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HEART
Delivered
PART
Two
L O V E T H E F I R S T T I M E.
LOSE IT WITH OUT LOOKING
B A C K.
(Ame a primeira vez. Perca-a sem olhar para trás.).
COLD HEART
(Coração Frio).
O clima em Nova Orleans também estava gelado, mas isso não tinha
me impedido de dá o último adeus a minha amiga. Eu já estava no Lafayette
Cemetery e caminhei na direção que me indicaram. Avistei onde o caixão
estava, esperando para ser enterrado, dois funcionários do cemitério estavam
por perto, aguardando a hora. Parei perto do caixão fechado, da cor branca e
com detalhes dourados. Provavelmente algum novo amigo cuidou disso tudo
para ela. Mas onde eles estavam?
— Com licença. Alguém, além de mim veio até aqui? — Perguntei aos
homens.
Eles assentiram e o mais calvo, que fumava pôde me responder. —
Sim. Um cara alto, branquelo e uma garota tatuada, eu os ouvi dizerem que
precisavam ir embora, pois o voo para Ohio estava adiantado. — Disse-me.
Uau. Realmente os xeretas são importantes em alguns casos. Dei um pequeno
sorriso e agradeci em seguida. Eu sabia de que se tratava dos novos amigos
da Liv, então relaxei com isso. Olhei para o caixão e toquei nele, estava
úmido e gelado.
— Por que não me contou nada, Liv? Por que me deixou no escuro? —
Perguntei sussurrando e chorando, ao mesmo tempo. De repente, escutei
passos sobre as folhas secas, caídas na grama do cemitério e olhei para trás.
Oh Céus! Minha surpresa ao ver o homem vestido todo de preto e com seu
sobretudo fizera-me arquejar. — O-o que está fazendo aqui? — Perguntei em
voz baixa. Lucco Gratteri parou ao meu lado, com as mãos enfiadas nos
bolsos da calça, enquanto observava o caixão. Ele não tinha me respondido e
nesse curto período eu o encarava. Estava totalmente diferente, desde a
última vez que o vi. Agora aparentava estar mais alto e obviamente estava
bem mais musculoso.
Ele fez o sinal da cruz e então me olhou. — Eu achei que ninguém
viria. — Informou com a voz rouca. — Tinha me esquecido da amiga tímida.
— Completou e desviou seus olhos de mim. Senti minhas bochechas corarem
com seu comentário e fiquei calada sobre isso. Eu sabia que ele me chamava
assim, pois quando Lucco tinha me convidado para um jantar, eu não parava
de gaguejar e derrubar tudo o que estiva em minha volta. Talvez ele tenha
perdido o interesse, por eu ser uma boboca, desajeitada, e não pela desculpa
nerd que dei para ele. Lucco me olhou novamente e suspirou. — Peço
desculpas, não queria deixá-la envergonha.
— Ah-a... você nã-não me deixou en-en-envergonhader.
Envergonhada, eu disse envergonhada. — Murmurei, virando meu rosto,
fazendo com que ele não olhasse minhas bochechas.
— Tudo bem. — Respondeu calmamente. — Vou deixá-la com sua
amiga. — Dessa vez olhei para Lucco, que encarava o caixão, quando estava
satisfeito, tocou na madeira branca com a mão coberta de luva de couro e se
afastou ainda olhando o caixão.
Lucco se virou de costas e então fiz a maior burrice da minha vida. —
Você quer tomar um café comigo? — Perguntei, ao mesmo tempo, fechando
os olhos e me xingando por isso. Eu me lembrava de que Olivia não queria
que eu me aproximasse daquele homem. Mas por quê? Será que ela estava
tendo algo escondido com ele? Ou talvez por que ele não seja tão legal?
Provavelmente não seja legal, pois um homem que agarraria uma mulher
bêbada a força é um tremendo babaca. Lucco se virou lentamente em minha
direção e franziu o cenho.
— Por quê? — Perguntou.
Mordi meu lábio nervosamente e dei de ombros. — Está muito frio,
talvez pudéssemos ir ao Piccadilly Cafeteria e conversar um...
— Não. — Ele disse, interrompendo minhas palavras. — Estou
voltando para Nova York e tenho compromissos por lá, sinto muito... —
Lucco franziu o seu cenho mais uma vez ao tentar lembrar o meu nome.
Ótimo. Ele nem se lembrava da minha existência.
Segurei entre meus dedos a barra do meu casaco bege escuro,
nervosamente. — Katherine. — O ajudei.
— Katherine. — Repetiu em seu sotaque. — Obrigado pelo convite. —
Ele se afastou de mim sem dizer mais nada, deixando-me com tanta vergonha
e humilhação, que eu queria entrar naquele buraco na terra. Virei-me
novamente para o caixão e toquei nele com as duas mãos, sentindo minhas
lágrimas aparecerem e caírem sobre a madeira clara.
