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4.1 Introdução
Cada realidade cultural tem sua lógica interna a qual devemos procurar conhecer para
que façam sentido as suas práticas, costumes, concepções e as transformações pelas quais
estas passam (SANTOS, 2006).
Saber se há uma realidade cultural comum à nossa sociedade torna-se uma questão
importante. Do mesmo modo evidencia-se a necessidade de relacionar as manifestações e
dimensões culturais com as diferentes classes e grupos que a constituem.
A diversidade das culturas existentes acompanha a variedade da história humana,
expressa possibilidades de vida social organizada e registrada sobre a natureza.
Vemos, pois, que a questão não é só pensar na evolução de sociedades humanas, mas
fundamentalmente entender a história da humanidade.
Por tanto, para Santos (2006, p. 23) cultura tem duas concepções: “a
primeiraconcepção de cultura remete a todos os aspectos de uma realidade social e a segunda
mais especificadamente ao conhecimento, às ideias e as crenças de um povo”.
Ou seja, è tudo que possa caracterizar a existência de uma nação, seja ela portuguesa
seja atroari – aspectos sociais e a outra por se referir a conhecimentos, observará a língua
materna, a literatura daquele povo, quais os conhecimentos filosóficos que poderão agregar
valor a outras comunidades.
Então, o que é cultura realmente? É tudo que diz respeito aos aspectos da vida social,
é uma construção histórica, seja como concepção, seja como dimensão do processo social. Ela
não é algo natural, nem decorrente das leis físicas e biológicas, mas sim um produto conjunto
da vida humana.
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grupos de pessoas vivendo no campo ou na cidade, sejam lugares
isolados de características peculiares ou agrupamentos religiosos
fechados que existem no interior das grandes metrópoles.
(SANTOS,2006, p.19)
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John Locke, em 1690, afirmou que a mente humana era uma caixa vazia no
nascimento, dotada de capacidade ilimitada de obter conhecimento, através do que hoje
chamamos de endoculturação.
Segundo Tylor o homem é um ser cultural, graças à cultura ele superou as limitações
orgânicas, conseguiu sobreviver às diversidades do tempo com um equipamento biológico
relativamente simples. Por exemplo:
Um esquimó que deseje morar num país tropical adapta-se rapidamente, ele substitui
seu iglu e seus grossos casacos por um apartamento refrigerado e roupas leves – enquanto o
urso polar não pode adaptar-se fora de seu ambiente natural.
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[...] a posição da moderna antropologia é que a cultura age
seletivamente, e não casualmente, sobre o seu meio ambiente,
explorando determinadas possibilidades e limites ao
desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria
cultura e na história da cultura.
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KasparHauser apareceu em maio de 1828, numa
praça de Nuremberg. Não se sabia de onde tinha vindo ou
quem ele era. Inerte, com uma carta na mão, logo foi alvo
da curiosidade de transeuntes. A carta era endereçada ao
capitão da cavalaria local e fazia uma breve apresentação
de quem ele era, um homem sem contato humano, criado
num porão e pedia que fizessem dele um cavaleiro.
Quando KasparHauser aprendeu a falar, ele contou
que uma pessoa, que ele desconhecia, tratava dele
enquanto esteve no porão, deixando-lhe alimentação
durante anos. Antes dessas aprendizagens, não sabia
andar, nem sabia falar, exceto uma única frase: “quero ser
cavaleiro”.
Um professor o acolheu, e seu filho tratou de iniciar com ele alguns processos de
socialização. Seu comportamento foi logo tomado como estranho e considerado anormal,
tanto que foi posto no circo, junto a outros seres considerados anômalos, como um anão, um
índio e uma criança autista. Visto como um “garoto selvagem” era fonte de medo, espanto e
curiosidade.
É assassinado em 1833, sendo retirado seu cérebro para o estudo de médicos.
Por exemplo, os africanos, quando foram trazidos como escravos para uma terra
estranha, com costumes e línguas diferentes, perdiam a motivação de continuar vivos e muitos
praticavam suicídio.
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Todo sistema cultural está sempre em constante mudança. Há dois modelos de
mudança cultural: uma interna e outra externa.
A primeira resulta na dinâmicado sistema cultural que é lenta, mas o ritmo pode ser
alterado por acontecimentos históricos, como desastres ou novas descobertas tecnológicas. Já
a segunda é o contato do sistema com o outro, o que resulta na mudança mais rápida e muitas
vezes severa.
Insta salientar que o tempo é o fator X para a análise de uma cultura, um povo ou
nação.
Por tanto, se faz necessário entender as diferenças existentes que ocorrem dentro do
mesmo sistema.
Com isso tais comportamentos partilhados são elementos da cultura, o que nos leva a
crer que teorias behavioristas (Watson - condicionamento), Cognitivista (Piaget-psicogenética)
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quando justapostas, mesmo que inconscientemente por um grupo de pessoas, motivam
algumas características culturais em relação ao padrão de comportamento.
Normas atribuídas por organizações motivam padrões de comportamento, marcando
de forma permanente a cultura organizacional. Portanto, pode-se afirmar que diferenças
culturais não são genéticas e sim adquiridas no decorrer do tempo.
Segundo Turgot apud Laraia(1986, p.27),
De acordo com Kluckhohn apud Geertz (1989, p.14) cultura pode ser vista como:
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