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Yasmin Nascimento – 5º Período – Perda de Sangue


– MEDULA ESPINHAL: a maioria dos nervos periféricos se comunica com o SNC via medula
espinhal – protegida pela coluna vertebral óssea;
o Organização segmentar: cada nervo espinhal consiste em axônios da raiz dorsal e da
raiz ventral, que passam através de um forame entre as vertebras da coluna.
 Existe o mesmo número de nervos espinhais que o de forames;
 A sensação somática permite que o corpo sinta o contato, dor, o frio, e que saiba reconhecer
quais partes dele está sendo estimulada;  Os 30 segmentos espinhais estão divididos em 4 grupos, e cada segmento
recebe a denominação da vertebra seguinte adjacente à origem do nervo:
 O corpo é sensível a muitos estímulos, sendo que se esses aumentam sua intensidade ao ponto
cervical (1 a 8), torácico (1 a 12), lombar (1 a 5) e sacral (1 a 5);
de se tornarem lesivos, a sensação somática também é responsável pelo desconforto – dor.
 A área da pele inervada pelas raízes dorsais direita e esquerda de um único
 Os receptores do sistema sensorial estão distribuídos por todo corpo; segmento espinhal é denominada dermátomo; logo, existe uma
 AXÔNIOS AFERENTES PRIMÁRIOS: transmitem a informação dos receptores correspondência 1:1 entre os dermátomos e os segmentos espinhais.
somatossensoriais à medula  Os dermatomos formam bandas na superfície corporal; são melhor
espinhal ou ao tronco visualizados no corpo em posição quadrúpede – reflexo de ancestralidade;
encefálico; eles entram na
 Quando uma raiz dorsal é seccionada, o dermátomo correspondente não
medula pelas raízes dorsais e
perde a sensação total, essa sensação residual é explicada devido que as
seus corpos celulares estão
raízes dorsais adjacentes inervam as áreas com sobreposição. Logo, para
nos gânglios da raiz dorsal.
perder a sensibilidade em todo um
o Esses axônios dermátomo, 03 raízes dorsais adjacentes
apresentam devem estar seccionadas.
diferentes
diâmetros e seus
tamanhos se correlacionam com o tipo de receptor sensorial do qual recebem a
sinalização;
o O diâmetro do axônio + quantidade de mielina que esse possui, determina a velocidade
de condução do potencial de ação;
 Sendo assim os menores axônios, fibras C, não
possuem mielina e possuem diâmetro menor que
1mm – transmitem a sensação de dor, temperatura e
prurido e são os axônios mais lentos (0,5 a 1 m/s);
 As sensações de tato são transmitidas pelos
mecanorreceptores cutâneos, são conduzidas pelos
axônios relativamente grandes; o Organização sensorial da medula: a medula é constituída de uma área central de
substancia cinzenta, circundada por substancia branca;
 Cada metade da substância cinzenta está dividida em um corno dorsal, uma
zona intermediaria e um corno ventral;
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 Os neurônios que recebem sinalização sensorial dos aferentes primários são Consequentemente, a eferência do
denominados neurônios sensoriais secundários – maioria localizados nos córtex pode influenciar a
cornos dorsais; aferência para o próprio córtex.
 Os axônios calibrosos mielinizados A que conduzem a  A VIA TÁTIL TRIGEMINAL: está
informação tátil cutânea entram no corno dorsal e se relacionada a sensação somática da face,
ramificam, um ramo faz sinapse com os neurônios suprida principalmente pelo nervo trigêmeo
sensoriais secundários na parte profunda do corno (V) e que entra no encéfalo pela ponte;
(respostas reflexas rápidas e inconscientes) e o outro o O trigêmeo se divide em nervos
ascende diretamente ao encéfalo – responsável pela periféricos de cada lado que
percepção, capacidade de julgamento; inervam: face, região bucal, 2/3
distais da língua e a dura-máter.