Sua presença iria fazer tanta falta que iria doer. Eu já estava triste por
não vê-la nos últimos dois anos, mas agora... era dilacerante.
A LITTLE COFFEE
(Um pouco de Café).
A WORRIED MONSTER
(Um Monstro Preocupado).
Poderia estar sendo uma idiota, mas eu não conseguia desviar os meus
olhos do homem sentado em meu sofá, ao meu lado, com as mangas da
camisa de botões arregaçadas, enquanto passava água oxigenada em minhas
mãos. Ele estava bem ocupado, olhando para o que estava fazendo, ou talvez
estivesse fingindo concentração. Mordi meu lábio e observei seu rosto
bronzeado, o início de uma barba crescendo, o nariz reto e empinado. — Por
que tem uma arma? — Perguntei novamente. Aquilo não tinha saído da
minha mente. Por que um homem como ele andaria armado, se tinha
seguranças? Lucco me olhou de relance e continuou a cuidar dos meus
ferimentos.
— No caso de aparecer caras como aqueles, a arma é uma solução. —
Disse-me.
Remexi-me em meu lugar e suspirei. — Você matou uma pessoa
tranquilamente, como se estivesse acostumado com isso. — Questionei em
voz baixa. Lucco terminou de limpar os ferimentos e suspirou, jogando as
gazes em cima da mesinha de centro e depois pegando a pomada para
ferimentos leves.
— E você está achando errado o que eu fiz. — Retrucou. — Aqueles
caras iriam fazer algo horrível com você, tive que matá-lo para eles não se
aproximarem de você novamente. — Ele pegou minha mão, mais uma vez, e
passou a pomada com a ponta do seu dedo.
Lucco poderia estar certo, mas não era realmente necessário matar
aquele homem. Não era. Umedeci os lábios com a língua e perguntei. — Tem
que se importar muito com alguém, para fazer o que fez. Por que fez aquilo
por mim? — Ele me olhou ainda de cabeça baixa e deu de ombros.
— Estou com remorso de algo que fiz. Agora estou tentando me
redimir. — Confessou.
— Sou a que irá te fazer se sentir melhor? O que você fez? —
Perguntei curiosamente. Lucco sorriu torto, sem mostrar os seus dentes e
fechou a pomada, quando terminou de cuidar das minhas mãos.
Dessa vez ele me olhou e pegou a toalha na mesinha para limpar os
dedos. — Não sou um homem bom, Katherine, e você é doce demais. Nunca
me esbarrei com uma mulher assim como você e por esse motivo estou
assustado, você me atrai, mas não de uma forma obsessiva. — Ele se curvou,
apoiando seus antebraços sobre as coxas. — Você entende por que eu e meu
irmão quisemos alertá-la? —Perguntou, olhando-me dessa vez.
— Não precisa se preocupar comigo. — Esclareci timidamente. —
Posso me cuidar.
— Tem razão. — Concordou. — Na verdade eu não estava, mas depois
de hoje, eu vi que preciso ficar. Eu tenho um apartamento em Seattle e
pretendo ficar por aqui.
Levantei-me do sofá e retirei os medicamentos, gazes e as que foram
usadas de cima da mesinha de centro. — Sabe? — Perguntei, de repente, em
voz alta. — Isso está rápido demais. Primeiro você agiu como um retardado
em Nova Orleans, depois, hoje de manhã mandou que eu não ficasse por
perto, agora matou um cara por mim e diz que ficará por perto? Você é o
que? Um tipo bipolar? — Cruzei os braços, revirando os olhos. Lucco me
olhava com divertimento, passando o dedo sobre os lábios, como se estivesse
escondendo um sorriso.
— Agiu como um retardado? — Perguntou surpreso. — Bipolar? É
assim que me agradece? — Perguntou ainda divertido.
Passei a mão no meu cabelo comprido e virei-me de costas, andando
até a minha cozinha. Ouvi os passos de Lucco atrás de mim, quando parei na
frente da pequena lixeira e joguei as gazes usadas. Quando me virei para o
balcão da cozinha, bati contra Lucco. — Vo-você está perto demais. —
Gaguejei, segurando a pomada e a água oxigenada com força. Ele acenou
uma vez com a cabeça e olhou meus cabelos.
— Negros como a noite. — Sussurrou, tocando em meu cabelo. — Pele
branca como porcelana, bochechas rosadas, como uma garotinha. Qual a cor
dos seus olhos? — Perguntou seriamente.
Eu me sentia em combustão espontânea, ao senti-lo tocar nas pontas do
meu cabelo. Suas palavras me paralisaram e me hipnotizaram, deixando meus
olhos fixos aos seus. Mordi meu lábio e consegui dizer. — Pretos. —
Sussurrei. Ele segurou meu queixo e meu coração rugiu em resposta, com o
seu toque.
