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PARTE IV – CONCEITOS ANTROPOLÓGICOS DE CULTURA

Capítulo 4 – O que é cultura?

4.1 Introdução

Cada realidade cultural tem sua lógica interna a qual devemos procurar conhecer para
que façam sentido as suas práticas, costumes, concepções e as transformações pelas quais
estas passam (SANTOS, 2006).
Saber se há uma realidade cultural comum à nossa sociedade torna-se uma questão
importante. Do mesmo modo evidencia-se a necessidade de relacionar as manifestações e
dimensões culturais com as diferentes classes e grupos que a constituem.
A diversidade das culturas existentes acompanha a variedade da história humana,
expressa possibilidades de vida social organizada e registrada sobre a natureza.
Vemos, pois, que a questão não é só pensar na evolução de sociedades humanas, mas
fundamentalmente entender a história da humanidade.
Por tanto, para Santos (2006, p. 23) cultura tem duas concepções: “a
primeiraconcepção de cultura remete a todos os aspectos de uma realidade social e a segunda
mais especificadamente ao conhecimento, às ideias e as crenças de um povo”.
Ou seja, è tudo que possa caracterizar a existência de uma nação, seja ela portuguesa
seja atroari – aspectos sociais e a outra por se referir a conhecimentos, observará a língua
materna, a literatura daquele povo, quais os conhecimentos filosóficos que poderão agregar
valor a outras comunidades.
Então, o que é cultura realmente? É tudo que diz respeito aos aspectos da vida social,
é uma construção histórica, seja como concepção, seja como dimensão do processo social. Ela
não é algo natural, nem decorrente das leis físicas e biológicas, mas sim um produto conjunto
da vida humana.

4.1.1 Cultura e sociedade

A sociedade em si, é constituída de classes e grupos sociais e possuem regiões de


características bem diferentes. A população foi constituída com contingentes originários de
várias partes do mundo e com isso todas estas distinções refletem no plano cultural.

Sabemos que existem realidades culturais internas à nossa sociedade


que podem ser tratadas como culturas estranhas. Isso se aplica não
só às sociedades indígenas do território brasileiro, mas também a

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grupos de pessoas vivendo no campo ou na cidade, sejam lugares
isolados de características peculiares ou agrupamentos religiosos
fechados que existem no interior das grandes metrópoles.
(SANTOS,2006, p.19)

Considerar a diversidade cultural interna à sociedade é importante, pois é essencial


para compreendermos melhor a local em que vivemos. Uma vez que essa heterogeneidade
não é feita somente de ideias, mas também as maneiras de atuar na vida social, é um
elemento que faz parte das relações sociais no país e do mundo.
Ela também se constitui da maneira diferente de viver, cujas razões podem ser
estudadas, contribuindo dessa forma para eliminar estereótipos e perseguições dos grupos e
categorias de pessoas.
Nem todas as diferenças serão da mesma forma, pois não existem motivos que
imortalizem as facetas culturais que resultam da adversidade e da opressão. Enfim, as
civilizações movem-se não apenas pelo que se tem, mas pelas possibilidades e planos do que
pode vir a existir.

4.2 Cultura: Um Conceito Antropológico

4.2.1 Abordagem Antropológica

A existência da sociedade é marcada pela cultura, pois visa a


criação/aprendizagem/criação. É transformada, enriquecida, num processo constante,
consciente e inconsciente, por acaso e por necessidade. Por isso a cultura marca, registra e
pauta as condutas humanas. O ser humano é muito pouco programado.
O termo cultura segundo o Novo Dicionário da língua portuguesa significa “ato, efeito
ou modo de cultivar. Complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições
e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característica de uma
sociedade" (2010,p.508). Porém no final do século XVIII e no princípio do século XIX, o termo
germânico Kultur era utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma
comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se principalmente às realizações
materiais de um povo.
Para Edward Tylor (1871) cultura é o todo complexo que inclui conhecimentos,
crenças, arte, moral, leis, costumes adquiridos pelo homem enquanto membro de uma
sociedade. Ele foi o primeiro a formular o conceito de cultura do ponto de vista antropológico
da forma como é utilizado atualmente. Na verdade, formalizou uma ideia que vinha crescendo
desde o iluminismo.

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John Locke, em 1690, afirmou que a mente humana era uma caixa vazia no
nascimento, dotada de capacidade ilimitada de obter conhecimento, através do que hoje
chamamos de endoculturação.
Segundo Tylor o homem é um ser cultural, graças à cultura ele superou as limitações
orgânicas, conseguiu sobreviver às diversidades do tempo com um equipamento biológico
relativamente simples. Por exemplo:

Um esquimó que deseje morar num país tropical adapta-se rapidamente, ele substitui
seu iglu e seus grossos casacos por um apartamento refrigerado e roupas leves – enquanto o
urso polar não pode adaptar-se fora de seu ambiente natural.