 VIA COLUNA DORSAL-LEMNISCO MEDIAL: é a via de seguimento sobre tato;  CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL: é o local de processamento das informações sensoriais;
o O ramo ascendente dos axônios sensoriais calibrosos entra na coluna dorsal ipsolateral está localizado no lobo parietal;
da medula espinha, o tracto de substância branca medial ao corno dorsal; o A área de Brodmann 3b, é reconhecida como córtex
o As colunas dorsais levam informações acerca da sensação tátil em direção ao encéfalo, somatossensorial primário (S1) – fácil de ser localizada, pois
essas são constituídas de axônios sensoriais primários e os de segunda ordem da está no giro pós-central (atrás do sulco central);
substância cinzenta espinhal; o As outras áreas são próximas e incluem 3ª, 1 e 2 no giro pós-
o Esses axônios terminam nos núcleos da coluna dorsal, que estão situados no limite central e 5 e 7 no córtex parietal posterior;
entre a medula e o bulbo; o A área 3b é primária porque: recebe um grande número de
o Até atingir esse ponto a informação é transmitida ipsolateralmente (lado direto do aferencias do núcleo VP do tálamo, seus neurônios são muito
corpo/ lado direito da coluna – exemplo), porém os axônios dos neurônios dos núcleos responsivos aos estímulos somatossensoriais, lesões nessa área
da coluna dorsal fazem uma curva em direção ao bulbo ventral e medial, então prejudicam a sensação somática e quando essa área recebe
decussam – aqui o lado do encéfalo esta relacionado a sensação do lado oposto do muitos estímulos resulta em experiências somassensoriais;
corpo; o A área 3A está relacionada a posição do corpo;
o Os axônios da coluna dorsal ascendem por um o A área 1 envia informações sobre textura e a 2 enfatiza tamanho e forma;
tracto denominado lemnisco medial, esse sobe o O mapeamento de sensações na superfície do corpo em uma área do encéfalo é
pelo bulbo, ponte e mesencéfalo e faz sinapse com chamado de somatotopia;
neurônios do núcleo ventral posterior do tálamo o Os mapas somatotópicos lembram um corpo, com suas pernas e pés no topo do giro
(todas as vias sensoriais passam por esse órgão, pós-central e sua cabeça do lado oposto na extremidade inferior
exceto olfato); esses neurônios se projetam a do giro – algumas vezes é chamado de homúnculo;
regiões especificas do córtex somatossensorial  O mapa não é continuo, mas fragmentado;
primário (S1);  Os mapas originais de Penfield indicavam que os
o Os neurônios tanto dos núcleos do tálamo genitais masculinos estavam mapeados em partes
como dos núcleos da coluna dorsal são mais ocultas e afastadas de S1, porem estudos
controlados por aferências do córtex cerebral. recentes demonstram que está em uma área entre a
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abdome e pernas. Os pesquisadores não investiram na pesquisa do corpo da  Os nociceptores são ativados por estímulos que tem o potencial para causar
mulher; lesão nos tecidos;
 O mapa não está na mesma escala do corpo  Danos aos tecidos podem resultar de estimulação mecânica, temperaturas
humano – parece uma caricatura - o tamanho relativo extremas, privação de oxigênio e exposição a certos agentes químicos, entre
da área do córtex que processa cada parte do corpo esta outras causas;
correlacionado à densidade de aferências sensoriais  As membranas dos nociceptores possuem canais iônicos que são ativados
recebidas naquela determinada parte; por esses estímulos;
 O tamanho do mapa também esta relacionado  Por exemplo, os eventos que se sucedem quando você pisa sobre uma
à importância da aferência sensorial daquela parte do tachinha. O simples estiramento ou dobramento da membrana do nociceptor
corpo ativa os canais iônicos mecanossensíveis, que levam à despolarização da
 A somatotopia do córtex não está limitada a célula e ao disparo de potenciais de ação. Além disso, as células danificadas
um único mapa, existem vários mapas corporais; no local da lesão podem liberar uma série de substâncias que provocam a
 O mapa cortical apresenta plasticidade e o exemplo mais comum disso é a abertura de canais iônicos nas membranas dos nociceptores. Como exemplos
relação dos amputados; Uma experiência comum entre os amputados é a de substâncias liberadas estão as proteases (enzimas que digerem proteínas),
percepção de sensações que se originariam do membro que está faltando, trifosfato de adenosina (ATP) e K+. As proteases podem clivar um peptídeo
quando, na verdade, outras partes do corpo são tocadas. Essas sensações de extra-celular abundante, chamado de cininogênio, para formar o peptídeo
“membro fantasma” são comumente evocadas pela estimulação de regiões bradicinina. A bradicinina liga-se a uma molécula receptora específica, que
da pele cujas representações somatotópicas são limítrofes àquelas do aumenta a condutância iônica de alguns nociceptores. De modo similar, o
membro amputado; por exemplo, a sensação pode ser provocada em um ATP causa a despolarização dos nociceptores por meio da ligação direta a
braço fantasma pela estimulação da face. Métodos de obtenção de imagens canais iônicos que dependem de ATP para sua ativação; o aumento de [K+]
funcionais do cérebro revelam que as regiões corticais destinadas extracelular despolariza diretamente as membranas neuronais
originalmente aos membros faltantes passam a ser ativadas com a  Tipos de nociceptores: a transdução de estímulos dolorosos acontecem nas
estimulação da face. Ainda que essa plasticidade possa ser adaptativa, no terminações nervosas livres das fibras não mielinizadas C e pobremente
sentido de que o córtex não fique ocioso, a correlação equivocada entre a
mielinizadas nas A; a maioria deles respondem a estímulos mecânicos,
estimulação e a percepção nos amputados indica que isso possa levar à
térmicos e químicos – nociceptores polimodais. Estão presentes na maioria
confusão na interpretação das sinalizações em S1.