— Pretos. Você é tão atraente, Katarina. — Sua voz tinha se tornado
melosa e sedutora, eu não conseguia respirar com Lucco tão perto assim de
mim, ainda mais me chamando de Katarina, em italiano. Engoli em seco e
lambi meus lábios, nervosamente, quando me disse. — Estou me
preocupando com você, deixe-me ficar por perto. Prometo que não irei
aparecer aqui, sem ser convidado.
Respirei profundamente, tentando aliviar meu coração e o meu corpo,
ele estava ardendo em chamas. — Certo. A-acho legal. — Murmurei. Lucco
sorriu pequeno com o meu nervosismo e assentiu, retirando os dedos do meu
queixo e subindo até a minha bochecha. Seu polegar acariciava ritmicamente
minha pele, eu me sentia desconcertada.
— Também acho legal. — Sussurrou, aproximando seu rosto do meu.
— Vou deixá-la descansar então. Será que posso vir aqui amanhã?
— Pode. — Disse sem delongas. — Quer dizer, hã, sim. Vai ser legal.
— por favor, se mate de uma vez!
Lucco riu para mim e encostou sua testa na minha. Seu cheiro de
almíscar rodava em torno da minha mente, impedindo-me de raciocinar.
Como ele conseguia ser tão sedutor? — É, vai ser legal. — Disse-me,
levando sua boca até a minha testa, onde depositou um beijo demorado em
minha pele e depois, se afastou. — Tenha uma boa noite. — Sorriu e saiu de
dentro da cozinha. Quando ouvi a porta da sala se fechar, apoiei-me na pia e
coloquei a mão na testa, respirando fundo.
— Nossa. — Sussurrei, levando minha mão até o meu coração. — O
que foi isso?
HAZARD WARNING
(Alerta de Perigo).
SLAUGHTERHOUSE
(Matadouro).
Retiro meus cabelos, que batem em meu rosto, e sorrio na direção que
Caleb e Selene brincam de pega-pega, aos gritos e risos. Cruzo minhas pernas
sobre o cobertor estirado na grama, e olho para o meu anel de noivado, junto
ao de casamento. Suspiro e mordo o lábio inferior, para não pensar demais.
— Katy? — Chama Caleb, se sentando ao meu lado e sorrindo para mim. —
Você está bem? — Pergunta. Dou de ombros para a sua pergunta e observo
Selene, subindo em uma árvore e brincando com o nosso cachorro, que late.
— Apenas pensando. — Sorrio e o olho.
Caleb revira seus olhos verdes, pega um morango de dentro da
tupperware aberta. — Chega disso, Katherine. — Murmura somente para
mim. — Ele apareceu somente duas vezes e isso foi há oito anos. Se ele
realmente a amasse, não faria isso, não faria com que nós...
— Com que nos casássemos por contrato? Apenas para enganar a droga
dos inimigos dele? — Pergunto com raiva. — Ele só se importa com ele
mesmo, Caleb. O que aconteceu foi que eu me apaixonei por um monstro,
por alguém que tem apenas amor próprio! — Completo e respiro fundo,
impedindo que as lágrimas caíssem. Caleb me dá um olhar simples e depois
olha para onde Selene está brincando.
— Você precisa contar para ele, Katy. Ele tem o direito de saber, pois
você sabe muito bem que você está aqui, em segurança com a Selene, graças
a ele. — Caleb lembra, com uma voz chateada. — Ele não a amaria se fizesse
isso.
Dou de ombros novamente e dessa vez encaro Caleb. — E se me
amasse estaria aqui, ao meu lado e não vivendo uma vida de mafioso
aventureiro. — Balanço a cabeça para os lados e respiro profundamente. Esse
assunto sempre me deixa esgotada. — Águas passadas. Estou bem sem ele.
— Minto e minha voz falha no final da frase. Caleb arqueia suas
sobrancelhas e ri da minha cara, pegando mais outro morango.
— Certo, mas então quando contará para ela? — Ele aponta para
Selene. — A garota é esperta demais, Katherine, ela sempre foi. Algum dia
você deverá dizer a verdade para a sua filha. — Cochicha para mim e da uma
piscadela.
Levanto-me do chão e encaro Caleb. — E enquanto esse dia não chega,
ela não precisará saber. — Afirmo. Viro minha cabeça na direção de Selene e
engulo em seco. Cabelos avermelhados, olhos de cor avelã, porém, quando
está de noite eles se tornam castanhos escuros. E o seu sorriso. O sorriso que
me fez lembrar a época em que amei um homem mau, mas que foi bom para
mim. Um homem que me protegeu e cuidou de mim, mas agora? Agora ele
se foi. Limpo de meu rosto a única lágrima que rola e então respiro
profundamente, dizendo. — Ela não precisa saber que é uma Gratteri.
Katherine e Selene voltarão no oitavo livro da Série Submundo
(The Don Colombo) Aguardem!!!
Série Submundo...