A cultura é o meio de adequação do homem aos diferentes ambientes. Ao invés de


adaptar o seu equipamento biológico, como os animais, o homem utiliza equipamentos
extraorgânicos. Por exemplo:

A baleia perdeu os membros e os pelos e adquiriu nadadeiras para se adaptar ao


ambiente marítimo. Enquanto a baleia teve que transformar-se ela mesma num barco, o
homem utiliza um equipamento exterior ao corpo para navegar.

Não existe um consenso, na antropologia moderna, sobre o conceito de cultura.


Segundo Laraia (1996, p. 25) com a definição acima apresentada Tylor abrange em
suma só palavra todas as possibilidades de realização humana, além de marcar fortemente o
caráter de aprendizado da cultura em oposição à ideia de aquisição inata, transmitida por
mecanismos biológicos.
Há muito se estuda o comportamento dos animais, inclusive o comportamento do
homem, com a finalidade de entender o que o conduz as atividades cotidianas e, as relações
entre eles na formação dos grupos e na relação entre outros grupos. Confúcio (VX séc. a C.)
enunciou que "a natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm
separados" este é um pensamento compartilhado por vários estudiosos até a atualidade,
inclusive adotados pelas ciências sociais quando se trata de estudos inerentes a cultura
organizacional. Pois, não há como se aceitar algo como bom ou mal, sem uma análise prévia,
quando esta não é prática em sua terra, isto vale para práticas de gestão sugeridas a serem
adotadas em uma organização. Há que se observar e analisar as possibilidades de adequação.
Segundo Sahlinsapud Laraia (1996, p. 24) robustece

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[...] a posição da moderna antropologia é que a cultura age
seletivamente, e não casualmente, sobre o seu meio ambiente,
explorando determinadas possibilidades e limites ao
desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria
cultura e na história da cultura.

Apesar da evolução do conceito de cultura demonstrar que as questões biológicas e


geográficas não interferem nas ações humanas, ainda existe alguns resquícios no que diz
respeito às questões referentes à supremacia de raça (inteligência) e da melhor localização
geográfica (nordeste brasileiro).
Roger Keesing, antropólogo, em seu artigo "TheoriesofCulture" (1974), definiu cultura
de acordo com duas correntes: A primeira seria a cultura como um sistema adaptativo as
comunidades humanas ao seu modo de vida(tecnologia, organizações econômicas-políticas-
sociais, crenças, religiões etc). A segunda seria a teoria idealista sobre cultura que estão
divididas em três abordagens:

1. Cultura como sistema cognitivo: cultura é um sistema de conhecimento, "consiste de


tudo aquilo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar de maneira
aceitável dentro da sociedade" .
2. Cultura como sistemas estruturais: define cultura como “um sistema simbólico que é
a criação acumulativa da mente humana”. O seu trabalho tem sido o de descobrir na
estruturação dos domínios culturais – mito, arte, parentesco e linguagem – os
princípios da mente que geram essas elaborações culturais.
3. Cultura como sistemas simbólicos: cultura é um sistema de símbolos e significados
partilhados pelos membros dessa cultura que compreende “regras sobre relações e
modos de comportamentos”.

O homem vê o mundo através de sua cultura já formada e por consequência


consideram seu modo de vida o mais correto e natural esse tipo de comportamento é
conhecido como ETNOCENTRISMO – sociedade é o centro do universo. E Aqueles que desviam
os padrões já estereotipados são discriminados e julgados pelo comportamento inadequado. À
exemplo o filme “O Enigma de Kaspa Houser”, em que apresenta um homem com
comportamento diferentes que foram questionados pela sociedade e se não adaptar-se a ela
seria excluído do grupo, o que aconteceu. Vejamos leiamos umresumo de sua história:

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KasparHauser apareceu em maio de 1828, numa
praça de Nuremberg. Não se sabia de onde tinha vindo ou
quem ele era. Inerte, com uma carta na mão, logo foi alvo
da curiosidade de transeuntes. A carta era endereçada ao
capitão da cavalaria local e fazia uma breve apresentação
de quem ele era, um homem sem contato humano, criado
num porão e pedia que fizessem dele um cavaleiro.
Quando KasparHauser aprendeu a falar, ele contou
que uma pessoa, que ele desconhecia, tratava dele
enquanto esteve no porão, deixando-lhe alimentação
durante anos. Antes dessas aprendizagens, não sabia
andar, nem sabia falar, exceto uma única frase: “quero ser
cavaleiro”.
Um professor o acolheu, e seu filho tratou de iniciar com ele alguns processos de
socialização. Seu comportamento foi logo tomado como estranho e considerado anormal,
tanto que foi posto no circo, junto a outros seres considerados anômalos, como um anão, um
índio e uma criança autista. Visto como um “garoto selvagem” era fonte de medo, espanto e
curiosidade.
É assassinado em 1833, sendo retirado seu cérebro para o estudo de médicos.