dos tecidos corporais, como pele, ossos, músculos, a maioria dos órgãos
 DOR: depende dos nociceptores, que são terminações nervosas livres, ramificadas, não internos, vasos e coração; estão ausentes no sistema nervoso em si, mas
mielinizadas que sinalizam lesão ou risco de lesão ao corpo; presentes nas meninges;
o A informação desses seque uma via distinta da via dos mecanorreceptores;  Hiperalgesia e inflamação: Os nociceptores normalmente respondem
o A ativação seletiva dos nociceptores pode levar à experiência consciente de dor; apenas quando os estímulos são suficientemente intensos para provocar
o A nocicepção e dor não são a mesma coisa – dor é percepção de sensações (irritação, lesão tecidual. No entanto, todos nós sabemos que a pele, as articulações ou
inflamação, fisgada, ardência, latejo), enquanto que a nocicepção é o processo os músculos que já estão lesionados ou inflamados estão mais sensíveis que
sensorial que fornece as sinalizações que disparam a experiência da dor; o normal. Um toque leve e condoído de uma mãe sobre uma área da pele
o A dor agonizante pode acontecer sem atividade dos nociceptores; queimada de seu filho pode desencadear gritos devido a dor insuportável.
o As qualidades cognitivas da nocicepção são em geral controladas pelo encéfalo; Esse fenômeno é conhecido como hiperalgesia e é o exemplo mais familiar
o Nociceptores e a transmissão dos estímulos dolorosos: da capacidade corporal de autocontrole da dor. A hiperalgesia pode ser um
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limiar reduzido à dor, uma intensidade aumentada dos estímulos dolorosos dessas duas fontes de
ou, até mesmo, dor espontânea. A hiperalgesia primária ocorre na área do aferência, essa linha
tecido lesado, porém os tecidos que envolvem a região da lesão também cruzada origina a dor
podem se tornar supersensíveis, pelo processo de hiperalgesia secundária. referida, onde um
 A bradicinina foi apresentada anteriormente como uma das nociceptor visceral é
substâncias que despolariza diretamente os nociceptores. Além percebido como uma
desse efeito, a bradicinina estimula mudanças intracelulares de sensação cutânea;
longa duração, que tornam mais sensíveis os canais iônicos
ativados por calor. As prostaglandinas são substâncias produzidas
pela clivagem enzimática dos lipídeos da membrana celular.
Apesar de as prostaglandinas não causarem dor diretamente, elas
aumentam muito a sensibilidade dos nociceptores a outros
estímulos. O ácido acetilsalicílico e outros fármacos anti-
inflamatórios não esteroides são um tratamento utilizado para
tratar a hiperalgesia, uma vez que inibem as enzimas
necessárias à síntese de prostaglandinas.
 A substância P é um peptídeo sintetizado pelos próprios
nociceptores, causa vasodilatação e liberação histamínica dos
mastócitos – a sensibilização de outros nociceptores pela o Vias ascendentes da dor:
substância P em torno do local é causa de hiperalgesia  Via espinotalâmica: conduz informação sobre a dor corporal, é conduzida
secundária; pela medula espinhal ao encéfalo pela via espinotalâmica;
o Aferentes primários e mecanismos Espinhais: as fibras A e C levam  Os axônios dos neurônios secundários decussam no mesmo nível
informação ao SNC com velocidades diferentes, em função das diferenças em da medula espinhal em que ocorreu a sinapse e ascendem pelo
suas velocidades de condução dos potenciais de ação; tracto espinotalâmico ao longo da superfície ventral da medula
 A ativação de nociceptores cutâneos produz duas percepções de dor espinhal; (ascendem contralateralmente).
distintas: uma primária (rápida e aguda - A) e uma secundária (lenta e  Elas se projetam pela medula, passam pelo bulbo, ponte e
continua - C); mesencéfalo sem fazer sinapse até alcançar o tálamo;
 Ao penetrarem na medula, as fibras se ramificam e percorrem uma curta  A medida que percorrem o tronco, se posicionam ao longo do
distância no sentido rostral e caudal na medula – tracto de Lissauer – lemnisco medial, mas permanecem como um grupo axonal
fazendo depois sinapse com neurônios da parte mais periférica do corno distinto da via mecanossensorial;
dorsal na substância gelatinosa;  Se um lado da medula espinhal sofrer lesão, certos déficits de
 O neurotransmissor aferente nociceptivo é o glutamato; porem temos a mecanossensibilidade ocorrem no mesmo lado da lesão espinhal:
substancia P, mas pata a liberação dessa o potencial de ação tem que ser de insensibilidade ao tato leve, às vibrações de um diapasão sobre a
alta frequência, logo só é necessária em dores moderadas a intensas; pele e à posição de um membro. Por outro lado, déficits de
 Os axônios de nociceptores viscerais entram na medula pelo mesmo trajeto sensibilidade à dor e à temperatura ocorrerão no lado do corpo
que os cutâneos e na medula ocorre uma mistura substancial de informação oposto ao da lesão medular. Outros sinais, como a deficiência
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motora e o mapeamento exato dos déficits sensoriais, fornecem espinotalâmico, são excitados tanto por axônios sensoriais de grande
informações adicionais acerca do local da lesão medular. Por diâmetro como por não mielinizados; o neurônio de projeção também é
