicação, dar previamente uma demão de base de óleo impregnante, aplicar depois
cera sólida espalhando bem com uma esponja. Passadas umas horas dar uma segunda demão
seguindo o mesmo procedimento da primeira. Quando estiver seco, puxar o lustro com um
pano ou com uma enceradora.
Atenção: Na aplicação da cera em pasta, esta deve ser muito bem espalhada para evitar
futuras marcas de sapatos. No caso da cera estar dura, colocar a lata perto de um aquecedor
para a tornar mais fluida. Nunca aquecer a lata directamente numa fonte de calor.
Cera em pasta com base solvente, ideal para o tratamento, com cera quente, de pavimentos de
madeira. A cera cria uma protecção brilhante e antideslizante, de larga duração e fácil
manutenção.
Antes da aplicação da cera, aplicar uma demão de óleo impregnante, aplicar depois cera
impregnante a quente espalhando com máquina (equipada com recipiente para aquecer ou
com disco especifico para o enceramento a quente). Passadas algumas horas da aplicação da
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Tintas, Vernizes e Ceras
primeira demão, dar segunda demão. Depois do pavimento seco, puxar o lustro com máquina
monodisco, desta vez equipada com disco beige.
Depois de lavar o pavimento com uma solução de detergente neutro para pavimentos, escorrer
bem a esfregona ou o pano antes de a passar no pavimento: aplicar depois uma demão de cera
líquida para pavimentos de madeira envernizada, concentrada ou diluída, de modo uniforme e
contínuo com uma esfregona ou pano húmido. Uma vez seco, puxar o lustro com uma
máquina ou com um pano de lã.
Atenção: Durante a aplicação não exceder a quantidade, porque neste caso o pavimento pode
ficar com marcas. Para eliminar estas marcas é aconselhável efectuar as aplicações posteriores
com o produto diluído.
Esta cera é ideal para a primeira demão de acabamento do tratamento tradicional do barro
cozido e para a manutenção normal do mesmo.
Para dar a primeira demão, aplica-se o produto concentrado com uma trincha. Para dar a
demão de acabamento, aplica-se o produto puro com um pano, esfregona ou qualquer outro
aplicador de ceras líquidas.
Para uma manutenção normal basta lavar o pavimento, previamente tratado, com uma solução
diluída de cera líquida (2-3 copos no balde de lavagem). Para obter mais brilho, puxar o lustro
ao pavimento com um pano de lã ou com uma enceradora.
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Tintas, Vernizes e Ceras
A cera para barro aplica-se em pavimentos interiores de barro cozido. A cera cria uma
barreira contra a sujidade e aumenta o brilho e a beleza deste material. A cera para barro tem
quatro tonalidades: natural (neutro), amarelo, castanho e castanho antigo. Aplicando a
primeira demão de uma cor e a segunda demão de outra cor pode obter-se efeitos cromáticos
especiais.
Deve ser aplicada sobre a aplicação de base. Aplicar duas demão de produto a segunda oito
horas depois da primeira, para obter um resultado mais homogéneo e também para corrigir a
tonalidade da primeira demão.
A aplicação deve ser efectuada com uma esponja de banho sintética normal, ou um trapo com
a ajuda de um pincel para melhor se estender a cera. Puxar o lustro à superfície com pano de
lã ou com uma máquina. A cera de cor castanho antigo deve aplicar-se sempre como segunda
de mão, ou seja, aplicar outra cor na primeira demão. A cera para barro também pode ser
aplicada com máquina monodisco, equipada com
reservatório para aquecer a cera ou disco a quente próprio.
Durante o período de Inverno a pasta pode ficar muito dura. Neste caso, basta aquecer a
embalagem em banho maria, ou colocá-la perto de um aquecedor para recuperar o estado
original da cera. Nunca colocar a embalagem directamente ao fogo já que a cera é inflamável.
Mexer o produto antes de usar.
Aplica-se sempre que se prenda uma protecção e um acabamento sem brilho, deixando o
material com aspecto natural. Especialmente indicado como acabamento final nos tratamentos
com cera de pavimento interior em barro cozido, klinker, mármores envelhecidos e pedra
naturais. Posteriormente também pode utilizar-se para manutenção, tanto concentrada como
diluída, segundo a técnica lava e encera.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Aplicar-se com um pano de lã, esponja ou aplicador próprio uma demão de produto puro,
esperar que seque (uma hora aproximadamente) e dar uma segunda demão em sentido oposto
e cruzado da primeira. Passada uma hora já se pode transitar no pavimento. Caso se pretenda
pode puxar-se o lustro para obter um ligeiro aumento de brilho.
É de fácil utilização tem uma grande capacidade de aderência. É ideal para a protecção de
pavimentos absorventes (pedra natural, granitos, mármores e barro normal ou polido) sujeito
a trânsito elevado. Também pode utilizar-se para a manutenção de pavimento de cimento com
quartzo, tratado.