Comportamentos etnocêntricos resultam em apreciações negativas dos padrões


culturais de povos diferentes, práticas de outros sistemas culturais são vistas como absurdas.
A reação oposta ao etnocentrismo é a apatia. Em lugar da superestima dos valores de
sua própria sociedade, num momento de crise os indivíduos abandonam a crença naquela
cultura e perdem a motivação que os mantém unidos.

Por exemplo, os africanos, quando foram trazidos como escravos para uma terra
estranha, com costumes e línguas diferentes, perdiam a motivação de continuar vivos e muitos
praticavam suicídio.

Embora nenhum indivíduo conheça totalmente o seu sistema cultural, é necessário


que o indivíduo tenha um mínimo de conhecimento da sua cultura para conviver com os
outros membros da sociedade. Nenhum indivíduo é perfeitamente socializado. São estes
espaços que permitem a mudança.

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Todo sistema cultural está sempre em constante mudança. Há dois modelos de
mudança cultural: uma interna e outra externa.
A primeira resulta na dinâmicado sistema cultural que é lenta, mas o ritmo pode ser
alterado por acontecimentos históricos, como desastres ou novas descobertas tecnológicas. Já
a segunda é o contato do sistema com o outro, o que resulta na mudança mais rápida e muitas
vezes severa.
Insta salientar que o tempo é o fator X para a análise de uma cultura, um povo ou
nação.
Por tanto, se faz necessário entender as diferenças existentes que ocorrem dentro do
mesmo sistema.

4.2.2 Desenvolvimento do conceito de cultura

As questões biológicas e geográficas foram os primeiros a proporcionar o conceito de


cultura devido às diversas investigações realizadas, mas chegou-se a conclusão de que apesar
de terem sido importantes para o entendimento da natureza humana, apresentaram-se
limitações e inconsistências no entendimento do conceito de cultura. Daí inaugurando-se uma
nova fase de estudos e interpretações de culturas.
Segundo Leibniz apudLaraia(1986) a natureza nunca age por saltos e a cultura também
não, ela é resultado do acúmulo das ações dos homens, que inclusive altera a própria
natureza, pois é necessário compreender a época em que se viveu e consequentemente o
background intelectual de quem ou do que está se analisando.
Outro fator que se correlaciona com a cultura é a COMUNICAÇÃO, instrumento
decisivo, pois é através dela que os seres compartilham suas ideias, criando assim um
duradouro processo que nos leva a afirmar que a linguagem humana é um produto da cultura.
Partindo deste pressuposto vem à necessidade de identificar as determinadas maneiras de
transmissão que atinja todas as pessoas da organização quanto a troca de uma mensagem.
Pois, para Hoebel apud (BARROS & PRATES, 1996, p.15),

O homem é o único animal que fala de sua fala, pensa o seu


pensamento, que responde à sua própria resposta, que reflete o seu
próprio reflexo e é capaz de diferenciar-se mesmo quando está se
adaptando as causas comuns e estímulos comuns.

Com isso tais comportamentos partilhados são elementos da cultura, o que nos leva a
crer que teorias behavioristas (Watson - condicionamento), Cognitivista (Piaget-psicogenética)

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quando justapostas, mesmo que inconscientemente por um grupo de pessoas, motivam
algumas características culturais em relação ao padrão de comportamento.
Normas atribuídas por organizações motivam padrões de comportamento, marcando
de forma permanente a cultura organizacional. Portanto, pode-se afirmar que diferenças
culturais não são genéticas e sim adquiridas no decorrer do tempo.
Segundo Turgot apud Laraia(1986, p.27),

Possuidor de um tesouro de signos que tem a faculdade de


multiplicar infinitamente, o homem é capaz de assegurar a retenção
de suas idéias [...] [..], comunicá-las para outros homens e transmiti-
las para os seus descendentes como herança sempre crescente.

De acordo com Kluckhohn apud Geertz (1989, p.14) cultura pode ser vista como:

[...]o modo de vida global de um povo; 2) legado social que o


indivíduo adquire do seu grupo; 3) uma forma de pensar, sentir e
acreditar; 4) uma abstração do comportamento; 5)Uma teoria,
elaborada pelo antropólogo, sobre a forma pela qual o grupo de
pessoa se comporta realmente; 6) um celeiro de aprendizagem em
comum; 7) um conjunto de orientações padronizadas para os
problemas recorrentes; 8) comportamento aprendido; 9) um
mecanismo para regulamentação normativa do comportamento; 10)
um conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo
como em relação aos outros homens; 11) um precipitado da história.

Ao analisar o conceito de cultura apresentado por Kluckhohn, verificou-se que as


normas, símbolos e signos, bem como religião, mitos e cerimônias, são valores compartilhados
pelos membros de um grupo, uma organização, ou seja, de atitudes individuais que ao longo
do tempo interfere nas ações do coletivo, resultando assim numa forma ímpar de cultura
organizacional.

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