exemplo, os movimentos ficarão dificultados no lado ipsolateral. inibido por um interneurônio e esse por sua vez e excitado pelo axônio
O conjunto de sintomas sensoriais e motores que se segue a uma sensorial calibroso e inibido pelo nociceptivo. Por meio desse circuito, a
lesão unilateral na medula espinhal é chamado de síndrome atividade apenas do axônio nociceptivo resultaria em excitação máxima do
Brown-Séquard. neurônio de projeção – permitindo chegada ao encéfalo; contudo se os
mecanoreceptores dispararem conjuntamente, ativarão o interneuronio que
suprimirá a sinalização nociceptiva;
 Regulação descendente: emoções fortes, estresse ou determinação estoica
podem suprimir sensações dolorosas intensamente; várias áreas cerebrais
estão envolvidas, sendo que uma delas é a região de neurônios do
mesencéfalo - substância cinzenta periaquedutal (PAG), sua estimulação
pode causar analgesia profunda. Essa região recebe aferência de várias
estruturas do encéfalo, muitas das quais são responsáveis pela transmissão
de informações relacionadas ao estado emocional; eles disparam
principalmente para os núcleos da rafe (liberam serotonina) – projetam
axônios, que por sua vez, para os cornos dorsais e podem deprimir a
atividade nociceptiva;
 Opióides endógenos: O ópio, os seus ingredientes narcóticos ativos e seus
análogos – incluindo a morfina, a codeína e a heroína – são hoje ampla-
 Via da dor trigeminal: é a via relacionada a sensação de dor e temperatura mente usados e abusados, na maioria das culturas. Essas drogas, e outras
na face e terço anterior da cabeça e segue por uma via ao tálamo, análoga à com ações similares, chamadas de opioides, produzem analgesia profunda
via espinhal; quando administrados de forma sistêmica. Os opioides também podem
 As fibras de pequeno diâmetro do nervo trigêmeo fazem a produzir alterações de humor, sonolência, confusão mental, náusea, vômito
primeira sinapse com os neurônios sensoriais secundários no e constipação. A década de 1970 trouxe as impressionantes descobertas de
núcleo espinhal do trigêmeo no tronco encefálico, esses decussam que os opioides atuam se ligando de forma firme e especificamente a vários
e ascendem ao tálamo pelo lemnisco trigeminal; tipos de receptores opioides no sistema nervoso, e que o próprio sistema
 O tálamo e o córtex: a partir do tálamo (ou no núcleo VP/ núcleos nervoso produz substâncias endógenas semelhantes à morfina, chamadas
intralaminares) as informações prosseguem para o córtex e abrangem um coletivamente de endorfinas. As endorfinas são proteínas relativamente
território mais extenso que as conexões corticais da via dorsal-lemnisco pequenas, ou peptídeos. As endorfinas e seus receptores estão amplamente
medial; distribuídos no SNC, e estão particularmente concentradas em áreas que
o Regulação da dor: a percepção de dor é variável e dependendo da atividade processam ou modulam a informação nociceptiva. Pequenas quantidades de
concomitante de aferências sensoriais não dolorosas e do contexto comportamental, o morfina ou endorfinas injetadas na PAG, nos núcleos da rafe ou no corno
mesmo nível de atividade do nociceptor pode produzir mais ou menos dor; dorsal podem produzir analgesia. Pelo fato de esse efeito ser impedido pela
 Regulação aferente: existe uma hipótese para explica a intensidade de dor, administração de um bloqueador específico de receptores opioides, a
proposta por Meizack e Wall a Teoria do portão da dor sugere que certos naloxona, as drogas injetadas devem ter agido, ligando-se a receptores
neurônios do corno dorsal, os quais projetam seus axônios pelo tracto opioides nessas áreas. A naloxona também pode bloquear os efeitos
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analgésicos induzidos pela estimulação elétrica dessas áreas. No âmbito


celular, as endorfinas exercem múltiplos efeitos, os quais incluem supressão
da liberação de glutamato das terminações pré-sinápticas e inibição dos  Dor rápida ou epicrítica
neurônios pela hiperpolarização das membranas pós-sinápticas. Em geral, o bem localizada, qualificada e quantificada
os extensos sistemas de neurônios que contêm endorfinas na medula o esta relacionada com o estímulo. Ex. a dor de uma alfinetada, ou de um beliscão.
espinhal e no tronco encefálico reduzem a passagem de sinais nociceptivos o pode ser causada por estímulos químicos, térmicos ou mecânicos
no corno dorsal e nos níveis superiores encefálicos, onde é gerada a o sensação começa e termina abruptamente.
percepção da dor. o transmitida por fibras do tipo A delta (mielinizadas)
 Dor lenta ou protopática
o mal localizada, qualificada e quantificada↑
o estímulos químicos ou mecânicos.
o corresponde à sensibilidade visceral e estímulos profundos
o transmitida por fibras do tipo C (amielínicas)
o o mecanismo da dor lenta: o estímulo leva à lise celular – libera enzimas proteolíticas
no LEC – estas enzimas clivam globulinas plasmáticas que produzem vários
neuropeptídeos de cadeias curtas como p. ex. a bradicinina e a substância P, estas
substâncias ativam as terminações nervosas nociceptoras. Experimentos mostraram
que a injeção de bradicinina em pele saudável causa a dor. Certos polipeptídeos
liberados no veneno de picada de insetos são semelhantes à bradicinina.