Os pavimentos tratados com a cera autobrilhante, forma-lhe uma superfície uma película
polimérica caracterizada por um alto grau de brilho que protege o pavimento contra desgaste
do trânsito e contra a sujidade.
Utilizar-se depois de lavar a superfície e com o pavimento seco, aplicar de maneira uniforme
e continua uma demão com um pano, esponja ou aplicador de cera. Quando a cera aplicada
estiver seca (duas horas aproximadamente), aplicar uma segunda demão cruzada sobre a
primeira demão, e o por fim deixar secar. O pavimento brilhará sem necessidade de puxar o
lustro.
Não pisar o pavimento durante a secagem (entre aplicações), ao estender a cera, não aplicá-la
na mesma zona duas vezes nem mesmo com a superfície a secar.
A cera cria uma protecção incolor caracterizada por uma excelente resistência ao desgaste.
Possui um elevado poder de protecção perante a sujidade e o pó, e é de fácil manutenção.
Proporciona à superfície um tom quente e uma excelente luminosidade. È ideal para
tratamento de klinker não vidrado, grés rústico e em geral todo o tipo de barro cozido de
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Tintas, Vernizes e Ceras
estrutura fina e compacta, como o barro cozido polido, materiais onde a cera em pasta é difícil
de aplicar devido à pouca absorção.
No caso de barro poroso aplicar a cera líquida, depois de uma ou duas demão (mediante a
absorção) de cera em pasta, pode utilizar-se também como demão de acabamento em vez de
cera líquida para barro, no tratamento de pavimentos de barros cozidos sujeitos a um trânsito
elevado (lojas, restaurantes, etc.) e para a manutenção dos pavimentos tratados com ceras.
Quando o pavimento tiver limpo e seco, aplicar a cera de maneira uniforme com um pano ou
com qualquer outro aplicador de ceras.
Em caso de matérias muito absorventes, aplicar duas demão de cera quando a primeira estiver
seca (duas horas depois aproximadamente). Caso se deseje mais brilho ou eliminar marcas,
passar a enceradora ou pano de lã. Pavimentos interiores de barro cozido: aplica-se da mesma
maneira uma demão de cera como acabamento do tratamento, depois da última demão de cera
em pasta para barro.
Periodicamente em especial nas zonas mais transitáveis, pode recuperar-se o brilho voltando a
aplicar a cera.
VII. 4 - Decapantes
VII. 4. 1 - Decapagem de ceras líquidas
Utilizar decapante puro ou diluído em água 1:3 ou 1:5. Passar a solução sobre área a decapar,
deixar actuar alguns minutos, e de seguida esfregar com esfregão tipo verde ou passar com
máquina monodisco com disco castanho.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Atenção: O decapante não é compatível com água por isso utilizar sempre puro.
2º - Agressão à cera por parte da humidade. Deverá decapar a zona afectada com um
decapante com esfregão ou pano abrasivo, retirar os restos com papel absorvente ou
panos secos. Depois de seco aplicar cera.
Para evitar os problemas acima citados colocar o vaso num suporte de forma a não estar em
contacto com o material tratado.
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Tintas, Vernizes e Ceras
Se o pavimento tem pouco brilho ou está opaco, mas a sua condição é boa e sem manchas em
profundidade, deve lavar-se com um decapante bastante diluído e enxaguar bem com água
limpa.
Após a secagem, aplica-se uma demão de cera em pasta para barro e finaliza-se com cera
líquida indicada. No caso do pavimento estar muito sujo e com manchas profundas, utilizar
decapante para eliminar radicalmente a cera em pasta misturada com a sujidade.
Após a secagem, repetir o tratamento começando na cera em pasta e terminando com cera
líquida.
Após a passagem da solução lava-encera (cera líquida diluída com água) ou da aplicação de
uma demão de cera líquida pura, deixar secar e puxar o lustro ao pavimento (excepto quando
tiver sido aplicado cera de efeito mate) com pano de lã, máquina enceradora ou monodisco.
Recordamos que o uso frequente da enceradora ou máquina monodisco permite ter um
pavimento sempre luminoso e sem marcas.
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BIBLIOGRAFIA
Marques, Isabel e Rodrigues, Paula, (1991). “Revestimentos por Pintura para a Construção
Civil – Preparação de Superfície”, Lisboa, L. N. E. C.
Bauer, L. A., (1994). “Materiais de Construção”, Volume II. Livros Técnicos e Científicos
Editora.
Marques, Isabel e Rodrigues, Paula, (1998). “Tintas, Vernizes e Revestimentos por Pintura
para a construção Civil”, Lisboa, L. N. E. C.
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