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A SUPREMOCRACIA E O INCHAÇO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

É inconteste, no Direito contemporâneo, a supremacia da Constituição nos planos jurídicos


público e político dos modernos Estados pós-ilustrados. Tal status constitucional, posto que
historicamente determinado, suscita, não raro, insegurança quanto à constância do arranjo político-
institucional do Estado de Direito, provocando, a fim de apaziguar a questão, deslocamento de
autoridade em sentido de proteger o Texto Magno. Dá-se tal processo, preferencialmente, em favor do
judiciário, a prejuízo do sistema representativo preconizado pela ideologia liberal, e explica-se: “[A]pós
a 2.ª Guerra, [...] [há] a redescoberta da ideia de Constituição como breviário do povo livre”, e o mundo
europeu, saído das experiências traumáticas do nazismo e do fascismo, abre mão das constituições
liberais (“que estabeleciam poucos direitos e privilegiavam [...] [a permissão de] que cada geração
pudesse fazer as suas próprias escolhas substantivas”) e afasta a democracia de massas e a hegemonia
do Legislativo, para promover – na retaguarda do pioneirismo norte-americano –, o enrijecimento da
legislação maior e de seu controle pelos tribunais, bem como a institucionalização de jurisdições
voltadas a assegurar objetivos postos, fato que assinala a atribuição de nova responsabilidade ao juiz,
para além daquela de legislador negativo: a de zelar pelo cumprimento das promessas positivas da
Constituição por intermédio do controle de constitucionalidade.
São tipos de controle de constitucionalidade (i) o difuso, que “[se] realiza num caso concreto
[...] que tenha como objeto uma pretensão”, e (ii) o concentrado, ou abstrato, realizado “em termos
abstratos, numa ação direta de inconstitucionalidade, cujo objeto é a própria lei que se diz
inconstitucional”. No Brasil, há tanto uma quanto outra espécie de controle, compostas naquilo a que
Oscar Vieira Vilhena dá o nome de “experimentação institucional”, a qual faz competirem ao Supremo
Tribunal Federal, nas palavras de Vieira (2008) e Carlos Mário Velloso (2003), incumbências
extravagantes1, alheias à sua condição de guardião da Constituição; incumbências essas que não só o
desgastam como investem de autoridade demasiada, assim ensejando o fenômeno da supremocracia,
cujo sintoma principal é verificar-se a criação (em vez da proteção) de regras pelo Supremo. Nessa
linha, declara Vieira que, mais do que conferir efeito legiferante a suas decisões, está o Supremo
caminhando ao exercício de poder constituinte reformador, embora sem “alteração explícita do texto da
Constituição”.

1
Conforme a letra da Constituição da República de 1988, o Supremo Tribunal Federal reúne, em si, funções que caberiam,
em geral, a pelo menos três distintas instituições: trata-se de sua atuação como (i) tribunal constitucional, (ii) como foro
judicial e especializado, e (iii) como tribunal de recursos de última instância.
1
REFERÊNCIAS

VELLOSO, Carlos Mário. A renovação do Supremo Tribunal Federal. Revista de Direito


Administrativo, n. 231 (2003). pp. 297-312.

VIEIRA, Oscar Vilhena. Supremocracia. Revista Direito GV, n. 4, São Paulo, jul./dez. 2008.
pp. 441-64.

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