 A anatomia da via da dor é constituída basicamente por fibras aferentes do tipo A e C, pouco
mielinizantes, sendo que a A é responsável pela dor rápida e a C pela dor crônica (lenta). Ambas
apresentam em suas extremidades periféricas, receptores do tipo terminações nervosas livres, que
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captam da pele e das vísceras os estímulos nocivos térmicos, químicos e mecânicos – informar o  Trato espinorreticulotalâmico: embriologicamente é a via mais antiga – paleoespinotalâmica
córtex sensitivo a agressão acometida (área 3, 2, 1 de Brodmann); – inicia-se por fatores químicos (produzidos pela própria lesão) e utiliza fibras tipo C. é
 Ao serem estimuladas percorrem um trajeto com inicio nas terminações nervosas livre, passam responsável pela dor crônica, mal localizada, difusa, continua em queimação. Conduz da periferia
pelos gânglios espinais, adentram na medula, ascendem ao tronco, formação reticular, tálamo, ao SNC com no mínimo 4 neurônios e pode chegar a 16.
áreas límbicas e por fim córtex; o Neurônio I: inicia da mesma forma que o neurônio I da via espinotalâmica lateral e é
 A dor aguda utiliza a via espinotalamica lateral e a crônica a espinorreticulotalâmica; um pseudounipolar, seu prolongamento segue terminações nervosas livres ate o corpo
 Trato espinotalâmico lateral: é a mais recente via neoespinotalâmica; celular nos gânglios espinais, onde ganha o prolongamento central e adentra a medula
o Iniciada por estímulos mecânicos ou térmicos e utiliza axônios com velocidade de na coluna posterior, ganha essa e faz sinapse com neurônio II;
condução mais rápida – fibras Adelta; o Neurônio II: ocupa a lamina V de Rexed e cruza o lado oposto pela comissura branca
ou não cruza. Seus axônios se dirigem ao funículo lateral do mesmo lado ou do lado
o Via da dor aguda, em pontada, lacerante e bem localizada;
oposto e ascendem para construir o trato espinorreticular. Na medula se junta ao
o Contem 3 neurônios da periferia ao córtex
espinotalâmico lateral, vai a formação reticular de todo tronco encefálico, onde faz
o Neurônio 1: é um pseudounipolar, cordonal (longo), seu prolongamento periférico
sinapse com os neurônios III, IV E V em vários níveis da formação reticular.
segue as terminações livres ao nervos espinhais, em suas raízes dorsais, chegando aos
o Neurônios III, IV, V, VI...: Na formação reticular, dão origem às fibras
gânglios espinhais. Seu prolongamento central entra na medula pela divisão lateral da
reticulotalâmicas, as quais terminam nos núcleos intralaminares do tálamo (lâmina
raiz dorsal no sulco lateral posterior e na coluna posterior, faz sinapse com o neurônio
medular interna do tálamo), neurônio VI, com grande campo receptivo. Os neurônios
II.
fazem sinapse a partir dessa área do tálamo, com neurônios que se dirigem para áreas
o Neurônio II: na coluna posterior da medula, ocupa a lâmina I de Rexed. O axônio cruza
límbicas e núcleos da base, neurônios VII, VIII, etc. Neste nível, o estímulo doloroso
o plano mediano na comissura branca da medula e ganha o funículo lateral oposto,
ganha respostas automáticas e emocionais a estímulos nocivos, por entrar em contato
uma vez nesse ascende como trato espinotalâmico lateral. Na ponte esse se une ao trato
com estruturas que fazem parte do sistema límbico (circuito de Papez). Projetam-se a
espinotalâmico anterior (pressão) e passa a ser denominado lemnisco espinal. Ascende
amplas áreas do córtex cerebral sensorial, neurônio IX, podendo chegar até XII.
ao tálamo no núcleo ventral posterolateral (VPL), onde faz sinapse com o neurônio III;
o Neurônio III: no tálamo a dor se torna consciente, forma-se as radiações talâmicas,  Via da dor visceral: iniciada nos viscero-receptores, terminações nervosas livres na parede das
ganha a cápsula interna e a coroa radiada; chega ao córtex sensitivo do cérebro, no giro vísceras. São fibras aferentes, originadas dos nervos esplâncnicos; utilizam dos gânglios
pós-central e a partir dai aparecem as representações somatotópicas (em diferentes simpáticos para chegar ao SNC, ganham os nervos espinhais pelo ramo comunicante branco e
partes do corpo – representa a área cortical comprometida); passam ao sensitivo onde estão os neurônios I. Seguem o trajeto das fibras sensitivas da dor –
dois tratos acima.

 A analgesia durante situações estressantes ou de perigo é desencadeada endogenamente para a


preservação do indivíduo, impedindo assim que a dor comprometa o seu desempenho durante
uma situação de risco;
 A primeira hipótese para explicar como o SNC modula a dor foi proposta em 1965 e é conhecida
como teoria da comporta espinal da dor, ela enfatiza os mecanismos centrais envolvidos no
controle da percepção do estimulo doloroso.
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o Foi proposta a existência de um circuito no corno posterior da medula espinal em que o São representados pela metil-encefalina, leucina-encefalina, dinorfina e beta-endorfina
a estimulação de fibras grossas do tipo A-beta promoveriam a ativação de (efeito analgésico mais duradouro pelo maior número de aminoácidos e junto a metil
interneurônios inibitórios presentes na substância gelatinosa que causariam a inibição encefalina se ligam aos μ)
do neurônio de projeção responsável pela condução do estimulo nocivo para regiões o A analgesia decorre da ativação do sistema inibitório rostrocaudal antinociceptivo,
supraespinais. contudo o efeito final é uma inibição neural.
o Em contrapartida as fibras A-delta e C quando estimuladas produziriam a inibição dos
interneuronios inibitórios – favorecendo a transmissão do estimulo doloroso.
o A intensidade de dor percebida pelo indivíduo depende do balanço entre a atividade
de fibras grossas A-beta e finas A-delta e C;
 A primeira evidência marcante da participação de uma estrutura do SNC na produção de  O tratamento da dor envolve a utilização de analgésicos opioides, analgésicos comuns, AINH’s
analgesia foi descrita em 1969, quando foi reportada que a estimulação elétrica do tronco (anti-inflamatórios não hormonais) e analgésicos adjuvantes. Tradicionalmente, estes fármacos
encefálico de ratos, permitiu a realização de cirurgia abdominal sem anestesia e sem são administrados por via sistêmica ou no neuroeixo. Entretanto, quando aplicados por estas vias,
comportamentos dolorosos; estão associados a efeitos colaterais importantes, os quais podem inviabilizar o seu uso.
o Essas estruturas em 70 e 80 foram ainda mais fundamentais, e descobriu-se que quando Farmacologicamente, sabe-se que os analgésicos têm por mecanismo de ação principal a atuação
ativadas, enviam impulsos rostrocaudais que inibem a transmissão dos sinais de dor em sítios específicos localizados no sistema nervoso central e na periferia. Esta observação levou
nos neurônios do corno posterior da medula espinhal. à realização de trabalhos que propunham a administração tópica de fármacos como AINH’s,
o As principais estruturas envolvidas são: substância cinzenta periaquidutal (SCP), anestésicos locais, capsaicina, antidepressivos tricíclicos, cetamina, clonidina, opioides e
locus ceruleus (LC) e bulbo rostroventromedial (RVM). A primeira quando ativada canabinoides. A aplicação tópica destes fármacos possibilita elevadas concentrações nos sítios
produz efeito analgésico por projeções excitatórias para o bulbo RVM ou LC, os efetores periféricos em contraposição a baixos níveis séricos dos mesmos.
axônios desses por sua vez, via funículo dorsolateral, gera projeções rostrocaudais que  APLICAÇÃO TÓPICA X TRANSDÉRMICA: Existem medicações que são aplicadas
estabelecem sinapses inibitórias com os neurônios nociceptivos de segunda ordem no diretamente na pele, no entanto, exercem seus efeitos predominantes no sistema nervoso central.
corno posterior da medula e inibe a transmissão. O bulbo RVM é uma estrutura rica Estas formulações utilizam a pele apenas como veículo de administração, a exemplo do fentanil
em serotonina e suas projeções liberam esse mediador no corno posterior da medula e transdérmico. O que se pretende com isto é fornecer uma liberação lenta e gradual da medicação
produzem analgesia. para a corrente sanguínea, mantendo assim níveis séricos relativamente constantes por um
 A estimulação do locus ceruleus libera noradrenalina no corno posterior da determinado período de tempo. Em contrapartida, os fármacos de administração tópica exercem
medula espinal produzindo analgesia noradrenérgica; seus efeitos na periferia, próximo ao seu sítio de aplicação 1. Por definição, formulações tópicas
 A SCP pode ser ativada por informações provenientes da amígdala e do são aquelas que, quando aplicadas na proximidade da área afetada, exercem ação analgésica,
hipotálamo desencadeadas durante medo ou estresse; é a via final comum estando associadas ao aumento da concentração no tecido alvo e à reduzida concentração sérica.
das respostas de defesa;  AINES: Os AINH’s são os agentes tópicos mais utilizados na prática clínica. Seu mecanismo de
o Ainda tem-se a teoria dos endocanabinóides que podem ser liberadas em situações de ação consiste na inibição da enzima ciclo-oxigenase tipo 1 e tipo 2 com consequente redução da
estresse e quando ligadas a receptores específicos tem propriedades analgésicas; síntese de prostaglandinas e da sensibilização de terminações nervosas nos tecidos periféricos,
 Os receptores opióides foram classificados como μ, , ; porém o efeito da morfina ocorre sítio comum de dor e inflamação. Sua utilização sistêmica está associada a importantes efeitos
principalmente da ligação com os μ; colaterais hepáticos, cardiovasculares, gastrointestinais e renais AINH’s tópicos produzem
o Em 70 foram descritas substancias com capacidade de se ligarem a esses receptores e elevada concentração na derme, na sinóvia, nos tecidos musculares e nas cartilagens articulares,
com propriedades similares a morfina – endorfinas ou opióides endógenos porém sua biodisponibilidade é baixa, variando entre 5% a 15% da observada após a
administração sistêmica 3.Diferen-ças na resposta analgésica e na exposição sistêmica podem
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ocorrer, dependendo da origem da dor, das características da pele e do tecido musculoesquelético sensibilidade local. Nesta fase identificam-se sensações de queimação, picada e prurido, as-
de cada paciente. Não existem dados concretos que correlacionem a concentração sistêmica e sociados à vasodilatação cutânea. Estas manifestações são atribuídas à estimulação de fibras
tecidual dos AINH’s, o que faz sua utilização ser feita ainda de forma empírica, de acordo com aferentes do tipo C e a libe-ração de substância P. Em seguida, ocorre um período refra-tário,
a resposta de cada paciente. Formulações que facilitem sua penetração nos tecidos podem com redução da sensibilidade, que se torna persistente após aplicações repetidas, em função da
melhorar a eficácia em sítios mais profundos, como articulações. No entanto, isso pode acarretar depleção de substância P e da degeneração de fibras nervosas periférica. Esta degeneração pode
maior absorção sistêmica deste grupo de fármacos 2.Diversos ensaios clínicos e revisões ser significativa em poucos dias de uso de capsaicina a 0,075%. Entretanto, com a interrupção
sistemáticas têm comprovado a eficácia dos AINH’s tópicos nas diversas síndromes dolorosas deste fármaco, há reinervação das fibras nervosa dentro de 6 semanas (após 3 semanas de
musculoesqueléticas. Além de reduzir a síntese de prostaglandinas no local da dor, estas tratamento). Não se conhece os possíveis efeitos do seu uso prolongado 12.Os efeitos adversos
medicações suprimem o processo inflamatório através da inibição da aderência e da função da capsaicina, cuja intensidade depende da concentração da formulação, decorrem
leucocitárias, da redução da agregação plaquetária, da modulação da resposta linfocitária, da principalmente de sua aplicação local e são representados por queimação, ardência e eritema.
inibição da produção de citocinas, da supressão da síntese de proteoglicanas no tecido Estas reações podem comprometer a adesão ao tratamento.
cartilaginoso, da diminuição da lise celular mediada pelo sistema complemento e da inibição da  CLONIDINA: A clonidina é um fármaco agonista dos receptores α-2-adrenérgicos pré-
formação de radicais livres 1,2.As recentes descobertas de mecanismos periféricos im-plicados sinápticos, os quais estão presentes em estruturas do sistema nervoso periférico e central, mais
na fisiopatologia da dor neuropática têm justificado o uso dos AINH ́s em pacientes com esta precisamente no cérebro, medula espinhal e gânglios das raízes dorsais. Todos estes sítios estão
condição. Sabe-se atualmente que a lesão neural estimula a liberação de fosfolipídios, que por potencialmente implicados nos efeitos antinociceptivos da clonidina. Sabe-se que sua ação
sua vez ativam a fosfolipase A2, geran-do protaglandina E2. Este produto se liga a fibras nocicep- simpatolítica em estruturas espinhais e supraespinhais responsáveis pela modulação do estímulo
tivas primárias, induzindo a fosforilação de canais de sódio e, consequentemente, transmitindo o doloroso resulta em analgesia eficaz. Classicamente, a clonidina tem sido utilizada por via
sinal doloroso para o sistema nervoso central. Portanto, esta sensibilização periférica mediada sistêmica e no neuroeixo. Seu uso terapêutico, entretanto, tem sido limitado por efeitos adversos
por prostaglandinas nos nociceptores aferentes primários periféricos poderia ser bloqueada por como sedação, boca seca, hipotensão e hipertensão rebote 13.Sabe-se que receptores α-2-
agentes AINH’s tópicos. Medicações como indometacina, aspirina e diclofenaco, de aplicação adrenérgicos são expressados em neurônios sensoriais nociceptivos primários e que a
tópica, têm sido utilizadas para dor neuropática, apesar dos resultados inconsistentes administração periférica destes receptores reproduz antinocicepção. Esta observação originou a
 ANESTÉSICOS LOCAIS: Os anestésicos locais aplicados topicamente podem aliviar a dor de hipótese de que a administração tópica de clonidina tem efeito antinociceptivo, motivando o
caráter neuropático através da redução das descargas ectópicas de nervos somáticos superficiais desenvolvimento da mesma 4,13. Acredita-se que a clonidina, como uma substância lipofílica,
em áreas de dor localizada. Eles se ligam a canais de sódio anormais que estão suprarregulados penetre facilmente na pele e alcance as vias antinociceptivas locais, propiciando analgesia.
nos nervos periféricos lesados, suprimindo assim sua atividade anormal e espontânea que pode  ANTIDEPRESSIVOS TRICICLÍCOS: Os antidepressivos tricíclicos estão bem-estabelecidos
iniciar ou manter estados de dor neuropática. Estão disponíveis na forma de patch de lidocaína a como medicações analgésicas, exercendo seus efeitos em nível central, através da inibição da
5% e como uma mistura eutética de anestésicos locais, Eutectic Mixture of Local Anesthetics recaptação da noradrenalina e serotonina e da ativação das vias descendentes inibitórias da dor.
(EMLA), na forma de creme, contendo pri-locaína a 2,5% e lidocaína a 2,5. A administração O efeito analgésico periférico dos antidepressivos tricíclicos tem sido atribuído à diminuição do
tópica deste grupo de fármacos tem se mostrado bastante segura e isenta de efeitos colaterais AMP cíclico via ativação de receptores da adenosina e à inibição dos canais de sódio voltagem-
importantes. Um estudo farmacocinético avaliou os efeitos do patch de lidocaína a 5% aplicado dependentes. Como efeitos colaterais sistêmicos, podem provocar sedação, hipotensão postural
continuamente por 72 horas em voluntários sadios. A concentração sérica mensurada foi 25 vezes e respostas anticolinérgicas. O uso tópico de formulação contendo amitriptilina a 4% e cetamina
menor que a necessária para produzir efeitos tóxicos. Não foi observada perda de sensibilidade a 2% foi eficaz em reduzir a dor neuropática após 3 semanas de tratamento 16.A formulação a
no sítio de aplicação, porém a maioria dos pacientes apresentou leve eritema local. 5%, no entanto não se mostrou eficaz, demonstrando a importância da associação de diferentes
 CAPSAICINA: A capsaicina é um composto proveniente do extrato da pimenta chilli 1. Seu fármacos com mecanismos de ação distintos para um melhor controle da dor 15.A doxepina, um
mecanismo de ação consiste na ligação a nociceptores, receptores específicos presentes na pele, antidepressivo tricíclico com mecanismo de ação semelhante ao da amitriptilina, quando
observando-se inicialmente um estado de excitação neuro-nal e período de aumento da administrado a 5%, foi eficaz em reduzir a dor após 2 semanas de uso em pacientes com dor
Yasmin Nascimento – 5º Período – Perda de Sangue

neuropática, em pacientes com mucosite bucal relacionada ao câncer e em paciente com


síndrome dolorosa complexa regional tipo 1.
 CETAMINA: A cetamina é um fármaco antagonista não competitivo dos receptores N-metil-
D-aspartato (NMDA). Neurotransmissores como glutamato e aspartato são liberados em resposta
a estímulos nóxicos e se ligam aos receptores NMDA, aos receptores AMPA e aos receptores do
glutamato do tipo M, exercendo um papel importante no mecanismo de sensibilização central e
no fenômeno de wind-up, os quais estão implicados na perpetuação da dor. Apesar dos seus
potenciais benefícios no tratamento da dor, principalmente na dor neuropática, a administração
sistêmica da cetamina em nível ambulatorial tem sido limitada devido à inexistência de
formulações orais e à presença de efeitos adversos como alucinações, náuseas e vômitos. A
cetamina tópica em forma de gel é uma alternativa, já que é de fácil aplicabilidade e atua em
receptores opioides como antagonista dos receptores NMDA periféricos e no bloqueio de canais
de sódio e potássio. A cetamina tópica, quando aplicada em pacientes porta-dores de dor
neuropática crônica, é eficaz em reduzir a alo-dinia e a hiperalgesia.
 OPIÓIDES: Os opioides são fármacos já consagrados para o tratamento da dor de moderada a
forte intensidade. O potencial para efeitos adversos e o medo da dependência têm limitado o seu
uso. Eles atuam em receptores específicos que, ao serem ativados, interferem na transmissão de
impulsos dolorosos. Exercem efeitos inibitórios tanto no encéfalo, quanto através do aumento do
limiar nociceptivo das fibras da substância gelatinosa localizada no corno posterior da medula
espinhal. Estudos demonstram que os receptores opioides estão presentes também no sistema
nervoso periférico. Ao serem sintetizados nos gânglios das raízes dorsais da medula espinhal,
são transportados aos terminais periféricos dos neurônios aferentes primários via axonal, que,
quando estimulados, diminuem a liberação de substância P, contribuindo no controle da dor
1.Como base nestes conhecimentos, os opioides de formulação tópica têm sido estudados para o
tratamento da dor relacionada às úlceras de pressão, uma vez que alterações na perfusão local
impedem que opioides sistêmicos atinjam níveis satisfatórios no sítio de ação pretendido.
Ademais, os pacientes acometidos por este tipo de lesão frequentemente têm diversas outras
comorbidades e, portanto, estão mais propensos aos efeitos adversos sistêmicos dos opioides,
sobretudo depressão respiratória 22.Três estudos randomizados demonstraram a eficácia da
morfina e diamorfina gel para o tratamento da dor relacionada às úlceras de pressão, com a
melhora nos escores de dor através de escalas verbais. Porém, ainda não há recomendações claras
no que diz respeito à posologia e opioide ideal. A morfina em forma de solução para enxágue
bucal também tem se revelado eficaz para analgesia de pacientes com mucosite relacionada ao
câncer, sendo que a solução a 2% foi estatisticamente mais eficaz que a solução a 1%.

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